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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4

2 TERAPIA INTENSIVA – PROCEDIMENTOS DE ALTA E MÉDIA


COMPLEXIDADE ............................................................................................... 5

2.1 UTI............................................................................................... 8

2.2 Surgimento da UTI ...................................................................... 9

3 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE


TRATAMENTO INTENSIVO - UTI ................................................................... 11

3.1 Recursos Humanos em uma UTI .............................................. 13

3.2 Estrutura física e equipamentos ................................................ 15

3.3 Terapia intensiva neonatal e pediátrica ..................................... 22

4 GESTÃO DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA – UTI ..... 27

4.1 Enfermagem em auditoria - UTI ................................................ 29

4.2 Enfermagem e o gerenciamento da UTI.................................... 30

4.3 A utilização do SAE – Sistematização da Assistência de


Enfermagem, como ferramenta de apoio...................................................... 31

4.4 Protocolos e rotinas da UTI ....................................................... 32

4.5 Gerenciamento de recursos materiais e educação continuada . 36

4.6 A enfermagem em UTI e a equipe multiprofissional .................. 37

5 GERENCIAMENTO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI


NEONATAL E PEDIÁTRICA ............................................................................ 37

5.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem ........................ 38

5.2 Política da qualidade na assistência de enfermagem ............... 39

5.3 Política de recursos materiais ................................................... 40

5.4 Estrutura e recursos para o atendimento e assistência ao recém-


nascido/criança e seus familiares. ................................................................ 41

5.5 Mapa dos problemas de enfermagem ....................................... 43

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5.6 Transferência externa de pacientes .......................................... 46

5.7 Encaminhamento para o centro cirúrgico .................................. 47

5.8 Óbito .......................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................... 50

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 52

3
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro –
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 TERAPIA INTENSIVA – PROCEDIMENTOS DE ALTA E MÉDIA
COMPLEXIDADE

Fonte: posfg.com.br

A assistência a pacientes em situações de saúde cada vez mais críticas,


que necessitam de respostas individuais e complexas a sua situação de saúde,
tem sido destacada enquanto papel contemporâneo das instituições
hospitalares. Essa situação requer novos conhecimentos e atitudes do
profissional de saúde frente às mudanças tecnológicas e demandas dos
pacientes, implicando em alteração no seu processo de trabalho.
O Sistema Único de Saúde – SUS, possui regulamentos, legislações e
normas, que fundamentam toda a saúde do país. Dessa forma, a atenção à
saúde da população é organizada, com o intuito de atender o indivíduo em toda
a sua integralidade, abrangendo todos os níveis de tratamento, além das ações
de prevenção e profilaxia.
As organizações dos serviços de saúde abrangem a atenção básica, que
é um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem
a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o

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tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde, procedimentos de média e
alta complexidade que estão classificados nas atenções secundárias e terciárias.
Procedimentos de média complexidade, que de acordo com o
Ministério da Saúde (2004):
A média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços
que visam atender aos principais problemas e agravos de saúde da
população, cuja complexidade da assistência na prática clínica
demande a disponibilidade de profissionais especializados e a
utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e
tratamento.
A relação dos procedimentos abrangentes nessa categoria são:
Procedimentos especializados realizados por profissionais médicos,
outros profissionais de nível superior e nível médio;
 cirurgias ambulatoriais especializadas;
 procedimentos tráumato-ortopédico;
 ações especializadas em odontologia;
 patologia clínica;
 anatomopatologia e citopatologia;
 radiodiagnóstico;
 exames ultra-sonográficos;
 diagnose;
 fisioterapia;
 terapias especializadas;
 próteses e órteses;
 anestesia

Os procedimentos de alta complexidade são definidos pelo SUS (2004)


como:
Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta
tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a
serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à
saúde (atenção básica e de média complexidade).
As principais áreas que compõem os serviços de alta complexidade do
SUS, organizadas em redes, são:

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 assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos
procedimentos de diálise);
 assistência ao paciente oncológico;
 cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia cardiovascular
pediátrica;
 procedimentos da cardiologia intervencionista;
 procedimentos endovasculares extracardíacos;
 laboratório de eletrofisiologia;
 assistência em tráumato-ortopedia;
 procedimentos de neurocirurgia;
 assistência em otologia;
 cirurgia de implante coclear;
 cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical;
 cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático;
 procedimentos em fissuras lábio-palatais;
 reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da
face e do sistema estomatognático;
 procedimentos para a avaliação e o tratamento dos transtornos
respiratórios do sono;
 assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
 assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia bariátrica);
 cirurgia reprodutiva;
 genética clínica;
 terapia nutricional;
 muscular progressiva;
 osteogênese imperfecta;
 fibrose cística e reprodução assistida

Os procedimentos da alta complexidade encontram-se relacionados na


tabela do SUS, em sua maioria no Sistema de Informação Hospitalar, e estão
também no Sistema de Informações Ambulatoriais em pequena quantidade, mas
com impacto financeiro extremamente alto, como é o caso dos procedimentos

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de diálise, quimioterapia, radioterapia e hemoterapia. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2005)
O atendimento a pacientes de alta complexidade está no contexto da atual
política de saúde do país. A assistência de alta complexidade é definida como o
conjunto de procedimentos que, no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS),
envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a
serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde
(atenção básica e de média complexidade) (CHAVES et al 2012 apud
CONASS,2007)
A enfermagem, em seus diversos cenários de atuação, busca seu
verdadeiro papel na sociedade, tema amplo de discussão no contexto da
qualidade do cuidado prestado. (CENEDÉSI et al,2012 apud CARDOSO, 2011).
A compreensão de suas funções nas diferentes áreas permite o
esclarecimento desse papel e, por conseguinte das contribuições do enfermeiro
para o cuidado de qualidade.

2.1 UTI

O ambiente de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), é um


ambiente destinado a assistir pacientes graves e instáveis que, geralmente,
localiza-se no meio hospitalar, e é considerado de alta complexidade por contar
com aparato tecnológico e informatizado de ponta, apresentando assim um ritmo
acelerado, no qual são realizados procedimentos agressivos e invasivos, e onde
o duelo entre a vida e a morte está bem presente, sendo que a morte, muitas
vezes, é iminente. (BACKES et al, 2015 apud PINA, 2008; MARTINS, 2009;
FERNANDES;2010)
É uma unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua
que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um
ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham
possibilidade de se recuperar.
A UTI nasceu da necessidade de oferecer suporte avançado de vida a
pacientes agudamente doentes que porventura possuam chances de sobreviver,
destina-se a internação de pacientes com instabilidade clínica e com potencial
de gravidade. É um ambiente de alta complexidade, reservado e único no

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ambiente hospitalar, já que se propõe estabelecer monitorização completa e
vigilância 24 horas.
Dessa maneira, a UTI, com frequência, é estigmatizada, podendo gerar
concepções errôneas em relação à assistência e atitudes da equipe. Da mesma
forma, a UTI também é vista como um ambiente que gera mitos, sensações e
sentimentos contraditórios, tais como angústia, medo, tristeza, dor e sofrimento,
segurança e insegurança, tanto nos pacientes e familiares como nos
profissionais
As funções do enfermeiro são desempenhadas para atender as
necessidades de saúde de pessoas ou de comunidades. No ambiente de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estas funções estão ligadas ao cuidado com
o doente crítico que envolve um arsenal tecnológico específico, exigindo dos
enfermeiros conhecimentos e habilidades relacionados ao manuseio de
máquinas e às necessidades dos pacientes que dependem delas. (CENEDÉSI
et al,2012 apud SCHWONK et al 2011)

2.2 Surgimento da UTI

Fonte: iespe.com.br

O conceito de Terapia Intensiva (ou Intensive Care) foi estabelecido


na Guerra da Crimeia no ano de 1854 através de Florence Nightingale, que

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separou homens de mulheres, adultos de crianças, graves de não graves,
criando assim o embrião das Unidades de Terapia Intensiva que conhecemos
hoje.
Estabeleceu a vigilância contínua, 24 horas, dia e noite, conhecida como
a "Dama da Lâmpada" já que circulava à noite com uma lamparina para avaliar
clinicamente os enfermos. A lamparina tornou-se a simbologia da assistência
internacional da enfermagem. A criação da primeira UTI (ICU - Intensive Care
Unit) ocorreu nos EUA em Boston através do médico neurocirurgião Walter
Dandy no ano de 1927. Foram criados 3 leitos neuropediátricos pós-cirúrgicos.
As unidades de terapia intensiva evoluíram com a criação das salas de
recuperação na década de 20, para assistência a pacientes de neurocirúrgia, no
Hospital "Johns Hopkins", na década de 30 em Teubingen, na Alemanha, com a
assistência intensiva pós-operatória. Na década de 40, surgiram salas de
recuperação cirúrgica em Rochester, Minnesota e Nova York e em Nova Orleans
no "Ochsner Clinic".
Durante a epidemia de poliomielite nos anos 50 sobrecarregou os
hospitais e forçou a criação de centros regionais para o atendimento dos
pacientes. Estes centros de pólio levaram o impacto da tecnologia e as
modernas técnicas de ventilação mecânica prolongada, evoluíram fora das salas
de cirurgia, o que fez com que as enfermeiras lidassem, pela primeira vez, com
equipamento que as separava de seus pacientes e aprendessem a combinar
manipulação de instrumentos com os cuidados manuais. (MALTA E NISHIDE,
2003 apud EMERSON,1979)
No final da década de 50 em Los Angeles, foi desenvolvida a primeira
unidade de choque e foi introduzida a monitorização cardiovascular invasiva dos
pacientes em estado crítico e com traumatismo.
Em 1962, estabeleceu-se em Kansas City, a primeira unidade de
vigilância a pacientes vítimas de Infarto Agudo do Miocárdio, precursora das
atuais Unidades Coronarianas. Aos poucos foram surgindo unidades especiais
para pacientes cirúrgicos, neurológicos, vítimas de queimaduras, portadores de
crises respiratórias, renais, metabólicas agudas e outras. Mais tarde definiu-se a
terapia intensiva especializada das áreas de obstetrícia, pediatria e
neonatologia. (MALTA E NISHIDE,2003 apud DAY,1968)

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No Brasil, a implantação das Unidades de Terapia Intensiva (U.T.I.), teve
início na década de 70, atualmente é uma unidade presente dentro do contexto
hospitalar.

3 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE TRATAMENTO


INTENSIVO - UTI

Fonte: institucional.anchieta.br

O Planejamento e projeto de uma UTI devem ser baseados em padrões


de admissão de paciente, fluxo de visitantes e funcionários, e na necessidade de
instalações de apoio (posto de enfermagem, armazenamento, parte burocrática,
exigências administrativas e educacionais) e serviços que são peculiares à
instituição individual em questão.
De acordo com a portaria 466 do Ministério da Saúde (1998), os serviços
de tratamento intensivo compreendem:
Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que constitui-se de um
conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinado ao
atendimento de pacientes graves ou de risco que exijam assistência
médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamento e
recursos humanos especializados. À UTI pode estar ligada uma
Unidade de Tratamento Semi-Intensivo.
Unidade de Tratamento Semi-Intensivo (Unidade Semi-
Intensiva), que constitui-se de um conjunto de elementos
funcionalmente agrupados, destinado ao atendimento de pacientes,
preferencialmente oriundos da UTI, que requeiram cuidados de
enfermagem intensivos e observação contínua, sob supervisão e

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acompanhamento médico, este último não necessariamente contínuo,
porém linear.
Serviço de Tratamento Intensivo Móvel, que constitui-se de um
conjunto de elementos funcionalmente agrupados e uma frota de
veículos devidamente projetados e equipados, destinados a garantir
suporte avançado de vida durante o transporte de pacientes graves ou
de risco, no atendimento de emergência pré-hospitalar e no transporte
inter-hospitalar. Este Serviço pode ser parte integrante do serviço do
hospital ou constituir-se em um prestador autônomo de Serviço de
Tratamento Intensivo Móvel.

Com relação a classificação e divisão da UTI, a Resolução nº 7 de 24 de


Fevereiro de 2010, estabelece que:

XXVII - Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI-A): UTI destinada à


assistência de pacientes com idade igual ou superior a 18 anos,
podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido nas normas da
instituição.

XXVIII - Unidade de Terapia Intensiva Especializada: UTI destinada à


assistência a pacientes selecionados por tipo de doença ou
intervenção, como cardiopatas, neurológicos, cirúrgicos, entre outras.

XXIX - Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): UTI destinada


à assistência a pacientes admitidos com idade entre 0 e 28 dias.

XXX - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): UTI destinada


à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo
este limite definido de acordo com as rotinas da instituição.

XXXI - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTIPm): UTI


destinada à assistência a pacientes recém-nascidos e pediátricos
numa mesma sala, porém havendo separação física entre os
ambientes de UTI Pediátrica e UTI Neonatal.

E a portaria nº 466, de 04 de junho de 1998 classifica em:


As UTI´s podem ser classificadas, de acordo com seu grau de
complexidade, nas seguintes categorias:
Categoria A: de grau de complexidade menor, que seguem os
requisitos mínimos de funcionamento, constantes do Regulamento
Técnico para o Funcionamento dos Serviço de Tratamento Intensivo.
Categoria B: de complexidade intermediária, que atendem as
necessidades de hospitais secundários.
Categoria C: de alta complexidade, que atendem as
necessidades de hospitais terciários.

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2.2 - A classificação da UTI será realizada pela autoridade
sanitária, no ato da liberação do alvará sanitário, de acordo com os
critérios constantes das Tabelas - Classificação das Unidades de
Tratamento Intensivo.
Tabela I - Classificação das Unidades de Tratamento Intensivo
- Recursos Humanos
REQUISITOS DE CLASSIFICAÇÃO CATEGORIAS
Recursos Médicos: A B C
1 Responsável técnico, médico especialista em Medicina
Intensiva
Sim sim sim
2 Médico diarista especialista em Medicina Intensiva para cada
10 leitos
Sim sim sim
3 Médico plantonista Especialista em Medicina Intensiva * - 1-30% > 30%
Relação médico plantonista/leito
1 / 10 sim - -
1/9a1/6 - sim -
1 / 5 ou menor - - sim
Recursos de Enfermagem
4 Enfermeiro Chefe exclusivo para a Unidade sim sim sim
5 Enfermeiro por turno de trabalho (1) sim sim -
mais de um Enfermeiro por turno de trabalho - - sim
6 Auxiliar de Enfermagem - em UTI Adulto e Pediátrica 1 / 2 leitos sim sim -
1 / 1 leito - - Sim
Auxiliar de Enfermagem - em UTI Neonatal 1 / 1 leito sim sim sim
Outros profissionais
7 Fisioterapeuta (disponível no hospital) sim - -
12 h/dia (exclusivo) - Sim
24 h/dia (exclusivo) - - Sim
8 Funcionário exclusivo para serviço de limpeza sim sim sim
(disponibilidade 24 h)
Fonte: Ministério da Saúde

3.1 Recursos Humanos em uma UTI

A equipe que compõem uma UTI, deve ser composta por profissionais
cuja especialização envolva terapia intensiva, assistência ao paciente
grave/crítico, bem como voltada para o tipo de UTI em que irá atuar.
A Resolução Nº 7 regulamenta os profissionais que irão compor essa
equipe, bem como as especialidades, quantidades de profissionais de cada área,
entre outros:

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Art. 13 Deve ser formalmente designado um Responsável
Técnico médico, um enfermeiro coordenador da equipe de
enfermagem
e um fisioterapeuta coordenador da equipe de fisioterapia, assim como
seus respectivos substitutos.

§ 1º O Responsável Técnico deve ter título de especialista em


Medicina Intensiva para responder por UTI Adulto; habilitação em
Medicina Intensiva Pediátrica, para responder por UTI Pediátrica; título
de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia,
para responder por UTI Neonatal;

§ 2º Os coordenadores de enfermagem e de fisioterapia devem


ser especialistas em terapia intensiva ou em outra especialidade
relacionada à assistência ao paciente grave, específica para a
modalidade de atuação (adulto, pediátrica ou neonatal);

§ 3º É permitido assumir responsabilidade técnica ou


coordenação em, no máximo, 02 (duas) UTI.

Art. 14. Além do disposto no Artigo 13 desta RDC, deve ser


designada uma equipe multiprofissional, legalmente habilitada, a qual
deve ser dimensionada, quantitativa e qualitativamente, de acordo com
o perfil assistencial, a demanda da unidade e legislação vigente,
contendo, para atuação exclusiva na unidade, no mínimo, os seguintes
profissionais:

I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração,


nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em
Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação em
Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; título de
especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia para
atuação em UTI Neonatal;

II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos


ou fração, em cada turno.

III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito)


leitos ou fração, em cada turno.

IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou


fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total
de 18 horas diárias de atuação;

V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois)


leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI
para serviços de apoio assistencial em cada turno;

VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da


unidade;

VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em


cada turno.

Art. 17. A equipe da UTI deve participar de um programa de


educação continuada, contemplando, no mínimo:

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I - normas e rotinas técnicas desenvolvidas na unidade;
II - incorporação de novas tecnologias;
III - gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas na
unidade e segurança de pacientes e profissionais.
IV - prevenção e controle de infecções relacionadas à assistênciaà
saúde.

§ 1º As atividades de educação continuada devem estar


registradas, com data, carga horária e lista de participantes.

§ 2º Ao serem admitidos à UTI, os profissionais devem receber


capacitação para atuar na unidade.

3.2 Estrutura física e equipamentos

De uma forma geral, a estrutura física de uma UTI, deve ser avaliada por
uma equipe multidisciplinar que inclua, além de profissionais como engenheiros
e arquitetos, profissionais da saúde como médicos e enfermeiros. Dessa forma,
enfatizamos a importância do enfermeiro intensivista conhecer não somente o
funcionamento de uma UTI para pode gerenciar, mas também o projeto e como
deve ser montada e estruturada uma unidade desse porte.
Essa estrutura física é regulamentada pela RDC Nº7 da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – ANVISA. Nessa resolução encontra-se os requisitos
necessários para a construção, montagem e funcionamento de uma UTI.
Ao analisar o projeto deve-se avaliar a demanda esperada da UTI
baseado na avaliação dos pontos de fornecimento de seus pacientes, nos
critérios de admissão e alta, e na taxa esperada de ocupação. É necessária uma
análise dos recursos médicos, pessoal de suporte (enfermagem, fisioterapia,
nutricionista, psicólogo e assistente social) e pela disponibilidade dos serviços
de apoio (laboratório, radiologia, farmácia e outros).

Localização dentro do ambiente hospitalar:


Cada UTI deve ser uma área geográfica distinta dentro do hospital,
quando possível, com acesso controlado, sem trânsito para outros
departamentos. Sua localização deve ter acesso direto e ser próxima de
elevador, serviço de emergência, centro cirúrgico, sala recuperação pós-
anestésica, unidades intermediárias de terapia e serviço de laboratório e
radiologia.

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Forma da Unidade:
A disposição dos leitos de UTI pode ser em área comum (tipo vigilância),
quartos fechados ou mista. A área comum proporciona observação contínua do
paciente, é indicada a separação dos leitos por divisórias laváveis que
proporcionam uma relativa privacidade dos pacientes.

Fonte: cepegeducacional.com.br

As unidades com leitos dispostos em quartos fechados, devem ser


dotadas de painéis de vidro para facilitar a observação dos pacientes. Nesta
forma de unidade é necessária uma central de monitorização no posto de
enfermagem, com transmissão de onda eletrocardiográfica e frequência
cardíaca.
Unidades com quartos fechados proporcionam maior privacidade aos
pacientes, redução do nível de ruído e possibilidade de isolamento dos pacientes
infectados e imunossuprimidos.
Salas de isolamento são recomendáveis e cada instalação de saúde,
deve-se considerar a necessidade de salas de isolamento com pressão positiva
e negativa nestas salas. Esta necessidade vai depender principalmente da
população de pacientes e dos requisitos do Ministério da Saúde.

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Fonte: hcpf.com.br

Porém, alguns critérios básicos devem ser obedecidos:


Os pacientes devem ficar localizados de modo que a visualização direta
ou indireta, seja possível durante todo o tempo, permitindo a monitorização do
estado dos pacientes, sob as circunstâncias de rotina e de emergência.
O projeto preferencial é aquele que permite uma linha direta de visão,
entre o paciente e o posto de enfermagem.
A área de cada leito deve permitir ampla circulação e fácil manejo da
aparelhagem. Os leitos devem ficar tanto quanto possíveis isolados uns dos
outros.
As unidades devem ter aberturas amplas de vidro ou janelas isolantes
para o exterior, para evitar claustrofobia.
A aparelhagem de ar condicionado deve ter funcionamento perfeito e suas
saídas não devem canalizar ar sobre os leitos; todos os leitos devem possuir 11
tomadas/leito de energia elétrica, em 110 / 220 volts, localizadas 0,9 m acima do
piso e devem estar conjugadas com o gerador de emergência do hospital;
Todos os leitos devem contar no mínimo com 1 saída de canalização à
vácuo, 2 de ar comprimido e 2 saídas de oxigênio; 9,0 m² por leito com distância
de 1 m entre paredes e leito, exceto cabeceira, de 2 m entre leitos e pé do leito
= 1,2 m (o espaço destinado a circulação da unidade pode estar incluído nesta
distância).

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Os sinais dos sistemas de chamada dos pacientes, os alarmes dos
equipamentos de monitorização e telefones se somam à sobrecarga auditiva nas
U.T.Is.
O Conselho Internacional de Ruído, tem recomendado que o nível de
ruídos nas áreas de terapia aguda dos hospitais não ultrapassem 45dB(A)
durante o dia, 40dB(A) durante a noite e 20dB(A) durante a madrugada.
Tem-se observado que o nível de ruído na maioria dos hospitais está entre
50 e 70dB(A) e, em alguns casos ocasionais, acima desta faixa. Pôr estas
razões, devem ser utilizados pisos que absorvam os sons, levando-se em
consideração os aspectos de manter o controle das infecções hospitalares, da
manutenção e movimentação dos equipamentos.
As paredes e os tetos devem ser construídos de materiais com alta
capacidade de absorção acústica. Atenuadores e defletores nos tetos podem
ajudar a reduzir a reverberação dos sons. As aberturas das portas devem ser
defasadas para reduzir a transmissão dos sons.
O posto de enfermagem deve ser centralizado, no mínimo um para cada
doze leitos e prover uma área confortável, de tamanho suficiente para acomodar
todas as funções da equipe de trabalho, com dimensões mínimas de 8m².
O posto de enfermagem deve estar instalado de forma a permitir
observação visual direta ou eletrônica dos leitos ou berços. No caso de
observação visual por meio eletrônico, deverá dispor de uma central de
monitores. Cada posto deve ser servido pôr uma área de serviços destinada ao
preparo de medicação, com dimensão mínima de 8m² e ser localizada anexo ao
posto de enfermagem. Deve haver iluminação adequada de teto para tarefas
específicas, energia de emergência, instalação de água fria, balcão, lavabo, um
sistema funcional de estocagem de medicamentos, materiais e soluções e um
relógio de parede deve estar presente.
Espaço adequado para terminais de computador e impressoras é
essencial quando forem utilizados sistemas informatizados. Deve ser previsto
espaço adequado para se colocar os gráficos de registros médicos e de
enfermagem. Os formulários de registro médicos e impressos devem estar
armazenados em prateleiras ou armários de modo que possam ser facilmente
acessados pôr todas as pessoas que requeiram o seu uso.

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Lavatórios exclusivos para uso da equipe de assistência, obedecendo à
proporção de 1 lavatório para cada 5 leitos/berços ou incubadoras. Os lavatórios
devem ser dotados de torneiras com dispositivos automáticos que permitam a
interrupção do fluxo de água sem o uso das mãos. Devem dispor, ainda, de
sabão, antisséptico e papel toalha ou jato de ar quente para secagem das mãos.
Todas as áreas onde estão localizados leitos de UTI devem dispor de
iluminação natural e relógio posicionado de forma a que possa ser observado
pelo paciente.
Sala de utensílios limpos e sujos devem ser separadas e que não estejam
interligadas. Os pisos devem ser cobertos com materiais sem emendas ou
junções, para facilitar a limpeza. A sala de utensílios limpos é utilizada para
armazenar suprimentos limpos e esterilizados, podendo também acondicionar
roupas limpas. Prateleiras e armários para armazenagem devem estar em locais
acima do solo, facilitando a limpeza do piso.
A sala de materiais sujos (expurgo), deve ser localizada fora da área de
circulação da unidade. Pode ter uma pia e um tanque, ambos com torneiras
misturadoras de água fria e quente para desinfecção e preparo de materiais.
Deve ser projetada para abrigar roupa suja antes de encaminhar ao destino,
dispor de mecanismos para descartar itens contaminados com substâncias e
fluidos corporais.
Recipientes especiais devem ser providenciados para descartar agulhas
e outros objetos perfurocortantes. Para desinfecção dos materiais não
descartáveis são necessários dois recipientes com tampa, um para materiais de
borracha e vidro e outro para materiais de inox, ou uma máquina processadora.
Banheiro de pacientes localizado na área de internação da unidade (geral)
ou anexo ao quarto (isolamento). Todos os banheiros e sanitários de pacientes
internados devem ter duchas higiênicas e chuveiro.
Copa de pacientes: local destinado ao serviço de nutrição e dietética,
sendo receptora e distribuidora das dietas dos pacientes da unidade. Deve ter
pia, geladeira e lixo específico para desprezar restos de alimentos.
Sala de serviços gerais: sala destinada a guarda de materiais e soluções
utilizadas na limpeza e desinfecção da Unidade. Deve ser provida de tanque e
prateleiras suspensas.

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Armazenamento de equipamentos: uma área para guardar os
equipamentos que não estão em uso ativo, deve ser planejada. A localização
deve ser de fácil acesso e espaço adequado para pronta localização e remoção
do equipamento desejado. Deve ser previsto tomadas elétricas aterradas em
número suficiente para permitir a recarga dos equipamentos operados a bateria.
Laboratório: todas as U.T.Is. devem ter serviço de laboratório clínico
disponível vinte e quatro horas pôr dia. Quando o laboratório central do hospital
não puder atender as necessidades da UTI, um laboratório satélite dentro da, ou
adjacente à UTI deve ser capaz de fornecer os testes químicos e hematológicos
mínimos, incluindo análises de gases do sangue arterial.
Área de Descanso dos Funcionários: uma sala de descanso deve ser
prevista em cada U.T.I. ou grupamento de U.T.Is, para prover um local privado,
confortável e com ambiente descontraído. Devem existir sanitários masculinos e
femininos dotados de chuveiro e armários. Uma copa com instalações
adequadas para armazenamento e preparo de alimentos, incluindo uma
geladeira, um fogão elétrico e ou forno microondas. A sala de descanso precisa
estar ligada à U.T.I. pôr um sistema de intercomunicação.
Recepção da U.T.I.: cada U.T.I. ou agrupamento de U.T.Is. deve ter uma
área para controlar o acesso de visitantes. Sua localização deve ser planejada
de modo que os visitantes se identifiquem antes de entrar. Pôr ser uma unidade
de acesso restrito é desejável que a entrada para os profissionais de saúde, seja
separada dos visitantes e um sistema de intercomunicação com as áreas da
U.T.I. efetivo.
Sala de espera de visitantes: área indispensável, deve ser localizada
próximo de cada U.T.I. ou agrupamento de U.T.Is., destinada aos familiares de
pacientes, enquanto aguardam informações ou são preparados para visita na
unidade. O acesso de visitantes deve ser controlado pela recepção. Um
bebedouro e sanitários devem ser localizados dentro da área ou próximo a ela.
Rota de transporte de pacientes: os corredores utilizados para
transportar os pacientes devem ser separados dos utilizados pelos visitantes. O
transporte dos pacientes deve ser rápido e a privacidade preservada. Quando
necessário o uso de elevadores, deve ser previsto um tamanho
superdimensionado e separado do acesso público.

20
Quanto a regulamentação administrativa geral a todas as UTIs, a
Resolução Nº 7 declara:
Art. 5º A Unidade de Terapia Intensiva deve estar localizada
em um hospital regularizado junto ao órgão de vigilância sanitária
municipal ou estadual.
Parágrafo único. A regularização perante o órgão de vigilância
sanitária local se dá mediante a emissão e renovação de alvará de
licenciamento sanitário, salvo exceções previstas em lei, e é
condicionada ao cumprimento das disposições especificadas nesta
Resolução e outras normas sanitárias vigentes.
Art. 6º O hospital no qual a Unidade de Terapia Intensiva está
localizada deve estar cadastrado e manter atualizadas as informações
referentes a esta Unidade no Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde (CNES).
Art. 7º A direção do hospital onde a UTI está inserida deve
garantir:
I - o provimento dos recursos humanos e materiais necessários
ao funcionamento da unidade e à continuidade da atenção, em
conformidade com as disposições desta RDC;
II - a segurança e a proteção de pacientes, profissionais e
visitantes, inclusive fornecendo equipamentos de proteção individual
e coletiva.
Art. 8º A unidade deve dispor de registro das normas
institucionais e das rotinas dos procedimentos assistenciais e
administrativos realizados na unidade, as quais devem ser:
I - elaboradas em conjunto com os setores envolvidos na
assistência ao paciente grave, no que for pertinente, em especial com
a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
II - aprovadas e assinadas pelo Responsável Técnico e pelos
coordenadores de enfermagem e de fisioterapia;
III - revisadas anualmente ou sempre que houver a
incorporação de novas tecnologias;
IV - disponibilizadas para todos os profissionais da unidade.
Art. 9º A unidade deve dispor de registro das normas
institucionais e das rotinas relacionadas a biossegurança,
contemplando,
no mínimo, os seguintes itens:
I - condutas de segurança biológica, química, física,
ocupacional e ambiental;

21
II - instruções de uso para os equipamentos de proteção
individual (EPI) e de proteção coletiva (EPC);
III - procedimentos em caso de acidentes;
IV - manuseio e transporte de material e amostra biológica.

3.3 Terapia intensiva neonatal e pediátrica

Fonte: slideshare.net

É necessária uma análise detalhada dos recursos humanos, das equipes


médica, de enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição e psicologia. Essa
análise depende de características da unidade e da disponibilidade de serviços
de apoio (laboratório, radiologia, outros). (ROCHA, 2014 apud KNOBEL, 2006)

Estrutura e organização da UTI neonatal e pediátrica


Material e equipamentos
A quantidade dos equipamentos e material de consumo necessários vai
depender do número total de leitos e da complexidade dos cuidados. A
comunicação periódica com a equipe cuidadora é fundamental para manter a
lista atualizada e funcional, acrescentando itens necessários para sua unidade
ou retirando aqueles que não são mais utilizados.

22
Características físicas
Deve ser confortável, proporcionar a visualização de todos os leitos e
permitir todas as funções da equipe de trabalho, deve conter:
 Área designada ao preparo de medicação, alocada de maneira a
isolar a equipe de outras atividades;
 Iluminação adequada;
 Lavabo;
 Sistema funcional de estocagem de medicamentos, soluções e
materiais.
 Computadores e impressoras;
 Armazenamento de prontuários e exames - fácil acesso;

Planejamento da área
Ruídos
O planejamento e o projeto devem se basear nos padrões de admissão
de pacientes, no fluxo de visitantes e funcionários e na necessidade de
instalações de áreas de apoio (posto de enfermagem, armazenamento, áreas
administrativas e educacionais);
A unidade deve proporcionar condições de internação de pacientes
graves em ambientes individuais conforme o grau de risco, doença e requisitos
de privacidade;
Manter condições de monitoração e assistência respiratória contínua;
Quando possível é recomendado que os leitos do setor intensivo sejam
separados com divisórias, para ajudar a diminuir o ruído para pacientes mais
instáveis e prematuros, que são sensíveis aos estressores ambientais.
As recomendações quanto à disposição dos leitos na UTI são
estabelecidas por normas regidas pelos órgãos oficiais do Ministério da Saúde.
Visualização direta: monitoração contínua da equipe;
Disposição dos leitos em área comum ou quartos: observação
contínua da equipe;
Área comum: divisórias laváveis, quartos fechados - painéis de vidro
(isolamento de pacientes infectados e/ou imunossuprimidos);
Central de monitoração: localizada no posto de enfermagem;

23
Distância entre os leitos no semi-intensivo é de 1,5m e, no intensivo, de
2,0m, para que se tenha espaço suficiente para acomodar os equipamentos
necessários, bem como espaço para atuação da equipe de saúde.

Planta física UTI


Armários e bancadas de apoio: Todos os armários e bancadas de apoio
deverão ser feitos de material lavável, tipo fórmica, com cores pastéis.
Pias e lavabos: Deverão ser de material inox com profundidade suficiente para
permitir a lavagem das mãos e escovação adequadas, aproximadamente 40cm
de profundidade. Torneiras com haste longa, de água quente e fria, de
preferência com abertura automática ou pedal, para evitar contaminação.

Posto de enfermagem:
Janelas
Deverão ser de vidro claro, com “insufilme” para filtrar a luz solar. Deve-
se evitar o uso de cortinas de pano ou persianas por propiciarem acúmulo de
poeira. Sugere-se a utilização de cortinas com materiais não-porosos, laváveis,
permitindo desinfecção frequente, e sem toxicidade, proporcionando o
escurecimento do ambiente caso seja necessário;
Visores
Deverão estar localizados nos diversos níveis da UTI neonatal, pelo
corredor interno, permitindo a visualização dos pacientes por familiares e
visitantes. Também deverão possuir cortinas tipo rolô de material lavável para
que possam ser fechadas, permitindo a privacidade por ocasião de
procedimentos e cuidados.

Estimativa e disposição dos leitos


Um hospital deve destinar 10% de sua capacidade de leitos para a UTI –
mínimo de 5 leitos, sendo o ideal de 8 – 12 leitos por unidade.
No caso da UTI neonatal, para estimar a quantidade de leitos, alguns
fatores devem ser considerados: número de partos anuais, números de leitos
obstétricos, taxa de nascidos vivos anual; quantos desses RN necessitam ser
transferidos para a UTI neonatal, ou se essa UTI irá atender somente os

24
nascidos na instituição de saúde base, ou receberá pacientes de outras
instituições conveniadas.

Características físicas
Todo o planejamento e organização da UTI, deve levar em consideração
e enfatizar o cuidado centrado na família em todos os aspectos da assistência,
da admissão até a alta hospitalar;
A estrutura do hospital onde será implantada a UTI deverá ser analisada
para se certificar de que possui todos os serviços técnicos e humanos de apoio
para atender às demandas do cuidado do paciente, 24h por dia.

Estrutura e organização
Deve permitir fácil acesso aos elevadores de serviço e de emergência,
centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidade de emergência
unidades intermediárias (unidades semi-intensivas) e serviços de laboratório e
radiologia.
 Sala de espera;
 Recepção;
 Vestiário/banheiros dos funcionários;
 Copa/sala dos funcionários;
 Sala de reunião;
 Sala chefia de enfermagem;
 Conforto da equipe;
 Posto de enfermagem;
 Expurgo;
 Armazenamento de equipamentos;
 Módulo de pacientes;
 Isolamento;
 Sala de armazenamento de equipamentos;
 Sala de armazenamento de material de consumo e roupas;
 Sala de reuniões.

25
Pisos
Áreas restritas e semi restritas: deverão ser de pisos vinílicos em
manta, sem frestas e impermeáveis;
Áreas não-restritas: banheiros, vestiários, expurgo, deverão ter pisos de
cerâmica.
Paredes
Áreas restritas e semi-restritas: pinturas laváveis com combinação de
cores pastéis e relaxantes. Sugere-se utilizar bordas com acabamento vinílico
com motivos infantis, na parte superior das paredes, ou desenhos elaborados
com pintura lavável nas paredes, para suavizar o ambiente;
Áreas não-restritas: poderá ser utilizado azulejo, meia-parede ou parede
inteira, o que facilita a lavagem e desinfecção.
Recomenda-se que os rodapés sejam arredondados, com os cantos
curvos, para evitar acúmulo de poeira e sujidade, o que dificulta a desinfecção
do piso.

Ventilação, temperatura e umidade


É recomendado sistema de ar condicionado central, ou unidades
individuais, tendo-se o cuidado de haver uma manutenção periódica com a troca
dos filtros. A temperatura deve girar em torno de 25 a 27C, com umidade relativa
de 40 a 50%.

Oxigênio, ar comprimido e vácuo central


Recomenda-se no mínimo 2 saídas de oxigênio por leito, 1 de ar
comprimido e 2 pontos de vácuo:
 Depende da população atendida neste hospital, do número de
cirurgias, número de médicos e enfermeiros e dos recursos
institucionais;
 Um hospital deve destinar 10% de sua capacidade de leitos para a
UTI - mínimo 5 leitos, ideal de 8-12 por unidade;
 Para a UTI neonatal, devemos levar em conta fatores, como:
número de partos anuais, número de leitos obstétricos, taxa de
nascidos vivos anual, quantos desses recém-nascidos
necessitaram ser transferidos para uma UTI neonatal e, se a UTI
26
neonatal receberá somente pacientes nascidos no hospital base ou
receberá pacientes de outras instituições conveniadas.

4 GESTÃO DE ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA – UTI

Fonte: G1 – globo

O mercado de trabalho tem exigido cada vez mais do enfermeiro a prática


de liderança. Para que haja essa demanda, compreender como esta variável
relaciona-se com outras é de fundamental importância para estabelecer planos
de ação que proporcionem o desenvolvimento desta competência.
A Gestão no processo de trabalho nas UTIs demanda cooperação
coletiva, uma vez que a gravidade e complexidade dos pacientes impõem a
necessidade de lidar com equipamentos sofisticados, realizar avaliações clínicas
constantes e procedimentos complexos, com tomadas de decisões imediatas
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) essa preocupação é crucial, tendo
em vista a dinamicidade, em virtude do estado grave dos pacientes internados.
Isto exige dos profissionais de enfermagem o desenvolvimento de atividades
assistenciais complexas. Neste cenário de prática, o enfermeiro necessita liderar
seu grupo de trabalho para alcançar os melhores resultados, sendo fundamental
o uso da liderança como competência.

27
A correlação da liderança com o ambiente de trabalho tem sido
pesquisada na literatura no âmbito institucional, sem considerar especificamente
a UTI.
Numa revisão sistemática, a maioria dos estudos mostraram que os
estilos de liderança focados nas pessoas e suas relações, contribuem para
melhoria dos resultados da força de trabalho da enfermagem, do ambiente de
trabalho e da produtividade e efetividade das organizações de saúde. Enquanto
nos estudos, em que a liderança foi centrada na tarefa, houve baixa satisfação
da equipe. (BALSANELLI e CUNHA, 2015 apud CUMMINGS et al, 2010)
A liderança transformacional aumentou a satisfação dos profissionais de
enfermagem em todos os setores da instituição e diminuiu o Burnout,
proporcionando um clima de trabalho favorável. (BALSANELLI e CUNHA, 2015
apud WERBERG,2010)
Ao analisarmos as definições da liderança, muitas vezes nos lembramos
também do termo “gestão”. Mas precisamos entender bem suas diferenças. Os
gerentes se utilizam de estruturas, regras e procedimentos formais, enquanto
que os líderes somam a esta estrutura as questões emocionais e culturais.
(PEREIRA, 2015 apud EBOLI, 2010)
O tipo de liderança denominado empoderador produz resultados
significativos e visíveis à organização como um todo. Essa modalidade imprime
uma cadência e tamanha energia, fazendo com que seja transferido poder à
força de trabalho, isto é, ao capital humano da empresa. Neste caso, a
autonomia é o efeito coletivo da liderança.
No serviço de saúde é necessário compreender o contexto em que se vive
e trabalha, e desenvolver competências para enfrentar os desafios que
aparecem a cada dia, sobretudo, uma consciência crítica a respeito do contexto
em que estão inseridos os serviços de saúde, na avaliação e correção de
possíveis deficiências, nos processos de trabalho em todo esse contexto
complexo, em que se encontram atualmente os serviços de saúde, deve-se
lançar mão de ferramentas administrativas, que além de precisas, devem ser
coerentes com toda essa complexidade.

28
4.1 Enfermagem em auditoria - UTI

A auditoria em Saúde, uma área de especialização da enfermagem,


também deve ser aplicada ao gerir uma UTI. Ela é aplicada em três
níveis:(PEREIRA, 2015 apud BRASIL, 2010)
Nível 1: Segurança (estrutura): pressupõe atendimento aos requisitos
básicos de qualidade na assistência prestada ao cliente, com recursos humanos
em quantidade e qualificação compatíveis com a complexidade do serviço.
Nível 2: Organização (processo): verifica a organização da assistência,
conferindo documentação, treinamento dos trabalhadores, rotinas, uso de
indicadores para a tomada de decisão clínica e gerencial, e prática de auditoria
interna.
Nível 3: Práticas de Gestão e Qualidade (resultados): constata que
existem políticas institucionais de melhoria contínua em termos de estrutura,
novas tecnologias, atualização técnico-profissional, ações assistenciais e
procedimentos médico sanitários.
Além desses níveis, a auditoria conta com etapas para direcionar o
trabalho: planejamento, verificação e avaliação das informações (observação
direta e entrevistas) diagnóstico; comunicação dos resultados; intervenção e
acompanhamento, na adequação e eficácia dos controles internos e das
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade.
A auditoria em enfermagem interna, ou seja, da realização da análise das
contas hospitalares pela enfermeira auditora da operadora de planos de saúde
dentro de suas próprias instalações.
No ambiente hospitalar inclusive na UTI o gestor quando faz uma auditoria
de prontuário consegue verificar possíveis erros, a auditoria é seguida por
avaliação sistemática da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao
cliente pela análise dos prontuários, acompanhamento do cliente “in loco” e
verificação da compatibilidade entre o procedimento realizado e os itens que
compõem a conta hospitalar cobrados, garantindo um pagamento justo mediante
a cobrança adequada.
Segundo Liberalli (2008) as atribuições e responsabilidades são definidas
mediante o preenchimento de quadros correspondentes a cada um dos
seguintes eixos: responsabilidades gerais da gestão do SUS; regionalização;

29
planejamento e programação; regulação, controle, avaliação e auditoria; Gestão
do trabalho; Educação na Saúde; Participação e controle social.
O Enfermeiro deve fornecer treinamento a sua equipe a fim de capacitá-
la a realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais, uma
vez que é exigido tal preparo para um atendimento eficaz. (PEREIRA, 2015 apud
BERKOW, 2009)
O Enfermeiro mesmo no atendimento emergencial deve realizar a SAE na
qual é privativo do mesmo; A SAE proporciona uma maior autonomia para o
Enfermeiro, um respaldo seguro através do registro, que garante a
continuidade/complementaridade multiprofissional, além de promover uma
aproximação enfermeiro- usuário, enfermeiro- equipe multiprofissional
(PEREIRA, 2015 apud NASCIMENTO, 2008).

4.2 Enfermagem e o gerenciamento da UTI

A UTI, influenciada pela expressiva demanda de pacientes, assume


importância não só pela complexidade e especificidade de ações de cuidar, mas,
também, pelos recursos materiais e humanos mobilizados. A inserção do
enfermeiro em tal cenário desperta interesse por envolver especificidades e
articulações, indispensáveis à gerência do cuidado aos pacientes com
necessidades complexas, que requerem aprimoramento científico, manejo
tecnológico e humanização, extensiva aos familiares, além das demandas
relativas à gerência da unidade e de prática interdisciplinar característica do
processo de trabalho em UTI.
Para planejamento de trabalho condizente com as características dessas
unidades, o enfermeiro necessita considerar, além do perfil epidemiológico e
demográfico dos pacientes atendidos, outros elementos essenciais para que o
cuidado se realize tais como recursos humanos, materiais e equipamentos
necessários e disponíveis.
A sistematização e organização do trabalho do enfermeiro e,
consequentemente da equipe de enfermagem são essenciais para qualificar a
assistência prestada, quando se considera toda a complexidade do cuidado em
UTI. (CHAVES et al, 2012 apud TRUPPEL et al, 2009)

30
Os enfermeiros são responsáveis pela gerência de unidades, atividade
esta que consiste em: previsão, provisão, manutenção, controle de recursos
materiais e humanos para o funcionamento do serviço.
Além disso, ele é responsável pela gerência do cuidado que abrange o
diagnóstico, o planejamento, a execução e a avaliação da assistência, passando
pela delegação das atividades, supervisão e orientação da equipe de
enfermagem. (CHAVES et al, 2012 apud MORTON et al, 2007)
O papel assistencial do enfermeiro em unidade de tratamento intensivo
consiste em:
 Obter a história do paciente,
 Realizar exame físico,
 Executar procedimentos e intervenções relativas ao tratamento,
 Avaliar as condições clínicas,
 Orientar os pacientes para continuidade do tratamento.
Os enfermeiros de UTIs devem, ainda, aliar a utilização de instrumentos
gerenciais tais como o planejamento, a supervisão, a coordenação da equipe de
enfermagem.
O gerenciamento de UTIs constitui-se em atividade complexa, requer
conhecimentos e habilidades específicas por parte dos enfermeiros, além disso
é preciso que o enfermeiro reconheça o cuidado como foco a ser gerenciado
dentro do universo organizacional, em uma esfera que extrapole o tecnicismo
em direção à integralidade horizontal da atenção à saúde, promovendo a
aproximação entre o cuidar e o gerenciar. (CHAVES et al, 2012 apud MORTON
et al, 2007)

4.3 A utilização do SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem,


como ferramenta de apoio.

As UTIs são setores que atendem os pacientes com necessidades


complexas, o que requer, de modo especial, sistematizar/planejar a assistência
que será prestada. A sistematização da assistência de enfermagem (SAE) exige
do profissional enfermeiro interesse em conhecer o paciente, na sua
singularidade, além de orientação e treinamento da equipe de enfermagem para
implementação das ações sistematizadas.

31
A SAE propicia ao enfermeiro aplicar seus conhecimentos técnico-
científicos e humanos na assistência ao paciente e caracterizar sua prática,
colaborando para a definição do seu papel profissional. A SAE, exigida pela Lei
do Exercício Profissional e por resolução do Conselho Federal de Enfermagem,
entretanto, em muitos serviços de saúde ainda não é uma realidade para os
enfermeiros, quer por dificuldades de conhecimento e formação, por problemas
operacionais, sobrecarga de trabalho, dificuldades em gerenciar, insuficiência de
apoio da instituição e de outros serviços do hospital (CHAVES et al, 2012 apud
DALRI e CARVALHO,2002)
Cabe ressaltar que o cuidado de enfermagem aos pacientes críticos não
se limita a referenciais fisiopatológicos ou de prognóstico, inclui, também, as
intervenções assistenciais em nível quali-quantitativo elevado, devido à
dependência total para o atendimento das necessidades de saúde. (CHAVES et
al, 2012 apud LINO e CALIL, 2008)
A lei do exercício profissional de enfermagem também estabelece, como
atribuição do enfermeiro, a prestação de cuidados aos pacientes de maior
complexidade. Para tanto faz-se necessário conhecer as condições de saúde
dos pacientes, propor o plano de cuidados/prescrição de enfermagem, incluindo
a prioridade de assistência pelo enfermeiro aos pacientes críticos.

4.4 Protocolos e rotinas da UTI

Uma das principais atividades da gerência da unidade de terapia


intensiva, envolve os protocolos e rotinas de enfermagem, administração de
recursos tecnológicos e materiais, atividades educativas com a equipe de
enfermagem, articulação com a equipe multiprofissional e interlocução com
demais setores do hospital.
Dessa forma, comprova-se que a padronização do trabalho através da
instituição de protocolos e POPs – Procedimento Operacional Padrão, em tudo
que se refere a rotina, procedimentos, recursos humanos, materiais e afins, em
uma UTI, é de fundamental importância e dever do Enfermeiro responsável.
Abaixo, seguem exemplos de um POP, referente a cuidados de RN graves
e/ou instáveis em UTI, e um protocolo de transferência interna e externa de
pacientes:

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Resultado esperado:
 Reduzir o tempo de internação;
 Reduzir risco de infecção;
 Melhora da sobrevida e do desenvolvimento do RN;
 Manter a estabilidade clínica do RN;
 Favorecer o ganho de peso;
 Minimizar a dor e o estresse.

Observações:
 A folha com a descrição dos cuidados 1, cuidados para RN´s de
extremo baixo peso, cuidados 2 e 3 é fixada nas planilhas de todos
os leitos da UTI neonatal pela técnica administrativa da unidade e
deve ser consultada sempre que necessário pela equipe responsável
pelo RN.
 Atentar para as condições do ambiente, controlando a luminosidade,
regulagem de alarmes, nível de ruído, temperatura e demais condições que
possam intervir na estabilidade do paciente.
 Conforme evolução do paciente, o médico assistente poderá alterar a
prescrição para “cuidados 2” ou “cuidados 3”.

Ações corretivas:
 Reorientar a equipe quanto à rotina de cuidados mínimos.

Bibliografia:
 MAGALHÃES, F.J.; LIMA, F.E.T. et al. Respostas fisiológicas e
comportamentais de recém nascido durante o manuseio em UTI. Ceará.
2011. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste.
 TAMEZ, R.S.; SILVA, M.J.P. Enfermagem na UTI Neonatal:
Assistência ao RN de alto risco; Ed. Guanabara Koogan< RJ, 2013.
 TAMEZ, R. N. Intervenções no Cuidado Neuropsicomotor do Prematuro UTI
Neonatal. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2009.
Fonte: docplayer.com.br

34
Fonte: docplayer.com.br

35
4.5 Gerenciamento de recursos materiais e educação continuada

Outro aspecto de fundamental importância no gerenciamento de


enfermagem em UTI, trata-se do gerenciamento dos recursos materiais. As UTIs
são setores que recebem pacientes que requerem assistência diferenciada,
consumindo expressivo aporte de recursos materiais e utilizando vasto rol de
equipamentos. Tal situação exige do enfermeiro significativo investimento no
gerenciamento desses recursos.
A assistência aos usuários não pode sofrer interrupções por insuficiência
na quantidade ou na qualidade de materiais, nesse sentido, o gerenciamento de
recursos materiais torna-se fundamental para garantir a qualidade da
assistência. (CHAVES et al, 2012 apud CASTILLO e GONÇALVES, 2010)
Além das atividades referentes ao gerenciamento dos recursos materiais,
há também que incluir a capacitação dos profissionais envolvidos na assistência,
para a utilização dos recursos. É função do Enfermeiro capacitar e treinar esses
profissionais, além de avaliar o desenvolvimento de cada um.
Outro aspecto importante refere-se às ações de educação
continuada/permanente desenvolvidas pelo enfermeiro com a equipe de
enfermagem, que tem o potencial de qualificar a assistência prestada, podendo
promover o uso racional dos recursos disponíveis.
Por muito tempo, falar sobre educação continuada em Enfermagem
sugeria a ideia de ensino de técnicas e intervenções, realizado em determinado
setor de uma instituição, entretanto, é necessário entendê-la como processo
mais abrangente, que promove maior qualificação profissional e, por sua vez,
favorece a qualidade da assistência. (CHAVES et al, 2012 apud NIETSCHE et
al, 2009)
Dessa forma, a educação permanente desponta como proposta
estratégica para a transformação destes processos educacionais no âmbito da
formação e desenvolvimento das práticas pedagógicas e de saúde, além da
organização dos serviços, articulando sistema de saúde e de educação.

36
4.6 A enfermagem em UTI e a equipe multiprofissional

Ao analisarmos o paciente que necessita de cuidados em uma UTI,


percebemos que seu tratamento irá envolver o atendimento de uma equipe
multiprofissional, que compõe a equipe desse ambiente.
Para que haja uma qualidade da assistência ao paciente crítico, se faz
necessária a articulação do trabalho dessa equipe multiprofissional de saúde,
que articula as ações de saúde, integra os agentes, supera o fechamento dos
saberes e democratiza as relações de trabalho.
Nesse sentido, deve-se considerar que o trabalho em equipe
multiprofissional consiste em uma modalidade de trabalho coletivo, que se
configura na relação recíproca entre as múltiplas intervenções técnicas e a
interação dos agentes de diferentes áreas profissionais, por meio da
comunicação e a articulação das ações multiprofissionais (CHAVES et al, 2012
apud PEDUZZI, 2001)
Para tanto, torna-se relevante que os profissionais se ocupem das
articulações com os demais setores envolvidos na assistência ao paciente. A
interação com outros setores acontece em vários aspectos, incluindo atividades
relativas ao fluxo de admissão e transferência de pacientes, bem como aqueles
relacionados aos recursos necessários para assistência integral do paciente.

5 GERENCIAMENTO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI


NEONATAL E PEDIÁTRICA

Fonte: dc.clicrbs.com.br

37
A atuação em UTI neonatal e pediátrica exige a aplicação de uma
assistência permeada por aparatos tecnológicos e monitorização constante sob
um nível de estresse tanto para os profissionais quanto para a criança e família.
Por ser um trabalho específico, direcionado à criança, neonato e família sob
estas circunstâncias a relação entre estes pode ser fragilizada.
O relacionamento da equipe multiprofissional com o usuário pode evoluir
para o estreitamento do vínculo a partir do momento em que a família se sente
compreendida e com suas necessidades atendidas. Na UTI neonatal a interação
do profissional de saúde com os pais deve acontecer de modo a permitir maior
compreensão, por parte dos pais, sobre este mundo, pois isso contribui para o
sucesso do tratamento e o enfrentamento da hospitalização da criança.
Nesta relação os profissionais de saúde têm a oportunidade de mudar a
perspectiva centrada na doença para uma abordagem centrada na experiência
da criança e da família, tornando-se presentes, interessados e preocupados com
elas e, assim, formam um vínculo de cumplicidade. (REIS et al,2013 apud
COSTA e PADILHA,2011; ALVES et al, 2011)

5.1 Sistematização da Assistência de Enfermagem

Para o atendimento em uma UTI neonatal e pediátrica, a Enfermagem


precisa desenvolver políticas e rotinas, relacionadas ao funcionamento, a
assistência e ao gerenciamento dos recursos humanos e materiais no dia a dia
desse ambiente.
A política relacionada a Sistematização da Assistência de Enfermagem,
explica os princípios e as práticas adotadas pela equipe de enfermagem para o
desenvolvimento do cuidado ao cliente e família em todas as unidades
assistenciais do hospital.
A sistematização serve para direcionar o grupo na definição das bases
teórico-conceitual; na divisão do trabalho, na padronização de métodos e
instrumentos de registros; no estabelecimento de regras e normas para a
sistematização da assistência. No caso da UTI neonatal e pediátrica, a
sistematização está estruturada para atender o recém-nascido (ou a criança) e
a família.

38
Ela tem como objetivo organizar e direcionar os trabalhos da equipe de
enfermagem para o desenvolvimento do cuidado terapêutico com qualidade ao
paciente com a participação da família.

Princípios que orientam as ações da equipe na assistência:


 A sistematização faz parte do processo de enfermagem pois ela serve para
determinar a forma como as ações devem acontecer para a realização do
cuidado ao paciente e família.
 Todo modelo de sistematização da assistência é construído com base em
princípios teórico-conceitual que serve para explicar e direcionar as ações
do grupo no desenvolvimento do cuidado.
 O paciente e seu familiar, constituem o foco principal das ações
assistenciais da equipe de enfermagem na UTI Neonatal e Pediátrica.

Ações para efetivar a sistematização da assistência ao recém-


nascido/criança e família:
 Definir recursos:
 Humanos e materiais;
 Bases conceitual;
 Os métodos e instrumentos;
 As normas e rotinas para a organização do trabalho na UTI
Neonatal/Pediátrica
 Preparar a equipe para desenvolver a sistematização com competência e
qualidade.
 Aplicar e avaliar, sistematicamente os resultados da assistência prestada,
por meio de auditoria.

5.2 Política da qualidade na assistência de enfermagem

A política de qualidade explica os princípios e as práticas adotadas pela


equipe de enfermagem, visando assegurar a qualidade da assistência prestada
ao cliente e família.

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Princípios que orientam as ações da equipe de enfermagem em UTI
Neonatal/Pediátrica:
 O paciente e a família constituem o foco principal das ações da equipe
de enfermagem.
 Promoção da saúde é trabalhado tanto quanto a manutenção,
recuperação e reabilitação da saúde do recém-nascido/criança durante
sua internação e até mesmo morte digna.
 Cuidado com qualidade, seguro e livre de riscos para o recém-
nascido/criança.
 Educação em saúde são fundamentais para o cuidado com qualidade.

Ações proposta para alcançar a qualidade


 Desenvolver o trabalho assistencial articulado, pensado e planejado com
as demais áreas de apoio da enfermagem e do hospital como um todo.
 Padronizar normas, rotinas e procedimentos de enfermagem, de modo
a assegurar a qualidade na prestação da assistência ao recém-
nascido/criança e família em todos os horários
 Desenvolver a assistência de forma humanizada, sistemática,
fundamentada em base teórica e organizada em métodos e técnicas
padronizadas.
 Realizar e avaliar sistematicamente os registros da assistência prestada
ao recém-nascido/criança e a família.
 Aplicar métodos para avaliação da qualidade da assistência de
enfermagem do ponto de vista da família.
 Buscar e avaliar os benefícios dos programas e das políticas públicas de
saúde para a promoção da qualidade na assistência ao recém-
nascido/criança e família.

5.3 Política de recursos materiais

A política de Recursos Materiais da Gerência de Enfermagem tem como


finalidade garantir quali e quantitativamente os materiais necessários para o
desenvolvimento do processo de trabalho em enfermagem, na perspectiva de

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uma assistência científica, participativa e humanizada, buscando integrar as
potencialidades individuais e coletivas daquele que presta o cuidado como
daquele que o recebe.
Na UTI Neonatal/Pediátrica ela deve atender as necessidades da equipe
de enfermagem, professores e alunos de enfermagem, no atendimento ao
recém-nascido e família promovendo condições favoráveis para o trabalho com
qualidade e segurança.
O objetivo da política de recursos materiais, visa garantir qualitativamente
e quantitativamente, materiais, equipamentos e mobiliários necessários para o
desenvolvimento do processo de enfermagem ao recém-nascido/criança e a
família, na perspectiva de uma assistência científica, participativa e humanizada.

As ações propostas para a política de recursos materiais na unidade:


 Prever e prover a unidade de materiais, equipamentos e mobiliários
necessários para o desenvolvimento do cuidado de enfermagem ao recém-
nascido/criança e família.
 Monitorar e avaliar a qualidade dos materiais e notificar a Gerencia de Risco
aqueles que apresentarem problemas.
 Levantar e ajustar as necessidades de materiais para a assistência no setor
de forma a atender às exigências preconizadas em Portarias Ministeriais.
 Avaliar as demandas de materiais a partir do perfil dos diagnósticos de
enfermagem mais frequentes.
 Avaliar, sistematicamente, a integridade e funcionalidade dos recursos
materiais e encaminhar a Diretoria de Instrumentação e Informática aqueles
que precisarem de reparos
 Conhecer e acompanhar o programa de manutenção preventiva dos
recursos materiais da Diretoria de Instrumentação e Informática.

5.4 Estrutura e recursos para o atendimento e assistência ao recém-


nascido/criança e seus familiares.

A UTI Neonatal/pediátrica, geralmente, localiza-se próximo da unidade


obstétrica e, nela, estão as unidades de alto e de médio risco. Toda criança tem
direito de ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável durante todo o

41
período de internação. No caso do recém-nascido em UTIN também se aplica
esse direito. A permanência dos pais deve ser estimulada para que seja possível
o estabelecimento de vínculos afetivos entre eles. Também é estimulada a visita
dos avós nos horários de visitas.

Estrutura e Nº Características
Recursos

Número de Leitos 10 5 leitos de alto risco e 5 de médio risco


01 Destinada à paramentação para entrar na unidade (avental e pro-pés), lavar
Ante-sala mãos, guardar pertences. Possui armários de roupas e para guarda de
pertences, pia.
01 Destinada a receber os RNs mais críticos, com cuidados intensivos. Conta com
Unidade de alto risco equipamentos diversos (respiradores, incubadoras, monitores
multiparâmetros, bombas de infusão, aparelhos de fototerapia,
aspiradores, carrinho de emergência, rede de gases, etc)
Unidade de médio 01 Destinada a receber os Rns de médio risco, bebês transferidos do alto
risco risco devido à sua melhora, para ganhar peso, observação, com cuidados
intermediários. Conta com diversos equipamentos (exceto respiradores),
espaço para o manuseio de dieta e para procedimentos. Há também um
espaço para uso da equipe médica e de enfermagem, alunos e professores.
Neste espaço estão organizados os prontuários, impressos, exames,
computador, etc)
Sala de preparo de 01 Destinada ao preparo de medicamentos, manipulação de soluções estéreis
medicações (NPP, soros, etc). Conta com armários para a guarda de materiais,
medicamentos e soros, pia, geladeira
Sala da Chefia do 01 Destinado ao trabalho administrativo da UTIN, com computador,
Serviço de banheiro de uso da enfermagem e do secretário de unidade.
Enfermagem da UTIN
Destinado a abrigar os hampers com roupas usadas, material da central
Expurgo 01 de material contaminado, traquéias dos respiradores, bacias de banho,
etc..
Para atendimento de PCR com desfibrilador. Fica na unidade de alto
Carrinho de 01 risco
Emergência
Área de descanso e Espaço para estar e repouso da equipe de enfermagem. Conta com TV,
repouso da equipe de 01 sofá, cadeiras, camas, mesa.
enfermagem
Equipamentos como incubadoras, berços aquecidos, respiradores, bomba de
Outros recursos - infusão venosa, oxímetro de pulso, multiparâmetro, nebulizador,
tecnológicos geladeira, aparelho de fototerapia, glicosímetro cutâneo e outros
Fonte: ufmt.br

42
Fluxograma do atendimento do recém-nascido na UTIN e suas relações
com a Sistematização da Assistência de Enfermagem

INÍCIO

Porta de Entrada
O médico deve preencher a AIH(1) e solicitar a
CO ou Sala de Parto EXTERNO autorização na CR/SMS(2)

O prontuário deverá ser entregue a equipe de


enfermagem na UTIN no momento da
internação.

ADMISSÃO NA UNIDADE
A Admissão deve ser feita assim que RN chega,
Unidade de alto risco
com descrição detalhada do exame físico.
Unidade de médio risco Histórico pode ser feito no primeiro dia ou no
subsequente.
Dependendo do quadro, RN pode ficar na
unidade de alto risco ou de médio risco.

PRECISA DE CIRURGIA CLÍNICO A maioria dos casos é de tratamento


clínico, mas há casos cirúrgicos.

Centro Cirúrgico
RPA- UTIN A recuperação pós-anestésica é feita na
UTIN.

UTI Neonatal

Na alta tipo “transferência” é dever do


enfermeiro fazer um resumo do caso e da
assistência de enfermagem, com
ALTA recomendações e informações adicionais, se for
o caso, para o setor a que se destina.

As transferências para outro hospital devem


ocorrer depois que a vaga estiver regulada
pela CR/SMS.
Na alta, a liberação da criança deve ocorrer
Transferência Médica Acompanhamento Ambulatorial Óbito após liberação do prontuário pelo Registro.
Fonte: adaptado de: ufmt.br

5.5 Mapa dos problemas de enfermagem

O Mapa de Problemas de Enfermagem é o impresso que o enfermeiro


utiliza para registrar os Diagnósticos de Enfermagem e Problema Colaborativo

43
identificados e do paciente e família e, também, Procedimento Invasivos
realizado durante a internação.
Sua finalidade é agrupar os problemas, facilitar o processo de priorização
e acompanhamento dos mesmos pela enfermagem e, contribuir com busca ativa
realizada pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar no processo de
vigilância epidemiológica das infecções.
Norma específica:
 É atribuição privativa e dever do enfermeiro fazer e atualizar o Mapa dos
Problemas de Enfermagem.
 O Diagnóstico de enfermagem deverá ser registrado no mapa, usando a
sigla “DE:”.
Por exemplo: DE: risco para traumatismo relacionado à desorientação.
Seguir as regras para elaboração do diagnóstico conforme sua classificação:
 Diagnósticos reais ou vigentes: título + fator relacionado +
evidenciado por
 Diagnósticos riscos ou potenciais: título + fator relacionado

 O Problema Colaborativo ou Complicação Potencial deverá ser escrito


usando as siglas “CP: ” Por exemplo:
 CP: risco para hemorragia (quando houver o risco de desenvolver
o quadro)
 CP: hemorragia (quando o quadro estiver instalado).

 O procedimento deverá ser escrito usando a sigla “P”:


Por exemplo: P: dissecção venosa no MMSS esquerdo
 Diariamente deverá ser avaliado a evolução dos DE(s) e CP(s), contudo, a
anotação no impresso poderá ser feita a cada dois dias conforme avaliação
do enfermeiro.
 É recomendado a utilização da TAXONOMIA II da NANDA como padrão na
linguagem dos diagnósticos.

44
Descrição da Rotina para elaboração Mapa
Agente Procedimento Observação
 Prepara as pastas da enfermagem com os É rotina no hospital
Secretário da
unidade impressos de HE “desmembrar” o prontuário
 Mapa dos Problemas de Enfermagem, em duas pastas para
Evolução, facilitar o trabalho da
 Plano de Cuidados e Anotações demedicina e da enfermagem
Enfermagem
 Levanta dados e avalia.
Enfermeiro
 Identifica os fatores relacionados ou as
características definidoras e faz a inferência
diagnóstica
 Registra os Diagnósticos de
Enfermagem e Problemas Colaborativos.
Fonte: adaptado de ufmt

Exemplo:
NOME DO HOSPITAL
Gerencia de Enfermagem
SLOGAN DO
HOSPITAL
MAPA DOS PROBLEMAS DE
ENFERMAGEM
EVOLUÇÃO
PROBLEMAS DE ENFERMAGEM INÍCIO códigos
Nº. DE: Diagnóstico Enfermagem Data E=Existente R=Resolvido M=melhorou
P=Piorou
CP: Problema Colaborativo Iniciais
P: procedimento COREN
13/6 14/6 15/6 16/6 1 7/6 18/6

01 DE: Déficit de volume de líquidos 13/6/9


relacionado à má ingesta oral R.M.V E E R - -
evidenciado por vômitos, náuseas e falta Coren
de oferta 22.00
0

15/6/9
02 CP: arritmia relacionada ao potássio R.M.V - - E R --
sérico baixo Coren
22.00
0
15/6/9
03 P: sondagem vesical de demora K.LM. - - E E R
Coren
67.00
0

45
16/6/9
04 DE: Risco para queda relacionado a K.LM. - - - E R
hipóxia tecidual Coren
67.00
0

Fonte: adaptado de ufmt

Orientações para preenchimento


 Procurar usar a classificação da Taxonomia II da NANDA para os
Diagnósticos de Enfermagem
 Colocar o título do diagnóstico seguido pelo fator relacionado e, se for um
diagnóstico do grupo dos reais, incluir as evidencias.
 Avaliar os problemas diariamente, contudo, o registro da evolução pode ser
dois em dois dias.
 Colocar somente as iniciais do nome ou usar a rubrica, seguida do número
do COREN.
 Quando precisar de abrir um novo impresso para incluir novos problemas
ou evoluir, não é necessário escrever todo o enunciado, pode-se colocar
somente o número a que ele corresponde no impresso anterior.

5.6 Transferência externa de pacientes

É a mudança de um paciente de um hospital para outro. (BOTTOSSO e


ORMOND, 2006 apud BRASIL,2002)
Exemplo de protocolo para rotina de transferência:
Descrição da Rotina para transferência
Agente Procedimento Observação
Médico  Solicita a transferência na CR/SMS
Secretário da  Preenche o formulário de ALTA da unidade Recompor o prontuário na
Unidade  Leva o prontuário e o formulário de alta para o capa original do hospital
registro dar “baixa” no sistema HOSPUB
(Sistema Integrado de Informatização de
Ambiente Hospitalar)

46
 Elabora o resumo do caso para ser enviado a Efetua os registros no
Enfermeiro instituição a ser transferida a criança prontuário e o resumo
 Prepara o adulto,(acompanhante) para a para ser entregue a
transferência. instituição que o
receberá.
Técnico e/ou  Preparar a criança e família para a
Auxiliar de transferência
enfermagem  Entrega pertencer a família e registra no
prontuário
 Solicita o condutor quando necessário
Condutor  Realiza o transporte da criança ambulância Geralmente é realizado
pela UTI móvel ou SAMU
Fonte: adaptado UFMT

5.7 Encaminhamento para o centro cirúrgico

É o transporte do cliente ao centro cirúrgico do hospital em condições


segura.
Toda criança encaminhada ao centro cirúrgico tem o direito de ser
acompanhada por um membro da familiar até à sala operatória e na unidade de
recuperação pós-anestésica.
 É responsabilidade da equipe de enfermagem assistencial da UTIN, conferir
as condições do cliente antes da criança ser conduzida ao centro cirúrgico:
 Conferir e chegar a administração de drogas pré-anestésica e o
cumprimento do jejum.
 Conferir o preparo pré-operatório prescrito pelo médico e
enfermeiro.
 Conferir a identificação da criança na pulseira.
 O prontuário do paciente deverá ser encaminhado junto a criança incluindo
os exames de imagem e outros não fixados no mesmo (enviar as duas
pastas: das prescrições e dos exames).
 É responsabilidade da equipe de enfermagem assistencial do Centro
Cirúrgico receber a criança e o prontuário, conferir o nome com os dados da
pulseira e o preparo.
Exemplo de protocolo para encaminhamento ao Centro Cirúrgico:
47
Descrição da Rotina de encaminhamento ao Centro Cirúrgico
Agente Procedimento Observação
Antes solicitar o transporte:
Enfermeiro da  Confere o preparo e a checagem dos cuidados pré-
UTIN operatório
 Acompanha no transporte se necessário.
Técnico Antes de solicitar o condutor:
Enfermagem  Prepara a criança.
e  Orienta a família
Auxiliar  Organiza o prontuário
Enfermagem  Desmonta a incubadora e realiza a limpeza se
necessário.
 Recebe a criança e prontuário. O pediatra e residente,
Condutor  Transporta até o centro cirúrgico, munido do geralmente
prontuário. acompanham.
Equipe  Recebe a criança e o prontuário (as duas pastas)
Enfermagem do condutor
do Centro
Cirúrgico
Fonte: Adaptado de UFMT

5.8 Óbito

É aquele que ocorre após o cliente ter dado entrada no hospital


independente do fato dos procedimentos administrativos relacionados à
internação já terem sido realizados ou não. Óbito institucional é aquele que
ocorre em até 24 horas após a internação hospitalar (BOTTOSSO e ORMOND,
2006 apud BRASIL, 2002).
 Todo óbito deverá ser comunicado ao Serviço Social para os
encaminhamentos que se fizerem necessários junto à família.
 Compete ao médico preencher o atestado de Óbito e entregar para a
família ou serviço social.
 Compete ao enfermeiro fazer o relatório da assistência prestada até a
constatação do óbito e os encaminhamentos pós-morte.
 Compete aos técnicos e auxiliares de enfermagem preparar o corpo,
reorganizar o ambiente e relacionar os medicamentos, soluções e
48
materiais descartáveis utilizado para serem reposto no carrinho de
emergência.
 Compete ao secretário da unidade receber a relação (ou as embalagens)
dos materiais utilizados e providencia a reposição junto a farmácia e
central de kits.
 Toda equipe de enfermagem e de saúde deve manter atitude de respeito
e promover conforto aos familiares.
Exemplo de protocolo para rotina de óbito:

Descrição da Rotina em casos de ÓBITO


Agente Procedimento Observação
 Comunica à família o falecimento
Médico  Registra no prontuário

 Faz o relatório da assistência prestada ao cliente até


Enfermeiro a constatação do óbito e os encaminhamentos pós-
morte no prontuário.
 Auxilia os técnicos e auxiliares nos
encaminhamentos
 Conforta a família e orienta quanto aos
encaminhamentos
 Prepara o corpo Se não houver nenhum
Técnico  Separa os pertences, identifica e entrega a família. familiar presente no
Enfermagem e  Solicita o condutor momento,
Auxiliar  Desmonta a incubadora e realiza a limpeza terminal. os pertencer deverão
Enfermagem  Relaciona todos os medicamentos, soluções e ser entregues ao
materiais descartáveis utilizados para serem reposto guarda da recepção
no carrinho de emergência. que irá depositá-lo no
armário do hospital.
 Encaminha o corpo até o necrotério
Condutor
 Providencia a reposição dos medicamentos e
Secretário da materiais do carrinho de emergência.
unidade  Atualiza o sistema HOSPUB

 Realiza os encaminhamentos de rotina junto a


Assistente família.
Social
Fonte: Adaptado de UFMT

49
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/palestras/somasus/UTI.pdf.

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