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Comercialização de grãos
MÓDULO 05 | Pós-Colheita de Grãos
A comercialização de grãos é uma das principais atividades econômicas do Brasil. Todos os dias,
diversas transações de compra e venda são fechadas no setor, e elas crescem em ritmo cada vez
mais acelerado. Ainda assim, o produtor rural enfrenta vários obstáculos e empecilhos para a comer-
cialização, desde problemas na lavoura até dificuldades na compra e venda dos produtos. Por isso,
estar por dentro das novidades do agronegócio é de fundamental importância para todo profissional
ligado a área.
Conhecer os principais mecanismos de comercialização é essencial para o produtor que deseja am-
pliar seus ganhos e para o profissional que quer se destacar no mercado de trabalho. Com a realiza-
ção de cursos e estudos na área, é possível ficar por dentro das novidades do agronegócio, reverten-
do o conhecimento em benefícios positivos para a atividade agrícola.
Objetivo
No final deste módulo, você será capaz de:
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AULA 1
Aspectos gerenciais do setor de grãos
Como você estudou no módulo anterior, a rede armazenadora de grãos no Brasil ainda não é total-
mente adequada e eficiente. Com isso, a comercialização de grãos, principalmente por pequenos e
médios produtores, tem uma série de aspectos gerenciais aos quais precisamos estar atentos.
Estrutura de armazenagem
O Brasil tem atualmente capacidade de armazenar cer-
ca de 90 milhões de toneladas de grãos nas mais varia-
das condições, mas são poucos os casos em que as estru-
turas apresentam as características técnicas ideais.
Por esse motivo, a comercialização costuma ser realizada imediatamente após a colheita, ou até
mesmo antes dela, quando falamos de pequenas e médias propriedades.
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Estrutura de transporte
Assim como a estrutura da armazenagem brasileira, a estrutura de transporte de cargas também é
pouco apropriada, especialmente porque os meios de transporte ferroviário e hidroviário, que se-
riam bem eficientes graças às características de nosso país, são muito pouco explorados.
O desgaste das rodovias, o grande movimento de veículos de carga e o acúmulo de caminhões nas
unidades coletoras geram a necessidade de deslocamento imediato da safra, o que implica maiores
custos e riscos para o produtor.
Tome nota
Você se lembra das vantagens do armazenamento e da secagem de
grãos de que falamos no início do curso? Aqui, elas ficam mais claras.
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Essas também são propriedades que costumam ficar sujeitas a limitações de capital e dependem da
obtenção de créditos. Tudo isso contribui para agravar as deficiências do sistema de comercialização.
Valor do produto
Em relação aos preços dos grãos produzidos no Bra-
sil, as constantes flutuações causam desequilíbrio na
oferta, na procura e na renda do produtor rural. Essa
instabilidade dos preços leva os produtores, principal-
mente os pequenos, a formarem expectativas pouco
otimistas quanto à renda futura na atividade.
Esse é um ponto em que a armazenagem na propriedade rural não só beneficia os produtores, como
também contribui para a redução dos problemas de comercialização das safras agrícolas.
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Tome nota
Se as demandas futuras de grãos em relação às ofertas forem previstas
corretamente e se a quantidade correta de produto for armazenada, na
entressafra os preços vão subir somente o suficiente para cobrir os cus-
tos da estocagem desde a colheita até o período em que os produtos
forem ofertados ao mercado, beneficiando os consumidores.
Políticas agrícolas
A implementação de uma política agrícola voltada
para a armazenagem na propriedade e para a implan-
tação de unidades armazenadoras em regiões produto-
ras onde a demanda é elevada pode contribuir para a
aumentar o nível de renda do produtor de grãos.
Você percebe por quê? Com tudo o que temos visto até
aqui, a conta fica simples.
Tome nota
Com mais e melhores estruturas para armazenagem da produção, o
produtor rural consegue reduzir as perdas e os riscos causados pelas
flutuações dos preços. Isso contribui para o desenvolvimento da comer-
cialização e favorece também os consumidores, que contariam com o
abastecimento contínuo e preços mais estáveis.
O PGPM visa reduzir os riscos dos preços a que os produtores estão sujeitos e é anualmente estabe-
lecido pelo Governo e divulgado antes da época de plantio. Se o preço de mercado for inferior ao
PMG, o governo garante a compra dos produtos por meio das Aquisições do Governo Federal (AGF).
Com a compra, os produtos passam a compor os estoques do governo.
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Além disso, quando o Brasil desejou ampliar a participação da iniciativa privada na comercialização
dos produtos agrícolas, no final dos anos 1980, o Governo Federal criou o Preço de Liberação de Es-
toque (PLE), estabelecendo um preço limite a partir do qual seus estoques serão vendidos. Tal limite
é determinado pela igualdade entre o PMG e o PLE.
Em todo este contexto, a colheita de supersafra de grãos nem sempre resulta em ganhos elevados
para os produtores, porque os produtos perdem competitividade tanto no mercado interno quanto
no externo devido às deficiências na rede armazenadora, na estrutura de transportes e em todo o
processo de comercialização.
Apesar das dificuldades e de tantos desafios, o agronegócio brasileiro é forte. É um dos motores da
economia do nosso país, e tem muito para crescer. Por isso, na próxima aula você vai ver quais são
as alternativas para a comercialização de grãos.
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AULA 2
Alternativas para a comercialização de grãos
Para que as formas de comercialização fiquem mais claras, é necessário entender os componentes
nela envolvidos.
Vamos ver!
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Compradores
Há, basicamente, cinco tipos de compradores: indústrias, tradings, cooperativas, cerealistas e empre-
sas de insumos.
Indústrias:
São empresas de grande porte que compram o grão para a produção de alimen-
tos industrializados, utilizando o farelo e o óleo de soja. Dependendo do tama-
nho da indústria, ela também pode atuar como trading.
Tradings:
São eTradings: Essas empresas têm o papel de intermediar a negociação entre
produtores e compradores nacionais e internacionais. Normalmente, o produ-
tor negocia as vendas ao exterior com as tradings ou corretoras de tradings. Na
maioria dos casos, as compras são realizadas nos portos.
Cooperativas:
As cooperativas compram os grãos para a transformação em produtos
processados ou para negociar em lotes com tradings, indústrias ou compradores
internacionais.
Cerealistas:
Eles têm uma atuação muito parecida com a das cooperativas. Os cerealistas
podem atuar tanto com os intermediários quanto com o produtor de alimentos.
Cerealistas:
Na negociação com essas empresas, o produtor paga os insumos agrícolas com a
futura produção de grãos. São basicamente trocas, o chamado barter, ou permuta.
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Modalidades de venda
Existem diversas formas para um produtor vender sua produção de grãos e é necessário ficar atento
às características de cada uma. Conforme a capacidade produtiva da propriedade rural, uma moda-
lidade de venda pode ser melhor que outra.
Além dessas, uma importante modalidade de vendas é o mercado futuro, que trata das negociações
feitas por meio da bolsa de valores. As negociações de mercado futuro garantem o patamar de pre-
ços em um momento que o produtor considera bom.
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Há diferentes formas de negociação dentro do mercado futuro, porém o hedge é a linha mestra
desse tipo de negociação.
Non-
Deliverable
Forward (NDF O NDF é uma forma de negociação parecida com o hedge, mas não envolve con-
– Contrato tato direto com a bolsa de valores, pois a transação é feita por meio de um banco
a Termo de ou corretora. O banco assume os riscos da operação em troca do pagamento de
Moeda sem juros. É uma negociação que não envolve entrega física.
Entrega
Física)
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Modalidades de entrega
Em relação às formas de entrega dos grãos, há basicamente duas:
O vendedor assume as responsabilidades pelo transporte do grão até o porto de embarque ou até a
empresa compradora. Isso inclui as taxas portuárias e eventuais perdas e danos, além do frete deste
trajeto. Tem uma cotação menor.
A responsabilidade pela entrega e os riscos da operação são do vendedor. É ele quem paga os custos
tanto do seguro como do frete até o porto de destino, além das taxas portuárias até o desembarque.
A remuneração costuma ser maior que na modalidade FOB, porém, é preciso estar atento à infraes-
trutura necessária e aos riscos da modalidade.
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Remuneração
Os principais elementos da remuneração da produção de grãos são: praças, volume de negociação
no mercado interno, composição de preços e prêmio. Compreenda cada um a seguir.
Volume de
As negociações no mercado interno são baseadas em sacas de 60 kg.
negociação no
Para exportação, a negociação é em toneladas ou bushel (27,2 kg).
mercado interno
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Você está finalizando o último módulo do curso! Siga em frente para concluir seus estudos.
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Hora da revisão
Aqui, você viu informações importantes sobre a comercialização de grãos. Elas complementam as
atividades de pós-colheita e auxiliam o produtor a remunerar sua produção de modo que seja possí-
vel aumentar a renda. Então, que tal relembrar os principais pontos de estudo deste módulo?
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Atividade de aprendizagem
1. O setor de grãos possui aspectos gerenciais específicos. Sobre esse assunto, analise as afirmativas
a seguir e marque a correta.
a) A comercialização de grãos não demanda planejamento, pois seu preço não varia no decor-
rer do ano.
c) Durante o pico do período de colheita de grãos o preço do frete rodoviário reduz significati-
vamente, devido à organização do setor.
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( ) As indústrias são empresas de grande porte que compram o grão para a produção de alimen-
tos industrializados, utilizando o farelo e o óleo de soja.
( ) Cost, Insurance and Freight (CIF) é uma modalidade de entrega da produção em que a res-
ponsabilidade é do vendedor, ou seja, do produtor rural, pois é ele quem paga os custos de frete,
seguro e taxas portuárias. Os riscos da operação também são de responsabilidade do produtor.
a) V, V, V, V
b) V, F, V, F
c) V, V, V, F
d) F, V, V, F
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CONCLUSÃO
Parabéns, você chegou à parte final do curso!
Ao longo dos seus estudos, você estudou todas as etapas e atividades da pós-colheita de grãos, com
destaque especial às culturas de soja e milho, que são as principais do estado de Goiás e do Brasil.
Com isso, você desenvolveu importantes conhecimentos para se destacar como profissional no mer-
cado de grãos.
Como foi o seu caminho até aqui? Para finalizar o curso e garantir o seu
certificado, responda à pesquisa de satisfação disponível no
Ambiente de Estudos.
Aproveite que você está aqui e confira as obras utilizadas como referência neste curso. Entre
elas, você pode encontrar caminhos interessantes para se aprofundar nos temas que viu ao longo
do curso.
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