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Sumário Executivo

O II Relatório de Acompanhamento dos Objetivos do Desenvolvimento


Sustentável (ODS) do Estado de São Paulo apresenta, por meio do Histórico de
Implementação da Agenda 2030, Metodologia de Trabalho e Conclusão, o grau
de comprometimento do Governo de São Paulo na implementação da Agenda
2030 no território paulista, assim como os diálogos estabelecidos com a
Sociedade Civil (setor privado, Academia e sociedade civil organizada). Por meio
dos Relatos de Programas dos diversos setores do Governo e suas interfaces
com os instrumentos de Planejamento (PPA e Programa de Metas), este
Relatório destaca os programas prioritários do governo em diálogo com os 17
ODS e algumas das 169 metas, priorizadas pela Comissão ODS, no contexto da
pandemia da COVID-19.

Introdução

Este é o II Relatório de Acompanhamento dos Objetivos do Desenvolvimento


Sustentável (ODS) do Estado de São Paulo. Enquanto o I Relatório foi elaborado
a partir de um instrumento de planejamento do Governo, já concluído (PPA 2016-
2019), em diálogo com os ODS e por um número limitado de assessores e
técnicos do Governo https://sdgs.un.org/topics/voluntary-local-reviews e
www.casacivil.sp.gov.br, www.seade.gov.br e www.fapesp.br , o II Relatório
apresenta o avanço da disseminação da Agenda 2030 nas mais diversas
instituições do Governo, a partir de 2019, quando a Comissão Estadual para os
ODS, criada em 09 de novembro de 2018 e reorganizada em março de 2019,
efetivamente, iniciou a sua atuação, na prática.

Enfrentamos três grandes desafios: um interno, outro externo e um global.

O primeiro grande desafio foi engajar os representantes membros das 23


secretarias de estado e de alguns órgãos numa tarefa de interesse comum, nova
e complexa. Para isso, foi necessário criar uma metodologia de trabalho – do
setorial, rumo à integração governamental - que permitisse alcançar o resultado
esperado: a elaboração de um documento único, que demonstrasse o
comprometimento do Governo de São Paulo na implementação da Agenda
2030, como governo subnacional.

O segundo grande desafio foi engajar os membros da Comissão, da sociedade


civil (setor privado, Academia e organização civil organizada) em diálogo com o
Governo.

E, o terceiro desafio foi a pandemia da COVID-19 que exigiu do nosso Governo,


assim como de todos os governos mundiais, uma série de medidas emergenciais
e uma revisão dos programas e das ações do Governo para atender a uma crise
sanitária sem precedentes. O Governo de São Paulo se baseou na ciência, nas
pesquisas e nas parcerias, sempre com foco em salvar o maior número de vidas
possível.

A Comissão Estadual ODS foi, pouco a pouco, tornando-se um espaço que


permite o diálogo entre os seus membros (governamentais e não
governamentais), assim como uma compreensão macro, holística de como cada
parte integra o todo, ou seja, de como cada setor específico interage e contribui
para o avanço do desenvolvimento sustentável do Governo de SP e,
consequentemente, do Brasil e do mundo. Descreveremos na metodologia de
trabalho e na conclusão como os Relatos de Programas se relacionam com os
instrumentos de planejamento do Governo (PPA e Plano de Metas) e,
concomitantemente, com os ODS e metas globais.

Apesar de a Agenda 2030 não ser um compromisso compulsório assinado pelos


países membro da ONU - inclusive pelo Brasil - sabe-se que, atualmente, esta é
uma Agenda discutida em todos os setores da sociedade e que, implementá-la
significa não só trazer benefícios para a sociedade local, mas, igualmente para
o próprio governo que a implementa.

Assim, o Governo de São Paulo, que tem relevância primordial na República


Federativa do Brasil, com seus quase 46 milhões de habitantes,
sua contribuição de 1/3 do PIB do país, sua intensa industrialização e
investimento em infraestrutura, sua excelência em universidades e capacitação
profissional assumiu este compromisso voluntário, em 2015 que, não só
beneficiará o nosso território como também nos permitirá maior inserção no
cenário internacional, por meio de participação em fóruns internacionais de
discussão e possibilidades de ampliação de parcerias. Afinal, organismos
multilaterais e investidores internacionais estão apostando em governos
comprometidos com os principais eixos da Agenda 2030 (social, econômico e
ambiental) e, aqueles que não o fizerem, tendem a se tornar obsoletos.

A história da implementação da Agenda 2030, no Governo de São Paulo será


descrita aqui, levando-se em consideração as dificuldades e os obstáculos que
enfrentamos ao longo do processo. Descreveremos o desafio contínuo de
institucionalização da Agenda para que esta pauta se torne uma Agenda de
Estado, até 2030.

É, portanto, com enorme satisfação que apresentamos este relatório, elaborado


conjuntamente por todos os membros da Comissão e que acreditamos, poderá
ser um impulsionador de outros Governos subnacionais e locais para que se
engajem nesta fundamental Agenda Global com o objetivo de lutar por uma
sociedade mais próspera e justa, que respeite os direitos humanos e o meio
ambiente “sem deixar ninguém para trás”.

Boa leitura!
Capítulo I

HISTÓRICO

A Implementação da Agenda 2030 no Governo de São Paulo

A humanidade deu grandes saltos ao longo de sua evolução, entre eles: a


descoberta do fogo, da escrita, da imprensa, da máquina a vapor (Revolução
Industrial); o pensamento iluminista (Revolução Francesa); a Revolução
Tecnológica, a Revolução Financeira e assim por diante. No entanto,
paralelamente aos avanços alcançados, o ser humano se deu conta de que as
suas ações poderiam colocar em risco o seu próprio habitat. E assim, em 1972
foi realizada a primeira grande Conferência Mundial, a “Conferência de
Estocolmo” quando Chefes de Estado se reuniram para discutir os efeitos das
ações da humanidade no planeta. Em 1987, foi lançado o Relatório Bruntland
intitulado “Nosso Futuro Comum” onde, pela primeira vez, definiu-se o conceito
de Desenvolvimento Sustentável: “O desenvolvimento que satisfaz as
necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de suprir as suas próprias necessidades”. Em 1992, o Brasil sediou a Rio 92
quando os países membros das Nações Unidas (ONU) assinaram as históricas
Convenção do Clima, a Convenção de Biodiversidade e a Convenção de
Desertificação e, 20 anos depois, sediou a Rio+20 quando foram estabelecidas
as bases para a elaboração da Agenda 2030. Certamente, momentos estes de
novos saltos da humanidade.
Historicamente, o Estado de São Paulo teve grande atuação internacional como
governo subnacional da República Federativa do Brasil por diferentes razões:
região de forte imigração italiana, japonesa, libanesa, entre outras, teve
resultados expressivos no desenvolvimento, primordialmente, durante o ciclo do
café e, posteriormente com a industrialização que culminou na criação de
grandes centros urbanos. Pouco a pouco as relações entre os imigrantes e seus
países se fortaleceram e, como consequência, o comércio se intensificou por
meio da criação de câmaras de comércio consolidando, assim, relações
intelectuais, governamentais e comerciais com os seus pares internacionais
Com isto, o governo, o setor privado e sociedade civil organizada criaram as
bases de uma sociedade que lutaria por melhores oportunidades de educação,
saúde, emprego e renda entre outras necessidades básicas para o alcance de
uma vida mais digna para os paulistas, estrangeiros e brasileiros de diferentes
regiões que aqui chegavam. Atualmente, o Estado de São Paulo tem,
aproximadamente, 45 milhões de habitantes, é responsável por 1/3 do Produto
Interno Bruto do país, é o estado mais industrializado e o que mais preserva a
sua cobertura vegetal, tem melhor infraestrutura, além de ter capacitação de
excelência dos seus corpos docentes nas universidades e em suas lideranças
público e privadas.

Ao longo do tempo, a ONU organizou as chamadas Conferências das Partes,


que, em inglês Conference of the Parties dá nome à sigla COP tendo como seus
principais temas: Mudanças Climáticas, conferências anuais e, Biodiversidade,
conferências bianuais. Apesar de serem os países os representantes oficiais e
negociadores dos Acordos Globais nestas conferências, paulatinamente, a ONU
reconheceu que é na esfera regional e local que se implementam, de fato, as
mudanças necessárias para o Desenvolvimento Sustentável. E assim, as
chamadas Redes de Governos Regionais e Locais fortaleceram as suas
participações nestas Conferências nos chamados “eventos paralelos” onde se
discutem as questões específicas de cada território e que proporcionam a troca
de experiências entre as diferentes regiões e cidades.

O Governo de São Paulo, participou, ativa e ininterruptamente, ao longo dos


anos das principais discussões internacionais. Além da menção às históricas
Conferências Rio 92 (1992); Rio+20 (2012), o Governo sempre esteve
representado em diversas COPs de Mudanças Climáticas, entre elas, a COP 21
(2015) que definiu o Acordo de Paris; COPs de Biodiversidade, como, por
exemplo, a COP10 em Nagoya, Japão que definiu as Metas Aichi e dos Fóruns
Mundiais da Água por meio das Redes de Governos Subnacionais e Conselhos
Mundiais das quais faz parte, entre eles: ICLEI, Regions4, The Climate Group e
Conselho Mundial da Água. Foi, portanto, a partir do fortalecimento das relações
internacionais do Governo de São Paulo com outros países, estados e cidades
que, gradativamente, o conceito de Desenvolvimento Sustentável foi incorporado
nas políticas públicas do Estado, sem nunca esquecer a importância equitativa
das esferas econômicas, sociais e ambientais para um desenvolvimento,
verdadeiramente, sustentável.

2015-2018
Em 2015, durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável na ONU, em Nova
York, 193 países assinaram o documento “Transformando o Nosso Mundo: A
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como


Objetivos Globais, são um chamado universal para ação contra a pobreza,
proteção do planeta e para garantir que todas as pessoas tenham paz e
prosperidade. Esses 17 Objetivos foram construídos com o sucesso dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, incluindo novos temas, como a
mudança global do clima, desigualdade econômica, inovação, consumo
sustentável, paz e justiça, entre outras prioridades. Os objetivos são
interconectados – o sucesso de um ODS envolve o combate a temas que estão
associados a outros objetivos. Os ODS trabalham com o espírito de parceria e
pragmatismo para fazermos as escolhas certas para melhorar a qualidade de
vida, de forma sustentável, para a atual e futuras gerações. Eles oferecem
orientações claras e metas para todos os países adotarem em acordo com suas
prioridades e desafios ambientais de todo o planeta. Os ODS são uma agenda
inclusiva. Eles combatem as raízes das causas da pobreza e nos unem para
fazermos uma mudança positiva para as pessoas e para o planeta. “Erradicação
da pobreza está no centro da Agenda 2030, assim como o comprometimento de
não deixarmos ninguém para trás”, diz o administrador do Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), Achim Steiner."
Nesta ocasião o Governo de São Paulo não só participou, mas foi o
representante oficial dos Governos Locais dos países-membro da ONU. Este
fato histórico trouxe ao Governo um entendimento imediato da importância da
implementação da Agenda 2030 para assegurar o Desenvolvimento Sustentável
no território paulista. No seu discurso, que deu voz aos Governos Locais de todo
o mundo, a então Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Patrícia Iglecias
afirmou:

“representamos os governos subnacionais e locais que são aqueles que estão


mais perto dos seus cidadãos. Por meio de redes locais e subnacionais como
ICLEI, Regions4 e UCLG temos nos engajado, há tempos, em discussões
internacionais. A nova Agenda envolve o reconhecimento da dignidade humana
que significa igualdade, liberdade, liberdade religiosa e acesso à Educação,
diretamente vinculado ao acesso à informação... consumidores bem informados
podem fazer melhores escolhas para um consumo e produção sustentável e esta
é a chave para alcançarmos os objetivos econômicos e ambientais da nossa
Agenda. Como grande hub econômico e industrial e o maior mercado
consumidor do Brasil, o Estado de São Paulo tem trabalhado em diversas
iniciativas e projetos relacionados como, por exemplo, a redução da sua pegada
ecológica e compras públicas sustentáveis. Estes são apenas alguns exemplos
de como Governos Subnacionais e Locais podem liderar processos
inovadores....finalmente, enfatizo, a importância do envolvimento dos governos
locais em conjunto com os países para apoiar a implementação desta ambiciosa
Agenda e informar, com orgulho, que o Governo de São Paulo deu o seu primeiro
passo ao assinar uma Resolução para planejar nossa estratégia de
implementação subnacional”
Fonte: discurso enviado pela Dra Patrícia Iglecias

A partir de 2015, portanto, o Governo de São Paulo iniciou suas ações para a
implementação da Agenda 2030 com bases na sensibilização de autoridades e
gestores públicos, educação e mensuração. E, por meio de instrumentos legais
deu iniciou ao processo de institucionalização da Agenda de modo que ela se
tornasse um Agenda de Estado, independente da gestão vigente.
Resolução Conjunta Casa Civil/Secretaria de Meio Ambiente/Secretaria de
Desenvolvimento Social-1, de 21 de setembro de 2015

“Constitui Grupo de Trabalho Intersecretarial com a finalidade de implementar os


Objetivos do Desenvolvimento Sustentável no âmbito do Estado de São Paulo”

Decreto 62.063, de 27 de junho de 2016 – Institui o Grupo de Trabalho


Intersecretarial

“Constitui Grupo de Trabalho Intersecretarial - GTI com a finalidade de


implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS, aprovados
na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida
na sede da Organização das Nações Unidas - ONU, no período de 25 a 27 de
setembro de 2015, no âmbito do Estado de São Paulo”

§ 1º - Os membros do GTI serão designados por meio de resolução do


Secretário-Chefe da Casa Civil, mediante indicação dos Titulares dos órgãos
representados.
§ 2º - O Secretário-Chefe da Casa Civil indicará o coordenador geral dos
trabalhos do GTI.
§ 3º - A Unidade de Apoio ao Assessoramento em Assuntos Internacionais, da
Casa Civil, do Gabinete do Governador, prestará o suporte técnico-
administrativo necessário ao desenvolvimento das atividades do GTI.

Despacho do Secretário da Casa Civil, de 25 de julho de 2016 que indica a


Assessora Especial para Assuntos Internacionais, como coordenadora do Grupo
de Trabalho Intersecretarial

Decreto 63.792, de 9 de novembro de 2018


Cria a Comissão Estadual de São Paulo para os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável

Decreto 64.124, de 8 de março de 2019


Fixa normas para a elaboração do Plano Plurianual 2020-2023

Paralelamente aos instrumentos legais, a Assessoria Especial para Assuntos


Internacionais realizou, durante o período de 2016 e 2018 ações concretas para
trabalhar o tema dos ODS no Governo de São Paulo:

1. Workshops para o Grupo de Trabalho Intersecretarial (GTI) com o


objetivo de sensibilizar gestores públicos ao novo tema e fomentar
o diálogo entre o Programa de Desenvolvimento das Nações
Unidas (PNUD), as três esferas de governo: federal, estadual e
municipal assim como com a sociedade civil (setor privado,
Academia e sociedade civil organizada).


I Workshop

O I Workshop Estadual do GTI foi realizado no dia 5 de julho de 2016, na sede


do Centro Paula Souza, com o objetivo de discutir o que são os ODS, apresentá-
los para os representantes das Secretarias do estado, e, da mesma maneira,
pensar conjuntamente maneiras de trabalhá-los no âmbito regional.

O evento teve a participação da Secretaria de Meio Ambiente, Centro Paula


Souza, Secretaria de Desenvolvimento Social; Casa Civil e Assessoria Especial
para Assuntos Internacionais, coordenadora do Grupo de Trabalho
Intersecretarial para os ODS.

Os palestrantes enfatizaram que a ampliação dos 8 Objetivos do


Desenvolvimento do Milênio (ODM) para os 17 Objetivos do Desenvolvimento
Susstentável (ODS) foi fundamental para abarcar os diferentes contextos dos
diversos países e por fim, avaliou-se que o grande desafio da Agenda de 2030
é o de monitorar e criar indicadores locais adequados aos estados e aos
municípios.

II Workshop

O II Workshop Estadual do GTI foi realizado no dia 10 de novembro de 2017, na


sede do Governo de São Paulo, o Palácio dos Bandeirantes, com a finalidade de
discutir ferramentas e financiamentos para a implementação dos ODS.

A mesa de abertura foi composta por autoridades da Secretaria de


Desenvolvimento Social; do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento - PNUD; do Instituto Maurício de Sousa; ; da Presidente da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Chefia da
Assessora Especial para Assuntos Internacionais do Governo do Esatdo de São
Paulo.

O cartunista Maurício de Sousa participou do evento e distribuiu para as crianças


da creche do Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, o gibi
que explica a transição da Agenda 2000 - 2015, os Objetivos do
Desenvolvimento do Milênio (ODM) para a Agenda 2015-2030, os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A adaptação e coordenação dos programas do estado paulista para os ODS, o


alinhamento estratégico, oportunidades de cooperação, metodologia de projetos
e captação de recursos foram os principais assuntos debatidos no encontro.

O evento teve como palestrante representantes da Cláudio Ribeiro, secretário-


adjunto da Secretaria Nacional de Articulação Social; Lucimar Coser Cannon,
assessora sênior da OPAS/OMS no Brasil; Wófsi Yuri G. de Souza, coordenador-
geral de Cooperação Técnica e Parcerias com Países Desenvolvidos da Agência
Brasileira de Cooperação Ministério de Relações Exteriores; Márcio Lopes
Correa, coordenador-geral de Cooperação Técnica Multilateral da Agência
Brasileira de Cooperação Ministério de Relações Exteriores; Bob Phillipson,
head of trade do Consulado Britânico em São Paulo; Carlo Pereira, secretário
executivo do Pacto Global Rede Brasil; Patrícia Iglecias, superintendente de
gestão ambiental da Universidade de São Paulo (USP); Rovena Negreiros,
diretora- adjunta da Fundação SEADE e Sérgio Andrade, diretor da Agenda
Pública e Ana Paula Fava, Assessora Especial para Assuntos Internacionais e
coordenadora do Grupo de Trabalho Intersecretarial para a Implementação dos
ODS.

Foto inferior à direita: Ana Paula Fava (Assessora Especial para Assuntos
Internacionais), Mauricio de Sousa (cartunista) e Prof José Goldemberg
(presidente da FAPESP)
Fonte: Arquivo da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais, Casa Civil

III Workshop

O III Workshop Estadual do GTI foi realizado no dia 26 de fevereiro de 2018, na


sede do Centro Paula Souza, com a finalidade de oferecer uma capacitação aos
representantes do GTI em Gerenciamento de Projetos à luz dos ODS e o
lançamento do projeto de plataforma online (Sistema de monitoramento dos
ODS para o Estado de São Paulo) apresentando pela diretora- adjunta da
Fundação SEADE, Rovena Negreiros.

Neste encontro foi acordado a futura realização de comitês específicos para


tratar de assuntos técnicos relacionados aos diversos objetivos de
desenvolvimento sustentável, aos moldes das câmaras técnicas de ODS
existentes do governo federal.
2. Criação do website www.guiadoimigrante.sp.gov.br. Lançado no
Palácio do Bandeirantes, em 12 de dezembro de 2018, este foi um trabalho
conjunto da Assessoria Especial para Assuntos Internacionais, Secretaria
estadual da Justiça e Defesa da Cidadania, Secretaria da Cultura, Secretaria do
Emprego e Relações do Trabalho e organizações que trabalham a pauta de
migração e refúgio - Migraflix, CDHIC, PAL, Estou Refugiado, ProMigra/USP e
NEPO/Unicamp - se reuniram para organizar o Guia do Imigrante, portal online
que identifica os principais serviços disponíveis para o atendimento dos
refugiados e migrantes no estado paulista.

A Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (Casa Civil),


Secretaria da Justiça do Governo de SP (Comitê Estadual de Migração e
Refúgio) em parceria com a Cause, consultoria em gestão e a ONG
Agenda Pública. A partir do instrumento ODS Lab que consiste em uma
dinâmica de grupo com diferentes atores da sociedade para se discutir
um tema específico e construir uma solução concertativa para um
problema comum. Neste caso específico foi escolhido o tema dos
imigrantes venezuelanos que, em 2017 começavam a chegar no Estado
de Roraima. O Governo de São Paulo entendeu que num futuro próximo,
estes imigrantes viriam para o Estado de SP em busca de emprego e
renda e que caberia ao governo discutir, preventivamente, com todas as
entidades atuantes no território paulista como se preparar melhor para
acolher os imigrantes. Este trabalho teve como resultado o Guia do
Imigrante, uma ação social primordial para a no Erradicação da Pobreza
(ODS 1) e Redução das Desigualdades (ODS 10) no território paulista.

3. "O Mundo que queremos". Ao longo de 2018, a Assessoria Especial para


Assuntos Internacionais e a Rede Brasil do Pacto Global da ONU promoveram
sete eventos que compuseram a agenda O Mundo que Queremos no âmbito
do ODS 10 - Redução das Desigualdades para comemorar os 70 anos da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 10 de dezembro de
1948. Uma publicação e um TEDEX do Mundo que Queremos foram lançados
no Teatro São Pedro, em 10 de dezembro de 2018 onde se encontram a
compilação dos diversos eventos que compuseram o programa: empoderamento
feminino (ação na Pinacoteca), os 130 anos da abolição da escravatura (no
Museu Afro Brasil), a TRANSdocumenta (série de documentários e filmes
nacionais e estrangeiros sobre a transexualidade), o Festival de Culturas
Indígenas (Memorial da América Latina), a Semana pela Paz (Casa das Rosas,
FAAP, Secretaria do Desenvolvimento Social e Secretaria da Educação do
governo do estado paulista) e o Dia Internacional da Menina (ainda sem local
definido)

Estas foram algumas das ações embrionárias para a sensibilização do Governo


sobre a Agenda 2030 porém, de extrema importância pois, constituíram as
bases de uma futura discussão integrada dos temas que compõem os 17 ODS
de forma a demonstrar, na prática, como se trabalhar alguns dos ODS de forma
transversal (via Grupo de Trabalho Intersecretarial) e, em parceria com
diferentes atores da sociedade civil e com as diferentes esferas de governo.

O Governo Federal e os Governos Subnacionais

O governo federal havia criado a Comissão Nacional para os Objetivos do


Desenvolvimento Sustentável (CNODS) como órgão de governança para
internalizar, difundir e dar transparência ao processo de implementação da
Agenda 2030 no Brasil por meio do DECRETO Nº 8.892, DE 27 DE OUTUBRO
DE 2016. ENTRE 2016 E 2018 REPRESENTANTES DA Secretaria Nacional de
Articulação Social da Presidência da República foram bastante participativos e
orientaram o Governo de São Paulo na criação da Comissão Estadual para os
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

“Com o advento do Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, e a extinção da


CNODS e de outros colegiados, vários cenários foram considerados no sentido
de estabelecer e definir qual seria a melhor estratégia a ser adotada para a nova
Governança da Agenda 2030 no Brasil, pois o Governo Federal entende a
importância e o papel orientador que os 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) têm para a construção de um país justo, desenvolvido e
sustentável."
Considerando-se que a implementação da Agenda 2030 requer um conjunto
coordenado e coerente de políticas e ações, optou-se por um modelo de
governança articulado em torno da Secretaria de Governo da Presidência da
República (SEGOV-PR). O Decreto nº 9.980, de 20 de agosto de 2019,
estabeleceu como competência da Secretaria Especial de Articulação Social
(SEAS) da SEGOV-PR a implementação da Agenda 2030 no Brasil”
( http://www4.planalto.gov.br/ods/noticias/governanca-nacional-para-os-ods).
No entanto, a partir de 2019 não houve mais diálogo entre o Governo Federal e
os Governos Subnacionais no que tange à Agenda 2030. Cada governo deu
continuidade à implementação da Agenda de acordo com as diretrizes locais.

2019 - 2020

Decreto 64.148, de 19 de março de 2019


Reorganiza a Comissão Estadual de São Paulo para os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, criada pelo Decreto nº 63.792, de 9 de
novembro de 2018

Resolução Conjunta CC/ SDE – 1, de 26 de junho de 2019


Dispõe sobre a designação dos membros da Comissão Estadual de São Paulo
para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Decreto 64.189, de 17 de abril de 2019


Organiza a Secretaria de Relações Internacionais
Decreto 64.462, de 11 de setembro de 2019
Reorganiza a Casa Civil, do Gabinete do Governador, e dá providências
correlatas

A partir de 2019, a governança sobre o tema dos ODS passa a ter um impulso
expressivo da Casa Civil, que deu o apoio político necessário para que a
Comissão Estadual para os ODS iniciasse, na prática, os seus trabalhos e
disseminasse o tema dos ODS no Governo por meio da articulação com as
diferentes instituições governamentais e a elaboração de relatórios que
associam as ações do Governo aos ODS e suas metas globais. Com a criação,
da Secretaria de Relações Internacionais, em 2019, a Assessoria Especial para
Assuntos Internacionais é extinta. A Casa Civil fica então designada como
presidência da Comissão e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico como
sua Secretaria Executiva.

Paralelamente aos workshops e os outros trabalhos mencionados que


demonstraram os primeiros esforços do Governo relacionados aos ODS, foi
elaborado o “I Relatório de Acompanhamento dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável do Estado de São Paulo: ODS SP no Plano Plurianual – PPA 2016-
2019” por meio de uma parceria entre a então Assessoria Especial para
Assuntos Internacionais/Casa Civil, a então Secretaria da Fazenda e
Planejamento, Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação
SEADE) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Este relatório, elaborado em 2018 e publicado em 2019 foi aprovado pelas
Nações Unidas, em 2020 como o I Voluntary Local Review do Estado de São
Paulo. https://sdgs.un.org/topics/voluntary-local-reviews (item 26).

O I Relatório teve o objetivo de trazer o panorama da situação do Estado de São


Paulo diante dos desafios da Agenda 2030. A metodologia utilizada para atingir
este objetivo combinou a análise da série histórica de indicadores que mensuram
o alcance dos ODS à apresentação das políticas públicas executadas pelo
governo que contribuem para a implantação bem-sucedida da Agenda 2030. Os
indicadores apresentam diversas segregações, comparando a situação de São
Paulo à situação nacional, bem como dados segregados por renda, raça, gênero,
faixa etária e outras diferenciações relevantes. Também foi explicitado no
relatório os devidos códigos de programa do PPA para identificação das políticas
nos instrumentos oficiais de planejamento governamental, bem como os órgãos
responsáveis pelas políticas.

A Comissão representada por um titular e um suplente de cada uma das 24


secretarias de estado, alguns órgãos do governo e membros da sociedade civil
foi estruturada com base nos 5Ps da ONU (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz
e Parcerias) e tem como corpo deliberador das ações, um Grupo de Apoio
Técnico composto por membros do Governo com perfil técnico como, por
exemplo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), a
Companhia Ambiental (CETESB) e a Secretaria da Fazenda e Planejamento
(SEFAZ), entre outros.

O primeiro trabalho da Comissão ODS, ao longo de 2019 e 2020, foi detectar os


programas e metas prioritárias do governo, associados às metas globais da ONU
por meio de uma metodologia de trabalho, especificamente criada para este fim,
descrita no capítulo II "Metodologia". Este trabalho foi a base fundamental para
a elaboração deste relatório (II Relatório de Acompanhamento dos ODS do ESP)
que, posteriormente, será enviado à ONU como II Voluntary Local Review do
Estado de São Paulo.

Os 5 Ps da Agenda 2030 (inserir figura com Grupo de Apoio Técnico e


Parcerias e repetir no capítulo Parcerias?)
- Pessoas
- Planeta
- Prosperidade
- Paz
- Parcerias
Paralelamente, a Comissão ODS e seus membros da sociedade civil estão
trabalhando conjuntamente com a Escola de Governo do Estado de São Paulo
na elaboração de um Curso de Capacitação em ODS para gestores públicos que
comporão o Capítulo "Parcerias".

Os instrumentos legais, acima mencionados, além do apoio político dado pela


Casa Civil - núcleo do Governo para o tema ODS - têm sido estratégicos para
integrar e homogeneizar a linguagem entre os seus gestores públicos na
implementação de suas ações e no importante entendimento de que somos
todos um único governo que deve trabalhar suas políticas públicas de forma
integrada, em parceria com a sociedade civil, para que, só assim, "ninguém seja
deixado para trás", conforme preconiza a Agenda 2030.

Podemos afirmar, portanto, que, se hoje, o Estado de São Paulo tem como um
de seus principais pilares, o Desenvolvimento Sustentável na elaboração de
suas políticas públicas isto, se deve, em grande parte, aos compromissos
assumidos pelo Governo do Estado de São Paulo a partir dos principais Acordos
e Agendas Internacionais que nos permitiram avançar rumo a uma governança
que não só respeita o meio ambiente mas, que oferece prosperidade de forma
inclusiva para os seus 45 milhões de habitantes. Além disso, O Governo de São
Paulo está em constante diálogo com outros governos, igualmente
comprometidos com os grandes temas globais (Mudanças Climáticas,
Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável) participando, assim do
compartilhamento de suas experiências com outros entes subnacionais, locais e
até nacionais. O Governo de São Paulo é mundialmente respeitado como um
governo subnacional sério que respeita o seu território e a sua população
atuando, portanto, como um agente acelerador dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável.

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