Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
O RESUMO
Eliana Alves Greco
1. O processo de sumarização
A sumarização é um processo que ocorre durante a leitura, por meio do qual o leitor
constrói uma espécie de resumo do texto, aplicando, de maneira inconsciente, regras de
apagamento e de substituição.
As regras de apagamento selecionam o que é relevante para o texto, enquanto as de
substituição suprimem informações, mas exigem que o leitor construa novas proposições.
O leitor pode suprimir elementos que não trazem nenhuma informação necessária à
compreensão do texto. Podem ser suprimidas: expressões e palavras que indicam descrições de
lugar, de tempo, de pessoas ou de objetos; ações secundárias dos personagens e argumentos mais
fracos, selecionados por meio do conhecimento de mundo e dos valores do leitor.
Exemplo:
Maria quebrou a vidraça, ao brincar com a bola azul.
Sumarização: Maria quebrou a vidraça, ao brincar com a bola.
O leitor pode suprimir uma proposição, se ela trouxer uma informação equivalente à
informação de uma outra proposição, ou seja, for redundante. Podemos apagar também as
expansões de um determinado conceito ou proposição que não tragam informação nova, pois
sabemos, pelo nosso conhecimento de mundo, que essa informação já está implicada no conceito.
Exemplo:
Maria é muito inteligente. Ela sabe muitas línguas. Isso fica evidente quando se vê a
variedade de livros que lê no original.
Sumarização: Maria é muito inteligente. Ela sabe muitas línguas.
2
• 3ª regra: generalização
O leitor pode substituir uma série de nomes de seres, de propriedades e de ações por um
nome mais geral, que nomeie a classe comum a que esses seres, propriedades e ações pertencem.
Exemplo:
Quem anda por Jerusalém fica impressionado com a quantidade de igrejas, sinagogas e
mesquitas que consegue ver em um espaço reduzido.
Sumarização: Quem anda por Jerusalém fica impressionado com a quantidade de templos
que consegue ver em um espaço reduzido.
• 4ª regra: construção
O leitor pode substituir uma sequência de proposições por outra que a integre.
Exemplo:
João tomou um táxi, desceu na Rodoviária, comprou uma passagem, esperou o ônibus,
entrou e tomou o lugar reservado a ela.
Sumarização: João viajou.
Adaptado de:
BARROS, Anna Rachel M. Paes de. O processo de sumarização na leitura. Letras Cotidianas, 1.
Faculdade de Educação e Cultura do ABC (FEC-ABC), São Caetano do Sul, 1989, p. 27-32.
O objetivo de sublinhar, ressaltar ou marcar o seu texto é salientar certos itens para que
você possa facilmente retornar mais tarde, relembrá-los ou estudá-los em mais profundidade.
Cada texto, capítulo, subdivisão ou mesmo parágrafo têm uma ideia principal, um conceito
fundamental, uma palavra-chave, que se apresenta como fio condutor do pensamento. Como ela
geralmente não se destaca do restante, descobri-la é a base de toda a aprendizagem. Na realidade,
em cada parágrafo, deve-se captar esse fator essencial, pois a leitura que conduz à compreensão é
feita de tal modo que as ideias expressas são organizadas numa hierarquia para se descobrir a
palavra-chave. Ao descobrir, concretizar e formular as ideias diretrizes dos parágrafos, encontra-
se todo o fio condutor que dá unidade ao texto, que desenvolve o raciocínio, que demonstra as
proposições.
Por sua vez, a ideia-mestra não se apresenta desprovida de outras que revelam pormenores
importantes, gravitando ao seu redor, como uma miniatura do sistema solar. Nas proximidades
da ideia principal, aparecem argumentos que a justificam, analogias que as esclarecem, exemplos
que a elucidam e fatos aos quais ela se aplica. É necessário discernir esse “sistema planetário”
ao redor do “sol”, separando-o de fatores menos importantes, caso contrário, perde-se a unidade
do pensamento. É por esse motivo que o bom leitor utiliza o recurso de sublinhar, de assinalar
com traços verticais às margens, de utilizar marcas diferentes para cada parte importante do todo.
Como marcar o texto:
1. Nunca marque nada antes de ter lido até o final do parágrafo ou trecho do texto. Isto poderia
levá-lo a uma má compreensão do todo. Uma ideia que a princípio possa parecer importante
pode se revelar como falsa ou irrelevante ao longo do texto. Algumas ideias são reformuladas
várias vezes até serem colocadas na sua melhor forma. Se você marcar uma informação que
possa induzi-lo a um erro, poderá tomá-la como verdadeira sem perceber. Outra razão para
não marcar nada enquanto se lê é que se tende a marcar mais do que é necessário.
3
2. Sublinhar mais que 20% do material lido não tem sentido. Lembre-se que o objetivo de
sublinhar é ajudá-lo a localizar as ideias e os conceitos importantes a serem aprendidos. Se
tudo estiver sublinhado, você não separou o joio do trigo, em outras palavras, não separou as
ideias centrais das ideias secundárias no texto.
3. Não use um sistema de cores diferentes para salientar tipos diferentes de informações. Você
poderia pensar que está ganhando tempo com esse sistema, mas, na verdade, perde tempo
entre deixar uma caneta e pegar a outra.
4. Colocar colchetes ao lado da informação importante é melhor que sublinhar porque evita
obscurecer a impressão e economizar o tempo.
5. Passagens que despertam dúvidas devem ser assinaladas com um ponto de interrogação, pois
constituem material-base para a leitura explicativa.
Sugestões:
• coloque em quadrados ou retângulos números e sinais que vêm em listas;
• faça um círculo nas palavras que apresentam definição ou que são importantes;
• escreva perguntas ou tópicos de parágrafos importantes na margem;
• faça uma estrela ou escreva “imp” na margem, ao lado das ideias importantes.
Adaptado de:
JOHNSON, Linda. The reading lab. University of Iova, Ia (mimeo). Adaptado pela equipe do Laboratório
de Atendimento em Leitura. UFSC, Florianópolis.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2003.
3. Esquematização
Adaptado de:
GALLIANO, Alfredo Guilherme. O método científico: teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1986.
KOCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cinara Ferreira. Prática textual:
atividades de leitura e escrita. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
4
II – RESUMO
1. Características do resumo
3. Exemplo de resumo
Resumo:
A escola promove a separação entre indivíduos e sociedade, pois retira o aluno da
comunidade e o tranca numa sala de aula em que todos são iguais diante da autoridade do
professor. Na sala de aula, o aluno não terá contato com pessoas diferentes, pois os colegas são
da mesma idade. Até mesmo a construção do prédio escolar reforça essa separação. A escola
permanece como um espaço privado que fecha suas portas para o mundo exterior. (LUFT, Celso
P. Novo manual de Português. São Paulo: Globo, 2005.)
Adaptado de:
MACHADO, Anna Raquel; LOUSADA, Elaine; ABREU-TARDELLI, Lília Santos. Resumo. São Paulo:
Parábola, 2004.
THEREZO, Graciema Pires. Como corrigir redação. 4. ed. Campinas: Alínea, 2002.
Texto 01
Tradicionalmente, diz-se que várias são as formas de conhecer: o mito, o senso comum, a
ciência, a filosofia, a religião e a arte. Diz-se também que essas formas diferem de acordo com a
postura do sujeito frente ao objeto. Essa postura distinta gera diferentes enfoques e metodologias.
A ciência pode estruturar seu saber por meio do método cientifico, ou tem como eixo básico a
experimentação e a formulação de hipóteses. A filosofia procura conhecer através da reflexão
rigorosa, sistemática e radical, numa abordagem globalizante. A religião, através da fé, busca dar
sentido transcendente ao mundo e à vida humana. A arte, principalmente por meio da intuição e
da sensibilidade, propõe sua leitura de mundo, sua forma de conhecê-lo e interpretar esse
conhecimento. O senso comum é resultante das várias formas de conhecimento amalgamadas na
herança do grupo cultural ao qual pertencemos e das experiências de cada um de nós. Já o mito é
repleto de componentes imagéticos e arquetípicos que conectados imprimem o significado do
mundo. (KOCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cinara Ferreira.
Prática textual: atividades de leitura e escrita. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.).
7
Texto 02
Texto 03
Medos e fobias
Rosa Basto
Sentir medo é normal. As situações desconhecidas podem levar-nos a algum tipo de
ansiedade que provoca algum tipo de medo. Ter medo pode ser definido como uma sensação de
perigo, de que algo mau possa estar para acontecer, em geral acompanhado de sintomas físicos
que incomodam bastante. Esse tipo de medo ajuda-nos a precavermos as situações para não
sermos afetados e, dessa forma, preparamo-nos. Chama-se a isso ansiedade funcional. Quando
esse medo é desproporcional à ameaça, por definição irracional, com fortíssimos sinais de
perigo, e também seguido de tentativas de se evitarem as situações causadoras de medo, é
chamado de fobia (...).
De forma breve, as fobias referem-se ao medo excessivo de um objeto, de uma
circunstância ou de uma situação específica, fazendo parte do quadro de perturbações de
ansiedade. Existem três grandes tipos de fobias: fobia específica, fobia social e agorafobia. A
8
fobia específica é o medo intenso e persistente de um objeto ou de uma situação (medo de cães,
medo de andar de elevador, medo de avião, medo de dirigir, medo de cobras, medo de aranhas
etc.), enquanto a fobia social é o medo intenso e persistente de situações em que possam ocorrer
embaraço e humilhação (medo de falar em público, medo de ser observado e avaliado, medo de
se expor etc.). Já as pessoas com agorafobia evitam situações em que seria difícil obter ajuda,
preferindo a companhia de um amigo ou de um familiar, em espaços fechados, ruas movimentadas
ou locais que as façam se sentir encurraladas (shoppings, túneis, pontes, rodovias etc.) (...).
Nas fobias, as causas são bastante variadas. Como em todas as perturbações mentais, há
heterogeneidade de causas. A patogenia das fobias, quando compreendida, pode-se mostrar
como um modelo de interações entre fatores genéticos, por um lado, e fatores ambientais, por
outro. Com relação aos fatores genéticos, segundo Otto Fenichel, as fobias específicas tendem a
ocorrer em famílias. Estudos relatam que de dois terços a três quartos das pessoas afetadas têm,
pelo menos, um parente de primeiro grau com fobia específica do mesmo tipo. Também os
parentes de primeiro grau dos indivíduos com fobia social têm cerca de três vezes mais
probabilidades de serem afetados do que parentes de indivíduos sem perturbação. Quanto aos
fatores ambientais, são geralmente associados a estados de ansiedade generalizada devido às
grandes pressões de caráter social. A competitividade nos dias de hoje leva ao tão famoso stress.
Esse, por sua vez, desencadeia todo um processo de aceleração da produção de cortisol no
organismo, que provoca aumento da ansiedade, generalizando-a.
Pessoas que vivem em ambiente de risco também estão mais expostas às perturbações de
humor e de ansiedade, podendo desenvolver mais facilmente acesso às fobias.
Texto adaptado de: http://rosabasto.com/pdf/revista_top_winner_Outubro_medos_e_fobias.pdf>.
Texto 04
Intertextualidade
Ingedore Koch e Luiz Carlos Travaglia