Você está na página 1de 47

Componente Curricular:

Metrologia e Controle Dimensional


Prof: Narciso Abel De Col
narcisoabel@hotmail.com
Fone: (047) 9905 9156 Tim
CONCEITOS BÁSICOS DE METROLOGIA

O Homem e a Metrologia dependem


mutuamente desde o inicio da humanidade.

De certa forma pode se dizer que a metrologia é uma


das ciências mais antiga do que se pode imaginar.
Nascimento da Metrologia
Bem antes do homem um dos primeiros primatas já
faziam comparativos de medidas, mediam de alto a
baixo o seu rival antes de iniciar uma luta.

Todos os animais procuram mostrar-se maiores em


situação de conflito, quer eriçando os pelos ou as
penas, quer erguendo-se, elevando assim o seu porte.

Isto evidencia uma dimensão (a olho, é certo) neste


caso, o tamanho do rival.

Esta medição, como todas as medições, está sujeita a


erros e a incertezas.
Animal com disfarce de tamanho
Ciência que envolve as medições
Metrologia: palavra de origem
grega
(metron: medida; logos: ciência),

A metrologia é uma ciência que envolve as medições,


contemplando todos os aspectos teóricos e práticos
para assegurar a precisão exigida em processos
produtivos, assim sendo, garantindo, qualidade,
confiabilidade e serviços dos produtos fabricados
através da calibração de instrumento, medição e da
realização de testes e ensaios, como base essencial
no mercado industrial auxiliando na competividade
das empresas.
Metrologia Diz Respeito

Ao conhecimento dos pesos e medidas e


dos sistemas de unidades de todos os
povos.
METROLOGIA CIÊNCIA DA MEDIÇÃO E
SUAS APLICAÇÕES

A metrologia compreende todos os aspectos teóricos e práticos da medição,


qualquer que seja a incerteza de medição e o domínio de aplicação.
Desenvolvimento da Necessidade de
Medir com Exatidão

Assim sendo devemos ver como se deu o


surgimento do sistema métrico e buscar
qualidade e garantir uma INTERCAMBIALIDADE
de peça.
Itercambialidade de peças

Imagine um carro importado rodando no Brasil e que de


repente, precise de um pistão novo.

Se as medidas do pistão fabricados no Brasil não


estiverem corretas ou o pistão não entra no cilindro
estrangeiro ou então fica folgado, prejudicando o bom
funcionamento do motor!
Itercambialidade de peças

Assim sendo a metrologia existe para garantir o


que é fabricado novo ou até os produtos que
possam substituir os originais e atuar com bom
desempenho.
Necessidade de Medir

Nesta aula de hoje vamos conhecer como se


desenvolveu a necessidade de medir com perfeição,
ou seja com maior exatidão e ainda podemos ver
como se deu o surgimento do sistema métrico.
Vamos saber que antigamente, as medidas se
baseavam no corpo humano; mais tarde, foi adotada
uma unidade natural que podia ser facilmente
copiada: o metro.
Metodos de Medir

Ex. Fazer medidas usando o dedo

Infantil ≠ Adulto
Metodos de Medir

Ex. Fazer medidas usando o palmo

Infantil ≠ Adulto
Metodos de Medir

Ex. Fazer medidas usando o pé

Infantil ≠ Adulto
Metodos de Medir

Como podemos ver medir com estes recursos


não é prático, nem tão pouco preciso e
nem confiável.

Só que era assim que o homem fazia em


épocas passadas. Ele usava o próprio corpo
humano como padrão.

Foi assim que surgiram algumas unidades de


medidas para distâncias.
Primeiras Unidades

Polegada Palmo Pé

Jarda Braça Passo


Medidas utilazadas desde o século XV e XVI
Na Inglaterra os padrões para medir comprimentos
mais usados eram: a polegada, o pé, a jarda e a milha.

O mais interessante é que alguns destes padrões ainda são utilizados até hoje.

Podemos ver alguns deste com o correspondentes em Centímetros (cm).

Por exemplo: 1” (uma polegada) é igual a 2,54 cm (dois centímetros virgula


cinquenta e quatro centésimos de centímetros).

1’ (um pé) é igual a 30,48 cm (trinta centímetro virgula quarenta e oito


centésimos de centímetros)

Uma jarda é igual a 91,44 cm (noventa e um centímetros virgula quarenta e


quatro centésimos de centímetros).

A Milha Terrestre mede 1.600 metros {exatos: 1.609.344}


A Milha Marítima mede 1.850 metros e é usada no transporte aéreo e marítimo.
A Preocupação do Homem com as Medidas é
Muito Antiga
Sim muito antiga, pois na Bíblia podemos encontrar o primeiro
Registro de uma medida definida.
Isto se deu por causa da construção da
Arca, o Criador determinou que
Noé quando construísse uma Arca com
determinadas dimensões usando como
Padrão o Côvado.
O Côvado equivale a três palmos e
que dá, mais ou menos, 66 cm.

Uma unidade de medida usada por


vários povos antigos, entre babilônio,
egípcios e hebreus.
Medida com distância entre o dedo
médio e o cotovelo.
A Preocupação do Homem com as Medidas é
Muito Antiga
Quando falamos Mais ou Menos, podemos sentir uma
indefinição, pois as medidas do corpo varia de uma pessoa
para outra.

Assim sendo não havia uma medida padrão oficial.

Imagine a mecânica sem medidas padronizadas?


Inicio das Medidas Padrões

Os antigos percebendo a necessidade de criar medidas


padrões, ai este problema, de certa maneira procuraram uma
solução.

Por isso todas estas unidades eram baseadas no corpo do rei


e deveriam ser respeitadas por quem realizasse medições
naquele reino.
Novos Padrões de Medidas
Mesmo utilizando as medidas do rei como padrão foram
enfrentado outros problemas. Havia caso quando o rei era
substituído, ai gerava os mesmos problemas.
Para evitar tal situação, os antigos Egípcios criaram um padrão
único para as medidas deles, que era o cúbito.
É igual a distância do cotovelo a ponta do dedo médio.
Egípcios Usam Barra de Pedra Para Garantir
Padrão de Medidas

Cúbito Padrão - Egito


Criaram uma barra de pedra com o mesmo comprimento do
cúbito e suas medições.

Assim sendo o surgimento do cúbito padrão.

Mas o problema é que o cúbito padrão em barra de pedras,


não era um instrumento muito prático para ser usado em uma
construção, por isso foram gravados comprimentos
equivalentes ao cúbito padrão nas paredes dos principais
templos egípcios.
Referencias Para Medidas de Comprimento

Com as gravações nas paredes era possível cada um


conferir periodicamente o tamanho da sua barra,
facilitando aas construções como por exemplo, de uma
pirâmide.
Toesa no Século XVII

No século XVII, na França, tivemos um avanço importante na


questão das medidas.

A “toesa” – unidade de medição linear.


A toesa equivalia a 6’ (seis pés) = 182,9 cm (cento e oitenta e
dois centímetros e nove décimos de centímetros).

Mesmo com a criação da Toesa, ainda assim não tinha


resolvido o problema, pois o material se desgastava com o
passar do tempo e o padrão teve que ser refeito.
Material da Toesa no Século XVII

Os franceses materializaram este instrumento em uma barra


de ferro com dois pinos nas extremidades e chumbaram essa
barra na parte externa do Grand Chatelet em Paris.
Assim sendo, ficava a disposição para quisesse aferir seus
instrumentos

France, Paris, Châtelet, Engraving, Stiche, Gravure, Frankreich, Francia, Parigi,


Unidade Natural

Mas para que não fosse mais preciso refazer este padrão,
com o tempo surgiu um movimento procurando adotar uma
unidade natural.

Sendo assim podemos dizer que é uma unidade encontrada


na natureza e facilmente copiada.

Criando assim uma unidade padrão de medida e não mais


derivada do corpo humano.

Havia também o desejo de se fazer nesta unidade natural


onde ela obtivesse o seu submúltiplo estabelecido, segundo o
sistema decimal.
Sisgtema Decimal
O sistema decimal foi inventado pelos Hindus IV séculos, a. C.

Ficou acertado que a nova unidade deveria ser igual a décima


milionésima parte de um quarto do meridiano terrestres.
Esta nova unidade foi chamada de metro.
A palavra metro vem do termo grego “metron”. (o termo grego
metron significa medir)
O Meridiano da Terra
Para calcular o Meridiano da Terra foram escolhidos dois astrônomos
franceses, Delambre e Méchain.
Foi utilizado a Toesa como unidade, eles mediram a distância entre
Dunquerque e Montjuic, perto de Barcelona.
Barra da Toesa

Através dos cálculos efetuados pelos dois


astrônomos franceses, esta distância foi
materializada numa barra de platina com o perfil
retangular de 4,05 x 25 x 1000 mm.

Assim sendo esta barra materializada com o


comprimento de 1000 mm, passou a corresponder o
padrão do metro, que passou a ser chamado de
metro dos arquivos.

Barra Toesa
Barra Toesa e o Avanço Tecnológico

Com o avanço tecnológico verificou-se que uma


medição mais precisa do meridiano da terra, iria dar
um metro, pouco diferente.
Substituição da Primeira Definição
Assim sendo a primeira definição foi substituída por
uma segunda definição.

De acordo com esta nova definição, o metro é a


distância entre as duas extremidades da barra de
platina depositada sobre seus pontos de mínima flexão,
a uma temperatura de 0º (zero grau celsius).

Naquela época escolheu-se esta temperatura por que


ela era a mais fácil de ser alcançada pelo derretimento
do gelo.
A Segunda Definição do Metro, Indefinida

Como o avanço cientifico provocou exigências


tecnológica maiores, logo foi visto que o Metro dos
Arquivos apresentavam alguns inconvenientes, como:
o paralelismo imperfeito,
o material relativamente mole e
poderia se desgastar.
Também a barra não era rígida o suficiente.
Aperfeiçoar o Sistema

Foi feito um outro padrão que recebeu o nome de seção


transversal em X para se obter maior estabilidade.

Uma adição de 10% de irídio (Ir) para tornar seu material


mais durável e dois traços no seu plano neutro para tornar a
medida mais perfeita.
Terceira Definição do Metro (1889)

O metro a distância entre os eixos de dois traços principais


marcado na superfície neutra do padrão internacional
depositado no Bureau International des Poids et Mésures,
(Escritório Internacional de Pesos e Medidas, ou Gabinete
Internacional de Pesos e Medidas), na temperatura de zero
grau Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760 mm de
mercúrio e apoiado sobre seus pontos de mínima flexão.

Assim sendo podemos observar que naquela época a


temperatura de zero graus Celsius continuava servindo para
definir o padrão de metro.
Temperatura Como Referencia na Medição

Hoje em dia a temperatura de referência para calibração de


Instrumentos é de 20º C (vinte graus Celsius).

É nesta temperatura que o metro utilizado em laboratório de


metrologia tem o mesmo comprimento do padrão encontrado
em Sèvres, na França, com a temperatura de 0º C (zero grau
Celsius).
Padrão em Vigor no Brasil

Em 1889 ocorreram outras modificações e hoje o


padrão em vigor no Brasil é baseado na velocidade da luz e é
recomendado pelo INMETRO.
O Inmetro adotou o metro como sendo o
comprimento do trajeto percorrido pela
luz no vácuo, durante um intervalo de
tempo de 1 dividido por 299.792.458
avos do segundo, ou
Lembrando que todas esta definições apenas estabeleceram
com maior exatidão o valor de uma mesma unidade que é o
metro.
A importância desta exatidão são necessárias por se tratar da
metalmecânica que trabalha com tolerância mínima.
INMETRO
O Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial

Inmetro – é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do


Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como
Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado
interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro).

Com o objetivo de integrar uma estrutura sistêmica articulada, o


Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram criados pela Lei 5.966,
de 11 de dezembro de 1973, cabendo a este último substituir o
então Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM) e ampliar
significativamente o seu raio de atuação a serviço da sociedade
brasileira.
Missão do Inmetro

O Inmetro, Instituto Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial, tem como
missão fortalecer as empresas nacionais através da
disponibilização de instrumentos essenciais à
melhoria da qualidade de seus produtos e serviços.

Para isso, o Inmetro congrega as competências


necessárias para a elevação dos padrões de
qualidade da indústria nacional, fundamentais para o
aumento da sua produtividade e competitividade.
Tolerância

Diferença máxima de admitida entre um valor


especificado obtido.
Margem especificada como admissível para o erro
em uma medida ou para discrepância e relação a um
Padrão.
Margem Admissível Nas Tolerância

Para um trabalho efetuado na construção de um


prédio, quando se trata de um pedreiro, a margem
especificada como admissível, ou seja, a tolerância,
pode se dar em centímetro.

Fonte: Copyright © ISONOX isolamentos e pinturas


Margem Admissível Nas Tolerância

Já o marceneiro que trabalha com móveis, a margem


admissível pode se dar em milímetro, que é dez
vezes menor que o centímetro.

Fonte: Copyright © ISONOX isolamentos e pinturas


Margem Admissível Nas Tolerância

Mas para o profissional de metalomecânica, esta


tolerância tem que se dar em mícron, que é mil vezes
menor que o milímetro.

Essa relação entre essas e outras unidades derivadas


do metro poderão serem estudadas mais adiante.
Dicas

A correta medição em todo o processo de fabricação


é fundamental para se conseguir qualidade e para a
medição seja de fato correta é importante que o
instrumento de medida esteja calibrado.

Mas tão importante quanto calibrar seus instrumentos,


é refletir sobre o que foi visto até agora nesta aula.
Referencias
ALBERTAZZI, Armando; SOUSA, André Roberto de. Fundamentos de metrologia científica e
industrial. Barueri, SP : Manole, 2008. xiv, 407 p, il.

ALVES, Artur Soares. Metrologia geométrica. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 269 p, il.
(Manuais universitários).

INMETRO; SENAI. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia:


portaria INMETRO n. 029 de 1995.5. ed. Rio de Janeiro : Ed. SENAI, 2007. 67 p

REFERÊNCIAS
1. International Organization for Standardization, International Electrotechnical Commission -
ISO/IEC GUIDE 99:2007(E/F) International vocabulary of metrology — Basic and general
concepts and associated terms (VIM). Genebra. 2007. 2. Instituto Português da Qualidade -
Vocabulário Internacional de Metrologia. Conceitos Básicos e Gerais e Termos Associados.
Caparica. 2008. ISBN 972-763-00-6.

BERNARDES, A. T. SANTOS, M. C. H. CARDOSO, C. A. SANTOS, L. A. S. A metrologia e a


avaliação da conformidade no ensino de engenharia: uma proposta do Inmetro. Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro. COBENGE, 2010.
Referencias
CNI- Confederação Nacional da Indústria. Projeto Sensibilização e Capacitação da Indústria em
Normalização, Metrologia e Avaliação da Conformidade. 2ª edição, Brasília, 2002.

CONEJERO, A. S.. “A importância da metrologia”. Disponível em:


http://www2.desenvolvimento.gov.br/arquivo/publicacoes/sti/indBraOpoDesafios/coletanea/
Metrologia/Artigo3-AntonioConejero.pdf. Acesso em: 05 abr. 2009.

DIAS, José Luciano de Mattos. Medida, normalização e qualidade; aspectos da história da


metrologia no Brasil. Rio de Janeiro: Ilustrações, 1998. 292 p.

ESTEVES, F. S. O ensino de metrologia no Instituto Federal do Rio de Janeiro ciência ou


ferramenta? V Congresso Brasileiro de Metrologia, 2009.

FROTA, M. Finkelstein, N. L. Educação em metrologia e instrumentação: demanda qualificada


no ensino das engenharias. Revista de Ensino de Engenharia, v. 25, n. 1, p. 4965, 2006 – ISSN
0101-5001.
Referencias
INMETRO-Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Vocabulário
internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia VIM, 2008.

INMETRO-Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Metrologia.


Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/> Acesso em: 05 mai. 2006.

INMETRO-Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. Histórico do


Inmetro. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/inmetro/historico.asp> Acesso em: 20 fev.
2011.

PUC-RIO. Ensino de Metrologia no Brasil. Disponível em:


<http://www2.dbd.pucrio.br/pergamum/tesesabertas/0212163_05_cap_04.pdf> Acesso em: 15
abr. 2011.

Você também pode gostar