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OTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA A PARTIR DO


SOBREDIMENSIONAMENTO DO INVERSOR

Letícia Toreti Scarabelot (UFSC) - leticia.scarabelot@posgrad.ufsc.br


GIULIANO ARNS RAMPINELLI (UFSC) - giulianorampinelli@gmail.com
Carlos Rambo Rambo (UFSC) - carlos.rambo@ufsc.br

Resumo:

O fator de dimensionamento de inversor é a relação entre potência do inversor (Pinv) e a


potência do gerador fotovoltaico em STC (Standart Test Conditions). Tradicionalmente, no
dimensionamento do conjunto gerador fotovoltaico-inversor, os projetistas de sistemas
fotovoltaicos optam por uma potência maior de gerador fotovoltaico em comparação à
potência do inversor, ou seja, fator de dimensionamento de inversor inferior a unidade. Isso se
deve ao fato de levarem em consideração algumas premissas praticadas mundialmente:
condições padrão de teste que raramente são verificadas em operação, baixas eficiências de
conversão c.c./c.a. em potencias relativas inferiores à 50 % e a relação entre custo e potência
do inversor. Este trabalho analisa, rebate essas premissas e apresenta as vantagens do
sobredimensionamento do inversor. Para a análise são utilizados dados de medições de
irradiância, simulações computacionais de sistemas fotovoltaicos utilizando diferentes
inversores e levantamento dos custos dos inversores de diferentes fabricantes. A
caracterização do perfil de irradiância evidencia que valores maiores que 1000 W/m² são
verificados com frequência anual de 8,8 % considerando o período de operação do sistema
fotovoltaico. Em sistemas fotovoltaicos com inversor subdimensionado, este cenário pode
implicar em sobrecarga e redução da vida útil do inversor devido à operação mais frequente
nos limites críticos do equipamento. Sistemas fotovoltaicos foram simulados em diferentes
fatores de dimensionamento e distintas topologias de inversores. A partir dos resultados de
simulações computacionais observa-se que os inversores da década de 90 apresentam
melhores eficiências médias de conversão c.c./c.a. no subdimensionamento do inversor. Porém
os inversores atuais, disponíveis comercialmente, apresentam elevadas eficiências médias
c.c./c.a. em praticamente todos os níveis de carregamento e as mais altas eficiências médias
são confirmadas no sobredimensionamento dos inversores.

Palavras-chave: Sistemas Fotovoltaicos, Inversor c.c./c.a., Fator de Dimensionamento

Área temática: Conversão Fotovoltaica

Subárea temática: Tecnologias e ensaios de inversores e outros equipamentos de eletrônica


de potência

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VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar – Fortaleza, 01 a 05 de junho de 2020

OTIMIZAÇÃO DO DESEMPENHO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE


GERAÇÃO DISTRIBUÍDA A PARTIR DO SOBREDIMENSIONAMENTO
DO INVERSOR

Letícia Toreti Scarabelot – leticia.scarabelot@posgrad.ufsc.br


Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Giuliano Arns Rampinelli – giuliano.rampinelli@ufsc.br
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Energia e Sustentabilidade
Carlos Renato Rambo – carlos.rambo@ufsc.br
Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica

Resumo. O fator de dimensionamento de inversor é a relação entre potência do inversor (Pinv) e a potência do
gerador fotovoltaico em STC (Standart Test Conditions). Tradicionalmente, no dimensionamento do conjunto gerador
fotovoltaico-inversor, os projetistas de sistemas fotovoltaicos optam por uma potência maior de gerador fotovoltaico
em comparação à potência do inversor, ou seja, fator de dimensionamento de inversor inferior a unidade. Isso se deve
ao fato de levarem em consideração algumas premissas praticadas mundialmente: condições padrão de teste que
raramente são verificadas em operação, baixas eficiências de conversão c.c./c.a. em potencias relativas inferiores à
50 % e a relação entre custo e potência do inversor. Este trabalho analisa, rebate essas premissas e apresenta as
vantagens do sobredimensionamento do inversor. Para a análise são utilizados dados de medições de irradiância,
simulações computacionais de sistemas fotovoltaicos utilizando diferentes inversores e levantamento dos custos dos
inversores de diferentes fabricantes. A caracterização do perfil de irradiância evidencia que valores maiores que
1000 W/m² são verificados com frequência anual de 8,8 % considerando o período de operação do sistema
fotovoltaico. Em sistemas fotovoltaicos com inversor subdimensionado, este cenário pode implicar em sobrecarga e
redução da vida útil do inversor devido à operação mais frequente nos limites críticos do equipamento. Sistemas
fotovoltaicos foram simulados em diferentes fatores de dimensionamento e distintas topologias de inversores. A partir
dos resultados de simulações computacionais observa-se que os inversores da década de 90 apresentam melhores
eficiências médias de conversão c.c./c.a. no subdimensionamento do inversor. Porém os inversores atuais, disponíveis
comercialmente, apresentam elevadas eficiências médias c.c./c.a. em praticamente todos os níveis de carregamento e
as mais altas eficiências médias são confirmadas no sobredimensionamento dos inversores.

Palavras-chave: Sistemas Fotovoltaicos, Inversor c.c./c.a., Fator de Dimensionamento

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, no âmbito da relação entre ciência, tecnologia e sociedade há diversas temáticas de interesse
globalizado. Desenvolvimento sustentável, meio ambiente, energias renováveis e mudanças climáticas são algumas
agendas desafiadoras da sociedade do século XXI (PAO; FU, 2013). A ciência e tecnologia podem e devem ser agentes
transformadores e revolucionários da sociedade garantindo desenvolvimento econômico sustentável, conforto e bem-
estar social.
A matriz elétrica de cada país relaciona-se diretamente com a sua disponibilidade energética, ou seja, com os
recursos energéticos disponíveis em seu território. O potencial energético de um país depende de seus recursos naturais
e do conhecimento sobre os mesmos, como também do aproveitamento e condições de recuperação destes.
(MANZANO-AGUGLIARO et al., 2013). Especificamente para o Brasil, a energia eólica, a biomassa e a energia solar
fotovoltaica têm um papel fundamental para descarbonizar a matriz elétrica (DE QUEIROZ et al., 2016).
A utilização de sistemas fotovoltaicos para geração de energia elétrica vem crescendo rapidamente, influenciada
pela redução de preços dos diferentes componentes, maturidade e confiabilidade tecnológica e principalmente a partir
da regulamentação, normatização, certificação e incentivos governamentais à energia solar (BREYER; GERLACH,
2013; DAVI et al., 2016). Esta condição permite uma inserção sólida e gradual da energia solar fotovoltaica na matriz
elétrica brasileira contribuindo para a diversificação da mesma, uma vez que esta é fortemente dependente da geração
de energia hídrica (DE QUEIROZ et al., 2016).
Os sistemas fotovoltaicos de geração distribuída apresentam, atualmente no Brasil, viabilidade econômica e
segurança jurídica, uma vez que há normativas específicas regulamentando e incentivando o setor. Esse tipo de geração
de energia elétrica foi regulamentado em 17 de abril de 2012, quando entrou em vigor a Resolução Normativa ANEEL
nº 482/2012, sendo aperfeiçoada e atualizada pela Resolução Normativa ANEEL nº 687/2015. Segundo estas
resoluções, as unidades consumidoras podem gerar sua própria energia elétrica a partir de fontes renováveis ou
cogeração qualificada e inclusive fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade e compensar
créditos em meses subsequentes (ANEEL, 2015; LACCHINI; RÜTHER, 2015).
A normativa é válida para sistemas de micro e minigeração distribuídas de energia elétrica. A potência instalada
que se enquadra como microgeração distribuída é até 75 kW e a minigeração distribuída aquela com potência acima de
75 kW e menor ou igual a 5 MW, conectadas na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.
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A atualização da normativa também implementou novas possibilidades como a geração compartilhada e a geração em
empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras (ANEEL, 2015).
O cenário é promissor e a participação da energia solar fotovoltaica irá crescer significativamente nos próximos
anos, por ser uma fonte de energia que não libera poluentes durante sua operação, por sua fácil e harmoniosa integração
arquitetônica e sua competitividade econômica (ZOMER et al., 2014). A partir da inserção da geração distribuída no
sistema elétrico brasileiro é possível notar importantes vantagens, como a geração de energia diretamente no ponto de
consumo, reduzindo perdas na transmissão e distribuição de energia, bem como, a redução de investimentos para
ampliar essas linhas, além da mitigação de emissões de gases de efeito estufa (LACCHINI; RÜTHER, 2015).

2. FATOR DE DIMENSIONAMENTO DE INVERSOR c.c./c.a.

A otimização do sistema fotovoltaico de geração distribuída é fundamental para garantir o máximo desempenho
energético, segurança de operação e viabilidade econômica (FARANDA et al., 2015). De acordo com
(MANGANIELLO; BALATO; VITELLI, 2015) 43 % das falhas dos sistemas fotovoltaicos são ocasionadas pelos
inversores.
Os projetistas devem procurar o perfeito casamento das características entre os componentes de um sistema
fotovoltaico, constituído basicamente de módulos fotovoltaicos, inversores e outros componentes periféricos. O inversor
é responsável pela conversão da energia elétrica gerada pelos módulos fotovoltaicos em corrente contínua para energia
elétrica em corrente alternada com características e qualidade para injeção na rede ou consumo das cargas da unidade
consumidora. A partir do desenvolvimento da tecnologia os inversores tiveram aumentos consideráveis na eficiência
c.c./c.a. e segurança na conversão de energia, alcançando eficiências de 98 % em médias potências (KRATZENBERG
et al., 2014) e eficiências altas até mesmo em níveis de carregamento de 10 ou 20 % da potência nominal
(RAMPINELLI; KRENZINGER; PRIEB, 2007), bem como a redução dos custos (FARANDA et al., 2015). O
acoplamento entre o gerador fotovoltaico e o inversor deve garantir a otimização de desempenho do conjunto.
Na literatura existem vários métodos para determinar a proporção entre as potências do gerador FV e as potências
dos inversores, com diferentes nomenclaturas, v – nominal power ratio, DF – dimensioning factor, r – sizing ratio, IPR
– inverter power ratio, entre outros. Mas sempre baseados em: razão entre potência nominal no inversor e gerador
fotovoltaico em STC: PFV/PINV, ou razão entre potência nominal do gerador fotovoltaico em STC e potência nominal do
inversor: PINV/PFV (HUSSIN et al., 2017).
Neste trabalho adota-se o conceito de fator de dimensionamento do inversor - FDI, para determinar a relação entre
potência do inversor e do gerador fotovoltaico em STC (RAMPINELLI; KRENZINGER; PRIEB, 2007).

FDI = PINV / PFV (1)

onde PINV é a potência nominal do inversor e PPV é a potência do gerador em STC. Esta relação depende de vários
fatores como tecnologia do gerador, local de instalação, orientação, inclinação, aspectos climáticos, desempenho do
inversor e razão de custo por kW do inversor (FARANDA et al., 2015; RODRIGO; VELAZQUEZ; FERNANDEZ,
2016). Muitos autores propõem duas maneiras de dimensionar o inversor em relação ao gerador fotovoltaico. A
primeira é dimensionar o inversor para a potência nominal do gerador e a segunda é reduzir a potência do inversor para
aproximadamente 70 % da potência do gerador (BURGER; RUTHER, 2006; CHEN et al., 2013).
Tradicionalmente, no dimensionamento do conjunto gerador fotovoltaico-inversor, os projetistas de sistemas
fotovoltaicos optam por uma potência maior do gerador fotovoltaico em comparação à potência do inversor, ou seja,
fator de dimensionamento de inversor inferior a unidade (ABD EL-AAL et al., 2006; BURGER; RUTHER, 2006;
DEMOULIAS, 2010; KHATIB; MOHAMED; SOPIAN, 2013; MONDOL; YOHANIS; NORTON, 2006; NOTTON;
LAZAROV; STOYANOV, 2010; RAMLI et al., 2015; RODRIGO; VELAZQUEZ; FERNANDEZ, 2016). Esta prática
sempre é baseada em algumas premissas, descritas abaixo.

2.1 Condições padrão de teste

A potência nominal do gerador é determinada em condição padrão de teste de laboratório controlado com
irradiância de 1000 W/m², temperatura de célula de 25 ºC e espectro solar correspondente a uma massa de ar 1,5. Esta
premissa considera que em um sistema FV em operação, as condições de teste nunca ou raramente são verificadas e,
portanto, a potência nominal do gerador fotovoltaico nunca ou raramente é atingida (BURGER; RUTHER, 2006;
FARANDA et al., 2015).
Em realidade, é fato que em uma condição de irradiância de 1000 W/m², a temperatura de operação do módulo
será significativamente superior a temperatura de 25 ºC. A temperatura nas condições NOCT (Nominal Operating Cell
Temperature) de operação de célula/módulo fotovoltaico é obtida em uma condição de irradiância de 800 W/m²,
temperatura ambiente de 20 ºC e velocidade de vento inferior a 1 m/s. A temperatura nominal de operação é da ordem
de 45-50 ºC para os módulos comerciais (SAM, 2017). A potência do módulo/gerador fotovoltaico é inversamente
proporcional à sua temperatura de operação (CHANDER et al., 2015), especialmente para silício cristalino, o que
colabora para a prática de subdimensionar o inversor (BURGER; RUTHER, 2006).
A potência do módulo/gerador FV é proporcionalmente linear à irradiância em uma ampla faixa (CHANDER et
al., 2015). Atualmente os coeficientes de variação da potência do módulo/gerador fotovoltaico com relação a
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temperatura são da ordem de 0,3-0,4 %/ºC para módulos fotovoltaicos de silício cristalino (CAAMAÑO MARTÍN,
1998; JÚNIOR; MACÊDO; PINHO, 2014). A partir dessas características, sistemas fotovoltaicos, principalmente
operando em regiões de clima frio e níveis de irradiância elevados, apresentam perdas consideráveis de energia nos
casos de subdimensionamento dos inversores (BURGER; RUTHER, 2006; LUOMA; KLEISSL; MURRAY, 2012).
O ângulo de altura solar no verão é maior, favorecendo superfícies horizontais, porém no inverno o ângulo de
altura solar é menor e a média diária mensal de radiação solar também diminui devido a massa de ar. Dessa forma a
otimização para captação do recurso solar pelos sistemas fotovoltaicos ao longo do ano se dá através da inclinação da
superfície de absorção próximo a latitude do local.

2.2 Eficiências de conversão c.c./c.a.

A prática do sobredimensionamento do gerador FV em relação ao inversor c.c./c.a. também tem uma premissa
baseada na variação de eficiência c.c./c.a. em função da potência relativa (razão entre a potência instantânea e a
potência nominal do inversor). A premissa é baseada no fato de que em potências relativas inferiores a 50 %, a
eficiência c.c./c.a. é significativamente menor que as eficiências de conversão verificadas em potências relativas
superiores a 50 % (RODRIGO et al., 2016).
A premissa sustenta que o sobredimensionamento do gerador em relação ao inversor garante a operação do
inversor em uma faixa de potência relativa de maior eficiência de conversão c.c./c.a. (BURGER; RUTHER, 2006). Esta
premissa, realmente é consistente considerando as curvas de eficiências de inversores antigos, principalmente para
inversores centrais da década de 90.

2.3 Relação entre custo e potência

Outra premissa para sustentar o sobredimensionamento do gerador fotovoltaico em relação ao inversor está
baseada em uma correlação entre o preço do inversor e a potência do mesmo. Os inversores correspondem a uma
parcela considerável do custo total de um sistema fotovoltaico (CHEN et al., 2013). A premissa considera que em um
sistema fotovoltaico com fator de dimensionamento de inversor inferior a unidade o custo do inversor será menor, uma
vez que a potência do inversor é menor em comparação à potência de um inversor em um sistema fotovoltaico com
fator de dimensionamento igual ou superior a unidade (FARANDA et al., 2015; HUSSIN et al., 2017;
KRATZENBERG et al., 2014).
Porém a economia feita pelo subdimensionamento do inversor deve ser maior do que a perda em energia elétrica
devido ao corte de potência em momentos de alta irradiância (CHEN et al., 2013). A sobrecarga nos inversores
subdimensionados podem reduzir sua vida útil devido ao estresse dos componentes, acarretando em trocas de inversor
ao longo da vida útil do sistema fotovoltaico. Assim o custo adicional relativamente pequeno de um inversor de
potência nominal ou sobredimensionado é justificado pelo aumento do tempo médio de operação sem falhas
(BURGER; RUTHER, 2006; LUOMA; KLEISSL; MURRAY, 2012).
Dessa forma, para determinar o FDI mais adequado para diferentes características, diversos autores abordam o
tema, com distintas considerações.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho sugere a otimização do desempenho do sistema fotovoltaico de geração distribuída a partir de
um subdimensionamento da potência do gerador fotovoltaico em relação à potência nominal do inversor, ou seja,
propõem-se que o fator de dimensionamento de inversor seja superior a unidade (sobredimensionamento do inversor).
O perfil de dimensionamento dos sistemas fotovoltaicos e fabricantes de inversores utilizados comercialmente, foi
obtido a partir de uma pesquisa com projetistas atuantes do setor, abrangendo todos os estados brasileiros com sistemas
fotovoltaicos instalados no ano de 2017.
Para caracterização do perfil anual e temporal de irradiância foram utilizados dados medidos, a partir de uma
estação meteorológica automática composta por um piranômetro no plano horizontal e uma célula de referência com
aproximadamente 25 ° de inclinação, entre outros medidores. O período de integralização foi o ano de 2017.
O parâmetro utilizado como referência de desempenho é a eficiência c.c./c.a. média de inversores de distintas
tecnologias e diferentes fabricantes.
Sistemas fotovoltaicos com distintos fatores de dimensionamento de inversor foram simulados com o auxílio do
software Solar Advisor Model – SAM, desenvolvido pela Laboratório Nacional de Energias Renováveis - NREL, do
Departamento de Energia dos Estados Unidos da América.
O procedimento foi repetido para os inversores apresentados na Tab. 1:
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Tabela 1 - Inversores simulados em diferentes fatores de dimensionamento.

Ano Inversor Potência Topologia Ano Inversor Potência Topologia


1995 Ecopower20 20 kW LF 2012 SMA: SB6000TL-US-12 6,0 kW TLH5
1998 SolarMax S 3,3 kW TL 2014 Canadian: CSI-5000TL-CT 5,0 kW TL
2001 Convert 2000 1,8 kW TL 2014 SMA: SB5000TL-US-22 5,05 kW TL
2003 SMA: SB 1100E 1,1 kW LF 2015 Growatt: 5000MTLP-US 5,07 kW TL
2004 SMA: SB 700U 0,7 kW LF 2016 Fronius: primo 5.0-1 5,0 kW TL
2005 Mastervolt: QS3200 2,6 kW HF 2016 ABB: PVI-5000-OUTD-US-A 5,0 kW TL
2006 Fronius: IG3000 2,7 kW HF 2016 Ingeteam: Ingecon Sun 5TL U 5,0 kW TL
2006 SMA: SB3300TL 3,0 kW TL 2016 SMA: SB5000US-11 5,0 kW LF
2007 Sunways: NT 4000 3,3 kW TL 2016 SMA: SB3000HFUS-30 3,07 kW HF
2008 Ingeteam: Ingecon Sun 2.5 2,5 kW LF
LF: transformador de baixa frequência, HF: transformador de alta frequência, TL: sem transformador

Para cada tecnologia de inversor foram simulados sistemas fotovoltaicos considerando diferentes ângulos de
inclinação e ângulos de azimute. O procedimento foi repetido para três diferentes fatores de dimensionamento
sobredimensionado, nominal e subdimensionado com tensão c.c. constante.
A partir dos resultados da simulação em software foram obtidos mapas do comportamento e interação dinâmicos
do inversor em diferentes fatores de dimensionamento.

4. RESULTADOS

A Fig. 1 apresenta dados de uma amostra significativa da população sobre o dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos de geração distribuída. A amostra foi obtida a partir de uma pesquisa de mercado com 239 respondentes.
Os projetistas forneceram informações sobre a potência do gerador (kWp) e a potência dos inversores (kW) utilizados
nos sistemas fotovoltaicos de geração distribuída. A partir da análise amostral foi possível caracterizar o perfil dos
sistemas fotovoltaicos de geração distribuída em operação no Brasil no final de 2017 quando haviam 14.867 sistemas
instalados. A Tab. 2 apresenta os dados estatísticos da amostra para determinação dos erros padrões e considerando
diferentes níveis de confiança.
Verifica-se que 70 % dos sistemas instalados e em operação apresentam inversores subdimensionados em relação
aos geradores fotovoltaicos, 21 % utilizam inversores sobredimensionados e apenas 9 % possuem potências de gerador
e inversor próximas ou coincidentes. Estes projetistas provavelmente seguem algumas das premissas apresentadas
anteriormente, acarretando no subdimensionamento dos inversores.

Figura 1 – Perfil dos sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil.

Tabela 2 – Validação da amostra a partir de dados e ponderações estatísticas.

FDI Nível de confiança Proporção Erro padrão


95 % ± 5.19 %
Sobredimensionado 90 % 21% ± 4.35%
80 % ± 3.39%
95 % ± 3.67%
Nominal 90 % 9% ± 3.07%
80 % ± 2.39%
95 % ± 5.84%
Subdimensionado 90 % 69% ± 4.90%
80 % ± 3.81%
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A Fig. 2 apresenta dados medidos e o histograma de frequência de irrandiância. Os dados são provenientes de uma
estação meteorológica composta por um piranômetro no plano horizontal e uma célula de referência com
aproximadamente 25 ° de inclinação, entre outros equipamentos, localizada em Araranguá/SC. No histograma os dados
de irrandiância inferiores a 100 W/m² foram desconsiderados da amostra. Seleciona-se apenas a faixa de irradiância
(>100 W/m²) em que o sistema fotovoltaico está em operação.
A radiação solar incidente na superfície terrestre é constituída por uma componente direta e pela radiação que
sofre espalhamento denominada componente difusa (KALOGIROU, 2013). O piranômetro por estar no plano
horizontal, mede essas duas componentes, apresentando maiores frequências para as menores irradiâncias.
A célula de referência por estar no plano inclinado, além dessas duas componentes ainda mede uma terceira
componente que é a radiação refletida pelo ambiente entorno (albedo) (KALOGIROU, 2013). Em uma condição
otimizada ao longo do ano apresenta maiores frequências nas maiores irradiâncias, sendo essa a condição de operação
dos sistemas fotovoltaicos, acarretando em 8,83 % de sua operação ao longo do ano sob condições de irradiância maior
que 1000 W/m².

Figura 2 – Histograma anual de irradiância medida, a partir de um piranômetro no plano horizontal e uma célula
de referência com aproximadamente 25 ° de inclinação.

A Fig. 3 apresenta o boxplot com a distribuição empírica das irradiâncias medidas. Em condições meteorológicas
de campo, há ocorrência de irradiâncias superiores à 1000 W/m² e intervalos de amostragem de mais de 10 min afetam
no dimensionamento dos inversores (RODRIGO; VELAZQUEZ; FERNANDEZ, 2016). Estudos mostram que
inversores sofrem cortes de energia por usarem dados médios horários no dimensionamento (HUSSIN et al., 2017). A
partir do aumento da resolução de tempo dos dados de irradiação solar, pode-se verificar maiores perdas devido ao sub
dimensionamento dos inversores, uma vez que médias horárias escondem importantes picos de irradiação (BURGER;
RUTHER, 2006).

Piranômetro
Cel. Ref. 25 °

Figura 3 – Boxplot anual de irradiância medida.

Devido à efeitos transientes de interação da radiação solar na camada limite atmosférica podem ser verificados
valores de irradiância superiores à 1400 W/m². Estas condições especiais podem resultar em valores de potência do
módulo/gerador fotovoltaico superiores à potência nominal. Considerando um sistema fotovoltaico de geração
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distribuída com fator de dimensionamento de inversor inferior a unidade, esta condição pode influenciar negativamente
no desempenho do inversor.
Considerando a ocorrência de picos de irradiância acima das condições nominais, o corte de energia pode
ocasionar o superaquecimento dos componentes do inversor, operando em carga máxima com maior frequência,
precisando utilizar os recursos de redução de temperatura de seus algoritmos, ocasionando perdas de energia
(BURGER; RUTHER, 2006), inclusive resultado em danos irreparáveis ao equipamento (HUSSIN et al., 2017;
LUOMA; KLEISSL; MURRAY, 2012). Por exemplo, pode haver um tempo de atraso para que os inversores se
protejam das sobrecorrentes ocasionadas pelas altas irradiâncias (CHEN et al., 2013). Desta forma, pode-se afirmar que
a premissa de que a potência nominal do módulo/gerador fotovoltaico nunca ou raramente é atingida não é
sustentada/corroborada.
Sistemas fotovoltaicos de geração distribuída em diferentes fatores de dimensionamento foram simulados no
software SAM/NREL. Para a simulação foram utilizados inversores de diferentes topologias, fabricantes e ano de
comercialização. A eficiência média c.c./c.a. foi utilizada como métrica de avaliação de desempenho. O objetivo é
verificar o comportamento dinâmico do inversor em distintos fatores de dimensionamento e comprovar que os
inversores atuais não apresentam desempenho inferior na condição de sobredimensionamento. Os sistemas fotovoltaicos
também foram simulados em diferentes ângulos de inclinação e de azimute para verificar o comportamento da
eficiência média c.c./c.a. em condições não ótimas. A Fig. 4 apresenta mapas de comportamento e interação dinâmicos
de valores de eficiência de conversão c.c./c.a. para diferentes inversores, variando o ângulo de inclinação e desvio
azimutal em três fatores de dimensionamento, obtidos a partir de curvas de eficiências de diversos inversores.
Os inversores mais antigos apresentam eficiências médias menores que os inversores atuais e variação de até
15 %. As diferentes topologias de inversores entre 1994-2002, apresentam eficiências máximas de 96 % (CALAIS et
al., 2002) principalmente para inversores centrais da década de 90.
Utilizando o esquema de cores onde, do verde para o vermelho significa do maior para o menor, observa-se que os
inversores mais antigos (Fig. 4a e 4b) apresentam melhores eficiências de conversão c.c./c.a. no subdimensionamento
do inversor. Demonstrando que em potências relativas inferiores a 50 %, a eficiência c.c./c.a. é significativamente
menor que as eficiências de conversão verificadas em potências relativas superiores a 50 %.
Os inversores atuais, disponíveis comercialmente, apresentam elevadas eficiências c.c./c.a. em praticamente todos
os níveis de carregamento (BURGER; RUTHER, 2006). Na Fig. 4e e 4f, pode-se observar variações de 1.18 % e 1 %,
respectivamente. Neste cenário, há maior flexibilidade quanto a inclinação e desvio azimutal do sistema fotovoltaico,
sem onerar a eficiência.

a) Ecopower20 (1995)
FDI 2.0 1.0 0.67
0 89.16 89.16 89.16 89.16 89.16 89.16 89.16 92.60 92.60 92.60 92.60 92.60 92.60 92.60 93.74 93.74 93.74 93.74 93.74 93.74 93.74
15 89.66 89.61 89.44 89.15 88.80 88.45 88.30 92.89 92.85 92.73 92.56 92.36 92.19 92.12 93.89 93.86 93.79 93.69 93.57 93.48 93.44
Inclinação (°)

30 89.81 89.69 89.42 88.90 88.13 87.31 86.93 92.96 92.89 92.68 92.34 91.89 91.41 91.17 93.91 93.86 93.73 93.52 93.25 92.98 92.84
45 89.62 89.49 89.13 88.37 87.14 85.72 85.06 92.83 92.72 92.45 91.95 91.18 90.20 89.76 93.85 93.77 93.57 93.26 92.77 92.13 91.81
60 89.03 88.90 88.46 87.54 85.81 83.58 82.15 92.46 92.34 92.00 91.36 90.23 88.60 87.72 93.65 93.56 93.32 92.89 92.14 90.97 90.32
75 87.84 87.77 87.43 86.31 84.13 81.07 78.54 91.74 91.63 91.29 90.53 89.06 86.74 84.92 93.20 93.12 92.88 92.36 91.33 89.62 88.36
90 85.86 85.86 85.76 84.65 82.14 85.86 85.86 90.39 90.42 90.20 89.41 87.66 85.08 82.97 92.31 92.30 92.14 91.58 90.32 88.37 86.82
Azimute (°) 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180

b) Convert 2000 (2001)


FDI 2.0 1.0 0.67
0 92.11 92.11 92.11 92.11 92.11 92.11 92.11 94.12 94.12 94.12 94.12 94.12 94.12 94.12 94.59 94.59 94.59 94.59 94.59 94.59 94.59
15 92.40 92.37 92.27 92.11 91.90 91.69 91.61 94.28 94.26 94.20 94.10 93.98 93.88 93.84 94.62 94.61 94.59 94.56 94.52 94.49 94.48
Inclinação (°)

30 92.48 92.42 92.27 91.97 91.53 91.05 90.85 93.30 94.28 94.17 93.97 93.72 93.44 93.30 94.61 94.59 94.53 94.46 94.36 94.25 94.19
45 92.37 92.31 92.11 91.69 90.99 90.21 89.83 94.25 94.19 94.03 93.75 93.31 92.74 92.50 94.59 94.55 94.45 94.33 94.11 93.80 93.65
60 92.04 91.98 91.75 91.24 90.29 89.07 88.24 94.05 93.97 93.77 93.41 92.75 91.82 91.31 94.54 94.49 94.35 94.14 93.77 93.15 92.79
75 91.36 91.35 91.18 90.59 89.41 87.79 86.43 93.63 93.56 93.37 92.91 92.04 90.71 89.65 94.35 94.31 94.16 93.88 93.32 92.36 91.62
90 90.29 90.28 90.28 89.71 88.38 86.70 85.55 92.84 92.85 92.72 92.25 91.20 89.70 88.43 93.91 93.89 93.79 93.47 92.75 91.63 90.71
Azimute (°) 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180

c) Fronius IG3000 (2006)


FDI 2.0 1.0 0.67
0 96.83 96.83 96.83 96.83 96.83 96.83 96.83 96.52 96.52 96.52 96.52 96.52 96.52 96.52 96.01 96.01 96.01 96.01 96.01 96.01 96.01
15 96.83 96.81 96.78 96.76 96.76 96.76 96.79 96.43 96.45 96.49 96.52 96.56 96.59 96.60 95.88 95.91 95.95 96.01 96.08 96.14 96.16
Inclinação (°)

30 96.78 96.77 96.77 96.77 96.76 96.69 96.69 96.41 96.43 96.47 96.53 96.60 96.67 96.69 95.84 95.87 95.93 96.03 96.17 96.29 96.34
45 96.78 96.78 96.77 96.76 96.74 96.60 96.55 96.43 96.46 96.48 96.55 96.66 96.75 96.79 95.88 95.91 95.96 96.08 96.27 96.45 96.55
60 96.77 96.77 96.75 96.72 96.66 96.42 96.33 96.49 96.51 96.53 96.60 96.71 96.82 96.89 96.00 96.02 96.06 96.19 96.41 96.65 96.81
75 96.73 96.72 96.70 96.65 96.54 96.12 95.80 96.59 96.61 96.61 96.67 96.78 96.87 96.90 96.18 96.19 96.21 96.33 96.56 96.83 97.01
90 96.55 96.60 96.59 96.51 96.32 95.75 95.29 96.69 96.72 96.71 96.75 96.84 96.87 96.84 96.40 96.42 96.41 96.51 96.73 96.95 97.04
Azimute (°) 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180
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d) SMA SB5000TL (2014)


FDI 2.0 1.0 0.67
0 97.30 97.30 97.30 97.30 97.30 97.30 97.30 97.07 97.07 97.07 97.07 97.07 97.07 97.07 96.62 96.62 96.62 96.62 96.62 96.62 96.62
15 97.28 97.28 97.29 97.30 97.32 97.33 97.33 97.03 97.03 97.04 97.07 97.10 97.13 97.14 96.52 96.53 96.56 96.61 96.66 96.71 96.73
Inclinação (°)

30 97.28 97.27 97.28 97.30 97.32 97.34 97.35 97.01 97.01 97.03 97.08 97.14 97.20 97.22 96.49 96.50 96.54 96.62 96.73 96.84 96.88
45 97.29 97.28 97.29 97.30 97.33 97.36 97.36 97.03 97.03 97.05 97.10 97.19 97.27 97.31 96.53 96.54 96.57 96.67 96.82 96.97 97.04
60 97.31 97.30 97.30 97.32 97.35 97.37 97.37 97.08 97.08 97.09 97.14 97.24 97.35 97.41 96.64 96.63 96.66 96.75 96.93 97.11 97.22
75 97.34 97.33 97.33 97.34 97.36 97.36 97.35 97.17 97.16 97.16 97.21 97.31 97.42 97.48 96.79 96.78 96.79 96.87 97.04 97.24 97.36
90 97.35 97.35 97.35 97.35 97.36 97.34 97.28 97.28 97.26 97.26 97.30 97.38 97.48 97.50 96.97 96.96 96.94 97.01 97.16 97.33 97.41
Azimute (°) 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180

e) Fronius Primo 5.0-1 (2016)


FDI 2.0 1.0 0.67
0 96.92 96.92 96.92 96.92 96.92 96.92 96.92 96.86 96.86 96.86 96.86 96.86 96.86 96.86 96.61 96.61 96.61 96.61 96.61 96.61 96.61
15 96.92 96.91 96.93 96.92 96.91 96.91 96.88 96.83 96.84 96.85 96.86 96.88 96.89 96.89 96.55 96.56 96.57 96.61 96.65 96.68 96.70
Inclinação (°)

30 96.91 96.92 96.92 96.91 96.89 96.86 96.81 96.83 96.83 96.84 96.86 96.89 96.92 96.92 96.53 96.53 96.56 96.62 96.69 96.76 96.78
45 96.90 96.91 96.90 96.88 96.83 96.76 96.68 96.84 96.84 96.84 96.87 96.90 96.93 96.93 96.56 96.56 96.58 96.64 96.74 96.83 96.86
60 96.87 96.89 96.87 96.83 96.75 96.61 96.47 96.87 96.86 96.86 96.88 96.91 96.94 96.94 96.63 96.63 96.64 96.70 96.80 96.89 96.95
75 96.82 96.84 96.82 96.76 96.65 96.37 96.12 96.89 96.89 96.88 96.90 96.92 96.92 96.88 96.74 96.73 96.73 96.77 96.86 96.95 96.99
90 96.70 96.73 96.72 96.65 96.50 96.10 95.80 96.90 96.91 96.91 96.91 96.91 96.88 96.79 96.84 96.83 96.82 96.85 96.92 96.98 96.98
Azimute (°) 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180

f) ABB PVI-5000 (2016)


FDI 2.0 1.0 0.67
0 97.54 97.54 97.54 97.54 97.54 97.54 97.54 97.23 97.23 97.23 97.23 97.23 97.23 97.23 96.80 96.80 96.80 96.80 96.80 96.80 96.80
15 97.51 97.52 97.53 97.54 97.55 97.55 97.54 97.18 97.18 97.20 97.23 97.26 97.29 97.30 96.70 96.71 96.74 96.80 96.86 96.91 96.94
Inclinação (°)

30 97.50 97.52 97.53 97.53 97.55 97.55 97.54 97.16 97.17 97.19 97.24 97.30 97.36 97.38 96.67 96.68 96.72 96.81 96.93 97.05 97.09
45 97.50 97.52 97.52 97.53 97.54 97.53 97.51 97.18 97.18 97.21 97.26 97.34 97.43 97.47 96.71 96.72 96.76 96.86 97.03 97.19 97.26
60 97.51 97.52 97.52 97.52 97.52 97.48 97.44 97.24 97.24 97.25 97.31 97.40 97.51 97.57 96.82 96.82 96.85 96.96 97.14 97.34 97.45
75 97.51 97.52 97.51 97.51 97.48 97.39 97.27 97.33 97.32 97.32 97.37 97.47 97.58 97.63 96.99 96.98 96.99 97.08 97.27 97.48 97.61
90 97.47 97.50 97.49 97.48 97.43 97.26 97.08 97.42 97.42 97.41 97.45 97.53 97.61 97.62 97.18 97.17 97.16 97.23 97.40 97.57 97.66
Azimute (°) 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180 0 30 60 90 120 150 180

Figura 4 – Mapas dinâmicos de valores de eficiência de conversão c.c./c.a.. a) Ecopower20 – 1995, b) Covert2000
– 2001, c) FroniusIG3000 – 2006, d) SMA SB5000TL – 2014, e) Fronius Primo 5.0-1 – 2016, f) ABB PVI-5000 –
2016.

Inclusive, há inversores que apresentam melhor desempenho de conversão c.c./c.a. em potências relativas entre 30-
70 %. Para inversores que apresentam maiores eficiências c.c./c.a., o dimensionamento é unitário especialmente em
altas irradiâncias (HUSSIN et al., 2017).
A Tab. 3 apresenta valores de eficiência média para condições ótimas nos três fatores de dimensionamento dos
inversores. Houve um período de transição entre 2006 e 2008 onde alguns inversores apresentavam melhores
eficiências no sobredimensionamento do inversor e outros modelos apresentavam melhores eficiências médias no
subdimensionamento.
A partir de 2012 os inversores comumente apresentam melhores eficiências quando se encontram em fatores de
dimensionamento superiores à unidade. As topologias HF e LF de 2016 apresentam eficiências médias compatíveis com
os inversores TL; porém, atualmente essa topologia é a mais utilizada em sistemas fotovoltaicos, pela disponibilidade e
melhor custo benefício.
A partir destas argumentações e verificações, pode-se afirmar que para a atualidade a premissa de que a eficiência
c.c./c.a. de inversor é significativamente menor em potências relativas inferiores a 50 %, atualmente, não é
sustentada/corroborada.
Considerando inversores comerciais de distintos fabricantes disponíveis no mercado na Fig. 5, verifica-se que a
correlação entre preço e potência (R$/W) apresenta um coeficiente de determinação R² da ordem de 35 %. Este
coeficiente indica que a variação de preço do inversor é parcialmente influenciada pela potência, sendo que outras
variáveis, como por exemplo os distintos fabricantes, também impactam no preço do equipamento (CHEN et al., 2013).
Dessa maneira, o preço unitário dos inversores não é linear em todos os níveis de potência, inclusive para o
mesmo fabricante e local. Isso faz com que inversores maiores tenham um custo por watt menor. Assim, deve-se
observar a diferença entre fabricantes, confiabilidade e funções (CHEN et al., 2013).
A partir destas argumentações e verificações, pode-se afirmar que a premissa de que o preço do inversor está
diretamente relacionado com a potência do equipamento não é, de fato, sustentada.
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Tabela 3 – Eficiência média para condições ótimas em três fatores de dimensionamento dos inversores.

Ano Inversor Pot. Top. FDI: 2,0 FDI: 1,0 FDI: 0,66 Ref.
(HAEBERLIN; LIEBI;
1995 Ecopower20 20 kW LF 89,16 92,96 93,91
BEUTLER, 1995)
(HAEBERLIN; LIEBI;
1998 SolarMax S 3,3 kW TL 91,53 92,51 92,67
BEUTLER, 1995)
2001 Convert 2000 1,8 kW TL 92,48 93,30 94,61 (HAEBERLIN, 2001)
(RAMPINELLI; KRENZINGER;
2003 SMA: SB 1100E 1,1 kW LF 86,42 88,65 88,85
ROMERO, 2014)
(RAMPINELLI; KRENZINGER;
2004 SMA: SB 700U 0,7 kW LF 84,52 88,44 89,46
ROMERO, 2014)
(RAMPINELLI; KRENZINGER;
2005 Mastervolt: QS3200 2,6 kW HF 84,33 87,70 88,55
ROMERO, 2014)
2006 Fronius: IG3000 2,7 kW HF 96,78 96,41 95,84 (SAM, 2017)
(ALONSO-ABELLA; CHENLO;
2006 SMA: SB3300TL 3,0 kW TL 93,17 94,54 94,61
SALAS, 2006)
(RAMPINELLI; KRENZINGER;
2007 Sunways: NT 4000 3,3 kW TL 97,03 96,71 96,14
ROMERO, 2014)
(RAMPINELLI; KRENZINGER;
2008 Ingeteam: Ingecon Sun 2,5 2,5 kW LF 88,97 91,06 91,14
ROMERO, 2014)
2012 SMA: SB6000TL-US-12 6,0 kW TLH5 99,39 98,94 98,59 (SAM, 2017)
2014 Canadian: CSI-5000TL-CT 5,0 kW TL 98,19 97,97 97,66 (SAM, 2017)
2014 SMA: SB5000TL-US-22 5,05 kW TL 97,28 97,00 96,49 (SAM, 2017)
2015 Growatt: 5000MTLP-US 5,07 kW TL 96,51 96,48 96,27 (SAM, 2017)
2016 Fronius: primo 5.0-1 5,0 kW TL 96,91 96,83 96,53 (SAM, 2017)
ABB: PVI-5000-OUTD-
2016 5,0 kW TL 97,49 97,16 96,66 (SAM, 2017)
US-A
Ingeteam: Ingecon Sun
2016 5,0 kW TL 99,03 98,67 98,25 (SAM, 2017)
5TL U
2016 SMA: SB5000US-11 5,0 kW LF 97,40 96,97 96,41 (SAM, 2017)
2016 SMA: SB3000HFUS-30 3,07 kW HF 98,27 97,65 96,98 (SAM, 2017)

Figura 5 – Correlação entre preço e potência de distintos inversores.

5. CONCLUSÃO

A partir do desenvolvimento da tecnologia os inversores tiveram aumentos consideráveis na eficiência c.c./c.a. e


segurança na conversão de energia elétrica, porém o dimensionamento entre gerador fotovoltaico e inversor ainda segue
premissas mundiais que são questionáveis. Uma pesquisa realizada com projetistas do Brasil, mostra que 70 % dos
sistemas instalados estão com os inversores subdimensionados, ou seja, a potência do gerador fotovoltaico é superior a
potência do inversor. Isso se deve ao fato de os projetistas levarem em consideração algumas premissas praticadas
mundialmente: condições padrão de teste que raramente são verificadas, baixas eficiências de conversão c.c./c.a. em
potencias relativas inferiores à 50 % e a relação entre custo e potência. Estas premissas foram analisadas e refutadas. O
trabalho apresenta a proposta de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos de geração distribuída a partir do
sobredimensionamento do inversor, evidenciando as vantagens desta prática.
O resultado de medições e a consequente caracterização do perfil de irradiância em uma condição otimizada,
indicam uma frequência anual de 8,83 % com níveis de irrandiância maiores que 1000 W/m² considerando a operação
do sistema fotovoltaico de geração distribuída. Esta condição em sistemas fotovoltaicos com inversor subdimensionado
podem resultar em sobrecarga e redução da vida útil do equipamento em função da maior frequência de operação em
níveis críticos de temperatura. Adicionalmente considerando inversores comerciais de distintos fabricantes disponíveis
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no mercado verifica-se que a correlação entre preço e potência (R$/W) apresenta um coeficiente de determinação R² da
ordem de 35 %. Este resultado indica que a variação de preço do inversor é parcialmente influenciada pela potência,
sendo que outras variáveis, como por exemplo os distintos fabricantes, também impactam no preço do equipamento.
Sistemas fotovoltaicos de geração distribuída foram simulados considerando diferentes fatores de
dimensionamento. A métrica de avaliação de desempenho utilizada foi a eficiência média c.c./c.a..
Os mapas dinâmicos mostram e evidenciam as faixas de operação onde pode-se otimizar o desempenho de
inversores a partir da eficiência c.c./c.a. média. Da mesma forma que mostram através de uma linha do tempo que
inversores da década de 90 apresentam melhores eficiências de conversão c.c./c.a. no subdimensionamento do inversor,
enquanto que em meados dos anos 2005 e 2012 com a entrada dos inversores TL e evolução tecnológica ocorreu a
transição das faixas de operação de melhores eficiências dos inversores. Dessa forma a após 2012 todos os inversores
apresentam elevadas eficiências c.c./c.a. em praticamente todos os níveis de carregamento e pode-se verificar que a
otimização do desempenho de inversores ocorre para fatores de dimensionamento superiores a unidade. Esta condição
implica em uma menor frequência de operação do inversor em potência nominal e níveis críticos de temperatura,
implicando em maior vida útil dos inversores.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à


Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

REFERÊNCIAS

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PERFORMANCE ANALYSIS OF GRID-CONNECTED PHOTOVOLTAIC SYSTEMS THROUGH


INVERTER’S OVERSIZING

Abstract. The inverter sizing factor is the ratio between inverter power (Pinv) and the power of the photovoltaic
generator in STC (Standart Test Conditions). Traditionally, when sizing the PV array, PV engineers have opted for
higher PV generator power compared to the inverter power, i.e. inverter sizing factor less than one unit. This is because
they take into account some assumptions that are practiced worldwide: standard test conditions that are rarely verified
in operation, low d.c./a.c. conversion efficiencies at relative powers below 50 % and the inverter’s cost-to-power ratio.
This paper analyzes, rebounds these assumptions and presents the advantages of inverter oversizing. For the analysis
we use irradiance measurement data, computational simulations of photovoltaic systems using different inverters and
survey the costs of inverters from different manufacturers. The characterization of the irradiance profile shows that
values greater than 1000 W / m² are verified with annual frequency of 8.8 %, considering the operation period of the
photovoltaic system. In PV systems with undersized inverters, this scenario may result in overload and reduced inverter
life due to more frequent operation at critical equipment limits. Photovoltaic systems were simulated in different design
factors and different inverter topologies. From the results of computer simulations, it can be observed that the inverters
of the 90’s have better average conversion efficiencies d.c./a.c. inverter undersizing. However, current commercially
available inverters have high average efficiencies d.c./a.c. at virtually all load levels and the highest average
efficiencies are confirmed by inverter oversizing.

Key words: Photovoltaic Systems, Inverter d.c./a.c., Sizing Factor

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