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Língua Portuguesa

Biografia de Alves Redol

Trabalho elaborado por:

Joana Pina, nº 11 do 6ºE


António Alves Redol nasceu em 1911, em Vila Franca de Xira. Frequentou o
Curso Comercial. A sua origem humilde não lhe permitiu prosseguir os estudos,
obrigando-o a empregar-se muito cedo para ganhar a sua subsistência; por isso, aos
dezasseis anos, partiu para Luanda, onde ficou durante três anos. A sua passagem por
Angola não foi muito feliz, mas trouxe-lhe experiências que deram uma outra visão do
mundo e lhe serviram mais tarde na sua actividade literária, mas regressou à Metrópole
em 1930, começando então a colaborar na imprensa.
É em 1936 que iniciou a sua actividade literária, tornando-se colaborador do
jornal O Diabo, para onde escreveu crónicas e contos ribatejanos. Mas Redol veio
destacar-se principalmente como romancista e dramaturgo, sendo considerado um dos
grandes expoentes do neo-realismo literário português. O grande exemplo disso foi o
seu primeiro romance Gaibéus (1939), obra que marca oficialmente o aparecimento do
Neo-Realismo português, movimento de que Alves Redol foi um dos iniciadores e em
cuja defesa se lançou, em 1936, numa acesa polémica contra a revista Presença.
Preocupou-se em não se limitar à ficção e partir da experiência vivida e
documentada, foi um traço fundamental da sua obra. Como romancista Alves Redol
destacou-se ainda pelas obras Marés (1941); Avieiros (1943; Fanga (1944); Reinegros
(1945); Porto; Manso (1946); a trilogia do Ciclo Port-Whine, composto de três
romances escritos entre 1949 e 1953; A Barca dos Sete Lemes (1958); Uma Fenda na
Muralha (1959) e Barranco de Cegos (1962), a sua obra-prima. Estas três últimas
fazem parte de uma fase que começou com A Barca dos Sete Lemes e em que a
intervenção política e social foi posta em segundo plano, dando lugar a um centrar nas
personagens e na sua evolução psicológica. Dá-se, portanto, na obra de Alves Redol, um
desvio da corrente literária neo-realista. De entre a sua obra destacam-se, ainda,
Horizonte Cerrado (Prémio Ricardo Malheiros), o Comboio das Seis, A Vida Mágica da
Sementinha e Constantino, Guardador da Vacas e de Sonhos. Como dramaturgo
destacaram-se as peças de teatro Forja (1948) e O Destino Morreu de Repente (1967),
que foram objectos de censura nas tentativas que se fizeram de as levar à cena.
A obra literária de Alves Redol poderá ficar para a história da literatura do
século XX fundamentalmente como uma obra desigual, em termos de valor formal e
artístico, mas é unanimemente considerada como uma obra de grande capacidade de
rigor e observação da realidade social e de grande autenticidade e honestidade no seu
empreendimento.

Alves Redol morreu, em Lisboa, em 1969.

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