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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RORAIMA
CAMPUS BOA VISTA

SÍNTESE SOBRE COLOCAÇÃO PRONOMINAL

(1) Denomina-se colocação pronominal o conjunto de regras referentes à colocação dos


pronomes pessoais oblíquos átonos (POAs) que funcionam como complementos:

(2) Emprego dos pronomes pessoais oblíquos átonos O, A, OS, AS:


(a) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral os pronomes o, a, os, as não se alteram.
ex.: Chame- o agora. Deixei- a mais tranquila.

(b) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para lo, la, los, las.
ex.: (Encontrar) Encontrá- la é o meu maior sonho. (Fiz) Fi- lo porque não tinha alternativa .

(c) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os pronomes o, a, os, as
alteram-se para no, na, nos, nas.
ex.: Chamem- no agora. Põe- na sobre a mesa.

(3) Os pronomes pessoais oblíquos átonos funcionam, geralmente, como complementos: verbais
ou nominais.

(a) Seu olhar doce e terno me conquistou. (OD)


(b) Custa- nos observar a corrupção generalizada que se instalou em todos os níveis da
administração pública. (OI)
(c) Sou- te grato por tudo que fizestes. (CN)

(a) Executou o projeto eficientemente. Executou- o eficientemente. (OD)


(b) Precisava executar as ordens com eficiência. Precisava executá- las com eficiência. (OD)
(c) Conquistaram os cargos por competência. Conquistaram- nos por competência. (OD)

(a) Cobrar eficiência das operadoras de telefonia é um direito que assiste aos consumidores.
(b) Cobrar eficiência das operadoras de telefonia é um direito que lhes assiste.

POSIÇÕES DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS EM RELAÇÃO AO VERBO

(a) Quando eu me encontrava preso


Nas celas de uma cadeia
Foi que eu vi pela primeira vez
As tais fotografias
Em que apareces inteira
Porém lá não estavas nua
E sim coberta de nuvens
erra! Terra!
Por mais distante
errante navegante
Quem jamais te esqueceria!
(Terra – Caetano Veloso)

(a) Dar-te- ia minha vida, se pudesse!

a) Quando a reunião acabar, retire-se para a sala em silêncio

I. PRÓCLISE – OCORRÊNCIAS OBRIGATÓRIAS

(1) VERBO PRECEDIDO DE PALAVRAS ATRATIVAS1

(1.1) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc

(a) Nada o aborrecia nas horas de grandes dificuldades.

1 São palavra que atraem o pronome oblíquo átono para antes do verbo.
(b) Filhos, netos, nora, ninguém lhe dava a atenção que merecia.

(c) Não a desejava como filha, mas como mulher.

(d) Jamais se soube a dimensão verdadeira dos fatos.

(e) Ela nem se incomodou com os meus problemas.

(f) Nunca se esqueça de mim.

Observação:

Se a palavra de sentido negativo preceder um infinitivo não flexionado, o pronome poderá vir
depois do verbo:

Calei para não a magoar. Calei para não magoá- la. / Saí para não os incomodar / para não
incomodá- los.

(1.2) Advérbios

(a) Os seus olhos ternos e doces agora me roubam o sono.

(b) Hoje lhes direi toda a verdade.

(c) Talvez nos encontremos amanhã para finalizar o projeto.

(d) Aqui se tem sossego para trabalhar.

Observação:

Se houver pausa depois do advérbio, prevalecerá a ênclise:

Depois, encaminhei- me para ele.

(1.3) Conjunções Subordinativas

(a) Todos ali sabiam que ele a amava.

(b) Como me falara de modo sincero, resolvi perdoar-lhe.

(c) Embora o considere muito, não posso admitir tal procedimento irresponsável.

(d) Quando nos contaram o ocorrido, não acreditamos, pois ele sempre foi uma pessoa
equilibrada.

(e) Agi assim para que me dissesses a verdade.


(1.4) Pronomes Relativos

(a) O resultado das urnas serviu para mostrar a falácia daqueles que se vangloriavam de uma força
política que lhes permitia tudo.

(b) Encontraram, finalmente, os dois aventureiros os quais se encontravam desaparecidos naquela


densa mata, desde a semana passada.

(1.5) Pronomes Indefinidos

(a) Poucos nos darão a oportunidade que precisamos.

(b) Em sociedade tudo se sabe.

(c) Alguém me disse que estás de partida para a Alemanha. É verdade?!?!

(1.6) Pronomes Demonstrativos

(a) Isso os deixou irritados.

(b) Aquilo lhe deu arrepio.

(1.7) Nas construções em que a oração seja iniciada por palavra interrogativa, exclamativa,
ou, ainda, numa estrutura em que haja oração optativa (que exprima desejo):

(a) Quem lhe dará perdão?

(b) Quem é que me ajudará nessa tarefa?

(c) Como te odeio, velha bruxa!

(d) Deus o acompanhe, meu filho.

NOTAS:
(A) Haverá a próclise ou a ênclise: Sujeito explícito antes do verbo:

Ele se manteve / manteve- se irredutível em relação ao divórcio.


William Golding se consagrou/consagrou- se como um mestre em esmiuçar questões complexas
da natureza humana.
Desde os dois anos de idade, Laís se veste /veste- se sozinha.
Por muito tempo, aquelas pessoas se debateram/debateram- se com o alcoolismo.

(B) Conjunção coordenativa:


Gostei da festa, porém me despedi/despedi- me cedo.
Tem rompantes, mas se arrepende/arrepende- se depois.
O governador foi taxativo e se estendeu/estendeu- se longamente sobre o assunto.
(C) Preposição antes de verbo no infinitivo:
Nas lojas esportivas encontramos o equipamento ideal para proporcionar- nos/para nos
proporcionar uma vida sadia.
Temos satisfação em lhe participar / em participar- lhe a inauguração da fábrica.
Tenho o prazer de lhes falar /falar- lhes sobre a filosofia que norteia nossa instituição.

(D) Quando o pronome é a/as, o/os, torna-se preferível a ênclise: Conseguido o divórcio, sentiu-se
tentada a enganá- lo (em vez de a o enganar) na divisão dos bens. / Tenho o prazer de convidá-
los (em vez de de o convidar) a comparecer ao batismo. /
Folgo por sabê- los (em vez de por o saber) bem.

II. MESÓCLISE – OCORRÊNCIAS OBRIGATÓRIAS

(1) COM VERBOS NOS FUTUROS DO PRESENTE DO INDICATIVO

(a) Amar- te-ei até o fim, se assim desejares.

(b) Dar- me-ás o teu perdão?

(2) COM VERBOS NOS FUTUROS DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

(a) Amar- te-ia até o fim, se assim desejares.

(b) Dar- me-ias o teu perdão?

NOTAS:
(a) Havendo motivo para a próclise, a mesóclise será desprezada: Sempre te amarei, ainda
que tenhas de partir.

III. ÊNCLISE – OCORRÊNCIAS OBRIGATÓRIAS

(1) COM VERBOS INICIANDO ORAÇÃO

(a) Escolheram- na por sua condição física e estética.

(b) Informei -o sobre o resultado do concurso.

(c) Esperava -se mais desse computador.

(2) HAVENDO PAUSA NO INTERIOR DA ORAÇÃO (MARCADA, NORMALMENTE, POR VÍRGULA


OU PONTO-E-VÍRGULA)

(a) Aqui, encontro- me com Deus.

(b) Se tudo der certo, informo- te a saída do vôo ainda hoje


(3) NAS ORAÇÕES REDUZIDAS DE GERÚNDIO2, SEM QUE HAJA MOTIVO PARA A PRÓCLISE
(a) Tratando- me com respeito, responderei às tuas perguntas.

(b) Recusou a proposta fazendo- se de desentendida.

(4) NAS CONSTRUÇÕES EM QUE HÁ VERBO NO IMPERATIVO AFIRMATIVO

(a) Minha amiga, diga- me a verdade e tudo se resolverá.

(b) Quando eu der o aviso, silenciem- se todos.

1. VERBO AUXILIAR + INFINITIVO

(a) Eu lhe vou fazer uma surpresa agradabilíssima.

(b) Eu vou- lhe fazer uma surpresa agradabilíssima.

(c) Eu vou lhe fazer uma surpresa agradabilíssima. (construção típica do português brasileiro) (d)
Eu vou fazer- lhe uma surpresa agradabilíssima.

(a) Ninguém lhe vai dar atenção, pois você não merece.

(b) Ninguém vai lhe dar atenção, pois você não merece. (construção típica do português brasileiro)

(b) Ninguém vai dar- lhe atenção, pois você não merece.

2 Na estrutura EM + GERÚNDIO, a próclise é obrigatória: Em se tratando de políticos honestos, estamos feitos.


IV. COLOCAÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS NAS LOCUÇÕES VERBAIS

(a) Eu lhe vou fazer uma surpresa agradabilíssima.


(b) Eu vou-lhe fazer uma surpresa agradabilíssima.
(c) Eu vou lhe fazer uma surpresa agradabilíssima. (construção típica do português brasileiro)
(d) Eu vou fazer-lhe uma surpresa agradabilíssima.

(a) Ninguém lhe vai dar atenção, pois você não merece.
(b) Ninguém vai lhe dar atenção, pois você não merece. (construção típica do português
brasileiro)
(c) Ninguém vai dar-lhe atenção, pois você não merece.

(a) Depois do romance acabado, eles se foram afastando lentamente.


(b) Depois do romance acabado, eles foram-se afastando lentamente.
(c) Depois do romance acabado, eles foram se afastando lentamente. (construção típica do
português brasileiro)
(d) Depois do romance acabado, eles foram afastando-se lentamente.

(a) Neste momento, não lhe estou dando crédito, pois você mente muitas vezes.
(b) Neste momento, não estou lhe dando crédito, pois você mente muitas vezes. (construção
típica do português brasileiro)
(c) Neste momento, não estou dando-lhe crédito, pois você mente muitas vezes.
(a) Todos se haviam retirado, quando o deputado corrupto chegara algemado.
(b) Todos haviam-se retirado, quando o deputado corrupto chegara algemado.
(c) Todos haviam se retirado, quando o deputado corrupto chegara algemado. (construção
típica do português brasileiro)

(a) Todos já se haviam retirado, quando o deputado corrupto chegara algemado.


(b) Todos haviam se retirado, quando o deputado corrupto chegara algemado. (construção
típica do português brasileiro)

NOTA:
Com particípios isolados, NÃO deverá ocorrer nem a próclise, nem a ênclise. A norma
culta indica o uso do pronome oblíquo tônico.
(a) Dada-me a explicação, saiu cabisbaixo. (construção inadequada)
(b) Dada a mim a explicação, saiu cabisbaixo. (construção adequada)

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