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EXTRAÇÃO COM SOLVENTES (transp.

1)

 Usado para separar e isolar determinadas substâncias encontradas


em misturas complexas.

 As substâncias em geral são solúveis em água. Ao se adicionar


um solvente não miscível com água, após agitação, a maior parte
da substância passa da fase aquosa para o solvente, formando
duas fases.
COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (transparência 2)

 A extração baseia-se no princípio da distribuição de uma soluto entre dois


solventes imiscíveis. Esta distribuição é expressa quantitativamente em
termos de um coeficiente de repartição k:

conc.deAemS ( g / mL)
k
conc.deAemS ' ( g / mL)

 Exemplo:
6g de composto orgânico A, em 100mL de água, em um volume de
100mL de benzeno. O coeficiente de repartição de A é igual a 3 a 20C:

wb/100mL
k 3
w água /100mL

 Em extração simples ( 100mL de benzeno em única extração)

Wb = peso de A em benzeno
Wágua = 6g – wb

wb / 100mL
3 wb  4,5 g
(6  wb ) / 100mL

Obtém-se 4,g de A (75% do total).

 Extração múltipla (2 porções iguais de benzeno –50mL)

Primeira Extração:
wb / 50mL
3 wb  3,6 g
(6  wb ) / 100mL
Segunda Extração: (transparência 3)
wb / 50mL
3 wb  1,44 g
(2,4  wb ) / 100mL

Obtém-se 5,04g do composto A (84% do total).

 Conclusão:

a) Deve-se repetir a extração para separar a maior


quantidade de substância. Quanto maior o número de
repetições maior a quantidade da substância separada.

b) É aconselhável repetir as extrações usando, em cada


uma, a menor quantidade de solvente possível, do que
fazer apenas uma extração com emprego de maior volume
de solvente.

c) De um modo geral, em se tratando de um soluto muito


solúvel no solvente extrator e pouco solúvel em água, o
emprego de 1/3 daquele em relação à quantidade de
água é satisfatório.
EXTRAÇÃO COM SOLVENTES QUIMICAMENTE ATIVOS
(transparência 4)

 Utiliza uma substância que reage quimicamente com a


substância a ser extraída.

 Um processo usado é o de substâncias ácidas e básicas, por


conversão em sal, geralmente solúvel na fase aquosa.

 Para extrair uma substância ácida contida em uma solução


orgânica, utiliza-se uma solução básica com 4 unidades de
pH a mais do que o pka do ácido a ser extraído. No caso de
base, usam-se soluções ácida com pH de cerca de 4
unidades menor do que o pka do ácido conjugado da base
em questão.

pH necessario para a extação de


substâncias ácidas e básicas
Composto pka aproximado pH aproximado da
solução aquosa extratora
Ácidos minerais 1 4
Ácidos 4 8
aromáticos
Ácidos alifáticos 5 9
Fenóis 10 14
Aminas 5 1
aromáticas
Piridinas 6 2
Aminas alifáticas 11 7
EXTRAÇÃO CONTÍNUA (transparência 5)

 Quando a constante k é muito pequena ( < que 1 ), utiliza-se o método de


extração contínua, que irá utilizar um volume bem menor de solvente
orgânico.

 Há 3 casos a considerar:
a) o solvente orgânico é menos denso que a água;
b) o solvente orgânico é mais denso que a água;
c) o produto a separar faz parte de uma mistura de sólidos (veja figura
abaixo onde é mostrado um extrator de Soxhlet)

 O aparelho destinado à extração contínua consta de um balão onde se


coloca, inicialmente, o solvente extrator, que se liga por um sistema de
tubulação a um dispositivo no qual se coloca a mistura da qual se deseja
extrair um dos componentes. Este dispositivo se comunica com um
condensador de refluxo onde o vapor do solvente se condensa, e flui para o
compartimento onde se encontra a mistura. Por sifonação, ou pelo sistema
de vasos comunicantes, o solvente retorna ao balão, trazendo parte da
substância extraída. Com a continuidade da operação, no decorrer de um
certo tempo, toda substância extraída se encontra no balão.
EMULSÕES (transparência 6)

 Gotas de uma fase que permanecem em suspensão na


outra fase.

 Podem desaparecer em poucos minutos se o sistema ficar


em repouso, mas podem permanecer por horas ou dias.

 As emulsões podem ser causadas por:

 Diferenças muito pequena nas densidades entre duas


fases;
 Pela presença de sais orgânicos, que podem ter
características emulsificantes.

 Pode-se evitar as emulsões agitando a mistura com


cuidado e por tempo maior. Quando elas ocorrem podem
ser destruidas alterando-se a densidade de uma das fases,
resfriando o sistema ou utilizando-se o efeito “salting
out” ou adicionando-se um solvente menos denso solúvel
no solvente orgânico. Centrifugação ou filtração à pressão
reduzida do sistema pode quebrar emulsões.

EFEITO DE DESSOLUBILIZAÇÃO (efeito “salting


out”)

 Quando o coeficiente k for muito pequeno, pode-se


aumentar o coeficiente de repartição por adição de sais à
solução aquosa, que irá diminuir a solubilização de maior
parte dos compostos orgânicos em água. O sal mais
utilizado para essa finalidade é o Cloreto de Sódio.
AGENTES SECANTES (transparência 7)

 Várias substâncias químicas minerais, por ação direta, são


utilizadas para secagem de líquidos orgânicos, removendo água
ou solventes de suas misturas.

A substância secante (desidratante) deve satisfazer as seguintes


condições:

a) Não reagir quimicamente com nenhum dos componentes da


mistura;

b) Não deve dissolver-se apreciavelmente no produto;

c) Não provocar, por catálise, reações do composto entre si:


polimerização, condensação ou auto-oxidação, nem com s
demais componentes da mistura;

d) Possuir capacidade de secagem rápida e efetiva;

e) Ser de fácil aquisição e preço vantajoso.

 Cloreto de sódio anidro - forma com a água um sal hexa-


hidratado (CaCl2.6H2O), em temperaturea inferior a 30C. , não
deve ser utlizado nas secagens ácidas ou de líquidos ácidos.
Igualmente, não deve ser empregado nas secagens de alguns
compostos carbonílicos, de ésteres, álcoois, fenóis, aminas e
amidas, em virtude de reagir quimicamente com estes compostos.
FUNIL DE SEPARAÇÃO (transparência 8)

 Usado na separação de líquidos não miscíveis.

 Agitação:

 O controle da passagem do solvente depende de qual parte da solução


interessa.
TABELA DE REAGENTES UTILIZADOS
Nomenclatura Fórmula Densidade Mol PF ºC PE ºC Toxidade Solubilidade Propriedade
(g/mol) físicas
Cristal Violeta C25H30ClN3 408,00 Solúvel em
água, 1g
dissolve-se
em 10ml de
álcool,
cloroformio,
insol. em
éter
Álcool Etílico C2H6O 0,789 46,07 -114,1 34,6 Inflamável Sol. em água Líquido
e solventes incolor e
polares inflamável
Clorofórmio CHCl3 1,474 119,39 -63,5 61-62 Inalação em Sol. em Líquido muito
grande dose álcool, volátil, não é
pode causar benzeno,éter inflamável ,
deficiência odor
respiratória e característico
miocardial e
morte
Éter Etílico C4H10O 0,7134 74,12 -123,3 34,6 Prejudicial Insol. Em Líquido
quando água, solúvel volátil e
inalado, em benzeno inflamável
irritante e e etanol
anestésico
Ácido Benzóico C7H6O2 1,321 122,12 122,4 Irritante para 25ºC 3,4g/L Volatiza com
pele, olhos e em água, na vapor
membranas presença
mucosas solução
alcalina
forma sais.
p- C6H4Cl2 147,01 53,5 174,12 Irritante para Praticamente Cristais
diclorobenzeno pele, insol. em voláteis, com
garganta e água, sol. em odor
olhos. álcool, éter, característico,
benzeno, Não é
cloroformio corrosivo
Hidróxido de NaOH 2,13 40,01 318 ___ Corrosivo Sol. em água Sólido
Sódio fundido
*(sol. 5%) *1,056 *-4 *102
Cloreto de CaCl2 2,152 110,99 772 1600 ______ Sol. em água Cristais
Cálcio e álcool cúbicos e
higroscópicos
BIBLIOGRAFIA

SOARES,B.G,SOUZA,N.A.,PIRES,D.X. Química Orgânica, Teoria e


Técnicas de preparação, purificação e identificação de compostos
orgânicos. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 1988.

GONÇALVES,D.,WAL,E.,ALMEIDA,R.P .Química Orgânica Experimental


São Paulo: Mc Graw-Hill, 1988.

MERCK INDEX 9 eth ed


EXTRAÇÃO COM SOLVENTES

Pequena quantidade cristal violeta + 2 a 3 gotas


de etanol em béquer de 50 mL

Adicionar 30 mL de Água e dissolver

Solução Hidroalcólica de Cristal Violeta

Dividir em duas porções iguais (A e B) de


15mL , medindo com uma proveta,
transferindo para béquer de 50 mL.

Porção A Porção B
EXTRAÇÃO SIMPLES

15mL da Solução Hidroalcoolica


de Cristal Violeta (porção A)

1. Tranferir para funil de separação de


100mL
2. Adicionar 15 mL de Clorofórmio;
3. Agitar e deixar em repouso para separar as
fases.

Fase Orgânica (Inferior) Fase Aquosa (Superior)


CHCl3, cristal violeta, traços de ÁGUA, cristal violeta, traços de
água e etanol CHCl3 e etanol

Transferir para tubo de Transferir para tubo de


ensaio e etiquetar. ensaio e etiquetar.

Fase Orgânica 1 Fase Aquosa 1


CHCl3, cristal violeta, traços de ÁGUA, cristal violeta, traços de
água e etanol CHCl3 e etanol
EXTRAÇÃO MÚLTIPLA

15mL da Solução Hidroalcoolica


de Cristal Violeta (porção B)
1. Transferir para funil de separação de 100mL;
2. Adicionar 5 mL CHCl3 ;
3. Agitar e deixar em repouso para separar as fases.

Fase Orgânica (Inferior): CHCl3, cristal Fase Aquosa (Superior): ÁGUA, cristal
violeta, traços de água e etanol violeta, traços de CHCl3 e etanol
Transferir para tubo de
ensaio e etiquetar. 1. Adicionar mais 5mL CHCl3 ;
Fase Orgânica 2 2. Agitar e deixar separar as fases.
CHCl3, cristal violeta, traços de 3. Recolher a F.O no tubo de ensaio
água e etanol Etiquetado (Fase Orgânica 2)

Fase Aquosa (Superior): ÁGUA, cristal violeta,


Fase Orgânica (Inferior): CHCl3, cristal traços de CHCl3 e etanol
violeta, traços de água e etanol
Transferir para o tubo de 1. Adicionar mais 5mL CHCl3 ;
ensaio da fase orgânica 2. 2. Agitar e deixar separar as fases;
4. Recolher a F.O no tubo de ensaio
Fase Orgânica 2 Etiquetado (Fase Orgânica 2)
CHCl3, cristal violeta, traços de água e etanol 3.

Fase Aquosa (Superior): ÁGUA, cristal


Fase Orgânica (Inferior): CHCl3, cristal
violeta, traços de CHCl3 e etanol
violeta, traços de água e etanol
Transferir para o tubo de
Transferir para o tubo de
ensaio, através da boca do
ensaio da fase orgânica 2.
funil de separação e etiquetar.
Fase Orgânica 2
CHCl3, cristal violeta, traços de Fase Aquosa 2
água e etanol ÁGUA, cristal violeta, traços de CHCl3 e etanol

Comparar a intensidade das cores dos tubos contendo as Fases


Orgânicas 1 e 2 nos dois tipos de extração (simples e multipla) e discutir
os resultados.
EXTRAÇÃO COM SOLVENTES QUIMICAMENTE ATIVOS

100ml éter + 2g ácido benzóico + 2g p-


diclorobenzeno
1. Adicionar o volume calculado de solução
aquosa de NaOH 5%, agitar e deixar
descansar para separar as fases.

Fase Orgânica (Superior): ETER, Fase Aquosa (Inferior)


p-diclorobenzeno, traços de água, Água, benzoato de sódio, traços de ácido
benzoato de sódio, ácido benzóico. benzóico, NaOH, p-diclorobenzeno e éter.

1. Repetir a extração com a 1. Transferir para um


solução aquosa de NaOH. béquer de 250mL
Fase Aquosa
em béquer de 250mL
Fase Orgânica (Superior): ETER,
Fase Aquosa (Inferior)
p-diclorobenzeno, traços de água, benzoato
Água, benzoato de sódio, NaOH
de sódio e NaOH.
p-diclorobenzeno e éter.
1. Lavar com 10mL de água. 1. Transferir para o béquer
de 250mL, já contendo a
fase aquosa.

Fase Orgânica (Superior) Fase Aquosa


ETER, p-diclorobenzeno, traços de água, em béquer de 250mL
benzoato de sódio e NaOH. 1. Transferir para o béquer de
250mL já contendo a fase
1. Transferir para erlenmeyer. aquosa.
2. Adicionar 1g de CaCl2 e agitar
ocasionalmente. Fase Aquosa
3. Filtrar em papel pregueado, recolhendo a fase em béquer de 250mL
orgânica em béquer previamente tarado.

Filtrado: Éter, p-diclorobenzeno, traços


de CaCl2, água, benzoato de sódio e Fase Sólida
NaOH. CaCl2, traços de éter , p-
diclobenzeno, água, sal do ácido,
1. Eliminar o Éter, por aquecimento ácido benzóico, NaOH.
2. Pesar o resíduo
3. Determinar o ponto de fusão.
Resíduo: p-diclorobenzeno, traços de éter,
CaCl2, água, benzoato de sódio e NaOH.

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