REVISTA
lio
no
Rio G r a q d e d o Norte
P II N 1) a 1) O E M '2 9 O E M R R Ç O D E 1 9 0
Volume IX -Numero 1 e 2
1911
NATAL
Tvpcgrapbla do Instituto Jiistoricc
1913
Desembargador Vicente S. Herein« de Lemos
Presidente do Instituto.
D I R E C T O R I A DO I N S T I T U T O
PRESIDENTE
VICE P R E S I D E N T E
I- nesemh,.rgiiflor Lull M. !*«rnn ndi* $t>hrinho
'J Cqronfl Pedro äonrv* de xruujo
ORADOR
Jlr. PrnIU I»eo Pinto de Abreu
ADJUNTO no ORADOR
Or, Sehiintifto Fernandes fir úliveim
THESOL'REIRO
flrtemhnrjinilnr Joflo Piony^io Pilfjnelrn
" M e u s senhores :
P e r a n t e a H u m a n i d a d e e perante a Patria
é um crime, já n ã o digo deixar morrer e des-
a p p a r e c e r para sempre, mas simplesmente
permittir que estes obscuros homens de bem,
tão laboriosos e tão nobres, cheguem â humi-
lhação de estender á caridade publica a larga
m ã o honrada.
N ã o , n ã o é a piedade que lhes devemos,
mas o respeito profundo por estas a l m a s singe-
las e energicas, que lutam braço a braço com
° s próprios elementos desconcertados e resu-
mem um tão admiravel conjunto de virtudes
humanas :—a coragem e o valor do heróe, a
firmeza e a tenacidade do m a r t y r e o coração
puro do santo, isento de toda a macula e prom-
to a todo o sacrifício.
M
F r e i Miguelinlío, o insigne rnartyr rio-
g r a n d e n s e do norte, secretario do G ò v e r n o
Provisorio da revolução de 1 8 1 7 em P e r n a m -
buco, lançou ao povo uma p r o c l a m a ç ã o e o fez
em tom pacifico, alheio ás mesquinhas ideias
de v i n g a n ç a :
" P e r n a m b u c a n o s . . . A Providencia, que
dirigiu a obra, a levará a termo. V ó s vereis
consolidar-se a nossa fortuna, vós sereis livres
do peso de enormes tributos que g r a v a m so-
bre nós ; o vosso e nosso P a i z subirá ao ponto
de g r a n d e z a que ha muito o espera e vós co-
lhereis o fructo dos trabalhos e do zelo de nos-
sos c i d a d ã o s .
Ajudai-os com os vossos conselhos, elles
s e r ã o ouvidos ; com os vossos braços, a P a t r i a
e s p e r a por elles ; com a nossa applicação á
agricultura, uma n a ç ã o rica è uma n a ç ã o p o -
derosa".
Revolução de 1817
( C o n t i n u a ç ã o d o v o l . 8 , p a g 14.1)
Ulmo. e f í x m o , S r .
Antonio G e r m a n o C a v a l c a n t e , C a p i t ã o
C o m m a n d a n t e da tropa. Antonio Freire de A-
vnorim, Vereador.
E s t á conforme.
N o impedimento do Secretario, o Official
da Secretaria Vicente Ferreira de C a s t r o e
Silva.
SEQUESTRO
i>oc N® i
(
Registro dos Editaes que se remetteram as
Villas desta Capitania sobre se ar-
rendarem os engenhos Cunhaú, Tamatan-
duba, Estivas, como abano se vc :
EDITAL
DOC. N(> 2
DOC. N" 4
t)')C. N. 5
I>oc. N° 6
DOC. N" 7
noc. N° 8
DOC. N° IO
DOC. N, 12
DOC. N ° 13
DOC. N° 14
Doe. N<? 15
R e c e b i um officio de Y . M c ê . sem d a t a ,
no qual me participa ter a s s i g n a d o o d e p o s i t o
d o s s e q u e s t r o s feitos nas f a z e n d a s de S . A n -
tonio e G r o s s o s p e r t e n c e n t e s a c a s a de C u -
nhaú, o r d e n a n d o selhe f a z e r a j u s t a r o g a d o de
a ç o u g u e e r e m e t t e r p a r a esta c i d a d e á minha
i n s p e c ç ã o , o que já não pòdia f a z e r por a n d a -
r e m os c r i a d o r e s d a s m e s m a s f a z e n d a s em jun-
t a s dos g a d o s d e s p e r s a d o s , ficando e s p e r a n d o
a m i n h a d e t e r m i n a ç ã o , sou a dizer-lhe que e s s a
o r d e m fique s u s t a d a até s e g u n d a , e s e n d o a s
r e f e r i d a s f a z e n d a s dos p a r e n t e s d a c a s a C u n -
haú, m o r a d o r e s em difíerentes C a p i t a n i a s , na-
d a d e m o r e V . M c ê . nellas, e m q u a n t o n ã o se
lhe o r d e n a r o que d e v e seguir, entretanto, seja
sempre o sequestro vigoroso. Deus G u a r d e a
V . M c ê . C i d a d e de N a t a l , 7 de J u l h o de 1 8 1 7 .
M a n o e l I g n a c i o P e r e i r a do L a g o . S e n r . C a p i -
t ã o F e l i x G o m e s Pequeno, Depositário do
F i s c o R e a l . (Pag.' 174. v . )
DOC. \,<? ió
DOC. N. I 7
DOC I8
doc. N" 19
ooc. k " 20
DOC. X ° 21
DOC. N • 22
DOC. N ° 23
A o Ulmo. e Meretissimq S r . D r . do F i s c o
R e a l d a Villà d a F o r t a l e z a d a C a p i t a n i a do
C e a r á G r a n d e , ou a quem seu muito nobre e
a u c t o r i s a d o c a r g o servir e perante q u e m esta
minha p r e z e n t e carta precatória, executória e
•rogatória em f o r m a vir e for a p r e s e n t a d a e o
v e r d a d e i r o c o n h e c i m e n t o dolla com direito e
direitamente d e v a e h a j a de pertencer, e o seu
devido effeito e inteiro c u m p r i m e n t o de justi-
Va e e x e c u ç ã o se pedir e requerer. O T e n e n t e
C o r o n e l M a n o e l I g n a c i o P e r e i r a do L a g o ,
F r o v e d o r e C o n t a d o r da F a z e n d a R e a l , Juiz
Privativo da a r r e c a d a ç ã o delia, e da A l f a n d e g a
M o r , e D i r e i t o s R e a e s e d a s C a u z a s dos Ho-
mens do M a r , V e d o r G e r a l da gente de guerra
ne
s t a C i d a d e do N a t a l , C a p i t a n i a do R i o
G r a n d e do N o i t e , por S u a M a g e s t a d e Fidel-
í s s i m a que D e u s G u a r d e , etc.
F a ç o s a b e r a V . S ^ em c o m o sendo com-
Prehendido no crime de inconfidente e traidor
J ° s è I g n a c i o de A l b u q u e r q u e M a r a n h ã o , mo-
rador no E n g e n h o de C u n h a ü , desta C a p i t a
nia
> e haver noticia neste Juizo, possuía o mes-
nessa C o m a r c a a l g u m a s f a z e n d a s de g a d o s
vacoum é c a v a l l a r , a s q u a e s em r a z ã o do dito
72
D O C . N. 26
Pelo A d j u n c t o d a s R e n d a s R e a e s d e s t a
C a p i t a n i a do R i o G r a n d e do Norte se h ã o de
Pôr á lanços para se a r r e m a t a r a quem maior
o f f e r e c e r no dia 26 de A g o s t o proximo luturo
todos os g a d o s v a c c u m s , c a p a d o s do a n n o p a s -
s a d o ' p a r a traz p e r t e n c e n t e s ao C h e f e de R e -
bellião A n d r é de Albuquerque M a r a n h ã o , que
existirem a s s i m nas f a z e n d a s C a i s s a r a , Pol-
drinho, S i p ò , C a s t e l l o e T i m b a ú b a . situadas
na Ribeira de P i r a n h a s da C a p i t a n i a da P a r a r
11
vba, t o m o a s d a s situadas nesta, a s a b e r :
C i r u r g i ã o , Mulungu, T r a p i á , S a c c o , - C a c i m b a
d a s ' C a b r a s no C a i r o ; T r a h i r v , B o m J e s u s e
M ã e d ' A g u a , na R i b e i r a do T r a h i r v ; S a n t a
R o s a e M a l h a d a do Rio, no P o t e n g y . ram-
vem se hão de a r r e m a t a r no referido dia todos
()
s g a d o s do m e n c i o n a d o R é o , e por e i l e s c o b r a -
dos do D i z i m o que a r r e m a t o u nesta P r o v e d o r i a
Pertencentes a o triennio que findou no ultimo
de
d e z e m b r o de 1 8 1 3 , e que a i n d a existem sol-
tos em terras suas. Quem em uns e outros g a -
dos quizer lançar se deverá apresentar no indi-
cado dia nas c a s a s da Provedoria da R e a l F a -
zenda desta C a p i t a n i a , habilitado por si e seus
fiadores para o fazerem d e b a i x o d a s seguintes
condições : Os a r r e m a t a n t e s verificarão a
sua a r r e m a t a ç ã o até o fim de J a n e i r o proximo
futuro. F i c a r ã o constituídos devedores da
importância d a s c a b e ç a s de g a d o que recebe-
rem, logo que c h e g a r a Provedoria o recibo
que p a s s a r ao Administrador ou Depositário
que lhe entregar o gado. 3^ Pista importancia
será recolhida ao cofre dentro de trinta dias
depois de apresentado aquelle recibo. 4^ O ar-
rematante ou o seu fiador deve ser moradôr
dentro desta Capitania afim de acautelar o
procedimento de precatórias no c a s o de fallen-
eia de p a g a m e n t o . F p a r a que chegue a noticia
de todos fiz p a s s a r o presente E d i t a l por mim
assignado, que será a f f i x a d o na c a s a desta
dita Provedoria, e expedir copias por mim
também a s s i g n a d a s para os mais logares de
costume. C i d a d e do Natal, 18 de Julho de
1 8 1 7 . E s c r i v ã o da Real F a z e n d a , L u i z J o s é
R o d r i g u e s Pinheiro. ( P a g . 178. v . )
DOE. N9 27
Registro do ofíicio do Sr. Provedor ao Com-
ina nda 111 e de Max a ra ngua pe, Fr a ncisco
Fernandes de Carvalho, sobre a
lanciln de Sua Magestade
P o d e r á V . M. e n t r e g a r a lancha Concei"
çSo, que se acha nessa barra de M a x a r a n g u a p e ,
e foi confiscada como bem do inconfidente ' o
fallecido André de Albuquerque M a r a n h ã o , ao
T e n e n t e J o s é G o m e s da Costa, arrematante
delia neste Juizo dn.s E x e c u ç õ e s da R e a l F a -
zenda, e logo que fizer a referida entrega da
m e s m a lancha e todos os seus pertences, des-
peça o Mestre e vapor que lá se a c h a m , dizen-
do-lhe que desde logo não receberão mais
p a g a a l g u m a , a e x c e p ç ã o dos vencimentos atra-
zados. D e u s G u a r d e a V . M. Cidade do Natal,
26 de Julho de 1 8 1 6 . Manoel I g n a c i o Pereira
do L a g o — S n r . C o m m a n d a n t e de M a x a r a n -
guape, F r a n c i s c o F e r n a n d e s de Carvalho,
( P a g . 179. v. )
DOC. N ° 28
Ulmo. S r . P r o v e d o r Manoel I g n a c i o P e -
reira do L a g o .
Recebi o officio de Y . S * datado de 21 do
corrente, ordenando-me nelle fizesse entrar na
posse de seus bens o C a p i t ã o J o s é I g n a c i o
Marinho G o m e s , os quaes estavam sequestra-
dos por m a n d a d o de Y . S . a qual ordem já
fica cumprida. N a m e s m a o c c a s i ã o partecipo
a Y. que no sequestro que fiz ao falsario
A n d r é de Albuquerque M a r a n h ã o , ficara fóra
7<>
DOC. N 9 2 9
uoi. 30
i>oc. n" 31
filmo. S r . Governador.
T e n d o sido os Albuquerques da C a s a
Cunhaü desta Capitania implicados no crime
de alta traição contra a Real Soberania e h a -
vendo noticia de também terem sido outros da
mesma familia, moradores nas C a p i t a n i a s da
Parahyba e na de Pernambuco, se procedeu
sequestros em todos os seus bens que nesta
Capitania se a c h a v a m afim de evitar qualquer
lesão a R e a l F a z e n d a e por esta r a z ã o entra-
ram nos referidos sequestros os bens dos sup-
plicantes que agora os requerem por haverem
sido exemptos do referido crime ; é c que pos-
so informar a Y. S a . C i d a d e do Natal, 18 de
D e z e m b r o de 1 8 1 7 . Ulmo. Sr. Coronel G o v e r
nador J o s é I g n a c i o B o r g e s . Manoel I g n a c i o
Pereira do L a g o . ( P a g . 184. v . )
noc. N. 32
DOC. N ° 33
i>oc. \ " 34
DOC. N 9 35
Registro de um officio
que respondeu o Sr. Provedor da
Fazenda Real do III nu.. Sr. Governador desta
Capitania de umas copias que a eile vieram
inclusas,sendo uma do Ulmo. Sr. Governador
de Pernambuco e outra de outro officio do I)r.
Dezemhargador do Paço e Presidente da Al-
çada, Bernardo Teixeira Coutinho
Alexandre de Carvalho.
DOE 37
" S n r . — K m c u m p r i m e n t o do D e s p a c h o
dc V . A . R . , d a t a d o em 20 de M a i o , em que
m a n d a A este A d j u n c t o i n f o r m a r o requeri-
m e n t o do C o r o n e l A n d r é de A l b u q u e r q u e M a -
ranhão, A r r e m a t a n t e dos D i z i m o s R e a e s d a s
sete r i b e i r a s desta C a p i t a n i a s o b r e J o ã o B a r -
bosa V i a n na, c o m p r a d o r de hum r a m o de Di
zimo d a C a p i t a n i a d a P a r a h y b a na parte e m
que confina a dita C a p i t a n i a com a ribeira d o
sul desta, h u m a d a s a r r e m a t a ç õ e s do supph-
cante, i n n o v a n d o que os sitios de T a p e s s u r e -
111a, M a r c o s do meio, M a r c o s de b a i x o , A l m a s ,
I n g á , P i r a i i , e v i z i n h a n ç a s delles ali p a g a -
rem os D i z i m o s de suas culturas e m a i s co-
lheitas, s e n d o que por uzo e c o s t u m e invete-
r a d o s e m p r e p a g a v a m os ditos D i z i m o s a o Di-
ziraeiro da R i b e i r a do Sul desta C a p i t a n i a ,
»8
S e n d o presente ao Adjuncto de R e n d a s
R e a e s desta Capitania o officio de V . Mces.
de 16 do corrente em que pedem ao m e s m o
Adjuncto lhes remetta com a maior b r e v i d a d e
possível hum treslado da divisão que a J u n t a
da R e a l F a z e n d a de P e r n a m b u c o deo sobre os
limites desta Capitania, o m e s m o Adjunto me
determina a participar a V . M c e s . que neste
Adjuncto hâ hum Ministro dos Feitos ao qual
V . M c e s . d e v e r ã o requerer este treslado. D e u s
G u a r d e a V . M c e s . Provedoria R e a l F a z e n d a
da C i d a d e do Natal, 18 de N o v e m b r o de 1 8 1 3 .
O E s c r i v ã o interino Agostinho L e i t ã o d ' A l m e i -
da. S n r s . Officiaes da C a m a r a da villa de Villa
Flor.
RIO G R A N D E DO NORTE
PARTE II
1832-1908
(CONTINUANDO DO VOI. VIII, HAO. ,14o)
N ° 5 9 — 1 9 de Julho—Commémora «A
Republica» a data de seu primeiro anniversario
com o seguinte artigo, encimado por um
barrete phrygio :
"NOSSO ANNIVERSARIO
F a z hoje um anno que este periodico, atra-
vez de innumeras difficuldades e provações,
estreou neste E s t a d o a p r o p a g a n d a republi-
cana.
U m anno de existência, de labor inces-
sante.
F o i no dia i " de Julho do anno p a s s a d o
que A Republica appareceu na imprensa, mo-
vimentando o espirito democrático, que desa-
pontava em nosso horisonte como o suave d i -
luculo do glorioso dia 1 5 de N o v e m b r o .
E n t ã o eram bem poucos os crentes da
ideia nova, e a orthodoxia monarchica i m p u -
nha aos seus adeptos e j anis aros os mais ri-
gorosos preceitos.
O Visconde de Ouro P r e t o assumira a alta
a d m i n i s t r a ç ã o do E s t a d o assignando com os
representantes da rronarchia o solemne c o m -
promisso de exterminar os republicanos e a -
mordaçar por esse modo a p r o p a g a n d a d e m o -
crática.
A esta capital já haviam c h e g a d o o c e l e -
bre presidente F a u s t o B a r r e t o e o seu fidus
Achates, dr. A m a r o B e z e r r a , com uma legião
de sobrinhos e fdhotes congeneres...
Vinham inaugurar o dominio despotico,
de que os investira o orgulhoso estadista que
organizára o gabinete 7 de Junho, O dr. A -
maro Bezerra allegava posse velha de 40 ân-
uos como titulo á sua dominação : os s o b r i -
nhos entravam no dominio desta terra, cujos
primeiros balbucios de liberdade g o v e r n a m e n -
tal c o m e ç a v a m a ser ouvidos, simplesmente
par droit de naissance...
A sêcca attingia o seu a p o g ê o e levava a
desolação a todos os pontos do listado ; ensa-
i a v a - s e , a r m a d o o governo dos soccorros p ú -
blicos, de que abusou criminosa e impudente
mente, o trai alho eleitoral,
P a r a logo os arautos do despotismo, s i -
mulando os b n n d o a do antigo governo a b s o -
luto, fizeram sentir, de localidade cm localida-
de, que os republicanos não teriam quartel,
constituíam um partido fóra de toda p r o t e c ç ã o
legal...
A violência começou, e dentro de pouco
tempo recrudescia de maneira espantosa...
F o i em tal conjunctura, affrontando a s iras
do poder arrogante, corrompido e corruptor,
a r c a n d o valentemente com difficuldades de
toda sorte, que o nosso digno chefe, dr. Pe-
dro Velho de Albuquerque Maranhão, fundou
este periódico, que redigiu até o dia 1 5 de
N o v e m b r o , a p e n a s ajudado por seu irmão, o
nosso talentoso collega Augusto M a r a n h ã o .
F u n d a n d o A Republica, o nosso digno
chefe iniciou, com invejável bizarria, á luz me-
ridiana, sem rebuço de qualquer especie, com
c o r a g e m estóica e fé inconcussa, a p r o p a g a n -
da dos princípios republicanos, que ainda sus
tenta nas columnas desta folha, com brilhan-
tismo consoante com seu talento e incontestá-
vel illustração.
N a quadra de soffrimentos em que A Re-
publica appareceu na imprensa, o nosso ta-
lentoso e honrado chefe não se limitou á ex-
p l a n a ç ã o d a s doutrinas republicanas, pisou
com firmeza o estádio da polemica, pondo
s e ao lado dos co-religíonarios perseguidos e
fazendo morder o chão das derrotas a aucfe-
r i d a d e arbitraria e violenta.
E i s c o m o n a s c e u e j o r n a d e o u .1 R e p u b l i -
c a n e s s e s t e m p o s de p r o v a n ç a ; eis c o m o lu-
ctou, nobilitou se e nobilitou a causa pela
qual a i n d a hoje se b a t e o nosso h o n r a d o che-
fe e c o l l e g a dr. P e d r o V e l h o de A l b u q u e r q u e
Maranhão.
C o m o p a r t i d o republicano, com a patria,
com o R i o G r a n d e do Norte nos c o n g r a t u l a
mos hoje pelo a n n i v e r s a r i o glorioso d ' . l Re-
publica e a o seu illustre f u n d a d o r e r e d a c t ' r
c h e f e e n v i a m o s , com toda a a b u n d a n c i a de
n o s s a s a l m a s , no a l v o r o ç o do maior jubilo, os
n o s s o s c u m p r i m e n t o s e f e l i c i t a ç õ e s ' , (74)
1891
" A R e p u b l i c a ' ' c o n t i n u a v a a publicar o
e x p e d i e n t e do g o v e r n o .
M a s na e d i ç ã o de 3 de M a r ç o encontra
se a seguinte d e c l a r a ç ã o :
" E m vista d a attitude que t e m o s o d e v e r
de a s s u m i r e m frente da nova d i r e c ç ã o poli-
tica do E s t a d o , já r e q u e r e m o s a r e s c i s ã o d o
c o n t r a c t o que c e l e b r a m o s c o m o g o v e r n o p a r a
a publicação dos actos officiaes".
1 * 1 >2
1893 18M-
1895
1896
1897
1 8 OS
Dr. P e d r o Velho— F u n d a d o r .
Alberto M a r a n h ã o , Manuel D a n t a s , P e d r o
Avelino, J u v e n a l Lamartine-Redactores".
M a s logo no fim desse mez é supprimi
do o nome do ultimo, por ter seguido para a
c o m a r c a do A c a r y , da qual fôra n o m e a d o
juiz de direito ; e em seguida aos nomes dos
redactores a c c r e s c e n t a - s e o de Augusto Lei-
te, como administrador,
1899
1900
A 24 de Março escrevia :
" P o r ter de assumir o governo do Esta-
do, nosso presado chefe da redacção, dr. A l -
berto Maranhão, deixou hontem o posto que
com superior competencia e inexcedivel dedica-
ç ã o exerceu, durante muitos annos, nesta folha.
Substituirá o dr. Alberto M a r a n h ã o na
chefia da redacção d'. 1 Republica nosso col-
lega Manuel D a n t a s . "
1901
1902
R e g i s t r a A Republica, com expressões do
mais profundo pezar, a morte de seu antigo
redactor A u g u s t o S e v e r o de Albuquerque Ma*
ranhão, o notável brazileiro e destemido ae-
ronauta fallecido em Paris, no dia 12 de Maio,
em consequência do horrivel desastre de seu
famoso balão Pax
1903
Estabeleceu prêmios aos a s s i g n a n t e s que
101-- —
1904 1906
1907
1 í)08
8 9 - 0 POR 17R—1889— 90
J o r n a l e c o de 1 5 cents. de c o m p r i m e n -
to sobre 1 0 de largura, era impresso na typ.
da " G a z e t a do N a t a l ' e publicava-se aos
domingos, dizendo-se orçam critico.
Distribuiu seu numero a 23 de Feverei"
ro com o seguinte artigo de fundo :
" N u n c a é de mais, no c o m p o do j o r n a l -
ismo, um novo batalhador".
A n i m a d o s por esta verdade, proferida por
um alguém, encetamos hoje a publicação d
" A Sentinella , J , o r g a m essencialmente critico,
que será, em todos os tempos, um baluarte
contra a immoralidade e o pedantismo de uns
e os abusos e odiosas maquinações de outros
(Subentenda se typos).
A nossa empresa é melindrosa, mas al-
tamente nobilitante ; e jamais recuaremos di-
ante de qualquer obstáculo material que por
ventura se nos apresente.
E s t a m o s bem armados para a lucta, e es-
peramos corresponder brilhantemente (mo-
déstia A parte) ao apoio incontestável que me-
recemos do respeitável publico natalense, e
especialmente do illustrado club Pedro- Crú.
Inabalaveis em nosso honroso proposito,
não pouparemos nem as sirigaitas sem pudor,
nem os dandys (pretençSo) fátuos e im moraes.
Pis, em obscuros traços, o trilho que será
rigorosamente seguido pela modesta, porém
im piacavel Scntinclla.
Alerta 1"
92 DIÁRIO PO NA TAL-1890.
Iam " q u e a p p a r e c c u m a i s um n o v o b a t a l h a d o r
no c a m p o do j o r n a l i s m o , d e n o m i n a d o Piaria
do Natal; que e s s e D i á r i o sahc todos os dias ;"
e publica o seguinte t e l e g r a m m a , e x p e d i d o
da R i b e i r a naquelle dia, á s 7 hs. e 5 0 m. da
noite :
" A p p a r e c e u Diário do Natal. O p o v o de
lirante fez m a n i f e s t a ç õ e s honrosissimas á im-
p r e n s a , indo com 8 bandas de musica felicitar
redacção."
O r g a m do C l u b E s c h o l a s t i c o N o r t e - R i o
G r a n d e n s e . f u n d a d o nesta c i d a d e no dia 9 de
F e v e r e i r o , foi r e d i g i d o por u m a c o m m i s s ã o de
socios do m e s m o club, c o m p o s t a de A b d e n a
go Alves, Ezequiel Wanderley. Moura Soares,
R a p o s o d a C a m a r a e O v i d i o F e r n a n d e s , até
23 de M a r ç o , q u a n d o dissolveu-se o club e os
n o m e s d e s t e s f o r a m substituídos p e l a s pala-
v r a s Redactores diversos, i m p r e s s a s no fron-
tispício do jornal, que p a s s o u a ser orgam re-
creativo,
T i n h a seu escriptorio d e r e d a c ç ã o á rua
«Coronel B o n i f a c i o » , n ° 5, i m p r i m i a - s e na typ-
d 'A Republica e p u b l i c a v a se d u a s vezes, por
mez, distribuindo seu 1 " n u m e r o 110 dia 4 de
M a r ç o com o seguinte a r t i g o inicial :
" Q u e é a evolução ?
E ' tão v a s t a a c o m p r e h e n s ã o d e s t e vo-
cábulo, t ã o e x t e n s a a sua e s p h e r a significati-
v a , tão c o m p l e x o s os seus b r i l h a n t e s resulta
100 —
SURGE ET AMIUJL. I !
0 4 — R I O GRANDE DO NORTE—
1890—9«.
E m sua secção C O N H E C I M E N T O S Ú T E I S
encontram-se dous interessantes documentos
historicos, descobertos no archivo da Inten-
dência Municipal desta cidade : — U m edital
de d. J o s é , rei de Portugal e dos A l g a r v e s ,
m a n d a d o publicar e correr com força de lei,
ordenando que «todos os livros que se refe-
rem á s suppostas prophecias dos sapateiros
S i m ã o G o m e s e G o n ç a l o A n n i s B a n d a r r a fos-
sem, com a «Carta Apologética» do p a d r e
Antonio Vieira, condem nados A pena do fogo
e que a nenhum vassallo do reino fosse per-
mittido possuir e fazer-se echo desses livros,
verdadeiro attentado contra a coroa em pro-
veito dos jezuitas» ;—e sentença que em
i2 de J a n e i r o de 1 7 5 9 proferiu a juncta da
inconfidência para castigo dos réos que ten-
taram contra a vida de S . M . EL -Rei D .
J o s é I.
«Nesta t e r r a — d i z A Republica, entre ou-
tras phrases lisonjeiras com que recebera a
Tribuna Juvenil— ha o velho vicio dos jor-
nalecos apasquinados, zumbindo e mordendo,
como si a imprensa fosse uma esterqueira; lon-
ge disso, a " T r i b u n a " afigura-se uma peque-
nina flor no c a m p o do jornalismo».
T i n h a seu escriptorio de r e d a c ç ã o á rua
" C o r o n e l B o n i f a c i o " , n " 7, e era impressa na
typ. do " R i o G r a n d e do Norte".
06—A PATRIA-1890.
97—po T fG U A R A N I A — 1 8 9 0 .
98—MO CIDADE-1890.
9 9 — 0 UINZE DE NO í TEMBR 0 -
1890.
Edição especial p a r a c o m m e m o r a r a d a -
ta do primeiro a n n i v e r s a r i o da p r o c l a m a ç ã o da
Republica.
A p r i m e i r a p a g i n a é o c c u p a d a pelo retra-
to do Generalíssimo Manuel Deodoro da Fon-
seca, no centro, com a seguinte saudação, for-
mando um largo'semicírculo na parte superior:
N o A N N I V E R S A R I O DA PROCLAMAÇÃO DA R E P U -
BLICA,' A P A T R I A AGRADECIDA SAÚDA O GRANDE E
DIGNO B R A S I L E I R O , C H E F E DO PRIMEIRO GOVER-
NO LIVRE DO B R A Z I L ; e m a i s a s p a l a v r a s Pa-
tria e Liberdade, na parte inferior, abaixo do
nome do general,
A proposito desta publicação diz ,-/ Repu-
blica de 23 :
" E s t e periódica fundiu-se com o «Rio
Grande do Norte" para dar uma edição especi-
al, c o n s a g r a d a á memoria do grande feito, tra-
zendo na pagina de honra o retrato do vulto
heroico. e immortal do invicto generalíssimo
Deodoro da F o n s e c a e nas seguintes artigos
âllusivos ao grandioso acontecimento e aos
seus protogonistas".
Abre a serie desses artigos, subscriptos
Pelos redactores dos dous jornaes. entre os
l u a e s se notam B r a z de Andrade Mello, J o a -
quim Ferreira C h a v e s Filho, J o s é G e r v á s i o de
Amorim G a r c i a e Diógenes da Nóbrega, o se-
guinte, do dr. J o ã o G o m e s Ribeiro, governa-
dor do E s t a d o :
" F a z um anno que o a n j o tutelar do B r a -
sil, servindo-se da espada gloriosa do mais va-
' e nte de seus soldados, rasgou novos h o r i s o n -
tes á ventura de nossa patria, que vio, tomada
indisiveis alegrias, surgir a esplendorosa au-
rora da verdadeira democracia, alumiada pelos
r;
úos fecundos do bemdito sol da liberdade.
O pavoroso estrondo do ruimento da mo-
ft
archia foi a b a f a d o pelas festivas manifesta-
ções dc jubilo que irromperam sadias e espon-
tâneas dos seios do patriotismo em todos os
ângulos de paiz.
F a z um a n n o que teve logar o santo acon-
tecimento e jâ é outra a f a c e da n a ç ã o brazil-
eira ! Sente-se bater livre seu c o r a ç ã o , ali-
mentado pelo s a n g u e tonificado pelos benéfi-
cos princípios da g r a n d e trilogia social liber-
dade, egualdade e fraternidade.
O E s t a d o do R i o G r a n d e do N o r t e r e j u -
bila-se com a patria pela felicidade de todos
e, rendendo votos da mais pura e sincera gra-
tidão a sua bôa sorte, dirige as mais a r d e n t e s
e f e r v o r o s a s saudações ao illustre e beneme-
rito c i d a d ã o , ao invicto e valoroso soldado, ao
preclaro e insigne a l a g o a n o Manuel Deodoro
da F o n s e c a , generalíssimo do generoso e v a -
lente exercito brazileiro, D i g n í s s i m o Presiden-
te d a Republica dos E s t a d o s U n i d o s d o B r a z i l .
V i v a a Republica Brazileira !
V i v a o inclyto generalíssimo Manuel Deo-
doro da F o n s e c a !
V i v a o E s t a d o d o R i o G r a n d e d o Norte !"
F a z i a e n t ã o - e x p r e s s a d e c l a r a ç ã o de que
" h ã o a c c e i t a v a collaboração de espeoie a l -
g u m a " , dizia-se orgam litterario e publicava se
nos dias 5, 15 e 25 de cada mez.
A 25 do predicto mez de A g o s t o G a r c i a
Netto já não f a z i a parte da r e d a c ç ã o , da qual
retirou-se também G a l d i n o S a m p a i o em 25 de
Outubro, ficando ella exclusivamente a c a r -
go de- S e a b r a de Mello josé A l e x a n d r e — e
J o s é de Viveiros, que escreviam sob os p s e u -
donvmos de Eugênio de M. e Jordão do Valle.
A p c z a r da d e c l a r a ç ã o a que acima me
referi, yejo que collaboravam n 0 Santelmo
U r b a n o Hermillo, B e n v e n u t o de Oliveira e ou-
tros, e sobre a morte de Silva J a r d i m , o deno-
dado propagandista da Republica, encontro
no n? 7 o seguinte soneto de S e g u n d o W a n -
derley :
"CATASTKOPUE
SILVA JARDIM
«6» SANTELMO
O Santelmo, p o r é m , publicou a p e n a s 30
n u m e r e s , s a h i n d o o ultimo a 1 2 de F e v e r e i r o
de 1 8 9 3 .
Imprimia-se na Tyftografhia Central e
tinha seu escriptorio de r e d a c ç ã o á rua «21 de
Março»,, n " 24.
1 0 1 — 0 ARTISTA—1891 92.
* O'CAIXEIRO
V i v e r e m o s ? P e r g u n t a a si m e s m o e a o
publico o novo e s y m p a t h i c o periodico. ( ) nos-
s o sincero d e s e j o é que o c o l l e g a tenha u m a
existência l o n g a , v e n t u r o s a : m a s é p r e c i s o
lü tar.
C o m b i n a - s e f a c i l m e n t e o p l a n o de um jor-
nal, n u m a p a l e s t r a de s o b r e m e s a , na sala de
Urft c a f é : m a s sustental-o, com t o d o s os a b o r -
recimentos de r e d a c ç ã o e de f i n a n ç a s , e x i g e
muito g o s t o e c o n s i d e r á v e l t e n a c i d a d e .
S e b r e t u d o , n a o d e i x e o collega a r r e f e c e r
0
e n t h u s i a s m o , a robusta e l o u v á v e l c o n f i a n ç a
'jue e m si m e s m o d e p o s i t a .
Le sor/ t n est jeté.
A w a y ! foi a sua s e n h a d e a p r e s e n t a ç ã o .
A v a n t e , pois.
O Caixeiro é pequeno e nasceu hqntern,
m a s j á tem ares de h o m e m : é serio sem t r i s -
teza, altivo sem insolência.
P a r e c e que traz a p t i d ã o para doutrinar o
discutir, sem descurar a s lettras a m e n a s .
«A Republica», logo á primeira visita»
c o n f e s s a q u e f s y m p a t h Í 3 0 u muito com o colle-
ga, e envia—lhe os seus affectuosos cumpri-
mentos de bôa vinda.
O mar da imprensa é revolto e prenhe de
t e m p e s t a d e s ; mas, ao que parece, o pequeno
b a r c o tem uma briosa tripulação, bom cala -
feto e v e l a m e novo. N a v e g a r á com segurança.
Q u a n t o ao rumo, não ha douu : é a R e -
publica".
A o pequeno barco, porém, foi pouco a
pouco enfraquecendo a maruja, e s t r a g a n d o s e
o velame, e a 1 3 de M a r ç o de 1894, publican-
do seu ultimo numero, sossobrou completa-
mente.
O Caixeiro tinha seu escriptorio de re-
d a c ç ã o á rua do « C o m m e r c i o " , n? 85.
V i n d o á luz d a p u b l i c i d a d e no dia 1 5 d e
N o v e m b r o , seu í 9 n u m e r o é quasi que exclusi-
vamente consagrado á c o m m e m o r a ç ã o desta
g r a n d e d a t a , publicando, a l é m de e x p r e s s i v a
s a u d a ç ã o na p a g i n a de h o n r a , a l g u n s a r t i g o s
n a s seguintes, entre os q u a e s um s u b s c r i p t o
por J . L a m a r t i n e .
0 Potyguar era redigido por u m a c o m -
m i s s ã o de socios do referido club, a p r i n c i p i o
c o m p o s t a de A l b e r t o G a r c i a , J o s é B e r n a r d o
Filho e Francisco Palma.
E s t e , p o r é m , a l l e g a n d o que o jornal l o g o
no p r i m e i r o n u m e r o a p r e s e n t á r a i d é a s politi
ticas, c o n t r a r i a n d o a s s i m a s c o n d i ç õ e s que fo-
ram e s t a b e l e c i d a s , p o z - s e i m m e d i a t a m e n t e f ó r a
da r e s p e c t i v a r e d a c ç ã o , ä q u a l d e r a por c a r t a
os motivos de seu p r o c e d i m e n t o , de m o d o
q u e , e m seu logar, já figura no 29 n u m e r o o
n o m e de S i l v e s t r e N e r y .
O Potygtiar s u r p r e h e n d e u - s e com o pro-
c e d i m e n t o de F r a n c i s c o P a l m a e n e g a ter s e
e n v o l v i d o em politica ; m a s o que é certo é que
no 4 ? numero, p u b l i c a d o a 9 de J a n e i r o d e
1 8 9 3 , a p r o p o s i t o de um a t t e n t a d o d*- que fòra
victima o d r . N a s c i m e n t o C a s t r o , da p a r t e de
um tenente de policia, no dia i " d o m e s m o
mez, f a z a o g o v e r n o a s m a i s v i o l e n t a s a c c u s a -
ções e termina dizendo ;
«Pretendíamos não tomar p a r t e n a s q u e s -
tões politicas d o E s t a d o ; p o r é m , diante dos
f a c t o s i m m o r a e s q u e dia a dia v ã o s e d e s d o -
b r a n d o em nossa f r e n t e ; diante d a brutal af-
f r o n t a de que foi v i c t i m a o p o v o p o t y g u a r ; di-
a n t e de tanta c o b a r d i a e de tanta miséria, n ã o
p o d e m o s d e i x a r d e vir, c o m o p e q u e n a parte
d a i m p r e n s a d o E s t a d o , p r o t e s t a r contra <>
a t t e n t a d o d o dia 1 do c o r r e n t e e pedir p r o v i -
9
139 —
1 0 4 — Q COLIBRI 1892.
«JVOFA FIIA SE
(
I Tt>) Essa cam. q w correspondia á da praç.) " Andrí de Al-
^'«lUerime», também já nfto existe e ti local em t)ue era construída
,'/•
J CRUtilMeVite parte >1 terreno . nipreliendida pelo muro dt-
'áCÍ0
146;
" R e s o l v e n d o a u g m e n t a r o f o r m a t o de
n o s s o diário, i n t e r r o m p e m o s tão s o m e n t e a
s a b i d a deste no dia de a m a n h ã , p a r a s a h i r a o
depois, 7 d o corrente, e m c o n d i ç õ e s m a i s a m -
plas e de melhor servir a o publico, a q u e m ,
sobre tudo, d e s e j a m o s ser util e a g r a d a v e l . "
107- O P, IS TO A'- 1 S 0 3 .
1 0 8 - DIÁRIO DO FATAL—1893.
-LABOREMOS
1 10-_<9 A THLETA—1803.
dia 7 dc S e t e m b r o , c o m o seguinte p r o -
gramma :
" O a p p a r e c i m e n t o de um jornal, hoje, é
um f a c t o naturalíssimo na v i d a d a s s o c i e d a d e s
modernas.
S u r g e elle, á s vezes, á tona d a publici
d a d e , o r a p a r a se pôr a s e r v i ç o de u m a c a u s a
j u s t a , h ü m a n i t a r i a ou altruistica, patriótica ou
nacional, ora p a r a s a t i s f a z e r a s a s p i r a ç õ e s ele-
v a d a s , a r t í s t i c a s ou litterarias de u m a c l a s s e
social. E m qualquer d a s h v p o t h e s e s o seu a p -
p a r e c i m e n t o é s e m p r e d' t e r m i n a d o pela força
i m p e r i o s a de u m a n e c e s s i d a d e h u m a n a ; a sua
e x i s t e n c i a é j u s t i f i c a d a pela l e g i t i m i d a d e do
ideal que o anima ; a sua m i s s ã o é s e m p r e
g r a n d i o s a e util.
E foi a a c ç ã o e f f i c a z d e s s a lei sociologica,
r e g u l a d o r a e e x p l i c a t i v a d a vida do j o r n a l i s m o
em n o s s a era, que presidiu a c r e a ç ã o d ' 0 ,'j
ATIILETA.
I n q u e s t i o n a v e l m e n t e , a m o c i d a d e estudio-
za n o r t e - r i o - g r a n d e n s e p r e c i s a v a de -um o r g a m
d c p u b l i c i d a d e , e m que p o d e s s e d a r livre
e x p a n s ã o a o s seus p e n s a m e n t o s , á s s u a s emo-
ções, e c o n c o r r e r a o m e s m o t e m p o c o m os seus
debeis e s f o r ç o s de principiantes p a r a accen- ;
tuar a n e c e s s i d a d e da f o r m a ç ã o de u m a litte-
r a t u r a nesta c i r c u m s c r i p ç ã o politica d a p á -
tria brazileira,' e, c o n v i c t a d a f o r ç a d o ^rnn*
d e principio d a a s s o c i a ç ã o , a m o c i d a d e r i o -
g r a n d e n s e f o r m o u o GRÊMIO LTTTERARK» NA-
TALEXSE c d e c i d i u a c r e a ç ã o d ' 0 ATIH.ETA.
• c o m o o m e i o e f f i c a z d e d a r a l e n t o á s s u a s as- ,
pirações.
M a s n/lo foi somente esta causa a* actu-
ante em nosso espirito p a r a a publicação d ' 0
ATHLETA, m a s esta outra poderosíssima : a
verdadeira intuição que nós, os /jovens rio-
grandenses, j á t e m e s dos destinos do h o m e m
no plano da vida social.
E x p l i q u e m o s o nosso pensamento.
C o n s c i o s de que a f u n e ç ã o c o m p l e x a do
homem na vida social se concretiza nos seus
deveres p a r â comsigo, p a r a com a familia e
para com a patria, e certos de que nós, que es-
ta-nos ainda em pleno alvorecer da vida, só
podemos n e s desobrigar desse c o m p r o m i s s o
v
ital educando o espirito e cultivando a in-
telligencia, deliberámos o a p p a r e c i m e n t o d ' 0
ATHLETA, c o m o um meio de instrucção, c o m o
uma eschola de habilitação para a entrada no
Proscênio da lueta pela vida.
E i s , pois, explicada a causa do appareci-
mento d ' ( ) ATHLETA e o fim de sua existencia.
M a s , O ATHLETA s a e á luz d a p u b l i c i d a d e
a sete de S e t e m b r o , esta data s o l e m n e q u e as-
s
' g n a l a a independencia politica de nossa pa-
tri
a . T e r á sido um f a c t o casual ? N ã o . O
ATHLETA, d e s p o n t a n d o nos horisontes da im-
prensa p o t y g u a r a o clarão matutino de .7 de
Setembro, vem altivo e resoluto, em nome da
mocidade estudiosa do R i o G r a n d e septentrio-
nal
< saudar a — f e d e r a l patria brazileira, por
mais um a n n i v e r s a i i o de sua e m a n c i p a ç ã o
Politica".
n a r d o Filho, R o d r i g u e s L e i t e e R i b e i r o P a i v a
e d e c l a r a v a que não a c c e i t a v a c o l l a b o r a ç ã o
de e s p e c i e a l g u m a .
P o r fim, supprimiu do frontispício os no-
m e s de seus r e d a c t o r e s e d e c l a r a v a que só ac-
c e i t a v a c o l l a b o r a ç ã o d o s socios do g r é m i o .
E r a i m p r e s s o na t y p o g r a p h i a do " R i o
G r a n d e d o N o r t e " e teve seu escriptorio á rua
" S . T h o m é " , n ° 3, e " 7 de S e t e m b r o " , n(,) 1 8 .
111—O ESTADO—1894—95.
E s t e p r o g r a m m a cumpriu-o rigorosamen-
te o Oásis até o fim, o q u e valeu-lhe, vencendo
c
° m a d m i r a v e l intrepidez o indífferentismo de
nosso meio, viver dez annos, durante os quaes
Publicou com a maior pontualidade huas edi
Ções,
Publicava-se quinzenalmente e, durante
esse longo periodo, teve o s y m p a t h i e o jorr.al-
z
mho d i v e r s a s c o m m i s s õ e s redactoras, d a s
(
]tiaes, bem como dos serviços que p r e s t a r a m .
Passarei a dar, por anno, succinta idea :
1 s\U
C o m p o z - s e a c o m m i s s ã o redactora de
B e n v e n u t o de Oliveira, J o s é P r o s p e r o e C a r l o s
L ' E r a i s t r e , a qual publicou, além do numero
inicial, correspondente á ultima quinzena de
N o v e m b r o , os dous correspondentes ao mez de
Dezembro.
1895
T e v e as seguintes com missões r e d a c t o r a s :
i ^ B e n v e n u t o de O l i v e i r a , J o s é P r o s p e r o e Car-
l o s L'Eraistre ; B e n v e n u t o de Oliveira, R o -
drigues L e i t e e C a r l o s L ' E r a i s t r e ; 3 ^ — B e n -
venuto de Oliveira, R o d r i g u e s L e i t e e J o s é
Prospero.
E s s a s com missões publicaram todas a s
edições do anno, até o numero 27, além de
u m a e d i ç ã o especial, a 9 de S e t e m b r o , p a r a
com m e m o r a r a data do primeiro anniversario
do L E MONDE MARCHE.
B e n v e n u t o de Oliveira seguira no dia 8
de A g o s t o p a r a a capital do P a r á , em cuja al-
f a n d e g a exercia as funeções de escripturario ;
e, tendo por este motivo solicitado sua exone-
r a ç ã o da c o m m i s s ã o de r e d a c ç ã o , o G r é m i o ,
em h o m e n a g e m a seu fundador, não só não lhe
concedeu a e x o n e r a ç ã o solicitada, c o m o em
s e s s ã o de 4 approvou a seguinte indicação,
a p r e s e n t a d a por um dos soeios : " O G r é m i o
T.itterario LE MONDE MARCHE, lamentan-
do a incalculável lacuna que a c a b a de abrir
t e m p o r a r i a m e n t e no seu seio o sócio B e n v e n u t o
de Oliveira, com sua v i a g e m ao P a r á , rende-lhe
um voto de h o m e n a g e m , em c o n s i d e r a ç ã o a o s
relevantes serviços prestados pelo m e s m o ao
referido g r é m i o ; e f a z v o t o s pelo seu b r e v e
regresse".
B e n v e n u t o de Oliveira continuou, portan-
to, a fazer parte das com missões redactoras
e, m e s m o no P a r á , n ã o se esquecia de seu
querido Oásis, p a r a o qual remettia sempre
sua activa e intelligente collaboração. N a edi-
ç ã o especial a que acima me referi, lá está a
s
u a cont;ribuiçáo-um bonito artigo sobre a
memorável data, escripto do P a r á .
S e g u n d o W a n d e r l e y collaborou também
nessa e d i ç ã o e, como costumo f a z e r com suas
producções, registro aqui o magistral soneto
que fez e n t ã o ao
" L H M O N D E M A R C H E
ALVARES DE AZEVEDO
CASIMIRO D E A B R E U
vS. F E R N A N D E S .
1897
F o r a m e s t a s a s c o m m i s s õ e s redactoras
d o Oásis n e s s e a n n o :
B e n v e n u t o de Oliveira, A l f r e d o Car-
valho e Pedro Viveiros;
2^ A l f r e d o C a r v a l h o , T h e o p h i l o Marinho
c Cornélio Leite ;
3 ° Alfredo Carvalho, E r i c o Souto e L u i z
Torres;
E r i c o Souto, L u i z T o r r e s e Odilon A-
myntas.
E s s a s commissôes publicaram o Oásis até
o 11" 69, além da edição especial c o m m e m o r a -
tiva do 3 9 anniversario do L E MONDE MAR-
CHE.
E n t r e outros, foram assíduos collabora-
dores do Oásis Antonio Marinho, na prosa, e
S e b a s t i ã o F e r n a n d e s e G . L i m a Filho, na
poesia, onde a p p a r e c e também a collaboraçAo
de Auta de Souza, de cujas producções registro
" seguinte :
N'ÚM ÁLBUM
Escnta-me bem, Dolores,
Não queiras meu nome aqui...
El/e não ê colibri
Para viver entre flores.
E nalma irmã de Jesus
Como consente ficar
Sobre a mesa de um altar
l Jm pobre cirio sem luz f
Meu triste nome choroso
Quer uma outra habitação ;
Quarda-o no teu coração',
Li rio celeste e formoso !
Rasga esta folha, Dolores,
Não deixes meu nome ahi...
Elie não é colibri
Para viver nitre flores.
D a alfandega de Paranaguá, para a qual
havia sido removido da do P a r á , passou Benve-
nuto de Oliveira a exercer o c a r g o de escriptu-
rario d a C a i x a de Amortização, tendo assim
de fixar definitivamente sua residencia no Rio
de Janeiro. P o r isso, o grêmio litterario L E
MONDE MARCHE, em sessão d e i i d e Abril,
sob proposta do socio Alfredo Carvalho, dis-
pensou-o da commissáo de redacção do Oásis,
conferindo-lhe o titulo de socio honorário.
Nesse anno foi o Oásis impresso a princi-
pio na Typ. Central, depois na d ' O Século c
por fim na do /Vario do Natal; e teve seu es-
criptorio e r e d a c ç ã o á rua " V i s c o n d e do Rio
B r a n d o , " n" 5 1 , e praça " A n d r é de Albuquer-
q u e , " n°s 44 e 54.
N o s 1 1 ^ 5 1 , 52 e 53, de 1 e 14 de Março
e 2 de Abril, declara que a collaboração só é
franca ao bello sexc, d e c l a r a ç ã o que j á não ap-
parece nos números seguintes.
1 SDK
A PORANGABA
listando de ti ausente,
/)a saudade eu sinto a dor,
Serão teus os meus suspiros.
Minha affeição, meu amor.
1899
C o m missões r e d a c t o r a s :
I l e r v e n c i o M a r i a n o , U l d a r i c o Cavai*
cante e Theophilo Marinho ;
2 íl A n t o n i o S o a r e s , A l f r e d o C a r v a l h o £
Erico Souto ;
3;-1 A l f r e d o C a r v a l h o , E l i a s S o u t o Filho c
Cornélio L e i t e ;
4^ A l f r e d o C a r v a l h o , C o r n é l i o L e i t e c T°'
dro M e l l o ;
. (»pííf
t~H) E s t a poesia tem musica do p r o p r i o auctor ; e foi
m e s m a gentil Porangaba q u e m lhe inspirou o Can/o if<> ' ' f
/filara, m i m o s a poesia q u e p u b l i c o u no " K c h o M i g u e l i n h o " '1
l e g i s t r e i ;í png 8o do vol V I da A'rvfitta.
i 79
NOVO EDEN
1900
( ' a n m i s s õ e s de r e d a c ç ã o :
r 7 T h e o p h i l o M a r i n h o , J o s é Alcino e E e
mos Filho ;
T h e o p h i l o M a r i n h o , J o s é A l c i n o e Au-
relio Pinheiro ;
3 ; i A l f r e d o C a r v a l h o , J o ã o C a n c i o e Joa
quim Pinheiro.
A e s s e t e m p o o g r é m i o L E MONM>K MAR-
CHE c o m p r o u a O Sccu lo o a n t i g o prelo do
Correio do Natal, em que p a s s o u a ser im-
p r e s s o o Oásis d e s d e Abril, publicando nes-
se a n n o s u a s edições a t é o n " 129, inclu
zive o de 9 d e S e t e m b r o , de 8 p a g i n a s r
com c a p a i m p r e s s s a em p a p e l de cor, c o m i n e
m o r a n d o o 6' a n n i v e r s a r i o d o E E M > N|,Í
MARCHE. NO r o s t o d e s s a c a p a , artisticamente
e m m o l d u r a d o s , v e e m - s e dous lindos sonetos
de A u t a de S o u z a e A n n a L i m a . R e g i s t r e m o s
o primeiro :
DOENTE
(A P u r e z a A l v e s de S o u z a )
A U T A UK S O U Z A .
1901
Commissões redactoras :
. i' 1 Alfredo Carvalho, Joílo Cancio c Joa-
^ Pinheiro ;
1T?.„ J°sé Alcino, Kaul Fernandes e Lemos
ilho •*
* 3* José Alcino, Kaul Fernandes e Pedro
^morim ;
r. 4- Alfredo Carvalho, Aurelio Pinheiro e
L,cer
< ; Moura ;
^ Fssas com missões publicaram o Oásis
t ÍH 0 n ' ! 3 ° a t é J49> inclusive o de g de Se-
lbrc
. com 8 paginas e especialmente con
s a g r a d o á c o m m e m o r a ç â o do 7" anniversario
d o L E MONDE MARCHE.
T e n d o fallecido ás 3 horas da madrugada
do dia 7 de Fevereiro desse anno a distincta
poetiza norte-rio-grandense Auta de Souza, o
Oasis, como homenagem do G r é m i o Litterario
L E MONDE MAUCIIE Á m e m o r i a d e s u a p r a n t e -
ada consocia, publicou a 16 uma edição especi-
al, em cuja pagina estampou o seu retrato e
em que se notam vários artigos e discursos
sobre o tristíssimo acontecimento e o seguinte
soneto de Anna L i m a , a inspirada cantoradaS
Verbenas :
MORTA !
A Auta de Souza.
/ o ou ás plagas da eternal ventura
Aquella pobre warty adorada,
Levando A fronte a crôa immaculada
Do tormento, do amor e da candura.
3002
Com missões de r e d a c ç ã o r
r-1 Aurelio Pinheiro, Cicero Moura e S e -
bastião Fernandes ;
2^ P e d r o Mello, Theophilo Marinho e
J o ã o Cancio.
P e d r o Mello, T h e o p h i l o Marinho c Ci-
cero Moura ;
4 i l P e d r o Mello, J o a q u i m Pinheiro e C i -
cero Moura.
S u r g i r a m nesse annô os primeiros s y m -
p t o m a s de próximo d e s a p p a r e c i m e n t o do
Oásis.
T e n d o a " G a z e t a do C o m m e r c i o " dirigi-
do á imprensa do R i o G r a n d e do Norte um
appello, convidando-a para a c o m p a n h a l - a na
c a m p a n h a que ia levantar contra a imprensa
transviada e livre, perniciosa e retrograda, o
grêmio litterario L E MONDE MARCHE reuniu-se
em s e s s ã o extraordinaria a 5 de J a n e i r o para
tratar do assumpto. A p r e s e n t a d a então a ide a
de se publicar.no orgam da sociedade um ar-
tigo adherindo ao appello da Gazeta, alguns
socios oppuzeram-se, allegando que essa cam-
panha a l v e j a v a principalmente uma d a s folha*
diarias da Capital a quem devia o Oásis m u i -
tos favores, e que nestas condições, podendo
ainda qualquer pronunciamento seu em favor
daquella idéa melindrar a dous illustrcs socios
do LE MONDE MARCHE, e n t e n d i a m q u e o or-
Ram desse grêmio n ã o devia pronunciar-se a
respeito, mantendo a mais rigorosa n e u t r a -
lidade.
Isto não obstante, discutido o assumpto,
dividiram-se os socios e passou a idéa da ad-
nesão, e no primeiro numero que sahiu depois
disto, si bem que em termos g e r a e s e come-
didos, publicou o Oásis, sob a e p i g r a p h e POR
N^SSA VEZ, um a i t i g o applaudindo a c a m p a -
d a da Gazeta.
P a r e c e que esse f a c t o plantou no seio da
sociedade um certo d e s g o s t o e esmorecimento.
ublicado aquelle numero a 12 de J a n e i r o , só
ao dia de. M a r ç o continuou o Oásis sua pu-
jacação, m a s sem a c o s t u m a d a pontualidade,
| e maneira que cm S e t e m b r o suspendeu-a por
oclo o resto do anno, em que publicou a p e n a s
aove números, isto é, de 1 5 0 a 1 5 8 , concluiu-
o por uma edição especial de 8 p a g i n a s ,
^ M memora ti v a do 8 () anniversario do L E
• VT() NNII M A R C H E .
ESCUTA...
A J . Pinheiro
1903
VJ04-
MISKKIA !
M a s a outra c o m m i s s S o r e d a c t o r a , que
serviu no s e g u n d o s e m e s t r e do anno, publicou
a p e n a s tres números.
N o ultimo, que sahiu a 3 1 de D e z e m b r o ,
e n c o n t r a - s e a seguinte noticia :
" P a r a a villa de A r e i a B r a n c a , d e s t e E s -
tado, em cuja m e s a de r e n d a s foi e x e r c e r a s
f u n c ç d e s do c a r g o de e s c r i v ã o , seguiu em d i a s
do m e z de S e t e m b r o n o s s o distinetissimo con-
f r a d e A l f r e d o C a r v a l h o , 3 9 escripturario da
F a z e n d a E s t a d o a l e muito d i g n o presidente do
L E MONDE MARCHE.
L a m e n t a n d o a ausência, embora tempo-
rária, de t ã o e s f o r ç a d o c o m p a n h e i r o de luetas,
c o n s i g n a m o s aqui a e x p r e s s ã o de n o s s a s sau-
d a d e s , d e s e j a n d o que tivesse feito ó p t i m a via-
g e m e que volte em b r e v e a o c c u p a r o posto
que t ã o g a l h a r d a m e n t e tem s a b i d o o c c u p a r
n a s fileiras de n o s s o g r ê m i o . "
M a s tinha s o a d o a hora f a t a l do Oásis '
dissolveu-se O G r ê m i o L i t t e r a r i o L E MONDE
MARCHE, e e s s e foi o ultimo n u m e r o do repre-
z e n t a n t e a r d o r o s o de s u a s i d é a s e e s f o r ç a d o
d e f e n s o r da m o c i d a d e .
(Continua).
Luiz FERNANDES.
RFPERTORIO
DAS
M A R I INS
^ (1'ovoaçflo (ta Serra do Martins, até 10 do Novembro de 1841.
1
da Maioridade, atè 30 de Outubro de 1847 : cidade da
m
P e r a t r u , até i9 de Fevereiro de i8go )
A resolução u. V, de 30 do -mesmo
mes, elevou á c a t e g o r i a de C I D A D E a
villa da M a i o r i d a d e , com a denomi-
nação de- C i d a d e da I m p e r a t r i z .
cm 254$ a d e s p e s a da C a m a r a M u -
nicipal da cidade da Imperatriz, no
a n n o financeiro de 1850.
o d e s p e n d e r — d e s d e já- a quantia de
3 : 0 0 0 $ com a construcção de uma
cadeia na cidade.
—20.") —
ls
0 8 — A /ei //. OU, de 26 de Março, fixou
em 5 3 2 $ a despesa da C a m a r a Mu-
nicipal da cidade da Imperatriz, para
o anno financeiro de 1868.
ls s:>
' ' -A lei n. 88X, de 25 de Abril, fixou em
t :38O$CXX) a despesa da C a m a r a Mu-
nicipal da cidade da Imperatriz, no
anno financeiro de 1 " de Outubro de
1883 a 3 0 d e S e t e m b r o d e 1884. A mes-
ma lei, art. 37, declarou ficar perten-
cendo a esta C a m a r a o dizimo de mi-
u nças.
1
no anno financeiro de i ° de Outubro
de 1885 a 30 de S e t e m b r o de 1886.
A m e s m a lei, art. 47, auctorizou -a a
cobrar o dizimo de miunças vivas do
respectivo município.
O decreto >1. d, 7 de / 11 Ih
mandou que a c o m a r c a até a o p " '
sente d e s i g n a d a p e l o n o m e de M a i "
r i d a d e e o município d e n o m i n a d o Im*
0
peratriz t i v e s s e m , d o r a e m deante,
n o m e de M a r t i n s .
PAiU'
j-
(Povofiçflo do Patü até 25 <le Setembro de 1890)
c.torizou o P r e s i d e n t e da P r o v í n c i a
a despender até á quantia de 400$
com a conclusão d a s obras da matriz
desta p o v o a ç ã o .
POR T A ' A L E G R E
A lei >/. 56 d a m e s m a d a t a , n* (
em 2921 a despesa da Camara M u "
nicipal da villa de P o r t a Alegre, no
anno financeiro de 1841 a 1842.
i 9 de J a n e i r o a 3 0 de S e t e m b r o de
1879, fossem reguladas pela lei n. 795,
de i6 de D e z e m b r o de 1876, ficando
assim a p p r o v a d a a portaria do Pre-
sidente da Província que mandou vi-
gorar para o exercício de J a n e i r o a
D e z e m b r o de 1878 a mencionada lei.
xc,u em 6 1 5 * 0 0 0 a despesa d a C a m a r a
Municipal da villa P o r t a A l e g r e no
anno financeiro de 1 ° de Outubro de
1885 a 30 de S e t e m b r o de 1886.
de 1 8 5 1 .
243 —
8 7 9 i c j 1U de 7 de Fevereiro, (orça-
mento, art. 16), concedeu, por cinco
annos, á Camara Municipal do Apo-
dy o dizimo de miunças da freguezia
e aboliu o de lavouras durante o mes-
mo tempo.
ro p a r a a s C a m a r a s Municipaes da
Província se. c o n t a s s e d e i de Ou-
tubro a 3 0 d e S e t e m b r o , c o n f o r m e a
resolução de 3 1 de O u t u b r o d e 1 8 3 1 ;
e que a receita e d e s p e s a , a r t . 3 1 , d a s
mesmas Camaras, no período de
do J a n e i r o a 3 0 d e S e t e m b r o d e 1 8 7 9 ,
s e j a m r e g u l a d a s pela lei n. 7 9 5 . d e 1 6
de D e z e m b r o de 1 8 7 6 , ficando assim
approvada a portaria do Presidente
da Província que mandou vigorar p a -
ra o e x e r c í c i o d e J a n e i r o a D e z e m b r o
d e 1 8 7 8 a m e n c i o n a d a lei.
, GARAHUBA&
Municipal d a villa dc C a r a h u b a s , no
a n n o financeiro de 1 8 7 6 .
NOTA AVULSA
Os p o t y g u a r e s constituíam uma g r a n d e
nação que se estendia da m a r g e m septeritrío-
nal do rio P a r a h y b a ao rio J a g u a r i b e no C e a -
rá, tendo por visinbos os T a p u y o s ao norte e
os T a b a y a r e s ao sul com os quaes viviam con-
s t a n t e m e n t e em guerra. E r a m respeitados e
timidos no valor d a s a r m a s , cujos feitos s ã o
dignos da historia. Dispunham de trinta mil
combatentes e alliados aos f r a n c e z e s c a u s a -
v a m sérios d a m n o s aos portuguezes. N ã o per-
d o a v a m aos prisioneiros que m a t a v a m e co -
miam com i m m e n s o prazer. E r a m g r a n d e s la-
vradores, s e m p r e providos de todos os manti-
mentos necessários a vida.
idas ias m m is Instituto
A ' s d o z e h o r a s d a m a n h ã d o d i a t r e s de
F e v e r e i r o de mil n o v e c e n t o s e s e i s , r e u n i r a m -
se n a sede d o I n s t i t u t o o s s e n h o r e s O l y m p i o
Vital, Pedro Soares, T h o m a z - L a n d i m , J o s é
C o r r e i a , V i c e n t e de L e m o s e J o ã o B a p t i s t a ,
«oh a p r e s i d e n c i a d o p r i m e i r o , OCCÍ» p a n d o
a s c a d e i r a s de I o e 2 " s e c r e t á r i o s o s s e n h o -
res P e d r o S o a r e s e T h o m a z L a n d i m . F a l t a -
ram com causa participada, os senhores
Luiz Fernandes, Luiz L y r a , Meira e Sá e
Antonio S o m e s , O senhor presidente decla-
rou q n e , n ã o se v e r i f i c a n d o n u m e r o l e g a l
P a r a proceder-se á eleição da n o v a directo-
ria e com missões permanentes d o Instituto,
°hjecto d a assembléa geral c o n v o c a d a p a r a
' l 0 j e , d e i x a v a de t e r l o g n r a m e s m a e l e i ç ã o ,
m a n d o u q u e se e x p e d i s s e a v i s o a o s s o c i o s
P a r a se r e u n i r e m 110 d i a v i n t e e c i n c o d o
c o r r e n t e , n a sede s o c i a l e á s h o r a s d o c o s t u -
ni
e, afim de proceder-se a referida eleição
c
° m o n u m e r o de s o c i o s q u e e n t ã o c o m p a -
recerem, n o s t e r m o s d o s E s t a t u t o s . E m se-
g u i d a d i s s o l v e u se a r e u n i ã o , d e p o i s de l a -
c a d a esta a c t a que vae a s s i g n a d a pela
l11es
a . E u , P e d r o S o a r e s de A r a u j o , a e s c r e v i ,
T h o m a z L a n d i m , s e r v i n d o de s e g u n d o
secretario, a subscrevi e assigno.—OLYMPIO
VITAL—P. SOARES—THOMAZ LANDIM.
-272
A o s q u a t r o (lias d o mcz do F e v e r e i r o de
mil n o v e c e n t o s e seis, r e u n i d o s n a sede d o
I n s t i t u t o H i s t o r i c o , p e l a s doze h o r a s d a
m a n h ã , os senhores Olympio Vital, Luiz
F e r n a n d e s , T h o m a z L a n d i m , V i c e n t e de Le-
m o s e A n t o n i o S o a r e s , abre-se <a s e s s ã o , s o b
presidencia do senhor Olvmpio Vital. Fal-
tain com causa p a r t i c i p a d a os senhores J o s é
Correia, Heliodoro B a r r o s , Amorim, J o ã o
B a p t i s t a , M e i r a e Sn e P e d r o S o a r e s , 2 ? se-
c r e t a r i o . cuja c a d e i r a o c e u p a o s e n h o r T h o -
m a z L a n d i m . li' lida e a p p r o v a d a a a c t a da
sessão anterior. N ã o h a v e n d o expediente, o
s e n h o r p r i m e i r o s e c r e t a r i o c o m i n u n i c a o re-
c e b i m e n t o d a s s e g u i n t e s Ofícrlns : d a s res-
p e c t i v a s r e d a c ç õ e s « R e v i > t a t r i n i e n s a l » , <1°
I n s t i t u t o d o C e a r á , t o m o 1 3 , a n n o li),-"'"
e 4 o t r i m e s t r e de 1 0 0 5 ; « C u l t u r a A c a d é m i -
ca», f a s e . 3 ? , t o m o I, N o v e m b r o e Dezembro
de 1 9 0 5 ; «A V o z P o t v g u a r » d a villa de Cur-
ra es N o v o s ; «A R e p u b l i c a » , o « D i á r i o <1°
N a t a l » , o « O i t o de S e t e m b r o » , «O Século» e
«O T r a b a l h o » , d e s t a c a p i t a l . N a d a m a i s ha-
v e n d o a t r a t a r - s e , l e v a n t a se a sessão, l a '
v r a n d o se a p r e s e n t e a c t a q u e é a s s i g n a d a
pela mesa.—OLYMPIO VITAL—LUIZ FEKNAM-
DER—THOMAZ LANDIM.
27.",
A ' h o r a e no I o g a r d o c o s t u m e , reuniu-se,
no d i a d e z o i t o de F e v e r e i r o de mil novecen-
tos e seis, o I n s t i t u t o H i s t o r i c o e G : o g r a -
phieo, sol) presidencia d o s e n h o r O l y m p i o
V i t a l , o c c u p n n d o .as respccfiv.as c a d e i r a s o s
senhores L u i z F e r n a n d e s e P e d r o S o a r e s , 1 °
e 2 ° s e e r e t a i i o s . E s t ã o t a m b é m presentes o s
senhores J o s é C o r r e i a , Vicente de L e m o s ,
Tlu >nmz L a n d i m , A n t o n i o S o a r e s e J o a q u i m
F o u ri v a l e f a l t a m c o m c a u s a j u s t i f i c a d a o s
senhores P a d r e C a l a z a n s , Amorim e L u i z
F y r a . A b e r t a a s e s s ã o , c lida e a p p r o v a d a
a a c t a d a a n t e r i o r , p a s s a n d o se a o Expedi
ente : C i r c u l a r d o s e c r e t a r i o d a B i b l i o t h c c a
P u b l i c a Pclotense, de 1 5 de J a n e i r o u l t i m o ,
C()
m n u i n i c a n d o a eleição d a r e s p e c t i v a dire
c
c o r i a p a r a o a n n o de 1 9 0 0 - I n t e i r a d o , ar-
ehive-se ; idem d o C o n g r e s s o G e o l o g i c o I n -
t e r n a c i o n a l d o M e x i c o , c o m i i i u n i c a n d o que
Se
a c h a c o m p l e t o o comitê de o r g a n i z a ç ã o
e
apresentando o p r o g r a m m a do itinerário
d a s e x e n r ç õ e s a realizar-se a n t e s , d u r a n -
te e d e p o i s d a 10% s e s s ã o d o m e s m o C o n -
f e s s o , em 1 9 0 0 ; Offert as : d o e o n s o c i o Al
l,c
' i t o M a r a n h ã o : « R e v i s t a Brazileirn», o s
dezenove p r i m e i r o s v o l u m e s , sendo 1 0 çn-
^ ' d e r i i a d o s ; «Cancioneiro», por Camillo
C a s t e l l o B r a n c o , 2 v o l s P o r t o , 1 8 8 7 ; «His-
274—
t o r i a de P o r t u g a l » , p o r O l i v e i r a M a r t i n s , 2
vols. L i s b o a , 1 8 8 0 ; «Mulheres e Crianças»,
p o r M a r i a A m é l i a V a z de C a r v a l h o , 1 v o l .
P o r t o , 1 8 8 7 ; « H i s t o i r e Universelle», p o r
Prévost P a r a d a i , 2 vols. Pariz, 1 8 7 5 ;
" A p o s t r o p h e s " , p o r J u l i o M a r i a , u m a bro-
c h u r a , N i e t h e r o v , 1 8 9 8 ; " R e v i s t a d o Nor-
t e " , 1 v o l . , Recife, 1 8 9 1 ; o s ns. 1 5 , 1 6 , 1 7 ,
1 8 , 1 9 , 2 0 , 2 1 , 2 2 e 2 3 d a " R e v u e " (ancien-
ne r e v u e des r e v u e s ) P a r i z , 1 9 0 5 ; " M i g u e l
S h o g o t f " , p o r J j l i o Verne. L i s b ô a , 1 8 8 7 ;
"A Galera Chaneellar", idem,Lisboa, 1 8 8 8 ;
" A E s t r e l l a d o S u l " , idem, L i s b ô a , 1 8 8 9 ;
" 0 C a m i n h o d a F r a n ç a , idem, Lisboa,
1 8 9 0 ; " M e n s a g e m " dirigida ao Congresso
d o E s t a d o , em 7 de A b r i l de 1 9 0 5 , pelo pre
sidente de S. P a u l o , dr. J o r g e T i b i r i ç a — S
P a u l o , 1 9 0 5 ; " R e g i m e n Eleitoral", discurso
d o dr. H e r c u l a n o de F r e i t a s , S . P a u l o , 1 9 0 5 ;
" R e l a t o r i o " d a D i r e c t o r i a G e r a l de E s t a t í s -
t i c a , R i o da J a n e i r o , 1 9 0 3 ; " R e l a t o r i o " cio
M i n i s t r o d a F a z e n d a , dr. L e o p o l d o de B u -
lhões, 1 9 0 5 ; " R e l a t o r i o " d o M i n i s t r o da
M a r i n h a , vice a l m i r a n t e J u l i o C e s a r de N ° "
r o n h a , 1 9 0 5 ; " R e l a t o r i o " d o Ministro da
J u s t i ç a e N e g ó c i o s I n t e r i o r e s , J . J . Seabra,
1 9 0 5 ; do c o n s o u o Segundo Wandcilcy—
" O R i o de J a n e i r o em 1 9 0 0 " , p o r Ferreira
d a R o c h a ; d a s r e s p e c t i v a s redacções :
L a v r a d o r " , revista mensal, o r g a m da
c i e d a d e A g r í c o l a d o R i o G r a n d e d o Nortii
a n no I, n. 1 , J a n e i r o de 1 9 0 6 ; " A Cidade .
c
d a cidade do A s s i t ; " 0 Mossoroense
" C o n i m e r e i o d o M o s s o r ó ", d a c i d a d e (l<
M o s s o r ó ; " A Voz P o t v g u a r " , d a villa de
Curracs Novos ; " A Republica", o "Diário
d o N a t a l " , o " O i t o de S e t e m b r o " e " O S é -
culo", d e s t a c a p i t a l . N a d a m a i s h a v e n d o a
t r a t a r , l e v a n t a se a s e s s ã o , lavrando-se
e s t a a c t a , a s s i g d a d a p e l a m e s a . Ku, P e d r o
S o a r e s de A r a u j o , 2 o s e c r e t a r i o , a e s c r e v i e
assigno.—OYMIMO VITAL—LUIZ FERNANDES
—F. SOARES.
R e u n i d o s n a séde d o I n s t i t u t o H i s t o r i -
Co
. pelas doze h o r a s d a m a n h ã d o d i a vinte
e cinco de F e v e r e i r o de mil n o v e c e n t o s e
Se
'.s, o s s e n h o r e s O l y m p i o V i t a l , L u i z F e r -
nandes, F e d r o S o a r e s , H o n o r i o C a r r i l h o .
J ° s é C o r r e i a , V i c e n t e de L e m o s , J o ã o B a -
Ptista, T h o m a z L a n d i m , Valle M i r a n d a ,
Manoel Hemeterio, A m o r i m . Antonio Soa-
Luiz Lyra, Joaquim Lourival. Manoel
'jantas e Heliodoro Barros, abre-se a ses-
^ao s o b a p r e s i d e n c i a d o s e n h o r O l y m p i o
v,
t a l . F a l t a m c o m c a u s a j u s t i f i c a d a o s se-
h o r e s M e i r a c S á e P a d r e C a l a z a n s . 0 se
" h o r p r e s i d e n t e d e c l a r a que, n ã o t e n d o s e
° l , n i d o no dia tres do corrente n u m e r o l e -
de a s s o c i a d o s p a r a t e r l o g a r a e l e i ç ã o
' ;i n o v a d i r e c t o r i a e c o m n i i s s õ e s p e r m a t u a i
es
» de a c c o r d o c o m o s n o s s o s e s t a t u t o s ,
— 270
c o n v o c a r a p a r a hoje a m e s m a a s s e m b h a
g e r a l , a q u a l f u n c c i o n à r á com o numfcrò de
s o c i o s preséíites, s u p e r i o r a o i t o , n o s t e r m o s
d o a r t . 4 9 . D e c l a r a , em s e g u i d a , que v a e pro-
ceder-se a s d i t a s eleições p a r a o a n n o social
de 1 9 0 0 a 1 9 0 7 . R e c o l h i d a s e a p u r a d a s deze-
seis s e d n l a s p a r a presidente, c eleito o
S r . Olyinpio V i t a l , p o r quinze v o t o s , tendo
o b t i d o um v o t o o s e n h o r Vicente de L e m o s .
Pronunciadas ligeiras e affectuosas p a l a v r a s
de a g r a d e c i m e n t o pelo m e s m o s e n h o r Olym-
pio V i t a l , que, a s s i m reeleito, c o n t i n u a a
o e c u p a r a c a d e i r a de presidente, p a s s a - s e á
eleição d o p r i m e i r o s e c r e t a r i o . A a p u r a ç ã o
d a s dezeseis s e d u l a s recebidas d á este resul-
t a d o : L u i z F e r n a n d e s , 1 5 v o t o s ; P e d r o Soa-
res, um v o t o . 0 s e n h o r presidente declara
eleito o s e n h o r Luiz F e r n a n d e s . E m s e g u i d a ,
c t a m b é m reeleito por q u a t o r z e v o t o s , p a r a
s e g u n d o s e c r e t a r i o , o s e n h o r Pedr«. Soares»
tendo um v o t o o s senhores T h o m a z L a n d i m
e L u i z L y r a . E ' e g u a l m e n t e reeleito p a r a "
c a r g o de o r a d o r o s e n h o r P i n t o de Abreu,|> ()l
quinze v o t o s , r e c a h i n d o uni v o t o no senho'
Honorio Carrilho. Segue-se a e l e i ç ã opara
t h e s o n r e i r o e c a i n d a reeleito o s e n h o r J o * c
C o r r e i a , p o r quinze vot'*s, o b t e n d o um voto
o s e n h o r Valle M i r a n d a . P a r a os c a r g o s ( ' L
1 ' e 2 ' vicc-présidèntes s ã o reeleitos, P ° '
quinze v o t o s , os s e n h o r e s Viccute de Leii.o-
e J o ã o H a p t i s t a , t e n d o o b t i d o um v o t o
s e n h o r e s M a n o e l D a n t a s e M a n o e l Hemeté-
rio. A p u r a d a a e l t i ç ã o p a r a a d j u n e t o y
o r a d o r , o s e n h o r presidente d e c l a r a nééle|t<)
o s e n h o r H o n o r i o C a r r i l h o , p o r quinze v o -
tos, obtendo um v o t o o senhor Heliodoro
F e r n a n d e s B a r r o s . S ã o , finalmente, reeleitos
supplentes d o 2 ' secretario os senhores Pa-
dre C a l a z a n s , por quinze v o t o s , e T h o m a z ,
L a n d i m , p o r q u a t o r z e , r e e n h i n d o um v o t o
nos senhores Luiz L v r a , Valle M i r a n d a e
A n t o n i o S o a r e s . E l e i t a p o r este m o d o a di-
rectoria e respectiva supplencia, o senhor
presidente annuncia a eleição d a s comrnis-
s õ e s p e r m a n e n t e s , s e n d o e g u a l m e n t e reeleitos
p a r a a de f a z e n d a e o r ç a m e n t o , o s s e n h o r e s
Manoel Hemeterio, Valle M i r a n d a e Luiz
B m y g d i o , p o r q u i n z e v o t o s c a d a u m , con-
t a d o s os demais a o s senhores Amorim, J o a -
quim L o n r i v a l e T h o m a z Landim. P a r a a
e o m u i i s s ã o de e s t a t u t o s e r e d a c ç ã o d a I\'e-
W s í « f o r a m a i n d a r e e l e i t o s o s s e n h o r e s Pin-
t o de A b r e u , p o r dezeseis v o t o s , L u i z F e r -
nandes, p o r quinze, e Henrique C a s t r i c i a n o ,
l ' ° r q u a t o r z e , Os s e n h o r e s J o s é C o r r e i a , He-
liodoro Barron e Antonio Soares obtiveram
" m v o t o , c a d a u m . C o n c l u í d o s assim os tra-
b a l h o s de e l e i ç ã o , o s e n h o r p r e s i d e n t e c o i v
Vl
d a o s n o v o s e l e i t o s a c o m p a r e c e r e m a ses-
s
A o de t r e s d e M a i o f u t u r o p a r a t e r l o g a r a
les
p e e t i v a posse. E n a d a mais havendo a
t r a t a r - s e , l e v a n t a se a s e s s ã o , l a v r a n d o
fl
P r e s e n t e a c t a q u e v a e a s s i g n a d a pela me-
s<
> E u , P e d r o S o a r e s dc Araujo, 2' seereta-
n
° . a escrevi.—OLYMPIO VITAL - L U I Z BER-
NANUES—P. SOARES.
-278
P r e s e n t e s n a sede d o I n s t i t u t o , á s d o z e
h o r a s d a m a n h ã de q u a t r o de M a r ç o de
mil n o v e c e n t o s e seis, o s s e n h o r e s O l y m p i o
Vital, Luiz Fernandes, Pedro Soares, Jose
C o r r e i a , H o n o r i o C a r r i l h o , V i c e n t e d e Le-
mos, P a d r e Calazans, Antonio Soares e J o a -
q u i m L o u r i v a l , a b r e - s e a s e s s ã o , s o b a pre-
sidencia do senhor Olympio Vital, occupan-
do as respectivas cadeiras os senhores Luiz
Fernandes,Pedro Soares, JoséjCorreia e Car-
rilho, 1 9 e 2 " secretários, thesoureiro e a d -
j u n c t o de o r a d o r . N ã o h a v e n d o e x p e d i e n t e ,
d e u - s e e n t r a d a á s s e g u i n t e s Ofícrtas : d o
consocio T a v a r e s de L y r a — « C o n t r a d i e t a
á s preterições do município b a h i a n o d e C u r -
cá s o b r e a s P a s s a g e n s da B o a V i s t a , n o rio
S ã o Francisco», por F. A.Pereira da Costa.
Recife, 1 9 0 5 ; « M e n s a g e m » lida perante o
C o n g r e s s o L e g i s l a t i v o d o E s t a d o , na aber-
t u r a d a primeira s e s s ã o d a q u i n t a legisla-
t u r a , á q u a t o r z e d e J u l h o d e 1 9 0 4 , p e l o Go-
v e r n a d o r A u g u s t o T a v a r e s de L y r a , a c o m -
p a n h a d a d o s r e l a t ó r i o s a p r e s e n t a d o s pelos
c h e f e s cios d i v e r s o s r a m o s d o , s e r v i ç o publi-
co, N a t a l , 1 9 0 5 ; do consocio A l b e r t o Ma-
r a n h ã o : «Historia d a L i t t e r a t u r a BrazuC*
ra,» p o r S y l v i o R o m e r o . 2 vols.. R i o de Ja-
neiro, 1 8 8 3 ; «Hvgiene d a a l m a » , pelo B a r a o
Feachtuelebeu, v e r s ã o p o r t u g u e z a de R a -
m a l h o O r t i g ã o , 3 * criic., L i s b o a , 1 8 8 3 ;
«Quadro d a s instituições p r i m i t i v a s , " por J.
Oliveira M a r t i n s , 2 * edic., L i s b o a , 1 8 9 3 ;
« P o r t u g a l nos mares», pelo mesmo a u c t o r ,
L i s b o a ; «Sete discursos», d o P a d r e J u l i o
M a r i a , Juiz de F o r a , 1 9 0 0 ; «Biblia S a g r a -
da», por A n t o n i o Pereira de Figueiredo,
L o n d r e s , 1 S 0 0 ; « C a r t a p a s t o r a l » , de D.
J o a q u i m de Almeida, B i s p o d o P i a n h y . 1 9 0 0 ;
«Santa Lvdivina» a Sahiedam, traducç^o
de B. da C o s t a 1'ereira, P a v o a de V a r s i m ,
1 9 1 2 ; «Impressionistas», p o r J , A u g u s t o de
C a s t r o , L i s b o a , 1 8 8 0 : «Annexo» a o r e l a t o -
''<> d o M i n i s f o d a F a z e n d a , dr. L e o p o l d o
«le Bulh ões, Rio de [aneiro, 1 9 0 5 ; «Relato
r
jo» d o M i n i s t r o ria Industria, V i a ç ã o e
O b r a s Publicas, L a u r o S e v e r i a n o Muller,
1 ^ 0 5 ; I m p r e n s a N a c i o n a l . R i o de J a n e i r o ;
<(
R.'latono» d o M i n i s t r o d a J u s t i ç a e N e g o -
Interiores. J. J. S e a b r a , 1 9 0 5 , Rio de
Janeiro. I m p r e n s a N a c i o n a l ; «Relatório» do
Ministro da G u e r r a , marechal F r a n c i s c o de
aula A r g o l l o , 1 9 0 5 ; R i o de J a n e i r o , I m -
)r
l ensa N a c i o n a l ; « L c c t u r e s p o u r tons», re-
v u
i e uni versei le et populaire, collccção com
Ijleta d o s a n n o s de 1 8 9 9 a 1 9 0 2 e os ns. 2 e
" «le 1 9 0 3 ; « C o s m o s » , r e v i s t a «rtisticn. s a -
n t i f i c a e l i t t e r a r i a , R i o de Janeiro, ns. 1 a
1 1
d o 1 9 a n u o , e 1 a 7 d o 2 ? ; «Renascença»,
lev
i s t a mensal de lettras, scicncias e artes,
5 9 d o 1 ° atino, e 1 4 . 1 5 e 1 0 do 2 ;
/ • l u s t r a c ã o B r a s i l e i r a " , Pariz, I o
\ C() nipleto); " T h e S t u d i o " , revite ir.ensnelle-
-280
A o s d e s o i t o d i a s d o mez de M a r ç o «In
a n n o de mil n o v e c e n t o s e seis. p r e s e n t e s , a
hora legal, os senhores O l y m p i o Vital, Luiz
Fernandes, AntoníojSoares. J o s é Correia,Vi-
cente de L e m o s , Henrique C a s t r i c i a n o e J a o -
q u i i n L o u r i v a l , a b r e - s e a s e s s ã o , s o b a pre-
sidência do S e n h o r O l y m p i o Vital, occupafl-
d o a s r e s p e c t i v a s c a d e i r a s de p r i m e i r o e s e -
g u n d o secretários os senhores Luiz Fernan-
des e A n t o n i o S o a r e s , d e i x a n d o de c o m p a -
r e c e r c o m c a u s a j u s t i f i c a d a o s s e n h o r e s Fe-
dro Soares, Meira e Sá, Padre Calazari* e
— 2S1— -
bello F r e i r e , i n t i t u l a d a « H i s t o r i a T e r r i t o -
rial d o Brazil». S u b m e t t i d a a d i s c u s s ã o a
proposta, o senhor Luiz Fernandes(pensa
<pte se d e v e e s p e r a r d o a u e t o r , epie c t a i n
be rn s o c i o d o I n s t i t u t o , o c u m p r i m e n t o d a
o b r i g a ç ã o c o n s t a n t e d o a r t i g o 1 9 , l e t t r a c,
d o s E s t a t u t o s ou a g u a r d a r a p u b l i c a ç ã o
c
O m p l e t a d o t r a b a l h o p a r a a d q u i r i l o, se
assim julgar conveniente. E m v o t a ç ã o , o
I n s t i t u t o r e s o l v e de a c c o r d o c o m a o p i n i ã o
'lo s r . L u i z F e r n a n d e s . T o m a n d o a p a l a v r a ,
0
senhor Henrique C a s t r i c i a n o p r o p õ e que
t a ç a u m a s e s s ã o s o l e n n e a d o z e de J u n h o
^uidouro, destinada a c o m m e m o r a r a glo-
r,
a dê M i g u c l i n h o , o m a i o r p a t r i o t a q n e . n a
^Pmião d o o r a d o r , o Brazil ha produzido.
' S e n h o r p r e s i d e n t e diz q u e , de a c c o r d o c o m
art. 4 3 dos E s t a t u t o s , a directoria toma-
1
em c o n s i d e r a ç ã o a p r o p o s t a a p r e s e n t a d a
0
resolverá do melhor modo. A ' s d u a s h o r a s
" a t a r d e , l e v a n t a se a s e s s ã o . D o q u e , p a r a
^•°n*tar, l a v r a se a present«; a c t a q u e v a e
| J S s i g n a d a pela m e s a . E u , A n t o n i o S o a r e s
? Araujo, servindo de 2 " s e c r e t a r i o , a escre-
—OI.VMI'IO V I T A L — L u i z FERNANDES—AN-
°NIO S O A R E S DE A R A U J O .
d A ' h o r a d o c o s t u m e , r e u n i d o s n a sede
' I n s t i t u t o , e m p r i m e i r o de A b r i l de mil
—284
r a : " A n n a e s " da B i b l i o t h e c a c A r c h i v o P u -
blico d o P a r á , t o m o I V , P a r á , 1 0 0 5 ; d o
c o n s o c i o P i n t o cie A b r e u : m e d a l h a do b r o n -
ze, c o m m e m o r a t i v a d a q u a r t a E x p o s i ç ã o
N a c i o n a l , 1 8 8 5 ; m e d a l h a dc p r a t a , c o m m e -
m o r a t i v a d a E x p o s i ç ã o P r o v i n c i a l de Per-
n a m b u c o , 1 8 8 0 ; d o c o n s o c i o A l f r e d o de C a r -
valho :medalha da Academia Pernambucana
de L e t t r a s , 1 0 0 1 ; d o B a r ã o de S t u d a r t :
« A p o n t a m e n t o s b i o y r a p h i c o s d o P a d r e Pe-
dio Chevalier», l a z a r i s t a ; d a s respectivas
redacções, " V i a L á c t e a " , r e v i s t a mensal do
' C o n g r e s s o L i t t e r a r i o " T i b i r i ç á de L e m o s " ,
(
l o P a r á ; " A R e p u b l i c a " , o " D i á r i o d o Na-
t a l " , o " O i t o de S e t e m b r o " , " O S é c u l o " e
"O T r a b a l h o " , desta capitai. T o m a n d o em
consideração a p r o p o s t a do senhor Henri-
que C a s t r i c i a n o , r e s o l v e a d i r e c t o r i a solen-
nizar o d i a doze de J u n h o v i n d o u r o , d a t a
c o n s a g r a d a á c o m m e m o r a ç ã o do supplicio
(
'e F r e i M i g u e l i n h o , e o s e n h o r p r e s i d e n t e
declara que o p p o r t u u a m e n t e será n o m e a d a
a c o u i m i s s á o q u e t e r á de p r o m o v e r e d i r i g i r
a testa. N a d a m a i s h a v e n d o a t r a t a r - s e , le-
v
a n t a - s e a s e s s ã o , d o q u e l a v r a - s e a pre-
c a t e a c t a a s s i g n a d a pela m e s a . E u , P e d r o
res de A r a u j o , 2 " s e c r e t a r i o , a e s c r e v i . —
()
I-VMI»io V I T A L — L n z FERNANDES— P . SOA-
ACTA da 8" sessão extraordinár ia
do Instituto Histórica c Geographico do
Rio Grande do Norte.
Presidencia do Kxmo. Sr. Dr. Olympio Vital.
P r e s e n t e s n a sede d o I n s t i t u t o I l i s t o -
rico, p e l a s doze h o r a s d á m a n h ã cie v i n t e e
d o i s de A b r i l de mil n o v e c e n t o s e seis, o s se-
n h o r e s Vicente de L e m o s , L u i z F e r n a n d e s e
P e d r o Soares, f a l t a com c a u s a j u s t i f i c a d a o
s e n h o r O l y m p i o V i t a l , p r e s i d e n t e . Occtipa. a
r e s p e c t i v a c a d e i r a o s e n h o r Vicente de Le-
m o s , 1<? vice presidente, e d e c l a r a n ã o h a v e r
s e s s ã o p o r f a l t a de n u m e r o l e g a l . F p a r a
c o n s t a r , eu, P e d r o S o a r e s de A r a u j o , 2 ? se-
c r e t a r i o , l a v r e i a presente a c t a a s s i g n a d a
p e l a m e s a . — V I C E N T E DE L E M O S — L U I Z FER-
NANDES—P. SOARES.
A o s t r e s d i a s d o mez de M a i o de mil
n o v e c e n t o s e seis, a c h a m - s e presentes n a
s
é d e d o I n s t i t u t o H i s t o r i c o , p e l a s doze ho-
'"as d a m a n h ã , o s s e n h o r e s O l y m p i o V i t a l ,
L u i z F e r n a n d e s , P e d r o S o a r e s , P i n t o dc
Abreu, J o s e C o r r e i a , Vicente de L e m o s , J o ã o
^aptista, Padre Calazans, Thomaz Lau-
r i n i . H o n o r i o C a r r i l h o , L u i z F m y g d i o , Hcn-
2SN —
ri que C a s t r i c i a n o , C a l d a s , A m o r i m , M a n u e l
Dantas e Antonio Soares. Faltam.com causa
j u s t i f i c a d a , o s senhores M a n u e l Hemeterio,
Valle M i r a n d a , Meira e S á e Heliodoro Bar-
ros. O s e n h o r presidente a b r e a s e s s ã o e d e -
c l a r a que, a c h a n d o - s c presentes t o d o s os
m e m b r o s eleitos d a n o v a d i r e c t o r i a , p a r a o
a n n o social de 1 9 0 6 a 1 9 0 7 , o s t i n h a t o d o s
por empossados dos respectivos cargos, a
s a b e r : presidente, O l y m p i o V i t a l ; I o e 2 °
secretários, Luiz Fernandes e Pedro S o a r e s ;
1 ( ) e 2'-' vice presidentes, Vicente de L e m o s e
J o ã o B a p t i s t a ; o r a d o r , -"'into de Abreu ;
thesoureiro, J o s e Correia ; supplentes do 2 °
secretario, Padre C a l a z a n s e T h o m a z L a n -
dim ; a d j u n e t o d o o r a d o r , H o n o r i o C a r r i -
lho. E m s e g u i d a , o s e n h o r T h e s o u r e i r o ,
usando d a p a l a v r a , faz o resumo d a vida
financeira d o I n s t i t u t o no a n n o social que
hoje finda e s u b m e t t e á c o n s i d e r a ç ã o da
mesa o b a l a n ç o d a receita e d e s p e s a , de-
m o n s t r a n d o a q u e l l a a q u a n t i a de um c o n t o
q u i n h e n t o s c vinte mil o i t o c e n t o s e setenta
reis, e s t a a d " um c o n t o q u i n h e n t o s e c i n -
c o e n t a e um mil e quinhentos*rci>>, e o saldo
a de s e s s e n t a e n o v e mil t r e s e n t o s e setenta
reis.—Vae á e o m m i s s ã o respectiva. H nada
m a i s h a v e n d o a t r a t a r - s e , o s e n h o r presi-
d e n t e encerra a s e s s ã o , l a v r a n d o - s e esta
a c t a que v a e a s s i g n a d a pela m e s a . E u , I > c '
d r o S o a r e s de A r a u j o , 2 " s e c r e t a r i o , a es-
crevi.—OLVMHO \'ITAI.—Luiz FERNANDES--'
P . SOARES.
289 —
A o s vinte d i a s do mez de M a i o d o a n n o
de mil n o v e c e n t o s e seis, 110 l o g a r e h o r a do
c o s t u m e , presentes o s s e n h o r e s O l y m p i o Vi-
t a l , P e d r o S o a r e s . A n t o n i o S o a r e s , Vicente
de L e m o s e J o ã o B a p t i s t a , toi a b e r t a a ses-
s ã o . N a f a l t a d o s e n h o r I o s e c r e t a r i o , occu-
pou a respectiva cadeira o senhor Pedro
S o a r e s , sendo c o n v i d a d o p a r a substituir
este, 11a c a d e i r a de 2'-' s e c r e t a r i o , o s e n h o r
A n t o n i o S o a r e s . F o i lida e sem d e b a t e a p -
p r o v a d a a a c t a d a s e s s ã o a n t e r i o r . N ã o ha-
v e n d o expediente nem o r d e m d o d i a , o se-
n h o r presidente encerrou a s e s s ã o ; d o que,
p a r a c o n s t a r , eu, A n t o n i o S o a r e s de A r a u j o ,
s e r v i n d o de 2 9 s e c r e t a r i o , l a v r e i a p r e s e n t e
acta.—OLYMPIO VITAL—P. SOARKS—ANTO-
NIO S O A R K S D E ARAUJO.
A o s t r e s d i a s d o mez de J u n h o . d e wij
n o v e c e n t o s e seis, n e s t a c i d a d e de N a t a l , «M
-293
escrevi e s t a a c t a que a s s i g n o c o m a m e s a . — .
OLYMPIO V I T A L . — P . SOARES.—TIIOMAZ LAN-
DIM.
A a c t a d a c e s s ã o s o l e m n e , r e a l i z a d a em
7 de J u n h o de 1 9 0 6 , em que se c o m m e m o r o u
o S 9 ° a n n i v < a ' s a r i o d o m a r t y r i o de F r e i Mi-
guelinho, acha-se publicada, com d e t a l h a d a
n o t i c i a d a s t e s t a s e n t ã o c e l e b r a d a s , n a RE-
VISTA d e s t e I n s t i t u t o , v o l . IV n. I I , J u l h o —
1906.
Dr. Olympic Vital
Doloroso tributo este que a nossa vene-
ração e a nossa saudade mandam render ao
consocio eminente, ha quatro annos já, desa-
pparecido dentre nós. A competencia e a i n -
tegridade moral do homem e do magistrado
nelle remataram no florão austero das g r a n -
des virtudes civicas.
T ã o legitimamente reconhecíamos no
consocio extincto as superiores qualidades
adqueridas pelo seu talento e saber', cada vez
'"nais retemperando o seu caracter de homem de
hem que, quando organisado o Instituto, pro-
curámos pôr á frente dos nossos trabalhos
quem nos symbolisasse uma vontade e um
exemplo, foi sobre o seu nome que recahiram
° s nossos suffragios unanimes ; e desde esse
(,
ia até o de sua morte presidiu sabiamente os
nossos destinos.
C o n s a g r a n d o - s e á nobre sciencia de jul-
gar, nelle a Justiça teve sempre o mais imper-
te
rrito defensor de suas serenas decisões, o
^ a i s fiel executor dos seus princípios de equi-
dade.
E tão superiormente se impozera no con-
ceito dos seus contenporaneos que a elle con-
f e r i r a m , s u c c e s s i v a s vezes, os c a r g o s de mai-
or r e s p o n s a l i d a d e nos negocios públicos da-
quelles t e m p o s . — I n t e l l i g e n c i a vivaz, e n e r g i a
inteiriça, v o n t a d e solida, f o r a m os coeficientes
s e g u r o s de suas c o n s t a n t e s victorias na vida
laboriosa e fecunda.
F o r m a d o em sciencias jurídicas e socia-
es pela E s c o l a do R e c i f e , a 1 7 de N o v e m b r o
de 1860, occupou logo depois, interinamente,
c c a r g o de P r o m o t o r publico d a capital d a
B a h i a , sua terra natal, d e d i c a n d o - s e , logo de-
pois, á a d v o g a c i a na c o m a r c a d a F e i r a de
S a n t ' A n n a , sendo, então, n o m e a d o p r o m o t o r
publico d e s s a c o m a r c a , a o c o m e ç o , interi-
n a m e n t e , depois e f f e c t i v ã m e n t e .
P o r d e c r e t o de 3 de N o v e m b r o de 1 8 7 0 , foi
n o m e a d o J u i z Municipal e de O r p h ã o s do ter-
mo de N a z a r e t h , onde p e r m a n e c e u até 23 de
Outubro de 1 8 7 3 , sendo, a 1 1 do m e s m o m e z
e anno, d e s p a c h a d o J u i z de direito d a c o m a r -
c a de C a m i s ã o .
F m d i v e r s a s legislaturas, exerceu a s func-
ções de m e m b r o da A s s e m b l é a L e g i s l a t i v a da-
quella e n t ã o P r o v í n c i a . P o r decr. de 20 dc
J u l h o de 1 8 7 8 , foi r e m o v i d o da c o m a r c a de
C a m i s ã o , na B a h i a , p a r a a de M a c á u , neste
E s t a d o . A 4 de N o v e m b r o de 1 8 8 6 n o m e a d o
chefe de Policia d a e n t ã o P r o v í n c i a do C e a r á ,
alli chegou a 29 do m e s m o rrez, c o n s e r v a n d o -
se naquelle J o g a r de g r a n d e d e s t a q u e até 24 de
F e v e r e i r o de 1888.
N a s f u n e ç õ e s d e s s e c a r g o , prestou o pre-
c l a r o consocio s e r v i ç o s tia maior relevância
a o E s t a d o visinho. F ainda hoje o seu nome e
al li r e c o r d a d o c o m o um e x e m p l o de energia,
de prudência e de saber. A 20 de F e v e r e i r o de
1888, foi distinguido com a n o m e a ç ã o de pre
sidente da a n t i g a P r o v í n c i a de S e r g i p e , assu-
mindo a a d m i n i s t r a ç ã o a 1 9 de M a r ç o , dei-
x a n d o - a a 1 3 de J u l h o do m e s m o anno.
P r o c l a m a d a a Republica, foi n o m e a d o des-
e m b a r g a d o r m e m b r o do S u p e r i o r T r i b u n a l
de J u s t i ç a deste E s t a d o , a 27 de J u n h o de
1892.
P o r e s s e tempo, esteve em c o m m i s s ã o do
c a r g o de C h e f e de Policia, interino, de 1 2 a
25 de Abril e de 1 5 de S e t e m b r o a 3 0 de Ou-
tubro de ] 894, tendo neste ultimo período se-
guido p a r a a villa de S . Miguel da c o m a r c a de
P ã o dos F e r r o s , por ter sido alli a l t e r a d a a
tranquillidade publica com a p r e s e n ç a de cri
minosos e b a n d i d o s que a i n f e s t a v a m .
P o r decr. de 1 6 de N o v e m b r o de 1896, foi
n o m e a d o J u i z F e d e r a l , nesta S e c ç ã o , assu-
mindo o exercício em 6 de D e z e m b r o do m e s
nio anno, s e n d o por decr. de 28 de Outubro
de 1809 a p o s e n t a d o , por solicitação própria,
devido á sua e d a d e r e l a t i v a m e n t e a v a n ç a d a e
estado precário de saúde.
Q u a n d o em 1909 t o d a s a s a s s o c i a ç õ e s li-
b e r a r i a s do E s t a d o se reuniram nesta capital,
Para tentar e l e v a r a effeito a i n a u g u r a ç ã o de um
monumento A insigne e s c r i p t o r a patrícia Nizia
f l o r e s t a , foi S . E x c i a . c o n v i d a d o p a r a presidir
a
e s s a s reuniões, c o m o um tributo justo d a
Mocidade a o s e l e v a d o s dotes intellectuaes e
Moraes do e m i n e n t í s s i m o c o n f r a d e .
O dr. O l y m p i o Vital era filho legitimo do
300 —
i
. ]
NDICE DO VOL. IX
PAG.
Barros 5
•
REVISTA
IX)
Rio G r a n d e d o N o r t e
F u n d a d o em d e M a r ç o d e D)0'2
YOU'MEX NI'M KR OS I K II
I 9 12 r
/'rncitrii.
rrsMseitn r tambcm
us mrworitts i/u pu!n'a
t/t! fftl/Ù'Hlt óbsctiTtthf
i/f fin i/iti' /ti :iam
ah1 agora
Ai K\ »NDüií IMÎfiintuito.
VICE PRESIDENTES
SECRETÁRIOS
Desembargador Luiz T a v a r e s de L y r a
Dr Nestor dos Santos Lima
S I I P P L E N T E S DO ."SECRETARIO
Dr. T h i m a z Landim
P a d r e J i v é do Calazans Pinheiro
«ORADOR
AD.IIINTb DO O R A D O R
T H E S O U R E I tO
COM MISSÃO D E F A Z E N D A E O R Ç A M E N T O
Cabotagem Nacional
DISCURSO pronunciado no Congresso Nacio-
nal pelo Dr. Eloy de Souza, sócio do Instituto Histó-
rico e Geographico do Hio Grande do Norte, na ses-
silo de 2« de Novembro de 1096.
f ^ ) S R . E L O Y D E S O U Z A - S r . Presidente,
não será um discurso. Trouxe-me a tri-
buna tarefa mais modesta, circumscripta a
Justificativa de emendas que entendem com
a
realização de serviços 110 E s t a d o que t e -
nho a honra, bem imtnerecida, em verdade,
de representar nesta C a s a .
Duas destas emendas, pela natureza
dos melhoramentos que ellas visam prover,
merecem considerações, embora desvaho-
vSíl
s, mas ein todo caso necessarias, ao me-
nos como informação 110 v o t o que a C a m a -
ra tiver de proferir para a p p r o v a l - a s ou re-
jeitai as.
U m a reíere-sc a o p r o b l e m a d a s s e c e a s ;
a o u t r a diz r e s p e i t o a o p o r t o de N a t a l , offe-
r e e e n d o - m e o e n s e j o de d i s c u t i r o c o n t r a c t o
d o L i o y d, o s s e u s f r e t e s , o s o n u s e o b s t á c u -
l o s o p p o s t o s á n a v e g a ç ã o n a c i o n a l , n o pen-
s a m e n t o de que. r e s u l t a r á d e s t a c r i t i c a a l -
g u m bem á n o s s a c a b o t a g e m , que p ó d c e
d e v e v i v e r c o m o c o m p l e m e n t o d e u m a poli-
tica economiea, racional e efficaz.
R e l a t i v a m e n t e á s seccas, a circuinstan-
cia de r e p r e s e n t a r u m E s t a d o d o s m a i s íla-
g e l l a d o s p e l a v i s i t a p e r i ó d i c a de c r i s e s cli-
m a t é r i c a s , a l t a m e n t e p r e j u d i c i a e s a o desen-
v o l v i m e n t o e a o p r o g r e s s o de u m a v a s t a
r e g i ã o d o n o r t e , me fez v e n c e r a n a t u r a l ti-
midez, refle A'o de u m a i n c o m p e t ê n c i a q « e
n ã o d i s s i m u l o , p a r a v i r dizer, s i n c e r a m e n t e
e sem p a i x ã o , o meu d e p o i m e n t o , n a espe-
r a n ç a de v e r p r o b l e m a de t a l r e l e v a n c i a de-
finitivamente resolvido.
T e n h o , S r . P r e s i d e n t e , u m a g r a n d e e i' n *
m e n s a fé nr. o b r a d a f e d e r a ç ã o .
N ã o d e s d e n h a n d o o p a s s a d o , a n t ;s o a-
m a n d o n o q u i n h ã o d e g l o r i a s p o r ellc c o n -
quistadas para a civilização—formando.
c u s t a d o t a c t o d o s g r a n d e s h o m e n s que 0
s e r v i r a m , u m a n a c i o n a l i d a d e f o r t e , toleran-
te e c u l t a — e s t o u , e n t r e t a n t o , c o n v e n c i ^ 0
de que e n c o n t r á m o s n a f e d e r a ç ã o a íóri»a
d e f i n i t i v a de g o v e r n o , o a p p a r e l h o r f l a ! s
p e r f e i t o , p a r a a t t i n g i r i n o s m e l h o r e ni»'- s
d e p r e s s a o s a l t o s d e s t i n o s q u e n o s e s t ã o i"L''
servados. (Muito bem.)
E' tão certo n ã o devermos á Republ' c í l
os predicados priinordiaes do nosso cara-
cter no que rei peita, á bondade nativa, á
probidade nos negocios, á moralidade na
faniilia, ao carinho na hospitalidade, á con-
fiança no acolher c amar o"cxtrangeiro, co-
mo c certo o termos adqtiii ido com a nova
fói"ma de governo qualidades dynamicas,
assignaladas por uma actividade mais vas-
ta, ambições legitimas e maiores, melhor
eomprehensâo dos deveres do Estado, ape-
go mais forte e interesse mais acceutuado
pelos negocios públicos. Assim enriquecidas
as torças activas da nação puderam contri-
buir para um progresso material accelerado
e ascendente, tanto mais real e positivo,
quanto o vemos realizado, ainda nas me-
nores circumscripções politicas
Crcando um patriotismo novo, o do a-
mor á terra onde cada um de nós nasceu ou
elegeu por sua, a federação vae asseguran-
do, com a prosperidade de cada um dos Es-
tados, a prosperidade da própria nação,
transmudando assim para breve tempo uma
desharmonla apparente na mais perleita
unidade.
Não sou dos que pensam (pie preferencias
^•ographicas tenham deixado os Estados
do norte 11a situação de inferioridade em
(iue muitos ou quasi todos *e encontram,
c,n Confronto com os seus irmãos do sul, al-
ííUns dos quaes fazem justamente o nosso
orgulho.
Prefiro buscar entre as causas de retar-
üf*mento do progresso do norte aquella (pie.
sendo a mais a n t i g a e constante, melhor
p a r e c e e x p í i c a l - o — u m p a s s a d o de l u t a s , e m
verdade o r i e n t a d a s pela m i s s ã o que duran-
te l a r g o s a n n o s n o s c o u b e de d e f e n d e r o li-
t t o r a l , p a r a q u e se p u d e s s e r e a l i z a r , c o m o
successo conhecido, a o b r a d o s b a n d e i r a n -
tes, n a a s p e r a c o n q u i s t a do sertão.
D u a s v e z e s p r e c i s á m o s de a s s e g u r a r a
i n t e g r i d a d e d a P a t r i a , e, q u a n d o o s a n g u e
d a s tres r a ç a s que e n t r a r a m na nossa for-
m a ç ã o e t h n i c a e n s o p a v a o s o l o de o n d e o
e x t r a n g e i r o i n v a s o r t e v e de r e c u a r d e s b a r a -
t a d o e vencido, mal s a b i a m os que o derra-
m a r a m , n a inconsciência com que os íactos
s o c i a e s se p r o c e s s a m , o e x t r a o r d i n á r i o v a -
l o r q u e a q u e l l e o b s c u r o s a c r i f í c i o represen-
t a v a para a nossa grandeza commum.
Os q u e me o u v e m s a b e m o s v i c i o s d e or-
g a n i z a ç ã o que dahi resultaram, j á influindo
n o m o d o d e f i n i t i v o p o r q u e se o p e r o u o po-
v o a m e n t o d a q u e l l a s regiões, j á c r e a n d o nm
r e g i m e n e c o n o m i c o e s o c i a l d e t e r m i n a n t e de
r e a c ç õ e s p o l i t i c a s p o s t e r i o r e s , si b e m que
j u s t i f i c a d a s pela g r a n d e z a dos sentimentos
q u e a s d i c t a r a m ; em t o d o c a s o , m a l obje-
c t i v a d a s e d e s a s t r o s a s , si, p o r v e n t u r a , (>
s o n h o d a q u e l l e s p a t r i o t a s se h o u v e s s e rea-
lizado.
E n c a r o , s r . P r e s i d e n t e , e s s e s phenome^-
n o s d a n o s s a v i d a n a c i o n a l , a q u i imperfei-
t a m e n t e e s b o ç a d o s , c o m a c a l m a de q u e m ,
o s t e n d o m e d i t a d a c o m o d e s e j o de t i r a r
delles a l g u m e n s i n a m e n t o , c h e g o u á convi-
c ç ã o p r o f u n d a de q u e u m a f a t a l i d a d e his-
— 9—
t o r i e a crcou p a r a o n o r t e um a m b i e n t e po-
litico-social em que o h o m e m , p o s s u i d o r de
q u a l i d a d e s intellectuaes superiores, s o m e n t e
a g o r a as vae disciplinando p a r a as luctas
da vida pratica, p r o d u c t i v a e fecunda.
D e i x a n d o c o n s i g n a d a s e s t a s idcas, o
meu fim p r i n c i p a l é a s s i g n a l a r a superiori-
d a d e d o s meus i n t u i t o s , q u a n d o v e n h o di-
zer a o s p o d e r e s p ú b l i c o s d o meu p a i z que é
urgente c inadiavél resolver éfficazmente o
p r o b l e m a d a s seccas d o n o r t e , m e d i d a eco-
n o m i c a de a l c a n c e i n c a l c u l á v e l , c o m o pre-
t e n d o d e m o n s t r a r . D e s e j a n d o t r a t a r o as-
s u m p t o s o b t o d o s o s seus a s p e c t o s , e m b o -
ra s u c c i n t a m e n t e , r e l e v e - m e a C a m a r a c o -
m e ç a r p o r f a z e r o r e s u m o de a l g u m a s d a -
'luellas c a l a m i d a d e s que m a i s p r e j u í z o s a-
e a r r e t a r a i n a o s p o v o s d a b a c i a d o S. F r a n -
cisco, s e g u n d o o excellente t e s t e m u n h o d o
S e n a d o r P o m p e u e d o s d o c u m e n t o s , ehroni-
ens e t r a d i ç õ e s a. que r e c o r r i .
Um f a c t o , sr. P r e s i d e n t e , c u m p r e d e s t a -
car desde l o g o , e é que n a s r e p e t i d a s s e c c a s
que teem a s s o l a d o o n o r t e d o B r a z i l , desde
()
s t e m p o s c o l o n i a e s a t é hoje, a i n t e r v e n ç ã o
(
l<> G o v e r n o p o u c o t e m a p r o v e i t a d o , e, p o r
niais de u m a vez, foi de e f f e i t o s d e s a s t r o s o s ,
Pela f a l t a de m e t h o d o n a d i s t r i b u i ç ã o d o s
dinheiros p ú b l i c o s , s e m p r e a t i t u l o de soc-
o r r o s , e n v i a d o s á s regiões fiagelladas, á
ll()
ra n o n a d o seu a n n i q u i l a i n e n t o , q u a d o
uào é p o s s í v e l a p p l i c a l - o s c o n v e n i e n t e m e n
te
- F o i a s s i m em 1 7 9 1 a 1 7 9 3 , p o r o c c a s i á o
c a
' g r a n d e secca.quc,abrangendo t o d a a anti-
— 10 -
g a c a p i t a n i a g e r a l do P e r n a m b u c o , c o m e ç a n -
d o na B a h i a e Sergipe, estendeu-se até o
norte do M a r a n h ã o e P i a u h y , n a d a pou-
p a n d o , nem h o m e n s nem l e r a s , c o m b a t e u
d o a v i d a onde quer que ella existisse. A s
chronicas desses t e m p o s r e m o t o s n a r r a m
t r a g e d i a s que nenhuma i m a g i n a ç ã o ousa-
s a r i a crcar.
A y r e s d o C a s a l a f í i r m a q u e s e t e d a s fre-
g u e s i a s e x i s t e n t e s n o C e a r á t i c a r a m deser-
t a s . A v i u v a d o c a p i t ã o N o b r e de A l m e i d a ,
de P e r n a m b u c o , e m u m m e m o r i a l d i r i g i d o a
E l - R e i , diz q u e m u i t a s p e s s o a s , f a m í l i a s in-
t e i r a s , q u e n ã o p u d e r a m e m i g r a r a tempo»
f o r a m e n c o n t r a d a s m o r t a s pelos c a m i n h o s
e c a s a s . Seu m a r i d o , p r o p r i e t á r i o n o Recife,
p o s s u i d o r de m u i t a s f a z e n d a s n a P a r a h y b a
e C e a r a , tendo ido a o s e r t ã o com sua taim*
lia, pereceu c o m a s p e s s o a s q u e o a c o m p a -
n h a r a m , t o d o s v i c t i m a s d a i n n o m i n a v e l ca-
lamidade U m a i n f o r m a ç ã o do c a p i t ã o gc-
n c r a l de P e r n a m b u c o a E l - R e i a s s e g u r a q u e
m a i s de u m t e r ç o d a p o p u l a ç ã o d a c a p i t a -
n i a f o i d i z i m a d o p< l a s e c c a . O p a d r e J o a q u i m
J o s é P e r e i r a , d o R i o G r a n d e d o N o r t e , diz.
em u m a m e m o r i a d i r i g i d a a o m i n i s t r o P*
R o d r i g o de S o u z a C o u t i n h o , q u e , a l é m d'*
lagello da secca, appareeeu nos sertões d "
A p o d v u m a t a l q u a n t i d a d e de m o r c e g o s ,
q u e m e s m o á luz s o l a r , a t a c a v a m a s p e s s ° *
a s c os a n i m a e s , já i n a n i d o s pela fome, n a "
t e n d í ) m a i s t o r ç a nem a n i m o de a f a s t a i - 0 8 '
h o m e n s , m u l h e r e s e c r i a n ç a s e r a m encon-
t r a d o s pelas e s t r a d a s mortos e moribm1"
' l o s ; a p a r de c a d a v e r e s c m p u t r e f a ç ã o sc
a c h a v a m miseráveis ainda vivos prostrados
n o c h ã o o u n o leito, c o b e r t o s p e l o s v a m p i -
r o s , q u e a s v i c t i m a s n ã o p o d i a m s i q u e r en-
xotar.
A o e a h i r e m a s p r i m e i r a s c h u v a s , em
1 7 9 3 , verificou-se que tinha m o r r i d o q u a s i
todo o g a d o da capitania : ocommercio das
carnes seccas e x t i n g u i u - s e ; c a p o p u l a ç ã o
c o n t i n u a r i a a s o f f r e r , si o s r a r o s a q u e m a
fortuna ainda penuittiu alguns recursos
n ã o f o s s e m a o P i a t i h v l a z e r c o m p r a s de re
'-cs p a r a o c o n s u m o e p a r a r e c o m e ç a r a c r i a -
ção.
A f a r i n h a e l e v o u sc de $ 2 1 0 a <S$ o al-
queire.
O s e r t ã o ficou d e s e r t o e a m o r t e colheu
« o c a m i n h o m u i t o s d o s q u e p r o c u r a v a m rc-
higiar-se no littoral.
O c a p i t ã o - m ó r F r a n c i s c o G o m e s d a Sil-
Vf
<, d o n o de u m a d a s m a i s a b a s t a d a s c a s a s
do Se r i d o , foi o b r i g a d o a e m i g r a r a pé p a r a
0
Httoral, f a z e n d o t r a n s p o r t a r pelos escra-
v o s o r e s t o d o s s e u s h a v e r e s , em s a c c o s c o m
M o e d a s de o u r o e p r a t a .
A ã o sei (le q u e o r d e m f o r a m os r e c u r s o s
A v i a d o s a o s colonos, tão impiedosamente
c
^ s t i g a d o s pelo clima i n g r a t o e incerto. As
i r ó n i c a s f a l a m a p e n a s de a l g u n s b a r c o s
f i n d a d o s a o A r a c a t v , conduzindo ccreaes
Pernambuco e Maranhão. A medula
m
a i s n o t á v e l d o g o v e r n o c o l o n i a l , em e p o -
Qí
} t ã o r e m o t a , a s s i g u a l a - s e p e l a s c a r t a s re-
de 1 7 d e m a r ç o de 1 7 9 0 , n o m e a n d o u m
j u i z c o n s e r v a d o r d a s m n t t a s , e a de 1 1 d e
j u n h o dc 1 7 9 9 d e c r e t a n d o q u e se « c o h i b a a
indiscreta e desordenada a m b i ç ã o dos habi-
t a n t e s (da, B a h i a e P e r n a m b u c o ) q u e t e e m
a s s o l a d o a f.-rro e f o g o p r e c i o s a s m a t t a s . . .
q u e t a n t o a b u n d a v a m e j á h o j e fieani .a dis-
t a n c i a s consideráveis», at/tribuindo assim o
p h e n o m e n O c l i m a t é r i c o á d e s t r u i ç ã o d a s 11o-
restas, a s s u m p t o que o vinha préoccupait
do desde 1 7 1 3 , c o m o salienta Fuclides da Cu-
n h a n o seu t o r t e e f o r m o s o l i v r o « O s S e r t õ e s » .
De u m s é c u l o a n t e s 1 1 6 9 2 ] d a t a a pri-
m e i r a secca v e r i f i c a d a n o C e a r á , c o m m u a i ,
a o q u e p a r e c e , a t o d a a b a c i a d o S, F r a n -
cisco. F m P e r n a m b u c o , s e g u n d o r e f e r e (ra-
m a n a s s u a s Memorias Historiens, «con-
stantemente os socorreu o bispo, m a n d a n d o
a s u a c u s t a c o n d u z i r em barcos farinha
p a r a distribuir com a pobreza. Seguiram-
se o u t r a s s e c c a s a t é a é p o c a a q u e a l l u d i .
m a i s ou m e n o s e x t e n s a s , m a i s ou m e n o s
p e r n i c i o s a s n a s u a o b r a de d e v a s t a ç ã o .
E n t r e e s s a s c u m p r e d e s t a c a r a de 1 7 2 2
a 1 7 2 7 , que n ã o s ó comprehendeu t o d o o
R i o G r a n d e d o N o r t e e C e a r á , m a s a i n d a <>
P i a u h y e a B a h i a , o n d e a t é a s f o n t e s d a ca-
p i t a l ficaram e s t a n q u e s , c o n f o r m e refere <>
Senador Pompeu.
N o C e a r á , o g e n t i o q u e h a b i t a v a o in-
terior emigrou p a r a as serras mais frescaSÍ
Os b r e j o s e c o r r e n t e s d o C a r i r i , r e g i ã o a b u n -
d a n t e , de f e r t i l i d a d e p a s m o s a , s e c c a r a m ! l
t a l p o n t o q u e o s h a b i t a n t e s dc M i s s ã o Ve-
l h a m u d a r a m - s e a f a l t a de a g u a .
_ --13-
o t r a b a l h o é m a i s b a r a t o , o h o m e m v a l e me-
n o s . T e n d o em v i s t a o j u r o n o r m a l d o n o s s o
d i n h e i r o em nie'dia e a m é d i a d o s a l a r i o ,
tem sc f a c i l m e n t e o v a l o r de c a d a h o m e m .
C o n v é m y es te c a l c u l o l e v a r e m c o n t a o
s e x o e a e d a d e , em q u e n ã o s ã o e g u a e s a s
c o n d i ç õ e s de t r a b a l h o util. A e d a d e util de
U> a 0 0 a n n o s f i g u r a c o m o 8 4 % d a popu-
l a ç ã o ( 1 0 "A r e p r e s e n t a m o s m e n o r e s de l(->
e m a i o r e s de 0 0 ) D o s m a i o r e s d e 1 0 e m e -
n o r e s de 0 0 , 5 7 % s ã o h o m e n s e 4.1 % mu-
l h e r e s d e p o u c a u t i l i d a d e p r o d u e t i v a , pe-
l a s n o s s a s c o n d i ç õ e s s o c i a e s . í i n t r e n ó s teem-
se t e n t a n d o c á l c u l o s d e s s a n a t u r e z a , especi-
a l m e n t e em r e l a ç ã o á febre a m a r c l l a .
Cálculo d o dr Aureliano Portugal,
a d o p t a d o p e l o d r , C a r l o s S e i d l . R i o de J a -
n e i r o , j u r o 1 2 % . s a l a r i o m e d i o l $ 5 O 0 (l'<»
tugal).
Homem . 4 $ 0 0 0 (SeidD
Mulher 2$<>00 »,
Valor do homem 8 : Ï Ï k i $ . ' i 4 0 (Seidl »
» da mulher S:l0f>$070 »
C á l c i l o do dr. C a r n e i r o de Mendonça
1
L e v a n d o em couta a quantidade
bailio, s e g u n d o a s edades.e o c u s t o d a vi".',
s e g u n d o a.s m e s m a s .
Do* 1 6 «os 5 5 - V a J o r da vida do ^
h o m e m pelo q u e p r o d u z i u . . 32:12<>$(M
Dos lt; a o s 5 5 Valor da vida da 0
m u l h e r p e l o q t i e p r o d u / . i u . . . 21:4X«'*Í Í M
Variando os dados, outros números s
o b t e r ã o ; m a s , m e s m o u m menino qualquer, é
vi til p a r a , f l a g r a n t e m e n t e , perceber-se o pre-
j u í z o m a t e r i a l q u e n o s c u s t a m ;> d o e n ç a e a
morte.
A i n d a u m a o b s e r v a ç ã o : si n a s e n f e r m i -
d a d e s é m i s t e r j u n t a r a esse p r e j u í z o a c h a -
mada taxa de invalidação c despesas com a
doença, ( m e d i c o , r e m é d i o s , d i e t a s , etc.) q u e
é d i n h e i r o p e r d i d o , deve-se, n o c a s o d a s c a l a -
midades naturaes, egualmente c o m p u t a r os
lucros cessantes, as criações e plantações
perdidas, emigrações e o u t r o s prejuízos.
P a r a n ã o ir a l é m , c o m p a r e - s e o b r a z i -
1 .'iro flagellado pelas seeeas com o imtni-
grante. E s t e n a d a nos custou até o momen-
t o de ser v á l i d o e d e i x a r a m ã e p a t r i a ; des-
pendemos com passagem, alimentação e
v á r i o s e n c a r g o s c o m o seu p r i m e i r o e s t a b e -
l e c i m e n t o u m c o n t o d e reis, a n i s c a n d o n o s
a p e r d e r esse d i n h e i r o p o r m o r t e p r e c o c e o u
inadaptação do mesmo immigrante, o
q u a l , si n o s d á a s u a a c t i v i d a d e , o r d i n a r i a -
m e n t e e n v i a p a r a u p a i z d o seu n a s c i m e n t o
o dinheiro g a n h o entre nós, repatriando-sc
m u i t a s vezes.
C o m o brazileiro, é bem diverso o caso,
Elie custou dinheiro nacional, até ser util,
n a d a despendemos com a sua installação ou
estabilidade, n ã o c o r r e m o s o risco, re-
l a t i v o a o im migrante, de perder o c o n t o
de réis, si morre precocemente, sendo que é
utn a c c l i m a d o e, c o m o tal, mais valioso,
além de i n c o r p o r a r a s u a f o r t u n a á f o r t u n a
nacional.
J ' o i s b e m , e m b o r a esse real v a l o i d o in-
d í g e n a s o b r e o e x t r a n g e i r o — r e a l s o b o pon-
t o de v i s t a em q u e n ó s e s t a m o s c o l l o e a d o s —
d e m o s , p a r a o c á l c u l o , q u e o b r a s i l e i r o accli-
tnado, que nos custou dinheiro p a r a produ-
zir, q u e s e r á s e m p r e f r a c ç ã o d a n o s s a nacio-
n a l i d a d e p o l i t i c a e e c o n ô m i c a , v a l h a , ape-
n a s , o c o n t o de réis d e s p e n d i d o c o m o t r a n s -
porte ecollocação do e x t r a n g e i r o , e teremos,
c o m o se v a e ver, u m p r e j u í z o m a t e r i a l as-
sombroso.
C o n s i d e r a n d o que no Brazil existem mais
h o m e n s do que mulheres (na C a p i t a l Fede-
r a l , 5 7 h o m e n s p a r a 4-3 m u l h e r e s ) , em f a l t a
de d a d o s e s t a t í s t i c o s e x a c t o s , t o m a r e i p a r a
c a l c u l a r a m é d i a de 5 0 p a r a 5 0 % , d e prefe-
r e n c i a a e s s a a v e r i g u a d a n o R i o de J a n e i r o
A s s i m , f i g u r e m o s a e d a d e u t i l de 1 6 a (>0
a n n o s c o m o 8 4 % . Destes, 5 0 % s ã o homens
e 5 0 % mulheres, o que eqtiivale a 4 2 % fin
c o n d i ç õ e s de p r o d u z i r e m u t i l m e n t e .
N a s e c c a de 1 8 7 7 a 1 8 7 9 , o C e a r á e o
R i o G r a n d e d o Morte p e r d e r a m 2 7 0 . 0 0 0 ha-
b i t a n t e s ; 4 2 % de 2 7 0 . 0 0 0 é e g u a l a 1 1 3 . 4 0 0
h o m e n s de u t i l i d a d e p r o d u e t o r a .
0 prejuízo m a t e r i a l é egual a
113.400:000$.
T o m a r e i o u t r o n u m e r o , p r e f e r i n d o |><M
s u a s i m p l i c i d a d e o s a l a r i o v a l o r i z a d o ein
1$000.
A s s i m , em 2 5 0 d i a s úteis d o an no, cada
u m t e r á g a n h o 2 5 0 $ 0 0 0 ou s e j a o t o t a l de
1 1 3 . 4 0 0 h o m e n s a s o m m a de
28.350:000$000.
Si c o n s i d e r a r m o s um acer, s e i m o de p o -
p u l a ç ã o de 4%, t e m o s 110 p e r í o d o de 1 8 7 9 a
1 9 0 5 u m a p e r d a de t r a b a l h o em v a l o r de
salario correspondente a fabulosa s o m m a
de 1 . 1 0 5 . 6 5 0 : 0 0 0 $ 0 0 0
Com relação á agricultura, poderemos
tornar o a l g o d ã o p a r a exemplo. Suppondo
(pie um h o m e m p r o d u z a S l k i l o g r a u i m a s ,
t e r e m o s que os 1 1 3 . 4 0 0 honteus teriam pro-
duzido 9 . 1 8 5 . 4 0 0 kilogramirias por a n u o ,
ou 3 5 8 . 2 v 3 0 . 6 0 0 k i l o g r a m m a s , de 1871» a
1 9 0 5 , a d n i i t t i n d o o m e s m o c r e s c i m e n t o de
p o p u l a ç ã o . D a n d o a o k i l o g r a m m a de a l g o
d ã o o v a l o r m i n i m o de 4 0 0 réis ( q u e r dizer
(>#000 p o r 1 5 k i l o s ) t e m o s que o prejuízo n o
p e r í o d o r e f e r i d o s e r i a de 1 4 3 2 0 2 : 2 4 0 ^ 0 0 0 .
C o m o a C a m a r a s a b e , o I m p e rio n ã o
teve m ã o s a medir nos s o e c o r r o s e n v i a d o s
ao Ceará.
1111 p r e s s i o n a d o [»elos j u s t o s r e c l a m o s d a
imprensa, deante das noticias emocionantes
que d a l l i c h e g a v a m , d i a a d i a m a i s t e r r í v e i s
e dolorosas, a bondade natural do Impera-
d o r foi p o r t a l f ô r m a d a d i v o s a que m a n d o u
vendessem a s j ó i a s d a c o r ô a , q u a n d o o e r á -
rio p u b l i c o n ã o m a i s p u d e s s e s o c c o n e r á s
populações famintas.
S i m p l e s m e n t e , i s t o se fez, sr. presidente,
sem o r i e n t a ç ã o nem r e s u l t a d o . E m vez de
aproveitar a calamidade para a constru-
cção de o b r a s d e f e n s i v a s c e n t r a o s e f f e i t o s
/ l a s seceas f u t u r a s , c o m o a I n g l a t e r r a f a z
na í n d i a , desde m u i t o s a n n o s , deu-se a es-
mola a v i l t a n t e , m a l e i n j u s t a m e n t e d i s t r i -
b u í d a , o r i g e m de c o n f l i c t o s e accu s a ç õ e s
n a d a a b o n a d o r a s d a p r o b i d a d e de m u i t o s
commissarios.
E foi a s s i n i , s r p r e s i d e n t ^ , q u e o C e a -
rá e o Rio Grande do Norte consumiram,em
p u r a p e r d a , 7j).00,():00()$0()0.
l i ' c u r i o s o c a l c u l a r q u e , si e s t a q u a n t i a
t i v e s s e s i d o a p r o v e i t a d a e m e s t r a d a s de fer-
ro e obras hydraulicas, dando-se metade á
c « d a a p p l i c a ç ã o , t e r - s e i a m 1 . 0 0 0 kilotne-
t r o s de e s t r a d a s , e a ç u d e s e p o ç o s c o n . u m a
capacidade productiva equivalente a 400
b i l h õ e s de l i t r o s p o r a n n o .
D e a n t e d e s t a n a r r a t i v a seri.-i n a t u r a l
que a C a m a r a perguntasse pelas causas
d e s s a s crises e p-los remédios a c o n s e l h a d o s
p a r a extinguir as.
N ã o t e n h o , sr. presidente-, opinião,, for-
m a d a sobre as causas determinantes das
seccas d o norte, c o u s a a l i á s n a 4 a «-xtranha
vel em urn p r o f a n o , q u a n d o o s h o m e n s cio
o f f i c i o , n ã o s ó em n o s s o p a i z , en? r e l a ç ã o
á s n o s s a s c r i s e s , c o m o na F r a n ç a , n a 1 "
g l a t e r r a e n o s E s t a d o s F n i d o s , em r e l a ç ã °
á s d a A r g é l i a , I n d i a , A u s t r a l i a e F a r West,
nada sabem,que as explique completamente.
F u t r e e s s a s c a u s a s m e n c i o n a m o s scie"
t i s t a s a s m a n c h a s s o l a r e s , o s v e n t o s >'Ct
riantes e a d e v a s t a ç ã o d a s f l o r e s t a s . N a °
me p r o p o n h o d i s c u t i r n e n h u m a d e l i a s ; ap<'
n a s l e m b r a r e i (pie o h o m e m é inq jotente
p a r a m u d a r a d i i e c ç á o d o s ventos, e reg'1'
lar a m a r c h a d o sol.
Q u a n t o á d e s f l o r e s t a ç ã o , a C a m a r a j»
viu que eIH p e r í o d o s os m a i s r e m o t o s o phc-
n o m e n o c l i m a t é r i c o sc repetiu com a m a r -
c h a cyclica (pie o c a r a c t e r i z a .
Pelo c o n h e c i m e n t o que t e n h o d o interi-
or d o K s t a d o d o R i o G r a n d e d o N o r t e , o u s o
a t f i r m a r n ã o h a v e r alli o m e n o r v e s t í g i o de
ma t t a s que o h o m e m tivesse feito d e s a p p a -
rcccr. A p r ó p r i a n a t u r e z a d o s o l o e da ve-
g e t a ç ã o p a r e c e a n t e s i n d i c a r que a i n d a se
está processando uaquella zona um pheno-
meno g e o l ó g i c o p r i m i t i v o . A l n c t a d a s ca
c t a c c a s , lichens, p a r m e l i a s , e v e r r u c a r i a s ,
c o m o g r a n i t o e seus d e e o m p o s l o s c o n f i r
m a r ã o tr.lvez e s t a m i n h a i n c o m p e t e n t e a
ürniativa.
N ã o q u e r isso dizer, p o r e m , sr, presi-
dente, que d e s c o n h e ç a o e l e m e n t o s a l u t a r
d a s f l o r e s t a s n a c l i m a t o l o g i a de u m a d a d a
região, j á como factor importante na con-
s e r v a ç ã o d a h u m i d a d e d o s o l o , j á impedin-
do a s u a erosão, com o corrigir o regimen
t o r r e n c i a l d a s g r a n d e s c h u v a s . R e s t a , pois,
e c i s t o o que n o s i m p o r t a , i n d i c a r o s reme-
dirjs a c o n s e l h a d o s p a r a a t t e n u a r o s e f f e i t o s
da» seccas.
E m 1 8 7 8 , o a s s u m p t o toi l a r g a m e n t e
d e b a t i d o 110 I n s t i t u t o P o l y t e c h n i c o . A dis-
c u s s ã o toi l u m i n o s a e nella t o m a r a m p a r t e
h o m e n s m a i s c o m p e t e n t e s d a q u e l l e tem-
po, a l g u n s d o s q u a e s a i n d a v i v e m c e r c a d o s
d a e s t i m a e d o r e s p e i t o d o s seus c o n c i d a
d ã o s , ]»restando a o p a i z os s e r v i ç o s de u m a
l a r g a e x p e r i c n c i a a l l i a d a a um g r a n d e s a b e r .
A s p r o v i d e n c i a s i n s i s t e n t e m e n t e recom-
—24
m e n d a d a s , q u a s i q u e em s u a u n a n i m i d a d e ,
a c e r t a r a m em i n d i c a r a g r a n d e c p e q u e n a
a ç u d a g e m c o m o o s m e i o s m a i s eííieazes p a r a
resolver o problema.
V e j a m o s a o p i n i ã o de a l g u n s d e s s e s il-
lustres ^cientistas. O dr. Jozitno B a r r o s o :
« T e n h o p a r a m i m q u e n a c o n s t r u c ç ã o de
açudes cm g r a n d e e s c a l a está o prin-
c i p a l r e m e d i o a o m a l . S u p e r f i c i e s de e v a p o -
r a ç ã o e n t r e t e n d o u m c e r t o g r á o de h u m i d a -
de a t m o s p h e r i c a . a l é m de p r o d u z i r e m p e r m a -
n e n t e m e n t e g r a n d e b e m a v e g e t a ç ã o , forne-
c e r ã o o s v a p o r e s a q u o s o s n e c e s s á r i o s .i for-
mação das chuvas. \ o meu e n t e n d e r , a
c o n s t r u c ç ã o de a ç u d e s n a p r o v i n e i a d o Cea-
rá, principalmente, é o b r a de g r a n d e alcan-
ce... A p r o v i n e i a d o C e a r á d e v e ter u m ser-
v i ç o e s p e c i a l de a ç u d e s , a s s i m com'o a Flol
l a n d a t e m seu s e r v i ç o de d i q u e s . »
0 sr. conselheiro K o h a n : «Consistem
o s m e l h o r a m e n t o s q u e p r o p o n h o 110 esta
b e l e e i m e n t o , e m l a r g a e s c a l a , de a ç u d e s c
n a p l a n t a ç ã o de a r v o r e d o em t o r r i ò de>-
les...»
0 d r . C o u t i n h o : « m o s t r a se f a v o r á v e l a
c o n s t r u c ç ã o de a l g u n s g r a n d e s a ç u d e s , <le
u m a e d u a s l é g u a s de e x t e n s ã o , (pie s e r f o
c o n s i d e r a d o s c o m o c e n t r o s de a b a s t e c i m e n -
t o , s e n d o p a r a e s s e h m esoolhid/is l o c a l i z a
des convenientes.»
O dr. B u a r q u e de M a c e d o : « N ã o conhe-
ço p a i z n e n h u m d o m u n d o o n d e se t e n h a
p o d i d o m o d i f i c a r o r e g i m e n d a s c a u s a s na
t u r a e s , q u e s ã o a s ú n i c a s i n e v i t á v e i s . . . I'e' 135 *
— 25—
mente, n ã o s ã o e s t a s que m a i s a c t u a m n a
provincia do Ceará.
Referindo-se á s m e d i d a s m a i s p r ó p r i a s
a serem t o m a d a s , a c c r e s c e n t a
«As m a i s u r g e n t e s , n ã o h a d u v i d a r , s ã o
os a ç u d e s , a e s t r a d a de ferro de I.ía tu ri té.
Os que conhecem o s s e r t õ e s d o n o r t e s a b e m
que a m e d i d a pela q u a l m a i s p u g n a o ser-
t a n e j o é a c o n s t r u c ç ã o de um a ç u d e n a s u a
localidade.
C r e i o que n ã o e x a g g e r o l e m b r a n d o que
se p o d e r i a m c o n s t r u i r cerca d e 2 o o a ç u d e s n a
p r o v i n c i a d o C e a r á , c o m c a p a c i d a d e n ã o in-
ferior a l o o milhòns de l i t r o s e c o m o d e s -
pendio de dez mil c o n t o s . »
0 d r . A l v a r o de O l i v e i r a : " B ' d o s açu-
des que d e v e m o s t r a t a r ; n ã o em n u m e r o
de 5 ou 0... Os a ç u d e s d e v e m ser f e i t o s n o s
Valles d o s rios, n o s s i t i o s , n a s f a z e n d a s , em
todos os p o n t o s do sertão...»
Na representação e n v i a d a a o g o v e r n o
" n p e r i a l pelo I n s t i t u t o , e n t r e o u t r a s medi-
das indicadas, destaca-se: "construir, quan-
to a n t e s , n o interior d a p r o v i n c i a d o C e a r á
e
o u t r a s a s s o l a d a s pela sêcca, r e p r e s a s n o s
1
' o s e a ç u d e s n a s l o c a l i d a d e s que p a r a esse
fim f o r e m m a i s a p r o p r i a d a s . "
A n t e r i o r m e n t e , o d r . A n t o n i o de M a c e -
do e o s e n a d o r P o m p e u t i n h a m e s c r i p t o
(
' u a s e r u d i t a s m o n o g r a p h i a s em que a con-
s
trucção da grande e pequena açudagem
er
a r e c o t n m e n d a d a c o m o b a s t a n t e p a r a re-
solver o p r o b l e m a .
A C a m a r a c o m p r e h c n d e que, t a l a n d o
e m a ç u d a g e m c o m o uni d o s m e i o s de se
obter a g u a p a r a a s necessidades d a lavou-
ra e d a industria pastoril em u m a r e g i ã o
c o m o a de q u e me v e n h o o c c u p a n d o , é d o
m e u d e v e r p r o v a r q u e e s t a r e g i ã o n ã o é des-
f a v o r e c i d a p e l a q u e d a de c h u v a s .
A C a m a r a v a e v e r q u e , t o m a d a s a s me-
dias quinquentiacs dos invernos do Ceará
(o m a i s secco d o s E s t a d o s d a b a c i a d o S .
F r a n c i s c o ) , a a l t u r a d a c h u v a c a b i d a é mui-
t o superior á s necessidades da s u a v i d a pas-
toril e agricola.
E assim que t e m o s de 1 8 5 o a 1 8 5 5 as
medias seguintes :
C o n v é m s a l i e n t a r que, de 1 8 4 9 a 1 8 7 7 ,
s ó d u a s vezes a m é d i a a n n u a l foi i n t e r i o r a
l . o o o i n i l l i m e t r o s ; e m 1 8 5 7 , de 8 8 . 1 m i l í -
m e t r o s ^ em 1 8 7 4 de 8 5 5 milliiuotros.
S e r á c u r i o s o , sr. p r e s i d e n t e , p a r a me-
l h o r d e s t a c a r o s c a p r i c h o s d o n o s s o regi-
men c l i m a t é r i c o , g r u p a r o s a n n o s d i l u v i a -
es, quíisi t ã o c a l a m i t o s o s c o m o a s m a i o r e s
seceas.
A s s i m é que t i v e m o s :
Fortaleza 28 1 . 4 8 9 m|m
Queluz ( M i n a s ) 1 1.40o »
T a t u h y (S. P a u l o ) 1 1 898 »
Barbacena (Minas) 1 1.342 »
Itabira do C a m p o 1 1,3oo »
Cuyabá 3 1.166 »
R i o de J a n e i r o 30 1.123 »
—28
S. Petcrsburgo 4:12
Vienna [ A u s t r i a ] 440
Londres
Marselha [»} °
622
;>
Berlim -
Stockolmo
)32
Malaga
538
Christiania
538
Paris
579
Palertuo '
583
Copenhague
002
A ho ( E H a n d i a )
Bareelona
Hobart-Town (Tasmania) 010
Stuttgart
Pékin <»20
Toulouse <J~<»
Ediniburgo
Metz bGO
Lisboa <» ;î8
(U>r
Dijon »
7 0 0
Cabo(Africa)
Hruxellas ~23
4-0
Dublin
Nancy
Lannaston
O . (Tasmania) 7<>o
TOA
78 4
Kuao
777
<»and
785
H orna
821
Genève
822
Montpellier 802
l'adua
902
•\lanchester
931
l'iorença
—30
Turim 954
Milão 907
Lauzanne 1.021
Bogotá 1.107
B.Arthur 1.143»
Besaneon 1.163
Taiti 1.210
Nantes 1.303
Ceará 1 31 õ
Génova 1.345
8. Cerque.. 1.345
Buenos-Aires 1 . 3 !•>
Sandwich...' 1.400
Nieolaie*'. 1.59»
Bergen !>.>•>
l i ' p o s s í v e l (pie se o b j e c t e s e r e m a s me-
d i a s r e f e r i d a s l i m i t a d a s á c h u v a c a b i d a no
l i t t o r a l e t e r r a s e o n v i z i n h a s , f i c a n d o o inte-
rior, mesmo nos annos mais f a v o r e c i d o s ,
muito aquém daquellas cotas. Não c o n t e s -
t o o f a c t o , a n t e s o confesso, sr. Presidente,
com o i n t u i t o lealmente p r o m e t t i d o de tra-
z?r á C a m a r a o m a i o r n u m e r o d e i n f o r m a
ções, p a r a melhor e x a m e d a m a t é r i a .
E ' a s s i m (pie, s e g u n d o o s d a d o s q l i c
passo á s m ã o s dos coilcgas, t ã o b o n d o s o *
em escutar-me, a média verificada no obser-
v a t ó r i o de O u i x e r a m o b i m , d u r a n t e seis an-
n o s , é a penas* de 6 5 1 , 6 mil. M a s h a a n o t a r -
p r i m e i r o , q u e esse p e r i o d o c o m p r e h e n d e u 1 , u
g r a n d e e u m a p e q u e n a s e c c a s ; segundo,qj"-^
a i n d a ' a s s i m , t s t a média é m u i t o s u p e r i o r a ' < •
1 6 E s t a d o s e territorios que f o r m a m a 1
g i ã o a r i d a e s e m i a r i d a d a 1 ' n i ã o American« •
A TABF.I.LA DETALHADA DE OUIXERAMORIM É A SEOUINTE
E s s e s d a d o s m o s t r a m , sr. Presidente,
que naquella extensa zona n ã o h a escassez
de c h u v a s ; h a , s i m , u m a d e m o r a d a e s t i a -
g e m q u e n o r m a l m e n t e se p r o l o n g a p o r s e t e
m e z e s 110 s e r t ã o , e c i n c o a seis mezes 110 l i t t o -
r a l , d u r a n d o o i n v e r n o q u a t r o mezes a p e -
n a s ; accreseendo a i n d a que as c h u v a s cabi-
d a s n e s s e e s p a ç o de t e m p o s ã o i n c o n v e n i e n -
t e m e n t e d i s t r i b u í d a s . M u i t a s vezes a c o n t e -
ce (cti t e n h o t e s t e m u n h a d o o t a c t o ) u m a o u
duas chuvas bastarem p a r a fazer transbor-
d a r e m t o d o s o s r i a c h o s c r i o s . sem p r o v e i t o
p a r a a s p l a n t a ç õ e s , e m q u a n t o (pie u m e x -
eellente i n v e r n o c r i a d o r , a b u n d a n t e e t a r t o ,
não chega s i q u e r a encher os p e q u e n o s l a g o s
e x i s t e n t e s n a s f r a c a s depressões d a s cha-
padas.
Conhecido o relevo do solo sertanejo,
sua impermeabilidade, a miséria da vegeta-
ç ã o d o s ta boieiros, o declive destes p a r a o tal-
w e g dos rios e dos n o s ainda m a i s aceentua-
(iamente p a r a o mar,denunciando um tranco
regimen t o r r e n c i a l , c l a r o é , s r . p r e s i d e n t e , que
a n a t u r e z a está indicando a o homem que o
ú n i c o m e i o de r e t a r d a r a p r e c i p i t a ç ã o d a s
a g u a s é fazer a açu d agem onde e c o m o for
possível.
O S r . J . J . R e w a s s i m se e x p r i m e a res-
p e i t o d a i m p e t u o s i d a d e d a s e n c h e n t e s 110
norte :
«O s u p p r i m e n t o de a ^ u a , p r o v i n d o de
c h u v a s , é, em r e g r a , a b u n d a n t e : a q u a n t i -
d a d e de a g u a q u e o v a l l e d o l a g u a r i b e rece-
be a n n u a l m e n t e é m u i t o s u p e r i o r á s ncccssi-
'> n
— —o. i
e u a m e n t e r e s t i t u í d o a o p r i m i t i v o leito, o
o c e a n o , a e c r e s c e n d o que o h o m e m n a d a ou
p o u c o m a i s de n a d a teu» leito p a r a a p r o v e i -
t a r - s e d o g u e a P r o v i d e n c i a lhe concede, as-
s e g u r o q u e a q u e s t ã o se reduz a o s limites de .
d i s t r i b u i ç ã o cie a g u a s , p o i s fica n o s r a i o s
d o t r a b a l h o de e n g e n h a r i a » .
P o r t a l f ô r m a d e m o n s t r a d o , sr. Presi-
dente, (pie na z o n a a s s i m f l a g e l l a d a perio-
dicamente a s scccas raramente d u r a m mais
de d o i s a n i i o s ; v e r i f i c a d a a p o s s i b i l i d a d e
de reter a s a g u a s p l u v i a e s alli c a b i d a s ein
a b u n d a n c i a n o s i n v e r n o s r e g u l a r e s , resta
e x a m i n a r a s v a n t a g e n s dahi resultantes, e
eu <> tarei c o m o e x e m p l o d o q u e se h a obti-
d o em r e g i õ e s de c l i m a m u i t o m a i s i n g r a t o
q u e p r a t i c a m a i r r i g a ç ã o p o r meio» de poços,
a ç u d e s c catiacs.
C o m e ç a r e i pelos l i s t a d o s U n i d o s .
A n t e s d a c o n s t r u e ç ã o d a e s t r a d a de f e -
r o , t o d o o c o m m e r c i o d o K a n s a s , entre o
A t l â n t i c o e o P a c i f i c o , e r a f e i t o pela velha
e s t r a d a de r o d a g e m de S a n t a F é , a t r a v é s
d o g r a n d e d e s e r t o a m e r i c a n o , cujas» planí-
cies i n f i n d a s , v a r r i d a s pelo v e n t o impetuo-
so e mortífero, l e m b r a v a m o S a h a r a e s t é r i l -
Quem q u e r q u e v i s i t a s s e a q u e l l a reiiiáo.ja-
mais poderia suppor que terra t ã o destav°
r e c i d a p a s s a s s e d a p h a s e p a s t o r i l em q ' , e
s e m p r e t i n h a p e r m a n e c i d o . P o u c o e pouco,
p o r é m , á m e d i d a q u e a c o n s t r u e ç ã o d a es-
t r a d a c a m i n h a v a , a idéa d a p o s s í v e l fertm."
d a d e d a z o n a cotnçou a t o m a r v u l t o , c i " 1 '
l h a r e s de d o l l a r s f o r a m i n f r o c t i f e r a m e n t L
despendidos no a p r o v e i t a m e n t o d a s a g u a s
d o rio A r k a n s a s , que n a s c e n a s m o n t a n h a s
R o c h o s a s . V e r i f i c a d o , p o r é m , q u e o r i o se-
c e a v a q u a n d o a a g u a era m a i s preciosa, o
d e s a n i m o n ã o a b a t e u o s a u d a c i o s o s enipre-
h e n d e d o r e s d o a r r o j a d o t e n t a m e n , e, em
1 8 8 0 , a i r r i g a ç ã o com a a g u a do sub solo
c o m e ç o u a ser e x p e r i m e n t a d a . A s b o m b a s ,
a c c i o n a d a s pot m o i n h o s de v e n t o , c o m e ç a -
r a m a t r a z e r d o f u n d o d o s i n n u m e r o s po-
ços, p e r f u r a d o s em g r a n d e p a r t e d a r e g i ã o ,
a a g u a destinada a fazer a sua prosperida-
de. Os f a z e n d e i r o s a b a n d o n a r a m a m a n i a
de c u l t i v a r g r a n d e s e x t e n s õ e s e a t i r a r a m - s e
resolutamente á polyeultura com o mais
n o t á v e l sueeesso. li' v e r d a d e (pie a a p r e n d i -
zagem custou muitos sacrifícios ; mas a
c o m p e n s a ç ã o n ã o se fez e s p e r a r , e a z o n a ,
d e n t r o em p o u c o , t o r n o u - s e n o t á v e l pelo
crescimento d a s s u a s a r v o r e s e riqueza d a s
s u a s c u l t u r a s . Os m o i n h o s c u s t a m de 1 0 0
a 2 0 0 d o l l a r s . A c c i o n a d o s p o r v e n t o ordi-
n á r i o , enchem u m r e s e r v a t ó r i o (de t e r r a o u
m a d e i r a ) de 7 3 p o r 1 5 0 pés c 0 de p r o f u n -
d i d a d e , em d o u s d i a s . U m m o i n h o e um re-
s e r v a t ó r i o d ã o a g u a s u f f i e i e n t e p a r a irri-
g a r de 1 0 a 2 0 acres. O sueeesso de ( i a r d e n
C i t y ( n o m e d a d o á c i d a d e p o r u m desconhe-
eidn, que, p a r e c e n d o m u s o n h a d o r , foi p r o -
Pheta) teve a mais l a r g a repercussão,deter-
m i n a n d o u m a s a l u t a r e benéfica i m i t a ç ã o .
O C o l o r a d o é outro exemplo frisante
' ' o s m i l a g r e s d a i r r i g a ç ã o . l i ' s a b i d o que en
tre o s l i s t a d o s d a s t e r r a s a r i d a s este é u m
d o s m e n o s f a v o r e c i d o s , b a s t a n d o dizei* que a
c h u v a a n u u a l c alli de 1 7 5 m i l l i m e t r o s . Ter-
reno a r e n o s o , estéril e r o c h o s o , onde só
b r o t a v a m c a c t u s e p l a n t a s m i s e r á v e i s , era
pelos n a t u r a e s c h a m a d o ; com j u s t i ç a i o es-
quecido d a \ ' a t u r e z a .
Solo absolutamente s a f a r o , a opinião
g e r a l s ó o j u l g a v a p r o p i c i o á v i d a de c e r t a s
p l a n t a s , c a p a z e s de m e d r a r no deserto,
t a l c o m o e r a c o n s i d e r a d a a q u e l l a v a s t a ex-
t e n s ã o d o oeste. O C o n g r e s s o de I r r i g a ç ã o ,
d i s c u t i n d o a s d i v e r s a s faces d o p r o b l e m a ,
viu a s s u a s resoluções a p p r o v a d a s pelo
p o v o e s a n c c i o u a d a s pelo 1 C o n g r e s s o Fede-
r a l , que expediu o a c t o de 1 7 de j u n h o de
1 0 0 2 , estabelecendo, c i a r a e positivamente,
q u e o d i n h e i r o p r o v e n i e n t e d a - v e n d a das
t e r r a s p u b l i c a s seria a p p l i c a d o n a c o n s t r u -
e ç ã o de b a r r a g e n s , r e s e r v a t ó r i o s c canaes,
p a r a serem u s a d o s na i r r i g a ç ã o d o s distn-
c t o s á r i d o s d o oeste, ( i r a ç a s a e s t a e a ou-
t r a s providencias já anteriormente toma-
d a s , a t e r r a m a l d i t a t o r n o u - s e proporá e
fecunda, e os F s t a d o s assim m e l h o r a d o s
(Montana, Idálio, W y o m i n g , C o l o r a d o ,
F t a h , N e v a d a . A r i z o n a , N o v o M é x i c o , os
dtítts D a k o t a s , K a n s a s , C a l i f ó r n i a , Washin-
g t o n , O r e g o n , Oklehotna e ' T e x a s ) adq 1 ' 1 !?"
rartl u m a i m p o r t â n c i a e x t r a o r d i n á r i a , P 1 ' 1 "
a u g m e r . t o d a p r o d u e ç ã o • r a p i d e z assom-
b r o s a d o seu p o v o a m e n t o .
Cm c a n a l t r a z i d o de 6 0 m i l h a s <1° r , í
C o l o r a d o beneficiou o v a l í c d o s u e s t e ' '
C a l i f ó r n i a , e dezenas de m i l h a r e s de poe"'
37—
c o m p l e t a r a m a o b r a e c o n o m i c a e civiliza-
d o r a . C o n f o r m e refere L e r o y Reanlieu, cm
onze desses l i s t a d o s , onde a c o l o n i z a ç ã o só
começou d e p o i s de ISTO, n ã o se e n c o n t r a -
v a , nessa é p o c a , pelos três milhões de kilo-
m c t r o s q u a d r a d o s , ' m a w que 0 0 0 . 0 0 0 habi-
t a n t e s , d o s q u a e s ">(>0.000 sé mente n a C a -
l i f o r n i a , p a r a onde a s m i n a s de o u r o t i n h a m
a l t r a h i d o , desde o niciado do século, u m a
i m p o r t a n t e i i u m i g r a ç à o . O s 4 3 0 , 0 0 0 restan-
tes e r a m d i s t r i b u í d o s pelos o u t r o s dez l i s -
tados.
Ivm ISSO a p o p u l a ç ã o d a m e s m a r e g i ã o
n ã o p a s s a v a de 1 , 7 0 7 . 0 0 0 a l m a s , d a s (pia
es 9 0 3 . 0 0 0 f ó r a d a C a l i f o r n i a . J a em 1 S 9 0
esta c i f r a e l e v a v a - s e a 3 . 1 0 2 . 0 0 0 h a b ó a n
tes, p a r a a t l i n g i r cm 1 0 0 0 a 4 . 0 9 1 . 0 0 0 h a -
b i t a n t e s . liste etfectivo h u m a n o , c o n t i n u a
L e r o y Bcaulieu, r e l a t i v a m e n t e f r a c o , j á tem
obtido resultados surprchcndentes.
Ani v i v e m n o v e milhões de b o v i n o s e
c a p r i n o s , e m a i s de 3 3 milhões de c a r n e i r o s
A i r r i g a ç ã o estendeu-se p o r 2 0 0 0 . 0 0 0 hccta
r
e s e a s c o l h e i t a s p r o d u z i d a s em 1 8 0 9 a t t i n -
g i r a m a o v a l o r de 4 3 . 7 . 0 0 0 . 0 0 0 de trancos.
' m acre de terra p o b r e n ã o v a l e m a i s de
1 0 0 d o l l a r s , e m q n a n t o (jue a m e s m a q u a n -
' ' d , i d e de t e r r a i r r i g a d a , c o m o acontece na
C a l i f o r n i a , vende-se p o r 1 . S 0 0 d o l l a r s , asse-
1
S a r a n d o u m a p r o d u c ç f i o quinze a v i n t e ve-
maior do que a das regiões que depen-
dem exclusivamente das chuvas. Segundo
dados publicados em 1 9 0 0 pela repartição
respectiva, a proporção das terras irriga-
«
das e das denominadas melhoradas—im-
proved Innri 6 a s e g u i n t e : N e v a d a , onde a
q u a n t i d a d e de c h u v a a n i m a l n ã o excede de
2 0 0 millimetros, 88% d a s terras m e l h o r a -
d a s s ã o i r r i g a d a s ; no Wvornitig, 8 0 % ; em
A r i z o n a , a p r o p o r ç ã o e de 7 2 % ; no C o l o r a -
d o 7 1 % ; no N o v o Aíexico, 0 2 % ; no IHali,
(»1%.
Jim M o n t a n a , onde a q u a n t i d a d e de
c h u v a c a h i d a é um p o u c o m a i o r e melhor a
sua d i s t r i b u i ç ã o , e s t a p r o p o r ç ã o é a i n d a de
5 V/t ; e no I d á l i o , c u j a p a r t e de noroeste
c o m p r e h e n d e a l t a s e n c o s t a s onde a s nuvens
d o G r a n d e Oceano sé veem c o n d e n s a r , cila
desce a 4 3 % .
S o b r e 2 . 8 6 3 . 0 0 0 d o l l a r s , que valliam
em 1 8 9 9 a s c o l h e i t a s do N e v a d a , 2 . 8 5 3 . 0 0 0
p r o v i n h a m d a s t e r r a s i r r i g a d a s . No Colo-
r a d o , que tem a p r o d u e ç ã o a g r i c o l a mais
i m p o r t a n t e da zona a r i d a ( e x c e p t u a d o s o*
listados do Pacifico), 1 5 . 1 0 0 . 0 0 0 dollars
d o s seus p r o d u c t o s , s o b r e 1 6 . 8 i 5 0 . 0 0 0 , f°*
raui colhidos n a s t e r r a s i r r i g a d a s em uma
p r o p o r ç ã o d o 9 0 % . No A r i z o n a , Utah,
W y o m i n g , a p r o p o r ç ã o d o v a l o r d a s co-
lheitas p r o d u z i d a s p e l a s m e s m a s t e r r a s era
e g u a b n e n t e s u p e r i o r a 9 0 % ; em M o n t a n a .
a t tingi a 7 0 e no I d á l i o (50%. Na C a l i f ó r n i a ,
a i n d a que a s t e r r a s i r r i g a d a s n ã o f o r m e " 1
m a i s que um o i t a v o do e o n j u n e t o d a s ter-
r a s m e l h o r a d a s , o v a l o r d o s p r o d u c t o s obti-
dos sobre as primeiras attingiam a ma's
d o terço d o v a l o r t o t a l : 3 3 míHirtes de dol
l a r s s o b r e 9 3 milhões e meio.
O n u m e r o d o s a g r i c u l t o r e s que se entre-
g a m á i r r i g a ç ã o n a z o n a a r i d a e r a de
1 0 2 . 8 1 0 , em 1 8 9 9 , c o n t r a 5 2 . 5 8 4 , d e z a n n o s
a n t e s . A s superfícies i r r i g a d a s p a s s a r a m , n o
m e s m o decciiriio, de 1 . 4 3 0 . 0 0 0 a 2 . 9 0 5 . 0 0 0
hectares.
Quanto a percentagem da producção.as
vantagens da irrigação são extraordiná-
r i a s . No C o l o r a d o um h e c t a r e i r r i g a d o d á
1 9 h e c t o l i t r o s de t r i g o , m a i s que a m é d i a
o111 F r a n ç a , s e n d o que neste m e s m o l i s t a d o
o s r a r o s h e c t a r e s de t r i g o c u l t i v a d o sem ir-
r i g a ç ã o n ã o p r o d u z e m m a i s que cinco he-
c t o l i t r o s e meio. 0 que e s p a n t a , p o r é m , e
c h e g a r m o s á e v i d e n c i a de que a s d e s p e s a s
c o m t o d o s os s e r v i ç o s de i r r i g a ç ã o r e a l i z a -
dos até 1 8 9 9 attingiram apenas a
0 4 . 2 8 0 . 0 0 0 d o l l a r s . c i f r a i n f e r i o r a 30'/t d o
valor das colheitas dos terrenos irrigados.
P a s s e m o s á Austrália, onde o clima,
c o m o se s a b e . é d o s p e i o i e s .
Os p o ç o s a r t e s i a n o s a h i , q u e r públicos,
q u e r p r i v a d o s , a t t i n g i r a m em 2 0 a n n o s a
m a i s de 2 . 0 0 0 . R x c e p ç á o de V i c t o r i a , elles
teein p r e s t a d o , em t o d a s a s o u t r a s colonif.s,
a l a v o u r a e á in ' n s t r i a p a s t o r i l , o s m a i s
a s s i g u a l a d o s b e n e f í c i o s , r e s o l v e n d o , p o r as-
sim dizer,o p r o b l e m a a g r í c o l a d a q u e l l a d e s -
f a v o r e c i d a r e g i ã o . D a s d u a s b a c i a s .artesia-
nas, ahi e n c o n t r a d a s , a m a i o r e a m a i s
a b u n d a n t e é a que e s t á c o l l o c a d a no f l a n c o
"ocidental d a cadeia c h a m a d a «Pividing
Range».
1,'stendc se p o r u m a superfície d u a s v e -
zes maior do que a Franca e com prebende
uma larga parte das províncias de Queens-
latíd, da Nova («alies do Sul e da Austrália
Meridional. O preço da perfuração dos po-
ços varia conforme a natureza do sub solo,
a sua profundidade, c o maior ou menor
afastamento das estações dos caminhos de
ferro ou portos duvides, sendo que estas
duas ultimas condições representam obstá-
culos que muito encarecem alli a eonstru
eeão de taes obras. No «Par-West», por ex-
emplo, c preciso contar com d e s p e s a s exces
sivas, devido á carestia dos transportes, lei-
tos em costas de camellos. Pôde se, porém,
avaliar o custo médio de um poço em 25 a
50 mil francos. A duração dos trabalhos
não é menos variavel. O poço de Willii, ''i11
Nova Galles, tem 'SOS metros de profundi-
dade. Dez operários abi trabalharam, sob a
direcção dc um contra mestre, durante 7(
dias. Fm operário ganha de 10 a lõ francos
por dia, sendo as despesas da a l i m e n t a ç ã o
por conta do empreiteiro. Actualmente «>
Oueensland possueOOO poços públicos e pi1
vados, dos quaes 028 jorrantes. A proíutv
didarle total desses poços é de ,'!27 kilome-
i r o s e o fornecimento liquido diário de
1.750.192 metros cúbicos. Na Austrália M''
ridionál os poços estão extraordinariamen
te disseminados. Alguns dcjjes são n o t á v e i s
por sua produeção.
O d e C o w a r d , p o r exemplo, dá 2 . 1 ' ;
metros cúbicos p o r dia. Na Austrália Occi-
dental a bacia artesiana é p o u c o e x t e n s a e
p r o d u z e m d i a r i a m e n t e 0 3 1 . 7 4 1 m e t r o s cú-
bicos. C o m o os de Q u c e n s a l a n d , elles torne
cem a principal r e g i ã o c r i a d o r a d a A u s t r a -
l i a 2 8 3 1 . 0 3 3 m e t r o s c ú b i c o s p o r d i a , ou se-
j a m 8 0 9 . 4 0 5 . 5 4 3 metros cúbicos por anuo.
0 p o ç o m a i s p r o f u n d o é O (k U i m o r a k u n ,
que a t t i n g i u á p r o f u n d i d a d e de 1 . 5 3 9 me
t r o s , c o m a i s r a s o c o de M a u í r e d D o w u s ,
s i t u a d o egualmcnt.e no O u c e n s l a n d , c o m .">
m e t r o s a p e n a s . O m a i s a b u n d a n t e c <> de
K e r r i b r e e , em X o v a tiallcs, que dá um sup-
primento equivalente a 7 . 9 4 5 . 0 0 0 litros
p o r d i a . E s t e s d a d o s f o r a m c o l h i d o s em u m
a r t i g o m u i t o i n t e r e s s a n t e que o S r . P a u l
P r i v â t Dcsehanel le/, p u b l i c a r n a «Génie Ci-
vil» q u a n d o r e g r e s s o u da m i s s ã o que o g o -
v e r n o írancez lhe c o n f i o u p a r a e s t u d a r o
a s s u m p t o n o p a i / a que me v e n h o referindo.
A l e g i s l a ç ã o que r e g u l a a m a t é r i a é m a i s
<»u m e n o s a m e s m a em t o d a s a s c o l ô n i a s
a u s t r a l i a n a s . G u a n d o se t r a t a de um p o ç o
p u b l i c o , o E s t a d o fixa a s u a c o l l o c a ç ã o me-
d i a n t e i n q u é r i t o . J a m a i s elle recusa solit a ç ã o
p a r a t a l fim, q u a n d o p e d i d a p o r d o i s t e r ç o s
d o s h a b i t a n t e s de um d i s t r i c t o , si represen-
t a m t a m b é m d o i s t e r ç o s da p r o p r i e d a d e
d a s t e r r a s c u l t i v á v e i s . D e t e r m i n a d a a collo-
e.ação, o g o v e r n o estabelece u m a t a x a espe-
eial a perceber s o b r e os p r o p r i e t á r i o s a
quem o s p o ç o s vem a p r o v e i t a r e põe o s t r a -
b a l h o s cm c o n c o r r ê n c i a , O p r o p o n e n t e f o r -
nece o s u t e n s í l i o s e a m ã o de o b i a ; é o g o -
— 42—
1775 34.000
1810 130.000
1812 149.000
1819 201.170
1835 240.000
1857 480:000
1860 504.000
hectarrs
T 25
1 revo
30
Ccreacs
Cevada
10
Trigo c cevada mistura-
35
dos
100
Dentre 1 0 0 h e c t a r e s , um q u a r t o recebia
c u l t u r a s de e s t i o e o u t o n o , s e j a :
hnctare»
Em milho...' 13
Em sésamo 0
Em algodão 6
25
A c t u a l m e n t e 1 0 0 h e c t a r e s de b o a s ter-
r a s d o Delta podem' ser c u l t i v a d o s d o m o d o
seguinte:
bert.irfs
M i l h o , u m a secção de t r e v o
e algodão 33
Cereaes 33
Favas 17
Trevo 17
100
Despesa t o t a l , n ã o c o m p r e h e n -
didos os impostos 10.400
k e c c e i t a p a r a u m a superlicie de 1 0 0 lie
et a r e s :
1 " C o l h e i t a de m i l h o s o b r e 3 3 hec-
t a r e s , d e d u z i d a a d e s p e s a de
armazenagem 2.723
2" Trevo cultivado junto ao mi-
lho ( 3 3 h e c t a r e s ) 3.030
30 Algodão (33 hectares) 27.087
1 " C o l h e i t a de c e r e a e s ( 3 3 hecta-
res) 8,115
>">" F a v a s ( 1 7 h e c t a r e s ) 3.805
Trevo, deduzida a ração dos
animaes 1-0
L o c a ç ã o a o c a m p o n e z de 8 he-
c t a r e s c- 5 0 a r e s , a 1 0 0 f r a n -
cos o hectare 850
Receita total 47.830
D, (luzida a d e s p e s a do. 10.400
Saldo 27.830
C a n n a d o p r i m e i r o a n u o , despe-
s a s de c u l t u r a 7.000
C a n n a d o s e g u n d o a n u o , despe-
s a s de c u l t u r a . . 3.600
T e r r a s em r e p o u s o (2 hectares)... 3.600
C u l t u r a nili L chetoui sobre 40
hectares 3.100
Amortização das eonstrucçõcs c
d o s m a t e r i a e s , etc 1.100
Despesa t o t a l , n ã o c o m p r e h e n d i
15.400
d o s os i m p o s t o s
Receita p a r a u m a superfície de 1 0 0
hectares :
C a n n a s d o p r i m e i r o a n no, c o m -
p r e h e n d i d a s a s f o l h a s , 0 8 to-
n e l a d a s a l õ frs., 7 5 c a d a
uma 21.792
C a l i n k s d e s e g u n d o a n u o (com-
prehendidas as folhas no va-
l o r de 1 2 f r s . , 1 0 ) 3 8 t o n e l a -
d a s a 1 5 frs., 7 5 c a d a uma... 12.218
P r o d u c t ò d a s c u l t u r a s d o nili e
ckctom.: 12.100
1-0.110
!
' n r a o R i o de J a n e i r o 50$000
" a Bahia 71$000
" o Bará 117$000
P a r a a v a l i a r a dilferença, b a s t a r á at-
tender a que pelos fretes conveneionaes es-
— M
t a s d i s t a n c i a s p a g a r i a m respectivamente
1S$, 2 1 $ , 3 5 $ , 00$, e 70$0()0.
Um t a r d o d e x a r q u e , que p a g a a c t u a l -
m e n t e d o R i o t h a n d e á B a h i a 1 $ 2 0 ( ) de
i r e t e , p o r GO k i l o s , p a s s a r á a p a g a r , n ã o o b s -
tante as vantagens da bonificação, 2 $ 2 2 0 .
Um sacco de a s s u e a r , que o u t r o s vapo-
res t r a n s p o r t a m d a B a h i a p a r a o Ri<>
G r a n d e p o r 1 $ 2 0 0 a l$J-00, p a s s a r á a pa-
g a r 2 $ 2 2 0 , o u s e j a 2 2 , 2 % d e seu v a l o r .
De r e r n a m b u e o á B a h i a a i n d a é p o s s i v e l
t r a n s p o r t a r u m s a c c o de a s s u e a r a o f r e t e
de $ 5 õ ( ) a $ 0 0 0 p o r 0 0 kilos, pela t a r i f a
n o v a d o Lioyvl este frete, inuifo e m b o r a a
b o n i f i c a ç ã o de 5 0 %, t e r á de p a g a r 1 $ e $ 8 L 0 .
U m a c a i x a de a g u a mineral, que de qual-
q u e r p r o c e d ê n c i a d a E u r o p a p a g a 1 $ , pas -
s a r á a p a g a r d o Rio p a r a o s p o r t o s do
norte, 4 $ 0 0 0 ,
P a r a a l g u n s d e s t i n o s a ditferença
frete será de tal o r d e m , q u e h a v e r á vanta-
gem em i m p o r t a r a m e r c a d o r i a extrangeit'f •
I m a g i n e v . e x c . , s r . P r e s i d e n t e , <p' c ^
m i l h o o u f e i j ã o , p o r e x e m p l o , p a g a d e tretc
d o Rio d a P r a t a a o P a r á , p o r kilos : 1.000.
Total 7c7l$8<)0
Pois bem, o frete que o L l o y d pretefj1''
sendo de 1 1 7 $ , d e i x a r á á i n t r c a d o r i a c N '
t r a n g e i r a um s a l d o de 1 5 $ 2 0 0 .
O mesmo acontecerá com a farinha de
trigo, que p a g a apenas 2 5 $ de direitos, com
prejuízo d o s moinhos aqui existentes, assim
com o assucar, si a m a n h ã o pudermos v a -
lorizar de mais 2 $ por sacco, a g g r a v a n d o a
j á t ã o preearia sorce da l a v o u r a da canua.
t) curioso, porém, sr. Presidente, é que
o L l o y d , tendo iniciado as viagens p a r a o
Rio d a P r a t a e N o v a - Y o r k , a o s 'Vetes re-
duzidos dos vapores estrangeiros, caso vin-
guem as n o v a s tarifas, q u a n d o algum dos
seus paquetes partir p a r a qualquer (laquei-
les destinos, com escala pelos p o r t o s na-
eionaes, ou delles regressar nas mesmas con-
dições, a desegualdade será por tal modo
impressionante (pie n ã o resisto ao desejo
de exemplifical-a p a r a melhor comprehen-
são dos meus eollegas, li' assim que um v a -
por do L l o y d irá a o Rio d a P r a t a e lá car-
regará p a r a :
E EFECTIVOS HE CARGA :
Toneladas Pessoas
1 vapor 4.000 4-0 q-!20$000
1 " 3.100 41 S:030$000
8'500$000
1 " 2.000 40
1 " 2 . 4 0 0 3 0 """"."Z sÍ3ÍH)$000
1 2.100 38 N;040.f000
1 1.300 Q'( 7:2!)0$ooo
1 800 32 7:100$000
1 700 32 .. .. 7:100$000
1 capitão;
1 piloto ;
2 machinistas;
0 marinheiros;
A s d e s p e s a s c o m a t r i p u l a ç ã o de tnn
v a p o r a l l e m ã o de 5 . 0 0 0 t o n e l a d a s a t t i n g e
a 5 : 5 0 0 $ , e m q u a n t o , c o m o a C a m a r a viu,
u m v a p o r n a c i o n a l de 7 0 0 t o n e l a d a s a p e -
nas, é o b r i g a d o a u m a despesa mensal da
m e s m a especie e q u i v a l e n t e a 7 : 1 5 0 $ 0 0 0 .
U m v a p o r i n g l e z de 0 . 5 0 0 t o n e l a d a s de
c a r g a e 3 . 2 0 0 t o n e l a d a s de r e g i s t r o , tem
em média 2 0 p e s s o a s de t r i p u l a ç ã o , orçan-
d o o s s a l a r i o s , m a i s ou m e n o s , n a s e g u i n t e
base:
S o m m a reis 9:450$000
R e q u i s i ç ã o de c a r r o , a 2 $ 5 0 0 p o r
tonelada 10:000$000
Capatazias 10:000$000
72
De m o d o s r . P r e s i d e n t e , q u e u m s a e c o
de a s s u c e a r , que p a g a de frete d e N a t a l a
S a n t o s 9 0 0 r é i s , d e s p e n d e , s ó p a r a p a s s a r pe-
l a s D o c a s $ 0 0 0 r é i s , o u s e j a m m a i s de d o i s ter-
ç o s d o t r a n s p o r t e n u m p e r c u r s o d e 1.4-00
milhas.
P a r a melhor deixar a impressão dos
g a s t o s a que é o b r i g a d a a n a v e g a ç ã o , t o -
m e m o s u m v a p o r de 7 0 0 t o n e l a d a s de c a r -
g a c l i e c t i v a , c a r r e g a n d o 1 1 . 5 0 0 s a c e o s de a s -
s a c a r de 0 0 k i l o s . C a l c u l a n d o m e s m o o f r e t e
v a n t a j o s o de 1 $ , a s u a r e c e i t a b r u t a c d e
1 1 : 5 0 0 $ , d o s q u a e s 3 0 (A s ã o e n t r e g u e s á s
D o c a s p o r um serviço m o r o s o , e 7 : 1 0 0 $
mensalmente despendidos com a s u a tripu-
lação. Incluindo c a r v ã o , reparos, pratica -
g e m , e i m p o s t o s de t o d a o r d e m , d i f f k i l s e r á
d i z e r o n d e a c a b o t a g e m t e m e n c o n t r a d o ele-
m e n t o s de v i d a .
K m S a n t o s , s r . P r e s i d e n t e , t c e m a na-
v e g a ç ã o e a l a v o u r a u m i n i m i g o q u e é pre-
ciso c o m b a t e r com a mais vivaz e n e r g i a -
T e n h o e m m ã o s , s r . P r e s i d e n t e , /I Tribuna
Santos, q u e , d e p o i s de h i s t o r i a r o s e s f o r ç o *
e m p r e g a d o s j u n t o á R e c e b e d o r i a de R e n d a *
e d a Intendência M u n i c i p a l . n o sentido ('e
permittir embarcar cm dia feriado c r e s c i d o
n u m e r o de s u e c a s de cate, a s s i m se e x p r i m e :
«Noticiámos os embarques, dêmos con-
t a d e t o d o e s s e a c c õ r d o ; e, q u a n d o e s p e r á -
v a m o s n o t i c i a r h o n t e m o e m b a r q u e de, p e ' °
menos, 1 0 0 . 0 0 0 saccas, c a h i m o s de s u r p r e * - ' 1
a o v e r i f i c a r q u e e s s e e m b a r q u e t i n h a sid ( )
limitado a 5 5 0 saccas, da firma NossacU*
73-
m o d o de r e a l i z a i o a m e l h o r g a r a n t i a d a
nossa integridade.
N ã o e s e n s a t o j x m s a r em i i n m i g r a ç ã o
p a r a o extremo norte, onde o europeu não
p o d e r á v i v e r s i n ã o d e p o i s (pie o . s e r t a n e j o
h o u v e r , jx\los a n n o s em f ó r n , m o d i f i c a d o o s
r i g o r e s de u m c l i m a i n g r a t o e m o r t i t e r o ;
m a s é u r g e n t e , d o b r a de s a b e d o r i a e de p a -
triotismo, preparar e melhorar n luateria
prima destinada a garantir, não importa
q u a n d o , a f o r m a ç ã o de um t y p o n a c i o n a l ,
c o m c a r a c t e r e s d e f i n i d o s c c o m m u u s . (Juer«>
a i m m i g r a ç ã o em l a r g a e s c a l a d i s s e m i n a d a ,
t a n t o q u a n t o f o r p o s s i v e l , s e d e n t á r i a e es-
t á v e l p e l a s v a n t a g e n s q u e p o s s a m o s o flore-
ççr a o e x t r a n g e i r o que p a r a a q u i v e n h a tra-
b a l h a r e p o s s u i r á s nossas terras, preferidas
a s raças m a i s a p t a s a o c r u z a m e n t o ; m a *
quero t a m b é m a colonização nacional onde
o e x t r a n g e i r o n ã o puder e n c o n t r a r no meio
p h y s i c o c o n d i ç õ e s de p r p s q x n i d q d e e d e v i d a .
P o r t a l f ô r m a p o s t o o p r o b l e m a , desenvpl
v i d a s a s n o s s a s v i a s de c o m mu n i e a ç ã o ter-
r e s t r e e m a r í t i m a , n ã o é p h a n t a a i a , s r . I' 1 ' 1 '
sidente, s o n h a r com unia g r a n d e p a t r i a , h a -
b i t a d a por um s ó p o v o l a l a n d o a mesma
formosa língua portugueza.
P e r d o e - m e a C a m a r a o h a v e r J h e to-
m a d o o t e m p o p r e c i o s o e, a o d e i x a r e s t a
t r i b u n a , q u e , : 1 1 a me p e r m i t i a o g r a t o e 0 1 ' "
s o l o de a c r e d i t a r q u e f e d e r a ç ã o é s y n o n i n " >
de l r a L e r n i d a d c , e a s u a o b r a t ã o p á t r i o t , c a
j á i u a i s nos a r r a n c a r á aquelle a n g u s t i o s o e
d ^ f f c s p ç r a d o g r i t o , a p o s t r o p h e e l o q u e n t e de
um g r a n d e p a r l a m e n t a r , que p o r a q u i pas-
s o ti n a s l u l g u r a ç ò e s de um r a r o t a l e n t o
p r e m a t u r a m e n t e r o u b a d o á s g l o r i a s d a tri-
b u n a e a o serviço d a Nação. Peior do que
c a m i n h a r q u a r e n t a a n n o s no d e s e r t o é che-
g a r á terra d a p r o m i s s ã o e ter saudades do
d e s e r t o . (Muito bem; muito bem. 0 orador
é vivamente felicitado. Palmas no recinto).
O* Í<J
Fallecimento da Rainha
I). M A R I A I, M A E D E I). J Ü À O V I E
E U N E RA E S R E C O M M E N D A D O S NA CA-
I» I T A N I A D O R I O C, R A N D E D O N O R '1 E
COPIA
Eni t a - m e a i n d a r e s p o n d e r o officio n. 9
<jue V S " me dirigiu e m d a t a de 1 1 do c o r r e n -
te. i n f e l i z m e n t e s e verificou a infausta noticia
«la morte d a A u g a s t i s s i m a S n r a R a i n h a D *
M a r i a P r i m e i r a pela qual m a n d a E i Rei N o s -
s o S e n h o r q u e se f a ç ã o t o d a s a s d e m o n s t r a -
ç õ e s d<* tristeza q u e sAo d e estillo e m occasi •
õ e s s e m e l h a n t e s e q u e o lu. to ha de ser de
um a n n o p o r seis m e z e s r i g o r o s o e seis alivia-
do. V S « pois se r e g u l a r á pelo q u e se praticou
no f u n e r a l d o S r . Hei I). J o s é P r i m e i r o , segun-
d o c o n s t a da nota i n d u z a , a s s i g n a d a pelo E s -
c r i v ã o d a J u n t a d a R e a l F a z e n d a , Maximia-
no F r a n c i s c o D u a r t e , s e n d o a d e s p e z a dirigi-
da e feita pelo P r o v e d o r d a F a z e n d a dessa
C a p i t a n i a . — A s h o n r a s Militares e a s partici-
p a ç õ e s a t o d a s a s C a m a r a s f a z e m - s e logo que
se r e c e b e r a noticia, m a i s no dia d a s exequia>
d e v e r á p o s t a r - s e a c o m p a n h i a d e l i n h a na
porta d a I g r e j a c o m a s a r m a s e m funeral, e
no fim d o o f f u io d a r á trez d e s c a r g a s c o m p ' e
t a n d o - s e estn a c t o c o m h u m a s a l v a da f o r t a -
leza de í i tiros. Deus Guarde a V S * R f , t e >
3 1 d e m a i o d e 1 K 1 6 . C a e t a n o Pinto de Miran
da Montenegro.
— 81 —
I l W S e n r , S e b a s t i ã o F r a n c i s c o de M i g o
e P o v o a s . — F s t 4 c o n f o r m e i A i r a 1 mhuro
d c Oliveira,
F u n e r a l do S r . 1 ) . J o s é P r i m e i r o .
P a g o a o P a d r e Miguel Pinheiro
F e r r e i r a , por P a r t e da M a t r i z d o
Rio Cirande p a r a p a g a r o s e r m ã o , o-
fhcioe musica. 93*720
Idem a André do R e g o Barros
de f a z e r e cobrir a l i ç a c o m todo o
asseio a sua custa 25*000
ídem a Agostinho Cardoso Bo-
telho de 2 a 8 li» de c e r a b r a n c a 53*°°°
152*320
Maximiano Francisco Duarte, Hm 5 de
S e t e m b r o de 1 7 7 7 .
ÇÃO DO NOSSO A u t i U S T I S S I M O
P o r q u a n t o pala feliz c o r o a ç ã o d o N o s s o
A u g u s t i s - u m o M o n a r c l r i S e n h o r D. J o s é o i
N o s s o S e n h o r q u e D e u s G u a r d e se d e v e m
ser e m to l is e s t a s c a p i t a n i a s á s d e m o n s t r a -
ç õ e s d e a l e g r i a e m s e m e l h a n t e s o c c a s i õ e s cos-
tumadas, ordeno ao Provedor da Fazenda
R e a l d a C a p i t a n i a d o R i o ( i r a n d e f a ç a naquclja
c i d a d e c o m o a l v o r o ç o p o s s í v e l a celebridao 1 -
d a dita c o r o a ç ã o e m a n d e a s s i s t i r com o di-
nheiro q u e fòr n e c e s s á r i o p a r a ella e a despes- 1
que se tizer s e r á l e v a d a em conta d o Almo-
xarife d a F a z e n d a R e a l daquella Capitania ql":
der de seu r e c e b i m e n t o . R e c i f e 1 5 de A g ° s t °
de 1 7 5 2 .
E tinha a rubrica corn que costuma ru-
bricar o Illmo. e E x m o . S e n r Governador
Capitão General de Pernambuco, L u i z J o s é
Correia de S á . Cumpra-se e registre-sc C i -
dade de Natal 28 de Agosto de 1 7 5 2 — F r e i t a s .
R E G I S T R O D E UMA P O R T A R I A DO S N R .
GOVERNADOR DE PERNAMBUCO L U I Z J O S É C O R -
IMAGENS DOS S A N T O S R E I S P A R A A C A P E L L A DA
FOR NECESSÁRIO.
RIO G R A N D E DO NORTE
PARTE II
, CATALOlip DOS JOKNAKS PUBLICADOS
NO KK) GRANDE.Do NORTE
1832-1908
(fONTINUANDO 1«) VOL. IX, PA«. IOu)
N ã o t e m o s a preterição de c o m p e t i r com
os eméritos jornalistas do e s t a d o , e muito me-
nos terçar a n o s s a p e n n a em matéria que n ã o
s e j a a d o nosso p r o g r a m m a ; entretanto, nos
e s f o r ç a r e m o s p a r a m a n t e r na i m p r e n s a a pru
dencia, c a l m a e d e c e n c i a e n s i n a d a s pelos (pie
f a z e m d elia o seu t r o p h ê o de gloria.
D e s p r e s a n d o c o m p l e t a m e n t e a s questões
'pessoaes e a p o l e m i c a soez, p r o s e g u i r e m o s em
n o s s o c a m i n h o , p r o c l a m a n d o a o s q u a t r o can-
tos da terra a s u b l i m i d a d e da R e l i g i ã o E v a n -
gélica, aniHineiando-a e f a z e n d o - a conhecida
dos que d e s e j a r e m sentir os seus beneficos
efiei tos.
H o j e , que v e m o s em n o s s o paiz levan-
tar-se bem alto o e s t a n d a r t e s a c r o d a s liber-
d a d e s sob a é g i d e de um g o v e r n o essencial-
mente democrata ;
H o j e , que v e m o s o n o s s o E s t a d o m a r c h a r
p r o g r e s s i v a m e n t e p a r a o m e l h o r a m e n t o mo-
ral e intellectual, a s s e g u r a n d o a liberdade de
c o n s c i ê n c i a , c o m o g a r a n t i a e f f i c a z de nossa
Carta Constitucional, vimos d e s a s s o m b r a d a -
m e n t e p r e s t a r a o s n o s s o s c o e s t a d a n o s , con-
f o r m e a e s c a s s e z de nossos i d e a e s , um p e "
q u e n o serviço, m o s t r a n d o - l h e s o c a m i n h o d a
L u z e da V e r d a d e , t r a ç a d o pelo D i v i n o Mestre.
C e r t o s da b e n e v o l e n c i a de n o s s o s leitores
d a m o s hoje á luz da p u b l i c i d a d e " O S é c u l o ,
que, em sua pequenez, s a b e r á a c a t a r aos qi"'
b o n d o s a m e n t e lhe d e r e m um b r a d o de a n i m a -
ção, d e s p r e s a n d o s o l e m n e m e n t c os m á u s q u C
t e n t a r e m e m b a r a ç a r a sua m a r c h a trium-
phante.
S i r v a m , p o r t a n t o , estas linhas de apresen-
t a r ã o de nosso humilde periodieo, que espera
ser bem acolhido por seus collcgas, afim de
bem proseguir nas lides da imprensa poty-
guar".
v
(70) Perten.cViu« ao iVmmcndador Joaquim r^nacio Pereira
':id<>festet,.v,- nin «Kiabc-lucimonto cojnroereiiil
92-
"ESBOÇO
u 7 - I O TA GARELL. /—1896.
118—PERALTA—1896.
Jornalzinho de rapazes, principalmente
redigido e impresso por Firmino Cabral, que,
não tondo prelo, compunha-o pacientemente
com typos soltos.
12 2 — O TREM— 1896.
124-O PLANETA—1896.
M a i s um pequeno jornal litterario, que
a
ppnreceu em meiado de Abril.
125-0 JUNOCULO-1896.
í 26- A ONÇA -1896.
NASCIMENTO. F A L L E C I MENTO.
C a m p i n a s — S . Pau- Belém—Pará.—
l o — 1 4 de J u n h o de 16 de S e t e m b r o de
1839. 1896.
E seguem-se, distribuídos pelas 4 p a g i n a s
da polyantéa, bons artigos e poesias sobre o
immortal auctor da Guarany, occupando a
r* pagina o seguinte :
1
"APIACERE...
«
- y«---
%
130 - O (;UARACY--iZ96.
Periodico quinzenal; de pequeno formato,'
publicado pela primeira vez no dia 7 de N o -
vembro, ' ' •
131-0 JA C O JUNO—1896.
S o b a responsabilidade de. L u i z Peixoto e
Theophita iMarinho, distribuiu seu 1 " n. no dia
1 5 de Novembro..
1 3 : i - A RR/R UNA- j 897 - 1 9 0 4 .
O r g a m dâ a s s o c i a ç ã o " C o n g r e s s o L i t t e -
r a r i o " , a p p a r e c e u , simples revista quinzenal, no
dia 21 de Abril de 1897, tendo como redactor-
£hefe— jfosc' de' 1 Vi veiros, redrictor-sëcretario---
E z e q u i e l W a n d e r l e y , e redactores—Manuel
Coelho, F r a n c i s c o P a l m a e ' A n t o n i o Marinho.
E s t é s dizeres' do frontispício ô ç c u p á m
très quadro^, f o r m a d o s por linhas horisontaes
c perpendiculares no altb da i' 1 pagina, no
dos q t i a e ^ ' l ö se ainda b seguinte Conceito de
Victor H u g o : " F a l a r , escrever", imprimir é
publicar silo círculos áuccessivos á intelli -
gencia activa ; s ã o e s s a s as o n d a s s o n o f o s a s
do p e n s a m e h t o " ; e no do centro, sob um livro
aberto, que separa as palavras'' -Revista quin-
zenal— a phrase latina : Fiat Lux.
A b r e com este bem e l a b o r a d o artigo de
Antonio M a r i n h o sobre T i r a d e n t e s :
"21 DE A B R I L
vtuíurci.tNito
P o r é m de teu divino p e n s a m e n t o
Medrou, cresceu o cândido rebento
N o collo a m i g o desta patria immensa.
1897—José Viveiros,
Ezequiel W a n d e r l e y ,
Manuel Coelho, *
Francisco Palma,
Antonio Marinho.
1 8 9 8 — 9 9 — J o s é de Viveiros,
Manuel Coelho,
Ovidio F e r n a n d e s ,
Francisco Palma.
Augusto Wanderley,
AntonioMarinho,
Ezequiel W a n d e r l e y ,
J o s e Pinto.
1 8 9 9 — 1 9 0 0 — A n t o n i o Marinho, •
Ezequiel Wanderley,
Jloracio Barretto,
J o s é Pinto,
Francisco Palma.
1900—01—Ezequiel Wanderley,
J o s é Pinto,
H . Castriciano,
Ovidio F e r n a n d e s ,
Manuel D a n t a s .
1901—02—-Director—Ezequiel Wanderley,
S e c r e t a r i o — J o s é Pinto,
Editor—Augusto C. Wanderley,
1902— 0 3 — D i r e c t o r — G a l d i n o L i m a ,
Secretario—Sergio Barretto,
Editor—Augusto C. Wanderley.
1 9 0 3 — 0 4 — D i r e c t o r - P i n t o de Abreu,
— 106 -
Secretario—Ezequiel Wander-
ley,
G e r e n t e — J o s é de Viveiros,
R e d a c t o r e s — G a l d i n o L i m a , An-
tonio S o a r e s , P e d r o Avelino,
Honorio Carrilho, S e b a s t i ã o F e r -
nandes.
N o s dous últimos annos A Tribuna dis-
tribuia-se mensalmente ; m a s não só nestes,
c o m o nos anteriores, nunca publicou todos os
números do p r o g r a m m a , pois no primeiro fo-
ram publicados 23, inclusive os 3 de simples
periodico ; 23 no segundo, 18 no terceiro, 1 5
no quarto, 7 no quinto, 9 no sexto, 5 no septi-
mo e 4 no oitavo. O ultimo numero foi distri-
buído no dia 1 2 de Outubro de 1904.
A Tribuna, depois que passou a ser re-
vista p r o p r i a m e n t e dieta, foi impressa na ty-
p o g r a p h i a Centrale por fim na d O Século.
F a z i a m parte da r e d a c ç ã o e collaboração
d A Tribuna os mais conhecidos litteratos d a
terra, e s e j a - m e permittido o b s e r v a r de pas-
s a g e m que foi ella, ao expirar o século p a s s a d o
e c o m e ç a r o actual, o centro de todo o n o s s o
movimento intellectual e a legitima represen-
tante da litteratura indigena.
1 3 4 - O I T O DE SETEMBRO—\897"
1907.
R e v i s t a catholica de 8 p a g i n a s , circulou
pela primeira vez nesta capital na tarde d o
dia 8 de S e t e m b r o de 1897, a p r e s e n t a n d o - s e
ao publico nos seguintes termos :
parodoxo, o disparate.
C o m o q u e r q u e s e j a , p u b l i c a ç ã o diaria ou
s e m a n a l , ellé dizia-se " o r g a m d o Batalhão de
Cupido e é de ver o a p r u m o e a g r a ç a com
que o commandante dos batalhadores do n-
oS
m o r d a v a - l h e s n a s c o l u m n a s d c seu o r g a m
respectivos detalhes.
E s t e periodico e os dous anteriores, O
Tagarella (numero único publicado por J o s é
P a c h e c o Dantas), O Phonographo e O Ma-
chinista, de que falamos acima, eram im
presso:? em uma pequena typographia propri
edade de F r a n c i s c o Ferreira de Araujo, mon-
tada á rua " 1 3 de Maio" (hoje "Fr< i Migueli-
nho") e depois vendida para a cidade do Assú.
139-O EDEN-1897.
Periódica litterario. noticioso e critico, pu-
blicou seu i ( ) numero a 15 de Setembro com o
seguinte p r o g r a m m a :
" E ' a imprensa, essa filha magestosa de
Guttemberg.que tem dei envolvido mais a civi-
lização, que tem concorrido para o engrande -
cimento da litteratura e para o progresso da
instrucção.
Sim, é ella o facho de luz viva e brilhante
que tem sempre illuminado os cerebros de to-
das as nações ; é ella que tem conquistado dia
a d i a e palmo a palmo o terreno do aperfeiçoa-
mento da litteratura ; ò ella emfim que tem tra-
balhado incessantemente em prol do saber.
C a d a século que passa, cada dia que des-
apparece no a b y s m o insondável do tempo, a
instrucçao caminha a passos enormes, verda-
deiramente gigantescos e sempre mais pujante
e mais forte.
E ' hoje que surge entre os astros mais ra-
• - 1.16--
"TRÊS SÉCULOS
f
25 de. Dezembro de 1 5 9 7 - 2 5 os Oezemiiio de 1897
130-
"7 D E SETEMBRO
H a dias g r a n d e s na Historia
<>ue v a l e m aeculos de luz,
T r i u m p h o s q u e se a s s e m e l h a m
Vos s a c r i f í c i o s da c r u z !
144 RA RO—1898.
T a m b é m publicado em fins de Setembro.
145- A CA TITA—1898--99,
Pequeno orgam noticioso, foi distribuído
182
L i t t e r a r i o e noticioso.
150 —A ESPORA-
P e q u e n o j o r n a l infantil.
1899.
1 5 1 — GAZETA DO COMMERCIO
—1901—08.
N u m a f e s t a s i m p l e s de i n a u g u r a ç ã o , na
qual tomaram parte representantes da i m -
prensa local e d a s sociedades litterarias e ou
tras p e s s o a s g r a d a s desta cidade, sob a dire-
c ç ã o do conhecido jornalista P e d r o Avelino,
distribuiu a Gazeta seu primeiro numero no
dia i " de Outubro de 1 9 0 1 com o seguinte bem
elaborado artigo, em que traça o intelligente
jornalista o seu p r o g r a m m a :
«VOTOS E PROMESSAS
•
E de dever e estylo no jornalismo ser ô
primeiro artigo do numero inaugural de qual-
quer folha c o n s a g r a d o á e x p r e s s ã o do seu
p e n s a m e n t o dirigente, que é traçado nas suas
linhas g e r a e s com a c c e n t u a ç ã o especial e por
modo que as idéas que teem de servir de eixo
e elemento vital ao novo c a m p e ã o sejam ahi
e n f e i x a d a s n u m a f o r m a précisa e clara e em
ordem a constituírem em syr.these uma d e -
c l a r a ç ã o formal de intuitos e um c o m p r o m i s s o
inequívoco para com o publico, E ' a isso que
se c h a m a com propriedade—dizer a que vem.
Km linguagem jornalística, c h a m a - s e a esse
e s c r i p t o o p r o g r a m m a da folha; outros cha-
m a m - n o - a r t i g o de a p r e s e n t a ç ã o .
D e qualquer modo e sob d e n o m i n a ç ã o
qualquer, neste escripto o que queremos è
d i z e r a q u e v e m a G A Z E T A DO COMMERCIO.
N ã o temos nenhuma velleidade de neste
artigo dizermos coisa nova que possa produzir
a mais p a s s a g e i r a i m p r e s s ã o n o s q u e n o s lerem.
Dizer a p e n a s sobre os desígnios da nova
folha é e x a c t a m e n t e o que v a m o s fazer.
T r a ç a r e m t e r m o s precisos e de modo
c o m p r e h e n s i v e l a s linhas de a c ç ã o do jornal
<]ue hoje surge, d a n d o a e s s a e n u n c i a ç ã o de
p e n s a m e n t o a i m p o r t a n c i a e a f o r ç a de um
p r o g r a m m a , é o que está com s i n c e r i d a d e ein
nossos intuitos.
T a n t o q u a n t o é permittido á c o n t i n g ê n c i a
h u m a n a , a d i r e c ç ã o espiritual d a GA/.ÜTA no
COMMERCIO a s s e g u r a o seu maior d e s e j o , o
seu m á x i m o e m p e n h o em d a r s i g n i f i c a ç ã o e
valor p r a t i c o a o s intuitos e x a r a d o s no seu ar-
t i g o de a p r e s e n t a ç ã o .
T o d o s s a b e m o s até que ponto pode attin-
gir o e s f o r ç o persistente e bem intencionado.
O h o m e m é s i m p l e s m e n t e o que pode ser
um h o m e m , por mais v i g o r o s a e a m p l a que
s e j a a sua e n v e r g a d u r a mental, por mais firme
e resistente que seja a sua t e m p e r a moral.
O s a c o n t e c i m e n t o s , que s ã o a e x p r e s s ã o
p r a t i c a e real da vida, é que f a z e m o h o m e m :
p o r q u e nos f a c t o s c o n s u m m a d o s residem a vir-
tude do e x e m p l o , a f o r ç a do e n s i n a m e n t o , a
íonte f e c u n d a d a s a b e d o r i a e, em sumiria, todo
o poder evolutivo e a m e s m a evolução, que
nos s u c c e s s o s de c a d a dia tem a sua f o r m a
tangível, delles tira a sua o r i g e m , a sua exis
tencia a b s t r a c t a e nelles p o r fim se fixa e con
cretiza.
A s o c i e d a d e é p a r a o individuo h u m a n o a
sua p r i m e i r a e mais p o d e r o s a c o n d i ç ã o de ex-
istência ; a f a s t a i - o d e s s e a m b i e n t e , d e s s e f ó c o
de ineluctavel poder de a t t r a c ç ã o é fulminai °
de morte, é eliminal-o v i r t u a l m e n t e cia vida.
N o s seres p e n s a n t e s n ã o "se com p r e b e n d e
a vida de outro modo, isto é, fóra da socieda-
de, que c o seu estado natural.
O homem tem na sociedade dos si milha n-
tes o meio existencial para que foi talhado.
D e s s a com mu nhã© e para ella somente vive,
pois na existência collectiva e s t ã o o fim imme-
diato e o destino dos indivíduos.
N i n g u é m pôde furtar-se á s influencias do
meio onde exerce a sua actividade. T o d o s os
esforços que cada um por si desenvolve na lu
cia pela vida obedecem principalmente ás cor-
rentes de idèas do seu tempo e do seu meio,
e a tendencia innata de todo ser pensante nor-
mal é de modelar seus actos pelo pensamento
da maioria e regular suas a c ç õ e s de modo que
ellas venham a ser acceitas e a g r a d a v e i s aos
contemporâneos.
U m jornal, c o m o instrumento de propa-
g a ç ã o de idéas, é um o r g a n i s m o vivo e corno
tal sujeito á s leis de evolução que lhe s ã o pró-
prias e de que é o meio factor principal, o mais
activo e eflieaz.
Ü periódico de uma g r a n d e capital é cla-
ro que obedece em sua orientação a influen-
cias mais c o m p l e x a s e mais extensas, a facto
r
es mais enérgicos e mais exigentes do que a
modesta folha d a s pequenas cidades de provín-
cia. Nesta differença nota se a p e n a s a relati-
vidade, que é a única iei absoluta nas coisas
da vida. O cpie, porem, é fóra de toda contro-
vérsia razoavel e sensata é que subsiste, tanto
Para òs j o r n a e s dos g r a n d e s centros, como
Para os da mais obscura localidade, a m e s m a
a que n ã o podem fugir, que são—os facto-
res mesologicds, n u m a mais intima relação, e
a influencia g e n e r i c a <lo espirito d a e p o c h a .
S i o h o m e m é um producto lídimo do seu
t e m p o e do seu meio, c o m o unidade social, os
o r g ã o s de publicidade s ã o de f a c t o o r e f l e x o
da o p i n i ã o publica e do p r o g r e s s o material e
moral das sociedades.
O r a , s i e s t a s idéas s ã o e x a c t a s e r e a e s c o m o
o curso f o r ç a d o que teem nas mais a d i a n t a d a s
civilizações, r e v e s t i d a s da f o r ç a d a s d e m o n s -
t r a ç õ e s irrecusáveis d a s c i e n c i a , é de rigor ló-
gico concluir que um p r o g r a m m a de jornal,
c a l c a d o m e s m o nos mais honestos e puros di-
c t â m e s de espirito recto e bem f o r m a d o , n ã o
p o d e ser entendido fora d a lei m a t e r que re-
gula os o r g a n i s m o s s u s c e p t í v e i s de e v o l u ç ã o .
U m p r o g r a m m a n ã o pode ter a fixidez p a r a
d a d a s r o c h a s o c e a n i c a s , f r i s a n d o entre a s on-
d a s o c o n t r a s t e v i v o do movimento*com a eter-
na p a r a l y s i a dos c o r p o s i m motos. N ã o pôde
t ã o pouco r e p r e s e n t a r , na e s p h e r a agitada d a s
i d é a s , o s y m b o l o m y t h o l o g i c o do silêncio.
O jornal tem que se a d a p t a r á s situações
c r e a d a s p e l e s s u c c e s s o s diuturnos, e a sua pa-
l a v r a de o r d e m , em f a c e dos a c o n t e c i m e n t o s ,
m e n o s tem que o b e d e c e r á lettra dos p r o g r a m -
m a s do que á o r i e n t a ç ã o s u g g e r i d a pelas
o c c o r r e n c i a s a c t u a e s , p e l a s razões de or-
d e m e pela p r e s s ã o d a s c i r c u m s t a n c i a s do mo-
mento. P r o c e d e r d i v e r s o é a n e g a ç ã o formal
de toda r a z ã o e s c l a r e c i d a , é o f a n a t i s m o , q u C
n ã o raciocina, e x e r c i d o n u m a d a s . m a i s fe-
c u n d a s p r a t i c a s da intelligencia, e n t r a v a n d o a
m a r c h a p r o g r e s s i v a d o espirito.
N ã o transigir em princípios fundamen-
taes, onde repousa a estabilidade das leis or
g a n i c a s de uma sociedade, quando se não es
teja certo de sua melhoria, quer em moral,
quer em politica, c Iffever indeclinável de todo
representante de uma parcella que seja da opi-
nião conectiva. S ó áhí comprehendemos a i n -
transigência e a mais completa fidelidade aos
p r o g r a m m a s e aos princípios, porque nesses
casos oppugna-.se sob a égide de um direito
eoinmum, de um interesse superior e sagrado,
e nisto está a iüiprénsa exercitando a sua mais
nobre e mais civilizadora missão.
Quanto a p r o g r a m m a s , é éste o nosso
modo q é v e r é p e n s a m o s ' s e r á o da maioria dos
espíritos intelligentes, que se não Fossilizam
n'uma c e g a a d h e s ã o á lettra de compromis-
sos, e m b o r a seriamente lançados, sobre idéas
que tendem de mais em mais à perfectibilida -
de e á melhoria das condições sbeiaes do ho-
mem. . ' ' , , •
N o que se référé á imprensa jornalística,
n a q u i í l ó que tem cila <le mais syinpathico,
de mais util, de mais dignificador e fecundo,
de mais prestigioso e actual, còmo força in-
v ontrastavel, como elemento activo e podero-
so de civilização, a despeito de opiniões da
maior respeitabilidade, aliás, que vêem no
jornal, c o m o egrégio philosopho moderno, a-
penas um vehiculo de publicidade precário
e já em período de transição, nós, a p e s a r do
parecer tão acatavel desse eminente pensador,
* ainda nos m a n t e m o s e m b a l a d o s pela crenca
de que o jornalismo continua a ser, e por lar-
g o t e m p o ainda, na civilização universal, um
. a g e n t e de p r o g r e s s o d a mais incontestada
e f f i c a c i a , e, nç terreno d a s idéas, um meio
actual da mais c o m p r o v a d a vigência, do
mais indiscutível prestigio e d e u m a utilidade
cjue c o m p e n s a ainda, n u m a p r o p o r ç ã o bem
c o n s i d e r á v e l , os darnnos a que p o s s a d a r ori
g e m a sua a c ç ã o , no que tem de c o n d e m n a -
vel e m e n o s profícuo.
N o s p r o c e s s o s de maior v o g a que se offe-
recem aos l a b o r e s d a inteUigencia, no f o m e n t o ,
g e r a l da a c t i v i d a d e , na sua m a i s a m p l a com
prehensAo, a f u n c ç ã o do jornal m o d e r n o tem
uma influencia p o d e r o s a , e x t e n s a , p r o f u n d a e
decisiva, o c c u p a n d o l o g a r da m a i s a s s i g n a l a -
da d i s t i n e ç ã o no c o n c u r s o g e r a l dos espíritos
e m prol da p r o s p e r i d a d e m a t e r i a l e g r a n d e z a
m o r a l d a s n a ç õ e s . E que a i m p r e n s a figura
em primeira linha entre os e l e m e n t o s m a i s ci
vilízadores, c o m o um meio material de r á p i d a
d i f f u s Ao de i n f o r m a ç õ e s da mais fácil ácquisi-
ção, e c o m o i n s t r u m e n t o moral de e d u c a ç ã o
a o a l c a n c e e a o s e r v i ç o de t o d a s a s c l a s s e s , é
o que está fora de toda o b j e c ç ã o .
N A o p e r m i t t e m a s p r o p o r ç õ e s de um ar
tigo t r a t a r em mais l a r g o s d e t a l h e s d a a c ç ã o
c o m p l e x a do j o r n a l i s m o n a s s o c i e d a d e s hodi-
e r n a s ! A consciência universal é q u e a t t e s i a
q u a n t o de b e n e f i c i o se c o n t e m na m i s s ã o da
i m p r e n s a , e, individualmente, c a d a um por si
v e r i f i c a dia a dia até que ponto u t i l i z a o jornal,
c o l l a b o r a n d o na o b r a i m p e s s o a l d a cultura hu-
m a n a , n u m a e s c a l a d e que mal se p o d e m ava- *
liar a e x t e n s ã o e o a l c a n c e .
— 139
ceu em M a r ç o s o b a r e d a c ç ã o de Vital C a v a l -
cante, J o ã o G u a l b e r t o e Milton Carrilho.
i 53 -rAL//UM—1.902-103.
O r g a m do G r ê m i o L i t t e r a r i o " F r e i Mi-
guelinho", f u n d a d o nesta c i d a d e a 22 de S e -
t e m b r o do armo anterior, publicou seu primei
ro n u m e r o no dia 1 2 de junho de 1 9 0 2 c o m o
seguinte a r t i g o de a p r e s e n t a ç ã o :
tifica os g r a n d e s h o m e n s e os f a c t o s m e m o r a
veis que se a g i t a r a m á f a c e do p l a n e t a , no
c o m b a t e c o n s t a n t e e p r o d u c t i v o que a lei da
e v o l u ç ã o preside, d e s d e a s a f a s t a d a s e p o c h a s ,
a p e n a s d i v u l g a d a s pela p o d e r o s a lente i n d u -
otiva da s a b e d o r i a m o d e r n a .
O s novos methodos, e m p r e g a d o s p a r a o
c o n h e c i m e n t o , - tanto q u a n t o possível e x a c t o ,
da historia da terra e dos seus h a b i t a n t e s , d e -
ram s u r p r e h e n d e n t e s r e s u l t a d o s ; e j á hojey
a p p a r e c e , e v o c a d o pela v i s ã o s u b j e c t i v a dos
estudiosos, em d e s c o r t i n o bellissimo e g r a n d i
oso, o p a s s a d o inteiro d a n o s s a e s p e c i e , ins-
truído pelos seus feitos n o t á v e i s a t r a v e z dos
séculos j á s u b m e t t i d o s á a n a l y s e philosophiea,
p r e c u r s o r a i m m e d i a t a d a s leis q u e a s c i e n c i a
p r o p r i a m e n t e dita v a e c o d i f i c a n d o e que pri-
m e i r o s u r g i r a m no c e r e b r o genial dos b e n e m é -
ritos a p o s t o l o s d a e s p e c u l a ç ã o e d a h y p o t h e s e . .
E e s s e l e g a d o que ficou a o século X X °
v a s t o c o n h e c i m e n t o da historia d a h u m a n i d a -
de no t e m p o e no e s p a ç o ha de s r e n r i q u e
dido com r e g i s t r o s n o v o s de a c o n t e c i m e n t o s e
v i d a s que m e r e ç a m l e m b r a d o s na chronica do
mundo.
P o r toda p a r t e pulluiam, o r g a n i z a d a s e
mantidas por espíritos investigadores e sele-
ctos, a s s o c i a ç õ e s e s p e c i a l m e n t e d e s t i n a d a s á
p e s q u i s a de v e l h o s d o c u m e n t o s ; e nos util'- 1 '
s i m o s institutos d e a r c h e o l o g i a , historia,
og'raphia e e t h n o g r a p h i a é que v ã o , p r i n c i p a l -
mente, e n c o n t r a r o p r e c i o s o material de su-1
c o n s t r u c ç ã o os t r a t a d i s t a s d e s s e s q u a t r o ra
mos d a historia terrestre.
— 149- -
1 5 5 — O MA 1903 05.
O r g a m do G r ê m i o L i t t e r a r i o " 7 de S e -
t e m b r o " , sahia duas vezes por mez, em dias
indeterminados, sob a r e d a c ç ã o de Nascimen-
to F e r n a n d e s , J o s u é da S i l v a e L u i z S o a r e s .
N ã o pude obter o primeiro numero deste
periodico ; mas o seguinte periodo, do edito-
rial de um dos números que tenho sob as vis-
. tas, mostra c l a r a m e n t e os fins a que se pro-
punha :
"NOSSO PROGRAMMA
A REPUBLICA
ir>s—-
"A POSTOS
não fique s o m e n t e è m f e l i c i t a ç õ e s . . / é o q u e
temos a desejar".
E m breve, p o r é m , a o q u e p a r e c e , faltou
lhe e s s e apoio ; p o r q u e o n " i i, p u b l i c a d o a 7
de S e t e m b r o , foi o ultimo de 1908 e de sua 2*
phase.
N a s ultimas edições d ' ( ) POTVGUAR en-
c o n t r a m - s e estudos criteriosos s o b r e a s indi-
v i d u a l i d a d e s litterarias n ã o s ó de a l g u n s d o s
p r i n c i p a e s m e m b r o s da O/jicina, c c m o de J o a -
quim F a g u n d e s e j o s é T b e o p h i l o , i n e s q u e c í v e i s
obreiros dos f u n d a m e n t o s d e n o s s a litteratura.
p r o p a g a n d a d a s v e r d a d e s s u b l i m e s e d o s en-
s i n a m e n t o s p r o v e i t o s o s da n o s s a I n s t . ' .
A s s i m p r o c e d e n d o , n ã o f a r e m o s m a i s do
q u e c u m p r i r o d e v e r contido no a r t i g o 2 do
n o s s o E s t a t u t o f u n d a m e n t a l , que r e c o m m e n d a
aos OObr.'. — "a propaganda pela palavra, pe-
los escriptos e pelo exemplo".
D i z se abi que o j o r n a l seria p u b l i c a d o
s e m p r e que a s s i m o e n t e n d e s s e a O f f . ' . ; m a s
a t è a g o r a a p e n a s tem distribuído três n u m e
ros, e s t a m p a n d o no ultimo, s a b i d o a 23 de
O u t u b r o d e 1 9 0 5 , o retrato do dr. L a u r o S o -
dré, g r . ' . m e s t r . ' . da M a ç o n a r i a B r a z í l e i r a .
Era impresso na typ. d 'O Século e ra-
c o m m e n d a - s e pela nitidez de seu trabalho.
159 -A OFFICINA—1905.
R e v i s t a m a ç ó n i c a , p u b l i c a d a trimestral-
m e n t e s o b os a u s p í c i o s d a A u g . " . e B e n e m . ' -
L o j . ' . C a p . ' . " 2 1 de M a r ç o " , a o O r . d e N a t a l ,
distribuiu seu n u m e r o no dia 21 de Março,
ao c o m m e m o r a r - s e o 3 8 o a n n i v e r s a r i o da fun-
d a ç ã o d a m e s m a L o j . ' . , d a n d o o seguinte -
"EXPEDIENTE
A OFFICINA a s s i g n a - s e a 5 * 0 0 0 por
anno, p a g o s a d i a n t a d a m e n t e na S e c r e t . d a
L o j . ' . " 2 1 de M a r ç o " .
«DR. T A V A R E S D E L Y R A
(TRAÇOS H [QGRAI'I[ 1 c o s )
O dr. A u g u s t o T a v a r e s de L y r a n a s c e u
a o s 25 d e D e z e m b r o de 1 8 7 2 , na i m p o r t a n t e
c i d a d e d a M a c a h y b a , q u e è. t a m b é m a pátria
de A u g u s t o S e v e r o .
Eez, com brilhantismo, o curso de huma-
n i d a d e s n um dos p r i n c i p a e s collegios d o Re-
cife, onde, em 1 8 9 2 , b a c h a r e l o u - s e em scien-
cias,jurídicas e sociaes.
Voltando ao Rio G r a n d e d o Norte, abraçou
a c a r r e i r a da a d v o c a c i a e foi n o m e a d o , por
a c t o d ç 3 de M a r ç o de 1 8 9 3 , lente d c historia
d o A t h e n e u , c a r g o q u e serviu d u r a n t e algun^j
m e z e s , com i n v e j á v e l critério e e x c e p c i o n a l
competencia..
E l e i t o , no m e s m o a n n o , d e p u t a d o a o C o n - ,
g r e s s o E s ta doai, deixou de tomar parte nos
respectivos trabalhos, por ter sido posterior
mente escolhido pelo eleitorado norte-rio-gran-
dense para representar os seus interesses rio
C o n g r e s s o Nacional, onde, nas sessões de
1894 a 1903, S. E x . , quer na q ! ualidade de se-
cretario da Mesa da C a m a r a , quer na de Mem-
bro da C o m m i s s ã o de L e g i s l a ç ã o e Justiça e,
mais tarde, na de P e t i ç ã o c Poderes, deu pro-
v a s de alta c a p a c i d a d e e saber.
Pez parte da notável c o m m i s s ã o dos 2 1 ,
sendo nomeado para estudar e dar parecer so-
bre o projecto do Codigo Civil. C'abendo lhe
a parte relativa a contractos, S . E x . apresen
tou extenso e luminoso parecer, largamente
discutido pelos mais abalisados juristas da
commissão.
T e n d o sido offerecido á C a m a r a , pela de-
putação cearense, um projecto lesivo dos in-
teresses territoriaes do Rio G r a n d e do Norte,
o dr. T a v a r e s de L v r a impugnou-o v i t o r i o -
samente, escrevendo e publicando nessaocca-
sião uma synthese profunda dos accidentados
tramites do,litigio, intitulada :—Exposição so-
bre a questão de limites do Ceará e Rio (irou
de do Noite.
Ainda sobre este assumpto, publicou o
anuo passado, de collaboração com o dr. \ i-
cente de L e m o s , uma obra em dois volumes
sob o modesto titulo d e Apontamentos, onde
toda a matéria é estudada com extraordinária
penetração e largueza de vistas.
Eleito G o v e r n a d o r do E s t a d o a 14 de Julho
de 1903, prestou juramento e assumiu o exer-
-166 —
cio d o c a r g o a 25 de M a r ç o do a n n o p r o x i m o
findo, j u s t a m e n t e q u a n d o se a c c e n t u a v a a
m a i s t r e m e n d a crise c l i m a t é r i c a d e que ha no-
ticia entre nós.
E s t á na m e m o r i a d e todos a c o r a g e m , a
p r u d ê n c i a , o tino c o m que S . E x . e n f r e n t o u a
d o l o r o s a s i t u a ç ã o , a g i n d o de m o d o a m e r e c e r
os a p p l a u s o s de todo o E s t a d o .
E , n ã o o b s t a n t e a s i n n u m e r a s difficulda-
d c s do m o m e n t o , o d r . T a v a r e s de L y r a p ô d e
a g o r a a p r e s e n t a r a o s seus c o n t e r r â n e o s , sen-
s i v e l m e n t e m e l h o r a d a s , a s p r i n c i p a e s r u a s da
Capital.
S e r á hoje i n a u g u r a d o o J a r d i m P u b l i c o á
p r a ç a " A u g u s t o S e v e r o " , cujo s e r v i ç o de ater-
ro e d r e n a g e m r e p r e s e n t a g r a n d e e s f o r ç o e
d i s p ê n d i o ; e, com a i n a u g u r a ç ã o do J a r d i m ,
terá c o m e ç o a e x e c u ç ã o do c o n t r a c t o f i r m a d o
a 24 d e N o v e m b r o ultimo, pelo qual, em Abril
p r o x i m o , p a s s a r á a ser illuminado a acétyle-
ne todo o t r e c h o c o m p r e h e n d i d o e n t r e o quar-
tel de S e g u r a n ç a e a P r a ç a A n d r é de Albu-
querque.
E i s , em r a p i d a s y n t h e s e , os t r a ç o s g e r a e s
da b i o g r a p h i a do e m i n e n t e r e p u b l i c a n o a q u e m
os r i o s - g r a n d e n s e s p r e s t a m hoje a s m a i s ex-
pontâneas e merecidas homenagens.
1 6 3 — O TRABALIIO— 1905—07.
Quasi cinco mezes depois do assalto á
Gazeta tio Çommercio, sahiu de suas officinas,
em 14 de Julho de 1905, O Trabalho, pequeno
jornal que, dizendo-se a principio orgam litte-
rario-sentanal e tendo como redactor chefe
Antonio Coriolano, augmentou depois o for-
mato, passando a intitular-se orgam dos inte-
resses do f>ovo e a p u b l i c a r - s e tres vezes por
s e m a n a — n a s q u a r t a s - f e i r a s , nas sextas e nos
domingos —, sob a direcção mental e politica
de P e d r o Avelino e gerencia de Augusto Leite.
T i n h a como lemma de combate de um
lado do frontispício as palavras -Força, von-
tade e movimento, e do outro— Vivei e luetar :
e, como a Gazela, a quem substituiu, em-
quanto se concluíam os reparo? necessários
de suas machinas, fazia energica o p p o s i ç â o á
politica dominante no E s t a d o ;
Redactor-chefe A n t o n i o G l y c e r i o ; re
dactores R a y m u n d o Coelho", D i o g e n e s Pi
nheiro, G o m e s da S i l v a , A l v e s MipilSü e Jo-
sué da S i l v a ; editor J o a q u i m Rödti^'ücs ;
p r o c u r a d o r - M a l h e i r o de G o e s .
O primeiro f r u c t o da C o n f e r e n c i a A s s t i b a -
reira do R e c i f e no R i o G r a n d e d o N o r t e foi a
f u n d a ç ã o d a S o c i e d a d e A g r í c o l a , da q u a l O
Lavrador v a e ser o r g a m na i m p r e n s a e um dos
seus mais e f f i c a z e s meios de p r o p a g a n d a .
O p r o b l e m a da l a v o u r a é hoje um g r a n d e
p r o b l e m a nacional que interessa o f u t u r o do
Brazil, o seu p r o g r e s s o , a sua g r a n d e z a , p o r -
que a rjqueza d e um paiz se avalia pela pros-
p e r i d a d e da sua agricultura. A lavoura tem vi-
vido a b a n d o n a d a aos seus proprios e s f o r ç o s , o
que i m p o r t a dizer c o n d e m nada a e s s e e s t a d o
d e quasi ruina em que se vem d e b a t e n d o d e s d e
muito t e m p o e que só a n î î o matou d a vez.
porque este paiz é g r a n d e d e mais, o seu s o l o
é t ã o p r o d i g i o s o que, m e s m o a b a n d o n a d o s a ^
sua n a t u r e z a s e l v a g e m , e n t r e g u e s a m e t h o d o s
primitivos de cultura, os frite tos que nelle se
radicam continuam a v i v e r e a p r o s p e r a r .
F m todo c a s o , t e m o s a b u s a d o imprevi-
dontcmentc do destino, que j á nos tem c a s t i -
g a d o paternalmente, nivelando a s classes a -
gricolas numa penúria e x t r e m a , c o n s e r v a n d o
a nossa lavoura num atrazo de alguns séculos,
de modo que, a g o r a , s e r e m o s obrigados a dar
um pulo muito alto para a l c a n ç a r m o s a agri
cultura no estado de a d i a n t a m e n t o cm que se
acha noutros povos.
E ou d a r e m o s esse p a s s o decisivo, ou
iremos r e t r o g r a d a n d o para a ruina completa,
p a r a o e m p o b r e c i m e n t o definitivo, para a
morte da nação.
A S o c i e d a d e A g r í c o l a do R i o G r a n d e d o
Norte fundou-se com o elevado intuito de con-
g r e g a r a maior sotnma de esforços possíveis
em torno da nossa agricultura -e quando di-
zemos agricultura q u e r e m o s significar neste
termo generico tudo quanto se prende ao solo
ou delle se nutre, c r i a ç ã o e l a v o u r a — , esti-
mulando e n e r g i a s mortas, d a n d o c o m b a t e a c s
inimigos que a e x p l o r a m , guiando, a m p a r a n d o
e auxiliando os lavradores, pela p r o p a g a n d a ,
pelo conselho, pelo apoio moral e material d a s
c l a s s e s dirigentes, pela o b t e n ç ã o de melhora-
mentos, afinal, por tudo quanto possa desen-
volver a e x p l o r a ç ã o racional do solo, que é o
funda mento mais solido sobre que se possa
estabelecer a civilização e a fortuna publica.
l i a bem poucos a n n o s era quasi u m a uto-
pia f a l a r - s e do p r o g r e s s o agrícola em nossa
teria, porque, dizia-se, f a l t a v a m - n o s os dois
elementos e s s e n c i a e s de êxito n e s s a s e m p r e -
sas : instrucção e dinheiro. S e m d e s c o n h e c e r
e
s í a verdade, poderemos dizer que, em r e g r a ,
174-
prensa, e s p e r a n d o o concurso e a s y m p a t h i a
de todos que trabalham pelo p r o g r e s s o e pela
g r a n d e z a da P a t r i a .
(.) L A V R A D O R viza, sobretudo, a propa-
g a n d a e a defeza dos interesses agrícolas na
zona onde se exerce a actividade da sociedade
de (pie é o r g a m , tomando o logar que lhe com-
pete, e m b o r a m< (lesto, ao lado dos esforçados
c a m p e õ e s que se batem pela causa d a lavoura".
I m p r e s s o na typ. d O Século, a p r e s e n t a v a
O Lavrador no rosto da c a p a as seguintes
m a x i m a s , a n a l o g a s ao seu objectivo :
" A e x p l o r a ç ã o racional
do solo é o f u n d a m e n t o mais
solido sobre que se possa
estabelecer a civilização e a
fortuna publica".
Infelizmente, a p c z a r da c o m p e t e n c i a e
do esforço de seus patronos, da utilidade dc
seus intuitos, O Lavrador teve a p e n a s anno e
meio de existencia : em 1907, publicando um
só volume contendo os números correspon -
dentes aos mezes de J a n e i r o a J u n h o , suspen-
deu de uma vez a publicação.
168— O RLOCO—iço6—o8.
D i z e n d o - s e o r g a m d o Bloco, g r u p o de
r a p a z e s a l e g r e s desta cidade, e tendo no fron-
tispício c o m o l e m m a de a c ç ã o a s p h r a s e s —
Ridendo castigai moies, de um lado, e Tudo
que I grande começou pequeno, de outro, sal nu
esse interessante periodico á luz da publici-
d a d e no dia 29 d e J u l h o de 1906, " s o l c m m -
Zrindo assim -na e x p r e s s ã o de um de seus
chronistas—num estrondoso r a s g o . . . de cha-
leirismo estrondoso, a data anniversaria do
major C a z u z a Pinto.", ao que parece, a a l m a
dos bloqu islãs.
Apresentou se ao publico com o seguinte
"ARTIGO DE FUNDO
(SEM FUNDO, Q U A S I . . . )
Cheira á politica.
Mas, não é, ou, por outra, ainda n ã o é,
podendo vir a ser, porque, neste mundo de
meu Deus, ninguém diga- -desU' pão não co-
merei, nem desta agua não beberei...
— O (pie é o JUóco.'
P e r g u n t a m bem a quem n ã o sabe.
— E ' o o r g a m do B l ó c o , que é um mundo
em blóco...
Pode sahir delle muita coisa ruim ou muita
coisa boa. C o n f o r m e a s a n c i a s . . .
P o r ora, o B l ó c o é uma panellinha, onde
todos mexem com a p r e o c c u p a ç ã o sadia de
a m e n i z a r um pouco a s a g r u r a s da existên-
cia, pela f ô r m a que lhes parecer mais a g r a -
davel, sem preteneoes, sem pedantismos.
Quem quizer é assim ; quem não quizer
vá se pondo ao fresco, porque o Blóco é um
verdadeiro blóco.
S e v e r i d a d e e s e l e c ç ã o . na escolha dos
íi iteriaes p a r a essa c o n s t r u c ç à o cyclopica !
I s s o de belleza de cara, p o s i ç ã o , ri-
queza, m e s m o intellecto um tanto ou quanto
desenvolvido é c o n v e r s a fiada .
P o r é m , q u e m fôr de c a i x a s e n c o u r a d a s ,
quem fizer c a r e t a s a u m a f e i j o a d a , q u e m so-
f f r e r de h e m o r r h o i d a s no q u e n g o , (|uem n ã o
fôr c a p a z de d a r murro em p o n t a de f a c a ,
c h o r a r p o r uir. olho e rir pelo outro é q u e m
se metter a d e s t e m p e r a r a panellinha vá sa-
hindo de b a r r i g a . . . não f ô r m a .
E i s o que ò o B l ó c o !
Presentemente, é uma grande esphcra
b r a n c a , p o v o a d a de illusões.que v a e d e s l i z a n d o
s u a v e m e n t e pela e s t r a d a da v i d a dos (pie que-
rem c o m e r , b e b e r e s o n h a r !
Poderá tomar as côres rubras da guerra
e a f ô r m a de um projéctil iriçado de p o n t a s .
E n t ã o . . . tremam !
E está feito o p r o g r a m m a " .
"OS M A N D A M E N T O S DÒ "BLO
C O " S A O i2
170 -A EA OP l ÇÃO~ 1 9 0 6 - 0 7 .
T e n d o - s e fundado nesta cidade mais uma
loja m a ç ó n i c a s o b o titulo de " E v o l u ç ã o 2 ° " ,
foi s o l e m n e m e n t e r e g u l a r i z a d a no dia 1 7 de
O u t u b r o de 1906, publicando e m s e g u i d a A
Evolução, seu o r g a m na i m p r e n s a , que se
a p r e s e n t a com a s s e g u i n t e s
"PALAVRAS INICIAES
F a z e n d o o n o s s o a p p a r e c i m e n t o no mundo
jornalistico, c a b e - n o s o d e v e r de e x p r e s s a r , a
titulo de p r o g r a m m a , a l g u m a s i d é a s prelimi-
n a r e s e e l u c i d a t i v a s dos n o s s o s intuitos.
A n t e s de q u a e s q u e r outras c o n s i d e r a ç õ e s :
N ã o a m b i c i o n a m o s a gloria, e s t r a n h a á s nos-
s a s c o g i t a ç õ e s , de s e r m o s o interprete do sen
t i m e n t o m a ç o n i c o , neste Oriente.
O nospo fito é mais m o d e s t o : S o m o s sim-
p l e s m e n t e o o r g a m da a u g . ' . e r e s p . ' . loj.
" E v o l u ç ã o 2'^", que v e m de constituir-se nesta
capital,scb os auspícios do G r . ' . O r . ' . d o B r a z i l . .
I s t o significa que, l a b o r a n d o pelo ideal ma-
çonico, o b e d e c e m o s á s i n s p i r a ç õ e s de um núcleo
c i r c u m s c r i p t o de a d e p t o s d a gloriosa Inst.
que p r o c u r a d a r a o s seus a c t o s o c a r a c t e r
que lhes assig-nalam a s leis e o R e g . ' . G e r .
d a O r d . ' . . A l m e j a m o s seguir á risca os p r e -
ceitos que p r o m a n a m do nosso p a c t o f u n d a -
m e n t a l , de cuja o b s e r v a n c i a e s c r u p u l o s a bem
s e n t i m o s d e p e n d e r todo o prestigio e valimen-
to d a Instituição.
A tolera mio,o respeito mutuo e a liberdade
absoluta de consciência—eis os princípios em
que a s s e n t a a M a ç o n a r i a , instituição pbilan-
tropica e social. C o m p r e h e n d e m t o d o s ó s m e m -
1 s á -
111
E calou -se, depois, o vate encannecido,
Contemplando, abvsmado, os astres «'amplidão,
Como si assim ouvisse algum surdo gemido
Vindo do coraçfio !
O NOSSO PATRONO
\
or
•<2) E s t a p o e s i a , p u b l i c a d a p e l o Oásis em 1898, j á foi P
mim traii.-.cript.i q u a n d o tratei desse periodico.— Vid. n. 1 1 2 .
Obscrvstudo-me p o r é m , o p r o f e s s o r J o a q u i m L o b r i v a l , meu
1
J
*
- — 1 Í)M
173 /'.IA—1907—08.
illustre a m i g o e c o n f r a d e e q u e b e m c o n h e c e as p r o d u c ç õ e s poe
ticas d e seu p a e , q u e a p u b l i c a ç ã o do Otisis não estava d e a c c ô r -
do.com o o r i g i n a l em a l g u n s versos, a q u i r e p r o d u z o a com as cor-
recções que elle proprio te*:
A MORANGA BA
M i n h a gentil P o r a n g a b a , Q u e r p r o c u r e o povoado,
I m a g e m , visão q u e r i d a , Q u e r d i v a g u e na e s p e s s u r a .
S ó teu a m o r me c o n f o r t a Mostra me a mente a l u a z a d a
N o s a g r o s t r a n s e s da vida. T u a e l e g n n t e figura.
S i p.i c a m p i n a d e s e i t a l>.i v i d a o d o c e p r a i e r
T e m o sabiá gorgeia. E m mim f e n e c e e se a c a b a ,
D e s t e a m o r q u e me i n s p i r a s t e S ó este a m o r não f a l l e e e ,
V o r a z a c.hanuna se atei i Minha gentil P o r a n g a b a .
-
brizas amigas, transpondo feliz, ao perfume
agreste que se evola, as imponentes colimas
patrícias e , em cujo dorso de cfVisfâl e ondu-
lante alabastro de P a l o m b á r a rios e mares
verdes e recordativos de tantas mocidades e
de tantos sonhos a p a g a d o s , indelevelmente, se
reflectem, na aventurosa jornada pelo infinito
fugitivo e amplo, esta sagrada trireme o vôo
larga e alteia...
C o m o aquella outra - A v e divina e mal-
dita cujo nome confortativo e almejado, em
alva e sincera homenagem ao Patrício im
mortal, a personifica e a m p a r a , não, como
ella, inspirada por um destino má o - glorifica»
dor pela desgraça e pela dor maior no orgu-
lho e no Amor justos de um povo inteiro, na
intenção purjssima que toda a faz e vivifica,
confiante na Vontade e na F é miraculosa dos
convictos certo alcançará o triftmpho ambi-
cionado.
F no vôo altivo e bom, na a m p l i d ã o es-
maltada do nosso sentir e do nosso pensar, im-
passível e serena aos temporaes que, por ven-
tura, açoitem desenfreíados de fúria e de
m a l d a d e — s u r d a s conclamações, mais demo-
lidoras que os ariêtes lendários tia indifierença
humana inviolável g u a r d a r á , Arca sagrada e
impolluta, toda a penosa conquista das nos
sas esperanças e dos nossos sonhos embala-
dores da mocidade...
F , quando, um dia, obtido o tozão do
ouro entrevisto em sonhos ardentes,corno este
sol que v a e a s f< ates estancando e enlanquc-
cendo as plantas, não como elle, porém, Ian-
çando a desolação por tudo, más a esperança
e a fè fazendo brotar numa florescência ex-
huberante e virginal por toda parte ; quando
as loiras miragens das extensas planícies, no
vôo arrebatadas, se transmutarem na solida
realidade promettida e tivermos attingido, na
luminosa aseenção, a gloriosa altura dos que
sentem e morejam, nesse dia alma explen-
dente de jubilo irreprimível despenhando por
nuvens, desceremos até aos pés sacrosantos
da terra estremecida, onde, felizes, deixare-
mos a offerenda de amor e de carinho, n um
preito de veneração elevada e com movente
pela honra e pelo nome dos filhos grandiosos,
que o nome e a honra lhe sagraram ! li assim,
sob os auspiciosos augúrios que a victoria in-
cruenta do dia de hoje instauraram, pelo céu
suavíssimo da Patria bem-amada, ao embalo
carinhoso de perfumadas brizas amigas, trans-
pondo feliz as evocativas colliiías patrícias e
em cujo dorso de cristal e ondulante alabas-
tro de Palombára rios e mares verdes e r e -
corda tivos de tantas mocidades e de tantos
sonhos apagados, indelevelmente, se refle-
ctem, na aventurosa jornada pelo infinito fu-
gitivo e amplo esta sagrada trireme o voo
larga e alteia .,.
O 2l> numero, publicado em Janeiro do
anno seguinte, é todo consagrado á memoria
do senador Pedro Velho de Albuquerque Ma-
ranhão, cujo retratoallustra a i* de í.uás pa-
ginas, como "homenagem do Grémio Litte-
i irio Augusto Severo ao seu saudoso c ines-
quecível protector".
E s t a m p a tembem a revista em suas pagi-
nas os retratos dos illustres patrícios dr. Al-
berto M a r a n h ã o , governador do E s t a d o , e
Augusto Severo, patrono do grêmio de que é
orgam e intrépido aeronauta brazileiro, a quem
dedica todo o n? 6 o , distribuído em Maio, no
qual, entre os artigos dos moços do grêmio,
figura a collaboraç.ão de alguns dos nossos
mais conhecidos homens de lettras, como
Meira e S á , Finto de Abreu e Honorio Car-
rilho. •
Publicando em Junho o f> numero, a Pax
já noticia o apparecimento d " A Imprensa
Periodica no R i o G r a n d e do N o r t e " e fal-o nos
seguintes termos, que peço licença aos leito-
res para transcrever, a g r a d e c e n d o á r e d a c ç ã o
da s y m p a t h i e s revista a gentileza de suas ex-
pressões :
"I'M LIVRO IMPORTANTE
"O XATALKNSK"
" A C A P I T A L "
PAGINA AZ T L
II
FIM DA SECÇÃO
Luiz FERNANDES.
flbtafinalá 1-Secção
DA
Imprensa Periodica
Conta corrente demonstrativa da receita, edespeza da Tvpographia Natalense, desde seu estabelescimento té
19 de Setembro de 1833.
MM
. Utfw» uiimiui'
RECEITA DESPEZA
15 % A c ç õ e s r e c e b i d a s 7758000 C o m p r a da T v p o g r a p h i a r.6298840
17 yí v e n d i d a s , enão r e c e b i d a s 8758000 Desconto q u e houve no p a g a m ' ? a f a v o r da
7 p* v e n d e r 3505,000 Socied"-; , c o n t r a os c o m p r a d o r e s . . 3 9 8 8 4 0
Q u e r e c e b e o o T h e s o r " Fag«'«» dos assignaDtes 77$'",00
Importe liquido da m ™ 1 « y f - ••• :590800o
( Hie r e c e b e o o T h e s o r * S o u z a d " Í38700
A s s i n a t u r a s q' r e c e b e o o (Compositor 48000 C o n d u ç ã o da t v p o g r a p h i a , do compositor, ema» d e s p e
Impressão da T h e s o u r a , q' o m", 1 " tem enisi 2K8800 zas até ella s e montar 2628900
Q u e d e s p e n d e o o T h e s o r " Fagd. 1 ' 8 /ff 1488404
Que despendeo o T h e s o r ' Souza 11881^0
O q u e secjeve ao c o m p o s i t o r d e resto deseo O1 d e n a d o
v e n c i d o d e 2 de y b r " d e i 8 . ^ á 2 d e y h i * ^ l S 3 3 - • 1668546
T r a n s p * c do m » p'-1 o R i o d e Janr'-' 1008000
2: 3248000
Somm& das despezas... 2:3858970
Receita 2:3248000
Alcance 00618970
r e s u l t a d e s o b r a a f a v o r da S o c i e d a d e Ks. 14.78100.
(
T a m b é m s e d e v e notar, q u e o a l c a n c e da d e s p e z a q u e a p a r e c e c e n t r a a r e c e i t a d e r « 6 1 8 9 7 0 , d e v e - s e e n t e n d e r d e p o i s d e satisfeito a ° "mpoMtoi •'•)
1
ile i s . 2668546, q u e se a c h a i n c l u í d a como d e s p e z a , p " q' não ertsí paga
] '.AZ 0 C ) U A R 1 A T O R R R K Ã O
l l i r c E x T Senr.
JOÃO V A L E N T I N O D A N T A S PINAGÉ
Director da Socied'.' Typographica.
DOC. N. 3
vS, MG LI EL
( P o v o a ç ã o até l i de D e z e m b r o de t 8 ; 6 )
( 1 ) A v i l l a e m u n i c í p i o d e V i c t o r i a níio f ò f à m m a n t i d o s n a
organização do Estado, voltando o respectivo territorio a incor-
p o r a r se a o m u n i c í p i o d a villa d e Hão dos F e r r o s , d o n d e f ô r a
d e s m e m b r i d o L e i n. í(>' d e if> d e j u n h o d e i S o » .
221- -
1,111/ GOMES
( P o v o a c S o até |i de Julho de iHijo)
1 8 4 2 — . • / resolução
n. <S7, de 27 d, Outubro,
desmembrou da freguezia do Apody e
«levou á categoria de matriz a capei la
de Santa Luzia de Mossoró, incorpo-
randq-a ao termo e comarca do Assü,
Seus limites são os seguintes : princi-
piando da praia do Tibáo, no logar
onde coníina esta com a província do
( cará, e dalii, pelo cimo da serra de
Mossoró, até ao sitio Páfl do Tapuia
inclusive : deste, comprehendendo o si-
tio dos Aguilhados, no rio Mossoró, até
á fazenda Chafari , da freguezia de
< ampo (irando, no rio l panema ; e
ciahi, pelo rio abaixo, por uma e outra
parte, até sua emboceadura nq mar.
AREIA URANGA
(PocoaçAo até L(> de F e v e r e i r o de ISIJ?)