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Jorge Miranda
Carla Amado Gomes
Susana Borràs Pentinat
Organizadores
Bleine Queiroz Caúla
Marco Anthony Steveson Villas Boas
Matheus Passos Silva
DIÁLOGO AMBIENTAL,
CONSTITUCIONAL E
INTERNACIONAL
VOL. 11
Homenagem ao Des. Antonio Rulli Junior (in memoriam)
Produção Editorial
Escola Superior da Magistratura Tocantinense
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-93896-03-3
Jorge Miranda
Licenciado em Direito (1963) e Doutor em Ciências Jurídico-Políticas
(1979), é Professor Catedrático das Faculdades de Direito da Universidade de
Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa. Nas duas Faculdades já exerceu
a regência de todas as disciplinas do Grupo de Ciências Jurídico-Políticas,
mantendo hoje a seu cargo as de Direito Constitucional e Direitos
Fundamentais. Também na Faculdade de Direito de Lisboa, exerceu funções
como Presidente do Conselho Científico (1988-1990 e 2004-2007) e
Presidente do Conselho Directivo (1991-2001). Integrou ainda Comissão
Científica da Escola de Direito da Universidade do Minho (1973-2005) e
coordenou a licenciatura em Direito da Universidade Católica Portuguesa
(1983-1989). Eleito nas listas do Partido Popular Democrático, foi deputado à
Assembleia Constituinte (1975-1976), tendo tido um papel importante na
feitura da Constituição da República Portuguesa, de 1976. A sua colaboração
estendeu-se também à elaboração das Constituições de São Tomé e Príncipe
(1990), de Moçambique (1990), da Guiné-Bissau (1991) e de Timor-Leste
(2001). Foi Membro da Comissão Constitucional (1976-1980), órgão
precursor do atual Tribunal Constitucional. É Doutor Honoris Causa em
Direito, pela Universidade de Pau (França, 1996), Universidade do Vale do Rio
dos Sinos (Brasil, 2000), Universidade Católica de Lovaina (Bélgica, 2003) e
pela Universidade do Porto (2005). Presidente Honorário Vitalício do Instituto
Luso Brasileiro de Direito Público.
Alex Rabelo
Ana Paula Araújo de Holanda
Ângela Issa Haonat
Bleine Queiroz Caúla
Bruna Souza Paula
Bruno Costa Marinho
Carolina Camilo Medeiros Rosa
Carolina Corrêa Moro
Caroline Costa Bernardo
Caroline Marques Leal Jorge Santos
Deilton Ribeiro Brasil
Dayane Nayara da Silva Alves
Deylla Rodrigues Alves Bezerra
Erivaldo Cavalcanti e Silva Filho
Eveline de Castro Correia
Gabriel Antônio Silveira Mantelli
Gabriela Fauth
George da Silva Oliveira
Géssica Dayse de Oliveira Silva
Gisele Alves Bonatti
Gustavo Paschoal T. de C. Oliveira
Hortencia Silva Aires Leal
Igor Labre de Oliveira Barros
Itzel Ramos Olivares
Jeronimo Basilio São Mateus
Júlia Maia de Meneses Coutinho
Jullyanny Nathyara Santos de Araújo
Lara Lívia Cardoso Costa Bringel
Leonardo Alexandre Tadeu Constant de Oliveira
Liliane de Moura Borges
María Dolores Núñez Ávila
Mariana Camilo Medeiros Rosa
Martonio Mont'Alverne Barreto Lima
Nathasha Bianca Macêdo Correia Silva
Nicole de Almeida Correa
Patrícia Medina
Peterson Victor Carmo Albertoni Sacconi
Rafael Costa Freiria
Rafael Costa Marinho
Rayka Oliveira Soares Valadares
Renata Nayane de Menezes
Renata Rodrigues de Castro Rocha
Renato Zica de Oliveira
Ricardo Glasenapp
Rodrigo Alves Barcellos
Rosângela Lunardelli Cavallazzi
Ruth M. P. Santos
Sarah Araújo Ferreira
Sirlene Barden
Sócrates Costa Oliveira
Stéphanie Nathanael Lemos
Stephanie Victoria Ascencio Serrato
Suyene Monteiro da Rocha
Suzidarly Ribeiro Teixeira Fernandes
Taisa Cintra Dosso
Tais Ramos
Thiago Pachêco Santos Gil Alves
Zaneir Gonçalves Teixeira
SUMÁRIO
PREFÁCIO XIX
APRESENTAÇÃO XXV
Ambiental
A LEI COMO INSTRUMENTO DE LIMITAÇÃO DO ESTADO
AO PLANTIO DE ÁRVORES NATIVAS NA ARBORIZAÇÃO
URBANA 1
Bleine Queiroz Caúla; Nicole de Almeida Correa; Sócrates Costa Oliveira
Constitucional
FORMAÇÃO DE MEDIADORES NOS PRESÍDIOS:
POSSIBILIDADE DE REMIÇÃO DA PENA DE PRISÃO E
CONCRETIZAÇÃO DE PROMESSAS CONSTITUCIONAIS 201
Patrícia Medina; Rayka Oliveira Soares Valadares
DANO EXISTENCIAL COMO OFENSA AOS DIREITOS
HUMANOS DO TRABALHADOR 223
Sarah Araújo Ferreira; Thiago Pachêco Santos Gil Alves; Ângela Issa Haonat
Internacional
Abstract: This paper discusses the mapping of environmental injustices and its
importance in order to realize Socio-environmental State and to safeguard
environmental justice. It argues that, while the environmental justice movement
focuses on the socioeconomic disparities of subjecting particular groups to
environmental degradation, the socio-environmental state model incorporates the
need for a transdisciplinary look at social justice, environmental protection and
cultural diversity. The idea of social mapping, a mapping tool that incorporates the
principles of environmental information, popular participation and prevention,
guiding principles of Brazilian environmental law, is presented. The experience of the
Conflict Map involving Environmental Injustice and Health in Brazil elaborated by
Fiocruz is a practical example of how the mapping of environmental injustice is an
important tool for the implementation of the Socio-environmental Law State, guiding
public policies, political-social action and dissemination of environmental
information.
181
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
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Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
INTRODUÇÃO
É fato que a pauta ambiental ocupa, nos dias atuais, posição de relevância
em diversos espaços sociais. Para além do silenciamento de determinadas
narrativas em função de outras, é tarefa do operador de direito contemporâneo
compreender os discursos que buscam padronizar as questões envolvendo a
relação da humanidade com os elementos ambientais para, juntamente com
outros campos do conhecimento, evidenciar injustiças presentes nesses casos.
O presente trabalho, na tentativa de contribuir de forma interdisciplinar e
transversal ao debate jurídico-ambiental, propõe que a exegese do tema deve
ser pautada por um olhar crítico. Deve, sobretudo, servir de instrumento para a
garantia de direitos humanos e socioambientais, para questionar discursos
homogeneizantes e para aliar justiça social com salvaguarda ambiental. Para a
finalidade proposta, apresentamos a importância da realização de
mapeamentos que evidenciem os casos de injustiça ambiental que afetam
determinadas parcelas da população brasileira.
O trabalho está dividido em três momentos fundamentais. Na primeira
parte, expomos os conceitos basilares a serem utilizados: a ideia de um Estado
de Direito Socioambiental e o movimento por justiça ambiental. Na segunda
parte, apresentamos o instrumento da cartografia social e evidenciamos a
vinculação deste com princípios caros ao direito ambiental. Por fim, na última
parte, ilustramos o exposto de forma mais pragmática: com o caso concreto da
experiência da Fundação Oswaldo Cruz e com a aplicação do raciocínio no
âmbito das políticas públicas. A metodologia aplicada no presente trabalho é de
revisão bibliográfica com fins exploratórios.
183
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
310
ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecilia C. A.; BEZERRA, Gustavo N. O que é justiça ambiental.
Rio de Janeiro: Garamond, 2009. p. 16.
311
ALIER, Joan Martínez. O ecologismo dos pobres. São Paulo: Contexto, 2009. p. 33-35.
312 Idem, ib
313 idem, p. 39.
184
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
314
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Manifesto de Lançamento da Rede Brasileira de Justiça
Ambiental. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/destaques/item/8077-manifesto-de-
lan%C3%A7amento-da-rede-brasileira-de-justi%C3%A7a-ambiental/>. Acesso em: 18 fev. 2017.
315 RAMMÊ, Rogério Santos. O desafio do acesso à justiça ambiental na consolidação de um Estado
Socioambiental. Revista Direito Público, v. 11, n. 58, p. 183, 2014.
316 SANTILLI, Juliana. Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade
biológica e cultural. São Paulo: Editora Petrópolis e ISA, 2005. p. 14.
185
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
317
Idem, ibidem, p. 15.
318 A Lei Federal nº 9.985, de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza, é uma das notáveis heranças desse ativismo. O conceito de reserva extrativista foi
incorporado em nosso ordenamento, conforme o artigo 18A deste diploma legal.
319 RAMMÊ, Rogério Santos; ZALAZAR, Caroline. A justiça ambiental e a sua relação com o direito
socioambiental. Justiça & Sociedade, n. 1, p. 106-107, 2016.
320 LINS, Litiane Cipriano Barbosa. Estado Socioambiental: qual a posição dos direitos fundamentais
neste novo modelo estatal? Fórum de Direito Urbano e Ambiental – FDUA, Belo Horizonte, ano 11,
n. 65, set./out. 2012. Disponível em: <http://www.bidforum.com.br/bid/PDI0006.
aspx?pdiCntd=81743>. Acesso em: 12 fev. 2017.
186
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
321
SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Estado socioambiental e mínimo existencial
(ecológico?): algumas aproximações. In: SARLET, Ingo Wolfgang (Org.). Estado socioambiental e
direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. p. 11-38.
322 LACOSTE, Yves. An illustration of geographical warfare: bombing of the dikes on the red river,
north Vietnam. Antipode, v. 5, n. 2, p. 1, 1973.
187
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
323
ACSELRAD, Henri (Org.). Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano Regional, 2008. p. 24-25.
188
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
Por essa razão, a cartografia social não deve se limitar ao mapeamento dos
espaços naturais apenas no sentido técnico do termo, ou seja, como forma, por
exemplo, de legitimar o direito de comunidades tradicionais sobre seus
territórios. Conquanto não se negue a importância desse objetivo, ele constitui
um entre uma vasta gama de potencialidades.
Dentre elas, destacamos o planejamento, que enseja não apenas a
organização do território, mas sua contínua construção. Isso porque o mapa
deve ser o espelho de uma sociedade cambiante e de realidades, por sua própria
natureza, instáveis. Dessa forma, um planejamento não participativo terá
grandes chances de jazer empoeirado na biblioteca de alguma academia. Se o
mapeamento torna as comunidades protagonistas de seu espaço e cônscias de
seus recursos, o planejamento inclusivo, ao exercer uma função prospectiva,
conduz à adoção de um comportamento necessariamente preventivo.
324
CANOTILHO, J. J. Gomes; MOREIRA, Vital. Constituição da República Portuguesa Anotada. 3.
ed. rev. Coimbra: Coimbra Editora, 1993. p. 225-226.
325 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito à informação e meio ambiente. São Paulo: Malheiros,
2006.
189
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
3 P O L Í T I C A S P Ú B L I C A S E O E S TA D O D E D I R E I T O
SOCIOAMBIENTAL
326
ACSERALD, Henri (org.). Cartografias sociais e território. Rio de Janeiro: Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano Regional, 2008. p. 14.
327 BUCCI, Maria Paula Dallari et al. Direitos humanos e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis,
2001. p. 7-8. Disponível em: <http://www.polis.org.br/uploads/831/831.pdf>. Acesso em: 18 fev.
2017.
328 LASSALLE, Ferdinand. A essência da Constituição. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris,
2010.
329 HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor,
1991.
190
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
330
BUCCI, Maria Paula Dallari et al. Direitos humanos e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis,
2001. p. 11. Disponível em: <http://www.polis.org.br/uploads/831/831.pdf>. Acesso em: 18 fev.
2017.
331 COUTINHO, Diogo Rosenthal. O direito nas políticas públicas. In: MARQUES, E.; FARIA, C. A.
Política pública como campo disciplinar. São Paulo: UNESP. p. 145.
191
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
332
LAURIS, Édis. Mobilização jurídica versus mobilização social: uma abordagem a partir da justiça
ambiental. Revista da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, ano 4, p. 55-74, jul./dez. 2011.
333
BUCCI, Maria Paula Dallari et al. Direitos humanos e políticas públicas. São Paulo: Instituto Pólis,
2001. p. 13. Disponível em: <http://www.polis.org.br/uploads/831/831.pdf>. Acesso em: 18 fev.
2017.
192
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
334
começa a se fortalecer o fenômeno da administração consensual . Essa
transformação da atuação estatal reflete em grande medida a necessidade de
ampliar a efetivação da vasta gama de direitos fundamentais, dentre os quais se
inclui expressivamente o meio ambiente. Outra forma de denominar esse
fenômeno é o próprio termo “governança”, que se preocupa com a
transformação dos arranjos institucionais de tomada de decisão para uma
maior permeabilidade à participação dos atores interessados.
Os instrumentos de participação social para construção de políticas públicas
ambientais são variados: conselhos ambientais, audiências públicas, consultas
públicas, acordos setoriais, amicus curiae etc. A cartografia social se apresenta
como mais uma dessas ferramentas, com o diferencial de atuar como
participação qualificada por meio do fornecimento de informações, bem como
por potencializar a prevenção de danos e impactos ambientais com a produção
de conhecimento.
Desse modo, uma cartografia social dos conflitos socioambientais de
determinado território permite o mapeamento dos problemas mais recorrentes,
dos grupos por estes atingidos, das formas eventualmente encontradas para
solução etc. Ademais, possui a vantagem de ser instrumento construído com a
participação desses grupos, visto que pressupõe a oitiva das populações
atingidas pelos conflitos para colheita de dados. Assim, esse mapeamento será
utilizado na construção das políticas públicas, orientando e racionalizando a
tomada de decisão no sentido dos princípios da justiça ambiental, prevenção e
participação.
334
OLIVEIRA, Gustavo Justino; SCHWANKA, Cristiane. A administração consensual como a nova
face da administração pública no século XXI: fundamentos dogmáticos, formas de expressão e
instrumentos de ação. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, v. 104, p.
3 0 3 – 3 2 2 , j a n . / d e z . 2 0 0 9 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w. r e v i s t a s . u s p .
br/rfdusp/article/view/67859/70467>. Acesso em: 24 abr. 2018.
193
Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional
335
FIOCRUZ. Breves considerações conceituais e metodológicas sobre o Mapa de Conflitos e
Injustiça Ambiental em Saúde no Brasil. Disponível em:
<http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/index.php?pag=metodo>. Acesso em: 17 fev.
2017.
336 FIOCRUZ. Breves considerações conceituais e metodológicas sobre o Mapa de Conflitos e
Injustiça Ambiental em Saúde no Brasil. Disponível em:
<http://www.conflitoambiental.icict.fiocruz.br/index.php?pag=resumo>. Acesso em: 17 fev.
2017.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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