Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Arquivologia
A Arquivologia nasce no Séc. XIX, com caráter fortemente histo-
ricista.
A conceituação da área, sob uma perspectiva francesa, apon-
ta que a Arquivologia é a ciência que estuda os princípios e os
procedimentos metodológicos empregados na conservação dos
documentos de arquivos, permitindo assegurar a preservação dos
direitos, dos interesses, do saber e da memória das pessoas físicas
e morais (DELMAS, 1990 apud JARDIM, 1998).
Na França, o termo “Archivistique” surge nos anos de 1930,
impondo-se ao termo “Archivologie”.
A ARQUIVÍSTICA do Séc. XX, uma disciplina no sentido pleno do
termo, é então:
A Museologia10
É definida como a área do conhecimento que se ocupa da orga-
nização dos museus. Tem seu foco: a) nas coleções de objetos e
reservas técnicas (formação, desenvolvimento, classificação, con-
servação e exposição para cientistas e público em geral); b) no
próprio museu como instituição organizada (regulamento, pes-
soal, contabilidade, instalações, infraestrutura) e c) nos visitantes
– os usuários (direitos e deveres, do pessoal e do público, acesso
às coleções).
O profissional que atua nos museus – o museólogo – dedica-
se à organização, à classificação, à conservação e à exposição de
peças de valor histórico, artístico, cultural e científico. Sua mis-
são é transmitir conhecimentos e desenvolver ações culturais por
meio de seus acervos.
Assim como as bibliotecas e os arquivos, os museus hoje têm
uma atuação mais arrojada, pois estão abertos à visitação do pú-
blico em geral, deixando de lado a primazia aos cientistas e à
guarda patrimonial do acervo, haja vista a frequência em massa
de estudantes e turistas e, ainda, a lógica da rentabilidade ao se
cobrar ingressos para entrada em seus espaços.
A Documentação
A partir do crescimento incalculável da informação, causado pela
Revolução Industrial, deflagrada em toda a Europa e nos Estados
Unidos, no final do Séc. XIX, várias tentativas foram efetuadas
para realizar um CONTROLE BIBLIOGRÁFICO UNIVERSAL.11
A iniciativa mais importante coube a dois advogados belgas
– PAUL OTLET e HENRI LA FONTAINE – que se preocupavam em poder
levar ao conhecimento de todos os cientistas, e de outros interes-
sados, a literatura científica, assim como todos os produtos do
conhecimento gerados no mundo.
Otlet e La Fontaine planejaram criar uma BIBLIOTECA UNIVER-
SAL, a qual não reuniria acervos, mas sim referências de como
encontrar produtos de interesse, utilizando para isso as técnicas
fundamentais da Biblioteconomia.
Para coordenar tais atividades foi fundado – em 12 de setem-
bro de 1895 – o Instituto Internacional de Bibliografia (IIB), em
Bruxelas, que passou a desenvolver ferramentas para registrar, de
forma sistemática e padronizada, as referências dos documentos.
Um dos primeiros objetivos do IIB era o de desenvolver um
sistema de classificação único, a ser adotado na indexação dos
documentos. Com isso, surgiu a CLASSIFICAÇÃO DECIMAL UNIVERSAL
(CDU), cuja 1ª edição foi publicada em 1905. Esta classificação
oferecia a possibilidade de tratar diferentes tipos de documentos,
além dos livros e de outros produtos impressos.
Outro fato relevante foi a criação, também por Paul Otlet, do
conceito de documento – que se estendeu do livro para a revista,
o jornal, a peça de arquivo, a estampa, a fotografia, a medalha, a
música, o disco, o filme, e até a outras amostras e espécimes, com
três dimensões e, eventualmente, em movimento. Este conceito
de documento vem unir – em uma abordagem mais abrangente
Referências
CAMPELLO, B. S. Introdução ao controle bibliográfico. 2.ed. Brasília, DF:
Briquet de Lemos/Livros, 2006.
DICIONÁRIO de termos arquivísticos do Arquivo Nacional. Rio de Janei-
ro: Arquivo Nacional, 1992.
FONSECA, E. N. da. Introdução à Biblioteconomia. 2. ed. Brasília, DF:
Briquet de Lemos/Livros, 2007.
JARDIM, J. M. A produção de conhecimento arquivístico: perspectivas
internacionais e o caso brasileiro (1990-1995). Ciência da Informação,
Brasília, DF, v. 27, n.3, 1998.
LE COADIC, Y. A Ciência da Informação. 2. ed. Brasília, DF: Briquet de
Lemos/Livros, 2004.
OLIVEIRA, M. de (Coord.). Ciência da Informação e Biblioteconomia:
novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: Ed. da UFMG,
2005.
PINHEIRO, L. V. R. Gênese da Ciência da Informação: os sinais enun-
ciadores da nova área. In: AQUINO, Miriam A. O campo da Ciência da
Informação: gênese, conexões e especificidades. João Pessoa: Ed. Univer-
sitária, 2002. p. 61-86.
SHERA, J. H. Sobre biblioteconomia, documentação e ciência da infor-
mação. In: GOMES, Hagar Espanha (Org.). Ciência da informação ou in-
formática? Rio de Janeiro: Calunga, 1980. p. 90-105.
WRIGHT, Alex. O antepassado esquecido: Paul Otlet. Disponível em:
http://tecnologica.extralibris.info/internet/o_antepassado_esquecido_
paul_o.html. 19??. Acesso em: 26 mar. 2007.
Principais Bibliotecas
A Biblioteca de Alexandria, uma das mais importantes bibliotecas
da Antiguidade, instituída por Ptolomeu I, em 288 a.C., foi orga-
nizada sob decisiva influência de Aristóteles, tendo como modelo
o clássico GYMNASIUM (CHASSOT, 2002).
Esta biblioteca foi criada com a finalidade de reunir e classi-
ficar todos os conhecimentos registrados em forma documental.
Possuía 10 grandes salas de investigação e leitura, vários jardins,
horto, zoológico, salas de dissecações e observatório astronômico.
Tem-se notícia que seu acervo chegou a alcançar 700 mil rolos de
Paradigma15 da Biblioteconomia
Com base nesse paradigma, a biblioteca é considerada como o
foco principal da área e é entendida como uma organização so-
cial, que compreende propriedades materiais, organizacionais e
15. Para Thomas Kuhn (1975), o termo paradigma quer dizer “um modelo ou
padrão de ciência que é compartilhado por uma determinada comunidade”.
A interdisciplinaridade da C.I.
Para Le Coadic (2004), “a interdisciplinaridade traduz-se por uma
colaboração entre diversas disciplinas, de modo que haja um enri-
quecimento mútuo”. Esse conceito é complementado por Targino
(2006, p. 97), quando afirma que:
20. 6.07.00.00.9.
21. 6.07.02.00.1.
22. 6.07.03.00.8.
23. 6.08.00.00.3.
24. 6.09.00.00.8.
25. Por ex: Lógica de Boole, utilizada nos levantamentos bibliométricos.
Referências
BATTLES, M. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta do
Brasil, 2003.
BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation.
Jan. 1968. 5 p.
BRAGA, G. M. Informação, Ciência da Informação: breves reflexões em
três tempos. Ciência da Informação, Brasília, DF, v.24, n.1, 1995.
A Biblioteconomia no Brasil26
A Biblioteconomia no Brasil começa a se fazer presente quando
são fundadas as primeiras bibliotecas no País, oriundas das or-
dens religiosas dos Beneditinos, Franciscanos e Jesuítas.
No entanto, o marco fundador deste campo do conhecimen-
to, no País, é atribuído à criação da Biblioteca Nacional. Esta bi-
blioteca tem sua origem na Biblioteca Real d’Ajuda, que foi trazi-
da pela Corte Real de Portugal, ao se refugiar na sua colônia mais
próspera, em 1808. Sua fundação, oficial, só ocorre em 1810;
no ano seguinte, é facultada a consulta aos estudiosos que obti-
29. O documento mencionado por Castro (2000), “Análises de los informes sobre
el estado actual de la profesión bibliotecária” aponta que o primeiro curso, na
América Latina, foi criado pelo Conselho de Mulheres da Argentina, em 1903, fato
não considerado pela maioria de autores da área.
30. Desde então, este Congresso tem se realizado, regularmente, sob a denomi-
nação atual de Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência
da Informação (CBBD), quase sempre de dois em dois anos, em cidades diferentes
do país, por meio da promoção da Febab e de outras instituições parceiras, a cada
edição. O XXIII CBBD ocorreu em Bonito (MS), em julho de 2009.
Marcos da Biblioteconomia
Fatos marcantes da área de Biblioteconomia foram levantados por
vários autores. O Quadro 3, a seguir, apresenta uma síntese des-
ses acontecimentos.
33. Exemplos dessas bibliografias são as de: Física, Química, Botânica, Matemá-
tica e Documentação.
34. As primeiras sociedades científicas surgiram na Itália, como a Academia dei
Lincei, em 1603. Porém, a sociedade acadêmica mais conhecida é a Royal Society,
criada em Londres, em 1660.
35. Entidades detentoras do papel de incentivar a pesquisa científica e de facilitar
a comunicação e a discussão de resultados de pesquisas (ANDRADE; OLIVEIRA,
2005).
36. Em 2009, ano em que foi comemorado o aniversário de 10 anos de sua cria-
ção, a Ancib organizou o X Enancib, na cidade de João Pessoa, na Paraíba.
37. Os periódicos científicos são classificados na Base Qualis em: A1, A2, B1, B2,
B3, B4, B5 e C, de acordo com os critérios de avaliação determinados pela Capes.
Antecedentes
Os primeiros computadores surgiram entre 1940 e 1950, do pro-
gesso natural dos tempos, para que o homem pudesse efetuar os
39. O Eniac foi construído pelos professores John Eckert e John Mauchly, da More
School of Electrical Engineering, da University of Pennsylvania.
Aplicações da Informática
Na sociedade informatizada presente no Séc. XXI, a maioria das
tarefas desenvolvidas – em quase todas as profissões – recebe in-
fluência da Informática. No caso específico da Biblioteconomia e
da Ciência da Informação, a Informática assume o papel de uma
ferramenta importante para agilizar a aquisição, o processamen-
to, a divulgação e a recuperação da informação. Com o passar dos
anos, essa influência tornou-se cada vez mais marcante, não de-
vendo ser considerada como uma ameaça e sim como uma nova
oportunidade para promoção do melhor atendimento às necessi-
dades dos usuários.
Todo o ciclo da informação – geração, difusão e uso – foi
influenciado pelas iniciativas da Informática. As atividades de ca-
talogação, classificação, indexação, assim como os processos de
armazenamento e recuperação da informação contida nos dife-
rentes suportes informacionais, dispensam hoje uma série de eta-
pas desenvolvidas antes da utilização dos computadores.
Na questão do armazenamento, Robredo (1989) apresentou
previsão de grande mudança nas instalações físicas das biblio-
tecas, as quais deveriam apresentar diferenças substanciais, na
medida em que inúmeros itens – antes arquivados no formato
impresso – teriam seu acesso facilitado por meio eletrônico, o que
diminuiria a necessidade de ampliação constante de espaço nes-
sas unidades.
A aplicação da Informática na Biblioteconomia é mais mar-
cante a partir do fenômeno da Explosão da Informação, quando
inúmeros cientistas se dedicaram a estudar meios de solucionar o
problema do acesso ao conhecimento. O emprego do computador
– máquina recém-criada à época – foi utilizado para tratar e re-
cuperar os dados de maneira sistemática, visto que esta máquina
permitia a manipulação de grande massa de dados.
As REDES DE INFORMAÇÃO
Nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, a distin-
ção entre sistemas e redes de informação muitas vezes não é mui-
to clara, mas um ponto que não deixa dúvidas é que as redes reú-
nem pessoas e organizações para o intercâmbio de informações,
42. Dados obtidos de outubro a dezembro de 2009 nos sites das redes.
3. Rede Bibliodata
(http://www8.fgv.br/bibliodata/)
45. Calco = Catalogação Legível por Computador. Esse projeto visava à constitui-
ção de um cadastro das obras dos acervos das bibliotecas da FGV, que emitia as
fichas e etiquetas relativas a este acervo.
46. Seu catálogo mais recente, em CD (31ª ed. – set. de 2009) contém mais de
1.800.000 registros bibliográficos.
6. Portal da Capes
(http://www.periodicos.capes.gov.br/)
Software Empresa
Aleph Ex Libris
Argonauta Data Coop
Informa Modo Novo
MicroIsis Bireme
Ortodocs Potiron
Pergamum PUC-PR
Thesaurus Via Ápia Informática
Virtua VTLS América
53. Outra recomendação do VI CBBD foi a criação do Encontro Nacional dos Estu-
dantes de Biblioteconomia e Documentação (ENEBD), fórum de discussão e apre-
sentação de trabalhos, que vem se realizando regularmente desde então, tendo
sido realizada, em 2009, a sua 32ª edição, no Rio de Janeiro.
55. A partir de 1964, o CDC foi ministrado com mandato universitário, por meio
de convênio com a UFRJ, com grande projeção internacional. Segundo Barreto
(2007) este curso foi oferecido, pelo IBBD/Ibict, durante 40 anos, sem interrup-
ção.
57. O Reuni tem como objetivo maior criar condições para ampliação de acesso e
permanência na graduação com melhor aproveitamento da estrutura física e de
recursos humanos existentes nas universidades federais. O programa estabelece
ainda diversas diretrizes, uma delas é a redução das taxas de evasão, ocupação de
vagas ociosas e aumento de ingresso, especialmente no período noturno (Fonte:
http://www.ufrj.br).
Referências
BUNGE, M. Ciência e desenvolvimento. Belo Horizonte: Itatiaia; São Pau-
lo: EDUSP, 1980.
CASTRO, C. A. de. História da Biblioteconomia brasileira: perspectiva his-
tórica. Brasília, DF: Thesaurus, 2000.
CHRISTOVÃO, H. T. A Ciência da Informação no contexto da pós-gradua-
ção do Ibict. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 24, n.1, 1995.
GUIMARÃES, J. A. C. Profissionais da informação: desafios e perspecti-
vas para a sua formação. In: BAPTISTA, S. G.; MUELLER, S. P. M. (Org.)
Profissional da informação: o espaço de trabalho. Brasília, DF: Thesaurus,
2004.
MOTA, F. R. L.; OLIVEIRA, M. de. Formação e atuação profissional. In:
OLIVEIRA, M. de. (Coord.). Ciência da Informação e Biblioteconomia:
novos conteúdos e espaços de atuação. Belo Horizonte: Ed. da UFMG,
2005.
MUELLER, S. P. M. O Ensino de Biblioteconomia no Brasil. Ciência da
Informação, Brasília, DF, v.14, n.1, p. 3-15, jan./jun.1985.
SOUZA, F. das C. de. O ensino da Biblioteconomia no contexto brasileiro:
Século XX. 2. ed. rev. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2009.
Nomenclaturas do profissional
Para muitos autores, dentre os quais Mota e Oliveira (2005), a
cada nova tecnologia de informação criada ocorrem alterações
nas rotinas das atividades em que estão envolvidas; no caso parti-
cular das bibliotecas, o uso das TICs causaram grande impacto em
sua organização e funcionamento, como já mencionado em capí-
tulo anterior. Por sua vez, essa influência repercutiu na formação
e na atuação dos bibliotecários, na medida em que estes profis-
sionais passaram a se deparar com um novo tipo de usuário, que
demanda informações mais específicas, exigindo respostas cada
vez mais precisas e em tempo muito mais curto. Esse cenário faz
com que estes profissionais se ocupem muito mais com a aquisi-
ção de conhecimentos especializados, e que busquem se capacitar
no manejo das TICs para fazer frente às tarefas de organizar, pro-
cessar, recuperar e disseminar informações, para atender, eficien-
temente, às demandas mencionadas.
Paralelamente, a sociedade passa a valorizar a informação,
de tal modo, considerando-a como insumo básico para seu desen-
volvimento. Santos (2002) descreve com clareza essa percepção
ao declarar:
Sociedade da informação
Os homens pré-históricos viviam da caça de animais selvagens e
da coleta de plantas e frutas fornecidas pela natureza; nesse perío-
do, a troca de experiências entre eles era incrivelmente lenta; a
revolução agrícola veio modificar esse panorama: o deslocamento
humano – com a domesticação dos animais – foi facilitado e, com
isso, a troca de conhecimentos começou a se acelerar. Muitos anos
depois, uma nova revolução surpreende o mundo – a revolução
industrial – que com as invenções das máquinas a vapor e, depois,
do telégrafo e do telefone, proporcionaram um grande aumento
na propagação das informações (HISTÓRIA..., 2005).
Depois dessas duas grandes revoluções, o homem vive a revo-
lução da informação – também chamada de revolução do conhe-
cimento – iniciada com o surgimento dos computadores pessoais,
relativamente baratos, e o surgimento das redes de comunicação
61. Como exemplos dessas redes, pode-se citar a Rede Brasileira de Bibliotecas na
Área de Psicologia (ReBAP), desenvolvida pela USP, da qual fazem parte, segundo
dados de novembro de 2009, 159 bibliotecas, que vêm dinamizando os serviços
e produtos informacionais na área de Psicologia, fazendo com que esta se torne
cada vez mais visível no meio acadêmico. Sobre os consórcios, um exemplo é o
Cruesp/Bibliotecas, consórcio que reúne 89 bibliotecas das três universidades es-
O bibliotecário gestor
O emprego de técnicas administrativas começou a merecer aten-
ção dos bibliotecários em meados da década de 1950, nos Estados
63. Bibliotecas que contam com apenas um profissional bibliotecário em seus qua-
dros.
As bibliotecas e a administração
Na tentativa de atender a essa recomendação, apresentam-se al-
guns fundamentos teóricos da Administração Científica, sob a óti-
ca da racionalização do trabalho no mundo da produção, para de-
pois compará-los com a administração das bibliotecas. Este exer-
cício serviu para se estabelecer analogias com as atividades da
biblioteca e do bibliotecário, ao longo dos diferentes períodos.
Ao estudar as diversas fases pelas quais passa a Administra-
ção Científica, Valle (2005) discrimina quatro fases distintas:
A primeira geração de racionalização da produção foi funda-
mentada em Frederick Winslow Taylor (1856-1915)64 e em seus
sucessores – clássicos da Engenharia de Produção – que queriam
substituir o modelo gerencial então existente por um outro – me-
canicista – que julgavam mais adequado.
Os empresários da época pregavam que a melhor organiza-
ção do trabalho era aquela que refletia a maneira de ver as coisas
pelo lado dos proprietários e gerentes, tidos como indivíduos su-
periores, inclusive moralmente.
A segunda geração de racionalização da produção surge no
final dos anos 1920 e início dos anos 1930, ressaltando a impor-
tância central das relações entre empregadores e empregados e
a necessidade de tratá-las segundo o enfoque da Psicologia, dis-
ciplina que nascia naquela ocasião. Pensava-se que a melhoria
das condições de trabalho traria maior produtividade, o que não
ocorreu. Nessa ocasião, a Psicologia começava a tomar vulto nos
Estados Unidos e vislumbrou-se a possibilidade de se ter acesso a
65. Nessa época, costumava-se estudar o tratamento técnico dos itens de uma
biblioteca com base no modelo denominado de “cadeia do livro”, compatível com
as ideias do Fordismo. Seguindo este modelo, o livro passava de um setor para
o outro, sem que o bibliotecário – especialista em determinada tarefa – tivesse
conhecimento da tarefa do outro.
69. Exemplo de iniciativa dessa natureza pode ser visto com os eventos que a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem realizando, desde 2004, sob
o nome de “Conhecendo a UFRJ”, os quais têm reunido estudantes de nível médio,
das escolas do Estado, que estão definindo suas escolhas para ingressar nos cursos
de graduação. Esse tipo de evento tem o objetivo de levar aos jovens as informa-
ções sobre os cursos que a Universidade oferece, por meio de palestras, divulgação
de material impresso etc., a fim de melhor direcionar as escolhas desse público.
No ano de 2009, cerca de 12.000 jovens participaram do evento.
70. Como exemplo, pode-se citar: professores afastados da sala de aula por pro-
blemas de saúde e, ainda, pessoal de apoio, como merendeiras, faxineiras etc.
Referências
BANDEIRA, G. P.; OHIRA, M. L. B. Quem é o bibliotecário no Estado de Santa
Catarina: mercado de trabalho. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTE-
CONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 19. 2000, Porto Alegre. Anais... [CD-ROM]