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REVISTA
lio
no
Rio G r a q d e d o Norte
P II N 1) a 1) O E M '2 9 O E M R R Ç O D E 1 9 0
Volume IX -Numero 1 e 2
1911
NATAL
Tvpcgrapbla do Instituto Jiistoricc
1913
Desembargador Vicente S. Herein« de Lemos
Presidente do Instituto.
D I R E C T O R I A DO I N S T I T U T O
PRESIDENTE
VICE P R E S I D E N T E
I- nesemh,.rgiiflor Lull M. !*«rnn ndi* $t>hrinho
'J Cqronfl Pedro äonrv* de xruujo
ORADOR
Jlr. PrnIU I»eo Pinto de Abreu
ADJUNTO no ORADOR
Or, Sehiintifto Fernandes fir úliveim
THESOL'REIRO
flrtemhnrjinilnr Joflo Piony^io Pilfjnelrn
" M e u s senhores :
P e r a n t e a H u m a n i d a d e e perante a Patria
é um crime, já n ã o digo deixar morrer e des-
a p p a r e c e r para sempre, mas simplesmente
permittir que estes obscuros homens de bem,
tão laboriosos e tão nobres, cheguem â humi-
lhação de estender á caridade publica a larga
m ã o honrada.
N ã o , n ã o é a piedade que lhes devemos,
mas o respeito profundo por estas a l m a s singe-
las e energicas, que lutam braço a braço com
° s próprios elementos desconcertados e resu-
mem um tão admiravel conjunto de virtudes
humanas :—a coragem e o valor do heróe, a
firmeza e a tenacidade do m a r t y r e o coração
puro do santo, isento de toda a macula e prom-
to a todo o sacrifício.
M
F r e i Miguelinlío, o insigne rnartyr rio-
g r a n d e n s e do norte, secretario do G ò v e r n o
Provisorio da revolução de 1 8 1 7 em P e r n a m -
buco, lançou ao povo uma p r o c l a m a ç ã o e o fez
em tom pacifico, alheio ás mesquinhas ideias
de v i n g a n ç a :
" P e r n a m b u c a n o s . . . A Providencia, que
dirigiu a obra, a levará a termo. V ó s vereis
consolidar-se a nossa fortuna, vós sereis livres
do peso de enormes tributos que g r a v a m so-
bre nós ; o vosso e nosso P a i z subirá ao ponto
de g r a n d e z a que ha muito o espera e vós co-
lhereis o fructo dos trabalhos e do zelo de nos-
sos c i d a d ã o s .
Ajudai-os com os vossos conselhos, elles
s e r ã o ouvidos ; com os vossos braços, a P a t r i a
e s p e r a por elles ; com a nossa applicação á
agricultura, uma n a ç ã o rica è uma n a ç ã o p o -
derosa".
Revolução de 1817
( C o n t i n u a ç ã o d o v o l . 8 , p a g 14.1)
Ulmo. e f í x m o , S r .
Antonio G e r m a n o C a v a l c a n t e , C a p i t ã o
C o m m a n d a n t e da tropa. Antonio Freire de A-
vnorim, Vereador.
E s t á conforme.
N o impedimento do Secretario, o Official
da Secretaria Vicente Ferreira de C a s t r o e
Silva.
SEQUESTRO
i>oc N® i
(
Registro dos Editaes que se remetteram as
Villas desta Capitania sobre se ar-
rendarem os engenhos Cunhaú, Tamatan-
duba, Estivas, como abano se vc :
EDITAL
DOC. N(> 2
DOC. N" 4
t)')C. N. 5
I>oc. N° 6
DOC. N" 7
noc. N° 8
DOC. N° IO
DOC. N, 12
DOC. N ° 13
DOC. N° 14
Doe. N<? 15
R e c e b i um officio de Y . M c ê . sem d a t a ,
no qual me participa ter a s s i g n a d o o d e p o s i t o
d o s s e q u e s t r o s feitos nas f a z e n d a s de S . A n -
tonio e G r o s s o s p e r t e n c e n t e s a c a s a de C u -
nhaú, o r d e n a n d o selhe f a z e r a j u s t a r o g a d o de
a ç o u g u e e r e m e t t e r p a r a esta c i d a d e á minha
i n s p e c ç ã o , o que já não pòdia f a z e r por a n d a -
r e m os c r i a d o r e s d a s m e s m a s f a z e n d a s em jun-
t a s dos g a d o s d e s p e r s a d o s , ficando e s p e r a n d o
a m i n h a d e t e r m i n a ç ã o , sou a dizer-lhe que e s s a
o r d e m fique s u s t a d a até s e g u n d a , e s e n d o a s
r e f e r i d a s f a z e n d a s dos p a r e n t e s d a c a s a C u n -
haú, m o r a d o r e s em difíerentes C a p i t a n i a s , na-
d a d e m o r e V . M c ê . nellas, e m q u a n t o n ã o se
lhe o r d e n a r o que d e v e seguir, entretanto, seja
sempre o sequestro vigoroso. Deus G u a r d e a
V . M c ê . C i d a d e de N a t a l , 7 de J u l h o de 1 8 1 7 .
M a n o e l I g n a c i o P e r e i r a do L a g o . S e n r . C a p i -
t ã o F e l i x G o m e s Pequeno, Depositário do
F i s c o R e a l . (Pag.' 174. v . )
DOC. \,<? ió
DOC. N. I 7
DOC I8
doc. N" 19
ooc. k " 20
DOC. X ° 21
DOC. N • 22
DOC. N ° 23
A o Ulmo. e Meretissimq S r . D r . do F i s c o
R e a l d a Villà d a F o r t a l e z a d a C a p i t a n i a do
C e a r á G r a n d e , ou a quem seu muito nobre e
a u c t o r i s a d o c a r g o servir e perante q u e m esta
minha p r e z e n t e carta precatória, executória e
•rogatória em f o r m a vir e for a p r e s e n t a d a e o
v e r d a d e i r o c o n h e c i m e n t o dolla com direito e
direitamente d e v a e h a j a de pertencer, e o seu
devido effeito e inteiro c u m p r i m e n t o de justi-
Va e e x e c u ç ã o se pedir e requerer. O T e n e n t e
C o r o n e l M a n o e l I g n a c i o P e r e i r a do L a g o ,
F r o v e d o r e C o n t a d o r da F a z e n d a R e a l , Juiz
Privativo da a r r e c a d a ç ã o delia, e da A l f a n d e g a
M o r , e D i r e i t o s R e a e s e d a s C a u z a s dos Ho-
mens do M a r , V e d o r G e r a l da gente de guerra
ne
s t a C i d a d e do N a t a l , C a p i t a n i a do R i o
G r a n d e do N o i t e , por S u a M a g e s t a d e Fidel-
í s s i m a que D e u s G u a r d e , etc.
F a ç o s a b e r a V . S ^ em c o m o sendo com-
Prehendido no crime de inconfidente e traidor
J ° s è I g n a c i o de A l b u q u e r q u e M a r a n h ã o , mo-
rador no E n g e n h o de C u n h a ü , desta C a p i t a
nia
> e haver noticia neste Juizo, possuía o mes-
nessa C o m a r c a a l g u m a s f a z e n d a s de g a d o s
vacoum é c a v a l l a r , a s q u a e s em r a z ã o do dito
72
D O C . N. 26
Pelo A d j u n c t o d a s R e n d a s R e a e s d e s t a
C a p i t a n i a do R i o G r a n d e do Norte se h ã o de
Pôr á lanços para se a r r e m a t a r a quem maior
o f f e r e c e r no dia 26 de A g o s t o proximo luturo
todos os g a d o s v a c c u m s , c a p a d o s do a n n o p a s -
s a d o ' p a r a traz p e r t e n c e n t e s ao C h e f e de R e -
bellião A n d r é de Albuquerque M a r a n h ã o , que
existirem a s s i m nas f a z e n d a s C a i s s a r a , Pol-
drinho, S i p ò , C a s t e l l o e T i m b a ú b a . situadas
na Ribeira de P i r a n h a s da C a p i t a n i a da P a r a r
11
vba, t o m o a s d a s situadas nesta, a s a b e r :
C i r u r g i ã o , Mulungu, T r a p i á , S a c c o , - C a c i m b a
d a s ' C a b r a s no C a i r o ; T r a h i r v , B o m J e s u s e
M ã e d ' A g u a , na R i b e i r a do T r a h i r v ; S a n t a
R o s a e M a l h a d a do Rio, no P o t e n g y . ram-
vem se hão de a r r e m a t a r no referido dia todos
()
s g a d o s do m e n c i o n a d o R é o , e por e i l e s c o b r a -
dos do D i z i m o que a r r e m a t o u nesta P r o v e d o r i a
Pertencentes a o triennio que findou no ultimo
de
d e z e m b r o de 1 8 1 3 , e que a i n d a existem sol-
tos em terras suas. Quem em uns e outros g a -
dos quizer lançar se deverá apresentar no indi-
cado dia nas c a s a s da Provedoria da R e a l F a -
zenda desta C a p i t a n i a , habilitado por si e seus
fiadores para o fazerem d e b a i x o d a s seguintes
condições : Os a r r e m a t a n t e s verificarão a
sua a r r e m a t a ç ã o até o fim de J a n e i r o proximo
futuro. F i c a r ã o constituídos devedores da
importância d a s c a b e ç a s de g a d o que recebe-
rem, logo que c h e g a r a Provedoria o recibo
que p a s s a r ao Administrador ou Depositário
que lhe entregar o gado. 3^ Pista importancia
será recolhida ao cofre dentro de trinta dias
depois de apresentado aquelle recibo. 4^ O ar-
rematante ou o seu fiador deve ser moradôr
dentro desta Capitania afim de acautelar o
procedimento de precatórias no c a s o de fallen-
eia de p a g a m e n t o . F p a r a que chegue a noticia
de todos fiz p a s s a r o presente E d i t a l por mim
assignado, que será a f f i x a d o na c a s a desta
dita Provedoria, e expedir copias por mim
também a s s i g n a d a s para os mais logares de
costume. C i d a d e do Natal, 18 de Julho de
1 8 1 7 . E s c r i v ã o da Real F a z e n d a , L u i z J o s é
R o d r i g u e s Pinheiro. ( P a g . 178. v . )
DOE. N9 27
Registro do ofíicio do Sr. Provedor ao Com-
ina nda 111 e de Max a ra ngua pe, Fr a ncisco
Fernandes de Carvalho, sobre a
lanciln de Sua Magestade
P o d e r á V . M. e n t r e g a r a lancha Concei"
çSo, que se acha nessa barra de M a x a r a n g u a p e ,
e foi confiscada como bem do inconfidente ' o
fallecido André de Albuquerque M a r a n h ã o , ao
T e n e n t e J o s é G o m e s da Costa, arrematante
delia neste Juizo dn.s E x e c u ç õ e s da R e a l F a -
zenda, e logo que fizer a referida entrega da
m e s m a lancha e todos os seus pertences, des-
peça o Mestre e vapor que lá se a c h a m , dizen-
do-lhe que desde logo não receberão mais
p a g a a l g u m a , a e x c e p ç ã o dos vencimentos atra-
zados. D e u s G u a r d e a V . M. Cidade do Natal,
26 de Julho de 1 8 1 6 . Manoel I g n a c i o Pereira
do L a g o — S n r . C o m m a n d a n t e de M a x a r a n -
guape, F r a n c i s c o F e r n a n d e s de Carvalho,
( P a g . 179. v. )
DOC. N ° 28
Ulmo. S r . P r o v e d o r Manoel I g n a c i o P e -
reira do L a g o .
Recebi o officio de Y . S * datado de 21 do
corrente, ordenando-me nelle fizesse entrar na
posse de seus bens o C a p i t ã o J o s é I g n a c i o
Marinho G o m e s , os quaes estavam sequestra-
dos por m a n d a d o de Y . S . a qual ordem já
fica cumprida. N a m e s m a o c c a s i ã o partecipo
a Y. que no sequestro que fiz ao falsario
A n d r é de Albuquerque M a r a n h ã o , ficara fóra
7<>
DOC. N 9 2 9
uoi. 30
i>oc. n" 31
filmo. S r . Governador.
T e n d o sido os Albuquerques da C a s a
Cunhaü desta Capitania implicados no crime
de alta traição contra a Real Soberania e h a -
vendo noticia de também terem sido outros da
mesma familia, moradores nas C a p i t a n i a s da
Parahyba e na de Pernambuco, se procedeu
sequestros em todos os seus bens que nesta
Capitania se a c h a v a m afim de evitar qualquer
lesão a R e a l F a z e n d a e por esta r a z ã o entra-
ram nos referidos sequestros os bens dos sup-
plicantes que agora os requerem por haverem
sido exemptos do referido crime ; é c que pos-
so informar a Y. S a . C i d a d e do Natal, 18 de
D e z e m b r o de 1 8 1 7 . Ulmo. Sr. Coronel G o v e r
nador J o s é I g n a c i o B o r g e s . Manoel I g n a c i o
Pereira do L a g o . ( P a g . 184. v . )
noc. N. 32
DOC. N ° 33
i>oc. \ " 34
DOC. N 9 35
Registro de um officio
que respondeu o Sr. Provedor da
Fazenda Real do III nu.. Sr. Governador desta
Capitania de umas copias que a eile vieram
inclusas,sendo uma do Ulmo. Sr. Governador
de Pernambuco e outra de outro officio do I)r.
Dezemhargador do Paço e Presidente da Al-
çada, Bernardo Teixeira Coutinho
Alexandre de Carvalho.
DOE 37
" S n r . — K m c u m p r i m e n t o do D e s p a c h o
dc V . A . R . , d a t a d o em 20 de M a i o , em que
m a n d a A este A d j u n c t o i n f o r m a r o requeri-
m e n t o do C o r o n e l A n d r é de A l b u q u e r q u e M a -
ranhão, A r r e m a t a n t e dos D i z i m o s R e a e s d a s
sete r i b e i r a s desta C a p i t a n i a s o b r e J o ã o B a r -
bosa V i a n na, c o m p r a d o r de hum r a m o de Di
zimo d a C a p i t a n i a d a P a r a h y b a na parte e m
que confina a dita C a p i t a n i a com a ribeira d o
sul desta, h u m a d a s a r r e m a t a ç õ e s do supph-
cante, i n n o v a n d o que os sitios de T a p e s s u r e -
111a, M a r c o s do meio, M a r c o s de b a i x o , A l m a s ,
I n g á , P i r a i i , e v i z i n h a n ç a s delles ali p a g a -
rem os D i z i m o s de suas culturas e m a i s co-
lheitas, s e n d o que por uzo e c o s t u m e invete-
r a d o s e m p r e p a g a v a m os ditos D i z i m o s a o Di-
ziraeiro da R i b e i r a do Sul desta C a p i t a n i a ,
»8
S e n d o presente ao Adjuncto de R e n d a s
R e a e s desta Capitania o officio de V . Mces.
de 16 do corrente em que pedem ao m e s m o
Adjuncto lhes remetta com a maior b r e v i d a d e
possível hum treslado da divisão que a J u n t a
da R e a l F a z e n d a de P e r n a m b u c o deo sobre os
limites desta Capitania, o m e s m o Adjunto me
determina a participar a V . M c e s . que neste
Adjuncto hâ hum Ministro dos Feitos ao qual
V . M c e s . d e v e r ã o requerer este treslado. D e u s
G u a r d e a V . M c e s . Provedoria R e a l F a z e n d a
da C i d a d e do Natal, 18 de N o v e m b r o de 1 8 1 3 .
O E s c r i v ã o interino Agostinho L e i t ã o d ' A l m e i -
da. S n r s . Officiaes da C a m a r a da villa de Villa
Flor.
RIO G R A N D E DO NORTE
PARTE II
1832-1908
(CONTINUANDO DO VOI. VIII, HAO. ,14o)
N ° 5 9 — 1 9 de Julho—Commémora «A
Republica» a data de seu primeiro anniversario
com o seguinte artigo, encimado por um
barrete phrygio :
"NOSSO ANNIVERSARIO
F a z hoje um anno que este periodico, atra-
vez de innumeras difficuldades e provações,
estreou neste E s t a d o a p r o p a g a n d a republi-
cana.
U m anno de existência, de labor inces-
sante.
F o i no dia i " de Julho do anno p a s s a d o
que A Republica appareceu na imprensa, mo-
vimentando o espirito democrático, que desa-
pontava em nosso horisonte como o suave d i -
luculo do glorioso dia 1 5 de N o v e m b r o .
E n t ã o eram bem poucos os crentes da
ideia nova, e a orthodoxia monarchica i m p u -
nha aos seus adeptos e j anis aros os mais ri-
gorosos preceitos.
O Visconde de Ouro P r e t o assumira a alta
a d m i n i s t r a ç ã o do E s t a d o assignando com os
representantes da rronarchia o solemne c o m -
promisso de exterminar os republicanos e a -
mordaçar por esse modo a p r o p a g a n d a d e m o -
crática.
A esta capital já haviam c h e g a d o o c e l e -
bre presidente F a u s t o B a r r e t o e o seu fidus
Achates, dr. A m a r o B e z e r r a , com uma legião
de sobrinhos e fdhotes congeneres...
Vinham inaugurar o dominio despotico,
de que os investira o orgulhoso estadista que
organizára o gabinete 7 de Junho, O dr. A -
maro Bezerra allegava posse velha de 40 ân-
uos como titulo á sua dominação : os s o b r i -
nhos entravam no dominio desta terra, cujos
primeiros balbucios de liberdade g o v e r n a m e n -
tal c o m e ç a v a m a ser ouvidos, simplesmente
par droit de naissance...
A sêcca attingia o seu a p o g ê o e levava a
desolação a todos os pontos do listado ; ensa-
i a v a - s e , a r m a d o o governo dos soccorros p ú -
blicos, de que abusou criminosa e impudente
mente, o trai alho eleitoral,
P a r a logo os arautos do despotismo, s i -
mulando os b n n d o a do antigo governo a b s o -
luto, fizeram sentir, de localidade cm localida-
de, que os republicanos não teriam quartel,
constituíam um partido fóra de toda p r o t e c ç ã o
legal...
A violência começou, e dentro de pouco
tempo recrudescia de maneira espantosa...
F o i em tal conjunctura, affrontando a s iras
do poder arrogante, corrompido e corruptor,
a r c a n d o valentemente com difficuldades de
toda sorte, que o nosso digno chefe, dr. Pe-
dro Velho de Albuquerque Maranhão, fundou
este periódico, que redigiu até o dia 1 5 de
N o v e m b r o , a p e n a s ajudado por seu irmão, o
nosso talentoso collega Augusto M a r a n h ã o .
F u n d a n d o A Republica, o nosso digno
chefe iniciou, com invejável bizarria, á luz me-
ridiana, sem rebuço de qualquer especie, com
c o r a g e m estóica e fé inconcussa, a p r o p a g a n -
da dos princípios republicanos, que ainda sus
tenta nas columnas desta folha, com brilhan-
tismo consoante com seu talento e incontestá-
vel illustração.
N a quadra de soffrimentos em que A Re-
publica appareceu na imprensa, o nosso ta-
lentoso e honrado chefe não se limitou á ex-
p l a n a ç ã o d a s doutrinas republicanas, pisou
com firmeza o estádio da polemica, pondo
s e ao lado dos co-religíonarios perseguidos e
fazendo morder o chão das derrotas a aucfe-
r i d a d e arbitraria e violenta.
E i s c o m o n a s c e u e j o r n a d e o u .1 R e p u b l i -
c a n e s s e s t e m p o s de p r o v a n ç a ; eis c o m o lu-
ctou, nobilitou se e nobilitou a causa pela
qual a i n d a hoje se b a t e o nosso h o n r a d o che-
fe e c o l l e g a dr. P e d r o V e l h o de A l b u q u e r q u e
Maranhão.
C o m o p a r t i d o republicano, com a patria,
com o R i o G r a n d e do Norte nos c o n g r a t u l a
mos hoje pelo a n n i v e r s a r i o glorioso d ' . l Re-
publica e a o seu illustre f u n d a d o r e r e d a c t ' r
c h e f e e n v i a m o s , com toda a a b u n d a n c i a de
n o s s a s a l m a s , no a l v o r o ç o do maior jubilo, os
n o s s o s c u m p r i m e n t o s e f e l i c i t a ç õ e s ' , (74)
1891
" A R e p u b l i c a ' ' c o n t i n u a v a a publicar o
e x p e d i e n t e do g o v e r n o .
M a s na e d i ç ã o de 3 de M a r ç o encontra
se a seguinte d e c l a r a ç ã o :
" E m vista d a attitude que t e m o s o d e v e r
de a s s u m i r e m frente da nova d i r e c ç ã o poli-
tica do E s t a d o , já r e q u e r e m o s a r e s c i s ã o d o
c o n t r a c t o que c e l e b r a m o s c o m o g o v e r n o p a r a
a publicação dos actos officiaes".
1 * 1 >2
1893 18M-
1895
1896
1897
1 8 OS
Dr. P e d r o Velho— F u n d a d o r .
Alberto M a r a n h ã o , Manuel D a n t a s , P e d r o
Avelino, J u v e n a l Lamartine-Redactores".
M a s logo no fim desse mez é supprimi
do o nome do ultimo, por ter seguido para a
c o m a r c a do A c a r y , da qual fôra n o m e a d o
juiz de direito ; e em seguida aos nomes dos
redactores a c c r e s c e n t a - s e o de Augusto Lei-
te, como administrador,
1899
1900
A 24 de Março escrevia :
" P o r ter de assumir o governo do Esta-
do, nosso presado chefe da redacção, dr. A l -
berto Maranhão, deixou hontem o posto que
com superior competencia e inexcedivel dedica-
ç ã o exerceu, durante muitos annos, nesta folha.
Substituirá o dr. Alberto M a r a n h ã o na
chefia da redacção d'. 1 Republica nosso col-
lega Manuel D a n t a s . "
1901
1902
R e g i s t r a A Republica, com expressões do
mais profundo pezar, a morte de seu antigo
redactor A u g u s t o S e v e r o de Albuquerque Ma*
ranhão, o notável brazileiro e destemido ae-
ronauta fallecido em Paris, no dia 12 de Maio,
em consequência do horrivel desastre de seu
famoso balão Pax
1903
Estabeleceu prêmios aos a s s i g n a n t e s que
101-- —
1904 1906
1907
1 í)08
8 9 - 0 POR 17R—1889— 90
J o r n a l e c o de 1 5 cents. de c o m p r i m e n -
to sobre 1 0 de largura, era impresso na typ.
da " G a z e t a do N a t a l ' e publicava-se aos
domingos, dizendo-se orçam critico.
Distribuiu seu numero a 23 de Feverei"
ro com o seguinte artigo de fundo :
" N u n c a é de mais, no c o m p o do j o r n a l -
ismo, um novo batalhador".
A n i m a d o s por esta verdade, proferida por
um alguém, encetamos hoje a publicação d
" A Sentinella , J , o r g a m essencialmente critico,
que será, em todos os tempos, um baluarte
contra a immoralidade e o pedantismo de uns
e os abusos e odiosas maquinações de outros
(Subentenda se typos).
A nossa empresa é melindrosa, mas al-
tamente nobilitante ; e jamais recuaremos di-
ante de qualquer obstáculo material que por
ventura se nos apresente.
E s t a m o s bem armados para a lucta, e es-
peramos corresponder brilhantemente (mo-
déstia A parte) ao apoio incontestável que me-
recemos do respeitável publico natalense, e
especialmente do illustrado club Pedro- Crú.
Inabalaveis em nosso honroso proposito,
não pouparemos nem as sirigaitas sem pudor,
nem os dandys (pretençSo) fátuos e im moraes.
Pis, em obscuros traços, o trilho que será
rigorosamente seguido pela modesta, porém
im piacavel Scntinclla.
Alerta 1"
92 DIÁRIO PO NA TAL-1890.
Iam " q u e a p p a r e c c u m a i s um n o v o b a t a l h a d o r
no c a m p o do j o r n a l i s m o , d e n o m i n a d o Piaria
do Natal; que e s s e D i á r i o sahc todos os dias ;"
e publica o seguinte t e l e g r a m m a , e x p e d i d o
da R i b e i r a naquelle dia, á s 7 hs. e 5 0 m. da
noite :
" A p p a r e c e u Diário do Natal. O p o v o de
lirante fez m a n i f e s t a ç õ e s honrosissimas á im-
p r e n s a , indo com 8 bandas de musica felicitar
redacção."
O r g a m do C l u b E s c h o l a s t i c o N o r t e - R i o
G r a n d e n s e . f u n d a d o nesta c i d a d e no dia 9 de
F e v e r e i r o , foi r e d i g i d o por u m a c o m m i s s ã o de
socios do m e s m o club, c o m p o s t a de A b d e n a
go Alves, Ezequiel Wanderley. Moura Soares,
R a p o s o d a C a m a r a e O v i d i o F e r n a n d e s , até
23 de M a r ç o , q u a n d o dissolveu-se o club e os
n o m e s d e s t e s f o r a m substituídos p e l a s pala-
v r a s Redactores diversos, i m p r e s s a s no fron-
tispício do jornal, que p a s s o u a ser orgam re-
creativo,
T i n h a seu escriptorio d e r e d a c ç ã o á rua
«Coronel B o n i f a c i o » , n ° 5, i m p r i m i a - s e na typ-
d 'A Republica e p u b l i c a v a se d u a s vezes, por
mez, distribuindo seu 1 " n u m e r o 110 dia 4 de
M a r ç o com o seguinte a r t i g o inicial :
" Q u e é a evolução ?
E ' tão v a s t a a c o m p r e h e n s ã o d e s t e vo-
cábulo, t ã o e x t e n s a a sua e s p h e r a significati-
v a , tão c o m p l e x o s os seus b r i l h a n t e s resulta
100 —
SURGE ET AMIUJL. I !
0 4 — R I O GRANDE DO NORTE—
1890—9«.
E m sua secção C O N H E C I M E N T O S Ú T E I S
encontram-se dous interessantes documentos
historicos, descobertos no archivo da Inten-
dência Municipal desta cidade : — U m edital
de d. J o s é , rei de Portugal e dos A l g a r v e s ,
m a n d a d o publicar e correr com força de lei,
ordenando que «todos os livros que se refe-
rem á s suppostas prophecias dos sapateiros
S i m ã o G o m e s e G o n ç a l o A n n i s B a n d a r r a fos-
sem, com a «Carta Apologética» do p a d r e
Antonio Vieira, condem nados A pena do fogo
e que a nenhum vassallo do reino fosse per-
mittido possuir e fazer-se echo desses livros,
verdadeiro attentado contra a coroa em pro-
veito dos jezuitas» ;—e sentença que em
i2 de J a n e i r o de 1 7 5 9 proferiu a juncta da
inconfidência para castigo dos réos que ten-
taram contra a vida de S . M . EL -Rei D .
J o s é I.
«Nesta t e r r a — d i z A Republica, entre ou-
tras phrases lisonjeiras com que recebera a
Tribuna Juvenil— ha o velho vicio dos jor-
nalecos apasquinados, zumbindo e mordendo,
como si a imprensa fosse uma esterqueira; lon-
ge disso, a " T r i b u n a " afigura-se uma peque-
nina flor no c a m p o do jornalismo».
T i n h a seu escriptorio de r e d a c ç ã o á rua
" C o r o n e l B o n i f a c i o " , n " 7, e era impressa na
typ. do " R i o G r a n d e do Norte".
06—A PATRIA-1890.
97—po T fG U A R A N I A — 1 8 9 0 .
98—MO CIDADE-1890.
9 9 — 0 UINZE DE NO í TEMBR 0 -
1890.
Edição especial p a r a c o m m e m o r a r a d a -
ta do primeiro a n n i v e r s a r i o da p r o c l a m a ç ã o da
Republica.
A p r i m e i r a p a g i n a é o c c u p a d a pelo retra-
to do Generalíssimo Manuel Deodoro da Fon-
seca, no centro, com a seguinte saudação, for-
mando um largo'semicírculo na parte superior:
N o A N N I V E R S A R I O DA PROCLAMAÇÃO DA R E P U -
BLICA,' A P A T R I A AGRADECIDA SAÚDA O GRANDE E
DIGNO B R A S I L E I R O , C H E F E DO PRIMEIRO GOVER-
NO LIVRE DO B R A Z I L ; e m a i s a s p a l a v r a s Pa-
tria e Liberdade, na parte inferior, abaixo do
nome do general,
A proposito desta publicação diz ,-/ Repu-
blica de 23 :
" E s t e periódica fundiu-se com o «Rio
Grande do Norte" para dar uma edição especi-
al, c o n s a g r a d a á memoria do grande feito, tra-
zendo na pagina de honra o retrato do vulto
heroico. e immortal do invicto generalíssimo
Deodoro da F o n s e c a e nas seguintes artigos
âllusivos ao grandioso acontecimento e aos
seus protogonistas".
Abre a serie desses artigos, subscriptos
Pelos redactores dos dous jornaes. entre os
l u a e s se notam B r a z de Andrade Mello, J o a -
quim Ferreira C h a v e s Filho, J o s é G e r v á s i o de
Amorim G a r c i a e Diógenes da Nóbrega, o se-
guinte, do dr. J o ã o G o m e s Ribeiro, governa-
dor do E s t a d o :
" F a z um anno que o a n j o tutelar do B r a -
sil, servindo-se da espada gloriosa do mais va-
' e nte de seus soldados, rasgou novos h o r i s o n -
tes á ventura de nossa patria, que vio, tomada
indisiveis alegrias, surgir a esplendorosa au-
rora da verdadeira democracia, alumiada pelos
r;
úos fecundos do bemdito sol da liberdade.
O pavoroso estrondo do ruimento da mo-
ft
archia foi a b a f a d o pelas festivas manifesta-
ções dc jubilo que irromperam sadias e espon-
tâneas dos seios do patriotismo em todos os
ângulos de paiz.
F a z um a n n o que teve logar o santo acon-
tecimento e jâ é outra a f a c e da n a ç ã o brazil-
eira ! Sente-se bater livre seu c o r a ç ã o , ali-
mentado pelo s a n g u e tonificado pelos benéfi-
cos princípios da g r a n d e trilogia social liber-
dade, egualdade e fraternidade.
O E s t a d o do R i o G r a n d e do N o r t e r e j u -
bila-se com a patria pela felicidade de todos
e, rendendo votos da mais pura e sincera gra-
tidão a sua bôa sorte, dirige as mais a r d e n t e s
e f e r v o r o s a s saudações ao illustre e beneme-
rito c i d a d ã o , ao invicto e valoroso soldado, ao
preclaro e insigne a l a g o a n o Manuel Deodoro
da F o n s e c a , generalíssimo do generoso e v a -
lente exercito brazileiro, D i g n í s s i m o Presiden-
te d a Republica dos E s t a d o s U n i d o s d o B r a z i l .
V i v a a Republica Brazileira !
V i v a o inclyto generalíssimo Manuel Deo-
doro da F o n s e c a !
V i v a o E s t a d o d o R i o G r a n d e d o Norte !"
F a z i a e n t ã o - e x p r e s s a d e c l a r a ç ã o de que
" h ã o a c c e i t a v a collaboração de espeoie a l -
g u m a " , dizia-se orgam litterario e publicava se
nos dias 5, 15 e 25 de cada mez.
A 25 do predicto mez de A g o s t o G a r c i a
Netto já não f a z i a parte da r e d a c ç ã o , da qual
retirou-se também G a l d i n o S a m p a i o em 25 de
Outubro, ficando ella exclusivamente a c a r -
go de- S e a b r a de Mello josé A l e x a n d r e — e
J o s é de Viveiros, que escreviam sob os p s e u -
donvmos de Eugênio de M. e Jordão do Valle.
A p c z a r da d e c l a r a ç ã o a que acima me
referi, yejo que collaboravam n 0 Santelmo
U r b a n o Hermillo, B e n v e n u t o de Oliveira e ou-
tros, e sobre a morte de Silva J a r d i m , o deno-
dado propagandista da Republica, encontro
no n? 7 o seguinte soneto de S e g u n d o W a n -
derley :
"CATASTKOPUE
SILVA JARDIM
«6» SANTELMO
O Santelmo, p o r é m , publicou a p e n a s 30
n u m e r e s , s a h i n d o o ultimo a 1 2 de F e v e r e i r o
de 1 8 9 3 .
Imprimia-se na Tyftografhia Central e
tinha seu escriptorio de r e d a c ç ã o á rua «21 de
Março»,, n " 24.
1 0 1 — 0 ARTISTA—1891 92.
* O'CAIXEIRO
V i v e r e m o s ? P e r g u n t a a si m e s m o e a o
publico o novo e s y m p a t h i c o periodico. ( ) nos-
s o sincero d e s e j o é que o c o l l e g a tenha u m a
existência l o n g a , v e n t u r o s a : m a s é p r e c i s o
lü tar.
C o m b i n a - s e f a c i l m e n t e o p l a n o de um jor-
nal, n u m a p a l e s t r a de s o b r e m e s a , na sala de
Urft c a f é : m a s sustental-o, com t o d o s os a b o r -
recimentos de r e d a c ç ã o e de f i n a n ç a s , e x i g e
muito g o s t o e c o n s i d e r á v e l t e n a c i d a d e .
S e b r e t u d o , n a o d e i x e o collega a r r e f e c e r
0
e n t h u s i a s m o , a robusta e l o u v á v e l c o n f i a n ç a
'jue e m si m e s m o d e p o s i t a .
Le sor/ t n est jeté.
A w a y ! foi a sua s e n h a d e a p r e s e n t a ç ã o .
A v a n t e , pois.
O Caixeiro é pequeno e nasceu hqntern,
m a s j á tem ares de h o m e m : é serio sem t r i s -
teza, altivo sem insolência.
P a r e c e que traz a p t i d ã o para doutrinar o
discutir, sem descurar a s lettras a m e n a s .
«A Republica», logo á primeira visita»
c o n f e s s a q u e f s y m p a t h Í 3 0 u muito com o colle-
ga, e envia—lhe os seus affectuosos cumpri-
mentos de bôa vinda.
O mar da imprensa é revolto e prenhe de
t e m p e s t a d e s ; mas, ao que parece, o pequeno
b a r c o tem uma briosa tripulação, bom cala -
feto e v e l a m e novo. N a v e g a r á com segurança.
Q u a n t o ao rumo, não ha douu : é a R e -
publica".
A o pequeno barco, porém, foi pouco a
pouco enfraquecendo a maruja, e s t r a g a n d o s e
o velame, e a 1 3 de M a r ç o de 1894, publican-
do seu ultimo numero, sossobrou completa-
mente.
O Caixeiro tinha seu escriptorio de re-
d a c ç ã o á rua do « C o m m e r c i o " , n? 85.
V i n d o á luz d a p u b l i c i d a d e no dia 1 5 d e
N o v e m b r o , seu í 9 n u m e r o é quasi que exclusi-
vamente consagrado á c o m m e m o r a ç ã o desta
g r a n d e d a t a , publicando, a l é m de e x p r e s s i v a
s a u d a ç ã o na p a g i n a de h o n r a , a l g u n s a r t i g o s
n a s seguintes, entre os q u a e s um s u b s c r i p t o
por J . L a m a r t i n e .
0 Potyguar era redigido por u m a c o m -
m i s s ã o de socios do referido club, a p r i n c i p i o
c o m p o s t a de A l b e r t o G a r c i a , J o s é B e r n a r d o
Filho e Francisco Palma.
E s t e , p o r é m , a l l e g a n d o que o jornal l o g o
no p r i m e i r o n u m e r o a p r e s e n t á r a i d é a s politi
ticas, c o n t r a r i a n d o a s s i m a s c o n d i ç õ e s que fo-
ram e s t a b e l e c i d a s , p o z - s e i m m e d i a t a m e n t e f ó r a
da r e s p e c t i v a r e d a c ç ã o , ä q u a l d e r a por c a r t a
os motivos de seu p r o c e d i m e n t o , de m o d o
q u e , e m seu logar, já figura no 29 n u m e r o o
n o m e de S i l v e s t r e N e r y .
O Potygtiar s u r p r e h e n d e u - s e com o pro-
c e d i m e n t o de F r a n c i s c o P a l m a e n e g a ter s e
e n v o l v i d o em politica ; m a s o que é certo é que
no 4 ? numero, p u b l i c a d o a 9 de J a n e i r o d e
1 8 9 3 , a p r o p o s i t o de um a t t e n t a d o d*- que fòra
victima o d r . N a s c i m e n t o C a s t r o , da p a r t e de
um tenente de policia, no dia i " d o m e s m o
mez, f a z a o g o v e r n o a s m a i s v i o l e n t a s a c c u s a -
ções e termina dizendo ;
«Pretendíamos não tomar p a r t e n a s q u e s -
tões politicas d o E s t a d o ; p o r é m , diante dos
f a c t o s i m m o r a e s q u e dia a dia v ã o s e d e s d o -
b r a n d o em nossa f r e n t e ; diante d a brutal af-
f r o n t a de que foi v i c t i m a o p o v o p o t y g u a r ; di-
a n t e de tanta c o b a r d i a e de tanta miséria, n ã o
p o d e m o s d e i x a r d e vir, c o m o p e q u e n a parte
d a i m p r e n s a d o E s t a d o , p r o t e s t a r contra <>
a t t e n t a d o d o dia 1 do c o r r e n t e e pedir p r o v i -
9
139 —
1 0 4 — Q COLIBRI 1892.
«JVOFA FIIA SE
(
I Tt>) Essa cam. q w correspondia á da praç.) " Andrí de Al-
^'«lUerime», também já nfto existe e ti local em t)ue era construída
,'/•
J CRUtilMeVite parte >1 terreno . nipreliendida pelo muro dt-
'áCÍ0
146;
" R e s o l v e n d o a u g m e n t a r o f o r m a t o de
n o s s o diário, i n t e r r o m p e m o s tão s o m e n t e a
s a b i d a deste no dia de a m a n h ã , p a r a s a h i r a o
depois, 7 d o corrente, e m c o n d i ç õ e s m a i s a m -
plas e de melhor servir a o publico, a q u e m ,
sobre tudo, d e s e j a m o s ser util e a g r a d a v e l . "
107- O P, IS TO A'- 1 S 0 3 .
1 0 8 - DIÁRIO DO FATAL—1893.
-LABOREMOS
1 10-_<9 A THLETA—1803.
dia 7 dc S e t e m b r o , c o m o seguinte p r o -
gramma :
" O a p p a r e c i m e n t o de um jornal, hoje, é
um f a c t o naturalíssimo na v i d a d a s s o c i e d a d e s
modernas.
S u r g e elle, á s vezes, á tona d a publici
d a d e , o r a p a r a se pôr a s e r v i ç o de u m a c a u s a
j u s t a , h ü m a n i t a r i a ou altruistica, patriótica ou
nacional, ora p a r a s a t i s f a z e r a s a s p i r a ç õ e s ele-
v a d a s , a r t í s t i c a s ou litterarias de u m a c l a s s e
social. E m qualquer d a s h v p o t h e s e s o seu a p -
p a r e c i m e n t o é s e m p r e d' t e r m i n a d o pela força
i m p e r i o s a de u m a n e c e s s i d a d e h u m a n a ; a sua
e x i s t e n c i a é j u s t i f i c a d a pela l e g i t i m i d a d e do
ideal que o anima ; a sua m i s s ã o é s e m p r e
g r a n d i o s a e util.
E foi a a c ç ã o e f f i c a z d e s s a lei sociologica,
r e g u l a d o r a e e x p l i c a t i v a d a vida do j o r n a l i s m o
em n o s s a era, que presidiu a c r e a ç ã o d ' 0 ,'j
ATIILETA.
I n q u e s t i o n a v e l m e n t e , a m o c i d a d e estudio-
za n o r t e - r i o - g r a n d e n s e p r e c i s a v a de -um o r g a m
d c p u b l i c i d a d e , e m que p o d e s s e d a r livre
e x p a n s ã o a o s seus p e n s a m e n t o s , á s s u a s emo-
ções, e c o n c o r r e r a o m e s m o t e m p o c o m os seus
debeis e s f o r ç o s de principiantes p a r a accen- ;
tuar a n e c e s s i d a d e da f o r m a ç ã o de u m a litte-
r a t u r a nesta c i r c u m s c r i p ç ã o politica d a p á -
tria brazileira,' e, c o n v i c t a d a f o r ç a d o ^rnn*
d e principio d a a s s o c i a ç ã o , a m o c i d a d e r i o -
g r a n d e n s e f o r m o u o GRÊMIO LTTTERARK» NA-
TALEXSE c d e c i d i u a c r e a ç ã o d ' 0 ATIH.ETA.
• c o m o o m e i o e f f i c a z d e d a r a l e n t o á s s u a s as- ,
pirações.
M a s n/lo foi somente esta causa a* actu-
ante em nosso espirito p a r a a publicação d ' 0
ATHLETA, m a s esta outra poderosíssima : a
verdadeira intuição que nós, os /jovens rio-
grandenses, j á t e m e s dos destinos do h o m e m
no plano da vida social.
E x p l i q u e m o s o nosso pensamento.
C o n s c i o s de que a f u n e ç ã o c o m p l e x a do
homem na vida social se concretiza nos seus
deveres p a r â comsigo, p a r a com a familia e
para com a patria, e certos de que nós, que es-
ta-nos ainda em pleno alvorecer da vida, só
podemos n e s desobrigar desse c o m p r o m i s s o
v
ital educando o espirito e cultivando a in-
telligencia, deliberámos o a p p a r e c i m e n t o d ' 0
ATHLETA, c o m o um meio de instrucção, c o m o
uma eschola de habilitação para a entrada no
Proscênio da lueta pela vida.
E i s , pois, explicada a causa do appareci-
mento d ' ( ) ATHLETA e o fim de sua existencia.
M a s , O ATHLETA s a e á luz d a p u b l i c i d a d e
a sete de S e t e m b r o , esta data s o l e m n e q u e as-
s
' g n a l a a independencia politica de nossa pa-
tri
a . T e r á sido um f a c t o casual ? N ã o . O
ATHLETA, d e s p o n t a n d o nos horisontes da im-
prensa p o t y g u a r a o clarão matutino de .7 de
Setembro, vem altivo e resoluto, em nome da
mocidade estudiosa do R i o G r a n d e septentrio-
nal
< saudar a — f e d e r a l patria brazileira, por
mais um a n n i v e r s a i i o de sua e m a n c i p a ç ã o
Politica".
n a r d o Filho, R o d r i g u e s L e i t e e R i b e i r o P a i v a
e d e c l a r a v a que não a c c e i t a v a c o l l a b o r a ç ã o
de e s p e c i e a l g u m a .
P o r fim, supprimiu do frontispício os no-
m e s de seus r e d a c t o r e s e d e c l a r a v a que só ac-
c e i t a v a c o l l a b o r a ç ã o d o s socios do g r é m i o .
E r a i m p r e s s o na t y p o g r a p h i a do " R i o
G r a n d e d o N o r t e " e teve seu escriptorio á rua
" S . T h o m é " , n ° 3, e " 7 de S e t e m b r o " , n(,) 1 8 .
111—O ESTADO—1894—95.
E s t e p r o g r a m m a cumpriu-o rigorosamen-
te o Oásis até o fim, o q u e valeu-lhe, vencendo
c
° m a d m i r a v e l intrepidez o indífferentismo de
nosso meio, viver dez annos, durante os quaes
Publicou com a maior pontualidade huas edi
Ções,
Publicava-se quinzenalmente e, durante
esse longo periodo, teve o s y m p a t h i e o jorr.al-
z
mho d i v e r s a s c o m m i s s õ e s redactoras, d a s
(
]tiaes, bem como dos serviços que p r e s t a r a m .
Passarei a dar, por anno, succinta idea :
1 s\U
C o m p o z - s e a c o m m i s s ã o redactora de
B e n v e n u t o de Oliveira, J o s é P r o s p e r o e C a r l o s
L ' E r a i s t r e , a qual publicou, além do numero
inicial, correspondente á ultima quinzena de
N o v e m b r o , os dous correspondentes ao mez de
Dezembro.
1895
T e v e as seguintes com missões r e d a c t o r a s :
i ^ B e n v e n u t o de O l i v e i r a , J o s é P r o s p e r o e Car-
l o s L'Eraistre ; B e n v e n u t o de Oliveira, R o -
drigues L e i t e e C a r l o s L ' E r a i s t r e ; 3 ^ — B e n -
venuto de Oliveira, R o d r i g u e s L e i t e e J o s é
Prospero.
E s s a s com missões publicaram todas a s
edições do anno, até o numero 27, além de
u m a e d i ç ã o especial, a 9 de S e t e m b r o , p a r a
com m e m o r a r a data do primeiro anniversario
do L E MONDE MARCHE.
B e n v e n u t o de Oliveira seguira no dia 8
de A g o s t o p a r a a capital do P a r á , em cuja al-
f a n d e g a exercia as funeções de escripturario ;
e, tendo por este motivo solicitado sua exone-
r a ç ã o da c o m m i s s ã o de r e d a c ç ã o , o G r é m i o ,
em h o m e n a g e m a seu fundador, não só não lhe
concedeu a e x o n e r a ç ã o solicitada, c o m o em
s e s s ã o de 4 approvou a seguinte indicação,
a p r e s e n t a d a por um dos soeios : " O G r é m i o
T.itterario LE MONDE MARCHE, lamentan-
do a incalculável lacuna que a c a b a de abrir
t e m p o r a r i a m e n t e no seu seio