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16/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

Módulo 1:

Ciência Psicológica: uma construção histórica de Sócrates ao Humanismo Moderno

Leitura Obrigatória:

- MASSIMI, M. História dos Saberes Psicológicos. São Paulo: Paulus, 2016. (Capítulo 1 – Eixo
estruturante: A voz interior e o imperativo de conhecer a si mesmo: os primeiros conceitos de psique e
Sócrates - pg. 48-55).

- SANTI, P. L. R. A Construção do Eu na Modernidade. 6ª ed. Ribeirão Preto/SP: Holos, 2009.


(Capítulo 1).

Leitura para Aprofundamento:

- FIGUEIREDO, L. C. Matrizes do Pensamento Psicológico. 17ª ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

Historicamente, a Psicologia se estabeleceu como ciência independente muito tempo depois que outras
áreas de conhecimento já haviam alcançado pleno reconhecimento social. Foi somente no final do século
XIX que surgiram as primeiras tentativas de constituição de uma ciência para tratar dos problemas
humanos que hoje reconhecemos como fazendo parte do escopo da Psicologia, independentemente dos
estudos desenvolvidos em áreas afins, como a biologia e a filosofia.

O surgimento de um campo de conhecimento só se justifica a partir da definição de um objeto próprio,


não estudado pelas ciências pré-existentes. Outra condição é o desenvolvimento de formas apropriadas
para se conhecer este objeto, o que se faz pela definição de uma certa metodologia. Mas, principalmente,
uma ciência só tem razão para existir quando esta área de estudos por ela abrangida passa a ser
problematizada, gerando a demanda por conhecimento. Em outras palavras, só há necessidade de se
estudar um determinado assunto quando fazemos questões sobre ele.

Considerando estes requisitos, podemos começar a pensar sobre os motivos que fizeram com que fosse
tão tardio o surgimento da Psicologia.

Figueiredo (1991) propõe uma tese: para que a Psicologia surgisse foi necessário, primeiro, que se
estabelecesse a idéia de que as pessoas são indivíduos independentes e donos de uma experiência de
si que as diferencia dos demais. Esta primeira condição diz, portanto, respeito ao surgimento de um
objeto de estudo – o terreno de experiências que hoje reconhecemos como sendo nossa subjetividade:
nossos questionamentos sobre a vida, nossa forma de entrar em contato com o mundo e com as outras
pessoas etc..

Mas, para haver demanda por conhecimento, é preciso que esta experiência de si seja objeto de dúvidas
e cogitações: quem sou eu? Por que sou assim? Esta é, pois, de acordo com Figueiredo, a segunda pré-
condição necessária para o surgimento da Psicologia.

Ora, o surgimento da experiência de si e o questionamento desta experiência têm uma história. Não
existiu desde sempre. Atente para este fato importantíssimo para a compreensão de tudo que segue, na
disciplina: estamos afirmando que o psicológico não é um aspecto natural do ser humano, como
poderíamos dizer, por exemplo, de uma célula ou de um órgão. Se quisermos compreender por que a
Psicologia tem uma história “oficial” tão curta, teremos que retomar a história de seu objeto: a história da
constituição daquilo que hoje chamamos de subjetividade – o surgimento gradual desta noção, na cultura
ocidental; e a história de sua problematização – a crise da subjetividade privatizada.

Atividades recomendadas:

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1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores,
em defesa de suas teses.

2) A partir da leitura, procure definir subjetividade. Confronte se sua definição se afina com a proposta de
Figueiredo, que não é substancialista, isto é, não define a subjetividade como algo já dado, já existente
naturalmente no homem.

3) Acompanhe o seguinte exemplo de exercício:

A disciplina História da Psicologia se apóia na proposta de Figueiredo (1991), de acordo com a qual:

I. O objeto de estudo da Psicologia é a subjetividade, ou seja, o conjunto de características da espécie


humana que nos diferencia dos outros animais.
II. A Psicologia tornou-se uma área de estudos reconhecida como ciência quando os primeiros estudiosos
do tema observaram que os homens possuiam auto-consciência.
III. Para que a Psicologia se constituisse como ciência independente foi necessário o surgimento de uma
certa experiência de si que é decorrente de condições históricas determinadas.

É verdadeiro o que se afirma em:

a) I.
b) I e II.
c) II.
d) III.
e) II e III.

Se você compreendeu adequadamente a proposta de Figueiredo, assinalou a alternativa d. As


afirmações I e II partem de um conceito de subjetividade como sendo algo natural, uma característica
própria do ser humano. Ora, o que Figueiredo defende é que nem sempre os homens tiveram esta forma
de se perceber como indivíduos independentes, que hoje nos parece tão natural e inquestionável. Este
argumento será desenvolvido a seguir.

Exercício 1:

Segundo a tese básica de Luís Cláudio M. Figueiredo, na modernidade duas condições tornaram a
Psicologia uma ciência independente.

Assinale a alternativa que apresenta essas condições:

A)

A experiência individual e singular de liberdade e a descoberta de que essa liberdade é uma ilusão.

B)

A experiência da subjetividade privatizada e a crise dessa subjetividade.

C)

A descoberta da subjetividade e o questionamento da fé cristã.

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D)

A recusa aos preceitos religiosos e busca de novas crenças.

E)

A descoberta da loucura e a necessidade de buscar tratamento para esse mal.

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Exercício 2:

Considere o texto:

“Uma comunidade, de acordo com Plutarco, é um certo corpo dotado de vida pelo benefício do favor
divino, que opera impelido pela mais elevada equidade e que é regulado pelo que pode ser chamado de
poder moderador da razão. Aqueles que em nós estabelecem e implantam a prática da religião e nos
transmitem devoção a Deus (...) preenchem o lugar da alma no corpo da comunidade. (...). O lugar da
cabeça no corpo da comunidade é ocupado pelo príncipe, que se submete apenas a Deus e àqueles que
estão a Seu serviço e O representam na terra, da mesma forma que, no corpo humano, a cabeça é
animada e governada pela alma. O lugar do coração é preenchido pelo senado, do qual procede o início
de boas e más obras. Os deveres de olhos, ouvidos e línguas são cumpridos pelos juízes e
governadores das províncias. Oficiais e soldados correspondem às mãos. Aqueles que sempre servem
ao príncipe são semelhantes aos flancos. Oficiais financeiros e comerciantes podem ser comparados
com o estômago e os intestinos (...). Os camponeses correspondem aos pés, que sempre semeiam a
terra, e precisam mais especificamente dos cuidados e das preocupações da cabeça, já que, enquanto
caminham sobre a terra trabalhando com seus corpos, eles se deparam frequentemente com pedras de
hesitação e, por isto, merecem mais ajuda e proteção que os demais com toda justiça, desde que são
eles que erguem, sustentam e movem adiante o peso de todo o corpo. Então, e só então, a saúde da
comunidade será sólida e florescente quando os membros mais altos protegem os mais baixos, e os mais
baixos respondem fiel e plenamente às justas demandas de seus superiores (...).” John of Salisbury, O
corpo social. In: SANTI, P.L.R. A construção do eu na modernidade. Ribeirão Preto/SP: Ed. Holos, 1998,
p.9.

A respeito do texto é correto afirmar que se refere

A)

a um determinado grupo social, em que cada sujeito pode fazer o que bem entender visando o próprio
benefício.

B)

a organização social da Idade Média e afirma que cada sujeito é livre para realizar suas escolhas.

C)

a um determinado grupo social, próprio de sociedades semelhantes àquelas que os descobridores


encontraram nas novas terras.
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D)

a uma organização social em que cada sujeito é chamado a realizar uma tarefa em prol da comunidade, a
partir do lugar que ocupa na trama social.

E)

à organização social da Idade Média e afirma que os camponeses são responsáveis pela saúde da
comunidade.

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Exercício 3:

Sobre as concepções de homem e de mundo na Idade Média, analise as afirmativas abaixo:

I Impôs-se ao homem a escolha do próprio caminho e a construção da própria identidade.


II Era forte a concepção de uma relação orgânica entre todos os seres da natureza, de uma
interdependência entre todas as criaturas.
III A possibilidade da crença na liberdade humana era muito restrita ou inexistente, já que tudo parecia
fazer parte de um plano maior, perfeito e disposto por Deus.
IV Passou a vigorar a ideia de que o homem havia perdido o contato com a sua verdadeira natureza e
que necessitava retornar a esse estado natural perdido.
V O ser humano era valorizado como não submetido ao poder de Deus. Além disso, foi elaborado o
conceito de democracia: o governo deveria ser exercido pelos cidadãos.

Está correto o afirmado em

A)

I e II.

B)

II e III.

C)

III e IV.

D)

IV e V.

E)

II, III e IV.

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Exercício 4:

• Em 1879 Wilhelm Wundt montou o primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, na


Alemanha.
• Freud produziu uma vasta bibliografia, num período que se estende de 1895, ano de publicação do
Estudos sobre a histeria, com Breuer, até sua morte, em 1939.
• O primeiro livro importante de Skinner, Behavior of Organisms, foi publicado em 1938. Rogers, por
sua vez, trabalhou ativamente, orientando e escrevendo, desde o final da década de 1920.

Com base nas datas acima, considera-se que no final do século XIX a Psicologia surgiu como ciência
independente.

Leia as afirmativas:

I Somente depois do desenvolvimento do método científico houve condições para o surgimento da


Psicologia e o estudo do psiquismo humano.
II Os projetos da Psicologia como ciência somente puderam ser formulados após o desenvolvimento de
uma noção clara de subjetividade privada.
III A demanda por um “profissional psicólogo” só passou a ter sentido a partir do momento em que as
concepções de sujeito vigentes entraram em crise, levando as pessoas a problematizarem a noção de si.

Está correto o afirmado em

A)

I.

B)

I e II.

C)

I e III.

D)

II e III.

E)

I, II e III.

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Exercício 5:

Leia o texto:

"Quando a anestesia foi descoberta, em 1846, a dor física ainda possuía vários sentidos. Podia exercer
um papel enobrecedor: resistir bravamente à dor durante a extração de um dente, por exemplo,
contribuía para a formação do caráter, especialmente quando se tratava do sexo masculino. Muitas
narrativas que expunham as penas sofridas em cirurgias e as dores vividas em acidentes e doenças
continham uma função pedagógica. Ensinavam a valorizar o ser humano, principalmente as virtudes da
coragem e da persistência. No lugar de ser um limite para a vida, a dor mostrava os limites de um cada
corpo (...) A alusão aos prazeres ainda não era uma regra geral da publicidade e diversos desenhos e
fotografias de rostos crispados pela dor, pernas, úteros, ventres enfraquecidos por feridas e outros
males, apareciam sem grandes pudores entre os principais jornais e revistas do país. Não que se fizesse
apologia da dor. Apenas ela era acolhida com uma naturalidade que pode parecer estranha em épocas
como a nossa, de extrema naturalização da saúde e do prazer infinitos. Existiam evidentemente aqueles
que faziam da dor o principal sentido da vida. Mas não era inusitado encontrar quem insistisse em dizer:
é a vida quem fornece sentido à dor e não o contrário” Sant’ Ana B.D. Corpos de Passagem: ensaios
sobre a subjetividade contemporânea. pg.38.

O texto fala da dor não como realidade do corpo, apenas, mas como uma experiência subjetiva.

Assinale a alternativa que corresponde à concepção de subjetividade que podemos depreender desse
texto?

A)

As experiências subjetivas, como a dor, são determinadas pelas diferenças individuais, de caráter
basicamente inato (como, por exemplo, o grau de sensibilidade).

B)

As experiências subjetivas, como a dor, são iguais para todos os sujeitos, sendo independentes de seu
contexto histórico e cultural.

C)

As experiências subjetivas, como a dor, são significadas pelos sujeitos de diferentes maneiras,
dependendo de seu contexto histórico e cultural.

D)

As experiências subjetivas, como a dor, são vividas de maneira distinta, dependendo do valor que damos
à vida.

E)

As experiências subjetivas, como a dor, são mais ou menos importantes, dependendo dos recursos
técnicos disponíveis para atenuá-la.

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Exercício 6:

A Idade Média, mais conhecida como Idade das Trevas (em oposição ao Iluminismo, Idade das Luzes ou
da Razão), representa um período de dez séculos da história da civilização ocidental em que toda a sua
organização social, política e econômica emanava de uma ordem transcendente ao mundo.

Analise as afirmativas abaixo:

I.A Idade Média considerava o mundo organizado em torno de um centro. Nesse mundo haveria uma
ordem absoluta, representada por Deus e Seus legítimos representantes na terra: a Bíblia e a Igreja.

II.A Igreja Católica da Idade Média, de posse de todo o poder de representar Deus na Terra, organizou
um mundo em que cada ser era tido como parte da grande engrenagem da criação divina. Cada homem
ocuparia um lugar específico nessa engrenagem e estaria submetido à obrigação de realizar suas
funções, não podendo escapar delas.

III.Na medida em que a onipresença e a onisciência eram apresentadas como atributos de Deus, nada
poderia ser mantido em segredo e nunca se estaria sozinho. Assim, pode-se afirmar que o homem da
Idade Média achava-se desprovido de privacidade.

IV.Como expressa o texto O corpo social, de John of Salisbury, o homem medieval vivia em um mundo em
que tudo fazia parte de um todo perfeito disposto por Deus, mas tinha liberdade para tomar decisões
referentes à própria vida.

V.O texto O corpo social, de John of Salisbury, apresenta a concepção de uma relação orgânica e
interdependente entre todos os seres. Num universo assim organizado e descrito, o homem não era,
propriamente, um sujeito.

Assinale a alternativa que apresenta as características do período:

A)

I, II, III, V

B)

II, III, VI, V

C)

I, II, V

D)

II, III, IV

E)

I, III, V

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Exercício 7:

Segundo Santi (2009) uma representação da Idade Média seria o canto gregoriano, que ilustra o
momento e a lógica que rege a sociedade. Desta forma, a audição e a compreensão do canto gregoriano
prestam-se de forma exemplar à tentativa de apresentar o espírito medieval.
(Fonte: SANTI, P.L.R. A construção do eu na modernidade. 6ª. ed. Ribeirão Preto/SP: Ed. Holos, 2009).

Leia as alternativas abaixo e observe se estão corretas ou incorretas.


I - O canto gregoriano representado por um canto em uníssomo, era um coral que cantava exatamente a
mesma “coisa”, assim como acontecia na sociedade, onde não existia individualidade.
II - A letra da música, cantado pelo coral, era um texto sagrado já conhecido por todos. Santi relacionou a
questão de a música ser um texto sagrado com a ideia de que a vida era regida por uma ordem, onde o
homem não tinha a liberdade de optar pelos rumos de sua vida e não era propriamente um sujeito de
suas ações.
III – No canto gregoriano, associando-se ao caráter da letra, não há propriamente uma melodia, mas
apenas uma sinuosa linha melódica que não se repete, de forma que o ouvinte não consegue se segurar
em nada, deve se deixar levar como um rebanho.

Somente está correto o que se afirma em:

A)

B)

II

C)

III

D)

I, II, III

E)

II, III

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