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Contaminação e Tratamento

de Água
AULA 1 - UNIDADES COMPONENTES DE UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA

1.1 - Introdução

A substância mais abundante no planeta Terra é a água. Ela pode ser encontrada tanto no estado
líquido, gasoso ou sólido, na atmosfera, sobre ou sob a superfície terrestre, nos oceanos, mares,
rios e lagos.

A água ainda é o constituinte inorgânico com maior percentual de presença na matéria viva: cerca
de 60% do peso do homem é constituído de água e, em certos animais aquáticos, esta
porcentagem alcança 98%.

Há estimativas de que o nosso planeta possua três quartos de sua massa de água 1,36.1018m3.
Cerca de 97,4% de toda essa massa está contida nos mares e os oceanos, ou seja, é água
salgada.

Na forma de neve ou gelo, no topo das grandes cadeias de montanhas ou nas zonas polares,
estão estocados 2% da água total. Resta apenas cerca de 0,6 % do total disponível como água
doce, seja nos aquíferos subterrâneos (0,5959%), nos rios e lagos superficiais (0,0140%) ou na
atmosfera, na forma de vapor d’água (0,001%).

Diante de todos esses dados, torna-se fundamental para o futuro da humanidade, e para sua
própria sobrevivência, a preservação dos recursos hídricos do planeta.

1.1.1 - Principais propriedades da água

Conhecer as propriedades da água, quer ela esteja em repouso ou em movimento, é fundamental


para a solução correta dos vários problemas do dia a dia do engenheiro hidráulico.

Esses problemas envolvem os princípios e métodos de armazenamento, conservação, controle,


condução, utilização etc. e estão presentes desde a elaboração dos projetos até o último dia de
sua operação.
Entre as peculiaridades da água, está a de ser uma substância encontrada no estado sólido,
líquido e gasoso na superfície da terra, ou seja, ela pode ser facilmente encontrada em três fases
na natureza, a saber:
• No estado sólido (neve e gelo);
• No gasoso (vapor d’água e umidade);
• E na sua forma mais comum, a líquida (reservatórios de acumulação, lençóis subterrâneos,
mares e oceanos etc).

a) Composição química
A água é uma substância composta resultante da combinação de dois átomos de hidrogênio com
um de oxigênio, que na forma mais elementar de representação forma H2O.

b) Massa específica (ρ)


Massa específica de uma substância é a massa por unidade de volume. Sua unidade no S.I. é o
kg/m3.

Em razão de sua estrutura molecular peculiar, a água é uma das poucas substâncias que se
expandem ao congelar. A água alcança a massa específica máxima a 4°C e torna-se menos densa
quando resfriada ou aquecida.

c) Densidade relativa
Denomina-se densidade relativa a relação entre a densidade da água a uma determinada
temperatura e sua densidade a 4°C, neste ponto definida como igual a unidade. É geralmente
simbolizada pela letra grega minúscula "δ". Como é uma relação entre grandezas de mesma
unidade é, portanto, adimensional.

d) Peso específico
É o peso por unidade de volume, ou seja, o valor da massa específica multiplicada pela aceleração
de gravidade local. É simbolizado pela letra grega minúscula "γ". No S.I., sua unidade é N/m3.

Na tabela 01, temos valores de massa específica e de peso específico da água em diversas
temperaturas.
Tabela 1: massa específica e peso específico da água em diversas temperaturas
Temperatura (ºC) Massa específica (ρ, Peso específico (γ, N/m3)
kg/m3)
0 (gelo) 917 8.996
0 (água) 999 9.800
4 1.000 9.810
10 999 9.800
20 998 9.790
30 996 9.771
40 992 9.732
50 988 9.692
80 972 9.535
100 958 9.398

No Sistema Internacional de Unidades (SI), o peso de um objeto é definido pelo produto entre sua
massa (m, em gramas, quilogramas etc.) e a aceleração gravitacional (g = 9,81m/s2).

O peso no sistema SI costuma ser expresso na unidade de força newton (N). Um newton é
definido como a força necessária para acelerar 1kg de massa a uma taxa de 1m/s2.

O peso específico (peso por unidade de volume) da água (g) pode ser determinado pelo produto
entre a massa específica (ρ) e a aceleração gravitacional (g).

e) Viscosidade dinâmica
A água em escoamento reage à tensão de cisalhamento, sofrendo uma deformação angular que é
proporcional a essa tensão.

O coeficiente de viscosidade (viscosidade dinâmica, viscosidade absoluta ou somente viscosidade)


é a constante de proporcionalidade definida como a razão entre essa tensão de cisalhamento e o
gradiente de velocidade.

É geralmente simbolizada pela letra grega minúscula "µ" e tem a dimensão de força por unidade
de área. Sua unidade no S.I. é poise (1 poise = 0,1N.s/m2).
f) Viscosidade cinemática
Em estudos hidráulicos, é conveniente utilizar o conceito de viscosidade cinemática, que é uma
grandeza definida a partir da relação entre a viscosidade e a densidade (µ/ρ) e simbolizada pela
letra grega minúscula "υ".

Sua unidade no S.I. é stoke (1 stoke = 1cm2/s). Geralmente trabalha-se com υ = 1,01.10-6m2/s,
que corresponde à viscosidade da água a 20ºC.

Tabela 2: propriedades da água sob determinadas temperaturas


Temperatura Densidade absoluta Viscosidade dinâmica Viscosidade cinemática Densidade
(°C) (kg/m3) (10-3N.s/m2) (10-6m2/s) relativa
0 (gelo) 917,0 - - 0,9170
0(água) 999,8 1,781 1,785 0,9998
4 1000,0 1,558 1,558 1,0000
5 1000,0 1,518 1,519 1,0000
10 999,7 1,307 1,308 0,9997
20 998,2 1,002 1,003 0,9982
30 995,7 0,798 0,801 0,9967
40 992,2 0,653 0,658 0,9922
50 988,0 0,547 0,553 0,9880
60 983,2 0,466 0,474 0,9832
70 977,8 0,404 0,413 0,9788
80 971,8 0,354 0,364 0,9728
90 965,3 0,315 0,326 0,9653
100 958,4 0,282 0,294 0,9584

g) Coesão, adesão e tensão superficial


Diz-se que coesão é a propriedade que uma substância tem de conservar-se unida resistindo à
separação.

Num comportamento contrário, a adesão é a propriedade do líquido de fixar-se na superfície de


outros corpos.

Por exemplo: a água tende a aderir a superfície em volta, molhando esta superfície ou subindo
acima do nível de repouso pelo efeito chamado de capilaridade, enquanto que com o mercúrio
ocorre o fenômeno inverso. No caso da água, temos que sua adesão é superior à coesão e, no do
mercúrio, a coesão é maior.
A tensão superficial é o fenômeno que se verifica na superfície de separação entre dois fluidos
não miscíveis. Esta tensão depende da natureza dos fluidos em contato e da temperatura.

É determinada pela tensão por unidade de comprimento numa linha qualquer de separação e é
geralmente simbolizada pela letra grega minúscula "σ" e expressa em unidades de força por
unidade de comprimento, por exemplo no C.G.S. em dyn/cm.

Tabela 3: tensão superficial entre a água e o ar


ϴ (ºC) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
σ (dyn/cm) 74,1 72,7 71,3 69,7 68,1 67,1 66,1 64,3 62,6 60,7 58,2
6 9 2 5 8 6 1 6 0 1 5
σ (10- 7,69 7,54 7,40 7,23 7,07 6,96 6,86 6,67 6,49 6 ,30 6,04
kgf/m)
3

h) Pressão de vapor
A água tem a propriedade de vaporizar-se em determinadas condições de temperatura e pressão.
Ela entra em ebulição sob a pressão atmosférica local a uma determinada temperatura.

Por exemplo: no nível do mar (pressão atmosférica normal), a ebulição acontece a 100ºC. À
medida que a pressão diminui, a temperatura de ebulição também se reduz. Assim, quanto maior
a altitude do local, menor será a temperatura de ebulição.

Pressão de vapor é a pressão exercida pelo vapor em determinado espaço. Geralmente é


simbolizada por hv.

Tabela 4: tensão de vapor em função da temperatura


Temperatura Tensão de Tensão de vapor Densidade
(°C) vapor (kg/cm2) relativa
(mmHg)
0 4,56 0,0062 0,9998
10 9,19 0,0125 0,9997
20 17,4 0,0238 0,9982
30 31,5 0,0429 0,9967
40 54,9 0,0750 0,9922
50 92,0 0,1255 0,9880
60 148,8 0,2028 0,9832
70 233,1 0,3175 0,9788
80 354,6 0,4828 0,9728
90 525,4 0,7149 0,9653
100 760,0 1,0333 0,9584

1.2 - Estudos de conceitos básicos de engenharia hidráulica

1.2.1 - Classificação dos movimentos

A Hidráulica é o ramo das ciências físicas que tem por objetivo estudar os líquidos em movimento.

Se um líquido escoa em contato com a atmosfera, diz-se que ele está em escoamento livre, e
quando escoa confinado em um conduto de seção fechada com pressão diferente da atmosférica,
então tem-se um escoamento forçado ou sob pressão.

Quando o movimento se desenvolve de maneira que as partículas tracem trajetórias definidas no


sentido do escoamento, define-se um movimento laminar ou viscoso, e quando não há definição
das trajetórias das partículas, embora haja escoamento, temos o movimento turbulento ou
hidráulico, que é a situação mais natural.

É fundamental a classificação dos movimentos de acordo com os regimes de escoamento:


permanente e variado.

No regime permanente, as características do escoamento não variam ao longo do tempo na seção


em estudo.

Se, além de não se alterarem ao longo do tempo, essas condições também permanecerem
inalteradas ao longo da canalização, o regime é denominado de permanente e uniforme. Isto
ocorre, por exemplo, em adutoras de seção molhada contínua, com 24 horas de funcionamento
diário.

Quando as características variarem ponto a ponto, instante a instante, o escoamento é dito


variado, ou seja, a vazão variando no tempo e no espaço. Este é o escoamento típico de um curso
d’água natural.

O variado, conforme a oscilação da velocidade de escoamento ao longo do conduto e com o


tempo, pode ainda ser classificado como acelerado, quando a velocidade aumenta com o tempo
(rio em cheia crescente), ou retardado, quando em ritmo contrário (canal baixando continuamente
de nível).

1.2.2 - Equação da continuidade

É a equação que mostra a conservação da massa de líquido no conduto, ao longo de todo o


escoamento. Isto quer dizer que em qualquer seção transversal da canalização, o produto ρ.A.V
será constante, sendo "ρ" a densidade do líquido. Desprezando-se a compressibilidade da água
temos para as n seções do escoamento,

A1.V1 = A2.V2 = ...... = An.Vn = Q

Onde:
Q = a vazão em estudo
Ai= a área da seção molhada em "i"
Vi= a velocidade de escoamento pela mesma seção

1.2.3 - Equação da energia

A energia presente em um fluido em escoamento pode ser separada em quatro parcelas: energia
de pressão, energia cinética, energia de posição e energia térmica.

Partindo do princípio da conservação de energia, para duas seções transversais em dois pontos
distintos, 1 e 2 do escoamento, essas parcelas podem ser agrupadas da seguinte forma:

𝑃𝑃1 𝑣𝑣 2 𝑃𝑃2 𝑣𝑣 2
𝑍𝑍1 + + 𝛼𝛼 2𝑔𝑔1 = 𝑍𝑍2 + + 𝛼𝛼 2𝑔𝑔2 + ℎ𝑓𝑓(1−2)
𝛾𝛾 𝛾𝛾

Que é conhecida como teorema de Bernoulli para fluidos reais.


Onde:
p = pressão, Kgf/m²
γ = peso específico, Kgf/m³
v = velocidade do escoamento, m/s
g = aceleração da gravidade, m/s²
Z = altura sobre o plano de referência, m
hf = perda de energia entre as seções em estudo (devido a turbulência, atritos etc.),
denominada de perda de carga, m
α = fator de correção de energia cinética devido às variações de velocidade na seção.

A soma das parcelas z + (p/γ) + (α.v2/2g) é denominada de energia mecânica do líquido por
unidade de peso.

1.3 - Estudos de concepção e plano diretor

O cenário atual de diversas cidades brasileiras tem se mostrado como o resultado de um processo
de urbanização desorganizado que vem se desenvolvendo ao longo das últimas décadas, e que
trouxe consigo grandes problemas que afetam diretamente a qualidade de vida dos habitantes.

Desse modo, tornou-se importante a elaboração de instrumentos que auxiliem o planejamento do


desenvolvimento das cidades, sendo um destes instrumentos o Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano.

Tal plano apresenta diretrizes gerais para o ordenamento urbano, de modo a garantir condições
de vivência adequadas aos seus habitantes e para o crescimento econômico da cidade.

O plano diretor de água e de esgoto sanitário deve ser baseado na bacia hidrográfica e na
estrutura da rede urbana para o gerenciamento dos recursos hídricos, visando assegurar às atuais
e futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos
respectivos usos, com base no manejo integrado dos recursos hídricos.

Os efeitos do processo de crescimento da população urbana são sentidos sobre todo o esquema
urbano relativo a recursos hídricos: abastecimento de água, transporte e tratamento de esgoto
doméstico e pluvial.

A deterioração da qualidade da água, o aumento significativo na frequência de inundações e na


produção de sedimentos são produções do desenvolvimento urbano brasileiro. Esta situação é
decorrente, na maioria das cidades, de:
a) Falta de planejamento da rede doméstica e pluvial;
b) Falta de planejamento para a ocupação das áreas de risco quando se formulam os Planos
Diretores de Desenvolvimento Urbano;
c) Da inadequação no gerenciamento da implantação de obras públicas e privadas no ambiente
urbano.

1.4 - Estudos demográficos

Uma das condições de um sistema de abastecimento eficiente é que a água distribuída seja capaz
de atender à demanda. Sem dúvida alguma a demanda de água cresce com a população.

Um sistema de abastecimento, quando instalado, deve ter condições de fornecer água em


quantidade superior ao consumo. Todavia, depois de certo número de anos, a demanda passa a
corresponder à capacidade máxima de adução e, então, diz-se que o sistema atingiu o seu limite
de eficiência.

O comum é planejar-se um sistema para funcionar durante um número "n" de anos. Isto impõe o
conhecimento da população total que deverá ser beneficiada "n" anos depois da elaboração do
projeto.

A população futura tem que ser definida por previsão. Como esta é sujeita a falhas, encontram-se
sistemas atingindo o seu limite de eficiência antes ou depois de decorridos os "n" anos.

O importante é que a previsão seja feita de modo criterioso, com base no desenvolvimento
demográfico do passado próximo, a fim de que a margem de erro seja pequena.

Por outro lado, a previsão deve efetivar-se através de uma lei de crescimento que forneça o
número de habitantes em qualquer época, dentro do período de "n" anos. Geralmente, "n" varia
de vinte a trinta anos, prazo geralmente necessário à amortização integral do capital investido nas
obras.

Para o projeto de redes de água, é importante analisar como as futuras populações se distribuirão
sobre a área da cidade.

As previsões de densidades demográficas são feitas mediante a aplicação dos métodos gerais de
previsão populacional, em cada uma das áreas que a cidade se divide.
Essas áreas parciais são delimitadas em função dos fatores que governam a intensidade de
ocupação da área urbana, tais como:
• Condições topográficas;
• Facilidades de expansão da área urbana;
• Preço de terrenos;
• Planos urbanísticos;
• Zoneamento;
• Facilidade de transportes e comunicações;
• Hábitos e condições socioeconômicas da população;
• Existência de serviços de água, de esgotos e águas pluviais etc.

1.5 - Tipos de consumidores

Classificação dos consumidores de água: doméstico, comercial, industrial e público.

a) Água para consumo doméstico: o consumo varia entre 100 -200 L/hab.dia

Alguns fatores interferem no consumo residencial: renda familiar, características da habitação


(área do terreno, área construída, número de habitantes), características do abastecimento de
água (pressão na rede, qualidade da água), características culturais da comunidade etc.

b) Água para consumo comercial: escritórios, restaurantes, hotéis, hospitais, garagens,


cinemas, teatros, templos, supermercados etc.

c) Água para consumo industrial: como matéria-prima, consumida no processo industrial,


utilizada para resfriamento, necessárias às instalações sanitárias, refeitórios etc.

d) Água para consumo público: quartéis, escolas, edifícios, jardins.


1.6 - Vazões do consumo

O dimensionamento das tubulações, estruturas e equipamentos são funções da vazão. A vazão


depende do consumo/ habitante, número de habitantes, variações da demanda, entre outros
consumos.

Consumo per capita (L/hab.dia):


𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑í𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑞𝑞 =
𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝çã𝑜𝑜 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 . 365

Variação Diária

Coeficiente do dia de maior consumo:


𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
𝐾𝐾1 = 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
1,2< K1< 2,0

Fundamental na determinação da vazão de dimensionamento de várias partes de um sistema de


fornecimento público de água, entre os quais: obras de captação, adução, elevatórias, reservação
e estação de tratamento.

Variação Horária

Coeficiente da hora de maior consumo:


𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚ã𝑜𝑜 ℎ𝑜𝑜𝑜𝑜á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟
𝐾𝐾2 = 𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣𝑣ã𝑜𝑜𝑜𝑜é𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑𝑑 ℎ𝑜𝑜𝑜𝑜á𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟1,5< K2 < 3,0

Esse coeficiente é utilizado quando se pretende dimensionar os condutos de distribuição


propriamente ditos que partem dos reservatórios, pois permite conhecer as condições de maior
solicitação nessas tubulações.

Vazões de dimensionamento

Um sistema de abastecimento de água é composto por partes predefinidas, como mostradas na


Figura 1.
Figura 1: sistema de abastecimento de água.

Vazão de captação, estação elevatória e adutora até a ETA (inclusive)


𝐾𝐾1 𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑄𝑄𝑎𝑎 = � + 𝑄𝑄𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 � . 𝐶𝐶𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸
86.400

Acrescenta percentual para a lavagem dos filtros: 4-5%


P = população da área abastecida
q = consumo per capita de água
K1 = coeficiente do dia de maior consumo
Qesp = vazão específica, por exemplo, grandes consumidores (indústrias, comércios etc.)
CETA = Coeficiente de consumo na ETA

Vazão da ETA até o reservatório


𝐾𝐾1 𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑄𝑄𝑏𝑏 = � + 𝑄𝑄𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 �
86.400
P = população da área abastecida
q = consumo per capita de água
K1 = coeficiente do dia de maior consumo
Qesp = vazão específica, por exemplo, grandes consumidores (indústrias, comércios etc;)

Vazão do reservatório até a rede


𝐾𝐾1 𝐾𝐾2 𝑃𝑃𝑃𝑃
𝑄𝑄𝑐𝑐 = � + 𝑄𝑄𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 �
86.400

P = população da área abastecida


q = consumo per capita de água
K1 = coeficiente do dia de maior consumo
K2 = coeficiente da hora de maior consumo
Qesp = vazão específica, por exemplo, grandes consumidores (indústrias, comércios etc.)
1.7 - Captação (água subterrânea, águas superficiais)

O homem possui dois tipos de fontes para seu abastecimento, que são as águas superficiais (rios,
lagos, canais etc.) e subterrâneas (lençóis subterrâneos).

Efetivamente essas fontes não estão sempre separadas. Em seu deslocamento pela crosta
terrestre, a água que em determinado local é superficial pode ser subterrânea em uma próxima
etapa e até voltar a ser superficial posteriormente.

As águas de superfície são as de mais fácil captação, e por isso há uma tendência que sejam mais
utilizadas no consumo humano.

No entanto, temos que menos de 5% da água doce existente no globo terrestre encontram-se
disponíveis superficialmente, ficando o restante armazenado em reservas subterrâneas.

1.7.1 - Tipos de mananciais

A captação tem por finalidade criar condições para que a água seja retirada do manancial
abastecedor em quantidade capaz de atender o consumo e em qualidade tal que dispense
tratamentos ou os reduza ao mínimo possível. É, portanto, a unidade de extremidade de
montante do sistema.

Chama-se de manancial abastecedor a fonte de onde se retira a água com condições sanitárias
adequadas e vazão suficiente para atender a demanda.

No caso da existência de mais de um manancial, a escolha é feita considerando-se não só a


quantidade e a qualidade mas, também, o aspecto econômico, pois nem sempre o que custa
inicialmente menos é o que convém, já que o custo maior pode implicar em custo de operação e
manutenção menor.

Na escolha do manancial, também deve-se levar em consideração o consumo atual provável, bem
como a previsão de crescimento da comunidade e a capacidade ou não de o manancial satisfazer
a este consumo.
Todo e qualquer sistema é projetado para servir, por certo espaço de tempo, determinado período
de projeto. Estes reservatórios podem dos seguintes tipos: superficiais (rios e lagos), subterrâneos
(fontes naturais, galerias filtrantes, poços) e águas pluviais (superfícies preparadas).

1.7.2 - Águas superficiais

Devido à água ser essencial para a subsistência humana, normalmente temos as comunidades
urbanas formadas às margens de rios ou desembocaduras destes.

Quando estudamos dados geográficos ou históricos das grandes cidades, percebemos sua
associação com um ou mais rios, como por exemplo, Londres-Tâmisa, Paris-Sena, Lisboa-Tejo,
Nova Iorque-Hudson, Buenos Aires-Prata, SãoPaulo-Tietê, Recife-Capibaribe/ Beberibe, Manaus-
Negro, Belém-Amazonas, Teresina-Parnaíba etc.

1.8 - Conclusão

O sistema de abastecimento d’água é o serviço público constituído de um conjunto de sistemas


hidráulicas e instalações responsável pelo suprimento de água para o atendimento das
necessidades da população de uma comunidade.

Captada nos mananciais, tratada e repartida por vários reservatórios, a água é entregue à
comunidade pela rede externa de abastecimento. Da necessidade de depositar e utilizar a água
nos domicílios, tem-se a rede interna de abastecimento, constituída de ramais derivados da
primeira.

Nas localidades onde o abastecimento de água não é contínuo, há a necessidade de


armazenamentos domiciliares para consumo. Esses depósitos domiciliares são reservas, para o
caso de falhas eventuais ou acidentais.

De modo geral, porém, impõe-se a colocação da chamada caixa-d'água superior, que, nos casos
de pressão externa intensa, é suprida diretamente, mas nos grandes centros costuma ser
alimentada através de bombeamentos de reservatórios inferiores.
A fim de evitar desperdícios e estabelecer um sistema de cobrança pela prestação dos serviços de
abastecimento de água, o consumo pode ser controlado por meio de dispositivos de medição, os
hidrômetros.

Água- Fonte da vida/ prêmio jovem cientista e prêmio jovem cientista do futuro- Porto Alegre
Gráfica e Editora Comunicação Imprensa, 2004.

AULA 2 – TOMADAS D’ÁGUA E RESERVATÓRIOS DE ACUMULAÇÃO

2.1 – Introdução

As adutoras (Figura 1) são canalizações dos sistemas de abastecimento de água que conduzem a
água para as unidades que precedem a rede de distribuição. Elas interligam captação, ETA e
reservatórios de distribuição e não distribuem a água aos consumidores.

São as unidades principais de um sistema de abastecimento de água, ou seja, qualquer


interrupção que venham a sofrer afetará o abastecimento à população.

Necessitam de cuidados especiais na elaboração do projeto e na implantação das obras: criteriosa


análise do traçado em planta e em perfil; correta colocação de seus órgãos acessórios;
ancoragens nos pontos onde ocorrem esforços que possam causar deslocamento das peças.

As adutoras podem ser classificadas:

a) Quanto à natureza da água transportada:

- Adutoras de água bruta: transportam água sem tratamento (da captação até a estação de
tratamento de água - ETA);
- Adutoras de água tratada: transportam a água tratada (da ETA até os reservatórios).

b) Quanto à energia para a movimentação da água:

- Adutoras por gravidade: são aquelas que transportam a água de uma cota mais elevada para
uma cota mais baixa, aproveitando o desnível existente (energia hidráulica). A adução por
gravidade pode ser feita por conduto livre ou forçado;
- Adutoras por gravidade em conduto livre: quando a linha piezométrica coincide com o nível da
água no conduto. A água escoa sempre em declive mantendo uma superfície livre sob o efeito
da pressão atmosférica;

- Adutoras por gravidade em conduto forçado: nela, a água fica sob pressão superior à atmosfera
(tem-se a linha piezométrica acima da linha d’água). Os condutos desse tipo de adutora têm
seção circular, pois é a forma que melhor resiste às pressões internas da água;

- Adutoras por gravidade em conduto livre e forçado: são constituídas por trechos em conduto
livre (aqueduto) e trechos em conduto forçado (sifões invertidos). O sifão invertido é um conduto
forçado por gravidade, situado inteiramente abaixo da linha piezométrica e que interliga dois
trechos de adutora de conduto livre.

- Adutora por recalque: transportam a água de um ponto a outro de cota mais elevada através de
uma estação elevatória (conjunto moto-bomba e acessórios). O sistema de adução por recalque é
composto por condutos forçados.

Figura 1: traçado das adutoras.


2.2 – Adução em condutos forçados

Nesse tipo de conduto, a pressão interna é diferente da pressão atmosférica. As seções


transversais são sempre fechadas e o fluido circulante as enche completamente. O movimento
pode se efetuar em qualquer sentido do conduto.

2.3 – Adução por canais, sistema de bombeamento e recalque

Denominam-se condutos livres ou canais os condutos onde o escoamento é caracterizado por


apresentar uma superfície livre na qual reina a pressão atmosférica.

Nesse contexto, os cursos d’água naturais constituem o melhor exemplo de condutos livres. Além
dos rios, funcionam como condutos livres os canais artificiais de irrigação e drenagem, os
aquedutos abertos, e de um modo geral, as canalizações onde o líquido não preenche totalmente
a seção do canal.

Os escoamentos em condutos livres diferem dos que ocorrem em condutos forçados porque o
gradiente de pressão não é relevante.

Nesses condutos, os escoamentos são mais complexos e com resolução mais sofisticada, pois as
variáveis são interdependentes com variação no tempo e espaço. Uma importante característica
da hidráulica dos canais, além da superfície livre, é sua deformidade.

Nesse conduto, o líquido escoante apresenta superfície livre, na qual atua a pressão atmosférica.
A seção não necessariamente apresenta perímetro fechado e, quando isto ocorre, para satisfazer
a condição de superfície livre, a seção transversal funciona parcialmente cheia. O movimento se
faz no sentido decrescente das cotas topográficas.
Figura 3: representação de condutos livres e forçados.

2.4 – Estações elevatórias e reservatórios de distribuição

São instalações de bombeamento destinadas a transportar a água a pontos mais distantes ou


mais elevados, ou para aumentar a vazão de linhas adutoras.

As estações elevatórias são mais utilizadas nos sistemas de abastecimento de água para:
1. Captar a água de superfície ou de poço;
2. Recalcar a água a pontos distantes ou elevados;
3. Reforçar a capacidade de adução.

A utilização das EE dentro do Sistema de Abastecimento de Água tem as seguintes desvantagens:


1. Elevam as despesas de operação devido aos gastos com energia;
2. São vulneráveis a interrupções e falhas no fornecimento de energia;
3. Exigem operação e manutenção especializada, aumentando ainda mais os custos com
pessoal e equipamentos.

No entanto, dificilmente um sistema de abastecimento de água de médio ou grande porte


deixa de contar com uma ou mais estações elevatórias.

As instalações elevatórias típicas são formadas por:

1. Casa de bombas: edificação própria destinada a abrigar os conjuntos de motobombas.


Deve ter iluminação e ventilação adequadas e ser suficientemente espaçosa para a instalação
e movimentação dos conjuntos elevatórios, incluindo espaço para a parte elétrica (quadro de
comando, chaves etc.);

2. Bomba: equipamento encarregado de succionar a água, retirando-a do reservatório de


sucção e pressurizando-a através de seu rotor, que a impulsiona para o reservatório ou ponto
de recalque. As bombas podem ser classificadas de uma maneira geral em:

• Turbobombas ou bombas hidrodinâmicas (radiais ou centrífugas, as mais usadas para o


abastecimento público de água, bombas axiais, bombas diagonais ou de fluxo misto);
• Bombas volumétricas, de uso comum na extração de água de cisterna (bombas de
êmbolo ou de cilindro de pistão);

3. Motor de acionamento: equipamento encarregado do acionamento da bomba. O tipo de


motor mais utilizado nos sistemas de abastecimento de água é o acionado eletricamente;

4. Linha de sucção: conjunto de canalizações e peças que vão do poço de sucção até a
entrada da bomba;

5. Linha de recalque: conjunto de canalizações e peças que vão da saída da bomba até o
reservatório ou ponto de recalque;

6. Poço de sucção: reservatório de onde a água será recalcada. Sua capacidade ou volume
deve ser estabelecido de maneira a assegurar a regularidade no trabalho de bombeamento.

2.5 – Conclusão

As tubulações (canalizações construídas com tubos) são classificadas segundo o material de


fabricação dos tubos, do tipo de junta e da pressão de serviço.

Os tubos, as peças pré-moldadas que constituem as canalizações, podem ser de: polietileno de
alta densidade (PAD), cloreto de polivinil (PVC), ferro fundido dúctil, aço soldado ou rebitado,
concreto simples ou armado ou de fibra de vidro.

A escolha do material dos tubos depende primariamente das pressões de serviço (a pressão
interna quando em funcionamento hidráulico) a que as tubulações vão ser submetidas. Além dos
diversos materiais, os fabricantes oferecem, para um mesmo material, diversas opções para
pressões de serviço e de ruptura, em geral mediante condições normalizadas oficialmente.

Documentos de referência para projetos de adutoras:

• NBR 12215 – Projeto de adutora de água para abastecimento público;


• NBR 09650 – Verificação da estanqueidade no assentamento de adutoras e redes de água;
• NBR 10156 – Desinfecção de tubulações de sistema público de abastecimento de água;
• NBR 12211 – Estudos de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água;
• NBR 12213 – Projeto de captação de água de superfície para abastecimento público;
• NBR 12214 – Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público;
• NBR 12216 – Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público;
• NBR 12217 – Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público.

AULA 3 – REDE DE DISTRIBUIÇÃO

3.1 – Introdução

Chama-se sistema de distribuição o conjunto formado pelos reservatórios e rede de distribuição,


subadutoras e elevatórias que recebem água de reservatórios de distribuição.

Já a rede de distribuição é um conjunto de tubulações e de suas partes acessórias destinado a


colocar a água a ser distribuída à disposição dos consumidores, de forma contínua e em pontos
tão próximos quanto possível de suas necessidades.

É importante também o conceito de vazões de distribuição, que é o consumo distribuído mais as


perdas que normalmente acontecem nas tubulações distribuidoras.

Tubulação distribuidora é o conduto da rede de distribuição em que são efetuadas as ligações


prediais dos consumidores. Esta tubulação pode ser classificada em condutos principais, aqueles
tais que, por hipóteses de cálculos, permite à água alcançar toda a rede de distribuição, e
secundários, demais tubulações ligadas aos condutos principais.
3.2 – Conceituação

A rede de distribuição é a estrutura do sistema mais integrada à realidade urbana. É constituída


por um conjunto de tubulações interligadas, instaladas ao longo das vias públicas ou nos passeios,
junto aos edifícios, conduzindo a água aos pontos de consumo (residências, edifícios comerciais,
escolas, hospitais etc.).

Em um sistema de distribuição, denomina-se área específica cada área cujas características de


ocupação a torna distinta das áreas vizinhas em termos de densidade demográfica e do tipo de
consumidor predominante. Chama-se de vazão específica a vazão média distribuída em uma área
específica.

As áreas específicas podem ser classificadas em função da predominância ou totalidade de


ocupação da área, da seguinte maneira:
• Áreas residenciais;
• Áreas comerciais;
• Áreas industriais;
• Mistas.

3.3 – Planejamento

A rede de distribuição é projetada para impedir que a pressão dinâmica mínima e a pressão
estática máxima não ultrapassem os limites recomendados e preestabelecidos.

A pressão estática em um tubo é dada pela altura da coluna d’água, medida em metros, que
existe sobre o tubo considerado, quando a água está parada. A pressão dinâmica é sempre menor
que a pressão estática, pois é obtida subtraindo da pressão estática as perdas de carga do
sistema.

A pressão dinâmica é a pressão exercida pela água em movimento. O aparelho usado para medir
pressão em tubulações é o manômetro.

Além da divisão em zonas de pressão, as redes de distribuição precisam ser divididas em setores
de manobra e setores de medição.
Setor de manobra: é a menor subdivisão da rede adotada para possibilitar seu isolamento
quando é necessária a realização de obras e serviços de manutenção.

A NBR 12.218 (ABNT,1994) estabelece que o isolamento do setor de manobra deve ser feito pelo
acionamento do menor número de válvulas, para facilitar a manutenção e diminuir a região
atingida por interrupção do serviço, no caso da manutenção. Essa norma traz outras orientações
relacionadas a setores de manobra.

Setor de medição: é a parte da rede de distribuição delimitada para permitir a avaliação da


evolução do consumo de água e das perdas de carga e perdas de água.

3.4 - Materiais e aspectos construtivos

Os elementos necessários para a elaboração do projeto de redes de distribuição de água para


abastecimento público estão definidos na NBR 12.218 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT (1994).

Essa norma deve ser constantemente consultada pelos profissionais que se dedicam a esse tipo
de projeto. Dela, destacam-se os seguintes elementos como requisitos necessários para a
elaboração de um bom projeto de rede de distribuição de água:

• Realização do estudo de concepção do sistema de abastecimento de água. A norma NBR12.211


da ABNT (1992) apresenta importantes orientações para esse estudo;
• Definição das etapas de implantação;
• Projetos de outras partes do sistema de abastecimento de água já elaborados de acordo com o
estudo de concepção;
• Levantamento planialtimétrico e semicadastral da área do projeto, incluindo o cadastro da rede
existente e detalhes do arruamento, dos tipos de pavimento, de obras especiais e de
interferências;
• Plano de urbanização e legislação relativa ao uso e ocupação do solo, quando houver.

Para que as redes de distribuição funcionem adequadamente, os profissionais que a constroem e


operam devem ter um bom conhecimento das propriedades dos materiais disponíveis no mercado.
3.5 - Distribuição em marcha e em malha

Ramificadas: nestas se pode estabelecer o sentido de escoamento da água. É o tipo utilizado


para pequenas cidades do interior (Figura 1).

Seu grande inconveniente reside no fato de que todo o abastecimento fica sujeito ao
funcionamento de uma única canalização principal. Uma interrupção acidental em um conduto
mestre prejudica sensivelmente as áreas situadas à jusante de onde ocorreu o acidente.

Figura 1: distribuição ramificada. Fonte: Além Sobrinho & Contrera.

Malhadas: neste caso, os condutos principais formam circuitos ou anéis e são interligados,
lembrando uma disposição de malha (Figura 2).

Não se pode estabelecer a priori o sentido de escoamento da água. Como a circulação pode
efetuar-se tanto num sentido da tubulação como no outro, este tipo de rede apresenta maior
eficiência que o primeiro.

Uma eventual interrupção no conduto mestre não causará transtornos, pois a água escoará em
direção contrária à anterior para atender a nova situação criada pela interrupção.
Figura 2: distribuição em malha.

3.6 - Conclusão

Diferentes alternativas podem e são utilizadas para o fornecimento de água para uma rede:
• Através de um único reservatório de montante;
• Com elevatória a montante ou em linha atendendo parte da rede (booster);
• Com reservatórios de sobras (a jusante);
• Sistemas complexos com múltiplos reservatórios, boosters e válvulas redutoras de
pressão.

AULA 4 – PROJETO DE UMA REDE DE ABASTECIMENTO

4.1 - Introdução

Um projeto de engenharia deve apresentar os elementos e informações necessárias e suficientes


para que a obra seja executada com segurança, funcionalidade, adequação, facilidade de
construção, conservação e operação, durabilidade dos componentes e principalmente a
possibilidade do emprego de mão de obra, material, matérias-primas e tecnologias existentes no
local.
4.1.1. Definições

a) Estudos de concepção — estudo de arranjos, sob os pontos de vista qualitativo e


quantitativo, das diferentes partes de um sistema, organizadas de modo a formar um todo
integrado, para a escolha da solução básica.

b) Projeto básico — conjunto de elementos necessários e suficientes, com precisão adequada,


para caracterizar a obra e o serviço, ou o complexo de obras ou serviços objeto da licitação,
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a
viabilidade do empreendimento, e que possibilitem a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução.

c) Projeto executivo — conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa


da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

4.1.2. Componentes do projeto básico

a) Memorial descritivo

A documentação do memorial descritivo deve conter informações referentes à sua defesa,


devendo ser avaliados, no mínimo, os seguintes elementos:

• Descrição sucinta do município ou localidade, inclusive as principais atividades econômicas e os


equipamentos sanitários urbanos, com suas respectivas áreas de abrangência;
• Concepção da obra, incluindo a justificativa da alternativa técnica adotada, bem como a forma
de execução de cada etapa ou fase da obra projetada;
• Informações que possibilitem a aceitação/ aprovação: da solução técnica adotada, dos locais
onde serão desenvolvidos os trabalhos, dos métodos executivos, da descrição do material a ser
utilizado e da forma de implantação de cada etapa.
4.1.3. Memorial de cálculo

Planilha de dimensionamento de toda e qualquer parte integrante do projeto, devendo ser


observado, no mínimo, o que se segue:

• Detalhamento dos estudos e dimensionamento da obra ou serviço;


• Detalhamento dos cálculos, das quantidades dos serviços, inclusive dos materiais, de acordo
com os quantitativos da planilha orçamentária;
• No caso de construção de poço, apresentar o laudo geológico ou estudo de locação;
• Memória de cálculo das quantidades de materiais e serviços — o projeto básico deverá
apresentar a planilha de quantitativos de materiais e serviços, calculados de acordo com as
normas, especificações e manuais técnicos e são de responsabilidade do projetista.

A memória de cálculo detalhada só será exigida em caso de dúvidas quanto aos valores
apresentados na planilha.

4.1.4. Plantas

Verificação básica:
• Material gráfico completo e suficiente;
• A planta de situação deverá esclarecer a área de abrangência, etapas de implantação e
localização;
• A planta baixa deverá apresentar indicação de cotas e dados relevantes do projeto;
• A planta de cortes e detalhes deverão ser suficientes para a compreensão;
• No caso de construção de poços, deverá ser apresentado o croqui construtivo (planta da
captação);
• Rede hidráulica com diâmetros de tubulações e demais dispositivos localizados;
• Detalhes referentes aos projetos estruturais, sendo que as instalações e obras
complementares deverão ser suficientes à avaliação precisa dos quantitativos propostos.
4.1.5. Planilha orçamentária

Deve ser observado, no mínimo, o que se segue:

• Detalhamento, item por item, de todos os serviços que compõem cada fase da execução;
• O detalhamento deverá incluir material e mão de obra e estar compatível com as ações
propostas;
• Para a construção de poços, deverá ser apresentada a planilha de serviços e materiais de
todas as fases construtivas, sendo que o projeto deverá estar compatibilizado com a geologia
descrita no laudo geológico ou no estudo de locação;
• O custo das obras ou serviços deverá estar atualizado com base nos preços de mercado
praticados regionalmente;
• A indicação dos serviços preliminares deverá estar de acordo com as respectivas unidades
e quantidades propostas;
• Caso seja indispensável a implantação de canteiro de obras, o custo dos serviços
preliminares deverá estar abaixo de 4% do valor da obra;
• Verificar se o BDI (bonificação e despesas indiretas) e encargos sociais estão embutidos
nos preços unitários de serviços e materiais;
• Os custos de mobilização e desmobilização de equipamentos deverão estar relacionados
com a utilização de equipamentos pesados;
• As unidades deverão estar compatíveis, evitando-se itens globais.

4.1.6. Cronograma físico-financeiro

Deverá ser observado:


• Compatibilização do prazo de execução da obra ou dos serviços com as ações propostas;
• Pertinência do cronograma físico-financeiro com o custo e duração das obras ou serviços;

4.1.7. Normas técnicas

Os parâmetros e faixas de recomendações para o dimensionamento de unidades componentes de


um projeto de sistema de abastecimento de água estão disponíveis nas Normas Brasileiras
editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e nas diretrizes específicas
elaboradas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
4.1.8. Anotação de Responsabilidade Técnica

A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deverá ser concedida pelo Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura (CREA) durante a fase de elaboração do projeto e durante a execução/
fiscalização da obra.

Ressalta-se que deverá haver a identificação e assinatura do engenheiro responsável pelo projeto,
nas folhas integrantes do projeto que são apresentadas à Funasa.

4.1.9. Licenciamento ambiental

A Resolução Conama nº 5, de 15 de junho de 1988, artigo 3º, inciso I, estabelece que para
sistemas de abastecimento de água, cujas obras de captação estejam acima de 20% da vazão
mínima da fonte de abastecimento no ponto de captação e que modifiquem as condições físicas
e/ou bióticas dos corpos d’água estarão sujeitas ao licenciamento ambiental.

Com o mesmo objetivo, a Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997, anexo 1 —


serviços de utilidade estabelece que as obras de implantação de estações de tratamento de água
também estarão sujeitas ao licenciamento.

Diante disso, para as obras de implantação ou ampliação de sistemas de abastecimento de água,


o órgão ambiental estadual deverá ser consultado sobre a necessidade ou não de licenciamento
ambiental, devendo o resultado dessa consulta ser parte constante do projeto proposto.

Adicionalmente, a outorga de direitos de uso de recursos hídricos, estabelecida pela Lei nº


9.433/1997, deverá fazer parte do projeto, conforme determinação do órgão outorgante.

4.2 – Captação

O homem possui dois tipos de fontes para seu abastecimento: as águas superficiais (rios, lagos,
canais etc.) e subterrâneas (lençóis subterrâneos).

Efetivamente essas fontes não estão sempre separadas. Em seu deslocamento pela crosta
terrestre, a água que em determinado local é superficial pode ser subterrânea em uma próxima
etapa e até voltar a ser superficial posteriormente.
As águas de superfície são as de mais fácil captação, havendo, por isso, uma tendência a que
sejam mais utilizadas no consumo humano.

No entanto, temos que menos de 5% da água doce existente no globo terrestre encontram-se
disponíveis superficialmente, ficando o restante armazenado em reservas subterrâneas.

É lógico que nem toda água armazenada no subsolo pode ser retirada em condições
economicamente viáveis, principalmente a localizada em profundidades excessivas e confinada
entre formações rochosas.

Quanto a sua dinâmica de deslocamento, as águas superficiais são frequentemente renovadas em


sua massa, enquanto que as subterrâneas podem ter séculos de acumulação em seu aquífero,
pois sua renovação é muito mais lenta pelas dificuldades óbvias, principalmente nas camadas
mais profundas.

A captação tem por finalidade criar condições para que a água seja retirada do manancial
abastecedor em quantidade capaz de atender o consumo e em qualidade tal que dispense
tratamentos ou os reduza ao mínimo possível. É, portanto, a unidade de extremidade de
montante do sistema.

Chama-se de manancial abastecedor a fonte de onde se retira a água com condições sanitárias
adequadas e vazão suficiente para atender a demanda.

No caso da existência de mais de um manancial, a escolha é feita considerando-se não só a


quantidade e a qualidade, mas também o aspecto econômico, pois nem sempre o que custa
inicialmente menos é o que convém, já que o custo maior pode implicar em custo de operação e
manutenção menor.

Na escolha do manancial, também se deve levar em consideração o consumo atual provável, bem
como a previsão de crescimento da comunidade e a capacidade ou não de o manancial satisfazer
a esse consumo.
Todo e qualquer sistema é projetado para servir, por certo espaço de tempo, denominado período
de projeto. Estes reservatórios podem dos seguintes tipos: superficiais (rios e lagos), subterrâneos
(fontes naturais, galerias filtrantes, poços) e águas pluviais (superfícies preparadas).

4.3 – Reservação

Os reservatórios são unidades hidráulicas de acumulação e passagem de água, situados em


pontos estratégicos do sistema, de modo a atenderem as seguintes situações:

• Garantia da quantidade de água (demandas de equilíbrio, de emergência e de anti-


incêndio);
• Garantia de adução com vazão e altura manométrica constantes;
• Menores diâmetros no sistema;
• Melhores condições de pressão.

Classificação

a) De acordo com a localização no terreno:

• Enterrado (quando completamente embutido no terreno);


• Semienterrado ou semiapoiado (altura líquida com uma parte abaixo do nível do
terreno);
• Apoiado (laje de fundo apoiada no terreno);
• Elevado (reservatório apoiado em estruturas de elevação);
• Stand pipe (reservatório elevado com a estrutura de elevação embutida de modo a
manter contínuo o perímetro da secção transversal da edificação).

Os tipos mais comuns são os semienterrados e os elevados. Os elevados são projetados para
quando há necessidade de garantia de uma pressão mínima na rede e quando as cotas do terreno
disponíveis não oferecem condições para que o mesmo seja apoiado ou semienterrado, isto é,
necessita-se de uma cota piezométrica de montante superior à cota de apoio do reservatório no
terreno local.

Desde que as cotas do terreno sejam favoráveis, sempre a preferência será pela construção de
reservatórios semienterrados, dependendo dos custos de escavação e de elevação, bem como da
estabilidade permanente da construção, principalmente quando a reserva de água for superior a
500 m3.

Reservatórios elevados com volumes superiores implicam em custos significativamente mais altos,
notadamente os de construção, e preocupações adicionais com a estabilidade estrutural.

Portanto a preferência é pelo semiapoiado, considerando-se problemas construtivos, de


escavação, de empuxos e de elevação.

Quando os volumes a armazenar forem grandes, principalmente acima dos 800 m3, e houver a
necessidade de cotas piezométricas superiores a do terreno, na saída do reservatório, a opção
mais comum é a construção de um reservatório elevado conjugado com um semienterrado.

b) De acordo com a localização no sistema:

• Montante (antes da rede de distribuição);


• Jusante ou de sobras (após a rede).

Os reservatórios de montante caracterizam-se pelas seguintes particularidades:


• Por ele passa toda a água distribuída a jusante;
• Têm entrada por sobre o nível máximo da água e saída no nível mínimo;
• São dimensionados para manterem a vazão e a altura manométrica do sistema de adução
constantes.

Já os reservatórios de jusante caracterizam-se pelas seguintes particularidades:


• Armazenam água nos períodos em que a capacidade da rede for superior à demanda
simultânea para complementar o abastecimento quando a situação for inversa;
• Reduzem a altura física e os diâmetros iniciais de montante da rede;
• Têm uma só tubulação servindo como entrada e saída das vazões.
4.4 – Elevatórias

Chama-se de elevatória o conjunto de bombas e acessórios que eleva a água de um ponto mais
baixo para outro mais alto.

As elevatórias podem estar localizadas antes, dentro ou depois da estação de tratamento de água.
Podem ser elevatórias de água bruta ou tratada, quando conduzem água bruta ou tratada,
respectivamente.

Quando a elevatória localiza-se entre um trecho e outro da rede de distribuição, ela recebe o
nome de booster.

Importância das elevatórias no sistema de abastecimento de água

Uma bacia hidrográfica pode ter o terreno tão íngreme que a água, para chegar a determinados
pontos, deverá ser recalcada, utilizando-se bombas.

Nesses casos, a existência de elevatórias é essencial, tanto para captar a água quanto para
conduzi-la a pontos de distribuição, viabilizando, assim, o tratamento da água e sua distribuição
às pessoas.

As bombas devem ser instaladas, de preferência, abrigadas. Contudo, nem sempre isso é possível
ou necessário (por exemplo: bomba submersa). Uma casa de bomba deve ter iluminação e
ventilação adequadas e espaço suficiente para sua instalação, de forma a permitir o acesso, com
segurança, ao operário.

As elevatórias podem ter diferentes formas; isto dependerá das características e da quantidade de
bombas, do tipo de acionamento escolhido e do espaço necessário para a instalação das
tubulações e acessórios.
Aula 5 - CONTAMINAÇÃO D’ÁGUA

5.1 – Introdução

A qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De modo geral,


pode-se dizer que a qualidade de uma determinada água é função do uso e da ocupação do solo
na bacia hidrográfica. Tal se deve aos seguintes fatores:

- Condições naturais: mesmo com a bacia hidrográfica preservada nas suas condições
naturais, a qualidade das águas subterrâneas é afetada pelo escoamento superficial e pela
infiltração no solo, resultantes da precipitação atmosférica.

O impacto nelas é dependente do contato da água emescoamento ou infiltração com as


partículas, substâncias e impurezas no solo.

Assim, a incorporação de sólidos em suspensão (ex.: partículas de solo) ou dissolvidos (ex.: íons
oriundos da dissolução de rochas) ocorre, mesmo na condição em que a bacia hidrográfica esteja
totalmente preservada em suas condições naturais (ex.: ocupação do solo com matas e florestas).
Neste caso, tem grande influência a cobertura e a composição do solo;

- Interferência do homem: a interferência do homem, quer de forma concentrada, como na


geração de despejos domésticos ou industriais, quer de forma dispersa, como na aplicação de
defensivos agrícolas no solo, contribui na introdução de compostos na água, afetando a sua
qualidade.

Portanto, a forma com que o homem usa e ocupa o solo tem uma implicação direta na qualidade
da água.

5.2 - Impactos da contaminação patogênica

A água é normalmente habitada por vários tipos de microrganismos de vida livre e não parasitária,
que dela extraem os elementos indispensáveis à sua subsistência. Ocasionalmente, são aí
introduzidos organismos parasitários e/ou patogênicos que, utilizando a água como veículo,
podem causar doenças, constituindo um perigo sanitário potencial.
Entre os principais tipos de organismos patogênicos que podem encontrar-se na água, estão as
bactérias, cianobactérias, vírus, protozoários e helmintos.

Em virtude da grande dificuldade para a identificação dos vários organismos patogênicos


encontrados na água, dá-se preferência, para isto, a métodos que permitam a identificação de
bactérias do grupo coliforme que, por serem habitantes normais do intestino humano, existem,
obrigatoriamente, em águas poluídas por matéria fecal.

As bactérias coliformes são normalmente eliminadas com a matéria fecal, à razão de 50 a 400
bilhões de organismos por pessoa por dia.

Dado o grande númerode coliformes existentes na matéria fecal (até 300 milhões por grama de
fezes), os testes de avaliação qualitativa desses organismos na água têm uma precisão ou
sensibilidade muito maior do que a de qualquer outro teste.

Um aspecto relevante, em termos de qualidade biológica da água, é relativo à possibilidade da


transmissão de doenças. O quadro seguinte apresenta as principais doenças relacionadas com a
água.

Transmissão Doença Agente patogênico Medida


Pela água Cólera VibriocholeraeO 1 e O 139; - Implantar sistema de
Febre tifoide Salmonellatyphi; abastecimento etratamento
Giardíase Giardialamblia; da água, com
Amebíase Entamoebahistolytica; fornecimentoem quantidade
Hepatite infecciosa Hepatite virus A e E; e qualidade
Diarreia aguda Balantidium coli, Cryptosporidium, paraconsumohumano, uso
Bacciluscereus,S. aureus, doméstico e coletivo;
Campylobacter, E. - Proteger de contaminação
colienterotoxogênicae os mananciais e fontes de
enteropatogênica, água;
enterohemolítica,
Shigella,Yersiniaenterocolitica,
Astrovirus, Calicivirus,
Norwalk, Rotavirus A e B
Pela falta de Escabiose Sarcoptesscabiei; - Implantar sistema
limpeza, Pediculose (piolho) Pediculushumanus; adequado deesgotamento
higienização com a Tracoma Clamydiatrachomatis; sanitário;
água Conjuntivite Haemophilus aegyptius; - Instalar abastecimento de
Salmonelose Salmonella typhimurium, S. águapreferencialmente com
Tricuríase enteritides; encanamentono domicílio;
Enterobíase Trichuristrichiura; - Instalar melhorias
Ancilostomíase Enterobius vermiculares; sanitáriasdomiciliares e
Ascaridíase Ancylostomaduodenale; coletivas;
Ascaris lumbricoides; - Instalar reservatório de
águaadequado com limpeza
sistemática (a
cada seis meses);
Por vetores que se Malária Plasmodiumvivax, P. malarie e P. - Eliminar o aparecimento
relacionam com a Dengue falciparum; decriadouros de vetores
água Febre amarela Grupo B dos arbovírus; com inspeçãosistemática e
Filariose RNA vírus; medidas de controle
Wuchereriabancrofti; (drenagem, aterro e
outros);
- Dar destinação final
adequada aos resíduos
sólidos;
Associada à água Esquistossomose Schistosoma mansoni; - Controlar vetores e
Leptospirose Leptospirainterrogans; hospedeiros intermediários.

5.3 - Matéria orgânica e balanço de oxigênio em corpos d’água

Em termos ecológicos, a repercussão mais nociva da poluição de um corpo d’água por matéria
orgânica é a queda nos níveis de oxigênio dissolvido, causada pela respiração dos microrganismos
envolvidos na depuração dos esgotos.

O oxigênio dissolvido tem sido utilizado tradicionalmente para a determinação do grau de poluição
e de autodepuração em cursos d’água. A sua medição é simples e o seu teor pode ser expresso
em concentrações passíveis de modelagem matemática.

No processo de autodepuração, há um balanço entre as fontes de consumo e de produção de


oxigênio. Quando a taxa de consumo é superior à taxa de produção, a concentração de oxigênio
tende a decrescer, ocorrendo o inverso quando a taxa de consumo é inferior à de produção.

Os principais fenômenos interagentes no balanço de OD são:


Consumo de oxigênio Produção de oxigênio
Oxidação de matéria orgânica (respiração) Reaeração atmosférica
Demanda bentônica (lodo de fundo) Fotossíntese
Nitrificação (oxidação de amônia)

5.4 - Qualidade de corpos d’agua

A condição de qualidade das águas é a “qualidade apresentada por um corpo d’água, num
determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada, frente às classes
de qualidade”.
A classe de qualidade representa um “conjunto de condições e padrões de qualidade de água
necessário ao atendimento dos usos preponderantes, atuais ou futuros”, de acordo com a
Resolução CONAMA n. 357, de 17 de março de 2005 (CONAMA, 2005).

A classificação da qualidade das águas pode variar, conforme os usos aos quais elas se destinam.

A presença de certas substâncias nas águas não significa que estas estejam poluídas, sendo
algumas delas necessárias para a manutenção da vida de determinados organismos. Os peixes,
por exemplo, consomem, além de certa quantidade de oxigênio dissolvido, algumas substâncias
minerais.

Na realidade, a água considerada absolutamente "pura", composta apenas de moléculas de


hidrogênio e oxigênio, somente pode ser obtida em laboratório.

Já quando há nas águas substâncias estranhas a sua composição, prejudicando seu uso, elas
apresentam certo grau de poluição.

Um dos instrumentos mais importantes para a realização de uma adequada gestão ambiental é o
monitoramento.

Através dele, é possível avaliar as tendências de recuperação ou comprometimento da


disponibilidade e qualidade das águas, da qualidade do ar, da recuperação e supressão das
florestas, além do cumprimento da legislação e dos limites licenciados para atividades
potencialmente poluidoras (IAP, 2009).

O monitoramento consiste na “medição ou verificação de parâmetros de qualidade e quantidade


de água, que pode ser contínua ou periódica, utilizada para acompanhamento da condição e
controle da qualidade do corpo de água” (CONAMA, 2005).

De acordo com o método de avaliação integrada da qualidade da água (AIQA), inter-


relacionam-se “três dimensões de qualidade: a físico-química, a bacteriológica e a ecotoxicológica”
(IAP, 2009) pelo método Multiobjetivo de Programação de Compromisso, “que se baseia em uma
condição ideal da qualidade da água (Classe 1 do CONAMA – 357/2005)” (IAP, 2009, p. 21).
A qualidade da água pode ser avaliada com base em um conjunto de variáveis como, por exemplo
(CONAMA, 2005):
• Clorofila;
• Coliformes termotolerantes;
• Cor verdadeira;
• Corantes provenientes de fontes antrópicas (provenientes de ocupação, exploração de recursos
naturais e atividades humanas);
• Demanda bioquímica de oxigênio (DBO);
• Densidade de cianobactérias;
• Efeito tóxico a organismos;
• Fenóis;
• Gosto;
• Materiais flutuantes, incluindo-se espumas não naturais;
• Odor;
• Óleos e graxas;
• Oxigênio dissolvido (OD);
• Potencial hidrogeniônico (pH);
• Resíduos sólidos objetáveis;
• Substâncias sedimentáveis;
• Turbidez etc.

Conforme a Agência Nacional de Águas (ANA) do Brasil, o índice de qualidade das águas
(IQA) foi criado em 1970, nos Estados Unidos, pela NationalSanitation Foundation.

A partir de 1975 começou a ser utilizado pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo). Nas décadas seguintes, outros Estados brasileiros adotaram o IQA, que hoje é o principal
índice de qualidade da água utilizado no país (ANA, 2012).

O IQA foi desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta visando seu uso para o
abastecimento público, após tratamento. Os parâmetros utilizados no cálculo do IQA são em sua
maioria indicadores de contaminação causada pelo lançamento de esgotos domésticos (ANA,
2012).

A avaliação da qualidade da água obtida pelo IQA apresenta limitações, já que este índice não
analisa vários parâmetros importantes para o abastecimento público, tais como substâncias
tóxicas (ex.: metais pesados, pesticidas, compostos orgânicos), protozoários patogênicos e
substâncias que interferem nas propriedades organolépticas da água (ANA, 2012).

O IQA compõe-se de nove parâmetros, que possuem pesos diferenciados, “em função da sua
importância para a conformação global da qualidade da água” (ANA, 2012):

1. Oxigênio dissolvido (peso = 0,17)


2. Coliformes termotolerantes (peso = 0,15)
3. Potencial hidrogênionico (pH) (peso = 0,12)
4. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) (peso = 0,10)
5. Temperatura da água (peso = 0,10)
6. Nitrogênio total (peso = 0,10)
7. Fósforo total (peso = 0,10)
8. Turbidez (peso = 0,08)
9. Resíduo total (peso = 0,08)

Cabe ressaltar também a importância da avaliação da qualidade microbiológica da água, com


relação à presença de parasitas e vírus, além de bactérias, que prejudicam a saúde humana.

5.5 - Efeitos da indústria

Pode-se dizer que a partir da Revolução Industrial a poluição passou a ser um problema para a
humanidade. O grau de poluição aumentou muito com a industrialização e urbanização, e a sua
escala deixou de ser local para se tornar global.

A própria aglomeração urbana já é por si só uma fonte de poluição, pois carrega consigo vários
problemas ambientais, como o acúmulo de lixo, o enorme volume de esgotos etc.

Com o desenvolvimento do capitalismo, a natureza vai pouco a pouco deixando de existir para dar
lugar a um meio ambiente transformado, modificado, produzido pela sociedade moderna. O
homem deixa de viver em harmonia com a natureza e passa a dominá-la.

Mas esse domínio da tecnologia moderna sobre o meio natural traz consequências negativas para
a qualidade da vida humana e prejudica o meio ambiente. O homem, afinal, também é parte da
natureza, depende dela para viver, e acaba sendo prejudicado por muitas dessas transformações,
que degradam sua qualidade de vida.

As indústrias que surgem para desenvolver produtos e melhorar a vida das pessoas tem como
consequência a geração de resíduos, o também chamado lixo industrial, proveniente dos
processos industriais. A liberação de resíduos da indústria para o ambiente pode causar a
poluição do ar, da água e do solo.

Para evitar a emissão de substâncias tóxicas, as indústrias podem usar várias metodologias. São
filtros específicos utilizados durante o processo produtivo e colocados em chaminés, tratamento
de efluentes e armazenamento adequado do material, acompanhamento e análises periódicas de
solo e águas superficiais e subterrâneas próximas às instalações.

O grande problema é que muitas indústrias não tratam seus resíduos e despejam esses poluentes
diretamente no ambiente. Falta maior fiscalização do governo e de órgãos públicos, buscando
cuidar da qualidade do meio ambiente.
AULA 6 – PROCESSOS E TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO

6.1 – Introdução

Com a frequente escassez dos recursos hídricos, novas tecnologias visando garantir a qualidade
da água dos mananciais e um melhor aproveitamento dos recursos hídricos têm sido alvo de
pesquisa e desenvolvimento há várias décadas.

A demanda por novas tecnologias para o tratamento de água, efluentes industriais e municipais, e
os resíduos gerados por estes sistemas são cada vez mais estudados e analisados quanto a suas
eficiências, assim como sua capacidade de redução de custos.

Os processos industriais e a agricultura são responsáveis por grande parte do consumo de água
em nosso país.

Essas águas, na maioria das vezes utilizadas em processos industriais, ao final de sua utilização,
encontram-se em condições químicas ou físicas inadequadas, podendo apresentar uma
diversidade de poluentes e resíduos de elevados níveis de carga orgânica até compostos de alta
toxicidade, impossibilitando o retorno ao manancial que foi captado.

Outro grande responsável pela poluição são os esgotos, com alta concentração de carga orgânica
e muitos contaminantes patogênicos.

6.2 - Padrão de potabilidade

Uma água é dita potável quando é inofensiva à saúde do homem, agradável aos sentidos e
adequada aos usos domésticos.

Nesses termos, por exemplo, uma água quente, embora seja inofensiva à saúde, não pode ser
considerada potável, da mesma maneira que uma água com elevado teor de dureza que, nestas
condições, irá atrapalhar significativamente o desempenho das tarefas domésticas.

Para que uma água seja considerada potável, é importante que na sua fase de tratamento sejam
eliminadas todas as substâncias originalmente presentes que lhe confiram algum gosto ou cheiro
peculiar. Paralelamente também não devem resultar turbidez ou cor visíveis.
Definem-se como padrões de potabilidade os limites de tolerância das substâncias presentes na
água de modo a garantir-lhe as características de água potável.

De um modo geral, os padrões de potabilidade tornam-se mais rigorosos com o passar dos anos,
visto que novas técnicas de tratamento e a evolução das tradicionais, associadas a novas
descobertas científicas, principalmente no trato com as doenças transmissíveis através da água ou
que têm nela uma parte de seu ciclo, vão permitindo esse desenvolvimento.

Também é de se esperar que em países mais desenvolvidos estes padrões sejam mais rigorosos,
considerando a maior disponibilidade de recursos e o maior domínio de tecnologias apropriadas.

Em linhas gerais, esses padrões são físicos (cor, turbidez, odor e sabor), químicos (presença de
substâncias químicas) e bacteriológicos (presença de microrganismos vivos). Normalmente as
legislações específicas de cada região ou país regem-se pelas recomendações da Organização
Mundial de Saúde (OMS).

6.3 - Gradeamento e desarenação

O gradeamento é a etapa na qual ocorre a remoção de sólidos grosseiros, em que o material de


dimensões maiores do que o espaçamento entre as barras é retido.

Há grades grosseiras (espaços de 5,0 a 10,0 cm), médias (espaços entre 2,0 a 4,0 cm) e finas
(entre 1,0 e 2,0 cm), que têm pôr objetivo reter o material sólido grosseiro em suspensão no
efluente.

As principais finalidades do gradeamento são: proteção dos dispositivos de transporte dos


efluentes (bombas e tubulações); proteção das unidades de tratamento subsequentes e proteção
dos corpos receptores.

A desarenação é a etapa na qual ocorre a remoção da areia por sedimentação. Este mecanismo
ocorre da seguinte maneira: os grãos de areia, devido às suas maiores dimensões e densidade,
vão para o fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, de sedimentação bem mais lenta,
permanece em suspensão, seguindo para as unidades seguintes.
As finalidades básicas da remoção de areia são: evitar abrasão nos equipamentos e tubulações,
eliminar ou reduzir a possibilidade de obstrução em tubulações, tanques, orifícios e sifões e
facilitar o transporte do líquido, principalmente a transferência de lodo, em suas diversas fases.

6.4 - Aeração e remoção de ferro e manganês

A água dos mananciais subterrâneos, dos fundos dos lagos ou reservatórios estratificados, ou dos
rios contaminados, conterá muito pouco oxigênio dissolvido.

Se a água anaeróbia for admitida na ETA, ela afetará ou danificará outras unidades do processo,
em particular a filtração e a coagulação. É por isso que a água bruta necessita estar aerada antes
do tratamento, o que se consegue pondo a água em contato com o ar.

A forma de borbulhar ar na água se realiza frequentemente em pequena escala, já que é


proibitivamente caro nas grandes ETAs, devido aos grandes volumes de água que se tratam
diariamente. Para estes casos, o método mais simples é uma cascata ou um sistema de fonte.

Em uma cascata, a água verte por uma estrutura de torre, que assegura a reareação pela
excessiva turbulência. Existem muitos outros tipos de sistemas de aeração que são utilizados,
incluindo torres fechadas e difusores.

Além de assegurar um ótimo grau de tratamento na ETA, a aeração também fornece oxigênio
para a purificação e incrementa significativamente a qualidade da água, especialmente o sabor.

A aeração também reduz certos odores desagradáveis e reduz a corrosividade da água pela
eliminação de qualquer gás de dióxido de carbonopresente, pela elevação do pH.

Esse método não pode, sem dúvida, reduzir as propriedades corrosivas das águas ácidas por si só
e deve ser necessária uma neutralização com cal.

Ferro e manganês também podem ser eliminados da dissolução pela aeração. Esses metais são
solúveis em águacom pH inferior a 6,5 e em ausência de oxigênio, e é por isso que são comuns
em águas subterrâneas.
A aeração oxida os sais solúveis de metais a hidróxidos de metais insolúveis que podem então ser
eliminados por floculação ou filtração.

6.5 - Coagulação química

Depois de filtrados, a maioria dos sólidos suspensos serão muito finos, normalmente menores que
10µm (sólidos coloidais), tão pequenos de peso que podem nunca sedimentar naturalmente.

Esses sólidos são partículas de argila, óxidos de metal, moléculas de proteínas grandes e
microrganismos.

Todas as partículas pequenas (coloidais) tendem a estar carregadas negativamente, e com tais
cargas repelem-se umas às outras, evitando a agregação em partículas maiores, as quais
poderiam então sedimentar.

A eliminação da matéria coloidal é um processo de duas fases: a coagulação seguida da


floculação.

Um coagulante se adiciona à água para desestabilizar as partículas e induzi-las a agregarem-se


em partículas maiores conhecidos como flóculos.

Diferentes tipos de coagulantes são utilizados. Os sais mais comuns são o sulfato de alumínio,
hidróxido de alumínio, cloreto de polialumínio, cloreto de ferro (III), sulfato de ferro (III) e cal.

O sulfato de ferro II (FeSO4•7H2O) é conhecido como melanterita, e também geralmente se


mistura com o cloro para formar o cloreto de ferro (III) (FeCl3) e sulfato de ferro (III)
[Fe(SO4)3].

Há um rápido incremento no número de polímeros sintéticos disponíveis, que incluem as


poliacrilaminas, óxido de polietileno e ácido poliacrílico. Estes últimos estão sendo muito utilizados
nos detergentes ecológicos como substitutos dos polifosfatos.

Os mecanismos atuais de coagulação são complexos e incluem adsorção (processo pelo qual um
gás, vapor, matéria dissolvida ou partículas em suspensão são captadas e aderidas na superfície
de outro material tanto por forças físicas como químicas), neutralização de cargas e a entrada na
matriz físico-química formada.

A quantidade de coagulante adicionada à água é crítica. Muito pouca quantidade resulta em uma
coagulação ineficaz, de modo que as instalações de filtração podem bloquear-se rapidamente,
enquanto que demasiada quantidade de coagulante pode conduzir a um excesso de produtos
químicos na água final.

6.6 - Produtos químicos

O processo de tratamento é complementado pela utilização de produtos químicos que visam a


alterar algumas características da água, otimizando as etapas do tratamento ou melhorando o
produto final.

O quadro a seguir mostra os principais produtos utilizados e suas aplicações:

Aplicação Produtos utilizados


Remoção de partículas em Sulfato de alumínio*
suspensão/coagulação Sulfato ferroso
Sulfato ferroso clorado
Sulfato férrico
Cloreto férrico
Aluminato de sódio
Ajuste do pH Cal hidratada*
Carbonato de cálcio
Carbonato de cálcio (soda ou
barriha)
Hidróxido de sódio
Gás carbônico
Ácido clorídrico
Ácido sulfúrico
Controle da corrosão Cal hidratada*
Carbonato de sódio
Hidróxido de sódio
Polifosfatos de sódio
Remoção ou controle do Cloro gasoso*
desenvolvimento de Hiploclorito de sódio*
microrganismos/desinfecção Hiploclorito de cálcio*
Amônia hidratada
Hidróxido de amônia
Sulfato de amônia
Ozona
Redução da cárie dentária Fluorssilicato de sódio*
infantil/fluoretação Fluoreto de sódio
Ácido fluorssilícico*
Fluoreto de cálcio (fluorita)

AULA 7 – UNIDADES DE MISTURA I

7.1 Introdução

As águas para abastecimento público, notadamente as procedentes de mananciais superficiais,


necessitam na sua transformação em água potável, além de passar por um processo de
sedimentação precedido de coagulação química.

Isso porque as águas com cor e turbidez elevadas, características especialmente de águas no
período chuvoso, exigem esse tipo de tratamento químico, seguido de filtração rápida e da
indispensável desinfecção.

Na literatura técnica de saneamento público de água, esse tratamento é dito convencional. Assim,
uma estação convencional de tratamento de água compreende as seguintes unidades: mistura
rápida, floculação, decantação, filtração e desinfecção.

7.2 Unidades de mistura rápida – floculação

Quando as partículas pequenas em um líquido se colidem, algumas se agregam naturalmente


para formar partículas maiores. Conforme as partículas maiores sedimentam, alcançam as
partículas menores que estão sedimentando a uma velocidade mais lenta. Caso se colidam, então
as partículas menores se agregarão às maiores.

A probabilidade de choque entre as partículas pode ser incrementada significativamente agitando


suavemente a água; este processo é conhecido como floculação.
Onde há uma alta concentração de partículas coloidais, a floculação pode ser efetiva por si
mesma. Para as concentrações mais baixas, geralmente encontradas nos recursos de água, sem
dúvida se deve utilizar um coagulante.

No processo de tratamento de água, a floculação segue portanto a adição química (coagulação),


que é necessária para desestabilizar as partículas coloidais presentes. Durante esta mescla, se
produzem flocos maiores, que são facilmente eliminados durante a clarificação.

A floculação se sucede de forma natural pelo movimento browniano (floculação pericinética); é


certo que para partículas maiores que 1µm isto é muito lento e se necessita de um sistema de
agitação mecânica (misturadores de palhetas ou de turbinas) para aumentar o ritmo das colisões
(floculação ortocinética).

7.3 Unidades de mistura lenta – decantação

Aqui os flocos formados pela adição do coagulante e a floculação são eliminados por
sedimentação. O processo em si é diferente do de sedimentação normal encontrada nas ETE
urbanas ou industriais, em que a água flui lentamente ao longo ou através de um tanque,
permitindo que as partículas se sedimentem.

No tratamento da água, esta flui ascendentemente, desde próximo da base do tanque até a parte
superior.

Os flocos, os quais são mais pesados que a água, sedimentam próximo do fundo, de modo que o
operador deve equilibrar a velocidade de sedimentação que enfrenta a vazão ascendente da água
para assegurar que todas as partículas se mantenham no tanque como um manto grosso de lodo.

Há uma capa de água clara, a água limpa na superfície é rebaixada de uma simples canaleta e é
encaminhada à próxima etapa do processo de tratamento.

Esses tanques se denominam clarificadores e são muito eficientes. Conforme os flocos sobem
através do manto, se sucede outra floculação, a qual incrementa a densidade do floco. Para
manter a altura requerida, e que se retenham mais lodo dentro do tanque aumentando a eficácia,
se deve descarregar o excesso de lodo do tanque.
A eliminação do lodo pode ser contínua ou em intervalos. Os lodos são uma mistura de todas as
impurezas encontradas na água, especialmente bactérias, vírus e quistos de protozoos, os quais
devem ser manejados com cuidado e lançados em local seguro.

O volume do lodo é bastante grande, equivalendo entre 1,5 a 3 % de todo o caudal que atravessa
o clarificador. Existem muitos projetos diferentes de tanques de sedimentação, incluindo
prateleiras inclinadas, prateleiras paralelas e tubos para ajudar a sedimentação.

7.4 Decantação com placas ou tubos paralelos

Os decantadores laminares ou tubulares foram concebidos considerando que a ação de um


decantador depende de sua área superficial, e não de sua profundidade.

Assim, uma subdivisão horizontal produziria uma superfície dupla para receber os sólidos
sedimentáveis, duplicando a capacidade de trabalho.

Nesse raciocínio, uma série de bandejas horizontais em um grande número de células de pouca
profundidade o incremento da eficiência deveria ser muito grande. Contudo, essa forma simplista
de raciocínio esbarra nas dificuldades de limpeza dos tanques, além das dificuldades de
distribuição de fluxo.

7.5 Flotação

A flotação é um tipo de processo físico de separação de misturas heterogêneas. Essa técnica


consiste emadicionar bolhas de ar ao meio, o que faz com que as partículas em suspensão no
líquido passem a aderir-se a essas bolhas. Essa espuma formada pode então ser removida,
arrastando consigo as partículas de impurezas.

Esse processo é o contrário do que acontece na sedimentação, pois neste último método de
separação de misturas, as partículas em suspensão vão se depositando no fundo do recipiente
pela ação da gravidade e são posteriormente retiradas por decantação, por exemplo.

Já a flotação leva as partículas à superfície da mistura. A palavra flotation (flotação em inglês),


inclusive, transmite a ideia de “flutuação”.
Para que as partículas possam ser arrastadas na flotação, é necessário que elas sejam coloidais,
ou seja, que tenham o diâmetro entre 1nm e 1000 nm.

7.6 Filtração

Depois da clarificação, a água contém unicamente sólidos finos (<10mg/l) e material solúvel.
Ainda que algumas destas substâncias pudessem estar na água bruta natural, muitas se haverão
formado durante o processo de coagulação. A filtração é um processo requerido para eliminar
esse material residual.

Os filtros contêm capas de areia ou carvão antracito e brita graduada. As tubulações por debaixo
dos filtros, as drenagens, recolhem a água filtrada. As partículas retidas pela areia bloqueiam a
superfície e reduzem o caudal de água através do filtro, sendo a razão que estes devem ser
limpos intermitentemente.

Isso se realiza raspando a capa superficial de areia que contém as partículas retidas, ou quando
seja possível bombear água a baixa pressão através do filtro em direção inversa. Esta última lava
a areia de todas as partículas pequenas retidas, num processo conhecido como lavado a fluxo
inverso.

A eficácia dos filtros depende de uma série de fatores, como a natureza e qualidade do material a
ser eliminado da água, o tamanho e a forma do filtro e o caudal de água que passa pelo filtro.

Existem dois tipos de filtros: os filtros de areia rápidos e lentos. Os filtros lentos de areia têm uma
capa de areia de quartzo muito mais fina (0,5 a 2,0 cm de profundidade) sobreposta a uma capa
de areia grossa ou brita (1,0 a 2,0 m de profundidade), que fisicamente eliminam os sólidos finos.

Esses filtros, além de uma filtração física, também proporcionam certo grau de tratamento
biológico.

Os 2mm superiores de areia contêm uma mistura de algas e bactérias nitrificantes (capa
autotrófica), na qual se elimina o nitrogênio e o fósforo e se libera oxigênio.
Debaixo dessa capa autotrófica, está uma capa mais grossa de areia, até 300 mm, a qual está
colonizada por bactérias (capa heterotrófica) e outros microrganismos que eliminam da água o
coloide residuale a matéria orgânica solúvel.

O tratamento de água nos filtros de areia é portanto uma combinação de atividade física e
biológica, com bactérias patogênicas, sabor e odor (devido às algas e compostos orgânicos),
eliminados em grande escala.

A qualidade das águas é excelente, e esse filtro difere dos filtros rápidos de areia, nos quais pode
ser necessário um tratamento posterior, já que há muito pouca atividade biológica e somente se
retêm os sólidos grandes.

O ritmo de filtração nos filtros de areia lentos é controlado somente pela gravidade, e isto,
combinado com os pequenos espaços entre as partículas de areia, faz com que a água passe por
estes espaços muito vagarosamente.

A velocidade média de filtração está entre 0,1 e 0,3 m3/m2/h, de modo que necessitam grandes
superfícies de filtros.

São caros de manejar, pois a capa de dejetos que se recolhe na superfície de areia e impede a
drenagem deve ser limpa, raspando mecanicamente depois de que o filtro é esvaziado.

Diferentemente dos filtros rápidos de areia, os filtros lentos não podem ser limpos com fluxo
inverso. Depois de dois a três meses, a areia que foi eliminada no processo de limpeza deve ser
reposta para manter a profundidade requerida pelo processo.
Aula 8 - UNIDADES DE MISTURA II

8.1 – Introdução

A água é um dos elementos essenciais para a sobrevivência do ser humano e por conta disso,
necessita de um tratamento rigoroso que garanta sua qualidade e evite a disseminação de graves
doenças entre a população. Neste cenário, a desinfecção da água se torna um processo de
extrema importância para a humanidade e para o combate de doenças infecciosas.

8.2 - Alcalinidade e dureza - processos de remoção

Entre as impurezas encontradas na água, existem aquelas que são capazes de reagir com ácidos,
podendo neutralizar certa quantidade desses reagentes. Essas impurezas conferem às águas a
característica de alcalinidade.

Por definição, a alcalinidade de uma água é a sua capacidade quantitativa de neutralizar um ácido
forte, até um determinado pH.

Para medir a alcalinidade em laboratório, utiliza-se ácido sulfúrico. A alcalinidade é devida


principalmente à presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos. Os compostos mais comuns
são os seguintes:

• Hidróxidos de cálcio ou de magnésio;


• Carbonatos de cálcio ou de magnésio;
• Bicarbonatos de cálcio ou de magnésio;
• Bicarbonatos de sódio ou de potássio.

Mesmo as águas com pH inferior a 7,0 (5,5 por exemplo), podem, e, em geral, apresentam
alcalinidade, pois normalmente contêm bicarbonatos.

Dependendo do pH da água, podem ser encontrados os seguintes compostos:

• Valores de pH acima de 9,4: hidróxidos e carbonatos (alcalinidade cáustica);


• Valores de pH entre 8,3 e 9,4: carbonatos e bicarbonatos;
• Valores de pH entre 4,4 e 8,3: apenas bicarbonatos.
Inicialmente, a dureza da água era entendida como a sua capacidade de precipitar sabão. O
sabão é precipitado principalmente pela presença de íons cálcio e magnésio.

Outros cátions, como por exemplo, ferro, manganês e zinco, podem precipitar o sabão; porém,
geralmente estão presentes na água na forma de complexos, frequentemente com constituintes
orgânicos, e sua participação na dureza da água é mínima.

Assim, e de acordo com a prática atual, a dureza de uma água é a soma das concentrações de
cálcio e magnésio, expressas em termos de carbonato de cálcio, em miligramas por litro.

O cálcio e o magnésio estão presentes na água, principalmente nas seguintes formas:


bicarbonatos de cálcio e de magnésio e sulfatos de cálcio e de magnésio.

Os bicarbonatos de cálcio e de magnésio, que também são responsáveis pela alcalinidade, causam
a dureza chamada temporária, que pela ação de calor ou de substâncias alcalinas geram a
precipitação dos carbonatos destes íons.

Os sulfatos e outros compostos (cloretos, por exemplo) dão à água a dureza denominada
permanente. A dureza de uma água pode variar de zero a centenas de miligramas por litro,
dependendo da fonte e do tratamento aplicado.

A redução de dureza consiste na aplicação de substâncias (cal e carbonato de sódio), que reagem
com os compostos de cálcio e de magnésio, precipitando-os.

8.3 - Desinfecção - cloração, ozonização e ultravioleta

A desinfecção da água pode ocorrer por meio de métodos químicos, como cloração, dióxido de
cloro e ozônio, ou por métodos físicos, como a radiação ultravioleta e a filtração por membranas.

As formas mais comuns de desinfecção são: ozonização, dosagem de hipoclorito, cloração e


lâmpada de ultravioleta.

A ozonização é feita a partir de um gerador de ozônio produzido a partir de oxigênio do ar ou


cilindro de oxigênio.
A dosagem de hipoclorito de sódio é feita diretamente na água; nesta aplicação, o tempo de
contato é fundamental para a manutenção do cloro residual, produzindo o ácido hipocloroso.

Já a cloração da água consiste na dosagem direta de cloro gasoso. Na desinfecção por


ultravioleta, a destruição do DNA de bactérias, vírus, esporos, algas e fungos ocorre no
comprimento de onda de 254nm, utilizando-se lâmpadas fluorescentes de vapor de mercúrio de
alta eficiência sem alterar as características da água pré-filtrada.

O processo de cloração possui na verdade duas funções: a de pré-cloração, que é destinada ao


consumo doméstico e atua como oxidante primário, e de pós-cloração, cuja função principal é
bactericida.

O ozônio é um gás com alto poder de oxidação e desinfecção. Trata-se de uma molécula com três
átomos de oxigênio e que pode ser produzido em geradores que utilizam ar (atmosférico ou
comprimido) ou oxigênio.

No reator do gerador, uma descarga elétrica de alta tensão promove a formação do ozônio, que
pode ser posteriormente dissolvido em água para o tratamento. Além de seu alto poder de
desinfecção, as vantagens do uso de ozônio que podemos destacar é que se decompõe em
oxigênio e não requer produtos químicos para sua formação.

A radiação ultravioleta UV também pode ser utilizada como método de desinfecção. Neste
sistema, raios ultravioleta C, principalmente no comprimento de onda de 254 nm, causam
alterações no DNA das células dos microrganismos, levando consequentemente à sua inativação.

A água a ser tratada flui pela câmara do gerador, onde recebe irradiação UV emitida por uma
lâmpada. A turbidez e transmitância da água a ser tratada devem ser avaliadas, uma vez que
interferem na eficiência do tratamento UV.

O método dispensa o uso de produtos químicos. No entanto, como o tratamento UV não possui
efeito residual, pode ser combinado com o uso de outros produtos químicos, dependendo da
aplicação.
8.4 – Fluoretação

A fluoretação é a adição controlada de um composto de flúor à água de abastecimento público,


com a finalidade de elevar sua concentração a um teor predeterminado e, desta forma, atuar no
controle da cárie dentária.

A fluoretação da água de abastecimento público representa uma das principais e mais importantes
medidas de saúde pública, podendo ser considerada o método de controle de cárie dentária mais
efetivo, quando considerada a abrangência coletiva.

8.5 - Correção final de pH

É a última ação no processo de tratamento da água e tem por objetivo prevenir a corrosão dos
encanamentos pelos quais a água tratada passa até chegar aos usuários.

Para proteger as estruturas de armazenamento e distribuição, são aplicados produtos químicos


que corrigem a acidez ou a alcalinidade excessivas presentes na água.

Para formar uma película protetora de carbonato de sódio na superfície interna da tubulação, é
preciso remover o gás carbônico livre e saturar a água com carbonato de sódio (barrilha leve).

O pH da água de 6,0 a 9,5, na rede de distribuição, é uma recomendação da Portaria 2.914/11,


do Ministério da Saúde.

Os principais produtos químicos utilizados na correção de pH são: cal hidratada, carbonato de


sódio (geralmente os dois mais utilizados no processo), carbonato de cálcio, hidróxido de sódio,
gás carbônico, ácido clorídrico e ácido sulfúrico.

pH – O potencial hidrogênio iônico aponta a intensidade com que a água ou outra solução é
ácida, neutra ou alcalina com uma escala que varia de 0 a 14:

• pH inferior a 7 = ácida
• pH igual a 7 = neutra
• pH superior a 7 = alcalina
No tratamento da água, busca-se como parâmetro um pH ótimo de floculação e decantação.

8.6 - ETAs moduladas

Nos dias de hoje, a preocupação com a preservação do meio ambiente e com a redução de custos
operacionais são fundamentais para os setores industriais, governamentais e residenciais.

Por isso, os sistemas de tratamento de água e efluentes industriais e sanitários ganharam extrema
importância em todo o mundo.

Para atender essa necessidade, são dimensionados projetos personalizados que minimizam os
danos ao meio ambiente, permitem a renovação dos recursos, atendem a legislação vigente e
possibilitam o reuso da água. Essas ações promovem a sustentabilidade e geram redução dos
custos operacionais.

Além disso, os sistemas e equipamentos são projetados de maneira que possibilitem inclusive a
mobilidade em caso de necessidade.

8.7 - Custos nos sistemas de tratamentos

Em decorrência do elevado nível de urbanização, o tratamento de água para abastecimento


público passa a ser um desafio, seja pelos grandes volumes de água envolvidos, restrições de
área para instalação dos sistemas de tratamento tradicionalmente utilizados e também devido à
degradação da qualidade da água dos mananciais disponíveis.

Essas condições têm conduzido à busca de alternativas que possibilitem garantir a qualidade da
água produzida para abastecimento público.

Uma opção que tem sido considerada para atender o desafio da produção de água segura para
abastecimento são os processos de separação por membranas, com um significativo avanço nas
pesquisas sobre o seu desempenho para aplicação comercial nos últimos anos.

Pesquisas sobre os processos de separação por membranas e, consequentemente, sobre a


aplicação dessa tecnologia no tratamento de água para abastecimento público são limitadas,
mesmo considerando os problemas relacionados à qualidade da água dos mananciais e o avanço
tecnológico ocorrido nas últimas décadas, com especial destaque à tecnologia de separação por
membranas.

Uma das alegações para que os sistemas de separação por membranas não sejam considerados
no tratamento de água para o abastecimento público é o seu elevado custo, sem que, no entanto,
isto seja devidamente comprovado.

Uma das possíveis causas para que se tenha esta percepção é o fato de o Brasil não produzir
membranas, além do número limitado de empresas que atuam no mercado, mesmo assim com
um foco para aplicações industriais, em geral, de pequeno porte.

Tal condição tem influência direta nos critérios de formação de preços dos sistemas de separação
por membranas, comprometendo uma avaliação mais criteriosa da viabilidade econômica da
utilização de processos baseados na tecnologia de membranas para o tratamento da água de
abastecimento.

Assim, o desenvolvimento de uma avaliação comparativa dos custos diretos de implantação e


operação entre o processo de ultrafiltração e os processos convencional e convencional com
carvão ativado é de grande relevância.

Essa avaliação possibilitará demonstrar de maneira mais fundamentada o potencial de aplicação


dos sistemas de separação por membranas e também estimular o desenvolvimento de novas
linhas de pesquisa no país.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO PRINCE, A. Rede de distribuição. In: HELLER, L. e PÁDUA, V.L. Abastecimento de


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