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Fundamentos de Controle e

Prevenção da Poluição
Sumário

1. Introdução ..................................................................................................... 2
2.Poluição Atmosférica........................................................................................... 5
3 . Poluição nos recursos hídricos .......................................................................... 23
4 . Poluição do solo .............................................................................................. 34
5. Poluição sonora ................................................................................................ 41
6 . Considerações Finais ....................................................................................... 44
7. Conclusões ...................................................................................................... 47
8 . Referencias ..................................................................................................... 48
1. Introdução

Define-se como poluição a interferência do homem no meio em que está


inserido direta ou indiretamente, seja através de substâncias ou de energia,
provocando um efeito negativo no seu equilíbrio.

O homem existe há milhões de anos e sempre retirou seu sustento do meio


ambiente.

No entanto, graças à capacidade de raciocínio e de criar condições de vida mais


favoráveis, a humanidade cresceu e continua crescendo, dominando a maior
parte do planeta.

O número de pessoas, que no início do século XXI já ultrapassava a casa de


seis bilhões, faz aumentar a necessidade de empregos e alimentos,
constituindo-se assim no primeiro e grande fator de poluição ambiental: o
crescimento demográfico.

Uma vez que a área de terras cultiváveis não pode crescer no mesmo ritmo que
a população, o necessário aumento de produção só pode ser atingido mediante
uma intensificação da agricultura nas áreas já disponíveis.

Para tal, torna-se necessária uma eficiente produção de fertilizantes, seja em


forma de adubos orgânicos, seja em forma de fertilizantes minerais, exigindo-se
ainda uma proteção eficiente das plantas cultivadas contra pragas de origem
vegetal ou animal.

Mas a necessidade do emprego de meios químicos de proteção é perfeitamente


criticável, porque embora eles possam aumentar a produção em até 50%, a
fabricação e o uso de fertilizantes e pesticidas se constituem no segundo maior
componente da poluição ambiental.
O segundo problema, gerado a partir do primeiro, ocorre pelo fato de o
homem, como nenhum outro ser vivo, conseguir transformar as matérias-
primas de que dispõe, de forma a torná-las úteis para si, seja como
ferramentas ou máquinas, seja como objeto de lazer ou arte.

No processo de confecção de todos estes artigos, formam-se grandes


quantidades de resíduos inúteis, que com o tempo acabam por comprometer o
ambiente.

Além disso, durante esses processos de fabricação, não é consumida apenas a


energia própria do corpo humano; há consumo de energias provenientes de
outras fontes.

Assim sendo, todo o processo de industrialização se constitui num dos


principais responsáveis pela poluição ambiental.

A história da poluição ambiental já começou a ser escrita há vários séculos. Já


no início da história formaram-se, por ação do homem, produtos de despejo e
resíduos tóxicos na água dos rios ou na atmosfera.

Por isso, tentou-se desde cedo controlar, através de decretos e normas, a


produção e remoção desses detritos.

Na antiga Grécia, por exemplo, os curtumes, com seus gases de cheiro


desagradável, só podiam ser construídos com autorização especial.

As fundições de prata eram obrigadas a ter chaminés particularmente altas,


para que os gases tóxicos formados (SO2) se pudessem distribuir melhor pela
atmosfera.
Na antiga Roma, existia um decreto segundo o qual os matadouros, curtumes,
fabricantes de azeite e lavanderias, que provocavam libertação de cheiros
desagradáveis, eram apenas permitidos em locais desabitados.

Também os fornos dos fabricantes de vidro só podiam ser levantados em áreas


restritas das cidades, devido aos gases poluentes liberados (HF).

Na cidade de Zwickau, na Saxônia, o emprego de carvão de pedra nas forjas foi


proibido na área urbana, em 1348.

Por meio de uma iniciativa popular, os moradores da cidade de Goslar


conseguiram proibir, em 1407, a calcinação de minérios nas vizinhanças da
cidade, pois a poluição provocada pelo fumo das fundições tornara-se
insuportável.

Assim o homem, por necessidade ou ganância,vem interferindo negativamente


no ambiente ao longo do tempo, poluindo a atmosfera, o solo a água e tudo o
que nos cerca.

A forma mais correta de se combater essa forma de agressão ao ambiente é


controlar os recursos e aprender a utilizá-los com sabedoria.
2. Poluição Atmosférica

A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e material particulado


que envolve a Terra.

Essa camada é essencial para a vida e o funcionamento ordenado dos


processos físicos e biológicos sobre o planeta, uma vez que protege os
organismos da exposição a níveis arriscados de radiação ultravioleta.

Ademais, contém os gases necessários para os processos vitaisde respiração


celular e fotossíntese, além de também fornecer a água necessária à vida.

Nosso planeta apresenta uma camada de ar de aproximadamente 800


quilômetros de espessura, sendo que a quase totalidade do ar situa-se apenas
numa faixa de 40 quilômetros, tornando-se uma atmosfera rarefeita nos 760
quilômetros restantes.

A atmosfera se divide em camadas, que estão relacionadas com propriedades


químicas e físicas, influenciando diretamente na tendência de mudança de
temperatura da atmosfera de acordo com a altura (fig.1).

A atmosfera terrestre apresenta uma mistura de vários gases, como o


nitrogênio (78,1%), o oxigênio (20,9%), vapor de água e uma pequena
quantidade de dióxido de carbono (0,03%) e gases residuais.
Figura 1- Camadas atmosféricas. Fonte: <http://camadasatmosfera.xpg.uol.com.br/> (acesso
em: 11 fev. 2016).

A poluição atmosférica pode ser definida como qualquer forma de matéria ou


energia com intensidade, concentração, tempo ou características que possam
tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar
público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao
uso e gozo da propriedade e à qualidade de vida da comunidade.

Refere-se às mudanças susceptíveis de causar impacto no nível ambiental


através da contaminação por gases, partículas sólidas, líquidos em suspensão,
material biológico ou energia.

A adição dos contaminantes ou de elementos resultantes desses impactos


podem provocar danos à saúde humana ou ao ecossistema.

A poluição do ar tem sido a mais sentida pela população, pois necessitamos do


oxigênio para nossa sobrevivência.
Portanto, é um tema extensivamente pesquisado nas últimas décadas e
caracteriza-se como um fator de grande importância na busca da preservação
do meio ambiente e na implementação de um desenvolvimento sustentável,
pois seus efeitos afetam de diversas formas a saúde humana, os ecossistemas
e os materiais.

Vários fatores influenciam o nível de poluição de uma determinada área, tais


como:

• Tipos e qualidades de poluentes produzidos pelas atividades


comunitárias;
• Topografia;
• Meteorologia, como umidade relativa do ar, ventos, precipitações, luz
solar, temperatura, massas de ar.

A frequência, a duração e a concentração dos poluentes a que estão expostos


os receptores são determinadas pelos movimentos atmosféricos, o que faz da
atmosfera o meio de propagação desses poluentes emitidos.

A combinação da estabilidade atmosférica com a ausência de chuvas é um fator


desfavorável à dispersão dos poluentes.

Um exemplo disso é a piora da qualidade do ar com relação aos parâmetros de


monóxido de carbono, dióxido de enxofre e material particulado durante os
meses de inverno, em que as condições meteorológicas existentes não
favorecem a dispersão dos poluentes.

Outro fator de dispersão dos poluentes são as circulações locais, que são
padrões meteorológicos específicos de uma determinada região e apresentam
movimentos atmosféricos de duração máxima de 24 horas.
A temperatura média anual em um centro urbano é mais alta do que em seu
entorno, podendo atingir uma diferença de até 10°C.

Esse contraste de temperatura forma uma circulação convectiva que contribui


para a concentração de poluentes nas grandes cidades, originando as ilhas de
calor.

Vários fatores contribuem para o desenvolvimento dessas ilhas, como o excesso


de asfalto, que diminui a permeabilidade do solo, a falta de áreas verdes e o
excesso de prédios.

O ar relativamente quente sobre o centro da cidade é trocado por ares mais


frios e mais densos, provenientes das zonas rurais. A coluna de ar ascendente
acumula aerossóis sobre a cidade, formando uma nuvem de poluentes
concentrados.

Outro fator que influencia na dispersão de poluentes é a inversão térmica,


condição meteorológica que ocorre quando uma camada de ar quente se
sobrepõe a uma camada de ar frio.

Isso impede o movimento ascendente do ar, uma vez que o ar abaixo dessa
camada fica mais frio, portanto, mais pesado, fazendo com que os poluentes se
mantenham próximos da superfície.
2.1- História da poluição atmosférica

Historicamente, os primeiros sinais de poluição do ar no mundo ocorreram na


era pré-cristã, na qual o carvão mineral era utilizado como combustível.

Nas cidades onde o ar apresentava traços de poluição, pessoas doentes eram


transportadas para locais onde o ar era mais puro.

No início do século XX, devido ao crescimento populacional e ao


desenvolvimento industrial em vários países, houve um aumento significativo
nos níveis de poluentes presentes no ar.

Mesmo assim, segundo Shy (1979), a sociedade não demonstrava nenhuma


preocupação com o controle da qualidade do ar.

Foi a partir de três episódios dramáticos de poluição excessiva que as


autoridades políticas e científicas foram despertadas para discutir o assunto.

O primeiro episódio aconteceu no Vale Meuse, na Bélgica, no ano de 1930. No


local, existia uma grande concentração de indústrias de cerâmica e vidro,
transformações químicas e minerais, cimento, siderúrgicas, carvoarias, fábrica
de pólvora, ácido sulfúrico, entre outras.

No início de dezembro, a falta de chuvas e ventos propiciou o acúmulo de


poluentes na região, ocasionando, em dois dias, a morte de sessenta pessoas.

Outro caso aconteceu no ano de 1948, em Donora, Pensilvânia, Estados


Unidos, quando, durante seis dias do mês de novembro, uma nuvem
concentrada de poluentes ficou estacionada na cidade, causando a morte de 20
pessoas e o adoecimento de milhares de indivíduos com problemas
respiratórios e cardíacos.
Presumiu-se que a grande quantidade de materiais particulados e dióxido de
enxofre contribuiu para o episódio.

A partir daí, as autoridades americanas começaram a desenvolver estudos no


sentido de estabelecer parâmetros para regulamentar a poluição atmosférica,
sendo seguidas pelo Japão e alguns países da Europa.

Contudo, o caso mais grave aconteceu em Londres, no ano de 1952, onde uma
inversão térmica fez com que uma nuvem de poluentes, composta
principalmente de dióxido de enxofre e materiais particulados, permanecesse
estacionada na cidade por um período de cinco dias.

O saldo dessa tragédia foi a morte de quatro mil pessoas, despertando


novamente a atenção da sociedade, pesquisadores e autoridades para a
importância de estabelecer programas responsáveis por controlar a emissão de
poluentes.

No Brasil, no ano de 1972, iniciou-se na cidade de São Paulo, pela CETESB, o


monitoramento da qualidade do ar, com a instalação de quatorze estações
responsáveis por medir os níveis de dióxido de enxofre e fumaça preta.

Nove anos depois, adotou-se o monitoramento automático, através da


instalação de novas estações que avaliavam a quantidade de MP, dióxido de
enxofre, ozônio, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos
presentes no ar.

Também se adotou a utilização de parâmetros meteorológicos, como velocidade


e direção do vento e umidade relativa do ar.
2.2 - Padrões de qualidade do ar

O nível de poluição do ar é medido pela quantificação das substâncias


poluentes presentes nele.

Esses indicadores de qualidade do ar têm limites máximos para cada poluente


encontrado na atmosfera definidos legalmente, que objetivam garantir a saúde
das pessoas e proteger o meio ambiente.

Os padrões de qualidade do ar (PQAr), segundo publicação da Organização


Mundial da Saúde (OMS), em 2005, variam de acordo com a abordagem
adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações
econômicas e vários outros fatores políticos e sociais.

Esses, por sua vez, dependem, entre outras coisas, do nível de


desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar.

As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta essa heterogeneidade e,


em particular, reconhecem que, ao formular políticas de qualidade do ar, os
governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de
adotar os valores propostos como padrões nacionais.

Através da Portaria Normativa nº 348, de 14/03/90, o Instituto Brasileiro do


Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) estabeleceu os
padrões nacionais de qualidade do ar e os respectivos métodos de referência.

Ampliou assim o número de parâmetros anteriormente regulamentados através


da Portaria GM nº 0231, de 27/04/76.

Os padrões estabelecidos através dessa portaria foram submetidos ao CONAMA


em 28/06/90 e transformados na Resolução CONAMA nº 03/90.
Portanto, o CONAMA vem estabelecendo, por meio de resoluções, as normas
para o controle da emissão de poluentes do ar por fontes fixas e móveis.

Segundo a Resolução CONAMA n° 03/90:

Art. 1º - São padrões de qualidade do ar as concentrações de


poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a
saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como
ocasionar danos à flora e à fauna, aos materiais e ao meio
ambiente em geral.

Parágrafo Único - Entende-se como poluente atmosférico qualquer


forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade,
concentração, tempo ou características em desacordo com os
níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar:

I - Impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;


II - Inconveniente ao bem-estar público;
III - Danoso aos materiais, à fauna e flora;
IV - Prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às
atividades normais da comunidade.

Art. 2º - Para os efeitos desta resolução, ficam estabelecidos os


seguintes conceitos:

I - Padrões primários de qualidade do ar são as concentrações de


poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da
população.

II - Padrões secundários de qualidade do ar são as concentrações


de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à
fauna, à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral.

Parágrafo Único - Os padrões de qualidade do ar serão o objetivo


a ser atingido mediante a estratégia de controle fixada pelos
padrões de emissão e deverão orientar a elaboração de planos
regionais de controle de poluição do ar.

A poluição atmosférica traz prejuízos não somente à saúde e à qualidade de


vida das pessoas, mas também acarretam maiores gastos do Estado,
decorrentes do aumento do número de atendimentos e internações
hospitalares, além do uso de medicamentos.

Esses custos poderiam ser evitados com a melhoria da qualidade do ar dos


centros urbanos.

A poluição do ar pode afetar ainda a qualidade dos materiais (corrosão), do


solo e das águas (chuvas ácidas), além de influenciar na visibilidade.

A gestão da qualidade do ar tem como objetivo garantir que o desenvolvimento


socioeconômico ocorra de forma sustentável e ambientalmente segura. Para
tanto, se fazem necessárias ações de prevenção, combate e redução das
emissões de poluentes e dos efeitos da degradação do ambiente atmosférico.

A grande dificuldade de se estabelecer uma classificação que determine a


quantidade de substâncias poluentes no ar é a diversidade de poluentes
encontrados. Apesar disso, os poluentes são classificados em:

• Poluentes primários: são aqueles emitidos diretamente pelas fontes


de emissão, ou seja, são agentes poluentes lançados diretamente na
atmosfera. Exemplo: monóxido de carbono;
• Poluentes secundários: são poluentes que se formam na atmosfera
através de reações químicas entre os poluentes primários e componentes
naturais da atmosfera. Exemplo: gás ozônio.

As substâncias poluentes podem ser classificadas de acordo com o seu grupo


físico-químico:

• Compostos de enxofre;
• Compostos de nitrogênio;
• Compostos orgânicos;
• Compostos halogênicos;
• Monóxido de carbono;
• Material particulado;
• Ozônio.

O nível de qualidade do ar é determinado através da interação das fontes de


poluição e da atmosfera, além da demonstração dos efeitos negativos sobre os
seres vivos receptores dessas substâncias nocivas e dos materiais.

A qualidade do ar é determinada por um sistema de fontes móveis (veículos


automotores) e fontes estacionárias (indústrias), pela topografia e pelas
condições meteorológicas da região.

Os grupos de poluentes que determinam a qualidade do ar são escolhidos de


acordo com a frequência de sua ocorrência e de seus efeitos nocivos. Os
principais são:

• Material particulado (MP): material particulado suspenso na


atmosfera é o nome dado aos poluentes constituídos por poeiras,
fumaças e a totalidade de material líquido e sólido suspenso na
atmosfera;
• Fumaça: processos de combustão originam esse MP suspenso na
atmosfera;

• Dióxido de enxofre: impureza encontrada na queima dos derivados de


petróleo (gasolina e óleo diesel) e no carvão mineral;

• Monóxido de carbono: resultante da queima incompleta de


combustíveis orgânicos, sendo que os principais emissores são os
veículos automotores;

• Oxidantes fotoquímicos: conjunto de gases originados a partir de


hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênios que reagem na atmosfera
quando ativados pela radiação solar;

• Hidrocarbonetos: a queima incompleta e a evaporação dos


combustíveis e produtos orgânicos voláteis resultam em gases e vapores
denominados hidrocarbonetos;

• Óxidos de nitrogênio: são formados por 90% de monóxido de


nitrogênio e 10% de dióxido de nitrogênio.

O monóxido de nitrogênio, sob a ação dos raios solares, transforma-se


em dióxido de nitrogênio, sendo fundamental na formação de oxidantes
fotoquímicos, como o ozônio.
2.3 - Fontes de poluição atmosférica

Os tipos de fontes poluentes do ar são variados, sendo classificados de acordo


com a origem: antropogênicas (causadas pela ação humana) ou naturais
(Quadro 1).

Também são classificados de acordo com sua especificidade espacial (Quadro


2), e ainda de acordo com quantidade de emissão (Quadro 3).

Tipo de fonte Exemplos

Poluição gerada por carros, fábricas, aerossóis, produção


de energia, evaporação de químicos voláteis, emissão de
Antropogênicas poeiras como se verifica nas industrias madeireiras e de
extração mineral, queimas de lixo, de combustível,
fermentação de resíduos.

Emissões provenientes de vulcões, metanos emitidos


naturalmente por animais, fuligem de incêndios florestais,
Naturais liberação de compostos radioativos por rochas,
desnitrificação por bactérias, decomposição anaeróbica de
matéria orgânica.

Quadro 1 – Classificação de fontes, segundo a fonte causadora. Fonte: autoria própria.

Tipo de fonte Exemplos

Estacionárias Chaminé de uma indústria que emite poluente.

Moveis Veículos, aviões, barcos, locomotivas, motocicletas etc.

Quadro 2 – Classificação de fontes, segundo distribuição espacial. Fonte: autoria própria.


Tipo de fonte Exemplos

Fontes que descarregam grandes quantidades de um


Pontuais
mesmo poluente. Ex.: vilas, cidades, fábricas.

Fontes que descarregam pequenas quantidades de um


Moveis
mesmo poluente. Ex.: veículos, fazendas etc.

Quadro 3 – Classificação de fontes, segundo quantidades emitidas. Fonte: autoria própria.

2.4 - Fenômenos ambientais decorrentes da poluição atmosférica

- Efeito da camada de ozônio:

O ozônio (O3) é um dos gases que compõem a atmosfera, sendo que cerca de
90% de suas moléculas se concentram entre 20 e 35km de altitude, na região
denominada camada de ozônio (ver Figura 1).

Sua importância está no fato de ser o único gás que filtra a radiação ultravioleta
do tipo B (UV-B), nociva aos seres vivos.

Apesar da sua relevância, a camada de ozônio começou a sofrer com os efeitos


da poluição crescente provocada pela industrialização mundial.

Os principais destruidores são produtos químicos como halon, tetracloreto de


carbono (CTC), hidroclorofluorcabono (HCFC), clorofluorcarbono (CFC) e
brometo de metila.

Quando liberadas no meio ambiente, deslocam-se atmosfera acima,


degradando a camada de ozônio.
- Chuva ácida:

É um fenômeno atmosférico causado, em escala local ou regional, pela


precipitação de chuva carregada com grande quantidade de ácidos, resultante
do lançamento de poluentes produzidos pelas atividades humanas.

A combinação de gás carbônico e água presentes na atmosfera produzem ácido


carbônico que, embora em pequena quantidade, já torna as chuvas
normalmente ácidas.

Os principais responsáveis pela precipitação de chuvas com elevados níveis de


acidez da atmosfera são o trióxido de enxofre, resultante da combinação do
dióxido de enxofre com o oxigênio, e o dióxido de nitrogênio lançado na
atmosfera.

Essas substâncias, ao se combinarem com água em suspensão, transformam-se


em ácido sulfúrico, ácido nítrico e nitroso respectivamente. Esses ácidos têm
elevada capacidade de corrosão.

- Smog fotoquímico:

O smog fotoquímico é a reação de hidrocarbonetos, não muito poluentes, com


gases presentes na atmosfera como O3, NO e NO2.

O ozônio é o principal componente do smog fotoquímico. Essa substância reage


com hidrocarbonetos formando álcoois, cetonas e aldeídos, aumentando o
número de compostos orgânicos poluentes da atmosfera, como o formaldeído e
a acroleína.

Hidrocarbonetos insaturados podem reagir com o NO e o NO2, formando


nitratos orgânicos, substâncias poluentes e muito irritantes.
- Efeito estufa:

O efeito estufa é um mecanismo natural do planeta Terra para possibilitar a


manutenção da temperatura numa média de 15°C, ideal para o equilíbrio de
grande parte das formas de vida em nosso planeta.

Sem o efeito estufa natural, o planeta Terra poderia ficar muito frio,
inviabilizando o desenvolvimento de grande parte das espécies animais e
vegetais. Isso ocorreria pois a radiação solar refletida pela Terra se perderia
totalmente.

- Inversão térmica:

Normalmente o ar quente é mais leve que o ar frio, e na atmosfera da Terra o


ar frio tende a ficar em cima nas altitudes elevadas.

Essa naturalidade na atmosfera força que o ar frio desça pela sua maior
densidade e esquente perto da superfície e suba novamente após aquecido,
provocando um ciclo de troca (convecção) e limpeza dos poluentes.

Geralmente esse fenômeno ocorre quando o solo esfria muito rápido à noite,
favorecendo o efeito estufa, que consequentemente reduz o efeito da inversão
na medida que o dia vai avançando.
2.5 - Técnicas aplicadas, equipamentos utilizados no controle da
poluição atmosférica

Existem várias tecnologias de controle da poluição atmosférica e estratégias


disponíveis para reduzir a poluição do ar.

As mais utilizadas na indústria e setor automobilístico para redução da emissão


de poluentes são as seguintes:

• Ciclones de poeiras: são separadores mecânicos de partículas, em que o


gás com partículas é forçado a girar de forma ciclônica, fazendo com que
através da diferença de massa entre as partículas e o gás, estas movam-
se em direção à parte externa do vórtice, podendo então ser recolhidas;

• Precipitador eletrostático: equipamento industrial, utilizado na recolha


de material particulado de gases de exaustão.

Opera carregando eletrostaticamente as partículas e depois captando-as


por atração eletromagnética. É uma máquina de elevado custo e
consumo energético, porém, de alta eficácia;

• Carvão ativado: os filtros de carvão ativado são normalmente utilizados


na purificação de gases, para remover vapores de óleos, cheiros e outros
hidrocarbonetos do ar.

O carvão ativado é uma forma de carbono que foi transformado para


torná-lo extremamente porosa e, portanto, ter uma grande área
disponível para adsorção ou reações químicas;

• Conversor catalítico: dispositivo usado para reduzir a toxicidade das


emissões dos gases de escape de um motor de combustão interna.
Introduzido nos Estados Unidos a partir de 1975 de forma que fosse
cumprida a legislação exigida pela EPA sobre emissões de gases nocivos;

• Biofiltros: consistem na aplicação de microrganismos, incluindo bactérias


e fungos, que são imobilizados no biofilme para degradar os compostos
poluentes.

Esses microrganismos oxidam a matéria, eliminando assim os compostos


indesejados.

É particularmente utilizado no controle de compostos orgânicos voláteis


(COVs), H2S (sulfeto de hidrogênio), odores e amoníacos.

Reduzir a poluição é hoje uma das principais preocupações da maioria dos


países do mundo.

Porém, não obstante a vasta legislação que tem sido publicada visando essa
redução, a tarefa não é fácil, pois exige uma ação internacional organizada
(recordelembre que a poluição não conhece fronteiras), enormes investimentos
e a intervenção ativa de todos os cidadãos em geral e das empresas em
particular.

É evidente que não se podem fechar as fábricas e mandar parar os automóveis


e os aviões. Por isso, a diminuição da poluição tem de passar por um conjunto
muito vasto de medidas, de que se dão a seguir alguns exemplos:

• Instalação nas fábricas de dispositivos (catalisadores) que retenham os


fumos e os gases, podendo estes ser até reutilizados como fontes
energéticas.
De acordo com o princípio de que "deve pagar quem polui", essa medida
tem já caráter obrigatório em vários países industrializados, em diversos
setores da indústria;

• Utilização de tecnologias alternativas, ou seja, de tecnologias diferentes


que reduzam o consumo de energia, tornem a indústria menos poluidora
(tecnologias limpas) e valorizem os resíduos;

• Aplicação de catalisadores em todos os automóveis novos, de modo a


diminuir o máximo de emissão de fumos e gases e a redução da
quantidade de chumbo e enxofre nos combustíveis (gasolina, gasóleo).

Pensa-se que essas medidas reduzirão entre 70% e 90% a poluição do


ar provocada pelos veículos motorizados;

• Obrigatoriedade de inspeções periódicas a todos os tipos de veículos


automóveis no que diz respeito aos níveis de poluição atmosférica
(nomeadamente a emissão de fumos) e sonora (especialmente sobre o
nível de ruído dos tubos de escape), como já acontece em muitos países;

• Substituição de alguns produtos químicos industriais perigosos, como,


por exemplo, os que têm levado à destruição da camada do ozônio.

A substituição das tecnologias tradicionais por tecnologias alternativas (limpas),


nas unidades fabris já em operação, exige profundas alterações na estrutura
dessas unidades e, por consequência, elevadíssimos investimentos, só ao
alcance das grandes empresas.

No entanto, as fábricas e indústrias recém-criadas podem adaptar as


tecnologias alternativas ainda na implementação do projeto, ou seja, ainda na
fase inicial de instalação.
Isso já vem acontecendo na indústria automotiva, por exemplo, na qual os
novos veículos já vêm equipados com sistemas antipoluição (catalisadores) e
adaptados ao consumo de "gasolina verde" (sem chumbo) ou ainda
biocombustíveis.

Também a substituição dos produtos químicos perigosos por outros de menor


impacto ambiental exige dispendiosas pesquisas, aumentando ainda mais o
custo do produto final, e é por isso que têm surgido conflitos entre as instâncias
governamentais e muitas empresas produtoras de uma vasta gama de produtos
químicos destruidores da camada de ozônio.

Fica assim estabelecido o confronto entre a necessidade de preservar o


ambiente e a sobrevivência das empresas.

3. Poluição nos recursos hídricos

3.1 A água

Água é uma substância cujas moléculas são compostas por um átomo de


oxigênio e dois átomos de hidrogênio.

Trata-se de um líquido inodoro (sem odor), insípido (sem sabor) e incolor


(sem cor), embora também se possa encontrar no seu estado sólido (quando
está em forma de gelo) ou no seu estado gasoso (vapor).

A água é o componente que aparece em maior abundância


na superfície terrestre (cobre cerca de 71% da crosta terrestre).

Forma os oceanos, os rios e as chuvas, além de ser parte integrante de todos


os organismos vivos.
A circulação da água nos ecossistemas produz-se através de um ciclo que
consiste na evaporação ou na transpiração (ressoar), na precipitação ou no
deslocamento para o mar.

Chama-se de água doce a água que contém uma quantidade mínima de sais
dissolvidos (ao contrário da água do mar, que é salgada).

Através de um processo de potabilização, o ser humano consegue tornar a


água doce potável, isto é, própria para o consumo, graças ao valor equilibrado
dos seus minerais.

A água mineral, por sua vez, é a água que contém minerais e outras
substâncias dissolvidas, a que se lhe pode acrescentar um valor terapêutico ou
alterar o sabor.

Esse tipo de água é o que se comercializa engarrafado em todo o mundo para o


consumo humano.

A água é um composto inorgânico presente no meio celular de qualquer ser


vivo, sendo fundamental nas diversas reações metabólicas que ocorrem na
matéria viva; daí a principal preocupação do homem em obtê-la em
quantidades suficientes para o seu consumo e necessidades diárias.

Na natureza, a água é responsável pela manutenção da umidade do ar e


contribui para a estabilidade do clima no planeta, além de ser protagonista das
mais belas paisagens.

O volume total da água permanece constante no planeta, sendo estimado em


torno de 1,5 bilhão de quilômetros cúbicos.

Os oceanos constituem cerca de 97,5% de toda a água do planeta. Dos 2,5%


restantes, aproximadamente 1,9% está localizada nas calotas polares e nas
geleiras, enquanto apenas 0,6% é encontrada na forma de água subterrânea,
em lagos, rios, e também na atmosfera, como vapor.

Esses números são importantes para nos conscientizarmos e sabermos da


importância de preservar os recursos hídricos disponíveis no planeta.

3.2 Ciclo da água

O ciclo biogeoquímico da água é responsável pela sua renovação no planeta.


Este ciclo, que se inicia com os raios solares incidentes nas águas dos oceanos,
rios e reservatórios, tem sua transferência de água assim descrita:

- Precipitação - Resultante da condensação do vapor d’água na forma de


gotículas que se precipitam, compreendendo a totalidade das águas que caem
da atmosfera e entram em contato com a superfície. Podem apresentar-se sob
diversas formas: chuva, neve, granizo e orvalho.

Quando a água das chuvas atinge a terra, ocorrem dois fenômenos: um deles
consiste no seu escoamento superficial em direção aos canais de menor
declividade, alimentando diretamente os rios, e o outro é a infiltração no solo,
alimentando os lençóis subterrâneos.

A quantidade de água que escoa depende da intensidade das chuvas e da


capacidade de absorção do solo;

- Evapotranspiração - A energia solar, incidente no planeta, é responsável pela


evaporação das águas dos rios, reservatórios e mares, bem como pela
transpiração das plantas.
Figura 2 - Ciclo da água. Fonte: <http://www.revistaecologico.com.br/> (acesso em: 11 fev.
2016).

3.3 Poluição das águas

A poluição hídrica, também conhecida como poluição das águas, é caracterizada


pela introdução de qualquer matéria ou energia responsável pela alteração das
propriedades físico-químicas de um corpo d’água.

Os principais responsáveis por esse tipo de poluição são os lançamentos de


efluentes industriais, agrícolas, comerciais e esgotos domésticos, além de
resíduos sólidos diversos.

Isso compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, afetando a


saúde de espécies animais e vegetais em vários pontos do planeta.

Os prejuízos desse processo são imensos: além de comprometer a qualidade da


água para abastecimento, ocorre a morte de espécies aquáticas, além da
proliferação de doenças como a febre tifoide, meningite, cólera, hepatites A e
B, entre outras.

Outros fatores negativos da poluição hídrica são: odor, grande concentração de


mosquitos e eutrofização (quando o esgoto é lançado nos meios aquosos, o
excesso de nutrientes provoca o crescimento de algas, impedindo a passagem
da luz e a transferência do oxigênio atmosférico para o meio aquático).

Várias formas de poluição aquática afetam as nossas reservas d’água, podendo


ser classificadas em:

• Poluição biológica (ou natural): presença de vírus ou bactérias


patógenas, principalmente na água potencialmente potável;

• Poluição térmica: pelo descarte, nos corpos receptores, de grandes


volumes de água aquecida usada no arrefecimento de uma série de
processos industriais.

Esse tipo de poluição causa três efeitos deletérios: com o aumento da


temperatura, ocorre a diminuição da solubilidade dos gases em água,
ocasionando um decréscimo na quantidade de oxigênio dissolvida na
água; diminuição do ciclo de vida de algumas espécies aquáticas,
afetando o ciclo de reprodução; e potencializa-se a ação dos poluentes já
presentes na água, pelo aumento na velocidade das reações;

• Poluição física ou sedimentar: descarga de material em suspensão. Esses


sedimentos bloqueiam a entrada dos raios solares na lâmina de água,
interferindo no processo de fotossíntese e diminuindo a visibilidade dos
animais aquáticos de encontrar alimento; além disso, carreiam poluentes
químicos e biológicos neles adsorvidos;

• Poluição química: ocorre devido à presença de produtos químicos


indesejáveis. Os agentes poluidores mais comuns presentes nas águas
são:
o Fertilizantes - Utilizados na agricultura para aumentar a
produtividade, os fertilizantes são arrastados pela irrigação e pelas
chuvas para as águas subterrâneas, lagos e rios.

Quando os fertilizantes e outros nutrientes vegetais entram nas


águas paradas de um lago ou em um rio de águas lentas, causam
um rápido crescimento de plantas superficiais, especialmente das
algas.

À medida que essas plantas crescem, formam um tapete que


pode cobrir a superfície, isolando a água do oxigênio do ar. Sem o
oxigênio, os peixes e outros animais aquáticos virtualmente
desaparecem dessas águas;

o Outros problemas ocasionados pela proliferação das algas são


alterações na água, como o sabor, a turbidez, a cor e a presença
de odores e de substâncias tóxicas liberadas por esses
organismos, além de aderirem às paredes dos reservatórios e
tubulações, aumentando os custos no tratamento da água;

o Compostos orgânicos sintéticos: existe uma grande diversidade


desses compostos; entre eles, temos os plásticos, detergentes,
solventes, tintas, inseticidas, herbicidas, produtos farmacêuticos e
aditivos alimentares. Muitos desses produtos são tóxicos e dão cor
ou sabor à água.

Com o passar do tempo, com o crescimento populacional e o aumento na


quantidade e composição de resíduos e efluentes produzidos pela sociedade, o
solo saturado foi perdendo a capacidade de reter os poluentes.

Quando o solo perde essa propriedade de depuração, as águas subterrâneas


correm o risco de ser contaminadas.
São inúmeras as fontes poluidoras que ameaçam as águas subterrâneas, como:

• Os chamados "lixões", aterros sanitários não adequados;


• Acidentes com substâncias tóxicas;
• Atividades incorretas de armazenamento;
• Manuseio e descarte de matériasprimas, produtos e efluentes;
• Resíduos provenientes de atividades industriais e mineradoras, que
expõem o aquífero, sistemas de saneamento in situ;
• Vazamento das redes coletoras de esgoto;
• Uso incorreto de agrotóxicos e fertilizantes;
• Processos de irrigação que podem provocar problemas de salinização ou
aumentar a lixiviação de contaminantes para a água subterrânea;
• Outras fontes dispersas de poluição.

A presença do nitrato em águas subterrâneas é um indicador de poluição, pois


a origem dessa substância está relacionada a atividades agrícolas e esgotos
sanitários.

O grande problema é a remoção do nitrato presente na água; muitas vezes,


torna-se oneroso, tornando inviável recuperar a porção de água que foi
contaminada por essa substância, colocando em risco a potabilidade da água
utilizada por uma determinada população.

O potencial de poluição de um determinado aquífero depende de sua


vulnerabilidade, ou seja, são levados em conta se esse aquífero está confinado
ou não, a sua profundidade, as características do estrato acima da zona
saturada.

Além disso, outros fatores importantes a serem considerados são a quantidade,


forma e características do poluente lançado.
3.4 - Principais processos poluidores da água

Os principais processos poluidores das aguas são:

• Contaminação - É a introdução de compostos em quantidades acima


das normais, podendo ou não afetar os organismos que habitam no
sistema ecológico e cuja origem poderá ser natural.

A principal origem de contaminação é por matéria orgânica, vinda dos


esgotos domésticos e das águas residuais das indústrias de alimentos.

A DBO (demanda bioquímica de oxigênio) expressa a concentração de


matéria orgânica ativa no ambiente aquático.

Outro agente contaminante são os organismos patogênicos


transmissores de doenças; seu principal indicador são as bactérias
coliformes.

Os compostos organossintéticos formam um grupo de


contaminantes perigoso, pois por serem sintetizados artificialmente a sua
biodegradabilidade é muito baixa, provocando graves problemas, pois a
contaminação por agrotóxicos tem seus efeitos principalmente no
sistema nervoso central do ser humano.

Os metais pesados contribuem muito para a poluição das águas, têm


sua origem no uso de agrotóxicos, de fertilizantes e de processos
industriais.

Dependendo do tipo de metal e da sua concentração, os metais pesados


causam efeitos na biota aquática e também sobre os seres humanos de
várias formas;
• Assoreamento - É um dos principais problemas que afetam os rios,
principalmente os que passam por grandes cidades. Neste processo
ocorre o acúmulo de lixo, entulho e outros detritos no fundo dos rios.

Com isso, o rio passa a suportar cada vez menos água, provocando
enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas.

Além da ação do homem, o assoreamento dos rios é provocado também


de forma natural, pois com o passar do tempo, vai ocorrendo o acúmulo
de terra ou areia no fundo dos rios.

O processo de assoreamento provoca o aparecimento de línguas de


terras e afeta o componente estético, diminuindo o espelho d'água do
manancial.

Outro fator muito relevante devido ao assoreamento refere-se à


diminuição da comunidade bentônica, que habita o fundo dos rios, lagos
e outros corpos hídricos, e que tem importância vital para a cadeia
alimentar e o equilíbrio ecológico do ambiente aquático;

• Eutrofização - É o aumento da concentração de nutrientes em águas


naturais, doces ou salgadas, decorrentes de um processo de
intensificação do fornecimento de nutrientes (principalmente nitratos e
fosfatos), o que acelera o crescimento de algas e outros vegetais e a
deterioração da qualidade das águas.

Embora seja um processo natural de maturação de uma massa d’água,


pode ser causado ou intensificado pela ação humana (lançamento de
esgotos e outros efluentes, lixiviação de fertilizantes do solo etc.).

É um dos principais problemas enfrentados no gerenciamento de


recursos hídricos;
• Acidificação das chuvas - É um problema ambiental bem conhecido
em muitas partes do mundo, em particular nas regiões de maior
concentração industrial.

A acidificação das chuvas está associada principalmente à presença de


NOx e SO2 provindos dos processos de combustão especialmente de
combustíveis fósseis.

Na presença da radiação solar, as reações desses gases com a água da


chuva ocasionam a formação de ácidos nítrico e sulfúrico e como
consequência diminui o pH da água de acordo com os níveis de poluição.

O impacto das chuvas ácidas provoca a deterioração dos ambientes


naturais, das águas, dos solos e vegetação; dos materiais empregados
nas construções civis, monumentos antigos, entre outros.

3.5 Qualidade e índices de qualidade da água

Na avaliação da qualidade das águas, devemos observar quais variáveis,


incluindo nesse universo as biológicas, serão escolhidas e monitoradas.

Além disso, devemos saber que os padrões utilizados para a análise dos
resultados dependem do enquadramento e, consequentemente, dos usos
previstos para os diferentes tipos de água.

Esses usos incluem o abastecimento público, a irrigação, a dessedentação


(matar a própria sede), atividades recreativas, balneabilidade, proteção da vida
aquática e uso paisagístico.
Os padrões de qualidade para as variáveis biológicas apresentam
regulamentação federal, determinada pela Portaria nº 518/04 do Ministério da
Saúde.

Essa Portaria define padrões para as variáveis, como coliformes fecais,


presença de protozoários, concentração de cianotoxinas e quantidade de
cianobactérias, com o objetivo de preservar a saúde da população.

Existe também a Resolução CONAMA nº 274/00, que estabelece os padrões


para balneabilidade, incluindo coliformes termo-tolerantes e E.coli, e a
Resolução CONAMA nº 357/05, que estabelece critérios para classificação e
enquadramento dos corpos d’águas, bem como condições e padrões de
lançamentos de efluentes.

Esses instrumentos legais são acrescidos da legislação existente nas esferas


estadual e municipal.

A apresentação dos resultados de monitoramento é feita por meio de índices


que sistematizam a informação de grande número de variáveis, facilitando a
compreensão dos resultados obtidos.

Esses índices são utilizados para classificar determinado corpo d’água em faixas
de qualidade: péssima, ruim, regular, boa e ótima.
4. Poluição do solo

O solo é a camada superficial da crosta terrestre, sendo fundamental para a


vida de várias espécies.

Sua poluição ocorre devido aos malefícios diretos e indiretos causados pela
desordenada exploração e ocupação do meio ambiente, depositando no solo
elementos químicos estranhos, prejudiciais às formas de vida micro e
macrobiológicas e sua colaboração em relação às interações ecológicas
regulares.

No início da história da humanidade, o lixo produzido era formado basicamente


de folhas, frutos, galhos de plantas, pelas fezes e demais resíduos do ser
humano e dos outros animais.

Esses restos eram naturalmente decompostos, isto é, reciclados e reutilizados


nos ciclos do ambiente.

Com as grandes aglomerações humanas, o crescimento das cidades, o


desenvolvimento das indústrias e da tecnologia cada vez mais produzem
resíduos que se acumulam no meio ambiente.

Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, reciclado e


"devolvido" ao ambiente, há o lixo industrial eletrônico, hospitalar, as
embalagens de papel e de plástico, garrafas, latas etc.

Esses materiais, na maioria das vezes, não são biodegradáveis, isto é, não são
decompostos por seres vivos e se acumulam na natureza.

A produção exagerada de lixo é uma das principais responsáveis pela poluição


do solo.
A utilização de agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes químicos nas atividades
agrícolas também contamina o solo.

Esses produtos químicos são prejudiciais às formas de vida microbiológica


presentes no solo, alterando de forma drástica sua composição, que uma vez
contaminado acaba afetando as plantações e as áreas de pastagens.

Sendo assim, os vegetais absorvem essas substâncias, que são ingeridas pelos
humanos e por outros animais.

Dessa forma, a contaminação do solo gera riscos à saúde e manutenção de


todo organismo vivente na área contaminada, bem como o possível contato
humano diretamente com o meio, com os vapores do agente contaminante e
contaminação dos caminhos e lençóis de água presentes naquela área.

Em várias ocasiões o ser humano está à mercê de um contato com a poluição


infiltrada no solo, permitindo a propagação de doenças.

4.1 – Tipos de poluição do solo

De acordo com sua origem, a poluição pode ser classificada como:

• Poluição do solo de origem humana: a contaminação do solo nas


grandes cidades se dá principalmente pelo acúmulo de lixo em áreas de
descarte, os chamados resíduos sólidos urbanos;

• Poluição do solo de origem agrícola: a contaminação do solo, nas áreas


rurais, dá-se sobre tudo pelo uso indevido de agrotóxicos e por
adubação incorreta ou excessiva. Restos de cultivo e resíduos orgânicos
de origem animal também podem ser poluentes, se mal manejados;
• Poluição do solo de origem industrial: a contaminação do solo por
resíduos industriais ocorre, na maioria dos casos, por depósito ilegal de
restos industriais, normalmente associados a metais pesados, produtos
químicos perigosos ou restos industriais, enterrados em solo sem
precaução adequada.

4.2 – Causas da Poluição do solo

As principais causas da poluição do solo são: o acúmulo de lixo sólido (como


embalagens de plástico, papel e metal) e de produtos químicos (como
fertilizantes, pesticidas e herbicidas).

O vidro, por exemplo, leva cerca de cinco mil anos para se decompor, enquanto
certos tipos de plástico, impermeáveis ao processo de biodegradação
promovido pelos microrganismos, levam milhões de anos para se
desintegrarem.

Pode-se então descrever essas causas como:

• Lixo químico - A poluição do solo também pode ser ocasionada por


produtos químicos lançado nele sem os devidos cuidados.

Isso ocorre, muitas vezes, quando as indústrias se desfazem do seu lixo


químico, isto é, substâncias químicas utilizadas na produção industrial
que se acumulam no solo.

Outro tipo de lixo extremamente perigoso é o produzido pelas usinas


nucleares. Os lixos radioativos causam problemas sérios de saúde, não
havendo conhecimento científico até hoje sobre como descartá-lo de
forma segura;
• Uso de fertilizantes - Usá-los para corrigir deficiências do solo de forma
indiscriminada acaba contaminando o solo com impurezas e/ou com uma
sobrecarga de nutrientes para os vegetais, desequilibrando assim a
composição natural do solo.

Alguns metais pesados, como chumbo e cádmio, também são


encontrados em fertilizantes, aumentando a toxidade o solo, sendo um
grande perigo para as plantações.

Esses poluentes são posteriormente arrastados com a água das chuvas


ou se infiltram no solo, indo para em lençóis freáticos e mananciais,
poluindo assim os cursos d'água;

• Uso de pesticidas, herbicidas e inseticidas - Agrotóxicos são usados para


diminuir o número de pestes que atuam em plantações e prejudicam a
atividade agrícola, mesmo que, para isso, elas causem danos
irreversíveis ao meio ambiente.

Essas substâncias são absorvidas pelo solo, terminando por contaminar


as plantações que crescem ali. O consumo posterior desses vegetais
contaminados pode causar sérios danos à saúde humana e de animais.
Outro problema é a redução de fertilidade do solo contaminado;

• Despejo incorreto de resíduos sólidos - Em geral, os lixos doméstico,


industrial e rural têm em sua composição uma variedade de produtos
químicos prejudiciais ao meio ambiente.

Esse lixo é degradado e resulta na produção de chorume, que é um


líquido altamente tóxico, resultante da decomposição dos resíduos
orgânicos.
Os depósitos de lixo, feitos de forma não sanitária, acabam vazando esse
chorume que atravessa o solo, contaminando-o e atingindo os lençóis
freáticos.

O número de "lixões" a céu aberto no Brasil é preocupante, sendo que


grande parte do nosso lixo não tem o despejo correto;

• Mineração - Essa atividade, através de escavações e aberturas de


imensas crateras, altera de forma significativa a estrutura natural do
solo, o que é agravado pelo uso de substâncias químicas.

Podem ser citadas como algumas das principais fontes poluidoras do solo:
inseticidas, solventes, detergentes, remédios e outros produtos farmacêuticos,
herbicidas, lâmpadas fluorescentes, componentes eletrônicos, tintas, gasolina,
diesel e óleos automotivos, fluidos hidráulicos, fertilizantes, produtos químicos
de pilhas e baterias.

4.3 – Consequências da poluição do solo

Uma das principais consequências é a infertilização do solo para plantação e a


contaminação da água. A terra se torna improdutiva e não se tem como plantar
nenhum outro tipo de cultura.

Ocorrem também:

• Saturação do solo;
• Deposição ou infiltração no solo ou no subsolo de substâncias ou
produtos poluentes;
• Contaminação do solo com metano e dióxido de carbono;
• Perda das funções e qualidades do solo devido à introdução de
poluentes;
• Alteração da topografia;
• Perda da fauna;
• Alteração da densidade e consistência do solo;
• Alteração da aptidão para drenagem natural;
• Alteração do solo em profundidade;
• Alterações da qualidade da água à superfície e em correntes;
• Lixiviação de contaminantes de instalações, em particular lixiviados de
aterros;
• Deposição com impregnação de líquidos poluentes;
• Aplicação direta de resíduos da terra, como por exemplo lamas de
esgoto, produção e migração de gás nos aterros conduzindo ao aumento
de temperatura dos solos;
• Contaminação dos solos através do movimento ascendente dos lixiviados
por ação capilar, sob determinadas condições climatéricas.

4.4 - Como evitar a poluição dos solos

O registro e mapeamento de áreas contaminadas e sua consequente


recuperação demandam uma boa quantidade de tempo e trabalho, dependendo
de estudos profundos de geologia, hidrologia, química e simulação
computadorizada.

Algumas soluções para evitar a poluição têm sido propostas:

• Aterros sanitários - Nesses locais, o lixo, coberto com terra e amassado,


é colocado em grandes buracos. Esse procedimento é repetido várias
vezes, formando-se camadas sobrepostas.

Os aterros sanitários possuem sistemas de drenagem, que retiram o


excesso de líquido, e sistemas de tratamento de resíduos líquidos e
gasosos.
Por essas razões, a implantação e a manutenção de um aterro sanitário
têm um alto custo econômico;

• Incineração - A incineração reduz bastante o volume de resíduos e


destrói organismos que causam doenças.

É um processo caro, pois, para evitar a poluição do ar, é necessária a


instalação de filtros e de equipamentos especiais para filtrar a fumaça
resultante da incineração, que também é poluente.

O lixo deve ser queimado em aparelhos e usinas especiais. Após a


queima, o material que resta pode ser encaminhado para aterros
sanitários;

• Compostagem - A compostagem é a transformação dos restos orgânicos


do lixo em um composto, nesse caso, em adubo.

Esse adubo é resultado da ação de seres decompositores (bactérias e


fungos) sobre as substâncias orgânicas do lixo;

• Reciclagem - Reciclar é uma boa opção, pois diversos componentes do


nosso lixo diário podem ser reaproveitados.

Em várias cidades brasileiras, há a coleta seletiva e a reciclagem do lixo,


o que tem contribuído para diminuir o desperdício, além de proteger o
solo de materiais não recicláveis pela natureza.
5. Poluição sonora

O som é a compressão ou onda mecânica que se propaga de forma


circuncêntrica em meios que tenham massa e elasticidade, sejam eles sólidos,
líquidos ou gasosos.

Os sons de qualquer natureza podem se tornar prejudiciais à saúde ou mesmo


insuportáveis quando emitidos em grande volume e, nesses casos, diz-se que
determinado som possui nível elevado de pressão sonora ou elevada
intensidade.

O termo ruído, por sua vez, pode ser utilizado em vários contextos. É algo
inoportuno, indesejável, que pode prejudicar a percepção de um sinal ou gerar
desconforto.

Trata-se de um atributo qualitativo, não quantitativo. Quantitativamente, mede-


se, no caso de um determinado som, o seu nível de pressão sonora.

A perda da audição é o efeito mais frequentemente associado a qualquer som,


seja ele ruidoso ou não, musical ou não, que possua níveis elevados de pressão
sonora, ou seja, que ultrapasse os limites de tolerância cientificamente já
estabelecidos para o ouvido humano, para a maioria das pessoas, de forma
gaussiana.

Esses limites de tolerância estão explicitados em diversas tabelas que


relacionam os níveis de pressão sonora de sons, ruidoso ou não, e o tempo em
que, sendo ultrapassado por alguém que se exponha a ele, se poderá sofrer
lesões auditivas.

Exposição é o contato de forma desprotegida a determinados níveis de pressão


sonora por tempo e dose suficientes para provocar a lesão auditiva (quando
são ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos).
Dá-se quando se está "de forma desprotegida" porque entende-se que alguém
que esteja protegido não estará em exposição ao agente agressor, (no máximo
encontrar-se-á em risco de exposição).

Essa situação está presente em várias atividades da vida diária em que o


contato com sons intensos, de forma desprotegida, voluntária (ex.: uso de
equipamentos de música amplificada) ou involuntária (poluição sonora com
altos níveis de pressão sonora).

5.1 – Como ocorre a poluição sonora

A poluição sonora ocorre quando, num determinado ambiente, o som altera a


condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambiente,
como outros tipos de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de
vida das pessoas.

O ruído é o que mais colabora para a existência da poluição sonora. Ele é


provocado pelo som excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de
transporte, áreas de recreação etc.

Esses ruídos provocam efeitos negativos para o sistema auditivo das pessoas,
além de provocar alterações comportamentais e orgânicas.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som deve ficar em


até 50db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao
ser humano.

A partir de 50 decibéis, os efeitos negativos começam. Alguns problemas


podem ocorrer a curto prazo, enquanto outros levam anos para serem notados.
5.2 - Danos da poluição sonora para a saúde

Independentemente de os níveis sonoros serem potencialmente agressores aos


ouvidos, a poluição sonora pode, em alguns indivíduos, causar estresse, e com
isto, interferir na comunicação oral, base da convivência humana.

Podem ainda perturbar o sono, o descanso e o relaxamento, impedir a


concentração e aprendizagem, e o que é considerado mais grave, criar um
estado de cansaço e tensão que pode afetar significativamente o sistema
nervoso e cardiovascular.

Há vários tipos de ruídos e sons não ruidosos potencialmente agressivos para o


órgão auditivo, como o trânsito de veículos, atividades domésticas e públicas e
o ruído industrial.

O aparelho auditivo não é o único ponto de ataque da poluição sonora, mas


também o sistema endócrino, especialmente as glândulas que produzem o
cortisol e outros corticosteroides.

Dessa maneira, níveis de ruído a partir de 45dB podem ser nocivos à saúde
humana, quando a diferença de medição for maior que 3dB do nível de ruído
de fundo.

Já a partir de 55dB pode-se considerar uma fonte sonora como incômodo. Se


este nível de ruído permanecer por um período de tempo longo, a produção
pessoal pode cair e a sensação de mal-estar de quem está submetido a esta
fonte sonora pode aumentar enormemente.

Emissões sonoras entre 60 e 75dB produzem estresse físico. Este tipo de


poluição sonora pode determinar a hipertonia arterial (aumento da pressão
sanguínea) e provocar doenças circulatórias, como o enfarte do miocárdio
(ataque do coração) e até mesmo ser a causa de úlceras estomacais.
6 . Considerações finais

6.1 – Educação ambiental

A partir da década de 70, o mundo começou a discutir os problemas ambientais


causados ao nosso planeta.

Em 1992, aconteceu um grande encontro no Brasil sobre meio ambiente e


desenvolvimento, chamado de ECO-92, realizado pela Conferência da ONU.

Nesse encontro ficou visível a preocupação com as questões ambientais


(biodiversidade, desertificação, mudanças climáticas, camada de ozônio em
perigo), reforçando os princípios e as regras para o combate à degradação
ambiental.

Foi a partir da Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972 que surgiu a


educação ambiental (EA) e a evolução de seus conceitos ampliaram-se com a
ECO-92, sediada no Rio de Janeiro.

Podemos dizer que EA é um processo permanente de formação e informação,


procurando desenvolver uma consciência crítica para identificação e busca de
soluções para os problemas ambientais.

No Brasil, a Lei Federal 9.795/99 institui a Política Nacional de Educação


Ambiental.

Entendem-se por EA os processos por meio dos quais o indivíduo e a


coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade
(baseado no Art. 225 da Constituição Federal/88).
A educação ambiental quer provocar a mudança de comportamento e atitudes
diante do meio ambiente, de forma a possibilitar a melhoria da qualidade de
vida.

Estimular o uso dos recursos naturais de forma sustentável e combater o


desperdício é fundamental para minimizar (diminuir) os problemas ambientais.

Quando falamos em qualidade de vida, devemos estabelecer critérios


ambientalmente corretos, ou seja, devemos procurar sempre agir de forma
consciente.

O lixo é um dos grandes problemas ambientais do mundo, e a falta de


conscientização e de Educação Ambiental do ser humano agrava cada vez mais
esse problema.

Para entender melhor a questão do lixo, é necessário praticar os 3Rs:

• Reduzir o consumo desnecessário (consumo consciente). Evitar o


desperdício, principalmente de água (recurso natural finito), de comida e
de alimentos, tão necessários para a nossa sobrevivência;

• Reutilizar e reaproveitar tudo que for possível, pois quando estamos


reutilizando ou reaproveitando, possibilitando um novo destino para
aquele material, deixamos de provocar impactos ambientais;

• Reciclar tudo aquilo que não for possível reutilizar ou reaproveitar. No


processo de reciclagem, os resíduos podem ser transformados em
matéria-prima, poupando os recursos naturais, mas de alguma forma
provoca impactos ambientais.
Os materiais recicláveis são: papel, plástico, vidro, metal, resíduo
orgânico (óleo de fritura, restos de comida, folhas, poda de árvores etc.).

6.2 - Saúde pública e meio ambiente

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a


ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental
e social.

A VIII Conferência Nacional de Saúde Pública, realizada em 1986, marco


importante na discussão no Brasil da relação saúde/doença, ampliou esse
conceito.

Incluiu na definição de saúde o acesso a condições de vida e trabalho, bem


como o acesso igualitário de todos aos serviços de promoção, proteção e
recuperação da saúde.

Colocou como uma das questões fundamentais a integridade da atenção à


saúde e a participação social.

Nos últimos anos, tem-se observado que a finalidade dos projetos de


saneamento tem saído de sua concepção sanitária clássica, recaindo em uma
abordagem ambiental, que visa não só promover a saúde do homem, mas
também a conservação do meio físico e biótipo.

Com isso, a avaliação ambiental dos efeitos dos sistemas de saneamento nas
cidades consolidou-se como uma etapa importante no processo de
planejamento, no que se refere à formulação e seleção de alternativas e à
elaboração e detalhamento dos projetos selecionados.

A compreensão dessas diversas relações revela-se um pressuposto fundamental


para o planejamento dos sistemas de saneamento em centros urbanos, de
modo a privilegiar os impactos positivos sobre a saúde pública e sobre o meio
ambiente.

Ressalta-se que o conceito de saneamento compreende os sistemas de


abastecimento de água e esgotamento sanitário, a coleta e disposição de
resíduos sólidos, a drenagem urbana e o controle de vetores.

7. Conclusões

Pôde-se notar como o atual modelo econômico estimula o consumo crescente e


irresponsável de bens materiais.

Percebeu-se, no entanto, que há um limite para essas práticas consumistas,


pois algumas das consequências indesejáveis desse tipo de ação humana já são
claras, como a contaminação da água, o esgotamento do solo e a crescente
poluição atmosférica, principalmente nas grandes cidades.

A poluição tem causado problemas diversos, os quais apresentam diferentes


graus de complexidade, pois variam conforme o caso e as características
específicas da região que sofreu o impacto ambiental.

As soluções para mitigar os efeitos negativos do poluente serão dispendiosas


para a sociedade, caso as medidas a serem tomadas não apresentem ações
preventivas e também caso não ocorra o envolvimento, além do poder público,
das empresas, do terceiro setor e da própria população.

O entendimento da EA a todos os setores da sociedade será fundamental para


que possamos mudar comportamentos, posturas e práticas habituais nocivas ao
meio ambiente e estabelecer atitudes que verdadeiramente visem ao
desenvolvimento sustentável.
Portanto, as questões ambientais não devem ser tratadas apenas como um
conjunto de temáticas para proteger a vida dos seres vivos, mas também
promover melhorias do meio ambiente com ações concretas que transformem
essa realidade e se obtenha qualidade de vida para todos.

8 . Referências Bibliográficas

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