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ECV119 - FUNDAÇÕES

Prof. Klinger Senra Rezende

VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
Exemplo de dimensionamento de
Tubulões

VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

Para execução de um projeto de fundações utilizando tubulões, tem-se a seguinte sondagem


e planta de cargas:

Sondagem SPT.

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

Para execução de um projeto de fundações utilizando tubulões, tem-se a seguinte sondagem


e planta de cargas:

Planta de
locação dos
pilares e de
cargas
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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

Com a sondagem e a planta de locação dos pilares, pede-se:


A) Determinar a cota de apoio dos tubulões (tubulão a céu);
B) Determinar a tensão admissível do solo na cota de apoio do tubulão;
C) Dimensionar os tubulões dos pilares;
D) Detalhar os tubulões; e
E) Calcular o provável volume de escavação.
Considerações: Admitir fcd do concreto igual a 5MPa, Volume do fuste = VF, Volume da
base (VB), Volume total (VT) = VF + VB, 1 kgf/cm² = 100 kN/m² e 1 tf = 10 kN.

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

K de Aoki-Velloso (1975)

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

Berberian (2007): NSPT médio obtido no bulbo de 1,5B.


Solos com NSPT ≥ 15: Para solos fracos - NSPT < 15:

𝑁72 𝑁72 𝑘𝑔
𝜎𝑎 = + 1 𝑘𝑔/𝑐𝑚² 𝜎𝑎 = ( )
𝐾𝐷𝐵 𝐾𝐷𝐵 𝑐𝑚2

Décourt (1989)
➢ A resistência de base, em termos de tensão, pode ser considerada:

𝛔𝐚 = 𝟐𝟓 . 𝐍𝐬𝐩𝐭 + q (kPa)

➢ Em que: Nspt é o índice de resistência médio entre a cota de apoio da base até
distância 2𝐷𝑏 abaixo desta cota.
q – sobrecarga acima da cota de apoio.
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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

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EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE TUBULÕES

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RESOLUÇÃO

1 - Cota de apoio do tubulões

Berberian (2018) recomenda


assentar em SPT > 20.

É aconselhável enterrar o calcanhar


(rodapé) do tubulão dentro da camada
de boa resistência.

Cargas < 500 tf : h0 = 20 cm

Cota de apoio adotada:

-5,20m

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

Estimar o tamanho da base do tubulão, pois a profundidade do bulbo depende desta base
(B).

Normalmente, um solo ruim tem uma tensão admissível de aproximadamente 1kgf/cm²

Tomando como referencial a maior carga – P03 = 450 tf,


Pilar Carga (tf)
teremos:
P01 215
P02 320 𝑃 𝑃 450000kgf
P03 450 𝜎𝑎 = ⟶ 𝐴= ⟶ =
A 𝜎𝑎 1 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
P04 158
P05 195
𝐴 ⟶ = 450000 𝑐𝑚²

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

Área da base do tubulão:

𝝅. 𝐷𝑏 ²
𝐴= = 450000 𝑐𝑚² ⟶ 𝐷𝑏 = 757 cm aprox. ⟶ 𝐷𝑏 = 760 cm (adotado)
4

Esta primeira estimativa é necessária para a determinação da profundidade (z) do bulbo de


tensões!

Falta de consenso entre literaturas! Algumas adotam:


z = 1,5 𝐷𝑏 e outras:
z = 2 𝐷𝑏

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

Profundidade do bulbo de tensões (ADOTANDO, NESTE EXEMPLO, z = 1,5 𝑫𝒃 )

z = 1,5 𝐷𝑏 ⟶ z = 1,5 . 7,60 = 11,4 m (abaixo da cota de assentamento)

Cálculo do SPT médio no bulbo de tensões:

Ou seja, podemos calcular o SPT médio


com todo o perfil abaixo da base:

32 + 38 + 42 + 45 + 30 + 30
𝑁𝑆𝑃𝑇 =
6

= 36,17 ⟶ 𝑁𝑆𝑃𝑇 = 36

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

2.1 – Aoki-Velloso (1975)

𝐾. 𝑁𝑆𝑃𝑇 3,30 . 36
𝜎𝑟 = = = 39,6𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
3 3
Em que solo o tubulão estará
assentado?
K de Aoki-Velloso (1975)
𝜎𝑟 39,6
𝜎𝑎 = = = 13,2 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
3 3

= 𝟏, 𝟑𝟐 𝑴𝑷𝒂

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

2.2 – Berberian (2007)

NSPT médio obtido no bulbo de 1,5B.

Solos com NSPT ≥ 15: Em que solo o tubulão estará


assentado?
𝑁72
𝜎𝑎 = + 1 𝑘𝑔/𝑐𝑚²
𝐾𝐷𝐵

𝐾𝐷𝐵 = ??? 𝐾𝐷𝐵 = 5,43

36
𝜎𝑎 = + 1 𝑘𝑔/𝑐𝑚² = 7,63 𝑘𝑔/𝑐𝑚²
5,43

= 𝟎, 𝟕𝟑 𝐌𝐏𝐚

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

2.3 – Décourt (1989) SPT médio = 11,67 ~ 12

σa = 25 . Nspt + q (kPa)

q = σ 𝛾𝑖 . ℎ𝑖 = 2 . 13 + (5,20 -2) . 19 = 86,8 kPa Em que solo o tubulão estará


assentado?

σa = 25 . 36+ 86,8 = 986,8 𝑘𝑃𝑎

= 𝟎, 𝟗𝟗 𝐌𝐏𝐚

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RESOLUÇÃO

2 - Tensão admissível do solo na cota de apoio

2.4 – Décourt-Quaresma (1989)

𝜎r
σr = α. C. Np σa ≤
4
Em que solo o tubulão estará
32 + 11 + 38 assentado?
𝑁𝑃 = = 27
3 Tipo de solo α
Argilas 0,85
σr = α. C. Np = 0,85 . 120 . 27 Solos intermediários 0,60
Areias 0,50
= 2754 𝑘𝑃𝑎 Tipo de solo C (kPa)
Argila 120
2754 Silte argiloso* 200
σa = = 688,5 kPa = 𝟎, 𝟔𝟗 𝐌𝐏𝐚
4 Silte arenoso* 250
Areia 400
*alteração de rocha (solos residuais) 17
RESOLUÇÃO

2.5 – ESTADO DA ARTE

MÉTODO Tensão admissível (σa )


Aoki-Velloso (1975) 1,32 MPa
Berberian (2007) 0,73 MPa
Décourt (1989) 0,99 MPa
Décourt-Quaresma (1989) 0,69 MPa

Filtragem dos valores e verificação (limite prático de ± 30% da média.

1,32 + 0,73 + 0,99 + 0,69


𝑋1 = = 0,93 𝑀𝑃𝑎
4

Intervalo (± 30% . 𝑋1 ): 0,651 MPa a 1,209 MPa

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RESOLUÇÃO

2.5 – ESTADO DA ARTE

Nova média (𝑋2 ):


MÉTODO Tensão admissível (σa )
Berberian (2007) 0,73 MPa
Décourt (1989) 0,99 MPa
Décourt-Quaresma (1989) 0,69 MPa

Filtragem dos valores e verificação (limite prático de ± 30% da média.

0,73 + 0,99 + 0,69


𝑋2 = = 0,80 𝑀𝑃𝑎
3

Intervalo (± 30% . 𝑋2 ): 0,56 MPa a 1,04 MPa

CONCLUSÃO: 𝑿𝟐 = 𝛔𝐚 = 0,8 MPa = 800 kPa

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RESOLUÇÃO

AGORA SIM... PODEMOS COMEÇAR O


DIMENSIONAMENTO PROPRIAMENTE DITO!!!

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RESOLUÇÃO

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Dimensionamento do fuste:
𝑭
𝝈𝒄 = 𝒇𝒄𝒅 =
𝑨

𝒇𝒄𝒅 limitado a 5 MPa, independente do 𝒇𝒄𝒌 do concreto.

P 𝜋𝐷𝑓 ² 215000 𝑘𝑔𝑓 𝜋𝐷𝑓 ²


Af = = = = 4300 𝑐𝑚² =
σc 4 50 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² 4

𝟒 . 𝟒𝟑𝟎𝟎 NR 18 (2020) - 𝐷𝑓 mínimo = 90 cm


𝐷𝑓 = = 74 𝑐𝑚
𝝅
ADOTAR 𝐷𝑓 = 90 cm

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf 𝜎𝑎 = 0,8 MPa = 800 kPa


= 8 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚²
Dimensionamento da base: 𝑭
𝝈𝒂 =
𝑨

P 𝜋𝐷𝑏 2 𝑃 4𝑃 4. 215000
Ab = ∴ = → 𝑫𝒃 = = = 185 𝑐𝑚
σa 4 σa 𝜋 σa 𝜋 .8

Será necessário ovalizar esta base???

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Determinação da altura (h):

𝑫𝒃 − 𝑫𝒇 185 − 90
ℎ= t𝑔 60° = t𝑔 60° = 82,27 𝑐𝑚 𝑨𝒅𝒐𝒕𝒂𝒓 𝒉 = 𝟖𝟓 𝒄𝒎
2 2

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Detalhamento:

Planta Vista lateral

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Volume de concreto do tubulão T01:

• O volume do fuste (Vf ):


𝜋𝐷𝑓 ²
Vf = Af . hf = . hf
4

hf = ? = 5,20 − 1 − 0,85 = 3,35 𝑚

Supor bloco de coroamento de 1m de


altura:
Vf =6361,73cm² x 335cm = 2,13 m³

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Volume de concreto do tubulão T01:

• O volume da base: pode ser calculado, de maneira aproximada, como sendo a soma do
volume de um cilindro com 20 cm de altura e um tronco de cone com altura (H – 20 cm),
ou seja,

𝑯 − 𝟎, 𝟐
Vb = 𝟎, 𝟐𝑨𝒃 + 𝑨𝒃 + 𝑨𝒇 + 𝑨𝒃 × 𝑨𝒇
𝟑

➢ Em que Vb será obtido em metros cúbicos (m³), entrando-se com Ab (área da base) e Af
(área do fuste) em metros quadrados (m²).

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Volume de concreto do tubulão T01:

𝐻 − 0,2
Vb = 0,2𝐴𝑏 + 𝐴𝑏 + 𝐴𝑓 + 𝐴𝑏 × 𝐴𝑓
3

0,85 − 0,2
Vb = 0,2. 2,688 + 2,688 + 0,636 + 2,688 × 0,636
3

Vb = 1,541 𝑚³

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RESOLUÇÃO

Pilar P01 – 215 tf

Volume de concreto do tubulão T01:

VTOTAL = Vb + Vf = 1,541 + 2,13 = 3,671 m³

Pilar n° Carga (tf) Db (m) Df (m) h (m) Vf (m³) Vb (m³) Vtotal (m³)
P01
1 215 1,85 0,90 0,85 2,13 1,541 3,671
P02
2
P03
3
P04
4
P05
5

Volume total escavado m³

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