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O surgimento da tecnologia

Nikola Tesla, o pioneiro:

Precursor da eletricidade sem fio, Nikola Tesla, nasceu na Croácia em 1856 e


naturalizou-se norte-americano.

Aperfeiçoou o sistema de transmissão de energia por cabos, criando a corrente


alternada em substituição à corrente contínua, estabelecida por Thomas Alva Edson.

Contribuiu para o desenvolvimento da robótica, do controle remoto, do radar e da


ciência computacional.

Foi um homem de personalidade excêntrica e adiantada demais para seu tempo.


Morreu pobre e esquecido aos 86 anos, em 1943.

Os pesquisadores da “nova” tecnologia da eletricidade sem fio, na verdade,


resgataram o conceito de indução magnética, descoberto por Michael Faraday, sérvio
de Nikola Tesla, em 1831. Segundo ele, a corrente elétrica que corre por um fio pode
fazer o mesmo acontecer num fio próximo. Em 1890, Faraday construiu duas enormes
torres que transmitiriam corrente elétrica dos Estados Unidos pelo ar, capaz de ser
recebida por aparelhos do mundo todo. Isso não aconteceu, mas Tesla conseguiu
acender lâmpadas a distância.

Em 2002, nos Estados Unidos, um físico do Instituto de Tecnologia de Massachussets


(MIT) acordou de madrugada incomodado com os barulhos de seu celular, que acusava
bateria fraca. Com essa noite mal dormida, o estudioso resolveu aplicar sua pesquisa
sobre ressonância magnética para criar um sistema de transmitir eletricidade sem fios.

Portanto, a ressonância acoplada magneticamente foi inventada por Marin Soljacic,


que mais tarde viria a ser o fundador da WiTricity.

Essa tecnologia é capaz de fornecer eletricidade para um aposento no qual haja


aparelhos com receptores próprios para capta-la. Tanto o sistema eCoupled quanto o
WiTricity usam duas bobinas, uma energizada e outra não. A vantagem do sistema
WiTricity é que elas não precisam estar próximas para a transferência de energia, pois
este utiliza o princípio da ressonância magnética. O objeto a distância, porém, precisa
estar corretamente sintonizado com o transmissor para funcionar. Nesse sistema,
apenas uma bobina energizada pode fornecer eletricidade sem fio para toda a
residência.

Um invento do professor croata Marin Soljacic faz funcionar uma tevê colocada a 1,5
metro do transmissor.

O brasileiro André Kurs também é um dos fundadores da WiTricity Corp, a startup que
desenvolveu e aperfeiçoou a tecnologia da transmissão de energia sem fio.
A ressonância magnética energiza mesas de escritório e vários tipos de aparelhos,
como liquidificadores, celulares, tablets e furadeiras.

Em 2008, a Intel Corporation conseguiu reproduzir os modelos de Tesla e do grupo de


John Boys, acendendo uma lâmpada sem usar fios, com luminosidade satisfatória.

Mas como a eletricidade sem fio é possível?

A tecnologia emprega o uso de radiação eletromagnética que permite a transmissão


de potência. Porém, realizar esta transferência a longas distâncias é um problema,
uma vez que a propagação magnética causa “desperdício” da potência transmitida.
Para vencer esta barreira, o MIT fez uso do princípio da “ressonância magneticamente
acoplada”, sendo este o seu grande diferencial. O sistema funciona com duas bobinas:
a primeira serve como fonte da eletricidade, enquanto a segunda capta a energia
transmitida.
O alcance do campo magnético varia conforme o tamanho das bobinas. Em uma
aplicação para carregar o celular alcançaria pelo menos meio metro de distância.
É interessante pensar que há aproximadamente 100 anos o engenheiro croata Nikola
Tesla pesquisou bastante sobre a transmissão de eletricidade sem fio. Mas a
estratégia, segundo o pessoal da WiTricity, era bem diferente.

 Como fica a segurança?

Alguns fatores não são muito bem explicados, por exemplo, a interação do humano
em um ambiente que esteja usando esta propagação da frequência.
Porém, os inventores da transmissão de energia elétrica wireless garantem que seus
produtos seguem normas e regulamentos internacionais que determinam limites
sobre o grau de radiação que um ser humano pode ser exposto.

Existe mais um fator: a eficiência energética da tecnologia sem fio da WiTricity é de


90% em casos de alto nível de energia, como é o caso do carro elétrico. Ou seja, o
consumo de energia pela tecnologia sem fio é um pouco maior, mas nada que pese
muito no bolso.

Vantagens
Não é preciso ter pontos de contato metálicos entre a fonte de energia e o receptor do
aparelho eletrônico, evitando-se assim, a exposição de condutores elétricos a
condições externas, a oxidação de alguns tipos de dispositivos e o risco de choques.

Ótima maneira de eliminar a poluição visual causada pela quantidade imensa de cabos
que povoam tanto paisagens externas quanto internas. 

Permite o desenvolvimento de produtos que possam ser utilizados mesmo em contato


com água.

A descoberta permite pensar num futuro próximo em que os aparelhos


funcionem sem necessidade pilhas, evitando os problemas associados à sua
reciclagem e aos efeitos nocivos dos químicos tóxicos de que são feitas.

Mobilidade e economia de espaço.

Possibilidade de carregar todo tipo de equipamento eletrônico apenas posicionando-


os sobre móveis ou painéis de carro com a tecnologia embutida.

Recarregamento fácil de carros elétricos totalmente silenciosos, econômicos e não


poluentes.

Desvantagens

Alcance dos campos eletromagnéticos é limitado e é preciso gastar quase 2.100 watts
na emissão para gerar apenas 10 watts na recepção. 

Há dúvidas quanto à confiabilidade da nova tecnologia e aos efeitos do campo


eletromagnético na saúde, embora os fabricantes internacionais garantam segurança
total.

A distância entre os dispositivos emissor e receptor deve ser pequena.

Existe uma perda de eficiência na transmissão de energia, cerca de 40% da energia é


desperdiçada.

Necessidade de um receptor adaptado ao gadget.

APLICAÇÕES
WITRICITY
Carregador Palm do smartphone HP Pre Touchstone. O usuário só precisa colocar o
dispositivo em cima do carregador, pois ímãs posicionam corretamente o aparelho,
que é carregado sem qualquer fio conectado a ele.

A Sanyo desenvolveu para a estação de jogos eletrônicos Nintendo Wii um carregador


que dispensa o contato com a bateria para carregá-la.

A Fu Da Tong Technology, de Taiwan, oferece produtos que funcionam com


eletricidade sem fio, entre eles chinelos que se conservam aquecidos – quando
esfriam, basta deixá-los em cima do tapete carregador.

A Fulton Innovation produz o eCoupled, aparelho com duas bases para carregar
celulares e outros aparelhos móveis. Uma delas, ligada à tomada, transmite energia à
outra, instalada em um ponto qualquer da casa ou do escritório. Para carregar, basta
colocar na segunda base. A empresa já licenciou a tecnologia para grandes fabricantes
e possui 300 patentes de equipamentos, aprovadas ou em estudo.

Chinelos sempre aquecidos e o Nintendo Wii, que carrega sem bateria. Abaixo, a sopa
aquecida na embalagem e os cereais que brilham para o consumidor.

Uma tevê que funciona por ressonância magnética foi mostrada pela empresa
japonesa Sony na CES de 2011. Ela dispensa o uso de fios alimentadores e cabos de
aparelhos acoplados a ela, como DVDs. A holandesa Philips também já possui produtos
que aproveitam a tecnologia de energia elétrica sem fio para carregar a bateria dos
aparelhos. Barbeadores e escovas de dente elétricas já estão disponíveis com a nova
tecnologia. Já existem sopas que podem ser aquecidas na própria embalagem: a
energia elétrica enviada pelo ar é recebida por uma pequena espiral de metal,
instalada na base do copo e transformada em calor. Até caixas de cereais podem usar
indução magnética: quando o consumidor se aproxima, o magnetismo faz acender
LEDs e a embalagem chamar a atenção com efeitos de luz.

A Philips pretende criar um sistema universal, padronizando a faixa de transmissão dos


dispositivos Wi- Tricity e dos aparelhos eletroeletrônicos e eletrodomésticos,
desenvolvendo as determinações do Wireless Power Consortium, criado em 2008 a fim
de regular os padrões para essa nova tecnologia.

Pesquisadores também estudam a transmissão da eletricidade sem fio em aparelhos


maiores, como veículos. Um instituto de tecnologia sulcoreano desenvolveu o
protótipo de um ônibus que capta a energia pelo ar fornecida por fibras subterrâneas.
O veículo chegou a percorrer mais de dois quilômetros usando apenas 400 metros de
pontos de energização.

A montadora japonesa Nissan está investindo num sistema de energia por indução
capaz de carregar seus automóveis elétricos. A ideia é pôr fibras emissoras de campos
eletromagnéticos sob o asfalto para energizar os carros. A Toyota também está
formando parcerias com empresas que desenvolvem eletricidade sem fio. A empresa
londrina HaloIPT, por sua vez, desenvolveu um carregador sem fio para carros elétricos
que deverá estar à venda em até três anos.

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