SARA ANDRESSA CONSANI - O USO DE EPI’S NO CANTEIRO DE OBRAS DE UMA CONSTRUÇÃO VERTICAL DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO NA CIDADE DE CIANORTE-PR ESTUDO DE CASO
O Uso de Epi'S No Canteiro de Obras de Uma Construção Vertical de Concreto Moldado in Loco Na Cidade de Cianorte-Pr: Estudo de Caso
Título original:
SARA ANDRESSA CONSANI - O USO DE EPI’S NO CANTEIRO DE OBRAS DE UMA CONSTRUÇÃO VERTICAL DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO NA CIDADE DE CIANORTE-PR ESTUDO DE CASO
O USO DE EPI’S NO CANTEIRO DE OBRAS DE UMA CONSTRUÇÃO
VERTICAL DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO NA CIDADE DE
CIANORTE-PR: ESTUDO DE CASO.
SARA ANDRESSA CONSANI. Acadêmica do curso de pós-graduação em
Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário Ingá – UNINGÁ. E-mail: consaniisara@gmail.com.
VALÉRIA LUCIANO PASIAN, Engenheira Civil e especialista em Engenharia de
Segurança do Trabalho, tutora do Centro Universitário Ingá – UNINGÁ. E-mail: tutoria.valeriapasian@uninga.edu.br
LOURIVAL DOMINGOS ZAMUNER, professor Assistente do curso de
Engenharia civil do Centro Universitário Ingá - UNINGA. E-mail: prof.lourivalzamuner@uninga.edu.br
A segurança do trabalho é de suma importância em todas as áreas e atividades.
A indústria da construção civil está em um dos setores com mais riscos de acidentes de trabalho. Para minimizar esses acidentes é necessário o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPI’S) e equipamentos de proteção coletiva (EPC’S), organização do canteiro, treinamento e orientação dos funcionários dentre outros. Com isso, temos como objetivo do trabalho, comprovar a importância do uso de EPI’S, fornecimento, exigências e descarte dos mesmos. Apresentando os resultados na qual a metodologia aplicada será de um estudo de caso e pesquisa de campo realizados na área da construção civil, em uma edificação residencial verticalizada de concreto moldado in loco na cidade de Cianorte/Pr. Essa pesquisa foi realizada durante o período de 90 dias, diariamente. Segundo Barsano e Barbosa (2018), até a publicação da Constituição Federal de 1988 para o empregador, a segurança do trabalho era considerada desnecessária, e o mesmo não se importava se o funcionário estava bem ou não, mesmo que estivesse reclamando das condições de segurança e saúde. A partir daí foram instituídas leis, normas e decretos em relação a segurança do trabalho, nas quais foram criados preceitos trabalhistas garantindo a integridade dos trabalhadores. Nesta edificação pesquisada, todos os colaboradores, no primeiro dia e ao iniciarem os trabalhos na empresa, passam pelo processo de integração técnico-social-segurança, com um profissional de segurança do trabalho, nos quais eram abordados assuntos referentes as NR1 – Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais; NR6 – Equipamento de Proteção Individual - EPI e NR18 – Condições e Meio ambiente de trabalho na indústria da construção. Após a integração, e de antes de adentrarem no canteiro de obras, todos os funcionários recebem uniformes e EPI’S de acordo com sua função. Para entendermos melhor a terminologia de EPI’S: “são os equipamentos utilizados para proteção dos operários durante a realização do seu trabalho” (GROHMANN, 1997). Para Bozza (2010) é “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado a proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Segundo a NR-6, o empregador tem como obrigação em relação aos usos de EPI’S: adquirir e fornecer o adequado EPI de acordo com o risco da atividade a ser exercida; exigir seu uso; fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado quanto a guarda e conservação; substituir o EPI imediatamente, quando danificado ou extraviado; o colaborador responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; comunicar ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), atual Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, sobre qualquer irregularidade observada e registrar seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. Já as obrigações para o empregado em relação aos EPI’S são: usar, utilizando apenas a finalidade a que se destina; responsabilizar-se pela guarda e conservação; comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso, e cumprir as obrigações do empregador sobre o uso adequado. Após a entrega dos EPI’S, o colaborador assina a ficha de EPI e também a frente de cada EPI que foi entregue, no qual estava: o tipo de EPI, certificado de aprovação (CA) do mesmo e data de entrega. Os EPI’S entregues colocados nas fichas estavam de acordo com a função a ser exercida e também para os casos em que houvesse trabalho em altura (TA). Os EPI’S mais comuns entregues foram: uniforme (calça e camiseta de manga longa), capacete, botina, luva, máscara PFF2, protetor auricular plug, óculos incolor, bota de PVC cano longo e capa de chuva, além de ser entregue cadeado com chaves para seu armário a ser disponibilizado para a guarda dos equipamentos. Alguns dos colaboradores, por terem trabalhado apenas na cidade e esta ser uma cidade de porte médio (80 mil habitantes), não tiveram a oportunidade de trabalhar em alguma construtora ou obras de grande porte, fazendo que os mesmos trabalhassem como autônomos, em pequenas obras. Com isso, não estavam acostumados a levar muito a sério a segurança do trabalho e também não tinham o costume de usar EPI’S. Assim, apresentaram bastante resistência em utilizar os equipamentos fornecidos e também em usá-los corretamente, tornando-se necessário que o profissional de segurança do trabalho da edificação intervisse, e por vezes até aplicasse advertências. Semanalmente eram realizados diálogos sobre segurança (DSS) para pontuar os erros, melhorias a serem implementadas e também a conscientização sobre a importância do uso dos EPI’S e atitudes que minimizassem o risco de acidentes. Para Bristot (2019) o diálogo de segurança é um procedimento que tem como objetivo principal, conscientizar os funcionários, bem como os chefes, sobre a importância dos métodos pertinentes à segurança do trabalho, o uso de EPI’S, a limpeza e organização dos setores no canteiro. Os quantitativos dos equipamentos eram feitos em planilhas, nos quais foram registrados: estoque mínimo, pedidos de EPI, saída de EPI semanal e consumo mensal. A organização do canteiro e equipamentos de proteção coletiva como: placas de avisos, segurança e atenção, isolamento de áreas de risco dentre outros, evitam acidentes, porém é de grande importância o uso de equipamentos de proteção individual. Nesta construção, ocorreu alguns acidentes que poderiam ter sido evitados e/ou minimizados com o uso correto dos EPI’s. Exemplificando acidentes que podem ocorrer quando do desenvolvimento das atividades, nesta obra um dos colaboradores estava segurando uma telha galvanizada com uma luva de algodão pigmentada, quando um outro funcionário puxou a mesma, fazendo com que cortasse a mão dele, tendo que ser levado diretamente ao pronto socorro para fazer curativos, sendo necessário até mesmo de fazer pontos. Tal acidente poderia ter sido evitado com a atenção redobrada dos funcionários, além de ser minimizado se estivesse utilizando o EPI correto, como uma luva de vaqueta, por exemplo. Um outro acidente ocorreu quando um funcionário estava ajudando na carga e descarga de materiais de uma carreta, e após finalizar, ao fechar a carroceria, a corrente se soltou e colidiu com seu rosto, lesionando o olho em cima e em baixo. O mesmo não estava utilizando óculos, e se caso estivesse, talvez o acidente pudesse ter sido minimizado. Ainda que, sejam feitas reuniões semanais, que seja chamada a atenção dos colaboradores e que os mesmos sejam fiscalizados a quase todo momento, alguns insistem em não usar o EPI ou não utilizar corretamente quando estão sozinhos, fazendo com que muitas vezes o acidente ocorra e seja mais grave do que seria normalmente. Por isso a importância de conscientizar os colaboradores que os acidentes ocorrem a qualquer momento e em qualquer lugar e que o uso dos equipamentos de proteção individual é para a segurança deles mesmos. Porém, vale ressaltar que alguns funcionários utilizam os EPI’S corretamente. Os descartes de EPI’S eram feitos todas as vezes que os EPI’S se tornassem danificados de alguma forma. Para ter um novo EPI, o colaborador deveria levar o EPI danificado para fazer o descarte corretamente. Assim, ao receber o novo EPI, o colaborador assinava na ficha, o equipamento que estava levando e também o que estava descartando. Neste momento o profissional de segurança do trabalho avaliava a situação do EPI e colocava o código na ficha, tal como: NO = Novo, DN = Desgaste normal, DF = Danificado, EX = Extraviado, RE = Reutilizável. Os descartes dos equipamentos de proteção individual são feitos em um caixote, e eram descartadas as luvas, protetores auriculares, óculos, máscaras, entre outros. Também há dois tambores, sendo que em um eram descartados os uniformes e no outro botinas e botas de PVC. Após uma certa quantidade de EPI’S descartados, eram retirados e encaminhados a um local seguro e próprio para descarte deste material, também no canteiro de obras, que de tempos em tempos eram coletados por empresa terceirizada. Com isso, o objetivo proposto pelo presente trabalho foi alcançado de maneira sólida e positiva. Os resultados apontam que ainda que por mais que a segurança do trabalho seja efetiva junto aos colaboradores, a mesma pode ser falha por diversas vezes na área da construção civil, verificando que a empresa analisada segue corretamente as leis e normas de segurança do trabalho, dando importância a essa área e cuidando de seus colaboradores, fornecendo corretamente os EPI’S, exigindo e fiscalizando seu uso, fornecendo orientações e fazendo treinamentos. Palavras-chave: EPI. Segurança. Treinamentos. REFERÊNCIAS BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Segurança do Trabalho – Guia Prático e Didático. São Paulo – SP. SARAIVA, 2018. P.23. Ed.2
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BRASIL. Escola Nacional de Inspeção do Trabalho. Segurança e saúde no
trabalho – Normatização. NR 06 – Equipamento de proteção individual – EPI. [2018]. Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-06.pdf Acesso em: 03 out 2020.
BRASIL. Escola Nacional de Inspeção do Trabalho. Segurança e saúde no
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BOZZA, A. F. Segurança do trabalho na construção civil. 2010. 34f.
Monografia. Universidade Federal do Paraná – UFPR. Curitiba – PR. 2010.
BRISTOT, V. M. Introdução a engenharia de segurança do trabalho. Criciúma
– SC. UNESC, 2019.
GROHMANN, M. Z. Segurança no trabalho através do uso de EPI’S: Estudo
de caso realizado na construção civil de Santa Maria. 1997. 8f. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria – RS. 1997.