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NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL
Aula 08 : Síndrome da imunodeficiência
adquirida na gestação
• O brasil apresentou de 1980 a 2010, 492.581 casos de HIV sendo 58% na região sudeste;
• Diante de uma prevalência de 0,41% de infecção pelo HIV em gestantes, estima-se que 12.456 recém-
nascidos sejam expostos ao HIV anualmente (estudo sentinela parturiente);
• Em estudo multicêntrico do Ministério da Saúde, conduzido pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a taxa
estimada de transmissão vertical do HIV, no brasil, é de 6,8%;
• As maiores proporções de gestantes infectadas pelo HIV estão concentradas na faixa etária de 20 a 29 anos
• Taxa de soroprevalência em gestantes: em 1998, em estudo realizado no estado de São Paulo, a taxa de
transmissão vertical foi estimada em 16%;
• Também neste ano, em um dos primeiros estudos no Brasil, após o Protocolo Aids Clinical Trial Group -
PACTG 076, a taxa de transmissão vertical estimada foi de 7%;
• Um importante marcador para a adequada aplicação das ações de profilaxia da transmissão vertical (TV) do
HIV é a utilização do AZT (zidovudina) injetável nas parturientes;
• O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) sobre transmissão vertical do HIV apontou
uma redução de cerca de 50% no número de novos casos de AIDS em crianças, no período entre 2001 e
2012. Isto indica que dependendo das ações empreendidas em prol da prevenção é possível reduzir os
índices da transmissão vertical do HIV.
• O maior conhecimento dos fatores de risco associados à transmissão perinatal, trouxe a redução
da transmissão perinatal com o uso do AZT;
• Esquemas potentes com mais 2 antirretrovirais : redução da transmissão para < 2%;
• O uso de esquemas combinados com dois antirretrovirais (terapia dupla) mostrou uma redução
de cinco vezes na taxa de transmissão vertical em comparação com os resultados da monoterapia
com AZT;
Fatores Maternos:
• Estágio da Doença;
• Estado clínico, presença de outras DST,
coinfecções
• Estado Nutricional;
• Resposta Imune;
• Vírus: Carga Viral, genótipo, fenótipo
(diversidade circulante e resistência viral);
• Comportamento de risco: reinfecção por
reexposição sexual ou compartilhamento de
seringas
• Exposição do feto às secreções;
• Amamentação: colostro, duração, inflamação.
• HIV: infecta principalmente as células que apresentam molécula CD4+ em sua superfície (receptor do vírus
mediando invasão celular).
• Rastreio: (1a. amostra) = ELISA com técnica diferentes ou diferentes kits (anticorpo e antígeno p. 24);
• Confirmatório: Western Blot (acido nucleico viral);
• Teste rápido: Imunoblot.
• Oferecer o teste anti-HIV, com aconselhamento pré e pós-teste, para todas as gestantes nos serviços de pré-
natal; o teste deve sempre ser voluntário e confidencial;
• Uso do Protocolo ACTG 076 nas HIV + (AZT oral durante a gestação, a partir da 14ª sem.), durante o trabalho
de parto e parto (AZT IV) e pelo RN (AZT solução oral por 6 semanas);
• Avaliação e seguimento da gestante por especialista (TARV ajustada de acordo com a necessidade);
Zidovudina (AZT):
• Anemia, neutropenia, náusea, cefaleia, insônia, dores musculares e astenia.
Lamivudina (3TC):
• Dores abdominais, náusea, diarreia, exantema e pancreatite.
Nelfinavir (NFV):
• Diarreia, náuseas, dores abdominais, astenia e exantema, lipodistrofia.
• Folato: retardo crescimento intrauterino (RCIU), defeito do tubo neural, anemia megaloblástica;
• Contraindicação do aleitamento materno: utilizar fórmulas infantis ou leite humano de banco de leite
(doação).
• A deficiência de selênio tem sido apontada como um significativo preditor da mortalidade relacionada à
infecção pelo HIV, independente de contagem de CD4 e terapia antirretroviral;
• Pacientes com SIDA têm redução da glutationa (cisteína, glicina ácido glutâmico) e o selênio atua como um
cofator importante na resposta imunológica, e a suplementação pode aumentar os sistemas de defesa
enzimática.
Monitorar sintomas
• Digestivos: candidíase oral, pirose, estomatite, náuseas, vômitos, plenitude, esteatose hepática, diarreias;
• Cutâneos: moluscos, sarcoma Kaposi, dermatites;
• Respiratórios: otites, sinusites, pneumonia, BK;
• Neurológicos: encefalopatias, toxoplasmose;
• Psiquiátricos: depressão, ansiedade;
• Hematológicos: anemias, leucopenia, trombocitopenia;
• Lipodistrofia: perda de gordura subcutânea face, braços e pernas, e deposição no pescoço e costas.
• A manutenção do adequado estado nutricional, em pacientes infectados com HIV, é um desafio, à medida
que os pacientes apresentam várias complicações que comprometem o estado nutricional;
• É importante a prevenção da Toxoplasmose: evitando carne crua, leite não pasteurizado, contato com
animais;
• Preferir alimentos bem cozidos;
• Higienizar adequadamente as mãos.
Monitorar sintomas
• A atuação em pacientes assintomáticos é importante, de forma a manter bom estado nutricional prevenindo
deficiências nutricionais;
• O suporte nutricional na fase tardia da infecção não tem conseguido reverter a perda de peso, não
apresentando bons resultados na progressão da doença;
• Estudos relatam que pacientes com perda de peso (mínimo de 10%) que receberam suplementação oral
mantiveram seu peso corporal e níveis estáveis de albumina, transferrina, CD4 e CD8, mostrando que a
suplementação via oral pode ser um coadjuvante importante na recuperação.
• Avaliar risco cardiovascular nestes casos com redução da gordura total 25-30% VET; saturadas < 7%,
monoinsaturadas < 20%, poli-insaturadas <10%, colesterol < 200mg, fibras > 20g;
• Os micronutrientes como ferro, zinco e selênio devem ser monitorados, especialmente se houver suspeita de
deficiência;
• Alimentos fontes de Vitaminas A, E, C, ácido fólico, B6, e cálcio devem ser implementados (vitaminas
antioxidantes reforçam a imunidade).
• A zidovudina (AZT) pode melhorar a função intestinal de pacientes, visto que o HIV pode ser encontrado nos
enterócitos e causar alterações estruturais e funcionais na mucosa intestinal, como atrofia de vilosidade e
defeitos de maturação celular intestinal;