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M&M Advogados associados

AO EXCELENTÍSSIMO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO ESTADO DE SÃO


PAULO

Processo n.º: xxxxxx-xx.xxxx.x.xx.xxxx

MARILENE, sobrenome..., estado civil ...; profissão ..., inscrita no Cadastro de Pessoa
Física /MF sob n. ..., usuário do endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na cidade de ...,
neste ato representado por seu advogado que esta subscreve, constituído por instrumento de
mandato (doc 01), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos
914 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015 e demais disposições aplicadas à espécie,
opor os presentes.

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Contra a execução movida por Breno, sobrenome..., estado civil..., profissão..., inscrito no
CPF/MF sob o n.º ..., usuário do endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na cidade de ...,
pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

I – DOS FATOS

A embargante Mariele, foi devidamente citada e intimada em ação de título executivo


extrajudicial ajuizada por Breno, seu ex marido, ora o embargado, que alega fazer jus a satisfação
de crédito de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), consubstanciado em instrumento particular de
confissão de dívida, subscrito por, Mariele e duas testemunhas e vencido a há mais de 1 (um) mês.

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Esclarece que, quando o relacionamento acabou, Breno se tornou agressivo e afirmou que
tomaria dela as economias que sabia ter em uma poupança, mas, na época, ela achou que era
uma ameaça vazia de um homem ressentido.

Ademais afirmar estar preocupada com suas economias, já que sua mãe está se
submetendo a um tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias,
informando que, em caso de necessidade, preferia ficar sem o carro que sem o dinheiro.

Ocorre que, o embargado indicou a penhora de 3 (três) contas bancárias, um carro e o


imóvel que a embargante reside com a sua família, declara ainda que a embargante estaria
buscando desfazer-se dos bens, razão pela qual este d. juízo, deferiu de plano a indisponibilidade
dos ativos financeiros da embargante .

É o que nos compete.

III – DO DIREITO

Primeiramente, Excelência, é importante frisar o prejuízo iminente que a Requerente pode


sofrer, e dessa forma requer efeito suspensivo dos títulos executivos objetos desta ação, pois não
se verifica a presença simultânea dos requisitos do art. 914, o Exímio TRF 4ª Região versa:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – EMBARGOS À EXECUÇÃO – RECEBIMENTO EM PRIMEIRO


GRAU COM EFEITO SUSPENSIVO – ART. 919, § 1º, DO CPC – NÃO PREENCHIMENTO DOS
REQUISITOS DO ART. 919, § 1º, DO CPC – AUSÊNCIA DE GARANTIA – REGULAR
SEGUIMENTO DA EXECUÇÃO ORIGINÁRIA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. Não
verificada a presença simultânea dos requisitos descritos no art. 919, § 1º, do CPC,
especialmente a garantia necessária, é descabida a concessão de efeito suspensivo aos
embargos à execução.(TJ-MT - AI: 10044831520198110000 MT, Relator: DIRCEU DOS
SANTOS, Data de Julgamento: 28/08/2019, Terceira Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 02/09/2019)

O título executivo extrajudicial trazido na presente inicial é mera suposição, pois a


embargante acreditava se tratar de documento que cuja a quantia fazia jus junto a autarquia INSS e
tal assentimento por força da sua assinatura apenas declarava que embargado ainda não tinha
recebido a quantia de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), quando na verdade estava assinando uma
declaração de confissão de dívida.

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Deste modo, assiste a embargante a garantia da previsão do artigo 917, inciso I, do Código
de Processo Civil, na busca da desconstituição do título executivo, pois a mesma recaiu em erro,
induzido pelo embargado, que agiu com dolo para obter o título da embargante, o caso em tela nos
conduz aos termos do art. 145 do código Civil, no qual caracteriza no caso concreto um vício no
negócio jurídico,

Assim, não há outra alternativa senão a desconstituição do título executivo e por


consequência a extinção da presente execução, operando a liberação de todos os bens que foram
penhorados da embargante. ◦ Insta ainda, Vossa Excelência reconhecer a impenhorabilidade dos
valores depositados na conta poupança da embargante até o limite de 40 (quarenta) salários mínimo
nos termos do art. 833, inciso X, conforme o nobre julgado do tribunal:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA.


BACENJUD. CONTA POUPANÇA. VALOR INFERIOR A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS.
ART. 833, X DO NCPC. IMPENHORABILIDADE. AGRAVO DE INSTRUMENTO
PROVIDA. 1. Nos termos do art. 833, X do novo Código de Processo Civil, s "é
impenhorável  a quantia depositada em caderneta de poupança até o limite de
40 (quarenta) salários mínimos". 2. In casu, a quantia bloqueada, a qual se encontrava
depositada na conta-poupança da Executada, não apresentava valores que excedessem os 40
salários mínimos, sendo inegável a sua impenhorabilidade. 3. Agravo de instrumento
provido para que se proceda à liberação da quantia depositada em conta poupança de
titularidade da  agravante que é objeto da constrição.

Cumulado também com o art. 917, inciso II e VI e ainda a desconstituição da penhora do


imóvel, vez que a embargante reside neste imóvel juntamente com sua família, caracterizado como
um bem de família, com fundamento no julgado do TJ-AP:

RECURSO INOMINADO. EMBARGOS À EXECUÇÃO, TITULO EXTRAJUDICIAL.


ART. 53 DA LEI 9.099/95. APLICAÇÃO SUPLETIVA DO CPC. ART. 917, IV.
POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. SENTENÇA CASSADA. 1)
Insurge-se o embargante contra decisão que negou seguimento aos embargos a execução,
sob o fundamento de que a matéria levantada – ilegitimidade ativa e ausência de título apto
a embasar a ação executiva, não fazem parte do rol elencado no art. 52 da Lei 9.099/95. 2)
Razão lhe assiste. Sendo os embargos oferecidos em execução de título extrajudicial, o
caput do art. 53 remete a aplicação subsidiária do CPC, o que outorga ao
devedor/embargante a possibilidade de questionar sobre a ausência de comprovação da
qualidade de microempresário (legitimidade ativa) e a ausência de eficácia executiva do
título apresentado, pois o art. 917, VI, do CPC, permite a parte levantar em sede de
embargos à execução, “qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em
processo de conhecimento”. 3) Negar seguimento aos embargos, sob ao argumento das
matérias alegadas não estarem elencadas no rol do art. 52, da Lei 9099/95, configura
verdadeiro cerceamento de defesa. Esse argumento pode ser levantado em se tratando de
execução de título judicial, todavia, se torna impertinente, em caso de título extrajudicial,
que admite a aplicação supletiva do Código de Processo Civil, conforme estabelece o caput
do art. 53 do CPC. 4) Recurso conhecido e provido. Sentença cassada, para determinar o

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retorno dos autos ao juízo original para o processamento e julgamento do mérito.(TJ-AP -


RI: 00004456020198030012 AP, Relator: MÁRIO MAZUREK, Data de Julgamento:
19/02/2020, Turma recursal)

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se e pede-se:

a) liminarmente, a atribuição de efeito suspensivo aos presentes embargos do devedor,


conforme o artigo 919, §1 do CPC

b) ao final, a procedência dos presentes embargos do devedor, para anular o negócio


jurídico, e a desconstituição do título executivo e, consequentemente a extinção do processo de
execução e com o levantamento da penhora realizadas em desfavor da embargante, conforme os
artigos 833, inciso X, 917, inciso I, II e IV do CPC c/c artigo 1° da lei 8.009/90;

c) Caso não seja o entendimento de vossa Excelência, que reconheça a impenhorabilidade


de valores depositados na conta poupança da embargante até o limite de 40 (quarenta) salários
mínimos, bem como a liberação da penhora do imóvel, por ser bem de família, conforme dispõe o
art. 833, inciso X do CPC e o art. 1° da lei n. 8009/90;

d) intimação do embargado, na pessoa de seu procurador, para que apresente sua defesa
no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de revelia (CPC/2015, art. 920, I);

e) a condenação do embargado ao pagamento de custas, honorários advocatícios e demais,


bem como a condenação na litigância de má-fé, por cobrar dívida já paga (CPC/2015, art. 80, I e II).

V – DAS PROVAS

Pretende provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, especialmente por
juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas e depoimento pessoal do réu.

Dá-se valor da causa o valor de R$ 15.000,00 (Quinze mil reais mil)

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Neste termos,

Pede e espera deferimento.

Local…, Data.

Maykon Adler Oliveira Santos


OAB XXX

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