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BOLETIM SEMANAL

DE MONITORAMENTO HIDROLÓGICO
DA BACIA DO ITAPECURU
BOLETIM Nº 03/2021
01 DE MARÇO DE 2021
APRESENTAÇÃO
O Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Itapecuru (SAH Itapecuru) apresenta o
Boletim Semanal de Monitoramento de Hidrológico do Rio Itapecuru. Os dados das estações
de monitoramento apresentados estão disponíveis em www.cprm.gov.br/sace/itapecuru,
assim como todos os boletins emitidos. As estações fluviométricas utilizadas no
monitoramento são apresentadas na Figura 1 e detalhada na Tabela 1.

Figura 1. Mapa das estações que compõe o SAH/Itapecuru.


Tabela 1. Estações que compõe o Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do rio Itapecuru.
Área da bacia
Nome Código Rio Município
(km²)
GOV. EUGÊNIO
MONTEVIDÉU 33530000 ITAPECURU 27.280
BARROS/MA
CAXIAS 33550000 ITAPECURU CAXIAS/MA 32.648
CODÓ 33590000 ITAPECURU CODÓ/MA 37.140
COROATÁ 33630000 ITAPECURU COROATÁ/MA 43.739
CANTANHEDE 33680000 ITAPECURU CANTANHEDE/MA 49.834
ITAPECURU-MIRIM 33690100 ITAPECURU ITAPECURU-MIRIM 51.129

SÍNTESE DO BOLETIM
O mês de janeiro apresentou acentuados desvios negativos nas chuvas acumuladas. O mês de
fevereiro, ao contrário, mostrou-se extremamente chuvoso, de tal forma que o déficit entre o total
acumulado no ano e os valores médios históricos vem se reduzindo sistematicamente na porção
centro-sul da bacia, enquanto na parte mais ao norte, a partir do Coroatá/MA, os totais precipitados
já suplantam os valores médios de longo termo. O reflexo disso no rio Itapecuru é um aumento
considerável e consistente do seu nível nos diversos pontos monitorados, de tal forma que as cotas
atualmente observadas estão dentro da faixa de valores mais frequentes (aqueles com probabilidade
de ocorrência entre 25% e 75% - faixa verde nos gráficos das Figuras 3 a 8), ou já a superando, seja
de forma pontual, seja de maneira mais persistente, como é o caso de Cantanhede/MA.
Em Caxias/MA, a cota observada às 17:45 h do dia 01 de março de 2021 foi de 2,32m.
Historicamente, os valores mais frequentes de cota neste período ficam entre 2,24m e 3,54m, com
valor médio de 3,08m). Em relação à cota de inundação, definida em 6,00m, a situação é confortável
(folga de 3,68m), não se vislumbrando nenhum risco de inundação no curto prazo.
Na cidade de Codó/MA, a cota mantida pelo rio Itapecuru às 17:45 h do dia de hoje foi de 3,28m,
compatível com os valores mais frequentes para o período (entre 2,20m e 3,96m, com média de
3,08m). Nesta cidade também é ainda significativa a diferença para a cota de inundação, definida em
6,80m (folga de 3,52 m), também sem risco de inundação no curto prazo.
Para a cidade de Coroatá/MA, a diferença entre a cota de inundação, 8,60m, e o valor registrado às
17:45 h do dia de hoje, 03/01/2021, 4,77m, também é razoável, chegando a 3,83m. Neste ponto de
monitoramento os valores também se encontram dentro do esperado (valores mais frequentes
entre 3,10m e 5,38m, com média de 4,24m), não sendo aguardados problemas de inundações
ribeirinhas nos próximos dias.
Em Cantanhede/MA, a cota observada atualmente, 8,98m, já se encontra acima dos valores
frequentes, entre 5,06m e 8,23m e média de 6,64m, em função das grandes precipitações
observadas na porção mais ao norte da bacia.
Na estação Montevidéu (33530000), localizada no município Gov. Eugênio Barros, a estação mais rio
acima, o quadro também é de valores dentro da faixa de normalidade, ainda que no seu limite
inferior. Já em Itapecuru-Mirim, a cota observada foi de 9,88m, entretanto não se tem dados
históricos para comparação.
SITUAÇÃO PLUVIOMÉTICA ATUAL
A Figura 2 apresenta a comparação entre a precipitação acumulada até o dia 01/03/2021 em vários
pontos de monitoramento da bacia e o total esperado historicamente. Para a análise foram
considerados os dados históricos disponibilizados pela Agência Nacional de Águas – ANA, e os
dados registrados pelas estações automáticas operadas pela CPRM e pelo CEMADEN. Conforme
pode ser observado, a regiões central e sul da bacia vêm apresentando precipitações abaixo da
média histórica, ainda que a defasagem tenha reduzido bastante na última semana, enquanto a
porção mais ao norte, a partir de Coroatá/MA, se encontra ou próximo ou acima da média
histórica. Os maiores desvios negativos foram observados na porção central, mais especificamente
em Colinas (251,4mm acumulados, desvio de -36,5%), Montevidéu (291,2mm, -28,0%) e Codó
(357,2mm, -25,9%). Ressalta-se que grande parte desse desvio negativo se deve aos acumulados no
mês de janeiro, tendo-se observado um mês de fevereiro bastante chuvoso em toda a bacia,
especialmente na porção mais ao norte.

Figura 2. Precipitação acumulada até 01/03/2201 x média histórica.


MONITORAMENTO DOS NÍVEIS DOS RIOS
Os níveis atuais dos rios, assim como as cotas de referência de cada estação e a faixa de
valores esperados, encontram-se apresentados nas Figuras de 3 a 8.

Figura 3. Variação do nível do rio Itapecuru em Montevidéu.


*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
Figura 4. Variação do nível do rio Itapecuru em Caxias.

Figura 5. Variação do nível do rio Itapecuru em Codó.


Figura 6. Variação do nível do rio Itapecuru em Coroatá.

Figura 7. Variação do nível do rio Itapecuru em Cantanhede.


*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
.
Figura 8. Variação do nível do rio Itapecuru em Itapecuru-Mirim.
*Obs.: Cotas de referência (Atenção, Alerta e Inundação) não definidas para a estação.
**Obs.: Estação sem dados históricos.
.

PREVISÃO DE CHUVAS
A previsão de chuva para a bacia do rio Itapecuru realizada pelo National Center for
Environmental Prediction (NCEP) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration),
denominado de Sistema de Previsão Global (GFS na sigla em inglês), pode ser observada na
Figura 9. À esquerda é apresenta a previsão para os próximos 7 dias e à direita a previsão
estendida de 7 a 15 dias. Já o gráfico traz os valores de precipitação previstos dia a dia para a
totalidade da bacia.
Como se pode perceber, a tendência é que nos próximos sete dias o total acumulado na bacia
fique em torno de 80,5mm, sendo esperados valores maiores nos extremos sul e norte (tons de
azul mais escuros nas imagens localizadas na parte mais de cima da Figura 9), enquanto os
valores precipitados devem ser menores na porção central, especialmente na região de
Codó/MA. Já na semana de 10 a 16 de março a precipitação deve diminuir um pouco de
intensidade, sendo esperados valores acumulados da ordem de 49,2mm na bacia como um
todo, novamente com maior concentração de chuvas na região mais ao norte. Entre os dias 04
e 05 de março são esperados os maiores volumes precipitados em 24 h.
Figura 9. Previsão de chuva utilizando o modelo GFS. Acima, à esquerda, a distribuição
espacial da chuva prevista para os próximos 7 dias, e à direita para os próximos 7-15 dias.
Abaixo, o total médio a ser precipitado em toda a sub-bacia da estação Itapecuru-Mirim nos
próximos 15 dias.
PROGNÓSTICO FLUVIOMÉTRICO
Considerando as condições atuais observadas no rio Itapecuru e a previsão pluviométrica
tem-se a tendência de subida progressiva do nível do rio em todos os pontos monitorados.
Ainda que não sejam observados riscos iminentes de inundação é provável que o rio
ultrapasse a cota de atenção nas cidades atualmente contempladas com previsão, Caxias/MA,
Codó/MA e Coroatá/MA, caso se efetivem os volumes precipitados esperados, especialmente
para o intervalo de 02 a 08 de março.
Se confirmadas as previsões gerais para todo o período chuvoso da ocorrência de chuvas
acima da média na bacia é possível que o rio atinja cotas mais significativas, provavelmente
dentro do período histórico da ocorrência de cheias do Itapecuru, de meados de março a
meados de maio, com maior predominância no mês de abril.
A CPRM permanecerá acompanhando o comportamento do rio Itapecuru nos seis pontos de
monitoramento (Montevidéu, Caxias, Codó, Coroatá, Cantanhede e Itapecuru-Mirim),
emitindo boletins com previsões de curto prazo do comportamento futuro do rio caso o
mesmo suplante o nível de Alerta em alguma das cidades beneficiadas, de forma a ajudar os
órgãos de salvaguarda com suas medidas de prevenção e remediação, bem como publicará
boletins semanais de monitoramento semelhantes a este até a conclusão do período
chuvoso.

OBSERVAÇÕES GERAIS
Os dados hidrológicos utilizados nos boletins são provenientes da Rede Hidrometeorológica
Nacional (RHN) de responsabilidade da Agência Nacional de Águas (ANA), operada pelo
Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Os dados de monitoramento de chuvas também têm origem na rede de monitoramento
pluviométrico mantida pelo CEMADEN – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais.
Os dados de previsão de chuva apresentados são do modelo GFS, gerados pelo NOAA
(National Oceanic and Atmospheric Administration), disponíveis em
http://origin.cpc.ncep.noaa.gov/products/people/mchen/CFSv2FCST/weekly/. Os dados de
monitoramento e previsão foram baixados, organizados e interpretados pela CPRM.
As previsões apresentadas nos Boletins do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do
Itapecuru são baseadas em modelos hidrológicos e estão sujeitas às incertezas inerentes aos
mesmos. Além disso, as previsões feitas utilizam-se de previsões meteorológicas de outros
órgãos, também sujeitas a erros, que acabam sendo incorporados às previsões aqui
apresentadas. Esses erros são permanentemente avaliados pela equipe da CPRM que opera o
SAH Itapecuru.
Agradecemos à Agência Nacional das Águas pela parceria no contexto da RHN, ao INPE pelo
fornecimento dos dados de precipitação do MERGE/GPM, à USGS pelos dados de
evapotranspiração utilizados no modelo hidrológico e à NOAA pelas previsões meteorológicas
do modelo CFS.
É importante ressaltar que nossas estações de monitoramento, disponibilizadas no site e
utilizadas na elaboração dos boletins, são em grande parte equipamentos automáticos, que
transmitem informações através de satélites. Portanto, embora nossa equipe esteja sempre
atenta, é possível que ocorram falhas, inclusive em momentos de cheias dos rios. Nossa
responsabilidade é sempre a de fazer as reparações no menor tempo possível, mas não
podemos evitar que as falhas eventualmente ocorram devido a condições ambientais.

Salientamos que os dados das estações de monitoramento e previsões de níveis operadas pela
CPRM estão disponíveis no site: http://sace.cprm.gov.br/itapecuru/.

PARCERIA
Roberto José Amorim Rufino Fernandes
Pesquisadores em Geociências

SISTEMA DE ALERTA HIDROLÓGICO


DA BACIA DO RIO ITAPECURU

12 DE JANEIRO DE 2021

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