NATAL-RN
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NATAL-RN
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BANCA EXAMINADORA
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Profª. Ms Ivone Braga Albino (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Profª Ms. Antonia Maira Emelly Cabral da Silva Vieira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Profª Dra Érika Soares de Oliveira Araújo
Secretaria Municipal de Educação do Natal
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RESUMO
ABSTRACT
This article is about the importance and the possible contributions of Specialized Educational
Care Room (SECR) in the teaching-learning process of people with disabilities or other
special educational needs. Sought, therefore, in the context of special education talk about the
history of inclusive education, emphasizing pedagogical aspects about learning, socialization
and interaction of students in regular education room. In the methodological path used an
exploratory research and interview with a professional, which developed in the SECR
activities with the target audience of special education, in a school, located in a municipality
of Rio Grande do Norte, with the purpose of subsidizing the collection and analysis of data.
Research and development of the construction of this text dialogues with Baptista (2011),
Bueno (1999), Garcia (2011) and other researchers on the topic in question. It had been noted
that special education with a proposal inclusive is able to contribute with education
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professionals to form individuals who can act in society as consciously human, considering
that the teaching and learning cannot be based only on the statement that the teacher gives to
students, but in the construction of knowledge by the student and the development of new
skills. In that sense, it had been noted that there is a long way to go towards the establishment
of an inclusive education system.
INTRODUÇÃO
No atual contexto em que a educação inclusiva vem dando outros rumos à Educação
Especial e a existência de leis reguladoras no discurso governamental a educação com
qualidade para todos, sem distinção, ainda traz muitas inquietações para os profissionais de
ensino. Nesse sentido, o atendimento educacional oferecido às crianças com necessidades
educacionais especiais, que busca possibilidades de uma educação inclusa e de qualidade,
acaba trazendo às discussões o real direito à igualdade socioeducacional. Existe atendimento
educacional para todas as crianças nas escolas de ensino regular? Na Constituição Federal, de
1988, no artigo 3º, parágrafo IV, consta que, deve-se ser assegurada a promoção do bem-estar
de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (BRASIL, 1988).
Nessa mesma questão temos o documento intitulado Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) que visa constituir políticas públicas
que promovam uma educação de qualidade. Encontramos nesse documento (2008, p. 1):
os alunos são iguais perante a lei que houve um processo investigativo cujo objetivo foi
verificar como se dá o AEE e qual a sua importância para a Educação Especial e inclusiva,
numa escola que oferece este serviço, sendo esta escola1 um espaço de pesquisa de campo.
Feito a pesquisa durante o percurso acadêmico, a intenção era de construir o presente
trabalho.
Para atingir esses e outros objetivos foi necessário visitar e entrevistar2 um profissional
do serviço de AEE oferecido na referida escola, campo de pesquisa, e a realização de uma
exploração bibliográfica, buscando subsídios para possíveis discussões a respeito do tema.
Algumas inquietações como: qual o atual entendimento sobre Educação Especial e Educação
Inclusiva pelos que fazem a escola? Quais trajetórias (histórica e social) tecem considerações
sobre como era realmente, a educação voltada para o público considerado especial? E,
principalmente, como nos dias atuais a escola se posiciona em relação às pessoas com
deficiência ou com outras necessidades educacionais especiais3?
Segundo Gil (2002) uma pesquisa com abordagem exploratória tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode
envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema
pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Sobre o
estudo de campo Gil (2002) diz que procura aprofundar as questões propostas.
Sabe-se pois, que as dificuldades para lidar com esses alunos existem e observá-las
para perceber se a política do AEE possibilita uma nova oportunidade socioeducacional para
quem dele necessita é pertinente. Pensando nisso, a escola pode vir a desenvolver um melhor
trabalho pedagógico para o desenvolvimento no processo de ensino e aprendizado.
Diante de tais preocupações busca-se entender o AEE como um serviço a mais na
escola, auxiliando os alunos com deficiência no processo de ensino e aprendizado,
valorizando a sua permanência na escola, numa perspectiva de incluí-lo socialmente e
educacionalmente na escola, valorizando o seu potencial cognitivo, de acordo com seu
desenvolvimento.
Sabe-se, pois, que é necessário um trabalho conjunto de todo o corpo da escola, a fim
de evitar estigmas, já que nossa sociedade é excludente e preconceituosa, buscando assim um
1
Não sendo foco desse trabalho um estudo de caso, mas discutir sobre o AEE como apoio ao ensino regular,
ressalta-se que a escola visitada está localizada na Rua Manoel Sabino, 189, São José do Seridó/RN.
2
A Entrevista foi realizada com a profissional que atua na sala de AEE. Ela é Pedagoga e tem pós-graduação em
Educação Especial.
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Pessoas com limitação física, sensorial, visual e outros transtornos que necessitam de atendimento diferenciado
no ensino-aprendizagem.
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equilíbrio no contexto escolar, social, e familiar. Desse modo, é importante a formação dos
profissionais da educação, e da atuação de um psicopedagogo, para que juntos reúnam
esforços para intervir nas dificuldades enfrentadas durante o processo de aprendizado e na
socialização do público da Educação Especial. O corpo docente compreende o que é
Educação Especial num contexto mais atual? O que sabem sobre educação inclusiva? Como
acontece o AEE na escola, isto é, como funciona? Quais as dificuldades enfrentadas pelo
corpo docente e discente no funcionamento do AEE?
Diante da perspectiva dos desafios encontrados no contexto escolar, sabe-se que é
necessária a intervenção do professor como um mediador, facilitador e um formador de
opinião, intervindo e socializando a turma em virtude de uma educação com qualidade para
todos.
É nessas condições de verificação do funcionamento do AEE na escola, em foco, que
existe a pretensão de contribuir, de forma significativa, para a busca de novos
questionamentos que possam subsidiar este serviço oferecido para uma real inclusão de
alunos com necessidades educacionais especiais.
Na Historia Antiga e Medieval o direito à educação formal era da elite. Desta forma,
os filhos dos serviçais ficavam o tempo todo em companhia de seus pais. Nos primórdios a
humanidade vivia de forma nômade (se descolando de um lugar para outro, em busca de
sobrevivência). Culturalmente cada povo, em sua época, tinha suas crenças e peculiaridades.
Fato a destacar é que em relação às pessoas que nasciam com algum tipo de deficiência estas
eram abandonadas, deixadas às margens dos rios, ou tinham outros destinos ligados à morte,
pois eram consideradas improdutivas para viver em sociedade. Diante disso, cada povo tinha
sua própria lei, em seus contextos. De acordo com GARCIA (2011), as pessoas que não
nasciam dentro da normalidade passavam por:
Com o passar dos tempos as pessoas com deficiência passam por outras formas de
atendimento na sociedade. Aos poucos as mudanças foram ocorrendo e o desenvolvimento de
pesquisas, mesmo com poucos adeptos, fizeram com que estas pessoas passassem por outras
formas de atendimento, principalmente o escolar. Para serem um pouco instruídos passaram a
ser isolados em lugares mantidos pela elite, ou a igreja, que, com a pregação de fazer o bem,
dava-lhes o direito de serem assistidos em programas assistencialistas.
No século XVI surgiram os primeiros relatos das primeiras experiências positivas de
educação de pessoas surdas, na França. Neste período foi editada a primeira obra nesta área.
Outro trabalho destacado foi o do médico Jean Marc Itard, em 1774-1838, que iniciou o
atendimento educacional aos deficientes mentais (MARTINS, 1999).
Com esses avanços ocorridos no campo das pesquisas e os primeiros relatos de
educação de pessoas com deficiência surgem novos métodos especiais de avaliação, educação
e tratamento destas pessoas. No século XX começou a surgir instituições educacionais para as
pessoas com deficiência, porém, de forma isolada do ensino regular. Na da segunda metade
do século XX as pessoas com deficiência passaram a ser vistas como cidadãos de direito.
Embora que ainda sutilmente e no plano mais teórico dos estudos realizados.
Na década de 60 surgiu o atendimento educacional com um movimento em prol da
normalização, na Dinamarca. Em 1959 com Bank Mikkelsen, em 1969 com Wolfensberger, e
foi repassado para o restante do mundo, porém, os alunos ainda ficavam isolados da escola
regular,
Observa-se que a educação de pessoas com deficiência perpassou por longo período de
mudanças e que a cada descoberta uma nova oportunidade educacional surgia na vida das
pessoas que dela necessitavam. Dessa forma a historia da Educação Especial foi sendo criada
com diferentes olhares e perspectivas e ao passar dos anos foi desenvolvendo-se, favorecendo
as pessoas com necessidade educacional especial. Sabe-se que muitos termos foram utilizados
em relação às pessoas, tais como: excepcionais, deficientes, portadoras de deficiências, com
deficiência, etc., desde a época da segregação, em que as pessoas ficavam isoladas, sem
interagir, e consideradas fora de um padrão de normalidade, até esse momento de educação
inclusiva, que leva esse público para o ensino regular, em questão. No passado a Educação
Especial ficava restrita a atendimentos com pessoas que apresentavam deficiência na visão
clínica, deixando a educação a desejar, isto é, não favorecendo o desenvolvimento do
indivíduo no convívio social e familiar. Nesta perspectiva os deficientes não frequentavam a
rede de ensino regular.
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Em outras palavras, Bueno defende que a educação inclusiva não se promove a partir
de decretos, mas de políticas educacionais voltadas para as pessoas com necessidades
educacionais especiais, processualmente, acompanhando o ensino e aprendizagem,
favorecendo assim, a diversidade existente na comunidade escolar.
Ao visitar a escola, campo de pesquisa, para fins de realização da entrevista com a
profissional responsável pelo AEE, foi constatado que ela atua exclusivamente na sala de
AEE. Sua graduação é em Pedagogia e tem especialização em Educação Especial. Foi
verificado que há um ano a professora desenvolve atividades com os alunos que apresentam
deficiência ou outras necessidades educacionais no município de São José do Seridó/RN.
Na entrevista, inicialmente, a professora foi indagada sobre o que sabia a respeito de
como era antes a educação para quem tinha necessidade educacional especial. Obteu-se a
seguinte resposta: “antigamente quase não existia escolarização. A população, em sua grande
maioria, era predominantemente agrícola e rudimentar, e a educação para deficientes
praticamente não existia, sendo aos poucos desenvolvida através do interesse e apoio de
algumas pessoas”. Diante dessa resposta pode-se dizer que, de fato, quase não existia
escolarização para esse alunado, muito menos uma educação com profissionais mais
especializados.
Coletar dados a respeito do seu entendimento sobre Educação Especial foi bem
pertinente, obtendo-se a seguinte resposta: “trata-se de uma modalidade de ensino destinada a
educandos ou pessoas com deficiência, no campo da aprendizagem, originadas de: deficiência
física, sensorial, intelectual, múltiplas deficiências, altas habilidades ou superdotação”. De
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acordo com a sua fala a professora demonstra ter conhecimento do público que ela pode
esperar na sala de trabalho do AEE. Vale ressaltar que, 2008, o Ministério da Educação
estabeleceu a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva de educação inclusiva,
uma política de grande importância no sentido de entender que a escola é para todos,
independentemente da deficiência que a mesma possui, pois toda criança deve estar na escola
sem sofrer discriminação, nem restrições de ensino e aprendizagem, em função da sua
deficiência. Nesse sentido, a escola deve assegurar a matrícula dos alunos em classes comuns,
sendo dever de o Estado proporcionar atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 2008).
Ao perguntar sobre o que a escola fazia para incluir os alunos com necessidades
educacionais especiais a entrevistada ressaltou que a escola deve ser capaz de receber esses
alunos com suas individualidades. Ela reportou ao princípio fundamental das escolas
inclusivas que consiste em que todos os alunos devam aprender juntos, sempre que possível,
independentemente das dificuldades e das diferenças apresentadas. Diante do seu
conhecimento pode-se acrescentar que, de acordo com a política vigente, a escola inclusiva
deve reconhecer e trabalhar em função das mais diversas necessidades apresentadas pelos
alunos voltando-se para acolher aos vários estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a
incluí-los nos sistema educacional. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Especial na educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, Art. 2, p.69, determina que:
Trabalhar, portanto, dentro dessa proposta, num processo inclusivo, necessita de ações
eficazes que garantam o desenvolvimento intelectual, social, afetivo e profissional da clientela
a qual se destina. No entanto, considera-se que se faz necessário substanciá-lo com uma
filosofia que interrelacione a situação existente com ideais necessários, de modo a
compreender a diversidade, qualitativamente, nos diferentes serviços educacionais existentes,
seja no ensino regular seja no ensino especial.
Nesse sentido, a proposta de educação inclusiva fundamenta-se numa filosofia que
possibilita a construção e o desenvolvimento dos alunos de igual para igual, garantindo a
todos os alunos com necessidades especiais oportunidades de acesso às escolas.
Sabe-se que nos dias atuais o direito à educação está previsto na constituição,
educação para todos independentes das necessidades, por isso na atualidade tanto se fala em
educação inclusiva. Nesse propósito a LDB nº 9394/96, em seu Parágrafo único, mostra que:
Percebe-se pois, que a Educação Especial, visando ser inclusiva, perpassa por muitos
caminhos, dando oportunidade a quem necessita. Trata-se de uma nova perspectiva, gerando
muitas controvérsias a seu respeito, porém, deve-se acreditar que existe muito a ser feito,
principalmente ao pensar em inclusão como ferramenta pedagógica que possibilite novos
horizontes. Na própria LDB é destacado que “os sistemas de ensino assegurarão aos
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica,
para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996, Art. 59).
Vê-se pois, que as últimas décadas foram marcadas por marcos legislativos nacionais e
internacionais e movimentos sociais importantes por parte das pessoas com deficiência e por
militantes dos direitos humanos, que conquistaram o reconhecimento dos seus direitos já que
essas pessoas com necessidades especiais têm plena participação social. Ao reconhecer esses
avanços deve-se atentar para as dificuldades enfrentadas no sistema de ensino e por isso a
necessidade de confrontar as práticas existentes para fins de criar alternativas para superá-las.
Diante disso, a educação inclusiva assume o espaço central nesse trabalho exploratório e
merece destaque quanto ao ponto de vista de seus seguidores. Na lógica da execução, o
profissional que está no município tem a dizer que educação inclusiva “configura-se na
diversidade inerente à espécie humana, buscando perceber e atender às necessidades
educativas especiais de todos os sujeitos (alunos) em sala de aulas comuns, em um sistema
regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem de todos. Incluindo o aluno deficiente
no contexto social, escolar, de forma harmoniosa com os demais”.
Analisando essa resposta da profissional entrevistada, pode-se entender que o conceito
que apresentou ainda é muito preso às formalidades da lei e documentos. Nesse sentido
poderia ser mais prático de acordo com sua atuação para fornecer elementos mais analisáveis
sobre a real inclusão que vem acontecendo na escola, sobretudo, de apoio diferenciado do
AEE. De acordo com Carvalho (2000, p. 111):
Diante dessa perspectiva, ao pensar um pouco sobre escola inclusiva, entende-se que a
inclusão é a reestruturação do processo de ensino e aprendizado para com todos os alunos,
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inclusive para os que apresentam alguma limitação que os impedem de aprender. Percebe-se,
portanto, que é necessário buscar outros métodos de ensino e não apenas fazer adaptações
pensando que os alunos vão se desenvolver cognitivamente. Nesta concepção é necessário que
a escola abra suas portas para incluir o aluno, nas mais diversas ocasiões, ajudando-o a
relacionar-se bem na vida social, escolar, familiar, e assim, desenvolver sua autonomia.
Segundo (Baptista, 2005, p. 18):
O movimento de inclusão tem origens que decorre dos limites nos processos
de identificação dos sujeitos com necessidades educativas especiais, das
criticas aos mecanismos excludentes da escola em geral e, em particular, das
alternativas paralelas de atendimento, com proposições pedagógicas que
tendiam a minimizar os desafios propostos aos alunos: Das transformações
nas concepções de alternativa de intervenção em educação e saúde. A
evolução desse movimento mostra uma tendência que mantém e atualiza
princípios norteadores de uma educação “ampla”, propondo a inclusão
escolar.
A concepção de Educação Especial precisa incluir de maneira que não seja sinônimo
de exclusão, isto é, demonstrar que a escola está aberta a adapta-se ao aluno com deficiência e
não o aluno se adaptar às dificuldades que a escola tem para incluí-lo. Isso é uma contradição.
A pessoa que é identificada com dificuldade de aprendizagem pode ser avaliada por
profissionais de múltiplas áreas, esse aluno com deficiência tem que passar por atendimento
psicológico, psicopedagógico e neurológico e por outros profissionais para saber o
fechamento do diagnóstico de uma deficiência ou se é apenas dificuldades transitórias,
objetivando dirimir ou superar os obstáculos/dificuldades.
Diante da proposta de funcionamento do AEE foi constatado pela profissional
entrevistada que “é um serviço de educação especial desenvolvido na rede regular de ensino
que organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena
participação de alunos, considerando as suas necessidades especificas, e que deve ser
articulado com a proposta da escola comum, embora suas atividades se diferenciem das
realizadas em sala de aula comum”. De acordo com essa resposta da professora podemos
dizer que, diante da proposta da sala de AEE, o trabalho desenvolvido não pode ser
diferenciado do que é realizado na sala de aula do ensino regular, ajudando, assim, ao aluno
com deficiência a ter um melhor acompanhamento junto a outros alunos. Para um melhor
entendimento sobre o assunto acima citado foi feito a seguinte pergunta à professora do AEE:
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O AEE E AS DIFICULDADES
O desafio, portanto, evocado quando afirmei que essa perspectiva seria mais
rica e mais desafiadora, está predominantemente associada à dimensão da
formação (como formar esse profissional que ainda não existe?) e à
requalificação (trata-se de uma tarefa para qual devemos contar com
profissionais que existem e que estão em campo, mas que devem construir
capacidades que possivelmente ainda lhe são estranhas).
De acordo com esse autor o professor tem que sempre estar se aperfeiçoando,
procurando meios de acompanhar o desenvolvimento e se adaptar às novas tecnologias de
ensino-aprendizagem para trabalhar com o público do AEE.
Diante dessa perspectiva, as salas de AEE necessitam do professor como sendo o
sujeito que precisa constantemente de formação continuada para acompanhar as mudanças
propostas para a escola oferecer uma educação inclusiva. As responsabilidades dos
professores, portanto, aumentam cada vez mais e são mais percebidas na sociedade, uma vez
que a estes é dada a função de mediador dos processos de ensino-aprendizado, transformador
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inclusão escolar é algo amplamente discutido nos dias atuais. Diante disso, não é
possível deixar que o público-alvo da Educação Especial permaneça despercebido em suas
reais necessidades educacionais especiais. Diante dessa questão, o ensino regular
contemporâneo conta com os recursos das salas multifuncionais, visando à promoção da
aprendizagem, do convívio e inclusão socioducacional desse alunado. A escola não pode
manter-se distante dessa realidade, ao contrário, deve ser um ambiente propiciador de uma
educação que almeje o ensino-aprendizagem de todos, com êxito e terminalidade dos níveis
escolares bem sucedidos. Sabe-se, porém, que existem muitas leis que apoiam e incentivam a
inclusão, mas ainda tem um grande público desfavorecido desse aspecto.
O AEE, em foco, foi explorado nesse trabalho permitindo entender que este
atendimento especializado pode ser um meio de superar muitas limitações na sala de aula,
principalmente, de desenvolver no aluno o fator cognitivo, social e afetivo, facilitando a sua
acessibilidade no meio em que vive. No entanto, foi constatado que muitas dificuldades
existem, como a ausência de formação continuada para o profissional responsável pelo
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serviço de apoio, bem como melhor compreensão de sua parte da sua importância enquanto
professor que não deve pensar apenas em adaptações curriculares, mas em adotar postura de
buscar novas metodologias que atendam às reais necessidades específicas de cada aluno. É
difícil? E, mas o que se preza é por uma real educação inclusiva que vise os propósitos da
Educação Especial no ensino regular.
Nestes termos, as reflexões proporcionadas pela pesquisa são como meios capazes de
mobilizar o pensamento dos professores do AEE e da sala de aula regular, para que, juntos,
possam caminhar, atender e divulgar um bom trabalho no AEE e as suas reais
responsabilidades, garantido assim, oferta de um ensino inclusivo, capaz de superar as
barreiras do preconceito e da desigualdade de oportunidades.
Observando as mudanças ocorridas no decorrer dos anos, e sem dúvidas no dia a dia
das pessoas, de acordo com suas necessidades, é que os trabalhos pedagógicos poderão
avançar para alcançar as metas estabelecidas para uma inclusão necessária e não uma inclusão
impossível de se realizar.
REFERÊNCIAS
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______. MEC, Secretaria de Educação Especial, Inclusão. Revista da educação especial, v.4,
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BUENO, José Geraldo Silveira. Crianças com necessidades educativas especiais, política
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Roberto CAIADO, Katia Regina Moreno. Professores e Educação Especial: Formação em
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21
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SILVA, Otto Marques da. A epopeia ignorada: a pessoa deficiente na historia do mundo de
ontem e de hoje. São Paulo, CEDAS, 1986.