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percusores.
INTRODUÇÃO – LEUCEMIAS Classificação: OMS – considera a citogenética e a
Doenças caracterizadas pelo bloqueio na maturação de imunofenotipagem; FAB – mais antiga, usa morfologia
células hematopoiéticas, seguida de proliferação e e citoquímica.
infiltração da medula óssea, corrente sanguínea e de outros Subtipos: o subtipo M2 é a Leucemia Mieloblástica
órgãos pelos blastos. Pode afetar a linhagem mielocítica, Aguda, sendo o mais comum e possuindo um bom
gerando as leucemias mieloides, ou a linhagem linfocítica, prognóstico; e o subtipo M3 é a Leucemia
originando a leucemias linfocíticas. Promielocítica Aguda, cujo prognóstico foi
completamente alterado após a introdução do ATRA
O quadro clínico das leucemias agudas é caracterizado por no tratamento da doença, sendo atualmente o
uma Síndrome Pancitopênica. Isso ocorre pela infiltração subtipo de melhor prognóstico.
dos blastos na medula óssea, impedindo a produção normal Clínica: anemia, febre, sangramentos, CIVD,
de hemácias e plaquetas. Além disso, os precursores hipertrofia gengival (M4*), infiltração dos tecidos
neoplásicos (blastos), apesar de frequentemente causarem (hepato e esplenomegalia).
leucocitose no hemograma, são disfuncionais, predispondo o Cloroma – sarcoma granulocítico, com
os pacientes às infecções. tumoração na região da órbita e SNC.
o Leucostase – nos subtipos M4 e M5 do FAB;
Portanto, o quadro clínico geral envolve cansaço,
aumento da viscosidade do sangue que cursa
prostração, sangramentos e infecções. Fora isso, existem
com alteração visual, cefaleia, rebaixamento do
outras manifestações causadas pela infiltração de outros
nível de consciência e insuficiência respiratória
órgãos, como a hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, dor
aguda. Tratamento: leucoférese e QT.
óssea, que falaremos mais à frente.
Diagnóstico.
Relembrando as linhagens da medula óssea (MO). o Imunofenotipagem – CD33, CD34, CD13 e CD14.
o Lembrar: Bastonetes de Auer (patognomônico)
no mielograma, geralmente M3 e M4, podendo
aparecer também em M1 e M2.
o Identificação de 20% ou mais de blastos no
sangue periférico e/ou medula óssea.
Quando suspeito? hemograma vai ser essencial,
trazendo uma leucocitose acentuada com desvio para
esquerda, além de anemia e trombocitose.
Análise citogenética – mutações.
o Favorável: t(15;17), mutação NPM e CEBPA.
Melhor prognóstico de resposta a QT e cura.
o Desfavorável: repetição tandem de FLT3.
Suporte, evitar síndrome de lise tumoral, QT (fase de
indução, consolidação e, por vezes, de manutenção),
leucoférese, para os casos refratários TMO alogênico
(tratamento visa a cura).
Revisando
Caracteriza-se pelo acúmulo na medula de clones - Pior estadiamento: Anemia e/ou plaquetopenia.
neoplásicos de linfócitos B maduros, mas que ainda não se Quem tratar?
diferenciaram em plasmócitos (neste caso, seria o mieloma
múltiplo). Organomegalis sintomáticas.
Complicações autoimune.
Supressão medular.
Estágio C de Binet.
Posso dosar também as cadeias leves livres, tanto a kappa OBS: é raríssimo os esquema quimioterápicos serem
quanto a gama podem estar aumentadas na urina e/ou cobrados nas provas, mas lembre-se que a talidomida é
soro. uma droga famosa por ser teratogênica, além de causar
trombose venosa em até 30% dos usuários, devendo ser
Critérios diagnósticos
feita profilaxia para TVP antes do início do tratamento.
1. Plasmócitos ocupando ≥ 10% da MO ou plasmocitoma
LINFONODOMEGALIA
de tecido mole com biópsia.
2. Lesão em órgão-alvo. Linfonodomegalia – pode ser normal, relacionado a uma
o Hipercalcemia – Ca > 10 mg/dL. inflamação OU decorrente de uma doença maligna
o Rim – Cr > 2 ou ClCr < 40 ml/min. (linfoma, carcinoma ou leucemia).
o Anemia – Hb <10 ou queda > 2g/dL.
o Lesão osteolítica, RX, PET ou TC. Quando pensar em malignidade
Aumento assimétrico.
Mnemônico: CRAB – Cálcio, rim, anemia e bones (osso).
Mais de uma cadeia ganglionar acometida.
3. Biomarcadores de malignidade.
Consistência endurecida.
o Plasmócitos > 60% na MO.
Mobilidade diminuida pela aderência aos tecidos
o Cadeia leve afetada / não afetada >100.
periganglionares.
o > 1 lesão focal 5 mm em RM.
Indolor e sem rubor.
Diagnóstico: 1 + qualquer item de 2 ou 3. Localização não habitual: epitroclear, poplíteo,
supraclavicular, cervical baixo, e outros locais mais
IMPORTANTE: os critérios acima são relativamente novos, raros.
mas você não precisa decorar exatamente. O fundamental
é perceber que o componente monoclonal na eletroforese Abordagem diagnóstica
(sangue ou urina) não faz parte mais dos critérios - Imagem: Raio-X, USG, TC, RM e PET-CT (captação?).
diagnósticos e é possível fechar o diagnóstico de MM - Biópsia: PAAF inadequado para diagnóstico (se negativo,
mesmo sem manifestações clínicas da doença. não exclui), o ideal é biópsia excisional.
Escolho o maior linfonodo suspeito (não o mais
Além disso, como sempre, a ocupação da medula óssea
fácil) – realizo anatopatológico, imunohistoquímica
pelos clones neoplásicos é parte essencial do critério.
e culturas.
MM assintomático – proteína M > 3; plasmócito 10-60%
na MO; sem CRAB ou indicadores de mieloma. Não precisa Diagnóstico diferenciais
tratar, só acompanhar. Infecções – Ex.: tuberculose.
Doenças benignas - artrite reumatoide, LES.
Estadiamento e tratamento
Doenças de armazenamento (Ex.: Doença de
O principal fator prognóstico do MM é a dosagem da beta2- Gaucher).
microglobulina (B2M), cuja elevação é um sinal de doença Endocrinopatias (Ex.: hipertireoidismo, tireoidite e
avançada (estadio ISS). insuficiência adrenal).
LINFOMAS NÃO-HODGKIN (LNH) - Linfomas foliculares tem seu próprio índice (FLIPI) – o que
muda é altera para > 5 extranodais, acrescenta Hb < 12 e
Os LNH são tumores de proliferação do tecido linfoide. É o
não considera o escore ECOG. Risco: 0-1 baixo; 2
tipo mais comum de linfoma e também o de pior
intermediário; >3 alto.
prognóstico.
Principais subtipos
Conceitos importantes
Difuso de grandes células B: linfoma mais comum de todos,
- A maioria (cerca de 75%) atinge primariamente linfonodos
frequente em homens idosos, considerado um subtipo
e são linfomas de células B, podendo ser também de
agressivo. O prognóstico depende do estadiamento, idade e
células T e células NK. Além disso, os LNH são mais
status performance do paciente.
comumente associados aos sintomas B (quase metade dos
casos). Folicular de células B: segundo tipo mais comum, frequente
em mulheres idosas e considerado um subtipo indolente.
- Etiologia: Os LNH tiveram sua incidência aumentada nas
Exatamente por isto, costuma ser diagnosticado em
últimas décadas e estão relacionados a fatores como:
estágios mais avançados, o que dificulta a cura.
infecções (H. pylori, Epstein-Barr, HIV, Campylobacter
jejuni, malária, HTLV-1, HHIV-8, hepatite C, etc), Linfoma de Burkitt: linfoma de alto grau, subtipo altamente
imunodeficiências primárias ou secundárias, artrite agressivo, dividido em 3 formas:
reumatoide, Síndrome de Sjogren, além da exposição a
radiação ionizante, pesticidas e QT prévia. A faixa etária Endêmica africana: associado ao EBV; frequente
acometida é extremamente variável, mas, na média, são em áreas em que o indivíduo é exposto de formas
pessoas mais velhas que o LH (50 – 65 anos); acomete mais repetidas a malária; 2º tumor mais frequente em
o sexo masculino. crianças. Caracteriza-se por linfonodomegalia
volumosa em região de mandíbula.
População com HIV+: maior frequência, maior Esporádica: menos associação ao EBV (apenas
malignidade, associado a carga viral e aumento do 20%), associada ao HIV+, acomete sítios
CD4+; presença do EBV+ em 50% dos casos. extranodais, principalmente o TGI. Clínica: dor,
massa abdominal localizada, ascite e outros sendo uma das razões para os linfomas de células T
sintomas compressivos abdominais. possuírem um prognóstico pior.
Seguindo o paradoxo dos linfomas, é um tipo com boa LINFOMA DE HODGKIN (LH)
chance de cura (especialmente indivíduos < 35 anos).
Os LH são menos comuns, possuem prognóstico médio
Linfoblástico pré-T: o primeiro da lista de células T, melhor e sua incidência é bimodal (pico entre 20 – 30 anos;
também altamente agressivo e um dos mais comuns LNH e entre 60 – 70 anos). Predileção pelo sexo masculino.
na infância. Pode ser curado em até 60% dos casos na
Fisiopatologia: relacionada ao vírus EBV em mais de 50%;
infância, caindo para 40% em adultos.
mais comum se parentes de 1º afetado ou
Linfoma MALT: linfomaa de baixo grau, 3º tipo de LNH mais imunossuprimidos.
comum, localizado em mucosas e quase sempre
Clínica: aumento assimétrico de linfonodos periféricos,
relacionado a alguma agressão crônica, como infecção pelo
firmes, indolores a palpação e consistência fibroelástica.
H. pylori (MALT gástrico – a maioria) ou a Síndrome de
Acometem especialmente linfonodos cervicais e
Sjogren (MALT salivar). Lembre-se que o linfoma MALT
supraclaviculares, seguindo um padrão de disseminação
gástrico pode ser curado com a simples erradicação do H.
contíguo e descendente; podem se fundir e formar uma
pylori (muito cobrado! – cura em 90% dos casos).
graande massa. Além disso, atingem com muita frequência
Macroglobulinemia de Waldenström (MW) é uma doença o mediastino.
bem parecida com o MM (neoplasia de plasmócitos),
linfoproliferativa dos linfócitos B, caracterizada por uma Linfonodomegalia, esplenomegalia, hepatomegalia,
produção monoclonal de paraproteínamonoclonal do tipo acometimento da medula óssea (citopenias), prurido
IgM, sem lesões ósseas ou hipercalcemia. Causa com intenso e dor no linfonodo acometido com uso de
menos frequência lesões renais (não há hipercalcemia e álcool (muito específico).
menos cadeias leves são excretadas), mas por outro lado é Síndrome de Veia Cava – mais comum no subtipo
relacionada à hiperviscosidade sanguínea (sintomas Esclerose Medular, no qual é frequente massa
neurológicos) e hepatoesplenomegalia. mediastinal. Acomete mais o sexo feminino e jovens.
Sintomas B – em até 1/3 dos paciente, apresenta-se
MW – acomete mais homens > 50 anos, baixo como emagrecimento (perda de pelo menos 10% nos
grau, hisperviscosidade sanguínea, estadio últimos 6 meses), febre e sudorese noturna (troca
avançado IV. lençol, pijama, acorda molhado).
Diagnóstico: citopenias, aumento DHL (quanto maior, pior), Diagnóstico – faço biópsia excisional; PAAF NÃO!
ácido úrico elevado, sorologias e biópsia de MO. Na biópsia vejo a presença da célula de Reed-Sternberg
Definitivo: biópsia excisional + histopatológico. (CD-15 e CD-30 positivos), célula com cara de coruja,
NÃO faz PAAF. conforme a imagem abaixo:
Tratamento