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TURMA DE REDAÇÃO – CURSO PARA DISCURSIVAS 1

COMO TIRAR NOTA MÁXIMA NA REDAÇÃO DA FCC!


Redação para FCC é sinônimo de dificuldade no caminho dos
concurseiros. Quando observo as notas das redações dos concursos
organizados pela banca, vejo que a imensa maioria fica ali em torno
dos 70 a 85 pontos. Não que 85 pontos seja ruim, mas pode não ser o
suficiente.
A maioria dos pontos perdidos são na parte de conteúdo, nos
itens em que o examinador avalia capacidade de análise e senso crítico
e consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu
encadeamento. Se você está nesse grupo, não perca este texto nem
os próximos. Escreverei exatamente sobre o que pode fazer a diferença
em sua argumentação e buscar a nota máxima. Se você vai fazer pela
primeira vez uma prova de redação da FCC, não queira pagar para ver!
Leia com atenção! Melhor: devore!
Vamos começar com um dos assuntos prediletos da banca.
Quando o assunto é sociedade de consumo e liquidez dos objetos
e das relações (obsolescência), não há nenhum teórico mais adequado
para se citar do que Bauman. Uma banca mais exigente em relação à
profundidade e à qualidade da argumentação espera ver o nome do
pensador nos textos que irão obter as melhores notas.
Lembro, no entanto, que não basta citar de forma estanque, é
preciso encaixar adequadamente os pensamentos do polonês dentro
do seu texto, da sua análise. Do contrário, será como “pérolas aos
porcos”. Para conseguir esse encaixe, entretanto, é fundamental
incorporar algumas das ideias de Bauman, apropriando-se delas.
Assim, você conseguirá inseri-las de forma satisfatória na sua linha
argumentativa. Vamos a algumas dessas ideias!
Partamos de algumas frases do sociólogo:
“Na sociedade contemporânea, emergem o individualismo, a
fluidez e a efemeridade das relações.”
“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar.”

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A sociedade de consumo está totalmente ligada à fluidez. Essa


talvez seja a relação mais necessária a se estabelecer. Sem que se
entenda isso como uma verdade, não há como entender o pensamento
de Bauman. As pessoas estão extremamente preocupadas com o “ter”,
o que traz implicações inevitáveis no “ser”. Parece clichê (e é), mas é
o fato.
Na modernidade líquida, a valorização das pessoas parte
primordialmente daquilo que elas possuem, do que usam, de como se
vestem, de onde comem, de onde moram, de com quem se relacionam
(naturalmente, no caso de com quem se relacionam, o que importa são
as mesmas coisas: posses, roupas, restaurantes etc). Isso gera,
inequivocamente, uma pseudonecessidade de consumo, que nos é
imposta – muitas vezes – pela mídia e reproduzida sistematicamente
pela sociedade.
Essa falsa necessidade faz com que as pessoas descartem muito
rapidamente seus bens de consumo, substituindo-os pelas novidades.
Na verdade, são velhas novidades. Um novo smartphone não tem nada
de tão novo que justifique seu valor e a troca do modelo X por X+1,
mas as pessoas trocam, gastam “fortunas” para ficarem “atualizadas”.
Resumindo: essa necessidade criada de consumo torna os objetos
obsoletos.
A grande questão é que essa obsolescência está indo além dos
objetos, dos bens. A fluidez já afeta fortemente as nossas relações
pessoais. E, segundo Bauman, as redes sociais (o Facebook é o
exemplo mais notório) têm contribuído para que isso ocorra com ainda
mais frequência, pois resumem-se a duas ações: conectar e
desconectar. É muito simples começar uma relação virtual tanto
quanto é simples terminá-la.
A fluidez nas relações é, portanto, um grande problema social e
político, pois grupos são formados e destruídos pelos mais irrelevantes
motivos. Assim, mesmo quando não desfazemos as “amizades”
virtuais, não temos a obrigação de conviver com pessoas que pensam

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um mínimo que seja diferente de nós, temos opções para bloquear


“amigos” e coisas do tipo. Estamos longe e perto, perto e longe, mas
sempre há superficialidade nessas relações, e essa superficialidade
vem para as amizades não-virtuais. Ou seja, temos o que Bauman
chama de “amor líquido”.
Com isso aqui, já dá para começar!
Grande abraço,
Professor Marco Antonio “Macarrão”.

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