Você está na página 1de 37

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

DISCIPLINA ANÁLISES FARMACOPEICAS (PFA 029 – Diurno/Noturno)

Testes Físicos e Físico-Químicos Aplicáveis ao Controle de Qualidade


de Formas Farmacêuticas e Cosméticas

Graduando (a):___________________________________________

Professores

Christian FERNANDES
Cristina Duarte VIANNA-SOARES
Isabela da Costa CESAR

Belo Horizonte

Março/2015

1
SUMÁRIO

I- INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 3

II - DETERMINAÇÃO DE PESO (FB 5 5.1.1/USP 34 <755>/BP 2011 XII C) ................................ 4

III - UNIFORMIDADE DE DOSES UNITÁRIAS/UDU (FB 5 5.1.6/USP 34•905•/BP 2011 XII C)8

IV - DUREZA (FB 5 5.1.3.1, USP 34, <1217>/ BP 2011 XVII H) .................................................. 12

V - FRIABILIDADE (FB 5 5.1.3.2/USP 34, <1216>/ BP 2011 XVII G) ......................................... 12

VI – UMIDADE (Determinação de água) (FB 5 5.2.20/USP 34 <921>/BP 2011 IX C) .................. 13

VII - DESINTEGRAÇÃO (FB 5 5.1.4/USP 34, <701>/BP 2011 XII A) ......................................... 15

VIII – TESTE DE DISSOLUÇÃO (FB 5 5.1.5/USP 34 <711>/BP 2011 XII B) ............................. 17

IX - DETERMINAÇÃO DE VOLUME (FB 5 5.1.2) ....................................................................... 22

X - LIMPIDEZ (FB 5 5.1.7/USP 34 <788>/BP 2011 XIII)...............................................................24

XI - pH (FB 5 5.2.19/ USP 34 <791>/BP2011 V L) ......................................................................... 25

XII - DENSIDADE (FB 5 5.2.5/USP 34 <841>/BP 2011 V G)........................................................ 26

XIII - VISCOSIDADE (FB 5 5.2.7/USP24 <911>/BP2011 A V - H) .............................................. 27

XIV - CONDUTIVIDADE (FB 5 5.2.24/USP 24<645>/BP 2011 V O/Vogel, 1981) ...................... 29

XV – TESTE DE GOTEJAMENTO (FB 5 5.1.8/USP 34) ............................................................... 29

XVI – CARBONO ORGÂNICO TOTAL – TOC (FB 5 5.2.30/USP 34 <643>/BP 2011 V P) ....... 30

ANEXOS ........................................................................................................................................... 32

2
I - INTRODUÇÃO
Para a avaliação da qualidade das formas farmacêuticas e/ou cosméticas, diferentes testes físicos e
físico-químicos se aplicam. A descrição dos procedimentos e os parâmetros de qualidade a serem
obedecidos, para insumos e produtos farmacêuticos para uso humano ou veterinário, constam dos
compêndios oficiais, nacionais ou estrangeiros. Para produtos cosméticos guias elaborados pelas
agências regulatórias estão disponíveis.
A avaliação da qualidade de um produto final, medicamento ou cosmético, consiste não somente na
identificação e determinação do teor do componente ativo da fórmula (doseamento), mas, também,
na avaliação de determinadas características físicas e físico-químicas da formulação.
Com o cumprimento de todos os testes (de acordo), no mínimo, de uma monografia oficial atesta-se
a qualidade de um insumo ou produto farmacêutico por meio de um certificado de análise que, após
avaliação final, é aprovado. O não cumprimento com as especificações pré-estabelecidas (em
desacordo) pode acarretar o comprometimento de quaisquer atributos, como p. ex., o aspecto e a
estabilidade do produto e, consequentemente, a sua segurança e eficácia. Como exemplo, algumas
situações:
- uma solução injetável, cujo pH esteja fora da especificação, poderá comprometer a solubilidade
e/ou estabilidade do fármaco ou, até mesmo, causar lesões no local de aplicação;
- comprimidos que não estejam formulados adequadamente, poderão prejudicar a cedência do
fármaco ao organismo, comprometendo a absorção e a eficácia terapêutica do medicamento;
- comprimidos revestidos ou drágeas gastrorresistentes, cujo revestimento não esteja adequado,
poderão causar irritação estomacal e provocar reações indesejáveis;
- um shampoo de determinada marca e tipo levará à desconfiança do consumidor, podendo
comprometer sua venda, se apresentar tonalidade e/ou viscosidade variável(éis) a cada vez que for
adquirido;
- drágeas que estejam descoradas ou manchadas despertarão a desconfiança no usuário.
Tais anormalidades, que muitas vezes ocorrem pelo não cumprimento das boas práticas de
fabricação, levam à perda de credibilidade do produto ou mesmo do fabricante.
Alguns testes físicos e físico-químicos são específicos para as formas farmacêuticas e/ou
cosméticas, enquanto outros aplicam-se também a vários tipos de materiais como, por exemplo,
produtos alimentícios, produtos químicos, combustíveis, lubrificantes etc.
Merecem destaque os testes para medicamentos e cosméticos listados a seguir.
Formas farmacêuticas ou cosméticas líquidas ou semi-sólidas: determinação de volume; limpidez;
pH; densidade; viscosidade.
Formas farmacêuticas sólidas: determinação de peso; uniformidade de doses unitárias (variação de
peso e uniformidade de conteúdo); dureza; friabilidade; desintegração; dissolução; umidade ou
perda por dessecação, ou determinação de água;
Outros testes importantes, porém, mais específicos para determinadas preparações farmacêuticas ou
cosméticas são:
- características organolépticas (cor, sabor, odor) para formas farmacêuticas de uso oral;

3
- espalhabilidade para pomadas;
- seringabilidade para suspensões injetáveis;
- ponto de fusão para supositórios, etc.
Os procedimentos e especificações para os testes mais usuais, descritos nos compêndios oficiais
mais utilizados (Farmacopeia Brasileira/FB 5; Britânica/BP 2011 e dos Estados Unidos
(Americana)/USP 34) serão apresentados a seguir.

II - DETERMINAÇÃO DE PESO (FB 5 5.1.1/USP 34 <755>/BP 2011 XII C)


Este teste tem por objetivo verificar se as unidades de um mesmo lote apresentam uniformidade de
peso (produtos em dose unitária) ou se houve homogeneidade de distribuição no envase
(acondicionamento em dose múltipla).
Aplica-se a formas farmacêuticas sólidas em dose unitária (comprimidos não revestidos,
comprimidos revestidos, pastilhas, cápsulas duras e moles e supositórios), formas farmacêuticas
sólidas acondicionadas em recipientes para dose unitária (pós estéreis, pós liofilizados, pós para
injetáveis e pós para reconstituição de uso oral) e formas farmacêuticas sólidas e semissólidas
acondicionadas em recipientes para doses múltiplas (granulados, pós, cremes, géis, pomadas e
pós para reconstituição).
Os Códigos Farmacêuticos estabelecem limites, ou seja consideram o peso médio encontrado
(dose única) ou o valor nominal declarado (dose múltipla) da forma farmacêutica.

a) FB 5 (5.1.1)

Procedimento para as formas farmacêuticas em dose única


Pesar, individualmente, 20 unidades e determinar o peso médio. Apenas duas unidades poderão
estar fora dos limites especificados (para drágeas, pode-se tolerar não mais que cinco unidades
fora dos limites especificados). Entretanto, nenhuma poderá estar acima ou abaixo do dobro das
porcentagens indicadas.

TABELA I
Formas farmacêuticas Peso médio (mg) Limite de variação
Comprimidos não revestidos ou revestidos com ≤ 80 ± 10,0%
filme, efervescentes, sublinguais, • 80 a • 250 ± 7,5%
vaginais e pastilhas ≥ 250 ± 5,0%
≤ 25 ± 15,0%
Comprimidos com revestimento açucarado • 25 a ≤ 150 ± 10,0%
(drágeas) • 150 a • 300 ± 7,5%
≥ 300 ± 5,0%
• 300 ± 10,0%
Cápsulas duras e moles, cápsulas vaginais
≥ 300 ± 7,5%
Supositórios e óvulos Independente do peso médio ± 5,0%
Pós estéreis, pós liofilizados e pós para
mais de 40 ± 10,0%
injetáveis
• 300 ± 10,0%
Pós para reconstituição (uso oral)
≥ 300 ± 7,5%
* Se o peso médio for de 40 mg ou menos, submeter ao teste de Uniformidade de doses unitárias.

4
Procedimento para as formas farmacêuticas em dose múltipla
Pesar, individualmente, 10 embalagens. Remover o conteúdo e lavar os respectivos recipientes
utilizando solvente adequado; secar, esfriar à temperatura ambiente e pesar novamente. A diferença
entre as duas pesagens representa o peso do conteúdo. Determinar o peso médio do conteúdo. Este
não poderá ser inferior ao valor nominal declarado. O peso individual de nenhuma das
unidades testadas é inferior à porcentagem indicada na TABELA II, em relação ao peso
declarado. Estando em desacordo, repetir o procedimento com 20 embalagens adicionais. O peso
médio do conteúdo das 30 unidades testadas não deve ser inferior ao valor nominal declarado
e o peso individual de não mais que uma unidade em 30 é inferior à porcentagem indicada na
TABELA II, em relação ao peso declarado.
O procedimento para pós para reconstituição (uso oral e parenteral), em doses múltiplas, é o mesmo
descrito acima, excetuando, apenas, os critérios de avaliação. Os valores individuais não podem
diferir de ± 10% em relação ao peso médio.

TABELA II
Formas farmacêuticas em doses Porcentagem mínima em relação
Peso declarado
múltiplas ao peso declarado

até 60,0 g 90,0%


Granulados, pós, géis, cremes e
acima de 60,0 g e até 150,0 g 92,5%
pomadas
acima de 150,0 g 95,0%

b) BP 2011 (XII C): o teste é denominado “Uniformidade de Peso (Massa)”.

Os limites de variação utilizados pela BP 2011 estão apresentados na TABELA III.

TABELA III
Formas farmacêuticas Peso médio Limite de variação
≤ 80 ± 10,0%
Comprimidos não revestidos ou revestidos
• 80 a • 250 ± 7,5%
com filme
≥ 250 ± 5,0%
• 300 ± 10,0%
Cápsulas, grânulos e pós
≥ 300 ± 7,5%
Supositórios e óvulos todos os pesos ± 5,0%
Pós para injetáveis mais de 40,0 mg* ±10,0%
• 300 ± 10,0%
Pós para reconstituição (uso oral)
≥ 300 ± 7,5%

Procedimento para comprimidos não revestidos, com revestimento entérico, ação prolongada,
efervescentes, etc.
Pesar, individualmente, 20 unidades e determinar o peso médio. Não mais que duas unidades
podem apresentar desvios superiores ao estipulado. Nenhuma pode apresentar desvio duas vezes
maior que a variação da tabela.

5
Procedimento para pós orais, cápsulas
Pesar, individualmente, o conteúdo de 20 cápsulas (massa da cápsula cheia menos a massa da
cápsula vazia) ou embalagens e determinar o peso médio. Não mais que duas unidades podem
apresentar desvios superiores aos da tabela, e nenhuma poderá ter desvio duas vezes maior.
Para pós parenterais, cápsulas moles, remover o conteúdo, lavar com solvente adequado, secar e
proceder o teste segundo o mesmo critério acima.

c) USP 34 (<755>): “MINIMUM FILL” (Enchimento mínimo)


Teste exigido para cremes, loções, géis, pomadas, pastas e pós acondicionados em recipientes com
conteúdo não excedendo 150 g ou 150 mL. O procedimento é idêntico ao descrito na FB 5.
O peso médio do conteúdo das 10 unidades iniciais, não pode ser inferior ao declarado. O peso
individual dos conteúdos não pode ser inferior a 90% do declarado, para quantidades inferiores a 60
g ou 60 mL, e inferior a 95% para quantidades entre 60 g (ou mL) e 150 g (ou mL). Se uma unidade
não cumprir o requisito, repetir o teste com 20 unidades adicionais. Das 30 testadas, somente uma
pode divergir da especificação.
Para sprays e aerossois, o peso de cada conteúdo não deve ser inferior ao valor declarado.

6
EXERCÍCIO-DETERMINAÇÃO DE PESO
Procedeu-se ao teste de determinação de peso para o medicamento:
Cetoconazol comprimidos 200 mg
Especificação: Limite de variação 土 5,0%

Complete a tabela a seguir e decida se a amostra está de acordo com em desacordo com as
especificações.

Unidade Peso/unidade (mg) X1 – X médio % desvio

1 630,71

2 632,70

3 630,05

4 640,15

5 633,32

6 632,78

7 633,70

8 637,00

9 639,60

10 627,40

11 647,40

12 644,00

13 593,90

14 633,70

15 646,00

16 636,37

17 642,80

18 651,80

19 650,84

20 633,16

( ) DE ACORDO
( ) EM DESACORDO

7
III - UNIFORMIDADE DE DOSES UNITÁRIAS/UDU (FB 5 5.1.6/USP 34<905>/BP 2011 XII C)
Este teste tem por objetivo verificar a uniformidade de distribuição do fármaco nas unidades de um
lote. A uniformidade de doses unitárias é aplicada a formas farmacêuticas sólidas e líquidas
contendo um ou mais fármacos e pode ser determinada por dois métodos: VARIAÇÃO DE PESO
(VP) e UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO (UC). A aplicação de cada método, considerando a
forma farmacêutica, dose e proporção do fármaco é apresentada na TABELA IV.
Os procedimentos e critérios de avaliação são os mesmos para a FB 5, USP 34 e BP 2011.
TABELA IV
Dose e proporção do
Forma fármaco
Tipo Subtipo
Farmacêutica ≥ 25 mg e ≥ < 25 mg
25% ou < 25%
Comprimidos Não revestidos VP UC
Revestidos Filmes VP UC
Outros UC UC
Cápsulas Duras VP UC
Moles Suspensões, emulsões ou géis UC UC
Soluções VP VP
Sólidos Componente único VP VP
(dose única) Múltiplos componentes Solução liofilizada recipiente final VP VP
Outros UC UC
Soluções (dose VP VP
única)
Outros UC UC

a) VARIAÇÃO DE PESO
Neste teste estima-se o teor do fármaco, para cada unidade, em relação ao resultado do doseamento
de um número representativo (pool, n= 20) de unidades.
Ex.: ácido nalidíxico 500 mg comprimidos - peso médio 642 mg - ≥ 25 mg e ≥ 25%

Procedimento para comprimidos não revestidos


Separar, aleatoriamente, não menos que 30 comprimidos. Na primeira etapa, pesar, exatamente e
individualmente, 10 comprimidos. A partir do resultado do doseamento (normalmente feito à parte
com outros comprimidos) e dos pesos individuais obtidos, estimar para cada unidade o teor do
princípio ativo, assumindo distribuição homogênea e expressar os resultados em porcentagem do
valor rotulado (% VR). Com os dados obtidos calcular o desvio padrão absoluto (s) e o Valor de
Aceitação (VA) (se n =10, k = 2,4; se n =20, k = 2,0) de acordo com os critérios da TABELA V. Se
necessário, utilizar mais 20 unidades numa segunda etapa (total n = 30) e avaliar adequadamente.

Procedimento para cápsulas duras


Pesar exatamente e individualmente 10 cápsulas, preservando a identidade de cada uma. Remover,
cuidadosamente, o conteúdo (pó) e pesar as cápsulas vazias. Calcular o peso médio (P) e o teor do
princípio ativo das cápsulas (xi) a partir do resultado do doseamento (A) e dos pesos individuais (pi)
obtidos para cada unidade, assumindo distribuição homogênea. Expressar os resultados em % VR.
8
Com os dados obtidos calcular o desvio padrão absoluto (s) e o Valor de Aceitação (VA).
As quantidades individuais estimadas (%VR) são calculadas segundo a equação:

Em que,
pi = pesos individuais das unidades ou dos conteúdos das unidades testadas;
A = quantidade de componente ativo, expressa em %VR, determinada no doseamento;
P = peso médio das unidades utilizadas no doseamento.

b) UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO
Este teste é indicado, principalmente, quando o fármaco é uma substância de baixo índice
terapêutico (SBIT), o que pode levar a reações farmacológicas/toxicológicas indesejáveis caso
ocorram maiores variações na dose administrada. O teste se aplica a formas farmacêuticas contendo
baixos teores de fármaco em relação ao peso da dose unitária.
Ex.: digoxina comprimidos; carbamazepina comprimidos.

b1) Quando houver procedimento especial na monografia, para UC, a correção dos resultados pode
ser necessária.

Situação 1: o procedimento analítico para UC é IGUAL ao do doseamento (D)


Ex.: Levonorgestrel/Etinilestradiol comprimidos (CLAE: para UC e doseamento/D.
Separar, aleatoriamente, não menos que 30 unidades. Analisar 10 unidades individualmente,
conforme indicado na monografia para o doseamento.
Fazer os ajustes de diluição a fim de obter, caso necessário, solução final com concentração
semelhante à do doseamento. No caso de titulação, usar titulante mais diluído.

Situação 2: o procedimento indicado para UC (E) é DIFERENTE daquele do doseamento (D)


Ex.: Mebendazol comprimidos (UC: espectrofotometria ultravioleta; doseamento: CLAE).
Dexametasona comprimidos (UC: espectrofotometria visível; doseamento: CLAE).
Fazer correção nos resultados obtidos utilizando os seguintes critérios:
(1) Separar amostra representativa a partir das unidades do lote;
(2) Determinar o teor do princípio ativo/fármaco utilizando a técnica proposta para o doseamento
(D) (teor no pool) e para a uniformidade de conteúdo (E) (teores individuais);
(3) A partir dos resultados obtidos, comparar os respectivos valores médios obtidos no
doseamento ( ) e no procedimento para uniformidade de conteúdo ( ) respectivamente;

(4) Calcular o fator de correção pela fórmula: F = / ;


9
(5) Se (100|D – E|)/D for superior a 10, não é válido o uso de F.
(6) Se F estiver entre 0,970 e 1,030 não é necessário efetuar qualquer correção;
(7) Caso contrário, se 1,03<F<1,10 ou 0,90<F<0,97, fazer a correção dos resultados obtidos,
multiplicando o teor encontrado em cada unidade pelo fator de correção (F).

c) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA VARIAÇÃO DE PESO E UNIFORMIDADE DE


CONTEÚDO
Aplicar os critérios a seguir, tanto para Uniformidade de Conteúdo, como para Variação de Peso, a
menos que seja especificado de maneira diferente na monografia individual.
O produto cumpre o teste de uniformidade de doses unitárias se o Valor de Aceitação calculado
para as 10 primeiras unidades testadas não for maior que L1. Se o Valor de Aceitação for maior que
L1, testar mais 20 unidades e calcular o Valor de Aceitação. O produto cumpre o teste de
uniformidade de doses unitárias se o Valor de Aceitação final calculado para as 30 unidades
testadas não for maior que L1 e a quantidade de componente ativo de nenhuma unidade individual
for menor que (1 – L2 × 0,01)M ou maior que (1 + L2 × 0,01)M. A menos que indicado de maneira
diferente na monografia individual, L1 é 15,0 e L2 é 25,0.
Os termos e expressões para o cálculo do Valor de Aceitação (VA) são apresentados na TABELA
V.
TABELA V
Variável Definição Condições Valores
M a ser utilizado quando
Valor de referência Se 98,5% ≤ ≤ 101,5%
T ≤ 101,5 (caso 1)
M = 98,5%
Se < 98,5%
M = 101,5%
Se > 101,5%

M a ser utilizado quando


Valor de referência Se 98,5% ≤ ≤ T%
T > 101,5 (caso 2)
M = 98,5%
Se < 98,5%
M=T
Se >T
Fórmula geral
Valor de Aceitação (VA)

10
EXERCÍCIOS - UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO
1) VARIAÇÃO DE PESO
Procedeu-se o teste de uniformidade de conteúdo (variação de peso) para o medicamento cloridrato
de prometazina comprimidos 25 mg.
Resultado do doseamento: 25,16 mg/peso médio ou 100,64% VR
Especificação: Contém, no mínimo, 95,0% e no máximo 110,0% VR de cloridrato de prometazina.

a) Complete a tabela a seguir:


Peso
mg/unidade
Unidade individual %VR X1 – X médio (X1 – X médio)2
“estimado”
(mg)
1 491,81
2 489,33
3 496,78
4 509,20
5 494,30
6 486,84
7 503,00
8 503,73
9 501,75
10 502,99
Soma ------ ----- ----- -----
Média ----- ------ -----
b) Calcule o VA e decida se a amostra está de acordo (aprovada) ou em desacordo (reprovada)
com as especificações.

2) UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO
Procedeu-se o teste de uniformidade de conteúdo (uniformidade de conteúdo) para o medicamento
clopidogrel comprimidos 75 mg
Especificação: Contém, no mínimo, 90,0% e no máximo 110,0% da quantidade declarada de
clopidogrel.
Cada comprimido foi transferido para um balão volumétrico de 50,0 mL. Adicionou-se 30,0 mL de
ácido clorídrico 0,1M e deixou no ultrassom por 5 min. Completou-se o volume e filtrou-se. 5 mL
foram transferidos para balão volumétrico de 50,0 mL e o volume foi completo com o mesmo
solvente. A solução padrão foi preparada da mesma forma. As absorvâncias das soluções amostra e
padrão foram medidas em 270nm.
A absorvância média do padrão foi 0,273.
a) Qual a concentração final da solução padrão em mg%
b) Complete a tabela a seguir:

11
Absorvâncias mg/unidade
Unidade %VR X1 – X médio (X1 – X médio)2
(A)
1 0,270
2 0,295
3 0,289
4 0,289
5 0,265
6 0,267
7 0,260
8 0,273
9 0,272
10 0,290
Soma ------ ----- ----- -----
Média ----- ------ -----
c) Calcule o VA e decida se a amostra está de acordo (aprovada) ou em desacordo (reprovada)
com as especificações.

IV - DUREZA (FB 5 5.1.3.1, USP 34, <1217>/ BP 2011 XVII H)


É um teste aplicável a núcleos e a comprimidos não revestidos. Permite avaliar a resistência a
quebras, às quais estão sujeitos durante os processos de acondicionamento, embalagem, transporte e
armazenamento. Uma dureza adequada é importante para comprimidos que se destinam ao
revestimento ou ao drageamento.
Utilizam-se 10 comprimidos, que devem ser submetidos à uma força diametral. O valor da dureza é
expresso em N. O resultado final é a média dos valores obtidos.
A dureza é um parâmetro conveniente e útil para o controle de qualidade em processo e garantia da
qualidade.
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
São considerados macios, comprimidos com dureza de 4 a 6 kgf. Por outro lado, são considerados
duros, comprimidos com dureza de 7 a 12 kgf. A FB 5 considera como mínimo aceitável um valor
de 30 N.
Aparelho disponível no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:
- Durômetro ERWEKA tipo DT 3.

V - FRIABILIDADE (FB 5 5.1.3.2/USP 34, <1216>/ BP 2011 XVII G)


O teste é aplicado a comprimidos não revestidos e núcleos, e permite avaliar a resistência dos
mesmos aos diversos movimentos e atritos que ocorrem durante a produção e acondicionamento.
Utilizam-se 20 comprimidos que são submetidos a movimento rotatório, na velocidade de 25 rpm,
durante 4 minutos, o que equivale a um total de 100 rotações. Para comprimidos maiores (peso
médio > 650 mg) utilizam-se 10 unidades.
O resultado é expresso em porcentagem de perda, pesando os comprimidos antes e após a
realização do teste, tendo o cuidado de eliminar, com auxílio de um pincel, o pó desprendido que
esteja na superfície dos comprimidos.

12
CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
A USP 34 e a BP 2011 consideram ideal até 1% de perda, enquanto a FB 5 considera aceitável a
friabilidade até 1,5% ou o indicado na monografia.
Se o resultado for duvidoso ou se a perda for superior ao limite especificado, repetir o teste por mais
duas vezes, considerando-se, na avaliação, o resultado médio das três determinações.
Aparelho disponível no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:
- Friabilômetro ERWEKA modelo TA 3 R.

VI – UMIDADE (Determinação de água) (FB 5 5.2.20/USP 34 <921>/BP 2011 IX C)


A determinação da umidade é realizada em algumas formas farmacêuticas, sólidas ou semi-sólidas
que podem sofrer alteração pela água como, por exemplo, pós para uso oral ou tópico, pós estéreis
para injetáveis, comprimidos não revestidos, revestidos, drágeas, cápsulas, comprimidos vaginais,
supositórios, vacinas liofilizadas etc., conforme indicado na monografia.
O teor de água deve-se restringir ao mínimo pois sabe-se que a água é reagente ou catalisador em
muitas reações químicas, podendo atuar em relação a determinados fármacos como fator de
degradação levando, a médio ou longo prazo, à perda de atividade parcial ou total. A sua presença
também pode favorecer a proliferação de microrganismos.
De acordo com os diversos Códigos Farmacêuticos são três as metodologias mais utilizadas:
A - Método volumétrico – permite a determinação de água de múltipla natureza (p. ex. água de
hidratação e água absorvida). Baseia-se na reação quantitativa entre a água e uma solução anidra de
iodo e dióxido de enxofre dissolvidos em piridina e metanol (solução conhecida como reagente de
Karl Fischer - RKF):
H2O + I2 + SO2 → 2 HI + SO3
O equipamento utilizado (aparelho de Karl Fischer) deve permitir a exclusão adequada da umidade
atmosférica e a determinação do ponto final da titulação. Geralmente, o ponto final é determinado
eletrometricamente. Para isso, deve haver um dispositivo capaz de gerar diferença de potencial de
200 mV entre dois eletrodos de platina imersos na solução a titular. Um leve excesso de reagente
após o ponto de equivalência causa um aumento do fluxo de corrente entre 50 a 150 A, durante 30
segundos a 30 minutos, o que é identificado como o ponto final da titulação.
Normalmente, a titulação ocorre em três etapas. Em um primeiro momento, a água eventualmente
presente no metanol (utilizado como solvente da reação) deve ser consumida, adicionando-se
quantidade suficiente de RKF. Posteriormente, deve-se determinar o título do RKF (massa de água
que reage com 1 mL do RKF), adicionando-se quantidade exatamente pesada de água ao meio de
reação. Por último, adiciona-se a amostra e procede-se à titulação. Com o volume de RKF gasto e o
título previamente determinado, determina-se a porcentagem de água presente.
Ex.: (USP 24):
- Candicidina pomada: máx. 0,1%; solvente: tetracloreto de carbono:clorofórmio: metanol (2:2:1)
- Lincomicina cápsulas: máx. 7,0%

13
B - Método azeotrópico – a água presente na amostra é destilada com tolueno, solvente no qual é
praticamente imiscível, e coletada em um tubo receptor após resfriamento. Utiliza-se o aparelho de
DEAN STARK.
C - Método gravimétrico (perda por dessecação/“loss on drying” <731>) – este teste determina a
porcentagem de perda em massa, não somente de água, mas de outros compostos que se volatilizam
nas condições de análise. Utiliza-se geralmente estufa a 105 oC. Para produtos mais sensíveis ao
calor, emprega-se estufa a vácuo.
Aparelhos disponíveis no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:
- Estufa elétrica a seco FANEM
- Estufa elétrica a vácuo FANEM
- Titulador automático Karl Fischer METTLER TOLEDO DL 53.

EXERCÍCIOS- DETERMINAÇÃO DE ÁGUA

1) Procedeu-se o teste de determinação da umidade pelo método de Karl Fischer para


cloridrato de fluoxetina (IFA).
Especificação: máximo de 0,5%
a) Escreva a equação química que representa a reação desse método.
b) Complete a tabela a seguir, decidindo se o medicamento está aprovado ou não e justificando
sua resposta:

Etapa 1: Padronização do RKF Etapa 2: Determinação de água


Peso da seringa + água (g) 2,9885 Peso da concha + amostra (g) 11,6587
Peso da seringa – água (g) 2,9685 Peso da concha – amostra (g) 11,5587
Massa de água (mg) Massa da amostra adicionada(mg)
Volume de RKF gasto (mL) 7,30 Volume de RKF gasto (mL) 0,16
Título do RKF Massa de água (mg)

Teor de umidade: ______________

2) Procedeu-se o teste de determinação da umidade pelo método de Karl Fischer para


claritromicina (IFA).
Especificação: máximo de 2,0%
a) Complete a tabela a seguir, decidindo se o medicamento está aprovado ou não e justificando
sua resposta:

14
Etapa 1: Padronização do RKF Etapa 2: Determinação de água
Peso da seringa + água (g) 3,3231 Peso da concha + amostra (g) 12,5452
Peso da seringa – água (g) 3,3125 Peso da concha – amostra (g) 12,5350
Massa de água (mg) Massa da amostra adicionada(mg)
Volume de RKF gasto (mL) 6,90 Volume de RKF gasto (mL) 1,10
Título do RKF Massa de água (mg)

Teor de umidade: ______________

VII - DESINTEGRAÇÃO (FB 5 5.1.4/USP 34, <701>/BP 2011 XII A)


O teste se aplica a um grande número de formas farmacêuticas: comprimidos revestidos e não
revestidos, drágeas, cápsulas duras e moles, supositórios, óvulos, etc. Pode ser aplicado a
comprimidos mastigáveis; nesse caso as condições e critérios de avaliação constarão na monografia
individual.
O teste não se aplica a pastilhas e comprimidos ou cápsulas de liberação controlada (prolongada).
Porém, é um teste importante para formas farmacêuticas de liberação retardada (gastrorresistentes).
Permite verificar se uma forma farmacêutica desintegrar-se-á em determinado tempo e em um meio
líquido apropriado. A desintegração é um indicativo grosseiro de que poderá ocorrer a liberação dos
fármacos no organismo.
As condições do teste e até mesmo do aparelho a ser utilizado variam de acordo com a forma
farmacêutica a ser avaliada. A desintegração do produto deve ser completa.

FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS PARA USO ORAL


O aparelho utilizado possui basicamente as mesmas especificações nas Farmacopeia s Americana
(USP 34), Britânica (BP 2011) e Brasileira (FB 5). Consiste de um cesto redondo de polietileno,
com fundo em tela de aço inox, contendo 6 orifícios distribuídos homogeneamente, formando
compartimentos independentes em cada um dos quais coloca-se a unidade a ser testada. Esta é a
parte móvel do aparelho que submetida a movimento vertical ascendente-descendente, é
mergulhada a cada vez no meio de desintegração. Seis discos em acrílico com dimensões e formas
apropriadas são colocados sobre as unidades a serem testadas. Em alguns casos omite-se o uso dos
discos.
Para a finalidade deste teste, consideram-se como desintegradas as unidades que não deixaram
resíduos sobre a tela do cesto, excetuando materiais de revestimento que sejam insolúveis ou
quando transformarem-se em uma massa bastante amolecida, na qual não se perceba qualquer
fragmento mais consistente ao toque.
Os critérios de avaliação utilizado pela FB 5 é que todas as unidades testadas devem desintegrar-
se ao final do tempo especificado.
A USP 34 e a BP 2011 consideram que se no primeiro teste, com as 6 (seis) unidades, uma ou duas
não se desintegrarem, deve-se repetir o teste com mais 12 (doze) unidades. No mínimo 16
(dezesseis) unidades devem desintegrar-se completamente.

15
a) FB 5
● Comprimidos não revestidos e cápsulas
O teste é realizado com 6 (seis) unidades, utilizando água destilada a 37 ± 1 °C, durante 30 minutos
(comprimidos), 45 minutos (cápsulas) ou o tempo indicado na monografia. No caso das cápsulas o
teste é realizado sem os discos.
● Drágeas ou comprimidos revestidos
O teste é realizado com 6 (seis) unidades, utilizando água destilada a 37 ± 1 °C durante 30 minutos
(para comprimidos revestidos com filme) ou 1 hora (para drágeas) e usando os discos. Não
ocorrendo desintegração, repetir o teste com 6 (seis) novas unidades utilizando ácido clorídrico 0,1
M, nas mesmas condições já descritas. Se os comprimidos não se desintegrarem devido à aderência
aos discos, repetir o teste com seis outros comprimidos, omitindo os discos.
● Drágeas, comprimidos ou cápsulas gastrorresistentes (revestimento entérico)
As 6 (seis) unidades são submetidas ao teste utilizando ácido clorídrico 0,1 M a 37 ± 1 °C como
líquido de imersão, durante 60 minutos ou o tempo especificado na monografia individual, omitindo
os discos. Nenhuma unidade deve apresentar-se desintegrada, rachada ou amolecida. Colocam-se os
discos e continua-se o teste por mais 45 minutos ou o tempo estipulado na monografia, utilizando
como líquido de desintegração uma solução tampão de fosfato pH 6,8 mantido a 37 ± 1 oC. Se não
desintegrarem devido à aderência aos discos, repetir com 6 novas unidades, omitindo os discos.
● Comprimidos sub-linguais
O teste é realizado com 6 (seis) unidades, utilizando água destilada a 37 oC ± 1 oC, durante 5
minutos e omitindo o uso dos discos.

b) USP 34
● Comprimidos não revestidos e cápsulas (duras e moles)
As 6 (seis) unidades são submetidas ao contato com a água destilada a 37 ± 2 oC, a menos que outro
líquido esteja especificado, durante o tempo estipulado na monografia. O uso dos discos para
comprimidos deve ser indicado na monografia. No caso das cápsulas, um dispositivo construído em
tela metálica (como uma tampa) é colocado na parte superior do cesto.
Ex.: (USP 24): Carbonato de cálcio comprimidos: até 10 min.
Etinilestradiol comprimidos: até 30 min.
Nistatina pastilhas (comprimidos para uso bucal): 90 min.
● Comprimidos revestidos
O procedimento é idêntico ao de comprimidos não revestidos. O tempo do teste é indicado na
monografia.
Ex.: (USP 24): Nistatina comprimidos (plain coated): 120 min em água

16
● Comprimidos gastrorresistentes
Colocar as 6 (seis) unidades na cesta e, se os comprimidos tiverem revestimento açucarado, deixar
em contato com a água destilada, à temperatura ambiente, durante 5 minutos, omitindo os discos.
Em seguida colocar a cesta em suco gástrico artificial (TS), mantido a 37 ± 2 oC, durante 1 hora.
Decorrido o prazo, observar cada unidade. Não deve haver evidências de desintegração, quebra ou
amolecimento. Continuar o teste utilizando suco entérico artificial (TS), a 37 ± 2 oC,.
● Comprimidos sub-linguais
A menos que haja outra especificação, utiliza-se água destilada a 37 ± 2 oC,, como meio de
desintegração, omitindo os discos e considerando o tempo estipulado na monografia.

Aparelho disponível no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:


- Aparelho para teste de desintegração ERWEKA tipo ZT 3

FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS PARA USO RETAL E VAGINAL


A BP 2011 e a FB 5 preconizam o teste para supositórios, óvulos e comprimidos vaginais. O
aparelho é específico e as características nas duas Farmacopeias s são as mesmas.
Para supositórios e óvulos, o teste é realizado com 3 (três) unidades que são colocadas sobre um
suporte, que é invertido no meio de imersão (4 L para cada ou 12 L para as 3 unidades juntas) a
cada 10 minutos. O meio de desintegração é a água destilada a menos que haja outra indicação na
monografia. O tempo de realização varia de acordo com as características da forma farmacêutica:
30 minutos, para supositórios com base hidrofóbica e cápsulas retais e vaginais, e 60 minutos para
supositórios com base hidrofílica.
Para comprimidos vaginais o cilindro do aparelho é colocado em um béquer contendo água.
mantida entre 36 oC e 37 oC. O béquer é tampado para manter a umidade do meio e, após o tempo
estipulado, as três unidades devem estar desintegradas.
Considera-se desintegração quando ocorrer solubilização completa, separação dos componentes da
fórmula, amolecimento da amostra, ou ruptura do invólucro com liberação dos componentes. A FB
5 e a BP 2011 adotam o mesmo critério de avaliação: todas as unidades testadas devem
desintegrar-se totalmente.

VIII – TESTE DE DISSOLUÇÃO (FB 5 5.1.5/USP 34 <711>/BP 2011 XII B)


O teste tem sua maior aplicação para formas farmacêuticas sólidas de uso oral: comprimidos não
revestidos, revestidos, drágeas, cápsulas (duras e moles). Neste teste é determinada a porcentagem
da substância ativa e/ou fármaco dissolvida a partir da especialidade farmacêutica nas condições do
teste, descritas na monografia. Como a atividade farmacológica está relacionada com a cedência do
fármaco para o organismo o teste de dissolução permite avaliar a disponibilidade "in vitro" do
fármaco.
O teste de dissolução assume maior importância para produtos contendo fármacos de baixa
solubilidade e pouco permeáveis, podendo gerar problemas de absorção. Nos estudos de

17
equivalência farmacêutica, as condições do teste de dissolução são utilizadas para traçar e comparar
os perfis de dissolução entre o medicamento teste e o referência.

CONDIÇÕES DE REALIZAÇÃO DO TESTE PARA SÓLIDOS ORAIS


Aparelhagem
A BP 2011 e a USP 34 preconizam a utilização de quatro métodos ou aparelhagens denominadas 1,
2, 3 e 4. A FB 5 adota somente três aparelhagens (1, 2 e 3).
Na aparelhagem 1, a forma farmacêutica é colocada no interior de um "cesto" fabricado em tela de
aço inoxidável com características apropriadas. Este fica acoplado na extremidade de uma haste que
gira a uma velocidade determinada, no meio de dissolução adequado contido em recipiente
apropriado.
Na aparelhagem 2, a forma farmacêutica é colocada diretamente no recipiente contendo o meio de
dissolução e o movimento giratório é realizado por meio de uma pá de aço inoxidável, revestida de
material inerte, suspensa através de uma haste como no anterior.
O método 3 consiste de uma série de frascos cilíndricos de fundo plano e uma série de cilindros de
vidro com as extremidades recobertas com tela de aço inoxidável, onde a forma farmacêutica é
colocada. Um motor realiza movimento alternante vertical ascendente-descendente dos cilindros de
vidro dentro dos cilindros de fundo plano, que estão preenchidos com o meio de dissolução.
No método 4, a forma farmacêutica é colocada sobre pérolas de vidro na parte afunilada de um
recipiente vertical (semelhante a uma seringa). Uma bomba impulsiona o meio de dissolução, sob
fluxo contínuo, passando pela forma farmacêutica. Amostras são coletadas para análise.
Número de unidades testadas
O teste é realizado inicialmente com 6 (seis) unidades, possivelmente até 24 unidades.
Meio de dissolução e volume a ser utilizado
O meio líquido especificado na monografia deve ser mantido a 37 ± 0,5 °C e desaerado previamente
(aquecer a 41 °C, agitando levemente, filtrar imediatamente sob vácuo, usando filtro 0,45 m ou
menor e agitar vigorosamente por 5 min.). Deve-se evitar que haja formação de bolhas na superfície
da amostra de modo a impedir que ocorram alterações na dinâmica do sistema.
Tempo de dissolução
Quando um único tempo é especificado na monografia do produto, ele representa o tempo máximo
dentro do qual a quantidade mínima (em porcentagem) da substância ativa deve ser dissolvida.
Velocidade de agitação
Para as aparelhagens 1 e 2, o movimento é circular, e a velocidade, expressa em rotações por
minuto (rpm), está especificada na monografia.
Procedimento geral
Após o tempo especificado na monografia, retiram-se as alíquotas do meio de dissolução, filtrando
quando necessário. A porcentagem dissolvida do fármaco é determinada por metodologia analítica
especifica, indicada na monografia (em geral, espectrofotometria no ultravioleta/UV ou CLAE).

18
Quando o invólucro das cápsulas interferir na metodologia utilizada, proceder do seguinte modo:
retirar todo o conteúdo das cápsulas e dissolver os invólucros vazios no meio de dissolução como se
fosse um branco, e proceder como especificado na monografia. Realizar as correções necessárias.
Tolerância
O critério de tolerância (Q) é determinado conforme especificado na monografia.
Critérios de avaliação para formas farmacêuticas de liberação imediata
Os critérios utilizados para avaliação do teste está descrito na TABELA VI. A USP permite fazer
um conjunto de amostras e determinar a média do % VR liberado. Ex.: betametasona comprimidos,
baclofen comprimidos.

TABELA VI
Unidades
Etapas Critérios de Aprovação
testadas
E1 06 Cada unidade apresenta resultado maior ou igual a Q + 5%
Média de 12 unidades (E1 + E2) é igual ou maior que Q e nenhuma unidade
E2 06
apresenta resultado inferior a Q – 15%
Média de 24 unidades (E1 + E2 + E3) é igual ou maior do que Q, não mais que
E3 12 duas unidades apresentam resultados inferiores a Q – 15% e nenhuma
unidade apresenta resultado inferior a Q – 25%

Critérios de avaliação para formas farmacêuticas de liberação modificada


As aparelhagens 1, 2, 3 ou 4 podem ser usadas para avaliação das formas farmacêuticas de liberação
prolongada (extended-release) e retardada (delayed-release). Outros métodos (5, 6 e 7) adaptados
são usados para avaliação da liberação dos sistemas transdérmicos.
Ex.: (USP 24)
- Cloridrato de oxiprenolol comprimidos (liberação prolongada): 1 h em meio ácido; 1, 3 e 7 h em
meio de dissolução alcalino.
- Diclofenaco sódico comprimidos (liberação retardada): estágios ácido e alcalino (Método B: 1000
mL cada estágio).

● Formas farmacêuticas de liberação prolongada


Os termos Q1 e Q2 correspondem à quantidade mínima e máxima de fármaco dissolvido em cada
intervalo de tempo especificado na monografia, expressos como porcentagem da quantidade
declarada. A TABELA VII apresenta os critérios de aceitação para o teste de dissolução realizado
para formas farmacêuticas de liberação prolongada.

● Formas farmacêuticas de liberação retardada


O teste de dissolução para formas farmacêuticas de liberação retardada é realizado em duas etapas.
No primeiro estágio (etapa ácida) utiliza-se ácido clorídrico 0,1 M como meio de dissolução. O
teste é realizado com a velocidade especificada na monografia por 2 horas. No segundo estágio

19
emprega-se tampão fosfato pH 6,8 como meio de dissolução. O tempo é de 45 min ou aquele
especificado na monografia. Os critérios de aceitação para os estágios ácido e tampão pH 6,8 estão
apresentados nas Tabelas VIII e IX, respectivamente:

TABELA VII
Unidades
Etapas Critérios de aprovação
testadas
Cada resultado individual se insere no intervalo estabelecido (Q1 e Q2) para cada
L1 06 determinado tempo e nenhum resultado individual é inferior ao Q do último
tempo.
Média das 12 unidades (E1 + E2) se insere no intervalo estabelecido (Q1 e Q2)
para cada determinado tempo e não é inferior ao Q do último tempo. Nenhuma
L2 06 unidade individual apresenta resultado que supera os limites de Q1 e Q2 em 10%
da quantidade declarada e nenhum resultado individual é inferior ao Q do último
tempo que supera em 10% a quantidade declarada.
Média das 24 unidades (E1 + E2) se insere no intervalo estabelecido (Q1 e Q2)
para cada determinado tempo e não é inferior ao Q do último tempo. Não mais
que 2 unidades das 24 testadas apresentam resultados que superam os limites de
Q1 e Q2 em 10% da quantidade declarada e não mais que 2 unidades das 24
L3 12
testadas são inferior ao Q do último tempo. Nenhuma unidade individual
apresenta resultado que supera os limites de Q1 e Q2 em 20% da quantidade
declarada e nenhum resultado individual é inferior ao Q do último tempo que
supera em 20% a quantidade declarada.

TABELA VIII
No de unidades
Estágios Critério de aceitação
testadas
Nenhuma unidade individual apresenta quantidade dissolvida superior
A1 06
a 10% do declarado.
A média de 12 unidades não é superior a 10% do declarado e nenhuma
A2 06 unidade individual apresenta quantidade dissolvida superior a 25% do
declarado.
A média de 24 unidades não é superior a 10% do declarado e nenhuma
A3 12 unidade individual apresenta quantidade dissolvida superior a 25% do
declarado.

TABELA IX
No de unidades
Estágios Critério de aceitação
testadas
B1 06 Cada unidade apresenta resultado maior ou igual a Q + 5%
Média de 12 unidades (B1 + B2) é igual ou maior que Q e nenhuma
B2 06
unidade apresenta resultado inferior a Q – 15%.
Média de 24 unidades (B1 + B2 + B3) é igual ou maior do que Q, não
B3 12 mais que duas unidades apresentam resultados inferiores a Q – 15% e
nenhuma unidade apresenta resultado inferior a Q – 25%.

Aparelhos disponíveis no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE.


- Aparelho para Teste de Dissolução ERWEKA tipo DT com uma cuba (em desuso).
- Aparelho para Teste de Dissolução HANSON modelo 72 com seis cubas.

20
EXERCÍCIOS - TESTE DE DISSOLUÇÃO
1) Procedeu-se o teste de dissolução para o medicamento clopidogrel comprimidos 75mg.
Condições do teste:
Meio: Tampão de ácido clorídrico pH 2,0, 1000 mL
Aparelhagem: pás, 50 rpm
Tempo: 30 minutos
Q: 80%
Após o tempo especificado, alíquotas de 50,0 mL foram transferidas para balão volumétrico de 100
mL e o volume foi completado com ácido clorídrico pH 2,0.
Para o preparo da solução padrão estoque, 300 mg de clopidogrel (SQR) foram dissolvidas em
balão volumétrico de 100 mL. 1,0 mL dessa primeira diluição foram transferidos para balão de 100
mL e volume completado com o mesmo solvente. As soluções amostra e padrão tiveram suas
absorvâncias medidas em 240 nm.
Absorvâncias do padrão: APa1: 0,190 APa2: 0,185 APa3: 0,197
a) Calcule a concentração final do padrão de clopidogrel (em mg%).
b) Calcule o 100% de dissolução (cedência) em mg%.
c) Complete a tabela abaixo e decida se a amostra está aprovada ou não (no estágio 1), justificando.
Unidade A1 Concentração (mg%) Cedência (%)
1 0,220
2 0,225
3 0,250
4 0,242
5 0,245
6 0,240

2) Procedeu-se o teste de dissolução para o medicamento cloridrato de amitriptilina comprimidos


25mg.
Condições do teste:
Meio: ácido clorídrico 0,1 M, 900 mL
Aparelhagem: cestas, 100 rpm
Tempo: 45 minutos
Q: 75%
Após o tempo especificado, alíquotas de 50,0 mL foram transferidas para balão volumétrico de 100
mL e o volume foi completado com ácido clorídrico 0,1M.
Para o preparo da solução padrão estoque, 100 mg de amitriptilina (SQR) foram dissolvidas em
balão volumétrico de 100 mL. 1,0 mL dessa primeira diluição foram transferidos para balão de 100
mL e volume completado com o mesmo solvente. As soluções amostra e padrão tiveram suas
absorvâncias medidas em 239 nm.

21
Absorvâncias do padrão: APa1: 0,320 APa2: 0,324 APa3: 0,318
a) Calcule a concentração final do padrão de amitriptilina (em mg%).
b) Calcule o 100% de dissolução (cedência) em mg%.
c) Complete a tabela abaixo e decida se a amostra está aprovada ou não (no estágio 1), justificando.
Unidade A1 Concentração (mg%) Cedência (%)
1 0,360
2 0,363
3 0,365
4 0,359
5 0,365
6 0,359

IX - DETERMINAÇÃO DE VOLUME (FB 5 5.1.2)


Este teste aplica-se a formas farmacêuticas ou cosméticas líquidas como, por exemplo, soluções,
suspensões, emulsões, xaropes, shampoos, etc. Os procedimentos e especificações variam de uma
farmacopeia para outra.
A Farmacopeia Britânica não preconiza quaisquer parâmetros; já a Farmacopeia Americana indica
parâmetros para as preparações injetáveis somente. Por sua vez, a Farmacopeia Brasileira (FB 5)
apresenta parâmetros para produtos em dose múltipla, única e injetáveis.

a) FB 5
Modo de acondicionamento em dose múltipla (exceto injetáveis)
A determinação do volume é realizada pela diferença de massa entre duas pesagens (frasco cheio
menos frasco vazio), valendo-se da densidade para obtenção do volume.
O procedimento é descrito a seguir: pesar, individualmente, sem o rótulo (frasco e tampa), 10
unidades. Remover o conteúdo e lavar os frascos e as tampas com água destilada e álcool. Secar em
estufa em temperatura condizente com o material de acondicionamento, até peso constante. Deixar
esfriar à temperatura ambiente, pesar, e anotar os valores individuais. Calcular o peso do conteúdo
de cada unidade, a partir da diferença entre as pesagens. A partir dos dados obtidos calcular os
volumes individuais (com auxílio da densidade) e o volume médio. O volume médio, não pode ser
inferior ao declarado e o volume individual de nenhuma das unidades testadas deve ser inferior a
95% do volume declarado, para produtos líquidos e nenhuma das unidades testadas deve ser inferior
a 95% do volume declarado ou superior a 110%, para produtos líquidos a partir do pó para
reconstituição.
Modo de acondicionamento em dose única (exceto injetáveis)
Neste caso o procedimento é o seguinte: separar 10 unidades e verter, separadamente, o conteúdo de
cada unidade em provetas secas calibradas de capacidade que não exceda 2,5 vezes o volume a ser
medido. Efetuar a medição. A partir dos dados obtidos calcular o volume médio das unidades
testadas. O volume médio, não pode ser inferior ao declarado e o volume individual de nenhuma
das unidades testadas deve ser inferior a 95% ou superior a 110% do volume declarado.

22
Produtos líquidos injetáveis em recipientes para dose única
Os recipientes de produtos injetáveis devem ser preenchidos com um pequeno excesso de volume
para permitir a administração correta do medicamento (TABELA X).

TABELA X
Volume declarado (mL) Excesso mínimo recomendado para líquidos
Móveis (mL) Viscosos (mL)
0,5 0,10 0,12
1,0 0,10 0,15
2,0 0,15 0,25
3,0 0,20 0,35
4,0 0,25 0,45
5,0 0,30 0,50
10,0 0,50 0,70
20,0 0,60 0,90
30,0 0,80 1,20
50,0 ou mais 2,00% 3,00%

O número de unidades a serem testadas depende do volume do recipiente (TABELA XI).

TABELA XI
Volume declarado Unidades a serem testadas
≤ 3,0 mL 12
Entre 3,0 e 10,0 mL 10
≥ 10,0 mL 06

Deve-se remover o conteúdo de cada unidade com auxílio de seringa calibrada. A partir dos valores
individuais, calcular o volume médio. Nenhum valor unitário poderá ser inferior ao declarado. No
caso de recipientes com volume declarado de 2 mL ou menos, o volume dos conteúdos reunidos
não é inferior à soma dos volumes declarados dos recipientes utilizados no teste.

b) USP 34
Injetáveis acondicionados em dose única
O número de unidades a serem testadas depende do volume declarado (TABELA XII).

TABELA XII
Volume declarado (mL) Unidades a serem testadas
≤ 3,0 5
Entre 3 e 10 3
≥ 10 1

Para volumes inferiores a 10 mL, retirar o conteúdo de cada unidade com auxílio de uma seringa de
23
capacidade adequada (que não pode ser três vezes maior do que o volume a ser medido), equipada
com uma agulha de 2,5 cm ou maior. Retirar as bolhas da seringa e da agulha. Transferir o conteúdo
para uma proveta de capacidade tal que pelo menos 40% da mesma seja ocupada pelo líquido.
Alternativamente, o volume pode ser calculado por meio da densidade. Anotar cada valor. Para
pequenos volumes (1 ou 2 mL) pode-se reunir os conteúdos e calcular o volume médio.
Quando o volume for igual ou superior a 10 mL, pode-se medir o conteúdo de cada unidade,
colocando-o diretamente em uma proveta de capacidade adequada.
O volume individual encontrado não deve ser inferior ao declarado.
OBS.: Para injetáveis oleosos pode-se aquecer brandamente, se necessário, e agitar antes de
remover o conteúdo. Esfriar a 25°C, antes de medir o volume.
Injetáveis acondicionados em dose múltipla
Para recipientes de dose múltipla, rotulados para fornecer um determinado número de doses,
utilizam-se tantas seringas quantas forem as doses especificadas pelo fabricante. O volume total não
deve ser inferior ao estipulado, em função do número de doses. Ex.: vacinas multidose (10 doses,
p.ex.).

X - LIMPIDEZ (Contaminação por partículas, Material particulado) (FB 5 5.1.7/USP 34 <788>/BP


2011 XIII)
Toda e qualquer solução deve estar límpida e isenta de partículas sub-visíveis e visíveis. Os
injetáveis devem ser isentos de partículas sub-visíveis (avaliadas pelas técnicas de bloqueio de luz e
microscopia óptica) e visíveis (observadas em inspeção visual). Estes testes consistem em verificar
presença de materiais insolúveis, estranhos e móveis que não sejam bolhas de ar.
Para preparações de uso parentérico e preparações para perfusão deve-se utilizar preferencialmente
o ensaio de contagem de partículas por bloqueio da luz. Em alguns casos pode ser necessário
realizar o teste por bloqueio da luz e em seguida realizar o teste por contagem de partículas por
microscopia óptica para se chegar a uma conclusão adequada a respeito da qualidade do produto.
Em outros casos (pex. emulsões, preparações coloidais e lipossômicas) a avaliação microscópica
deve ser usada. Além disso, pode ser necessário realizar diluições quantitativas para suspensões.

CONTAGEM DE PARTÍCULAS POR BLOQUEIO DA LUZ (LASER)


O teste é realizado utilizando equipamento com funcionamento baseado no princípio de bloqueio de
luz que possibilite a determinação do tamanho das partículas e seu número conforme suas
dimensões.
Para verificar a adequação do ambiente, da vidraria e da água utilizada, efetuar a contagem de
partículas em cinco amostras de 5 mL de água livre de partículas. Caso o número de partículas
maiores do que 10 μm exceda a 25, para o volume total de 25 mL, o ambiente não apresenta
condições para realizar o teste.
A avaliação do teste deve ser feita como demonstrado na TABELA XIII.

24
TABELA XIII
Volume (mL) Partículas ≥ 10 μm Partículas ≥ 25μm
• 100 25/mL 3/mL
≤ 100 6000/recipiente 600/recipiente
≤ 100 (pó para injetáveis) 10.000/recipiente 1.000/recipiente

CONTAGEM DE PARTÍCULAS POR MICROSCOPIA ÓPTICA


Neste teste a solução injetável é filtrada, em câmara de fluxo laminar, através de membrana
adequada (poros de 1 µm) e é feita a contagem das partículas no microscópio. A avaliação do teste
deve ser feita como descrito abaixo (TABELA XIV).

TABELA XIV
Volume Partículas ≥ 10 μm Partículas ≥ 25μm
• 100 12/mL 2/mL
≤ 100 3.000/recipiente 300/recipiente

OBSERVAÇÃO DE PARTÍCULAS VISÍVEIS


O teste mais rotineiro é o do controle visual realizado através da visualização das soluções à frente
de placas de fundo branco e fundo preto, para identificação de partículas negras (carbonizadas) e
brancas (como fiapos), respectivamente. Este teste está presente nas FB 5 e BP 2011.
O procedimento para realização do teste é o seguinte: retirar os rótulos, lavar e secar o exterior do
recipiente. Agitar suavemente e inverter cada recipiente com precaução, evitando a formação de
bolhas de ar e observar durante cerca de 5 segundos contra o painel branco. Repetir o procedimento,
observando o recipiente contra o painel preto. Deve-se anotar a presença de qualquer partícula.

XI - pH (FB 5 5.2.19/ USP 34 <791>/BP2011 V L)


A determinação da concentração hidrogeniônica é aplicada a preparações farmacêuticas ou
cosméticas veiculadas apenas em água ou em associação a outros líquidos miscíveis com a água.
Exemplos: soluções (injetáveis, oral, tópica, nasal, etc.); suspensões (injetável, oral, tópica, etc.);
xampus, etc.O valor do pH de uma determinada preparação farmacêutica ou cosmética deve atender
aos três requisitos fundamentais listados a seguir.
1. Ser compatível com o local ao qual se destina. Considerando o pH dos fluidos biológicos, o
ideal seria a neutralidade;
2. Atender às características de solubilidade do princípio ativo e/ou fármaco.
Soluções contendo fármacos de natureza ácida terão pH na faixa alcalina. Ex.: sulfadiazina sódica
solução injetável: pH 8,5-10,5; fenobarbital sódico solução injetável: pH 9,2-10,2;
Soluções contendo fármacos de natureza básica, terão necessariamente pH na faixa acida-neutra.
Ex.: cloridrato de clorpromazina solução injetável: pH 3,4-5,4; cloridrato de nafazolina solução
oftálmica: pH 5,5-7,0.
3. Propiciar condições adequadas de estabilidade. Muitos fármacos podem sofrer degradação
25
em condições inadequadas de pH (exemplo: penicilinas). Certos produtos poderão sofrer perda do
teor durante o processo de autoclavação, caso o pH não esteja na faixa ideal.
Os diversos Códigos Farmacêuticos trazem considerações relevantes sobre o pH, bem como os
diversos modos de determiná-lo.
A determinação mais precisa é feita com o potenciômetro utilizando eletrodos adequados para este
tipo de medição. A sua calibração é feita com o auxílio de soluções tampão. O aparelho é provido
de um eletrodo de vidro, indicador, sensível à atividade hidrogeniônica conjugado a um eletrodo
de referência, como por exemplo, de calomelano ou prata-cloreto de prata. Determina-se a
variação de potencial entre os pares de eletrodos.
As especificações de pH encontram-se estabelecido nas monografias correspondentes.
Para cosméticos mais fluidos (loções) tipo O/A a determinação é feita diretamente. No caso de
cosméticos viscosos (cremes) tipo O/A faz-se uma dispersão 1:10 em água e determina-se o pH da
dispersão obtida. Para cosméticos tipo A/O faz-se uma dispersão 1:10 em água e determina-se o pH
da fase aquosa.
Para perfumes e colônias utiliza-se eletrodo específico para soluções hidroalcoólicas (eletrodo tipo
escoamento). Como o etanol desidrata a junção de cerâmica, deve-se conservar o eletrodo em
KCl 3 M, quando não estiver em uso.
Nas análises em que se deseja obter o valor aproximado de pH, as soluções e os papéis indicadores
(com pequenos intervalos de pH) podem ser utilizados.
Aparelhos disponíveis no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:
- Potenciômetro digital CELM
- Potenciômetro analógico E 510 METROHM

XII - DENSIDADE (FB 5 5.2.5/USP 34 <841>/BP 2011 V G)


Os diversos Códigos Farmacêuticos incluem nos métodos gerais o fundamento e os procedimentos
técnicos para determinar a densidade de líquidos, principalmente no controle de qualidade de
insumos farmacêuticos.
A densidade também pode ser determinada em formas farmacêuticas ou cosméticas líquidas,
viscosas, como suspensões, emulsões, xaropes, shampoos, cremes rinse, etc.
Contudo, apesar da densidade não estar incluída nas monografias de produtos farmacêuticos, sua
determinação é útil para assegurar a homogeneidade do produto. A densidade é a relação existente
entre massa e volume, a uma dada temperatura, sendo expressa em g/cm3 (cgs) ou g/mL (USP) ou
kg/m3 (SI).
De acordo com os diversos Códigos Farmacêuticos, utiliza-se uma balança analítica e um pequeno
recipiente de vidro, denominado picnômetro (semelhante a um balão volumétrico de gargalo curto,
25 mL), calibrado para conter um determinado volume.
Para matérias-primas (óleos e solventes) determina-se, normalmente, a densidade relativa, d, à
água (gravidade específica), a 20 °C, 25 °C ou 4 °C, por meio da equação,

26
Exemplos:
Óleo de soja: 0,916-0,922 (USP 24, 20 oC); sorbitol: no mín. 1,285; álcool benzílico: 1,042-1,047
(USP 24, 25 oC); propilenoglicol: 1,035-1,040 (F.Bras. IV, 20 oC).
A USP 34 especifica a determinação da densidade relativa a 25 °C e a FB 5 e a BP2011 a 20 °C ou
4 oC.
Para produtos acabados é usual determinar a densidade absoluta, pela utilização da fórmula
indicada a seguir.

Exemplos:
Xarope: 1,338-1,344 (BP 2000, 20 °C); colóides: 0,785-0,795 (BP 2000, 20 °C); furazolidona
suspensão oral: 1,0-1,2 (parâmetro técnico de laboratório oficial).
Para a determinação da densidade absoluta de formas cosméticas, a utilização de um picnômetro
metálico (= 50 mL) é mais apropriada.

XIII - VISCOSIDADE (FB 5 5.2.7/USP24 <911>/BP2011 A V - H)


A determinação da viscosidade é realizada em formas farmacêuticas ou cosméticas líquidas como,
por exemplo, suspensões, emulsões, xaropes, shampoos, etc., ou semi-sólidas, como pomadas,
cremes, etc.
A viscosidade está relacionada com a resistência dos líquidos ao escoamento. Dessa forma, se uma
determinada suspensão oral estiver muito viscosa, o seu escoamento será dificultado e poderá
comprometer a posologia. Por outro lado, se a viscosidade for muito baixa, poderá ocorrer a
deposição ou aglomeração dos sólidos em suspensão, alterando a estabilidade da forma
farmacêutica, o que também acaba por comprometer a posologia.
Se a viscosidade de uma suspensão injetável estiver elevada, a posologia neste caso será
comprometida devido à dificuldade em se retirar todo o conteúdo do frasco-ampola, acarretando
problemas no momento da injeção.
Os diversos Códigos Farmacêuticos incluem nos métodos gerais o fundamento e os procedimentos
técnicos para se determinar a viscosidade, que também é aplicável ao controle de qualidade de
diversas matérias-primas. Nas monografias de produtos acabados, entretanto, não há inclusão deste
parâmetro.
A unidade de viscosidade dinâmica é o Poise (P, 10-1 Ns/m2, dina.s.cm-2). No caso de líquidos não
muito viscosos, como é o caso das preparações farmacêuticas ou cosméticas utiliza-se o centiPoise,
sendo que 1 centiPoise (cP) = 0,01 Poise (P) ou, 1 P = 100 cP.
A viscosidade da água destilada a 20 ºC é de, aproximadamente, 1,0 cP. A FB 5 apresenta tabela
dos valores de viscosidade da água, em função da temperatura. Suspensões injetáveis geralmente
apresentam baixa viscosidade, inferior a 50 cP, enquanto que cremes e pomadas podem apresentar

27
valores da ordem de 1000-3000 cP.
A medida da viscosidade dinâmica de um líquido pode ser fundamentada:
a) na resistência ao movimento de um eixo metálico, imerso na matéria-prima ou produto acabado
imóvel, cuja viscosidade deseja-se medir. Utiliza-se o viscosímetro rotatório. A medição é feita por
meio de leitura direta em Poise ou centiPoise.
b) no tempo de escoamento do líquido, através de um capilar de vidro devidamente calibrado com
água, como acontece no viscosímetro de OSTWALD. Determina-se o tempo de escoamento sob
temperatura controlada (20 °C), comparativamente com um líquido de referência (água destilada ou
oleo mineral). Este método é mais utilizado para líquidos menos viscosos. A viscosidade dinâmica
(cP) pode ser, então, calculada, pela seguinte fórmula:

Em que: η1 = coeficiente de viscosidade da amostra


η2 = coeficiente de viscosidade da água destilada (cP)
d1 = densidade da amostra
d2 = densidade da água destilada
t1 = tempo de escoamento da amostra (em segundos)
t2 = tempo de escoamento da água destilada (em segundos)
A viscosidade dinâmica também é expressa em mPa × s [milipascal vezes segundo] (BP 2011).
Logo, 1 mPa × s = 1 cP.

Exemplos:
Metilcelulose: viscosidade rotulada: 100 cP, 80-120% VR ( FB5); 100 cP, 75-140% VR (USP 24);
lidocaína geleia tópica: 4000-9000 cP (parâmetro técnico de Laboratório oficial); parafina líquida:
110-230 mPa.s, a 20 °C (BP 2000).
A viscosidade cinemática, cuja unidade é expressa em Stoke (St) ou centiStoke (cSt), foi criada
para minimizar a influência devido à variedade de aparelhos. Após a realização das medições da
viscosidade dinâmica dos líquidos, é aplicada a fórmula a seguir.

A BP 2000 adota a seguinte unidade para viscosidade cinemática: mm2 × s-1.


Exemplos de valores de viscosidade cinemática expressos em centiStokes:
-Óleo mineral enema: mín. 34,5 cSt a 40 ºC (USP 24); polissorbato 80 NF: 300-500 cSt a 25 ºC.
28
Aparelhos disponíveis no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:
- Viscosímetro tipo capilar (OSTWALD; CANNON-FENSKE)
- Viscosímetro tipo rotatório portátil HAAKE (tipo Brookfield)
- Viscosímetro tipo escoamento Copo Ford

XIV - CONDUTIVIDADE (FB 5 5.2.24/USP 24<645>/BP 2011 V O/Vogel, 1981)


A condutividade elétrica ou condutância especifica (K) é a propriedade apresentada por um
determinado material (metal ou solução eletrolítica) de conduzir a corrente elétrica, sendo o inverso
da resistividade (K = 1/R).
R = ohm × cm K = ohm-1 × cm-1 = mho/cm = S/cm
O teste aplica-se principalmente ao controle de qualidade de águas como, por exemplo, da rede,
potável, destilada, desionizada e de osmose reversa.
Os Códigos Farmacêuticos incluem a determinação da condutividade nos métodos gerais para a
água purificada (BP 2000: máx. 4,3 μS/cm a 20 °C; USP 34 e BP 5: 1,1 μS/cm a 20 °C). Segundo a
FB 5 o limite máximo permitido para a água ultrapurificada, a 25 oC, é 0,055 µS/cm.
O aparelho utilizado, condutímetro (ou condutômetro), é acoplado a uma célula que possui
características especiais: construída em vidro, apresenta no seu interior duas pequenas placas
paralelas de platina (eletrodo), cuja área e distância entre si podem variar. Em decorrência, cada
célula possui uma constante (C), cujo valor, expresso em cm-1, é levado em consideração no cálculo
da condutância específica (K).
A célula é mergulhada no líquido, cuja condutividade se deseja medir; faz-se a leitura da
condutância (G) no aparelho e aplica-se a seguinte fórmula para se obter a condutância específica
(K), expressa em S/cm (leia-se Siemens por centimetro) ou ohm-1 × cm-1 ou mho/cm.
Condutância específica ⇒ K = G × C
Aparelho disponível no Laboratório de CONTROLE DE QUALIDADE:
- Condutímetro (ou condutômetro) METROHM E 527.

XV – TESTE DE GOTEJAMENTO (FB 5 5.1.8/USP 34)


Para as formas farmacêuticas líquidas acondicionadas em recipientes com dispositivo dosador
(conta-gotas ou gotejador) é importante que se conheça a quantidade de fármaco por gota e o
número de gotas por mililitro. O teste é feito, inicialmente, com 10 unidades.
Primeiramente é necessário determinar o número de gotas por mililitro, utilizando-se a equação a a
seguir.

Em que,
n1: no de gotas utilizado no teste, que pode ser o número de gotas declaradas por mililitro ou 20
29
gotas
ρ: densidade de massa do produto, em g/mL, determinada a 20 ºC
mi: massa, em g, correspondente ao número de gotas utilizado no teste
Em seguida, deve-se calcular a quantidade de fármaco por gota (Qi) para cada unidade testada.

Em que,
Q: quantidade de fármaco em mg/mL determinada no doseamento
Ni : número de gotas por mililitro calculado para cada unidade testada
Posteriormente, é feita a avaliação da porcentagem de fármaco por gota encontrado no teste em
relação ao valor declarado pelo fabricante para cada unidade. Ao fim desta etapa, deve-se calcular a
média e o desvio padrão relativo das porcentagens individuais.

Em que,
Qi: quantidade de fármaco, em mg/gota, calculada para cada unidade testada
Qd: quantidade declarada do fármaco, em mg/mL
n1: número declarado de gotas por mililitro
A avaliação do teste é feita da seguinte forma: as porcentagens individuais, para cada uma das 10
unidades testadas, devem estar situadas entre 85,0% e 115,0% da quantidade declarada e o desvio
padrão relativo (DPR) não pode ser maior que 6,0%. Se estas condições não forem atendidas, o
teste deve ser repetido com mais 20 unidades.

XVI – CARBONO ORGÂNICO TOTAL – TOC (FB 5 5.2.30/USP 34 <643>/BP 2011 V P)


A água é o principal componente de muitas formas farmacêuticas, sejam elas de uso oral, tópico ou
parenteral. Além disso, na indústria farmacêutica, a água é utilizada nas operações de esterilização e
limpeza de ambientes, equipamentos e vidrarias. Assim, a avaliação da sua qualidade é fundamental
para se garantir as boas práticas de fabricação.
Até recentemente, a qualidade da água era avaliada apenas em relação ao aspecto inorgânico ou
microbiológico. A partir da 23ª edição da Farmacopeia Americana foi introduzido o teste de
Carbono Orgânico Total (COT) (Total Organic Carbon, TOC), que é uma medida indireta das
moléculas orgânicas presentes na água para uso farmacêutico.
Sabe-se que moléculas orgânicas podem ser introduzidas na água a partir da fonte de fornecimento
de água, dos materiais dos sistemas de purificação e distribuição e de biofilmes que se formam no
sistema de água. De acordo com a Farmacopeia Americana o limite de COT permitido para água
purificada é de 500 ppb. Os valores típicos de COT em água, conforme a FB 5, estão apresentados

30
na TABELA XV.

TABELA XV
Tipo de purificação Faixa esperada de COT (mg/L)
Água potável 0,5 a 7,0
Destilação Cerca de 0,10
Desionização 0,05 a 0,50
Osmose reversa 0,04 a 0,10
Osmose reversa + desionização 0,01 a 0,05
Tecnologias combinadas 0,003 a 0,005
Tecnologias combinadas + Oxidação UV < 0,002

Os equipamentos utilizados para determinação de COT operam oxidando as moléculas orgânicas


presentes na água e produzindo dióxido de carbono, que é posteriormente medido. Normalmente, o
carbono orgânico é oxidado por combustão, aplicando calor, emissão de raios ultravioleta ou
agentes oxidantes, como o perssulfato de sódio. A quantificação do dióxido de carbono é feita pela
detecção do gás produzido com infravermelho ou pela leitura da condutividade da solução. Além
disso, os equipamentos devem ser capazes de discriminar entre o carbono inorgânico e aquele de
origem orgânica. Geralmente, determina-se o carbono total e o carbono de origem inorgânica, sendo
obtido o COT pela diferença do primeiro pelo segundo (TOC, Corg total = Corg + Cinorg).
Antes da leitura da amostra deve-se avaliar a adequação do sistema, da seguinte forma:
(1) emprega-se água cujo COT seja de, no máximo, 100 ppb.
(2) prepara-se solução padrão de sacarose na concentração de 500 ppb (em termos de carbono). A
sacarose é uma substância facilmente ionizável e esta solução será utilizada para demonstrar que o
equipamento possui uma capacidade adequada de oxidação.
(3) prepara-se solução padrão de 1,4-benzoquinona na concentração de 500 ppb (em termos de
carbono). A 1,4-benzoquinona é um composto muito resistente à oxidação.
(4) faz-se a medida de COT da água e de cada uma das soluções e, em seguida, emprega-se a
equação a seguir:

% Eficiência de Resposta =
Em que,
LPa é a resposta para a solução padrão (sacarose)
LCS é a resposta para a solução de conformidade do sistema (1,4-benzoquinona)
LCOT é a reposta para a água
A porcentagem da eficiência de reposta deve estar compreendida entre 85,0% e 115,0% para que o
sistema seja considerado adequado. Em seguida é feita a leitura da amostra de interesse, cujo valor
não pode ser maior que (LPa – LCOT).

31
ANEXOS

ANEXO 1

DETERMINAÇÃO DE VOLUME
(Segundo FB 5 5.1.2)

Medicamento: Sulfametoxazol + Trimetoprima Suspensão Oral

Acondicionamento: dose múltipla

Volume declarado: 50 mL

Densidade: 0,9946 g/mL

Critério: o volume médio não pode ser inferior ao declarado e o volume individual de nenhuma das
unidades testadas deve ser inferior a 95% do volume declarado (47,5 mL)

Frasco
Frasco vazio Massa do Volume do % Volume
Unidade cheio +
+ tampa (g) líquido (g) líquido (mL) Rotulado
tampa (g)
01 99,4974 52,2375 47,2599 47,5165 95,03
02 99,1848 52,4952 46,6896 46,9431 93,89*
03 101,7472 53,8700 47,8772 48,1371 96,27
04 99,2561 51,3711 47,8850 48,1450 96,29
05 101,4136 53,7548 47,6588 47,9176 95,84
06 100,4701 52,4800 47,9901 48,2507 96,50
07 100,9875 52,3228 48,6647 48,9289 97,86
08 99,9825 53,6587 46,3238 46,5753 93,15*
09 100,6558 52,5263 48,1295 48,3908 96,78
10 101,8963 51,2368 50,6595 50,9345 101,87
= 48,1739

Resultado:

Volume Médio: 48,17 mL (em desacordo)

Volumes individuais: 2 unidades com volume inferior a 95,0% do volume declarado (em
desacordo)

32
ANEXO 2

DETERMINAÇÃO DE PESO

(Segundo FB 5 5.1.1)

Medicamento: Ácido Nalidíxico 500 mg - comprimidos

Limite de variação: ± 5,0% em relação ao peso médio

Unidade Peso/unidade (mg) (xi - ) (mg) % desvio


01 636,37 -6,35 -0,99
02 633,16 -9,56 -1,49
03 642,80 +0,08 +0,01
04 658,87 +16,15 +2,51
05 639,59 -3,13 -0,49
06 629,94 -12,78 -1,99
07 650,85 +8,13 +1,26
08 651,80 +9,08 +1,41
09 649,23 +6,51 +1,01
10 650,84 +8,12 +1,26
11 638,30 -4,42 -0,69
12 635,09 -7,63 -1,19
13 646,01 +3,29 +0,51
14 655,66 +12,94 +2,01
15 634,76 -7,96 -1,24
16 633,80 -8,92 -1,39
17 642,80 +0,08 +0,01
18 626,73 -15,99 -2,49
19 650,51 +7,79 +1,21
20 647,30 +4,58 +0,71
Σ 12.854,41 Zero
= 642,72

Resultado: de acordo

Nenhuma unidade com desvio maior que + 5% em relação ao peso médio.

33
ANEXO 3

VARIAÇÃO DE PESO

(Segundo FB 5 5.1.6)

Medicamento: Acido Nalidíxico 500 mg - comprimidos

Limite: USP 24: 93,0 a 107,0% VR – média 100,0% (T ≤ 101,5%)

Resultado do doseamento: 498 mg/peso médio ou 99,60% VR


Peso individual mg/unidade % VR/ (xi - )
Unidade (xi - )2
(mg) "estimado" * unidade % VR
01 632,10 488,51 97,70 -1,66 2,76
02 633,16 489,33 97,87 -1,50 2,25
03 642,80 496,78 99,36 -0,01 0,00
04 658,87 509,20 101,84 2,48 6,13
05 639,59 494,30 98,86 -0,50 0,25
06 629,94 486,84 97,37 -2,00 3,99
07 650,85 503,00 100,60 1,24 1,53
08 651,80 503,73 100,75 1,38 1,91
09 649,23 501,75 100,35 0,99 0,97
10 640,23 494,79 98,96 -0,41 0,16
Média 99,36 Soma 19,95

Peso médio = 644,38 mg

Ex.: unidade 01 (*Valores calculados a partir do resultado do doseamento)


644,38 mg ----- 498 mg
632,10 mg ----- x
x = 488,51 mg fármaco
500 mg/comp.--100% VR
488,51 mg ------- x
x = 97,70% VR
Desvio padrão (s):

Média da especificação (T): 100%

= 99,36% (entre 98,5 e 101,5%)


k = 2,4 (n = 10)
Logo: M = VA = ks VA = 3,5
Resultado: de acordo: o Valor de Aceitação foi menor do que 15,0.

34
ANEXO 4

UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO

(Segundo FB 5 5.1.6)

Medicamento: Cloridrato de Prometazina 25 mg - comprimidos

Limite de especificação: USP 24 - 95,0 a 110,0% VR – média = 102,5% (T • 101,5%)

% VR/ (xi - )
Unidade mg/unidade* (xi - )2
unidade % VR
01 26,60 106,40 -0,576 0,3318
02 26,60 106,40 -0,576 0,3318
03 27,12 108,48 1,504 2,2620
04 26,25 105,00 -1,976 3,9046
05 26,73 106,92 -0,056 0,0031
06 27,27 109,08 2,104 4,4268
07 27,14 108,56 1,584 2,5091
08 27,23 108,92 1,944 3,7791
09 26,19 104,76 -2,216 4,9107
10 26,31 105,24 -1,736 3,0137
Média 106,98 Soma 25,47

* Valores obtidos no doseamento do fármaco unidade por unidade.


Ex: unidade 01:
% VR: 25 mg/comp. ----100% VR
26,60 mg/comp. ---- x x = 106,40% VR
Desvio padrão (s):

Média da especificação: 102,5%


= 106,98% (maior que 101,5%)
k = 2,4 (n = 10)
Logo: M = T VA = | - T| + ks VA = 8,51

Resultado: de acordo: o Valor de Aceitação foi menor do que 15,0.

35
ANEXO 5

UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO

(Segundo FB 5 5.1.6)

Medicamento: Dexametasona 0,5 mg - comprimidos

(Os procedimentos para uniformidade de conteúdo e doseamento são diferentes)

Limite: USP 24: 90,0 a 110,0% VR

Resultado do doseamento: 0,472 mg/peso médio ou 94,4% VR ( )

Resultado da uniformidade de conteúdo ( ):

% VR (xi - )
Unidade mg/unidade %VR corrigido (xi - )2
"P" % VR
01 0,473 94,60 91,71 -2,68 7,16
02 0,488 97,60 94,62 0,23 0,05
03 0,458 91,60 88,81 -5,58 31,18
04 0,495 99,00 95,98 1,59 2,53
05 0,499 99,80 96,76 2,37 5,60
06 0,496 99,20 96,17 1,78 3,18
07 0,491 98,20 95,20 0,81 0,66
08 0,462 92,40 89,58 -4,81 23,12
09 0,498 99,60 96,56 2,17 4,72
10 0,508 101,60 98,50 4,11 16,90
Média 97,36 94,39 Soma 95,11

(entre 0,900 e 0,970 – deve-se fazer a correção)


Desvio padrão (s):

∴ s = 3,25
Média da especificação: 100,0%

= 94,39% (menor que 98,5%)


k = 2,4 (n = 10)
Logo: M = 98,5% VA = |98,5 - | + ks VA = 11,91

Resultado: de acordo: o Valor de Aceitação foi menor do que 15,0.

36
ANEXO 6

UNIFORMIDADE DE CONTEÚDO

(Segundo FB 5 5.1.6)

Medicamento: Etinilestradiol (EE) 0,15 mg+ Levonorgestrel (LNG) 0,03 mg comprimidos

Limite: USP 24: 90,0 a 110,0% VR - média do limite = 100% (T ≤ 101,5%)

Peso
EE EE LNG LNG
Unidade individual
mg/unidade %VR mg/unidade %VR
(mg)
01 103,5 0,1435 95,67 0,0285 95,00
02 106,4 0,1453 96,87 0,0233 77,67
03 102,4 0,1425 95,00 0,0230 76,67
04 106,1 0,1441 96,07 0,0168 56,00
05 101,8 0,1377 91,80 0,0250 83,33
06 105,5 0,1433 95,53 0,0295 98,33
07 102,3 0,1406 93,73 0,0151 50,33
08 104,3 0,1432 95,47 0,0237 79,00
09 104,4 0,1426 95,07 0,0178 59,33
10 98,80 0,1427 95,13 0,0322 107,33
Média 103,55 0,1426 95,03 0,0235 78,30

Desvio padrão (s): EE: 1,3914 LNG: 18,8303


Média da especificação: 100,0%

(EE) = 95,03% (menor que 98,5%) (LNG) = 78,30% (menor que 98,5%)

k = 2,4 (n = 10)

Logo: M = 98,5% VA = |98,5 - | + ks

VA (EE) = 6,81 VA (LNG) = 65,39

Resultado: em desacordo

Justificativa: apesar do Valor de Aceitação para o Etinilestradiol estar abaixo de 15,0; o VA para o
levonorgestrel foi maior do que 15,0.

37

Você também pode gostar