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A EXPERIÊNCIA E O JUÍZO ESTÉTICO

Atitude estética
(contemplação pura desinteressada)

Objeto da natureza
Espetador
Experiência estética Objeto de arte
Artista
Crítico (envolve vertente racional e sensível)

Estado afetivo intenso tem que ter


experimenta

Subjetivo Contemplativo Desinteressado


Propriedades
Prazer, agrado estéticas (harmonia,
Fascínio, emoções Juízo estético coerência, simplicidade,
(Belo, sublime, grandioso, imponente, dramático, fantástico, o pureza, elegância,
intensas proporção, equilíbrio…)
feio, o terror, o informe, trágico, gracioso, cómico, grotesco,
irónico, ridículo…)

(A beleza está nas coisas ou nos olhos de quem a vê?)

Juízos estéticos Juízos não estéticos


Londres é uma cidade bonita. Londres não é uma cidade bonita. Londres é uma cidade grande.
O quadro da Mona Lisa é belo. O quadro da Mona Lisa é feio. O quadro da Mona Lisa é antigo.
O romance Os Maias é uma obra- O romance Os Maias é um O romance Os Maias foi escrito por Eça de Queiroz.
prima. romance vulgar.
Aquela dança é elegante. Aquela dança é delicada. Aquela dança é lenta.
A paisagem do vale do Douro é A paisagem do vale do Douro é A paisagem do vale do Douro é tem muitas vinhas.
emocionante. monumental.

Onde está a beleza?


Objetivismo estético Subjetivismo estético
O belo não depende dos gostos, preferências ou O belo depende dos gostos, preferências e sentimentos de
sentimentos pessoais. prazer do sujeito.
O juízo segundo o qual algo é belo baseia-se nas O juízo segundo o qual algo é belo decorre exclusivamente
caraterísticas ou propriedades dos objetos, da sensibilidade do sujeito perante determinado objeto.
efetivamente existentes neles.
Apesar de nem todos concordarem relativamente à Como nem todos concordam relativamente à beleza de algo,
beleza de algo, existem critérios objetivos que então só os critérios subjetivos é que permitem dizer que
permitem dizer que algo é belo. algo é belo.
A beleza está presente nas próprias coisas – o juízo A beleza está nos olhos de quem a vê – o juízo relativo ao
relativo ao belo é objetivo. belo é subjetivo.
«A flor é bonita devido às suas cores intensas e invulgares, «Digo que aquele objeto é bonito porque eu sinto prazer, ou me
à forma elegante do seu caule e à disposição harmoniosa sinto emocionado, ou me sinto atraído por ele quando o observo.»
das suas pétalas.» A beleza está na própria flor. A beleza está nos olhos de quem vê o objeto.
• Para um objetivista, quando dizemos que algo é belo dizemo-lo independentemente dos nossos
sentimentos e preferências pessoais, reconhecendo que o objeto estético contém caraterísticas que o
tornam apreciável. O objetivista considera que não é por acaso que gostamos de umas coisas e de outras
não: gostamos delas precisamente por serem belas. Assim, afirmar que certas coisas são belas é reconhecer
nelas certas caraterísticas que nos levam a sentir prazer ao observá-las. Se os objetos estéticos dependessem
dos gostos de cada um, estariam constantemente a ser bonitos e a deixar de o ser. Ora, para o objetivista,
isto é muitíssimo implausível. Portanto, se gostamos deles é porque os objetos têm propriedades que nos
fazem gostar deles.

− Para Platão, o belo não resulta da opinião subjetiva do sujeito estético, mas das propriedades do objeto
que contem, ainda que de modo imperfeito, o belo ideal.
− O objeto estético tinha tanto mais valor quanto maior fosse a semelhança das suas caraterísticas com o
ideal de beleza.
− O amor é o meio para atingir o princípio eterno de todas as coisas belas, o Belo ideal: beleza corpórea,
beleza moral, beleza intelectual e Beleza Ideal.
− Os objetos belos são cópias incompletas e imperfeitas do belo ideal. É por causa do Belo que as coisas
são belas. Sendo a arte representação (imitação) das coisas belas e sendo estas cópias do Belo, então a arte
é imitação da imitação.

• Para um subjetivista, quando se diz que algo é belo diz-se em função dos sentimentos, preferências ou
gostos pessoais, admitindo que há critérios comuns de apreciação e avaliação dos objetos estéticos. O
subjetivista moderado recusa a ideia radical de que cada um sabe do que gosta ou não gosta e não há
discussão possível. Os gostos não são completamente arbitrários, seguem certos critérios (padrões de gosto)
que não são incompatíveis com o facto de os juízos estéticos serem subjetivos.

− Para Kant, o juízo estético não depende dos atributos objetivos do objeto estético. Os juízos estéticos são
juízos de gosto (que são subjetivos) e não juízos de conhecimento (que são objetivos). O belo não se define.
− Apesar de serem subjetivos, os juízos estéticos são universais. Idealmente, todos deviam ter o mesmo
tipo de sentimento ao percecionar as mesmas coisas. Se as condições fossem exatamente as mesmas, não
haveria divergência de gostos, pois as nossas faculdades, incluindo a faculdade de gosto, funcionam de forma
idêntica em todos.
− O sujeito que emite o juízo de gosto deseja o acordo de todos os seres humanos. O sujeito estético não
deseja fruir da sensação resultante da contemplação de um objeto estético sozinho, pelo contrário, deseja
que todos possam ter a mesma emoção estética.

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