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CARACTERÍSTICAS CONTRARREVOLUCIONÁRIAS DO STALINISMO

Frederico Costa1

O stalinismo internacionalmente cumpriu uma função contrária às tendências da


revolução socialista, significando uma rotunda negação dos elementos fundamentais do
marxismo.

Expressão do isolamento e degeneração burocrática da Revolução de Novembro de


1917, concluiu destruindo a Internacional Comunista, fundada por Lênin e Trotsky em
1919, importando na renúncia ao internacionalismo proletário e à luta pelo comunismo,
que só pode vigorar em escala mundial.

A III Internacional sob orientação stalinista passou de instrumento de coordenação


da luta revolucionária mundial a uma marionete da política reacionária da burocracia do
Kremlin, capitulando diante dos interesses da burguesia imperialista.

Os partidos comunistas, no período stalinista, substituíram o centralismo


democrático da organização leninista pelo centralismo burocrático. No partido leninista
as células determinam a linha política e controlam a conduta da direção, já nas estruturas
stalinistas as ordens da direção ou do secretário geral se cumprem e não se discutem, o
que dá fundamento para a deformação do culto à personalidade.

Esse processo degenerativo foi consequência do abandono da estratégia de conquista


do poder político pelos trabalhadores. Pois, o partido revolucionário tem por natureza a
materialização organizativa da finalidade estratégica programática. Por isso, o stalinismo
renegou a revolução mundial sob a base de uma “coexistência pacífica” com o
imperialismo, enquanto nos países capitalistas periféricos propugnou a subordinação dos
interesses dos trabalhadores, da cidade e do campo, aos interesses d as burguesias
nacionais. As frentes populares, as frentes amplas e as teses de “unidade nacional”
substituíram os princípios da luta de classes, sabotando inúmeros processos
revolucionárias. As revoluções ocorridas expressaram a superação, por parte das massas,
dos limites impostos pelo esquema stalinista de não ruptura com o capitalismo.

1Professor da Universidade Estadual do Ceará – UECE e coordenador do Instituto de Estudos e Pesquisas


do Movimento Operário – IMO.

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