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Maquinas Elétricas I

Aula 2: Revisão e Circuitos Magnéticos

Prof. Guilherme Mauad Sant’Anna

PUC Minas Gerais


Campus Poços de Caldas

2 de agosto de 2016

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Aula Passada

Fundamentos da Eletricidade
Conceito de Modelos
Grandezas elétricas e suas relações
Grandeza Vetorial x Grandeza Escalar
Aproximação pela Teoria de Circuitos
Lei de Ohm e Leis de Kirchhoff
Introdução aos conceitos de eletromagnetismo
Campo Magnético, Densidade de fluxo Magnético e Fluxo Magnético

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Revisão

Unidade 1: Revisão

Fundamento Elétricos

Circuitos Elétricos

Fundamentos Eletromagnéticos

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Indução eletromagnética

Até agora, entendemos a produção de campos magnéticos e suas


propriedades

Porém, a forma na qual estes campos afetam o meio serão evidênciados

Lei de Faraday da indução


Tensão Induzida em um condutor em movimento
Força de Lorentz

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Lei de Faraday
Lei de Faraday: Quando um fluxo magnético é Variável no tempo, um
campo elétrico é produzido no espaço

I Z

− →− d →
− −→
E . dl = B .dS
C dt S

Se este fluxo magnético variável no tempo atravessar uma espira de fio


condutor (Concatenando o contorno fechado desta espira), uma tensão
será induzida nos terminais do enrolamento


eind = −
dt

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Lei de Faraday
Se este enrolamento tiver N espiras, o fluxo concatenará N vezes o
condutor, e a tensão induzida será

dφ dλ
eind = −N =−
dt dt

Onde λ é o Fluxo Concatenado do enrolamento, definido como:

λ = N.φ

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Sinal negativo segundo a Lei de Lenz
O sinal negativo aparente na Lei de Faraday ocorre devido a análise da Lei
de Lenz

Lei de Lenz: O sentido da tensão induzida nos enrolamentos que são


concatenados pelo fluxo magnético variante no tempo é tal que:

Se os terminais da bobina fossem colocados em curto-circuito, uma


corrente seria produzida, e o fluxo gerado pela mesma seria OPOSTO a
variação original de fluxo

Para o entendimento completo desta afirmação, analisemos as figuras a


seguir:
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Lei de Lenz

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Lei de Faraday
Como a polaridade da tensão induzida pode ser determinada por inspeção,
muitos autores omitem o sinal negativo

O fenômeno de tensão induzida, segundo a Lei de Faraday, é a base para o


funcionamento de Transformadores

Ele também explica as perdas por correntes parasitas em máquinas


elétricas rotativas

Uma revisão deste conceito será feita posteriormente quando os


transformadores forem estudados
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Exercı́cio 2 - Lei de Faraday


A figura abaixo mostra uma bobina de fio enrolado em torno de um núcleo
de ferro. O fluxo no núcleo e o numero de espiras da bobina estão descritos
na figura. Qual a tensão induzida nos terminais da bobina? Qual o sentido
da tensão induzida durante o intervalo em que o fluxo está crescendo de
acordo com o sentido da figura? Suponha que o fluxo de dispersão é zero.

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Resolução Exercı́cio 2 - Lei de Faraday

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Resolução Exercı́cio 2 - Lei de Faraday

Considerando que todo o fluxo está confinado no núcleo magnético (Fluxo


de dispersão = 0):


eind = N
dt

d
= (100) (0.05 sin 377t)
dt

= 1885 cos 377t

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Matéria Nova

Matéria: Máquinas Elétricas I

Ementa:

Revisão de Conceitos Básicos

Conversão de Energia (Dispositivos Estáticos)

Conversão Eletromecânica de Energia

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Materia Nova

Unidade 2: Conversão de Energia através do acoplamento magnético em


dispositivos Estáticos

Circuitos Magnéticos

Propriedade dos Materiais Magnetizáveis

Operação em Corrente Alternada

Transformadores

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Circuitos Magnéticos

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Circuito Magnético Equivalente

Observe na figura abaixo um circuito magnético construı́do em uma núcleo


magnético em forma de Toroide:

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Circuito Magnético Equivalente

Onde:

N: numero de espiras da bobina

i: corrente elétrica passante na bobina

A: seção transversal do toroide

l: perimetro médio do toroide

r: raio do toroide

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Circuito Magnético Equivalente

Considerando o material do toroide um bom condutor magnético (µ


elevado)

Podemos assumir que o fluxo magnético φ produzido pela corrente i estará


praticamente todo confinado no centro do material

O fluxo que escaparia para fora do toroide através dos espaçamentos da


bobina, chamado de Fluxo de Dispersão (Leakage Flux), pode ser
deseprezado

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Circuito Magnético Equivalente

Para o Toroide da figura:

I

− → −
H • dl = N.i

H.l = N.i

H2πr = N.i

Onde N.i é chamado de Força Magneto Motriz (FMM) e sua unidade é


[A.esp]

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Circuito Magnético Equivalente


Continuando os cálculos:

H.l = N.i

N.i
H=
l


− →

Pela Relação B = µ H

B N.i
=
µ l

µ.N.i
B= [T ]
l

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Circuito Magnético Equivalente
A partir da integral de superfı́cie, é possı́vel obter o fluxo magnético no
núcleo do toroide

I

− −→
φ= B .dS

Desconsiderando o fluxo de dispersão, todo o fluxo magnético está




confinado no núcleo. Sendo a densidade de fluxo magnético B constante
ao longo da seção transversal A do Toroide

φ = B.A [Wb]

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Circuito Magnético Equivalente


Aplicando na equação do Toroide:

µ.N.i φ µ.N.i
B= −→ =
l A l

µ.N.i
φ= .A
l

Rearranjando a equação

l l
N.i = φ =⇒ FMM = φ
µ.A µ.A

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Circuito Magnético Equivalente

Isso não lembra algo?

FEM = R.I FMM = <.φ

l l
R= <=
σ.A µ.A
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Circuito Magnético Equivalente


Assim, podemos aproximar a análise do circuito magnético pela teoria de
circuitos

Sendo < a Relutância [A.esp/Wb] do circuito, e seu inverso a


Permeância
1
= P [Wb/A.esp] (Permeância)
<

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Circuito Magnético Equivalente

Desta forma, a análise do fluxo magnético no toroide é simplificada a


partir de um Circuito Magnético Equivalente, facilitando o
entendimento do problema.

As Relutâncias em um circuito magnético obedecem às mesmas regras de


associação Série/Paralelo que as resistências em um circuito elétrico.

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Circuito Magnético Equivalente


Quando são usados os conceitos de circuitos magnéticos, os cálculos de
fluxos são sempre aproximados. Pois:

Uma pequena fração do fluxo escapa do núcleo (fluxo de dispersão


6= 0)

Comprimento do caminho médio da área de seção reta é aproximado

Permeabilidade não linear

Efeito de espraiamento aumento a área da seção reta entreferros

Apesar das limitações inerentes, a utilização do método do circuito


magnético equivalente é amplamente usada
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Exercı́cio 3 - Circuito Magnético

O circuito magnético indicado a seguir tem seção transversal de


0, 0009 m2 e comprimento médio de 0, 3 m. Considerando que o
enrolamento que envolve o núcle possui 500 espiras, determine:

a) A corrente necessária para estabelecer uma densidade de fluxo


magnético de 1 Wb/m2

b) O fluxo magnético e o fluxo enlaçado (concatenado)

Considere que o material do núcleo possua µr = 5000

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Exercı́cio 3 - Circuito Magnético

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Resolução Exercı́cio 3 - Circuito Magnético
a)

l
N.i = φ
µ.A

l
N.i = B
µ

l
i= B
N.µ0 .µr

0, 3
i= 1 −→ i = 0, 1 [A]
500.4π10−7 .5000

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Resolução Exercı́cio 3 - Circuito Magnético


b)
Fluxo magnético

φ = B.A

φ = 1 × 0, 0009 −→ φ = 0, 0009 [Wb]

Fluxo concatenado

λ = N.φ

λ = 500 × 0, 0009 −→ λ = 0, 45 [Wb.esp]

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Exercı́cio 4 - Circuito Magnético

O circuito magnético indicado a seguir tem espessura de 0, 0254 m.


Considerando que o enrolamento possua 1000 espiras, determine:

a) A Densidade de fluxo magnético na perna central, considerando


uma corrente de 0,01 A

b) A Densidade de fluxo magnético nas pernas laterais

Considere µr = 6000

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Exercı́cio 4 - Circuito Magnético

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético
Circuito magnético equivalente

Lei de Ohm para o circuito magnético equivalente

FMM = <equi .φ1

<equi = <C + (<L1 ||<L2 )

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético


a)
Cálculo das Relutâncias:

5 × l1 5 × l1 5
<C = = =
µ0 .µr .(l2 × 0, 0254 m) µ0 .µr .(2.l1 × l1 ) 4π10−7 .6000.(2.l1 )

<C = 13054, 43 [A.esp/Wb]

10 × l1 10
<L1 = <L2 = =
µ0 .µr .(l1 × l1 ) 4π10−7 .6000.(l1 )

<L1 = <L2 = 52216, 19 [A.esp/Wb]

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético

Relutância equivalente:

<equi = <C + (<L1 ||<L2 )

<equi = 13054, 43 + (52216, 19||52216, 19)

<equi = 39162, 53 [A.esp/Wb] =⇒ <equi = 39, 16 [kA.esp/Wb]

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético

Aplicando na equação da Força Magnéto Motriz

FMM = <eq .φ1

N.i = <eq .φ1

1000.0, 01 = 39162, 53.φ1 −→ φ1 = 2, 6 × 10−4 [Wb]

φ1 ≈ 0, 26 [mWb]

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético
b)
Aplicando a lei de Kirchoff dos nós:

φ1 = φ2 + φ3

Como <L1 = <L2 :

φ2 = φ3

φ1 2, 6 × 10−4
φ2 = −→ φ2 =
2 2

φ2 = φ3 ≈ 0, 13 [mWb]

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético


Obtendo as Densidades de fluxo

a)

φ1
B1 =
A1

φ1 2, 6 × 10−4
B1 = −→ B1 =
l2 × l1 0, 0508 × 0, 0254

B1 ≈ 0, 2 [T ]

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Resolução Exercı́cio 4 - Circuito Magnético
Obtendo as Densidades de fluxo
b)

φ2 φ3
B2 = e B3 =
A2 A3

Como φ2 = φ3 e A2 = A3

B3 = B2

φ2 1, 28 × 10−4
B2 = −→ B2 =
(l1 )2 (0, 0254)2

B2 = B3 ≈ 0, 2 [T ]

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MUITO OBRIGADO

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