Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1.Introdução.................................................................................................................................3
1.1.1.Objectivos:..........................................................................................................................3
4. A Hermenêutica Reformada.....................................................................................................9
8. Conclusão...............................................................................................................................16
9.Bibliografia.............................................................................................................................17
3
1.Introdução
O presente trabalho tem como tema Reforma e contra Reforma, que claramente nos tipos das
Hermenêuticas, este faz parte da HermenêuticaTeológica que tem no seu cerne a texto bíblico
que deixa claro em que medida o texto original deve ser tratado com uma especial
atenção.EstaReforma e Contra Reforma tevelugar no período entre os séculos XV e XVI com a
insatisfação frente à Igreja Católica. Tal insatisfação diz respeito aos abusos desta igreja e a
mudança da visão do mundo que começa a acontecer simultaneamente.
Com a excessiva acumulação de bens pela igreja, a grande preocupação material desta é a luxuria
que parte de seus sacerdotes viviam. Tambémhavia sérios problemas no respeito às próprias
convicções católicas, tendo muitos sacerdotes entrando em desvios de seus dogmas como o
desrespeito ao celibato e o descanso com os cultos e ritos religiosos. Somando-se a isso havia a
venda de indulgências por parte do próprio Vaticano para a construção da Basílica de São Pedro.
A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada vez mais inconformada,
pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os juros, típicos de um
capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos.
No entanto, ao falarmos da Reforma e Contra Reforma, faremos menção de alguns reformadores
indagados nesta temática, queremos com isso referirmo-nos de Martinho Lutero, João Calvino,
John Wyclif, Jan Hus eErasmo de Roterdão.
Como metodologia para a efectivação do trabalho, foi usado o método bibliográfico, e o auxílio
de internet como forma de reforçar o trabalho. E o trabalho obedece a seguinte estrutura:
introdução, objectivos, metodologia, desenvolvimento, conclusão e bibliografia
1.1.1. Objectivos
Geral:
Específicos:
A reforma foi uma “série de movimentos religiosos que contestavam abertamente os dogmas da
Igreja Católica e a autoridade do papaˮ. Essas reformas, aconteceram quando o povo começou a
questionar o que era imposto pela igreja católica.
A contra reforma, é o nome dado ao “movimento que surgiu no seio da igreja católica à partir de
1545, e que segundo alguns autores, teria sido uma resposta à Reforma Protestante de 1517
iniciadapor Lutero”. (BURNS,1941:553).
2.2Motivos da Reforma
O processo de reformas religiosas teve início no século XVI. Podemos destacar como causas
dessas reformas: Abusos cometidos pela Igreja Católica e uma mudança na visão de mundo,
fruto do pensamento renascentista.
Portanto, a“Igreja Católica vinha, desde o final da Idade Média, perdendo sua identidade. Gastos
com luxo e preocupações materiais estavam tirando o objectivo católico dos trilhos. Muitos
elementos do clero estavam desrespeitando as regras religiosas, principalmente o que diz respeito
ao celibato.” Padres que mal sabiam rezar uma missa e comandar os rituais, deixavam a
população insatisfeita. A burguesia comercial, em plena expansão no século XVI, estava cada
vez mais inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho. O lucro e os
juros, típicos de um capitalismo emergente, eram vistos como práticas condenáveis pelos
religiosos. Por outro lado, “o papa arrecadava dinheiro para a construção da basílica de São
Pedro em Roma, com a venda das indulgências (venda do perdão).” (JÚNIOR, 2009:133-142)
5
Mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam "comprar" a
sua salvação. No plano moral, inúmeros membros da Igreja também eram objecto de críticas.
Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges bêbados e
de bispos que vendiam os sacramentos, acumulando riquezas pessoais. Esse mau comportamento
do clero representava sério problema ético-religioso, pois “a Igreja dizia que os sacerdotes eram
os intermediários entre os homens e Deus”. (Ibid.,55).
Em 1517 afixou na Abadia de Wittenberg suas famosas 95 teses contra a venda deindulgências,
sendo excomungado e correndo o risco a exemplo de Jan Hus e Thomas Munzer, de ser
martirizado pela Igreja. (Idem)
Após a geração de Lutero e de Zwínglio, a figura dominante da Reforma foi Calvino, um teólogo
protestante francês, que fugiu da perseguição de França e que se instalou na nova República
independente de Genebra, em 1536. Apesar da Igreja e do Estado estarem oficialmente
7
separados, cooperavam tão estreitamente que Genebra era virtualmente uma teocracia. Para
reforçar a disciplina moral, Calvino instituiu uma rígida inspecção à conduta familiar e organizou
um consistório, composto por pastores e leigos, com um grande poder compulsivo sobre as
comunidades. O vestuário e o comportamento pessoal dos cidadãos eram prescritos ao mínimo
pormenor:Dançar, jogar às cartas e aos dados e outros divertimentos eram proibidos e a
blasfémia e a linguagem imprópria severamente punidas. Debaixo deste regime severo, os
inconformistas eram perseguidos e, por vezes, condenados à morte. Para encorajar a leitura e o
entendimento da Bíblia, todos os cidadãos tinham pelo menos uma educação elementar.
(GEORGE, 1994:39)
Jamais houve uma discussão ou um debate sério entre um papa e qualquer autoridade protestante
acerca de temáticas doutrinárias. Todos ficam presos às suas metáforas e interpretações
diferentes dos mesmos textos bíblicos e muito sangue foi derramado por causa disso.
(SCHNEEBERGER, 2006:150)
3.1Concílio de Trento
No ano de 1545, o papa Paulo III convocou um concílio(reunião de bispos), cujas primeiras
reuniões foram realizadas na cidade de Trento, na Itália. Ao final de longos anos de trabalho,
terminados em 1563, o concílio apresentou um conjunto de decisões destinadas a garantir a
unidade da fé católica e a disciplina eclesiástica. Reagindo às ideias protestantes, o Concílio de
Trento reafirmou diversos pontos da doutrina católica, como por exemplo:
A educação dos povos foi, também, estimulada pelas novas escolas fundadas por Colet na
Inglaterra, Calvino em Genebra e pelos príncipes protestantes na Alemanha. A religião deixou de
ser monopólio de uma minoria clerical privilegiada e passou a ser uma expressão mais directa
das crenças populares. Todavia, a intolerância religiosa manteve-se inabalável e as diferentes
Igrejas continuaram a perseguir-se mutuamente, pelo menos, durante mais de um século. (Idem)
4. A Hermenêutica Reformada
A reforma protestante foi um “movimento hermenêutico que vai por fim ao domínio de séculos
de interpretação alegórica. Esse movimento traz de volta os princípios de interpretação que eram
defendidos pela escola de Antioquia e marca a pregação, o ensino e os princípios dos
Reformadores”. (LOPES, 2007:159).
Os Reformadores eram conscientes de que a Bíblia era um livro humano. Que fora escrita por
homens com uma linguagem humana. Que viviam em uma época e cultura específicas. Mas
reconheciam também o carácter divino da Bíblia. Os seus estudos bíblicos se firmavam na
doutrina da inspiração, veracidade e infalibilidade das Escrituras.
Uma preocupação que os Reformadores tinham era a de chegar ao sentido óbvio, claro e simples
de cada passagem das Escrituras. Esse processo era feito através da observação cuidadosa da
gramática e do contexto.O que os Reformadores ensinavam é que cada texto tem um só sentido e
este é literal, a não ser que o contexto ou outro texto das Escrituras requeira claramente uma
interpretação figurada ou metafórica.(Ibid.,161).
Por entender que a natureza das Escrituras é divina, os Reformadores viam a necessidade da
iluminação do Espírito Santo na compreensão e interpretação das Escrituras. Assim, entendiam
que por ser a mensagem de natureza espiritual, esta se tornava a principal barreira à sua
compreensão por aqueles que não tinham o Espírito Santo em suas vidas. Como disse “Augustus
Nicodemos Lopes, aquele que não tinha o Espírito Santo em sua vida, as Escrituras tornava-se
um livro fechado”.
2. Revela elementos na relação com Deus que não pode ser conhecido por meio da natureza; e
A Escritura é autoridade absoluta para nosso conhecimento de Deus. Ele cria que a inspiração é
uma doutrina explicativa de uma experiência que já temos. É incerto se ele sustentava um critério
de inspiração mecânica ou não. Rechaçou o método alegórico e enfatizou a interpretação literal
das Escrituras.
Calvino recomendava que o exegeta actuasse com cautela no que se refere à interpretação da
profecia messiânica. Encorajou os intérpretes a investigar a localização histórica de todas as
Escrituras proféticas e messiânicas. Quis evitar o descobrimento de Cristo no Antigo Testamento
através da interpretação alegórica em passagens onde Cristo não podia ser encontrado;
entretanto, cria que Deus não se manifestou se não por meio de seu Filho, mesmo no Antigo
Testamento.Os princípios de interpretação de Calvino incluíam:
2.O Sentido Literal da Escritura: Somente o sentido literal é que deve ser usado na
interpretação da Escritura. Rejeitou o quádruplo sentido da Escritura usado pelos intérpretes
medievais. O sentido literal da Escritura se baseia num conhecimento de gramática, do
fundamento histórico (época, circunstâncias e condições), observação do contexto da Escritura,
iluminação espiritual, a referência de toda Escritura a Cristo.Lutero concluiu que os erros não se
originaram das palavras simples da Escritura, mas pela negligência das palavras simples.
Colocou o sentido quádruplo à margem, como ficção. Declarou que cada passagem tem seu
verdadeiro sentido, próprio, claro, definido.Todos os outros sentidos são opiniões incertas.
3.O Princípio da Clareza (Perspicuidade): Este princípio significa que a Bíblia pode ser
entendida pelo cristão devoto e competente, que não necessita da direcção oficial da Igreja. A
Bíblia é suficientemente clara para apresentar sua significação ao crente.Lutero exagerou a
simplicidade da Bíblia. Seu ensino a respeito da salvação e muitos outros assuntos; todavia,
alguns versículos bíblicos têm sido interpretados de modo variado. Lutero acreditava que a
Bíblia era suficiente em si mesma para o intérprete. Passagens obscuras deveriam ser
interpretadas à luz de passagens claras.
confronto com Deus e sua exigência de fé. Um livro que, por ventura, não pregasse a Cristo não
poderia atingir esse objectivo. Desde que Lutero rejeitou o método alegórico da interpretação,
frequentemente ele empregava a tipologia para encontrar Cristo nos ensinos do Velho
Testamento. Cristo é o “tesouro escondido” e a “pérola de grande preço” no Velho Testamento.
6.O Princípio da Iluminação Espiritual: Visto que a Escritura lida com a vontade de Deus e
com o coração do homem, o discernimento espiritual de um santo poderá ser de maior valor que
a habilidade de um gramático. O Espírito Santo traz iluminação à mente do homem à medida que
Deus fala ao coração do leitor mediante as Sagradas Escrituras. (Ibid.,68).
O método de interpretação bíblica mais utilizado na Idade Média foi o que se conheceu como
Quadriga, isto é, “os quatro sentidos das Escrituras”. As origens deste método encontraram-se
especificamente na diferenciação entre os sentidos literal e espiritual. Nele, o texto bíblico teria
quatro sentidos diferentes, de forma que, ao lado do sentido literal, o texto teria mais outros três
sentidos figurados: o alegórico, que definia o que os cristãos deviam acreditar; o tropológico ou
moral, que estabelecia o que os cristãos deveriam fazer; e o anagógico, definia aquilo que eles
deveriam esperar. Em outras palavras, O sentido literal tomava o texto bíblico por seu valor
aparente; o sentido alegórico, interpretava certas passagens com a finalidade de criar declarações
doutrinárias; o sentido tropológico interpretava as passagens para gerar uma orientação ética para
a conduta cristã; o sentido anagógico interpretava as passagens para indicar os fundamentos da
esperança cristã. (Idem)
específico. Assim, o hermeneuta deveria trazer à tona o sentido que está oculto, não a letra das
Escrituras, o que tem uma forte afinidade com a escola de Alexandria.
João Wycliffe entrou em luta contra o papado em 1375. Conquistou a simpatia dos pobres, pois
sua primeira investida foi contra o suposto direito do papa de cobrar impostos ou taxas na
Inglaterra. Depois disso, chegou a negar fundamento bíblico à doutrina da religião medieval, a
transubstanciação. Por fim, declarou que a Bíblia era a única regra de fé e prática para a Igreja, e
que ela deveria ser lida pelo povo em suas respectivas línguas maternas. Wycliffe fez seguidores,
os irmãos Lollardos, que divulgaram suas idéias depois de sua morte.
Wyclife questionou o fundamento da Igreja medieval, que trazia para si a prerrogativa de ser o
único caminho para a salvação. Também atacou a riqueza do alto clero. Ele defendeu que a
Igreja devesse retornar à pureza espiritual, à simplicidade e à pobreza material, como foi a Igreja
primitiva, pois, segundo ele, a hierarquia da Igreja era complexa, desnecessária e errónea. Ele
traduziu e colocou a Bíblia nas mãos do povo em seu próprio vernáculo. Os Estudantes boêmios
que estudavam na Inglaterra levaram suas idéias para a Boêmia, lançando as bases para os
ensinamentos de João Huss.
John Huss (1373-1415) leu e adoptou as ideias de Wycliffe, propondo reformar a Igreja romana
da Boémia ao mesmo modo proposto por Wycliffe. Defendeu a tradução da Bíblia para seu
vernáculo, tornando-a acessível a todos. Censurou o luxo e a imoralidade da Igreja. Suas ideias
provocaram a ira e inimizade dos papas, que logo o convocaram para comparecer ao Concílio de
15
Mas foi Martinho Lutero, que através de sua hermenêutica, deu o ímpeto necessário à Reforma
Protestante. Ele usou o método gramático-histórico e estabeleceu regras hermenêuticas que
tiveram os seguintes pressupostos:
8. Conclusão
Terminada a execução do trabalho concluímos que, a Reforma foi uma iniciativa de Martinho
Lutero, um alemão que protestava entre outros motivos pelo abuso da igreja Católica como pela
venda de indulgências, propondo uma Reforma que ficou conhecida como Reforma Protestante.
E a Contra Reforma nada mais foi que uma iniciativa da Igreja Católica contraindo a Reforma
Protestante, impondo varias coisas, como a inquisição, o índex, entre outros que punia qualquer
pessoa que praticasse qualquer acto contra a igreja.
Porém, a Reforma protestante foi um movimento hermenêutico que vai por fim ao domínio de
séculos de interpretação alegórica. Esse movimento traz de volta os princípios de interpretação
que eram defendidos pela escola de Antioquia e marca a pregação, o ensino e os princípios dos
Reformadores.
Uma preocupação que os Reformadores tinham era a de chegar ao sentido óbvio, claro e
simples de cada passagem das Escrituras. Esse processo era feito através da observação
cuidadosa da gramática e do contexto.
17
9.Bibliografia
BURNS, Edward Mcnall, Historia da Civilização Ocidental,São Paulo, Volume I, 1941.
CALVINO, João. As Institutas da Religião Cristã.São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1985.
FERREIRA, Wilson Castro. Calvino: Vida, Influência e Teologia. Campinas: Luz para o
Caminho. 1985.
GONZALES, Justo L. A era dos reformadores. Uma história Ilustrada dos Cristianismo. São
Paulo: Vida Nova, 1986.
GEORGE, Timothy. Teologia dos reformadores. São Paulo: Vida Nova, 1994
HENDRICHSEN, W.A. Princípios de Interpretação Bíblica, São Paulo. Mundo Cristo. 1980.
SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. História geral: teoria e prática. 1. Ed. São Paulo: Rideel,
2006.
WELDON, E. Viertel.A Interpretação da Bíblia Estudos Teológicos Programados, Edição de
Juerp, 1979.