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Todo mundo gosta de discutir, de dar opiniões e uma das maneiras de você parecer inteligente

é criar problemas, criar enigmas cuja solução você não sabe mas você joga aquilo nos outros
de modo a paralisar o raciocínio dos coitados, e então você cria paradoxos, cria oposições e
impõe isso para as pessoas. A pessoa não consegue resolver. E aí o sujeito fica rindo da cara
dos outros ou os humilha. “Um só idiota consegue fazer mais perguntas do que 60 sábios
conseguiriam responder”. Isso acontece porque essas perguntas são montadas com elementos
puramente mentais e não com elementos da experiência direta ou com elemento da
experiência direta forçadamente comparado com elemento mental sem nunca ter elementos
puramente da experiência. Isso quer dizer que por cima da experiência pode vir uma atividade
mental muito variada e que tenha pouco a ver com a experiência. E veja que o mundo da
experiência é muito vasto com elementos que você jamais seria capaz de inventar. É claro que
em face da complexidade do mundo nós criamos um mundinho, no nosso pensamento e nos
fechamos nesse mundinho onde nós imaginamos ter algum poder e nos sentimos mais
seguros. E você acredita piamente nesse mundinho. Levado ao extremo essa busca por uma
proteção que traduz no fundo um pânico da realidade configura uma doença mental. Acontece
que o sujeito que cria um equilíbrio interno que não é mais abalado pelas informações do
mundo de fora. Quer dizer, o sujeito se protegeu tão bem que o mundo mental dele só é
povoado por elementos que ele mesmo criou e esse estado produz um delírio de onipotência,
ou seja, o sujeito age como se ele tivesse criado o mundo e ele está dentro do mundo que ele
criou e ali ele está inteiramente protegido porque nada vem de fora.

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