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HISTOLOGIA – CASO 1 – ARTICULAÇÃO

 COVID-19 e Hipercoagulabilidade

Objetivos: Estudar o mecanismo de coagulação sanguínea e relacioná-lo com manifestações clinicas em paciente
com COVID-19.

Área do conhecimento: Tecido sanguíneo – coagulação sanguínea


Caso clínico (continuação)
Sr. Maurício vinha se recuperando bem após seu diagnóstico e tratamento para a COVID-19 realizado no HMTL. No
entanto, há uns dois dias ele vinha reclamando de dor nas pernas. Procurou então atendimento no hospital e foi
recebido novamente pelo Dr. Rogério.
- Dr. Rogério: Bom dia Sr. Maurício, como tem passado? O que te traz aqui novamente?
- Sr. Maurício: Bom dia Dr. Rogério, estou sentindo muitas dores nas pernas de uns dois dias pra cá e estou achando
minhas pernas um pouco inchadas.
- Dr. Rogério: Tudo bem, fique tranquilo, vou te avaliar novamente.
Ao exame físico, Dr. Rogério notou edema nos membros inferiores e dor a palpação nas panturrilhas. Veias
aparentes foram observadas em uma das pernas do Sr. Maurício. Dr. Rogério solicitou um exame Eco-Dopler e coleta
de sangue para análise. Os resultados do exame de imagem e a presença de elevadas concentrações do D-Dímero no
exame de sangue mostraram que o Sr. Maurício tinha uma trombose venosa profunda (TVP) dos membros
inferiores.
Sr. Maurício precisou ser novamente internado e foi iniciado tratamento com heparina.

Coagulação sanguínea
 Lesão vai gerar uma hemorragia – extravazão de sangue do vaso sanguíneo. Na medida em que acontece
essa lesão o organismo começará a reconstituir o endotélio (parede vascular) e para isso ocorrer, as
plaquetas formarão o tampão plaquetário. As plaquetas se agregam na região lesionada para impedir a
continuidade da extravazão de sangue.
 O processo de coagulação envolve a participação das plaquetas, mas também de outros fatores (fatores de
coagulação)
 Após a formação do tampão plaquetário, inicia-se a cascata da coagulação cujo obejtivo é impedir que o
sangramento continue.

 A agregação plaquetária juntamente coma lesão do tecido induzem a formação da tromboplastina, esta na
presença de cálcio vai agir sobre outra proteína plasmática – protrombina – que é produzida no fígado.
Quando a tromboplastina age sobre a protrombina ela é transformada em trombina. A Trombina age sobre
o fibrinogênio, e este é transformado em fibrina (coágulo)
 O tampão é constituído tanto de agregação de plaquetas quanto da formação da rede de fibrina –
componente do coágulo sanguíneo.

 FIBRINA – formação final, processo de coagulação aconteceu.


 Fatores intrínsecos – percorrem no interior dos vasos sanguíneos
 Fatores extrínsecos - fatores que participam da coagulação que são oriundos do tecido conjuntivo

Mecanismo:

 Lesão vascular -> extravazamento do sangue -> ao mesmo tempo em que ocorre esse extravasamento as
plaquetas se aderem à parede do vaso no local lesionado e a lesão vascular induz a agregação plaquetária,
 Processo de Homeostasia: as plaquetas se unem ao Fibrinogênio (proteína), a imobilização do fibrinogênio
na lesão atrairá os fatores de coagulação (fatores da cascata). Os fatores transformam o Fibrinogênio num
polímero – fibrina, logo é formado a rede de fibrina e o sangue é estancado.
 Processo de coagulação: Moléculas de plasma são atraídas pela fibrina enquanto acontece à reconstrução do
vaso, logo as moléculas de plasmina destroem a rede de fibrina (fibrinólise) e os produtos da degradação da
fibrina são fagocitados por macrófagos e Eosinófilos. A rede de fibrina foi formada (faz parte do processo de
coagulação) e depois dissolvida então, suas subunidades são liberadas no sangue – são fagocitadas.

D-DÍMERO E COVID-19

 O coagulo é formado pelos monômeros de fibrina, subunidades D e E. Essas subunidades constituem a


fibrina
 Após a destruição da rede de fibrina, são formadaos os PDFs (produtos de degradação de fibrina) que são
fagocitados por neutrófilos e eosinófilos.
 As subunidades D são resistentes a essa degradação (D- Dímero).Não são degradados primariamente pelos
macrófagos e eosinófilos.
 A presença de D-Dímero indica que ocorreu formação de coágulos e fibrinólise. Importante fator preditivo.

Exame de sangue – concentração de D-Dímero elevada significa que aconteceu algum processo de coagulação do
sangue, pois o produto final da coagulação é a fibrina que depois será dissolvida formando os PDFs – subunidades (D
e E).

D-Dímero e Covid-19:

 Pacientes com COVID-19 tem apresentado eventos tromboembólicos (TVP, infarto do miocárdio, AVC).
 Níveis elevados de D-Dímero têm sido observados e correlacionados com os eventos tromboembólicos.
 A ocorrência de trombos (resultados dos coágulos formados pela rede de fibrina) em pequenos vasos como
os pulmonares podem estar associada ao aumento de gravidade pulmonar em pacientes com COVID-19. A
disfunção pulmonar em alguns casos pode estar relacionada à má circulação dos vasos pulmonares
(trombos)
 Protocolos de heparinização têm sido produzidos para o tratamento. (heparina impede a formação dos
coágulos).
 Novas evidências precisam ser encontradas, uma vez que os estudos ainda são muito iniciais.

Concentração elevadas de D-Dímero indica que processos de hipercoagulabilidade podem ter ocorrido mesmo que o
paciente não tenha apresentado muitos sintomas (sintomas leves).

O infarto acontece em decorrência do entupimento das artérias coronárias (irrigam e nutrem o músculo cardíaco). A
obstrução dessa circulação vem dos trombos que podem ser formados pela elevação do estado de hipercoagulação
do sangue.

Correlação –> pacientes com COVID-19 estão fazendo estágios de hipercoagulação –> formação da rede de fibrina ->
elevação de D-Dímero.

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