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30/04/2020 Autismo: conheça a ABA, uma base científica para trabalhar com crianças com autismo

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Autismo: conheça a ABA,


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trabalhar com crianças com ASSINE ENTRAR

autismo
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Os procedimentos baseados na Análise do Comportamento Aplicada
(ABA, na sigla
SALVAR PDF em inglês) ajudam a ampliar a capacidade de
comunicação de pessoas com Transtorno do Espectro Autista,
ajudando-as a se relacionar melhor com a sociedade e com o
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ambiente
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POR:
Beatriz Vichessi
28 de Maio | 2019

■ Existem diversas abordagens possíveis para trabalhar com crianças com autismo de modo que elas aprendam a interagir
bem com os adultos e os colegas      Crédito: Getty Images

Receber uma criança com autismo na escola traz dúvidas que vão muito além do
acolhimento e da aprendizagem. Como interagir com ela? Será que ela vai morder, bater
nos colegas? O que fazer para ensiná-la a se comunicar, escrever, ler, usar o banheiro?
Embora questões como essas façam parte do início de convivência com qualquer

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criança – a nal, cada um é um, se comporta e aprende de uma maneira – o transtorno


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do espectro autista (TEA) tem algumas disfunções nos domínios do comportamento, da
interação social e da comunicação. Por isso, é normal a confusão entre professores e
gestores.
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LEIA MAIS   7 perguntas e respostas sobre autismo


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Existem diversas abordagens possíveis para trabalhar com crianças com autismo de
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modo que elas aprendam a interagir bem com os adultos e os colegas, conquistem
independência
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CONTEÚDO: de tarefas e aprendam conteúdos curriculares. No campo
da Psicologia do Comportamento, diversos pro ssionais trabalham com programas de
intervenção baseados na Análise Aplicada do Comportamento (ABA, da sigla em inglês
Applied Behavior Analysis), atualmente considerados como tratamento baseado em
evidências para o TEA.

LEIA MAIS   Pequeno dicionário amoroso da inclusão

Em entrevista à NOVA ESCOLA, Claudia Romano Pací co, doutora em ABA,


coordenadora das intervenções baseadas em ABA do Programa de Transtornos do
Espectro Autista (PROTEA) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq
- USP) e diretora e sócia-fundadora do Centro de Intervenção Comportamental
Gradual, em São Paulo, e Joana Portolese, neuropsicóloga e assessora de autismo do
Instituto Pensi, em São Paulo, explicam mais sobre o assunto. Con ra:    

1. Quais os objetivos das intervenções baseadas em ABA?

São dois. O primeiro é ampliar o repertório comportamental e de conteúdos


curriculares, de modo que a criança melhore a interação e a comunicação social,
aprendendo a pedir, explicitar o que não quer, ler, ir ao banheiro etc. O segundo tem a
ver com diminuir a frequência de comportamentos disruptivos (se bater e morder, bater
e morder o outro, gritar, arremessar objetos, etc).

2. O que é feito na prática para alcançar esses objetivos?

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De acordo com a ABA, o trabalho com a criança com autismo deve ser planejado com
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base em alguns conceitos essenciais focados na aprendizagem sem erros, pois assim são
diminuídas as chances de haver atrasos no desenvolvimento da criança, a desmotivação
do indivíduo (o que poderia ocorrer com aprendizagem baseada na tentativa e erro), a
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desistência e a emissão de comportamentos desruptivos. Além de planejar o ensino de
comportamentos
SALVAR PDF ou conteúdos curriculares em pequenos passos e fragmentar as
tarefas, o trabalho com a ABA leva em conta o que existe e é possível de ser visto,
manuseado (concreto)
SALVAR NA COLEÇÃO para os casos mais severos de autismo. Outros dois conceitos

essenciais: dicas (para que a criança consiga emitir o comportamento correto) e


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feedbacks imediatos (para mantê-la motivada, engajada, e volte a fazer novamente,
queria aprender).

3. Como as dicas são usadas?

No início do ensino de um determinado comportamento – lavar as mãos depois de ir ao


banheiro, por exemplo –, é dada uma dica verbal, física, gestual ou auditiva para que a
pessoa com autismo possa realizá-lo de modo favorável. Com o passar do tempo, a dica
vai sendo retirada para que ele seja capaz de cumprir a tarefa sozinho, conquistando
autonomia. 

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■ De acordo com a ABA, o trabalho com a criança com autismo deve ser planejado com base em alguns conceitos essenciais
focados na aprendizagem sem erros     Crédito: Getty Images

4. Os feedbacks imediatos têm a ver com recompensas ou prêmios?

À primeira vista, sim, já que o conceito de feedback imediato implica em dar para a
criança algo que ela gosta, sempre que atender a um pedido ou realizar uma tarefa
corretamente. No entanto, o uso de feedback imediato não tem a ver com a ideia de
premiar a criança propriamente dito e sim de mantê-la engajada na tarefa e o reforço da
ação, do comportamento correto. Não existe objeto reforçador por si só: o feedback
escolhido não pode ser aleatório. Pelo contrário, deve ser cuidadosamente escolhido
considerando o sujeito, o que faz sentido para ele. Tal como as dicas dadas para apoiar a
criança na resolução de tarefas, o reforço tem de ser retirado ao longo do tempo, caso
contrário, a criança se torna dependente dele para seguir adiante – e o objetivo é
justamente criar repertório para a conquista da autonomia. A meta é que a
aprendizagem passe a ser a própria recompensa, um reforçador natural, e que o
comportamento aprendido seja generalizado pela pessoa com autismo e colocado em
cena com outras pessoas ou situações.

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5. É possível aplicar feedbacks imediatos para inibir a criança com


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autismo de bater nos colegas ou se bater?

Sem dúvida, mas esse é um processo que leva tempo, não é pontual para os momentos
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de algum tipo de crise da criança com autismo. É preciso investigar os antecedentes e as
consequências que levam a criança a bater (ou ter qualquer outro comportamento
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considerado disruptivo), entender a função que o ato representa para ela, fazendo a
chamada análise funcional. Pode ser chamar a atenção do outro, por exemplo. Depois, é
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necessário ensinar à criança com autismo outro jeito de atrair a atenção do coleguinha
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– como usar uma gura para chamar a outra criança, por exemplo. E aí, sim, nessa
situação, o feedback imediato pode ser introduzido. Vale reforçar aqui que o resultado
do uso de feedback positivo tem como meta ajudar a criança a se comunicar melhor e
assim, diminuir a ocorrência de comportamentos disruptivos.

6. Quais feedbacks imediatos podem ser usados com sucesso?

De maneira geral, não existe um feedback melhor do que o outro. Tudo depende de
quem é o indivíduo, do que ele gosta. Toda criança aprende à sua maneira. Então,
bonecos, revistas e outros objetos com desenhos da Turma da Mônica ou da princesa
Ariel, por exemplo, podem servir bem para uns, que gostam desses personagens, e não
fazer nenhum sentido para outros. A escolha do que funciona deve ser objeto de estudo
do terapeuta. Por meio de observações e um teste de preferência, ele é capaz de decidir
o que usar com cada criança. E registrar atentamente os resultados, para depois
mensurar a e cácia do trabalho.

7. Programas baseados em ABA podem ser realizados na escola?

Sim – na realidade, o tratamento só funciona se for realizado em conjunto pela equipe


formada geralmente por acompanhante terapêutica (AT, também chamada de tutora),
terapeuta, professora e demais adultos que convivam com a criança. Quanto mais gente
envolvida no processo, melhor. Isso inclui até os colegas de classe da criança, que
devem ser orientados para conviver com ela de forma saudável, sem preconceitos ou
receio. É importante, então, compreender que é possível, em sala de aula, se valer de
procedimentos da ABA, mas que não faz sentido lançar mão deles como se fosse o passo

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a passo de uma receita culinária. O modo mais estruturado de trabalhar (com tentativa
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discreta), funciona para crianças com autismo mais severo, enquanto o ensino
naturalístico incidental funciona para crianças com autismo mais leve.

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■ Colegas de classe da criança devem ser orientados para conviver com a criança com autismo de forma saudável, sem
receio ou preconceito Crédito: Getty Images

8. ABA é a única forma possível de trabalhar com crianças com autismo?

Não. Existem várias maneiras já sistematizadas que podem ser usadas, de diferentes
linhas da Psicologia. Independente da linha escolhida, os especialistas ressaltam que o
tratamento deve começar o mais cedo possível, as terapias devem ser adaptadas às
necessidades especí cas do indivíduo e a e cácia do tratamento deve ser medida
conforme os avanços da criança. Evidence-Based Practices for Children, Youth, and
Young Adults with Autism Spectrum Disorder (em inglês) é um manual assinado por
universidades e órgãos governamentais dos Estados Unidos e que reúne pesquisas numa
ampla base de dados e aponta as que comprovam o que é realmente tem resultados
quando o assunto é autismo e tem uma tabela com procedimentos baseados em
evidências cientí cas e outros procedimentos que ainda não conseguiram status
cientí cos, mas são emergentes. Dentre as práticas baseadas em evidências, 90% são

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derivadas da ABA. Nessa tabela, por exemplo, aparece “exercício físico” como sendo um
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procedimento e caz para a pessoa com autismo. Ele, em si, não é um procedimento da
ABA, mas as pesquisas apontam que ele apresenta bons resultados quando usado com
metodologias da ABA – por exemplo, o feedback imediato.
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9. Quem é um dos expoentes no trabalho com ABA?


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O psicólogo norueguês-americano Ole Ivar Løvaas (1927 - 2010) é considerado um


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pioneiro no campo da análise do comportamento aplicado e a fornecer evidências de
que o comportamento
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ESTE CONTEÚDO: com autismo pode ser modi cado por meio do
ensino.

10. Existem críticas sobre ABA?

Sim. Outras linhas da Psicologia têm um entendimento diferente do que é autismo e


argumentam que o tratamento na perspectiva ABA robotiza a criança. A resposta para
essa crítica de quem trabalha com ABA é que, pelo fato das pessoas com autismo terem
uma compreensão mais literal das coisas, é que explorar uma abordagem mais
compreensiva não funciona já que eles não são capazes de alcançar todo o conteúdo em
jogo. Uma vez estabelecida uma rotina de aprendizagem por vias concretas, com uso de
feedbacks imediatos, a criança com atismo mais severo começa a desenvolver certas
compreensões e vai construindo generalizações, e o tratamento pode partir para outras
demandas. É importante ainda compreender que é possível que uma pessoa com
autismo precise de muitas intervenções ao longo da vida, inclusive quando adulto, mas
isso não signi ca que se tornou dependente dos processos. A ABA sofre críticas também
quando é aplicada de maneira uniforme, como se fosse um manual com tópicos a serem
implementados no tratamento. Considerar o indivíduo e suas características dentro da
ampla diversidade do TEA é essencial.

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Nina Muraro
SALVAR PDF artigo!
Excelente
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Léa Ribeiro
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Gostaria de receber atividades para trabalhar com autismo no
AEE
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Curtir · Responder · 1 · 48 sem

Nina Muraro
Vou querer mais desses!!!
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