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O papel da didática na formação do educador Do ponto de vista

pedagógico, o método a que o professor recorre, com vistas à organização


racional de todos os recursos didáticos que levam a um objetivo educacional,
deve apresentar-se como um plano ordenado a ser seguido no ensino. Sob o
ponto de vista psicológico, o método deve construir-se numa ordem natural e
necessária das funções mentais, no processo de elaboração ou de aquisição
de conhecimentos, principalmente a partir do século XX, quando a escola
elementar torna-se universal , tanto propriedade particulares ou públicas,
proporcionando a noção e a prática da sociabilidade necessária à infância e à
adolescência, atuando, nesse caso, em duplo sentido: ajustar o indivíduo
imaturo aos padrões de comportamento da geração adulta e exprimir as
necessidades e tendências das novas gerações como instrumento de
socialização das gerações mais jovens, reduzindo as tensões sociais ao nível
de relações de acomodação e cooperação entre adultos e jovens. As diferentes
concepções sociais e políticas, bem como as condições dos alunos,
determinam o aparecimento de instituições escolares de tipos muito diversos,
de acordo com as finalidades a que se propõem. Assim, segundo a condição
física e mental dos alunos, a escola pode ser dirigida a crianças normais e a
crianças excepcionais e de acordo com a idade dos alunos, pode ser educação
infantil, ensino fundamental, médio e pós-médio (para aperfeiçoamento de
adultos). A didática insere nesse processo um importante papel como elemento
estruturante do seu método, ora estudando, retomando, discutindo e se
adaptando a teoria e a prática da técnica de ensino. “Todo processo de
formação de educadores especialistas e professores – inclui necessariamente
componentes curriculares orientados para o tratamento sistemático do “que
fazer” educativo, da prática pedagógica. Entre estes, a didática ocupa um lugar
de destaque.” (Candau 2001, p. 13). Dentro do processo de formação, a
didática limita-se os seguintes componentes básicos: o educador, o método a
que se recorre, o educando, a matéria que se ensina e os objetivos a atingir
para que se educa. Lukesi (2001, pp.27 e 28) afirma que a didática destina-se
a atingir um fim – “a formação do educador”, que não se restringe apenas à
escola, como também em todos os processos de aprendizagem estruturados
num projeto histórico que manifesta as aspirações e o processo de crescimento
de desenvolvimento do povo, onde a ação pedagógica não poderá ser, então,
um “quefazer neutral”, mas um “quefazer” ideologicamente definido. Todo
educador deverá exercer as suas atividades consoante as suas opções
teóricas, ou seja, uma opção filosófica-política pela opressão ou pela
libertação; uma opção por uma teoria do conhecimento norteadora da prática
educacional, pela repetição ou pela criação de modos de compreender o
mundo. Dessa forma, a prática educacional é vista como uma ação
comprometida ideológica e efetiva, capaz de formar o educador, criando
condições para que ele se prepare filosoficamente, cientificamente e
tecnicamente para que sirva de base efetiva o tipo de ação que vai exercer,
fazendo-o reconhecer que um educador nunca estará definitivamente pronto,
ao contrário, o fazer do dia-a-dia o tornará apto a meditar a teoria sobre a sua
prática, fazendo-o compreender, globalmente, o seu objeto de ação, pois
aprendemos bem aquilo que praticamos e teorizamos. E sobre a questão de
que o educador deva reconhecer nunca estar devidamente pronto, disse Freire
(1977, p. 55): “Aqui chegamos ao ponto de que talvez devêssemos ter partido.
O do inacabamento do ser humano. Na verdade, o inacabamento do ser ou sua
inconclusão é própria da experiência vital. Onde há vida, há inacabamento.”

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