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The Devils Own #1 Amo Jones

The Devils Own #1 Amo Jones

Março/2021
The Devils Own #1 Amo Jones

Meadow

Eu tinha quatro anos de idade quando aprendi o que a maldade do mundo poderia causar. Eu lutei pela
vida com a minha alma cicatrizada, atravessando noites escuras e vazias onde eu orava para não acordar
na manhã seguinte. Eu fechava meus olhos e mentalmente me levava ao meu lugar feliz.

Rosas vermelhas.

O som das ondas quebrando na areia debaixo dos meus pés.

A última vez que a lâmina fria pressionou contra minha coxa e eu esperava que meu sangue derramasse
sobre as outras cento e trinta e seis cicatrizes que cobriam minha pele - nunca aconteceu. Quem era esse
homem que acabou de me salvar? Ele não tinha ideia de quão perto eu estive de acabar com a minha vida
naquele dia. Eu estava pronta para espalhar meus miolos pelas paredes do quarto e eu tinha uma Glock
sob meu travesseiro para provar isso.

Beast

Algumas pessoas têm famílias, eu tive máquinas de matar humanos ao meu redor durante toda a minha
vida. Eu fazia parte desta família desde que eu era um bebê, criado em uma comunidade que era isolada
do verdadeiro mundo. Uma comunidade onde não éramos nada além de recipientes vazios, até Hella
(meu melhor amigo) e eu escaparmos. Hella nos levou até uma garota que esteve em um orfanato com
ele antes de ser convocado para o Exército. Depois de encontrar mais uma complicação na minha vida,
eu precisava de espaço. Consegui um apartamento em ruínas, pronto para limpar minha cabeça. Só que
minha cabeça não clareava, porque eu era assombrado todas as noites pelos gritos que vibravam através
das minhas paredes.

Esta não é a história de um homem perfeito vindo para salvar o dia. Esta é uma história do que acontece
quando o destino interfere e duas almas completamente quebradas colidem.

* Potenciais gatilhos se encontram dentro deste livro.

** Este livro é sem falsas distorções e contém conteúdo sombrio.

*** Se a palavra “fuck” te ofende, por favor, não leia este livro.
The Devils Own #1 Amo Jones

Stephen James.

Você é um grande cara, mas estou praticamente casada, então


eu acho que devemos ser apenas amigos.
The Devils Own #1 Amo Jones

PRÓLOGO

Meadow

Nunca pensei muito no que faria na próxima vez que


colocasse os olhos no Cavaleiro sombrio que invadiu minha vida
como um bandido com boas ações – o meu próprio salvador. Será
que eu correria? Será que o encheria com perguntas que não tenho
certeza se quero saber as respostas? As mulheres falavam de
pessoas salvando suas vidas o tempo todo nas reuniões em que eu
participava. Elas diziam coisas como: ‘Ele era um médico adorável,
e salvou minha vida’, ou ‘O homem que me salvou, era a luz na
escuridão do meu túnel. Eu não poderia me referir a ele com
nenhum dos dois. Meu cavaleiro não era 'adorável' nem era 'a luz
na escuridão do meu túnel'. Meu cavaleiro era a escuridão, e assim
como combater o fogo com fogo - eu combatia a escuridão com a
escuridão.

Meu nome é Meadow e esta é a minha história.

Beast

Sabia exatamente o que faria na próxima vez - se voltasse -


a ver a garota cujos gritos vibravam nas paredes do meu
apartamento durante a noite. Nunca soube se eles eram gritos
provenientes do sono, ou gritos quando estava acordada. Mas será
que isso importa? O desespero naqueles gritos me perfurou como
uma adaga afiada e foi minha fraqueza pessoal. Assim como
The Devils Own #1 Amo Jones

Wolfsbane1 era para um lobisomem ou punhais de prata para um


vampiro. Eu vivo em um mundo onde lobisomens e vampiros não
existem – e punhais ou o Wolfsbane não conseguiam acalmar meus
demônios. Porque eu não somente possuo-os, eu sou um deles. O
que eu suportei, transformou o que poderia ter sido uma criança
inocente, em um adulto nocivo, uma criatura demoníaca que até as
pessoas que o criaram, temiam. A escuridão tem me cercado por
tanto tempo, que agora é somente nela que eu posso viver.

Isto é o que acontece quando o destino interfere e duas almas


completamente quebradas colidem.

Meu nome é Beast, ou popularmente conhecido como Agente


316, e esta é a minha história.

1 - Acônito, também conhecido como Wolfsbane ou Monkshood, é uma erva potente e a fraqueza mais conhecida de

um lobisomem. Se um lobisomem faz contato físico com wolfsbane de qualquer forma, ele irá queimá-los e enfraquecê-
los.
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CAPÍTULO UM

Meadow

Início

Quatro anos de idade

“Amanhã é o Dia dos Pais, então eu quero que todos vocês


façam um belo desenho de algo que lembre seu pai. Qualquer coisa.
Pode ser o que ele faz no trabalho, como faz você se sentir. Qualquer
coisa. Quero ver lindos desenhos.”

Hmmm, pensei comigo mesma, queria amar o meu papai.


Queria saber o que ele fazia para me alegrar. Queria que ele me
fizesse feliz e alegre. Eu já vi como os outros pais tratam seus filhos,
mas o meu não fazia isso. Ele não me jogava no ar e me pegava
quando eu descia. Não me carregava em seus ombros enquanto me
levava para tomar um sorvete. Pensei no que o meu pai faz e como
isso me fazia sentir. Pegando o lápis de cera preto, comecei a
desenhar.

“Meadow”, minha professora arfou, com a mão lentamente


subindo até sua boca. Ela se ajoelhou ao meu lado, apontando para
o desenho, enquanto ainda se assegurava de que nenhuma outra
criança pudesse vê-lo.

“Meadow, querida, o que é isso que você desenhou aí?”


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Minha boca congelou com seu rosto. Queria dizer a ela o que
era, mas estava confusa. Não achava que estava fazendo algo de
errado. Ela me pediu para fazer um desenho de algo que me
lembrasse de meu pai, então eu fiz.

“Fiz algo de errado?” Perguntei a minha professora, com


lágrimas nos meus olhos.

Ela apertou meus ombros, forçando um sorriso. “Não,


querida, você não fez nada de errado.” Relaxei instantaneamente.
Eu não queria fazer nada errado, queria fazer o certo. E se levantou
com a imagem caindo de seus dedos, revelando uma figura escura
como uma sombra cobrindo uma cama de solteiro.

Beast

Início

Quatorze anos de idade

Três anos depois

Correr não era a minha coisa favorita, e considerando o meu


tamanho, sempre me esforcei muito para me manter. Mas neste
caso, eu não tinha escolha. Com minhas pernas pesadas e meu
peito arfando, olhava para trás enquanto o som de tiros ressoava e
me atravessavam os ouvidos.
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“Ele está aqui! Siga o rastro!” Um dos sargentos gritou logo


atrás de mim. Virei à cabeça para trás e continuei minha corrida.
Saltando sobre os grandes troncos de árvores caídas, parei atrás de
uma pedra que estava sob uma árvore, tentando recuperar o fôlego.
Limpando o suor na minha testa, pensei sobre minhas opções. Não
posso voltar para lá. Jamais poderia voltar para lá. Eu deveria... Eu
disse a Jada para vir comigo, mas ela não me escutou. Ela ficou e
me prometeu não dizer uma palavra. Mas como é que os guardas
sabem que eu estou ausente? Fiquei sentado onde estava,
colocando um pé na frente do outro, me preparando para avançar.

“Não se mexa, porra”, a voz baixa do sargento Kurr retumbou


atrás de mim. Eu sabia o que estava por vir. Eu sabia o que eles
iam fazer comigo quando eu voltasse e preferia morrer.
Endireitando meus ombros enquanto mantinha minha atenção fixa
na grande árvore à minha frente, mantive meus olhos fixos no casco
que estava desprendendo dela, revelando a madeira branca e
brilhante debaixo.

“Foda-se...”, respondi friamente.

Um único tiro ecoou na hora em que uma picada dolorida e


intensa colidiu com minha perna, fazendo com que eu caísse no
chão agonizando. Esperava que eles ao menos atirassem na minha
cabeça, acabando com isso mais rápido.

“Peguem-no!” Kurr ordenou, apontando sua espingarda para


o meu rosto com um sorriso.

“Tsc, tsc, tsc”, ele ajoelhou-se ao meu lado. “Agente 316, o


que vamos fazer com você desta vez?”
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Meus olhos se fecharam enquanto as lágrimas brotavam


deles. Não, não, por favor. Eu não quero voltar para lá. “Apenas me
mate!” Gritei do chão sujo e coberto de sangue. “Porra me mate!”
Rosnei uma última vez. Uma bota militar com revestimento de aço
foi erguida sobre meu rosto enquanto a sola pisoteava e golpeava
minha bochecha com uma fisgada, me acertando friamente.

Eu não temo a morte. Oh, não, eu a recebo de bom grado.


Depois de viver neste mundo toda a minha vida, sendo criado por
uma operação secreta semelhante à do Exército que foi ramificada
pelo nosso governo, eu não tive escolha a não ser fugir e talvez um
dia, eu consiga sair disso vivo.
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CAPÍTULO DOIS

Beast

“Beast? Beast, acorda!” A urgência no tom da voz de Jada me


assustou, com meu corpo acordando como se um balde de água
fria tivesse sido derramado nele.

“Jada? O que aconteceu?” Perguntei, me levantando com os


cotovelos, mas o latejar profundo da minha cabeça provou que era
melhor eu ter ficado deitado. “Foda-se, o quê?” Esfreguei a mão na
cabeça, com os olhos amarrotados. “Eles vão me matar?”

Jada sacudiu a cabeça. “Não, mas precisa ficar aí, não se


mova. Você quebrou outro mandamento, Beast. E está em perigo,
e me colocou em perigo também. Por favor, apenas fique deitado.”

Fechei meus olhos, afastando todos os pensamentos de Jada


em perigo. “Sinto muito”, sussurrei, olhando para longe dela. “Eu
estou fodendo tudo, mas eu precisava tentar...”

“Todos nós queremos ir embora, Beast. Só que você não pode


continuar fugindo.”

Um rangido irritante soou da porta de metal que fechava as


gaiolas em que nos mantinham quando um de nós violava um
mandamento. Eles levavam seus mandamentos a sério, eu
simplesmente não aceitava a tirania em que vivíamos. Até eu
conseguir me libertar, então a punição valeria a pena. Jada
arregalou os olhos e se jogou debaixo da cama de metal em que eu
estava.
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“Beast”, Kurr, o sargento me chamou ao lado da minha cama.


Ele conduz a operação e estava acima do governo. Mas esse filho
da puta tinha coragem, a merda que ele nos fazia passar, eu vivia
para o dia em que eu pudesse colocar esses olhos para dormir de
uma vez por todas.

Inclinando-se e ficando de frente para o meu rosto, ele sorriu.


“Você simplesmente nunca aprende não é, 316? Talvez...” ele tirou
sua navalha de prata e ouro que tinha Comandante gravado na
base – já sou bem familiarizado com esta faca, ela e eu já somos
bem íntimos “...eu deveria apenas, passar...” continuou
pressionando o metal frio debaixo da minha orelha e lentamente
deslizando-o no meu pescoço. O ar frio penetrava na ferida como
sal. Uma vez que acabou, ele deixou o gotejamento e o fio de
umidade escorregando por minha nuca abaixo. Senti que estava
ruim.

“Pronto, muito melhor.” Sorriu, colocando a lâmina no bolso


de trás das calças do seu terno.

“Cem miligramas de Schyronide, Robert. Coloque Best para


dormir.”

“Não, não. Chega da porra de Schyronide.” Gritei quando


duas mãos grandes agarraram-me pelos ombros, prendendo-me na
cama.

“Isto não vai doer, Beast. Você já está acostumado com isso,
relaxa.” Robert riu, trazendo a agulha de prata afiada para minha
cabeça. Como toda vez que isso acontecia, a dor passava por mim
durante os piores três segundos que eu já
havia sentido até meu mundo ficar preto.
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“Diga, Beast. Qual é o quinto mandamento?” Brian, a voz do


segundo comandante-chefe veio gritando através dos meus
ouvidos. Meus pulsos ardiam como se pulseiras de fogo estivessem
apertadas ao redor deles, e uma vez que eu abri os olhos, era mais
do que óbvio porque meus pulsos foram o primeiro pensamento que
me passou pela cabeça quando acordei. Eu estava pendurado
apenas pelos pulsos e não usava nada além do meu jeans.

Uma dor aguda atravessou meu ombro esquerdo e um rugido


escapou de mim até que minha respiração não aguentou mais.

“Diga!” Brian repetiu depois de chicotear a longa faixa de


couro nas minhas costas.

“Tu não escaparás...”, eu respondi com um grunhido.


Sugando a respiração, e em seguida comecei a recitar os seis
mandamentos de cor, enquanto o castigo continuava...

Mandamento 1 - Tu não deverás falar de nenhuma atividade


que seja realizada nas instalações em nenhuma circunstância.

Mandamento 2 - Tu não deverás participar de nenhuma


atividade sexual, a menos que aprovado pelo Primeiro Sargento Kurr.

Mandamento 3 - Tu não deverás falar com estranhos.

Mandamento 4 - Tu não deverás desonrar ou desobedecer a


ordens dadas a ti pelo Primeiro Sargento Kurr.

Mandamento 5 - Tu não deverás escapar.


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Mandamento 6 - Tu não deverás repetir a quaisquer pessoas


tuas experiências enquanto é mantido na masmorra.

Pelo juramento, você está solenemente afiançando sua


lealdade e respeito ao Exército e você se compromete a viver o resto
de seus dias servindo sob o número de Agente que lhe foi designado.

Se você quebrar qualquer uma das regras acima, suas


punições serão como o Sargento Comandante Kurr julgar
conveniente. Este é o Exército, não o confunda com o Exército de
soldados e fuzileiros. Esta é a versão genética. O nosso objetivo é
criar um exército de homens que possamos usar como armamento.
Nós o criaremos para lutar, para matar e para treinar em todas as
formas de luta: armas, combate, espada, jiu-jitsu, e torná-lo um
homem forte. Vamos quebrá-lo, sangrá-lo até que você não tenha
nada para dar. E quando pensar que desistiu e que não quer mais
viver - nós o faremos um dos nossos. O seu número de agente que
está carimbado atrás do seu pescoço é um código pelo qual deve
viver. Ele lhe dará significado e propósito. O significado do ódio e o
propósito de matar.
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CAPÍTULO TRÊS

O som áspero de uma lâmina sendo arrancada de um suporte


metálico soou nos meus ouvidos, devolvendo minha consciência ao
presente. Apertei meus olhos fechados com o reconhecimento do
que estava por vir.

“Você gostaria de olhar para isso...” Brian riu atrás de mim,


“...suas costas estão quase cobertas. Por onde vamos começar
quando eu não tiver mais lugar?” Ele riu novamente. “Sabe, para
um garoto de quatorze anos, você certamente gosta de causar
muitos problemas, Beast.” Ele zombou.

Levantei minha cabeça, envolvendo minhas mãos ao redor da


corrente da qual eu estava pendurado. “O que posso dizer...” sorri
para ele com meus dentes sangrando, “...sou um sedento por
punição.” Eu gostava de quebrar as regras porque odiava a
autoridade. A vida em que vivi confinado nesta comunidade tinha
sido um inferno, sim. Mas porque eu fui criado nela, e não
recrutado, então o inferno é o único lugar que eu conheço. Com
meus olhos fechados enquanto pensamentos de quem minha mãe
pode ter sido, inundam meu cérebro como uma onda de falsos
flashbacks, passando através dos meus olhos a cento e vinte
quilômetros por hora.

Nunca soube com o que eles nos injetavam nas agulhas


prateadas a que eu me acostumei. O líquido verde brilhante que
irradiava da cânula era geralmente uma das últimas coisas que se
via. Mas o que quer que eles tenham ali, eliminava qualquer
lembrança do que tinha acontecido antes da injeção. Apagavam
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nossas memórias de curto prazo, em grandes partes. Talvez eu


tivesse apenas quatorze anos e já estava gravemente quebrado, mas
dentro de mim, havia um garotinho que desejava saber quem era
sua mãe. Será que ela sabia que me entregara para uma
organização governamental que se referia a si mesma como O
Exército? Anseio que não, mas a verdade é que eu simplesmente
não sabia. Ninguém sabia sobre essa organização simplesmente
porque ela não existia. Nós estávamos fora do radar, vivendo em
nossa própria comunidade, sabe Deus onde. Estou aqui desde que
eu era um bebê, treinando desde que eu podia andar, e tendo o soro
injetado em mim enquanto tentavam novas maneiras de
desenvolver geneticamente a raça humana. Não sei muito mais
sobre o que se passa por aqui, porque depois de realizarmos uma
missão, somos todos levados para a masmorra onde eles nos
drogam até que possamos regressar. Nunca nos lembramos do que
aconteceu antes de uma missão, apenas saindo da base para
executar a missão, antes de tudo se desfazer em um borrão
manchado de tinta. Minha vida escorre em buracos negros, e nem
sei se existia durante esse tempo. Os novos recrutas que vêm, eles
os quebram e depois os remodelam como se fossem seus. Mas eu
não, eu nasci quebrado, tudo o que eles tinham que fazer era me
treinar.

Courtney
Flashback - Mãe do Beast

Levantei a tampa do vaso sanitário e me sentei, fiz o que tinha


que fazer e fiquei aguardando. Dei uma varredura pelo quarto,
esperando que se eu olhasse para qualquer lugar, menos para
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aquele pequeno bastão branco, isso mudaria. Com as palmas das


mãos suadas e o meu ritmo cardíaco acelerado, apertei o bastão
branco e comecei a pesar as minhas opções. Não havia como eu
manter esse bebê se eu estiver grávida, e também não havia como
eu falar com Luce sobre o assunto. Isso traria muita vergonha para
minha família. Meu pai é o pastor da nossa igreja comunitária e
minha mãe fica ao lado dele como uma boa e forte mulher cristã.
Sendo criada em Las Vegas, sempre houve a tentação. Mas eu era
uma boa garota e jamais tinha feito algo de errado - até conhecer
Luce. Como eu poderia ter sido tão estúpida? Estava decepcionada
comigo mesma, assim como Eva, eu comi a maldita maçã e agora
estou prestes a ser castigada. Se meus pais descobrissem que eu
não só estava grávida, mas o pai da criança era o presidente do Devil
Own MC, o diabo não é quem eu precisaria temer. No entanto, havia
a possibilidade de que tudo isso pudesse ser em vão e poderia estar
em pânico por nada. Respirando fundo, me levantei e caminhei até a
frente do grande espelho de vidro. Depois de muitas respirações
profundas, meus olhos se desviaram para o bastão branco. E lá,
naquela pequena janelinha, mostrava como a minha vida realmente
seria.

Nove meses depois

“Senhora? A Senhora, precisa deixar o quarto a menos que


pague outra estada”, disse o dono do motel, batendo do outro lado
da porta de madeira. Olhei para o pequeno despertador que estava
na mesinha de cabeceira e suspirei. Será que ele não poderia ter
esperado pelo menos até o final da manhã para me expulsar?
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Tirei minhas pernas da cama e me encaminhei até a porta de


madeira, segurando a maçaneta de metal, abri. “Vou embora esta
manhã,” disse a ele.

“Tudo bem, ótimo”, respondeu rudemente. Em seguida bati a


porta na cara dele, esfregando minha enorme barriga.

“Está tudo bem, garotão, mamãe encontrou uma casa muito


legal para você”, eu conversava direto com o bebê. Faço isso sempre
que posso. Li em algum lugar que durante a gravidez, o bebê
reconhece a voz de sua mãe. Depois de descobrir que eu estava
grávida, arrumei todos os meus pertences e disse aos meus pais que
ia passar dez meses em uma excursão bíblica pelos EUA, e eles
acreditaram. Não tinham motivos para não o fazer, pois nunca dei
motivos para o contrário. Nunca tinha feito nada para trair a
confiança deles antes. Não como outras garotas de dezessete anos
de idade.

Então, depois que eu arrumei meus pertences, entrei em


contato com Bethy. Bethy e eu formamos uma estreita amizade pelo
tempo que passei com Luce. Ela era uma das prostitutas do clube, e
eu não tinha nada a ver com isso. Eles a chamavam de outro nome,
mas Bethy não era assim. Uma vez que eu contei a ela o que estava
acontecendo, ela me deu um sermão por ter engravidado e depois me
deu um número para eu ligar. E disse que eles têm um bom centro
de adoção católico que se especializaram em mães que não podiam
ficar com a criança. Possuíam uma enorme lista com famílias
amorosas que não queriam esperar em uma longa lista de espera
para realizar seu sonho. Então, peguei o número e depois de uma
extensa conversa com a freira Nancy, estava pronta para ir. Tudo o
que eu tinha que fazer, era me esconder por nove meses.
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E quando eu entrasse em trabalho de parto, foi combinado de


que eu iria para a sua clínica para ter o bebê e que iriam assumir a
partir daí. Foi um grande alívio saber que meu bebê iria para uma
boa casa, um lar que nunca o expulsaria por suas crenças pessoais.
Desejo que talvez um dia eu pudesse encontrá-lo, mas não. Eu não
mereço saber dessa pequena alegria que cresce dentro de mim,
falhei como mãe e como mulher – era assim que eu me sentia de
qualquer maneira.

Fechei minha pequena mala marrom que resistiu por nove


meses e comecei a andar em direção à porta. Segurei a maçaneta
exatamente no momento em que um jato de gosma molhada e
escorregadia cobriu minhas pernas, pingando até meus tornozelos.

“Oh, meu Deus”, sussurrei horrorizada.

Rapidamente fechando a porta atrás de mim, corri para as


escadas íngremes e comecei a descer até o estacionamento onde meu
carro estava estacionado, tomando cuidado para não cair pela
escadaria quebrada e desgastada que precisava desesperadamente
de reparos.

Uma vez eu estava em segurança no meu carro, peguei o


endereço na minha bolsa. Olhando para baixo no rabisco de caneta
azul em um pedaço gasto de papel, reconheci o endereço como uma
das áreas industriais abrigadas fora na Rodovia 61.

Eu saí para a rua tranquila, olhando novamente para o meu


papel antes de olhar de volta para cima. A rua estava vazia, sem
nada além de prédios industriais que antes ocupavam postos de
trabalho. Continuei pela rua, contando os números gastos
delineados na frente dos edifícios. Uma vez que eu dei a volta na
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esquina e vi um enorme edifício branco imaculado, parecido com um


hospital, eu sabia que tinha chegado ao local. Curioso que este
imaculado e novo prédio estava no meio de uma área tão degradada.
Encostei nos portões com arames altos quando um homem usando
terno e óculos preto saiu. Ele tinha um rosto severo, revelando a
seriedade com que levava seu trabalho.

Abaixei minha janela e enfiei a cabeça para fora. “Oi, eu


estou... eu estou em trabalho de parto e a enfermeira Nancy me disse
para vir aqui”, disse nervosa.

“Dê-me o papel que ela escreveu”, respondeu com autoridade.

Tentei acalmar meus nervos, vasculhando com meus dedos


por todos os meus pertences na minha bolsa antes de agarrar e
entregar a pequena nota fora da minha janela. Ele arrancou-a das
minhas mãos, averiguou por um tempo antes de entregá-la de volta
a mim. E girou os dedos no ar, enquanto as portas altas guinchavam
abertas.

“Acho que consegui”, murmurei para mim mesma, colocando o


carro em primeira e me encaminhando para a entrada. O ar cheirava
a desinfetante e limpeza. Fechei a porta do meu carro quando outra
dor do parto me atingiu, me esfaqueando direto no meu - em todos
os lugares. Por Deus, esta é a pior dor que eu já senti, é paralisante.
Não tive tempo de examinar o ambiente ao meu redor ou sentir o que
eu estava observando sobre este lugar porque este bebê estava vindo
e ele estava vindo... agora. Segurando ao redor da lombada na
minha frente, e após a última contração ter desaparecido, eu
continuei minha caminhada, agora rápida, até as grandes portas de
madeira. Empurrando-as, corri para a recepção onde uma mulher de
meia idade permanecia sentada com batom rosa brilhante, e os
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cabelos num coque apertado no alto da sua cabeça, nossa, os


enfermeiros aqui se vestiam bem.

“Oi, a freira Nancy me enviou”, disse, examinando seu rosto


perfeitamente maquiado. Ela manteve o mesmo sorriso no rosto, sem
dizer uma palavra, ao ponto que cheguei a pensar que talvez ela
fosse um manequim, não uma pessoa real. Outra contração me
atingiu, me fazendo curvar-me de dor.

“Por favor, elas estão apenas a alguns minutos de intervalo”,


digo a ela, agarrando-me à recepção.

“Vou levá-la para o seu quarto. A irmã Nancy estará lá em


alguns minutos”, respondeu a mulher casualmente, contornando a
mesa e colocando meu braço em volta do seu pescoço, me ajudando
a ir para o quarto. Passamos por muitas salas em nosso caminho
escuro, por um corredor sombrio, e uma vez que ela chegou a uma
porta, parou e abriu com a mão livre, me guiando e me colocando
para baixo na dura e pequena cama. O quarto era escuro, as paredes
eram marrons desbotadas, sem nada no quarto a não ser a cama
onde eu estava deitada. Havia estribos presos à cama e uma luz
pendurada no teto, lançando sombras contra as paredes. Eu estava
esfregando meu estômago e tentando me sentir confortável quando
a recepcionista começou a ir em direção à porta.

“Espere!” Eu a chamei, apoiando-me em meus cotovelos.


“Onde está à irmã Nancy?”

A mulher manteve-se de costas para mim, e olhando por cima


do ombro, ela sorriu. “Oh, irmã Nancy não está disponível.” Antes de
caminhar para fora das portas de metal frio, deixando-me na
escuridão, assim quando outra contração me bateu.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Oh, não”, eu comecei a gritar. “Oh, não, oh, não, oh, não. Meu
bebê, meu bebê, eu não posso ter ele aqui dentro sozinha,” gritei
enquanto outra contração me atingia. E gotas de suor começaram a
pingar da minha testa, enquanto meu corpo convulsionava e meu
estômago apertava antes do meu corpo começar a se contrair
novamente. Minha respiração passou a se intensificar em
respirações profundas e superficiais enquanto meu corpo começava
a empurrar involuntariamente sozinho. Eu soltei um grito poderoso
enquanto tirava minhas calças e me sentava na cama de joelhos com
minhas pernas abertas. Apoiando-me nos cotovelos contra a
cabeceira, esperei que a próxima contração viesse, sabendo que
desta vez, eu iria empurrar com ela. Não sei muitas coisas sobre
nascimentos, mas a única coisa que sei é que o corpo normalmente
faz isso por você.

Iniciei uma oração. “Pai, derrame seu espírito santo sobre mim
e meu filhinho, ma...”

A próxima contração veio dez vezes pior e eu gritei apavorada,


com meus dedos curvados eu respirei fundo e comecei a empurrar.
Três empurradas mais tarde, eu estava segurando meu menininho.
Só que ele não era um neném, ele era enorme. Meu coração doía
enquanto as lágrimas começaram a escorrer por meu rosto. Eu sabia
o que algo precisava ser feito lá embaixo, eu não tinha parado de
sangrar desde que iniciou o trabalho de parto.

“Olá, menininho. Bem... você não é tão menininho, hein?”


Beijei sua cabeça que era cheia de cabelo escuro como os de Luce.
Deus, ele era tão parecido com Luce. Meus olhos começaram a
fechar, e eu lutava para mantê-los abertos. Enrolando-me de lado,
eu coloquei Luce Jr nos meus braços, então se eu adormecesse, ele
não iria cair da cama.
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E chorei pelo bebê que eu queria poder conhecer. E chorei pela


decisão errada de confiar na freira Nancy, e por fim, chorei pela
perda do meu bebê, meu precioso menininho. A escuridão começou
a sombrear minha visão enquanto eu tentava beijar Luce Jr na
cabeça, mas meu corpo estava pesado e lá no fundo eu sabia que ele
estava se desligando.

“Eu te amo”, sussurrei antes que a escuridão e o desconhecido


me sugassem.
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CAPÍTULO QUATRO

Meadow

Quatorze anos de idade

Eu tinha quatro anos quando meu pai começou a abusar de


mim. Quatro anos. Minha mãe foi embora quando eu era um bebê
e eu não a vejo desde então. Meu pai - Donald - era meu próprio
demônio, e o apartamento onde morávamos era o meu próprio
inferno. À medida que fui envelhecendo, as agressões foram se
tornando mais fortes, mais violentas. O dia em que ele tomou
minha virgindade foi o dia em que ele começou um novo jogo que
ele gostava de jogar. Pensei em matá-lo durante o sono mais vezes
do que eu podia contar, mas não era isso que eu queria realmente
ser.

“Meadow!” Donald gritou de nossa sala de estar em nosso


pequeno e degradado apartamento. As paredes estavam
descascando devido à idade e do tremular do trem que passava pela
janela do meu quarto a cada hora. A água quente era um luxo que
não podíamos pagar, e nossa eletricidade acabava pelo menos duas
vezes por mês. Ele nunca pagava nada, a menos que realmente
precisasse.

“Meadow, venha aqui, porra!” repetiu da sala, com a voz


estremecendo em minhas paredes, mandando calafrios por minha
espinha abaixo. Eu engoli, agarrando a Glock com uma única
lágrima rolando pelo rosto. Os passos pesados sacudiram as
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paredes finas, e eu rapidamente empurrei a arma para debaixo do


meu colchão. Afastando minhas lágrimas, fiquei em pé da minha
cama e endireitei minha roupa.

“Desculpe, eu adormeci”, disse a ele enquanto empurrava


minha porta, quebrando a parte de trás dela contra a parede. Eu
me encolhi, de repente com a rachadura da maçaneta da porta,
rachando a parede.

“Você adormeceu?” Perguntou com uma risada. Seu cabelo


grisalho era curto e seu corpo magro ainda o mesmo. Ele era frágil,
sua pele era toda escamada e manchada de amarelo. Aposto que se
eu quisesse, eu poderia chutar sua bunda velha. Mas, no fundo, eu
era uma escrava do meu agressor. E era aterrorizada por ele. A
escola era a minha única saída, mas mesmo lá eu era maltratada.
Amigos estavam fora de questão para mim e minhas roupas
esfarrapadas só faziam as pessoas se afastarem. As garotas riam
de mim e os garotos zombavam da minha mera existência. Eu não
me importava, eu viveria o resto da minha vida com seus
comentários maliciosos se isso significasse que eu não teria que ver
Donald, mesmo que fosse apenas sete horas por dia.

Ele se aproximou de mim, com uma bofetada estridente


soando ao redor do quarto, ao mesmo tempo em que minha
bochecha picava do impacto. Meu corpo desnutrido bateu no
colchão de molas do meu quarto e eu apertei minha bochecha com
a mão.

“Levante-se pequena vadia, precisamos ir até o mercado!


Você não está saindo de perto de mim.” Ele agarrou meu longo
cabelo despenteado, arrancando alguns fios da bagunça oleosa em
minha cabeça, de modo que meu couro cabeludo começou a arder
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no local atingido. Fiquei calada, eu nunca revidava. Toda vez que


algo assim acontecia, eu fazia o que costumava fazer – ia para o
meu lugar feliz. Esse lugar era cheio de rosas vermelhas e próximo
do oceano, onde tenho um bangalô na praia, e eu poderia dormir
toda noite ao som das ondas batendo contra a areia, e o ar era tão
espesso de sal que faria meus olhos arder. O aperto no meu pescoço
me trouxe de volta à realidade. Ele me puxou da cama pelo pescoço
e riu, me jogando para trás no chão.

Começando a se afastar, ele se virou para mim e disse:


“Levante-se pequena cadela, nós estamos saindo.”

Depois de fazer algumas compras de supermercado, que


consistia em feijão cozido e pão, nós subimos as escadas até nosso
apartamento. O condomínio onde morávamos era uma grande casa
de passagem para os sem-teto. As paredes externas eram tão
danificadas que os tubos de encanamento estavam caindo para fora
delas. Betsy, a senhoria do prédio, era uma mulher assustadora
que você não a queria te perseguindo atrás do aluguel. Você escuta
tiros durante toda a noite, bebês chorando e brigas, mas isso era
tudo que eu já tinha conhecido porque tínhamos vivido lá toda a
minha vida.

Seguindo logo atrás de Donald, eu segurava os sacos de


plástico na minha mão enquanto subia as escadas de concreto.
Havia quatro outros apartamentos em nosso andar e só havia outra
mulher que morava ao lado, mas alguém havia se mudado para o
apartamento próximo a nós há algumas semanas. Eu nunca o
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tinha visto, no entanto. Só sabia que ele morava lá porque vi uma


mala do lado de fora da sua porta com suas roupas dentro.

Donald abriu a porta e eu segui atrás dele. Fechando a porta


com os pés, coloquei os sacos de plástico na mesa da cozinha
amarela com mostarda.

“Meadow”, sua voz deslizou por meus ouvidos como um fio


de baba suja. E calafrios passaram por minha pele.

“Sim?” Respondi, deixando o saco plástico macio escorregar


dos meus dedos.

“Vem cá, vadiazinha. Vem cuidar do papai.” A bílis subiu na


minha boca, obstruindo minha garganta, fazendo com que as
cordas vocais se fechassem.

“Meadow!” Gritou. “Não vou chamar mais uma vez!” Meu


coração apertou quando um soluço saiu dos meus lábios.

Só mais essa vez.

Só mais essa vez.

Eu clamava enquanto meus pés pesados deslizavam pelo


chão de madeira, levando-me para o meu pior pesadelo.

É isso aí. Depois que ele terminasse desta vez, eu ia estourar


meus miolos nas paredes do quarto dele - eu cansei, não aguento
mais. O melhor que eu podia fazer por enquanto era relaxar sobre
esse fato.

Chegando à sala, suas risadas ásperas soavam do


desgastado sofá marrom, sua cor real não era marrom. Já foi
branco, mas toda a sujeira e as coisas vis que aconteceram ali
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obviamente tiveram seu preço. Engolindo o vômito que estava


prestes a aparecer na minha boca, deixando uma ferroada
desagradável em minhas amígdalas, eu prossegui.

Ele pegou meu pulso quando entrei na sala, enrolando sua


mão em torno dele como uma armadilha para animais, e me
empurrando para o sofá. Há muito tempo eu desisti de implorar
para que parasse, aprendi com o tempo que ele gostava da minha
súplica. Isso só intensificava o abuso. O melhor para mim era ir
para o meu lugar feliz e depois relaxar sobre o fato de que esta seria
a última vez. Suas mãos e unhas sujas escorregaram na minha
frente, agarrando-se ao meu sutiã e abrindo-o em um movimento
rápido. Fechei os olhos enquanto uma única lágrima escorria por
minha bochecha. Ele moveu as mãos para baixo, desabotoando
meu jeans e puxando grosseiramente para baixo, arrastando
minhas pernas no processo. Aprendi desde pequena a nunca usar
um vestido. Sempre andei de jeans e camisetas. Não havia como eu
oferecer nada para ele olhar. Meu corpo convulsionava de raiva e
dor, mas acima de tudo, eu me protegia com o entorpecimento que
só se obtém ao ser submetido à mesma provação inúmeras vezes.
Jamais tinha estado com outro homem, nem estava interessada.
Não consigo imaginar o dia em que eu classificaria o sexo como um
ato prazeroso.

O seu hálito quente e velho grudava na minha pele como ar


venenoso passando sobre mim em ondas quentes. Uma língua
pegajosa saiu de sua boca e atravessou meu pescoço enquanto a
mão começava a mexer em seu bolso. Meu pânico aumentou
rapidamente ao saber o que estava prestes a acontecer.
Empurrando sua boca rachada e fedorenta de cigarro sobre a
minha, e a língua invadindo meus lábios selados, deixando um
The Devils Own #1 Amo Jones

resíduo picante de saliva na minha língua. O metal frio da lâmina


golpeia contra minha coxa, pronta para fazer outro corte e o sangue
escorrega sobre minhas outras cento e trinta e seis cicatrizes. Ele
gostava de fazer isso toda vez que me estuprava, começando no dia
em que roubou minha virgindade, aos doze anos de idade. Cento e
trinta e seis vezes que ele havia me estuprado. Cento e trinta e seis
vezes que deixou cicatrizes na minha pele para combinar com as
que já estavam incrustadas na minha alma. Com o peito erguido e
as lágrimas descendo mais rapidamente, fechei novamente meus
olhos, levando-me ao meu lugar feliz.

Rosas vermelhas…

Ondas quebrando...

Bangalô na praia...

A sombra escura que seu corpo mantinha sobre minhas


pálpebras fechadas agora brilhava com claridade. O peso de seu
corpo empurrando o meu para o sofá já tinha evaporado e o ar
estava leve e fresco de novo, já não era mais intoxicado por sujeira
e podridão.

O som de um punho conectando-se com pele me chocou


enquanto eu disparava do sofá, então eu vi uma grande – não,
enorme - estrutura de um homem de pé sobre Donald. Espancando
repetidamente seu rosto, de novo, de novo e de novo. Arfei em
choque, com meus pés me levando até a porta de madeira por onde
ele entrou e a fechei, rolando a fechadura.

Retornei minha atenção para o homem que batia em Donald.


Ele usava um capuz escuro com calças jeans largas e escuras que
estavam presas com um cinto com pinos. Seu capuz estava puxado
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sobre sua cabeça e seus ombros eram simplesmente monstruosos.


Minhas palavras vacilaram ao som dos ossos rachando.

“Pare”, eu pedi, levando minha mão em direção ao homem.

Ele virou sua cabeça sobre o ombro. “Eu tenho observado


você”, declarou. “Nas últimas semanas, eu ouvi seus gritos e ouvi
seus soluços através destas paredes. Há quanto tempo ele vem
fazendo isso?” Perguntou, e sua voz era sombria

“Eu... eu... uh,” gaguejei, cobrindo meu peito com as mãos e


puxando a minha camisa para baixo em uma tentativa de me
cobrir.

“Apenas diga. Seja honesta comigo”, exigiu, mantendo a


cabeça virada.

Esta era a primeira vez que eu falaria sobre o que acontecia


entre estas paredes. Mas como este homem já sabia, não parecia
tão difícil quanto eu imaginava, e me abri para ele como o Mar
Vermelho.

“Desde que eu tinha quatro anos, mas ele não me estuprou


até eu ter doze. Eu não sei por que ele esperou até que eu fazer doze
anos,” sussurrei.

Silêncio. O ar engrossou com raiva, raiva feito lava quente e


derretida que vibrava dele por ondas. Aproximando-se de mim,
pegou o cobertor que estava no sofá e me cobriu antes de voltar
para Donald.

“Deixe-me acabar com ele”, rosnou, virando a cabeça para o


corpo sem vida no chão.
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Poderia ter fingido que precisava pensar sobre isso, mas não
fingi. Este homem tinha roubado cada parte de mim. Se havia uma
coisa que eu nunca lhe daria, no entanto, era a minha raiva. Eu
nunca o deixaria roubar minha ira, por mais assombrada que essa
ira pudesse ter se tornado.

Corri meus dedos por meu cabelo, gorduroso, bagunçado


emaranhado deixando resquícios de sujeira sob minhas unhas. Não
me importando com o quanto eu parecia suja. “Tudo bem.”

E com isso, o estranho ajoelhou-se diante de Donald, agarrou


seu rosto com as mãos e com um piscar de olhos torceu a cabeça
amolecida dele e jogou o corpo sem vida no piso desgastado. Minha
respiração engasgou por um segundo e embora tivesse acabado de
testemunhar uma morte, um assassinato - senti alívio.

Caminhando para mim com o rosto ainda coberto


ligeiramente pelo capuz, ele tirou algumas chaves do bolso. “Vá
para o meu apartamento. Não fale com ninguém. Vá para lá agora.
Você entendeu?” Não respondi, ainda estava parcialmente em
estado de choque pelo que eu acabara de testemunhar. Para minha
surpresa, uma onda de alívio passou por me corpo.

“Posso...ver você?” Perguntei, engolindo o caroço que se


formou na minha garganta.

A sombra causada por seu capuz acentuava sua forte


mandíbula. Suas grandes mãos ásperas chegaram até a borda de
seu capuz, segurando com os dedos. Observei cuidadosamente
quando ele baixou-a sobre a cabeça para colocar ao redor do
pescoço.
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Ele era mais jovem do que eu teria imaginado. Tinha certeza


de que por seu tamanho que tinha bem mais de trinta anos, mas
ele só tinha que ser aproximadamente uns seis anos mais velhos
do que eu. Seus olhos eram escuros, como mármores em uma
órbita profunda sombreada por pestanas escuras. Seu cabelo com
um corte militar e a pele lisa cor de oliva que emoldurava seu rosto,
que não tinha um único defeito.

Ele é lindo, refleti para mim mesma.

Quando ele moveu sua cabeça para o lado para olhar o corpo
de Donald deitado no chão, o capuz dele se moveu e revelou uma
ponta gravada em seu pescoço onde apareceu um longo corte,
parecia que passava por trás da orelha direita até o pescoço. Não
consegui analisar bem, e com certeza, não iria perguntar sobre os
detalhes. Ele acabou de matar alguém, não serei eu a fazer
perguntas agora.

“Você precisa ir. Agora. Eu vou ter que esperar até que esteja
escuro lá fora antes de remover o corpo, mas você precisa sair e
esperar por mim no apartamento.”

“Quantos anos você tem?” Perguntei num murmúrio.

“O quê? Por quê?” Sussurrou.

“Porque seu corpo parece mais velho, mas o seu rosto


parece... jovem.”

“Eu tenho vinte e um.” Respondeu enfiando as chaves de


metal frio na palma da minha mão. “Agora, vá!” Estremeci com sua
voz de comando, mas segui em direção à porta de qualquer
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maneira. Segurando a maçaneta, fiz uma pausa, olhando por cima


do meu ombro para ele. O capuz estava de volta na cabeça.

“Obrigada”, eu disse rapidamente antes de caminhar para


fora da porta. E cheguei à sua porta, enfiando a chave e a abri,
rapidamente entrando e batendo-a atrás de mim.

Cento e trinta e seis cicatrizes - era o número de cicatrizes


que Donald havia deixado em mim, e que nunca mais sairia.

E com isso, uma onda de alívio penetrou em meu organismo


e fez minhas pernas cederem, me deixando cair no chão. Era uma
sensação que eu acolheria eternamente. Fisicamente, eu estava
livre. Entretanto, sob minha alma manchada ainda estava à garota
balançando em um canto com grilhões amarrados em volta de seus
tornozelos, pedindo para Deus para salvá-la. Mas Deus nunca veio.
Ao invés disso, ele enviou um Cavaleiro Sombrio.
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CAPÍTULO CINCO

Beast

Vinte e um anos de idade

“Beast você não pode fazer isso. Hella, diga a ele que não pode
fazer isso”, exigiu Jada caminhando de um lado para outro.

“Ele pode”, acrescentou Hella. “E eu vou com ele.”

Hella já estava aqui há dez anos e foi recrutado aos dez. Ele
era um garoto perdido, estava no sistema de adoção. Uma noite
quando estava dormindo sob uma das pontes de NYC, foi
capturado. Acho que o trouxeram por causa de sua pouca idade e
porque ele não tinha família e ninguém que se importasse –
simplesmente mais um garoto perdido. Ele era totalmente
impiedoso e triturava qualquer um com o estalar dos dedos.

“O quê?” Jada grunhiu. “Você não pode ir embora, Hella. Não


terei ninguém aqui com vocês dois fora.”

“Então venha com a gente, Jada. Você não precisa ficar aqui.”

“Não posso. Se eles me encontrarem...” ela não conseguiu


terminar a frase.

“Eles não vão. Nós não vamos deixar nada acontecer com
você.”
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“Eu não posso. Sinto muito”, respondeu, com lágrimas


correndo por suas bochechas avermelhadas. Ela as enxotou com
raiva, girando e saindo da nossa tenda. O setor em que estávamos
era todo circundado por tendas brancas. Quando éramos mais
jovens, tivemos que ficar no prédio de confinamento que ficava bem
no meio da propriedade. Mas quando chegamos aos 18 anos - e
paramos de tentar lutar contra o sistema - eles nos colocaram aqui
fora com o restante dos soldados. Havia cerca de trinta e oito de
nós. Hella e eu tínhamos planejado nossa fuga desde que
resolvemos parar de lutar contra Kurr. Tínhamos estudado cada
detalhe com cuidado e precisão. Sabíamos quando os guardas
trocavam de turno ou quando estavam ocupados, o que nos dava
um intervalo de tempo de dez minutos.

“Nós não podemos deixá-la aqui”, eu disse para Hella,


amarrando minhas botas de combate.

“Mas, não podemos fazer mais nada a respeito. Ela não quer
ir embora.”

“Nós voltaremos para buscá-la.” Decido, colocando meu


colete preto sobre o meu moletom com capuz.

“Sim”, Hella engoliu em seco, e prosseguiu. “Nós vamos


voltar.”

“Pronto?” Perguntei com uma sobrancelha arqueada.

“Nasci pronto, porra”, respondeu, ansioso e determinado.


The Devils Own #1 Amo Jones

Uma vez que o relógio da torre que ficava acima da sede, bate
nove horas, iniciamos nossa fuga. Jogando minha mochila sobre
meus ombros, eu puxei meu capuz sobre a cabeça, protegendo os
olhos.

“Vamos”, sussurrei para Hella, que estava logo atrás de mim.


As folhas secas estalam sob o peso das minhas botas e a escuridão
da noite deixando qualquer visão impossível. Retirando os óculos
de visão noturna que eu tinha roubado há algumas semanas atrás,
eu entrego um para Hella enquanto continuamos nossa
caminhada. Evitando os holofotes que giram por todo o composto,
nos movemos para a cerca de metal. Nós dois trabalhamos nesta
cerca por algumas semanas e temos pleno conhecimento de que
esta parte do muro ficou mais fraca do que as outras. Decidimos
cortar toda esta parte da cerca e, em seguida, montar novamente,
com o nosso próprio metal, tornando mais fácil para nós removê-lo
facilmente quando fosse o momento certo.

Desengatando todos os ganchos, passei-os para Hella, que


depois os colocou em seu bolso enquanto ainda mantinha a
vigilância, sua cabeça se movia de um lado para o outro e sua arma
estava apontada com o dedo no gatilho. Hella e eu tínhamos a
mesma altura e a mesma estrutura física. Podíamos passar por
irmãos, só que onde meu cabelo era escuro, o dele era loiro. Nós
dois podíamos levantar a mesma quantidade de peso. Uma das
únicas coisas que podíamos fazer no complexo quando não
estávamos treinando, era levantar peso. Tudo girava em torno do
tamanho dos homens por fora e a competência do lutador por
dentro. Hella e eu tínhamos muitas mortes em nossas mãos, Kurr
sempre deixou claro o sucesso que apresentávamos e o quanto
contribuíamos para a causa. Qual maldita causa, eu nunca soube.
The Devils Own #1 Amo Jones

Matar as pessoas que eles mandavam ou nos mandar para o


Iraque, isso não importava. Nós tínhamos que fazer. Mas onde eu
era mais contido com as minhas mortes, Hella apenas desfazia você
em pedaços como um Pit Bull com a boca e com as mãos.

“Feito” sussurrei esticando o fio para formar um buraco com


tamanho suficiente apenas para nós dois passarmos. Enfiando
meu corpo pela cerca seguido por Hella, chegamos ao outro lado e
corremos. Corremos como tínhamos feito muitas vezes antes, mas
só que desta vez, para não sermos pegos.

Meus pés estavam batendo na calçada com passos pesados,


com o ar silencioso a minha volta, sem nada além de nossa
respiração e o estalar das folhas sob nossas botas quebrando o
silêncio. Com meu capuz jogado sobre meus olhos, minhas pernas
saltavam e eu me impulsionava para frente. A libertação que
brotava em mim era surreal. Eu desejava isso há muito tempo.
Todas as tentativas fracassadas de fuga, todas as punições, os
chicotes, os cortes, não foi tudo em vão.

“Você tem notícias do seu contato?” Perguntei a Hella quando


encontramos o primeiro carro estacionado. Um único poste o
iluminava na escuridão da noite. A neblina era espessa e o ar
gelado. Um suor frio brotou em mim. Eu tirei a chave de fenda da
minha mochila, abri a fechadura rapidamente e deslizei para o
banco do motorista.

Hella tomou o assento ao lado do passageiro, jogando nossas


mochilas para a parte de trás. “Sim, estamos bem. Ela é uma
policial.”
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Isso chamou minha atenção. Que porra ele estava pensando


trazendo uma porra de um policial para isso. Uma coisa que eu
sabia era nunca confiar em ninguém da lei. Buceta ou não.

“Por que diabos você faria isso?”

“Acalme-se, ela é diferente”, respondeu indiferente.

Coloquei a chave de fenda para baixo, tirando o capuz da


minha cabeça. “Não me venha com essa merda de ela ser diferente.”

“Ela é, Beast, porra. Como se eu fosse fazer algo para nos


levar de volta para aquela merda. Você precisa confiar em mim.”

“Qual é o nome dela?”

“Abby”, falou, passando a palma da mão sobre o queixo. “Eu


a conheci em Boston, num dos lares adotivos em que eu estive. Ela
era rebelde, sempre entrando em apuros em cada esquina que
íamos. Fizemos um pacto de sempre nos encontrarmos, e então ela
foi levada a uma família em Westbeach. E a acompanhei o máximo
que pude. Na noite da Blacklisted, eu tinha acabado de vê-la. Ela
estava feliz, encontrou uma família num clube de MC em
Westbeach chamado Sinful Souls. Ela estava feliz, porra, e queria
que eu ficasse, disse que eu poderia ter um lar lá também, mas não
tinha como eu invadir sua vida. Só fiquei satisfeito por ela estar
amparada, sabe?” Ele passou as mãos pelo cabelo curto. Todos nós
cortávamos o nosso cabelo em um corte militar. Não era autorizado
deixa-lo mais comprido.

Blacklisted é como chamamos quando eles nos levam. E eu


sei por que ele foi listado, eles escolhiam as pessoas por acaso.
The Devils Own #1 Amo Jones

Quanto mais jovem e sem família, melhor, e Hella era perfeito e se


encaixava no molde.

Continuei meu trabalho para pôr de uma vez este carro em


movimento, enquanto ele continuava: “De qualquer forma, espero
que ela ainda esteja por lá.”

“Se ela não estiver, pelo menos, estamos fora”, eu disse,


virando a chave de fenda até o rugido do motor e do escapamento
ganhar vida.

Fechando a porta, liguei o motor para sairmos de lá.

“Para Westbeach?” Pergunto, olhando para ele no lado do


passageiro.

“Sim, vou te mostrar o caminho.”

É melhor assim, porque eu não dirigi em nenhum lugar fora


do complexo antes.

Dois dias depois e uma parada em um hotel, chegamos a


Westbeach. Esfregando meus olhos com as costas das mãos,
cutuquei um Hella adormecido.

Ele remexeu-se em seu assento. “Nós chegamos?” Perguntou,


sentando-se.

“Sim, para onde agora? São três da manhã. Precisamos parar


em algum lugar.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Foda-se, tenho certeza de que estamos quase sem dinheiro”,


respondeu Hella, passando a mão por cima do resto de barba dele.

“Vamos nos preocupar com isso mais tarde. Ainda tenho


algum dinheiro na mochila, vê quanto tem aí.”

Ele se inclinou no banco de trás, puxando o dinheiro fora do


bolso da frente da mochila.

“Porra, onde diabos você conseguiu tudo isso?” Ele


perguntou, folheando as notas de cem dólares com o polegar.

“Tenho guardado desde que eu era pequeno. Cada nota que


eu podia pegar, eu pegava.”

Hella sorriu. “Isso é bom, mano.” Guardou o dinheiro de volta


na mochila e deixou-a em seus pés. “Vire à esquerda ali na
esquina”, apontou. “Há um motel que podemos ficar lá.”

Na manhã seguinte, estávamos indo em direção à sede do


clube ainda no carro roubado.

“Precisamos largar este carro e pegar outro”, eu disse,


sondando os arredores em busca de policiais.

“Sim, não podemos levá-lo até o Sinful Souls. Não consigo


imaginá-los satisfeitos com a nossa chegada em um carro roubado.
Encoste aqui, há um parque próximo, podemos largá-lo e andar o
resto do caminho.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Balancei a cabeça, entrando no estacionamento que era


coberto por árvores. Peguei um pano de microfibra que guardava
na minha bolsa e comecei a limpar as áreas em que tínhamos
tocado. Ambos sabíamos que não deveríamos tocar nas superfícies,
mas merdas acontecem.

“Você tem certeza disso?” Perguntei à Hella quando


estávamos prestes a chegar aos portões pesados do clube. O portão
era enorme com o símbolo de um crânio com um chapéu de cowboy
e um charuto pendurado na boca, e o letreiro do 'Sinful Souls MC'
em um arco circundando o topo da imagem e a palavra 'Califórnia'
abaixo. Eu olhei para Hella com um simples balanço de cabeça. “É
bom que você esteja certo sobre isso.”

Apenas dois minutos depois, um jovem de cabelos louros e


espetados caminhou em direção ao portão, olhando tanto para mim
quanto para Hella de cima a baixo. “Posso ajudar?”

Ele usava um colete inscrito 'Prospecto’ nele. Eu quase ri,


este menino era o menino mau do seu clube?

Hella respondeu: “Sim, estou procurando por Abby?”

“E você é...” respondeu o garoto com cara de menino bonito.


E o comportamento dele me irritando.

“Amigos do passado dela, caralho. Vai chamá-la ou não?”


Rosnei de onde eu estava. Os olhos do garoto bonito se desviaram
para os meus antes dele os inclinar. Então eu ri. “O quê? Isso
deveria ser intimidante?” Perguntei, tentando afastar meus
pensamentos de embrulhar este pequeno filho da puta em uma
embalagem de sardinha e arrancar seus olhos.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele sorriu. “Você veio aqui...” ele apontou para o chão, “...e
tenta pisar em mim no meu próprio território?”

“Travis!” uma voz baixa nos interrompe do pátio. “Chega


aqui, porra.”

O homem veio até o portão e Hella sussurrou ao meu lado:


“Só não perca sua cabeça. Controle-se.” Eu olhei para ele com as
sobrancelhas erguidas. Normalmente era eu que lhe dizia para
conter sua raiva, não o contrário.

“Posso ajudá-los?” disse o homem de dentro. Olhei para ele


de cima a baixo, repousando minha visão em seu patch. Onde no
path do menino bonito era ‘'Prospecto’, este dizia ‘Presidente’.

Assim era muito melhor.

“Sim”, falou Hella. “Estamos procurando por Abby. Não


viemos criar problemas, eu a conheço desde que éramos crianças”,
contou Hella, colocando suas mãos contra a cerca de ferro.

Os olhos do presidente se estreitaram. “Como você diz que se


chama?” Medindo Hella da cabeça aos pés, ele pôs a mão no bolso
e pegou seu telefone.

“Hella. Ou como ela pode ter me conhecido como Braxton.”

Braxton? Foda-se. Se a situação não fosse absolutamente


séria, eu teria rido dele. Então eu pensei, pelo menos alguém deu a
mínima para lhe dar um nome.

“Alô, sim, tenho aqui dois grandes filhos da puta que vieram
atrás de ti. Você conhece algum Braxton?”
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“Sim? Tudo bem então.” Ele desligou o telefone, estalando os


dedos no ar e ninguém se moveu, então olhou para o garoto. “Vai
abrir o portão, Trav, ou não? Agora você está com medo. Segure a
porra da sua língua da próxima vez, rapaz.” O prospecto se moveu,
apertando um botão vermelho nos portões, fazendo com que eles se
abrissem. Nós dois entramos, e outros homens desceram na área
do pátio, parecendo céticos.

“Eu sou Zane, o presidente.” Apontou para o pátio, onde


estavam outros dois homens. “Esses são Ade e Blake.” Ele sorriu.
“Não tentem nada, nós temos um cemitério especial para os filhos
da puta que chegam sorrateiramente. Tenho certeza de que temos
uma cova para o tamanho de vocês, também.”

Balancei minha cabeça em entendimento. Entendi. Depois de


estar no Exército a minha vida toda, qualquer um fora daquela vida
me parecia normal. Eu tinha muito a aprender quando se tratava
da civilização.

“Beast”, murmurei, apertando a mão dele.

Ele balançou a cabeça. “Eu vejo o porquê.”

Entramos na área do bar, nos sentando em uma mesa e Ade


e Blake se juntaram a nós. Eles pediram duas cervejas para a
garçonete que parecia ter acabado de sair de uma revista. Todas as
garotas têm esse visual? Não gosto, porra, isso é falso. Qualquer
um que precise passar um tempo de manhã para tentar parecer tão
perfeito jamais me interessará.

“Então”, começou Zane, colocando sua cerveja na mesa


depois de tomar um gole. “Abby estará aqui quando ela terminar
seu turno. Ela não conseguiu sair mais cedo.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Como é que ela está?” Hella perguntou, pegando a sua


bebida gelada na mão. Fiz uma varredura na mesa, trazendo meus
olhos para o maior de todos eles - Ade. Você pensaria que ele
poderia ter saído de uma campanha publicitária também, ou seja,
até que alcançasse as profundezas vazias dos seus olhos. Acenei
com a cabeça para ele, uma vez que ele notou o meu olhar. Seus
olhos vacilaram, mas ele acenou de volta com um pequeno sorriso.
Era um homem fodido reconhecendo outro.

“Sim, ótima”, respondeu Zane, olhando em volta da sede do


clube. “Ela não falou muito no telefone, mas disse que eu deveria
confiar em você e em qualquer pessoa que estivesse com você, em
qualquer circunstância. Nossa pequena Abster costuma ser muito
exigente.”

Hella riu ao redor da borda de sua cerveja. “Isso não mudou


muito então.”

“Como é que vocês se conhecem? Conhecemos Abby desde os


14 anos”, perguntou Ade de seu lugar, jogando seus braços de volta
sobre a cadeira vazia ao seu lado. O gesto mostrou sua confiança e
que não dava à mínima. Ele poderia ser um problema se alguma
coisa acontecesse.

“Estivemos juntos na mesma casa por três anos quando


éramos crianças. Eu vim aqui uma vez, para ver se ela estava feliz.
Ela insistiu para que eu ficasse”, respondeu Hella. Eu penso no
tempo em que passei no Exército, em toda a instrução oferecida
pelas freiras. Minha memória tem muitas dessas lembranças em
branco, mas eu me lembro do aprendizado. E era grato por isso, e
eu imaginei, porque Jada e eu éramos os mais novos - ela chegou
The Devils Own #1 Amo Jones

aos quatro anos de idade - éramos os únicos alunos de freira Nancy


e freira Lucy.

Inglês e matemática eram nossas disciplinas principais, mas


a maior parte do nosso aprendizado era guiada pelo que Kurr queria
que aprendêssemos, ou seja, principalmente matar. Com Jada, era
matar na arte da sedução. Ela era boa nisso - é boa nisso. Muito
boa porque uma vez que eles viram como ela podia reinar
facilmente em algumas das matanças de maior escala, não havia
como eles a deixarem ir. Ela os colocava aos seus pés antes de
cortar sua garganta. Provavelmente era a cadela psicótica mais
sexy que você já conheceu, mas ela tem um lado totalmente
diferente nela também. Eles precisavam dela e não havia como
deixá-la sair da vista deles. Eu prometi a mim mesmo que voltaria
e voltarei para buscá-la, assim farei. Mas eu precisava ter certeza
de que tinha algum lugar para trazê-la primeiro, e não havia dúvida
de que eles teriam colocado um código preto tanto em Hella quanto
em mim. Eu sabia que eles não fariam mal a Jada, eles precisavam
muito dela, mas eu não tinha dúvidas de que todas as pessoas que
eu via na beira da estrada poderiam estar trabalhando para eles.

Trago a minha atenção de volta ao presente, com Hella ainda


divagando. O som de saltos tilintava em todo o chão, e levanto
minha cabeça. Uma garota com longos cabelos loiros, olhos
escuros, pele bronzeada e pernas longas, para diante de nós com
as mãos nos quadris. Seus olhos se estreitaram em Blake. Oh,
merda, problemas no paraíso? Que pena, ela é muito gostosa. Ao
chegar à nossa mesa, Blake se remexeu em seu assento
desconfortavelmente. Esta garota obviamente tinha as bolas dele
numa coleira, isto é certo.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Blake! Onde estão minhas chaves, porra?” Ela gritou,


inclinando a cabeça.

“Phoebe, sente-se, porra, temos companhia”, respondeu


casualmente, trazendo sua atenção para nós.

Seus ombros e seu comportamento mudaram. Foi uma


observação interessante que mostrou que talvez esta menina
conhecesse os meandros do que acontecia por aqui. Resolvi minha
própria questão quando me lembrei de como ela entrou na sala.

“Oi, desculpe...”, ela começou, olhando entre Hella e eu. E


um sorriso apareceu em seu rosto, mostrando o quão ela era linda,
caralho. Qualquer pessoa com visão diria que ela era incrivelmente
atraente.

Estreitei meus olhos para ela antes de voltar a trazê-los para


Blake. Ele seguiu a visão de Phoebe, olhando entre mim e ela antes
de empurrar sua cadeira para trás e balançar sua cabeça. “Não,
não. Vá se foder, Phoebe.” Ele olhou para ela, com o
descontentamento evidenciado em seu rosto.

“Eu não fiz nada!” Ela levantou as mãos em inocência e uma


rodada de risadinhas soou ao redor da mesa.

“Não fez, porra nenhuma. Fica na tua”, esclareceu Blake.


“Entendeu?”

Phoebe revirou os olhos, balançando a cabeça. “Cale a boca,


Blake. Você é meu irmão, não minha consciência.” Irmão, hein?
Figuras. Mas agora que ela tinha dito isso, eu podia ver a
semelhança entre os dois.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Obviamente, não”, Blake murmurou, com linhas de tensão


dobrando ao redor de seus olhos.

“Eu sou Phoebe”, ela disse, com a mão estendida, esperando


que eu a pegasse.

“Beast”, respondi. O rosto dela fez uma pausa.

“É o seu nome verdadeiro?” Perguntou, intrigada, com seus


olhos se iluminando como uma criança que queria saber se o Papai
Noel existia ou não, caralho.

Blake rosnou do seu lugar novamente. “Speedy, as chaves


carro, pegue essas chaves e dê o fora daqui, porra, você está me
dando dor de cabeça.” Ele jogou as chaves para ela, que as pegou
em suas mãos e depois piscou para seu irmão. “Obrigada,
maninho, eu te amo.”

“Esse amor vai me matar”, murmurou ele, bebendo de sua


garrafa novamente e todos nós rimos.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO SEIS

Pouco depois das oito, Abby finalmente chegou à sede do


clube. Assim que ela entrou na sala, meu corpo endureceu. Eu não
gosto de policiais, na verdade, eu os odeio.

Estávamos todos tomando uma bebida lá fora na fogueira


quando Phoebe apareceu. Seus olhos escanceando a multidão até
que eles finalmente pousaram em mim e eu sorri. Sim, ela é fofa.

“De onde você é?” Phoebe perguntou, ocupando um lugar ao


meu lado diante da fogueira.

Meu rosto ficou em branco e ela notou, e sorriu. “Sabe, eu


entendo. Você não quer falar e você tem toda essa coisa vibe
misteriosa rolando.”

“Não, nada disso. Apenas não há muito que dizer”, respondi,


engolindo minha cerveja amarga num caneco em formato de um
grande crânio.

“Bem”, ela começou, passando os dedos por sua longa


cabeleira loira, “Me disseram que sou uma boa ouvinte, se alguma
vez você precisar conversar...tenho estado com esses homens por
toda a minha vida, posso aconselha-lo sobre qualquer coisa...e eu
os amo tanto... isso é certo.”

Eu sorri. “Obrigado.”

Levantando-se e afastando as cinzas que vieram flutuando


das chamas da fogueira de suas calças, ela perguntou olhando de
The Devils Own #1 Amo Jones

esgueira para seu irmão. “Onde vocês estão ficando hoje à noite?”
Abby apareceu ao lado de Hella..

“Eles ficarão comigo, Phoebe. Você vá para casa.” Seu rosto


caiu antes de se despedir com a cabeça.

“Sim, tudo bem. Boa noite”, ela saiu, olhando para mim por
uma fração de segundo antes de subir os degraus para da porta
dos fundos.

“Desculpe por minha irmã”, disse Blake, sentando-se ao meu


lado.

Eu ri, jogando meu capuz sobre minha cabeça. “Ela não fez
nada para se desculpar.”

“Oh, confie em mim, ela fez”, ele balançou a cabeça. Um


movimento chamou minha atenção, quando uma mulher mais
velha desceu os degraus em direção à fogueira. Seu sorriso gracioso
agraciou o lugar como uma lufada de ar fresco. Será que ela estava
perdida?

“Mãe, o que você está fazendo aqui?” Zane perguntou,


caminhando até ela e puxando-a para um abraço.

“Vim para ver como vocês estão. Tenho andado tão ocupada
ultimamente, que me sinto terrível por não aparecer mais vezes.”
Esfregou seus braços, e esse gesto maternal era estranho para
mim.

Cutucando a cabeça para Hella e eu, ele pegou a mão dela


na sua. “Venha, eu quero que você conheça algumas pessoas.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Nós olhamos para ela, e seu sorriso desabou quando seus


olhos pousaram em mim. E olhei para Zane inquieto. Ele apertou
sua mão. “Mãe? Estes são Beast e Hella.” Ele apontou para nós,
mas os olhos dela não saíram dos meus. E a preocupação começou
a se aninhar dentro de mim e os meus olhos se movimentavam ao
redor, pesando nossas chances se desse alguma merda.

“Prazer em conhecê-la”, respondi.

Ela balançou a cabeça, segurando o colar que estava


pendurado em seu pescoço. “Não pode ser...” falou e tirou os olhos
de mim, olhando para o chão.

“O que foi?” Eu perguntei, olhando para um Zane agora


cético. Alguma coisa não está bem, nada bom mesmo.

“Sinto muito”, seu sorriso reapareceu em seu rosto. “Sinto


muito, querido. É só que você me chocou. Você é tão parecido com
alguém que eu conheço.” Balançou a cabeça, estendendo a mão
para mim. “Sou Annabelle, é um prazer conhecer vocês,” respondeu
educadamente, puxando seu casaco na cintura. Ela era uma
mulher pequena. Queria saber como alguém tão grande como Zane
veio de alguém tão pequeno quanto ela. Olhando para seu filho, ela
murmurou: “Vou apenas fazer uma rápida ligação. Volto num
segundo.”

“Mãe? O que diabos está acontecendo?” Pergunta Zane.

Ela balançou a cabeça novamente, voltando-se com um


sorriso. “Nada, espero que nada. Realmente espero que não seja
nada”, ela reiterou, antes de voltar ao bar.
The Devils Own #1 Amo Jones

Zane suspirou, tomando um assento ao meu lado. “Que


diabos está acontecendo com ela? Sei lá, normalmente ela não age
assim”, ele fez um gesto em direção ao bar com sua garrafa de
cerveja.

“Olha, eu odeio perguntar isso, mas preciso perguntar. Será


que ela...”

Ele balançou a cabeça, me cortando. “Nah, você não precisa


se preocupar com isso. Mamãe é tão leal quanto possível. E passa
tudo por mim, mais ninguém.”

Apertando minha mandíbula e fixando meus olhos sobre as


chamas, eu levanto a borda da minha garrafa aos lábios. “Espero
que sim.”

No dia seguinte, saímos da casa de Abby e voltamos para o


complexo. Quando chegamos, uma fileira de motos estava
estacionada do lado de fora e uma van preta. Olhei para Hella
inquieto antes de levar meus olhos à Abby. “O que é isto?” Entrando
pelos grandes portões de ferro, ela balançava a cabeça. “Não tenho
certeza, mas você pode confiar em nós”, respondeu com segurança.

“Você tem certeza disso?” Perguntei levantando as


sobrancelhas, para Hella depois de ter contornado a lateral do
carro.

“Não. Mas eu sei que podemos confiar em Abby.”

“Eu não confio em ninguém.” Rosnei, indo em direção ao bar.


The Devils Own #1 Amo Jones

Passando pelas portas, a tagarelice parou subitamente e


todos os meus sentidos se intensificaram. Um aroma doce e salgado
de bacon misturado com cigarros e cerveja penetrou em mim como
uma rajada antecedendo o desastre. Tem outro MC aqui, não só o
Sinful Souls. Olhei mais de perto para um dos homens sentados
próximo a mim, onde em seu patch diz ‘The Devil's Own’ (O Próprio
do Diabo), e por baixo dele dizia ‘Nevada’, estreitando meus olhos,
eu os fixei em Zane. Empurrando sua cadeira para trás, ele se
dirigiu a mim. Agarrando meu ombro com a mão, ergueu sua
cabeça para o bar. “Venha, preciso conversar com você.”

Pelo canto do olho, percebo Hella olhando a multidão


desconfiado, sua postura mudando para uma que só pode ser
descrita como a de um Pit Bull esperando por uma luta. Assim é
Hella, sempre pronto para matar.

Zane balançou a cabeça. “Calma, mano. Nada de drama aqui.


Venha, preciso falar com Beast e eu sei que você também vai nos
seguir.” Ele foi indo em direção à parte de trás do bar, abrindo a
porta que dava para os fundos. Olhei em volta para todos que
estavam sentados na área e meus olhos se fixaram no mais velho
ali, ele tinha que estar por volta dos cinquenta e poucos anos. Seus
olhos estavam fixos nos meus e sua mão cobriu a boca quando um
monte de sussurros cessou em volta do lugar.

Que porra é essa merda?

Hella cutucou meu ombro com o seu. “Vamos. Ver o que


diabos é isto.”

Andando para o fundo do bar, Zane fez um gesto em direção


aos dois assentos que havia puxado para fora da mesa.
The Devils Own #1 Amo Jones

“O que é?” Perguntei, mantendo os olhos fixos nos dele e


tomando um assento.

Esfregando as mãos sobre o rosto, ele as deixou cair


novamente, exalando um jato de ar. “Olha, foda-se. Eu só vou dizer
isto por que... bem, porque Luce não espera por ninguém e ele está
me dando dez minutos antes de ir para casa.” Levantando a cabeça
da cadeira, ele olhou para Hella, que estava olhando para ele como
se Zane fosse sua próxima refeição. “Sente-se, Hella. Está tudo bem
com ele.” Baixando lentamente o corpo para a cadeira de madeira,
ele manteve os olhos fixos em Zane.

“Você sabe quem são seus pais?” Zane começou,


imperturbável pelo olhar ofuscante de Hella.

“Não. Por quê?” Respondi com os dentes cerrados.

“Bem. Minha mãe, ela...”

“Pensei que você tinha dito que ela não seria um problema?”
Sussurrei severamente, escorregando o banco para trás e
colocando meus punhos sobre a mesa.

Dando a volta à mesa, encostou-se a ela, agarrando a


madeira com as mãos. “Ela não fez nada, mas disse ao vê-lo, que
não podia negar sua semelhança com alguém que conhece. Era por
isso que ela estava agindo de forma estranha.”

“Não está fazendo sentido, Zane. Desembucha.”

Hella mudou de posição em seu assento, com a mão apoiada


sobre a boca.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Ela te viu, e você se parecia tanto com Luce. Também não


sei como não percebi. De qualquer forma, ela ligou para Bethy
imediatamente. Bethy é uma das old ladies mais velhas do clube,
ela está com eles há anos. Acontece que Luce teve um filho. E Bethy
tinha escondido isso por anos.”

“E daí. Isso não significa que eu seja filho dele”, respondi


zombando.

“Na verdade, esta é a melhor parte. Bethy e sua mãe, elas


eram melhores amigas. Quando sua mãe contou a Bethy sobre ela
estar grávida, Bethy deu um número de um centro de adoção
católico.”

“Humpf, não fui criado em nenhum centro de adoção católico,


você pegou o cara errado.” Tinha que haver uma razão para ele
estar me contando toda essa merda, mas eles pegaram o cara
errado. Eu não fui criado em um bom centro de adoção católico.
Porra, bem que eu queria.

Ele acenou, prosseguindo. “Depois de sua mãe ter


desaparecido, Bethy perdeu a cabeça. Ela tentou localizá-la. E
descobriu que o centro católico era na verdade um esquema falso
que usavam para recrutar membros...” Sua voz disparou e minha
respiração começou a acelerar, uma pulsação profunda começou a
bater nos meus ouvidos.

“Para... O Exército”, ele respondeu, com os olhos grudados


em mim.

Minha traqueia se expandiu com as informações, mas eu


balancei minha cabeça. “Não, não, não pode ser. É uma
coincidência. E como ela descobriu isso? Não há como ela ter
The Devils Own #1 Amo Jones

chegado ao fundo e descoberto sobre o Exército. Eles não


existem...”, eu respondi, balançando a cabeça.

“É verdade...” Sua voz foi interrompida pela porta que se


abriu atrás de mim. Meus ombros endureceram e meu rosto
entortou. Mantive meus olhos fixos em Zane, sem estar pronto para
dar a volta e ver a suposta semelhança. Hella amaldiçoou ao meu
lado e balançou a cabeça.

“Beast, olha para cima, cara.” Saindo da minha cadeira, virei-


me para enfrentar o mais novo corpo que tinha entrado.

Merda.

Era como olhar para mim no futuro, mas onde sua


mandíbula era estreita, a minha era quadrada. E minha pele tinha
uma tonalidade azeitonada, diferente da dele. Suponho que herdei
da minha mãe isso.

“No começo, eu também não acreditei”, falou o meu futuro se


aproximando. Eu fiquei desconfortável, e os ombros de Hella se
encostaram aos meus, ficando um centímetro na minha frente.
Agarrei o braço dele, puxando-o para trás.

“Eu ainda não sei. Pode ser uma coincidência”, respondi,


acenando com a cabeça para Hella permanecer parado.

“Filho, esses olhos aí...” ele apontou dois dedos para mim,
“...não são uma coincidência.”

“Não brinque comigo”, respondi, sentando-me à mesa.

Seus olhos eram enrugados, com linhas de sofrimento


puxando sua pele esticada.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Você é um diabo e isso está aparente em seus olhos, é o que


eu estava querendo dizer.” Tirando um charuto no bolso esquerdo
do seu colete, ele o cortou antes de colocá-lo na boca.

“Não vai perguntar sobre sua mãe?” Ele indagou, tomando


um assento ao meu lado.

“Não. Não agora.” Tomando a minha posição na cadeira, corri


minhas mãos sobre o meu rosto frustrado. Metade de mim queria
acreditar que isso era conversa fiada, mas a outra metade sabia
que não havia como eles terem esse tipo de informação se fosse
mentira. Depois, há a semelhança, eu não podia negar isso - por
mais que quisesse. Será que eu queria brincar de família feliz?
Claro que não, sem chance.

Ele acenou. “Tudo bem.”

A porta voltou a se abrir e levantei a cabeça para ver quem


era agora. Uma mulher entrou. Cabelo castanho curto e em torno
de um metro e meio, com os olhos nos meus. Com as sobrancelhas
franzidas

“Desculpa, é que... você também se parece com a sua mãe.”


Seus olhos brilharam, com a mão envolta da garganta. “E é tudo
minha culpa...”

Luce levantou-se da mesa e caminhou em sua direção.


“Vamos resolver isso em casa. Saia.” Ele apontou para a porta, com
o queixo cerrado.

“Espere”, ela disse, trazendo seus olhos tristes e cansados


até os meus. “Sua mãe ainda está viva. Ela ainda está lá fora em
The Devils Own #1 Amo Jones

algum lugar...” dizendo isso se afastou, com os olhos sobre mim e


em Luce.

“Não essa merda outra vez”, ele murmurou. “Vai embora,


Bethy.” Ela acenou saindo pela porta.

Esfregando minha mão no queixo, exalei frustrado. “Isto é


uma merda fodida. Preciso de um tempo para pensar.”

“Venha para Vegas, filho”, ele pediu olhando para mim,


esperando por uma resposta.

Balancei minha cabeça. “Não. Não estou pronto para isso, eu


preciso de tempo.” Ele enfiou as mãos nos bolsos, com um aceno
de compreensão e um gesto com os olhos negros que me é tão
familiar.

Hella se levantou de onde estava em silêncio, todo o tempo.


“Eu vou com você.”

Balancei a cabeça novamente. “Preciso de um tempo sozinho,


mano. Você fica aqui com Abby, vou encontrar um lugar para
limpar minha cabeça.”

Os ombros de Hella endureceram. “Não. De jeito nenhum


estamos nos separando.”

“Nós não vamos nos separar, eu vou limpar minha cabeça.


Irei à casa de Abby assim que estiver pronto.”

“Foda-se! Não. De jeito nenhum”, respondeu ele seguro,


cruzando os braços.

“Hella...” Eu avisei, com meus olhos nos dele.


The Devils Own #1 Amo Jones

Luce interveio, passando os olhos entre Hella e eu. “Tenho


uma sugestão. Venha para Vegas e clareie sua cabeça. Vocês dois.
Hella pode ficar no clube até que sua cabeça esteja...” ele acenou
com a mão em volta, “...limpa. Combinado?”

Estreitando os olhos com ceticismo, perguntei: “Por quê? Por


que você está tão ansioso em me conhecer?”

O rosto dele relaxou. “Você é meu filho. Nosso tempo foi


roubado. E pretendo corrigir isso. E também pela sua mãe, eu a
amava como ninguém.” Fechando meus olhos brevemente, eu
aceno com a cabeça.

“Eu preciso de tempo”, disse com firmeza. “Nunca tive uma


família. Hella e Jada eram minha única família. Esta palavra é até
estranha para mim.”

“Apenas volte para casa, filho. Eu cuidarei de tudo, isso eu


prometo.” Suas palavras embalaram o garoto perdido que ainda se
escondia dentro de mim. Talvez por baixo de tudo isso, eu ainda
anseie por uma família. Sob muitas camadas de concreto e
barreiras de titânio, mas debaixo de algum lugar.

“Ok, certo.” Eu engoli o nó que tinha construído na minha


garganta.

Hella andou até mim, segurando sua mão no meu ombro.


“Tem certeza de que não me quer com você? Nós nunca ficamos
separados,” ele sussurrou, olhando para Luce.

“Sim, eu tenho certeza”, respondi, olhando diretamente nos


olhos de Luce.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO SETE

“Eu quero te mostrar algo”, disse Luce, puxando a porta da


garagem. O complexo do The Devil's Own é muito mais agressivo do
que o do Sinful Souls. Parece mais de... motoqueiros. Depois da
nossa conversa em Westbeach, todos nós voltamos para Vegas
naquela mesma noite. Minha cabeça ainda estava enevoada e eu
não gostava disso. Era uma vulnerabilidade com a qual eu não
estava familiarizado.

Meus passos alcançaram Luce para ver o que ele me


mostraria, abrindo para exibir uma Harley Davidson preta
brilhante.

“Legal. É sua também?” Perguntei, dando um passo para


dentro. A única luz que entrava era a que vinha do sol do final da
tarde.

“Sim, eu a comprei antes do meu pai morrer... seu avô. Ele


morreu no ano passado. Não sei por que eu a comprei.” Seus olhos
vieram ao encontro dos meus com um sorriso. “Faço coisas
imprudentes quando não estou me sentindo bem.”

Eu sorri. “É você que está dizendo.”

Ele enfiou a mão nos bolsos, pegando um molho de chaves.


“Aqui...” lançou-as em minhas mãos, “...é sua. Eu não sei por que
eu a comprei, mas estou feliz por ter comprado.”

“Não posso aceitar”, respondi, jogando as chaves de volta


para ele.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Você pode e você vai.” Ele atirou-os de volta para mim. “Eu
faço as regras por aqui e se eu quero que leve a moto, você leva a
moto.”

Apanhei-as no ar. “Ok. Obrigado.”

Ele contornou a moto, caminhando em minha direção. “É


uma Dyna Super Glide Sport com guidom personalizado.”

“Obrigado, você não tem que fazer isso.”

“Não, eu sei”, ele respondeu com um sorriso.

“Ah, e por que isso?”

“Porque você é meu filho. Que faz de você um Diabo por


sangue, o que significa que você irá receber o seu patch.”

Eu ri, abanando a cabeça. “Sim? Você é muito otimista. Já


esqueceu que eu tenho O Exército perseguindo minha bunda? Essa
é a bagagem que quer para seu clube?”

“Veja, aí é que você se engana. Você é da família... e isso me


envolve automaticamente, com ou sem patch.” Ele se virou,
sorrindo por cima do ombro. “Oh, e tem um telefone na bolsa.
Certifique-se de usá-lo para me contatar. Não demore mais do que
duas semanas. Bem-vindo ao lar, filho.”
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO OITO

Vinte e um anos. Vinte e um anos que levei para ser livre.


Com o vento passando por meu rosto, eu nunca havia sentido tanta
liberdade como eu sentia ao pilotar esta moto. Uma onda de
adrenalina tomou conta de mim enquanto eu descia até os blocos
de apartamentos.

Parando no meio-fio, com minha moto roncando debaixo de


mim, tirei meu capacete e joguei meu capuz sobre minha cabeça.
Estava se tornando habitual usá-lo agora. Com O Exército atrás de
sangue, meu rosto precisava ficar constantemente escondido.
Empurrando as luvas no bolso, andei em direção à porta. Paredes
cobertas de buracos, pequenas vidraças quebradas, com apenas
uma entrada e uma saída. Era um buraco de merda, mas servia.
Até eu resolver minha situação financeira, eu precisava ser
inteligente com a forma como gastava o pouco dinheiro que tinha.
Puxando a porta, o cheiro de cigarro e fraldas sujas me atingiu.
Jesus Cristo, este lugar era pior que um buraco de merda.

“Posso te ajudar?” Uma mulher perguntou sentada atrás de


uma cobertura de vidro com um cigarro pendurado na boca e seu
cabelo ondulado descendo pelas costas. Ela tinha que ter uns
sessenta anos e também era uma cadela assustadora.

“Sim, há apartamentos disponíveis?” Perguntei, inclinando a


cabeça, correndo os olhos sobre seu corpo.

Ela parou por um breve segundo, olhando-me de cima a


baixo antes de alcançar algo debaixo de sua mesa e levantar-se.
“Siga-me.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Quando ela finalmente saiu, eu peguei minhas coisas – o que


não era muito, apenas uma mochila com alguns itens – e a
acompanhei para o pequeno apartamento. O lugar, repetindo: era
um buraco de merda, mas de onde eu havia acabado de sair, este
lugar era um luxo.

Já no apartamento, depois dos acertos com a senhora


assustadora, fui ao banheiro e observei manchas espalhadas sobre
o piso que provavelmente eram de sujeira acumulada. Abri o
chuveiro, tirei minhas roupas e entrei sob a ducha de água
quente. Bem, pelo menos era quente, eu estava esperando que
fosse fria.

Envolvendo uma toalha em volta da minha cintura, corri


minhas mãos sobre minha cabeça, enxugando a água, quando um
grito vibrou através das paredes. Meu corpo ficou imóvel e cada
instinto que eu tinha chispava.

“Não, não, não”, a voz desesperada implorou.

Havia algo naquela voz suplicante que me provocava


densamente. O grito penetrou como presas na minha pele,
alojando-se na minha cabeça.

“Foda-se,” murmurei, tirando uma camisa da minha


mochila, antes de pegar uma cerveja e me sentar no sofá. Era uma
da manhã, eu deveria estar dormindo. Mas com o sono, vinham os
pesadelos. Nunca soube de onde vinham. Memórias que eu tinha
perdido por causa do soro? Ou apenas minha imaginação correndo
selvagem enquanto meus olhos estavam fechados...

Com o rifle apoiado no meu ombro, contornei o prédio onde


estava meu alvo. Olhando para o prédio do lado oposto, vi Hella
The Devils Own #1 Amo Jones

deitado de barriga para baixo, espreitando pela mira de seu rifle.


Puxando a máscara de esqui por cima do meu rosto, continuei pelo
beco escuro, com as luzes da rua apagadas por terem sido alvejadas,
mais cedo. Abrindo a caixa de energia que controlava o prédio, eu
cortei a principal fonte elétrica e as janelas acima da minha cabeça
foram desligando-se uma a uma, instantaneamente ficando tudo
preto. Tirei o walkie-talkie da lateral do meu colete, apertando o
botão.

“Luzes apagadas. Entrando.”

“Entendido”, respondeu Hella.

Derrubando a porta, ergui minha arma até o nível dos ombros


e desci na escuridão, com os óculos de visão noturna sobre meus
olhos, tendo uma visão verde florescente. Uma figura cinzenta
apareceu e meu dedo reagiu instantaneamente, disparando minha
arma com silenciador. Segui o caminho pelo longo corredor escuro,
olhando para o mapa do GPS no meu bolso, o alvo zoneado na sala
que ficava a minha frente. Levantando uma arma, eu chutei a porta
onde várias figuras apareceram. Apontando para o primeiro, atirei,
derrubando cada um deles - fracassando em suas tentativas de fuga
- até que eles caíram no chão. Quando a sala ficou limpa, puxei o
walkie-talkie. “Está limpo.”

“Você tem certeza?”

“Sim, o que foi? Você quer que eu cheque duas vezes?”

“Sim, verifica só para ter certeza.”

“Hella, você é um filho da puta doente.”


The Devils Own #1 Amo Jones

“E você me adora. Rápido, certamente eles vão ter algum


pessoal vindo para cá.”

Balançando a cabeça, levei a mão até a coxa onde meu coldre


estava envolvido. Soltando a fivela, peguei minha faca de combate e
fui até o primeiro corpo que eu conseguia ver através da minha visão
noturna. Um depois do outro, eu introduzi minha faca profundamente
em seus corpos. O resíduo da destruição espalhou-se sobre minha
pele como uma tempestade de chuva no inferno. Após terminar com
o último corpo, um vislumbre de movimentos iluminou a minha visão
e a minha cabeça saltou para o lugar de onde veio. Inclinando meu
corpo, eu me virei para a pequena silhueta que estava embaixo da
mesa, agarrando seu ursinho de pelúcia marrom com um laço rosa
apertado amarrado na cabeça. A menina olhou ao redor da sala, com
o medo estampado por todo o rosto enquanto ela agarrava seu
ursinho, puxando-o para o corpo e apertando os olhos com força.
Lágrimas rolaram por seus olhos e seu soluço chegou em feixes
violentos conforme seus choramingo sacudiam seu corpo ferozmente.
Soltando minha arma, eu pressionei o walkie-talkie.

“Câmbio, está limpo”, rosnei pela caixinha preta, mantendo os


olhos fixos na menina cujo corpo relaxou instantaneamente. Ela
parecia ter uns cinco ou seis anos e não havia razão para eu eliminá-
la também. Ainda bem que fui eu quem foi enviado nesta missão,
não um dos outros. Eles também a teriam eliminado. Inclusive Hella.

Ao virar meus passos, saí correndo pelo caminho em que vim


com a confusão debaixo das minhas pesadas botas, deixando para
trás uma sala cheia de homens mortos que não tinham como pagar
suas dívidas de jogo.
The Devils Own #1 Amo Jones

Com meu coração palpitando contra o peito, minha pele


fervilhando e pingando de suor, eu me levantei da cama. “Outra
lembrança.” Sussurrei para mim mesmo, percebendo que talvez eu
não fosse tão insensível quando se tratava de crianças. Agarrando
o lençol na cintura, joguei minhas pernas da cama e entrei na
cozinha para beber um copo de água antes de voltar a dormir.

Fixando meus olhos no teto enquanto me deitava de costas,


dei uma olhada no despertador que estava na velha mesa de
cabeceira, notando as horas. Quatro da manhã, ótimo, porra.
Lentamente fechando meus olhos, eu os abri novamente quando
ouvi o som de uma cama batendo contra a parede. Minhas
sobrancelhas franziram quando olhei de onde vinha o som, notando
que era de onde os gritos vieram antes. Não houve gritos desta vez.
O era som de molas rangendo de um colchão e uma cabeceira
batendo contra a parede em um impulso contínuo. Eu não sei por
que, mas meu estômago azedou. Nunca deveríamos fazer sexo no
Exército, mas fizemos. Os comandantes iam buscar
acompanhantes, para satisfazer suas necessidades e eu e Hella
aproveitávamos. As garotas eram agradáveis, não do tipo normal
que você esperaria em acompanhantes.

Os sons pararam então eu me virei e fechei os olhos,


pensando em todas as revelações que vieram à tona nas últimas
vinte e quatro horas.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO NOVE

Durante as duas semanas seguintes, os mesmos gritos


irromperiam por meu quarto. Eu tinha visto a garota duas vezes
desde que eu cheguei, ela morava com o pai e tenho quase cem por
cento de certeza que aquela porra doentia estava abusando dela.
Não era da minha conta, mas ninguém merece ser tratado dessa
maneira. Não sei por que, mas a necessidade de salvá-la se
intensificava diariamente. Eu vinha registrando seus gritos. Eles
chegavam ao meio da noite, então eu estava quase certo de que era
de quando ela estava dormindo. Estive mantendo contato com Luce
e Hella, e disse a eles que ainda não estava pronto para voltar,
afirmando que precisava de espaço. Só que isso era uma mentira.
Eu sabia que queria fazer parte do clube do meu pai e queria
conhecê-lo melhor. Mas eu não estava partindo pra lugar nenhum
até salvar aquela jovem e perdida garota.

Abrindo a porta, eu a fechei atrás de mim, empurrando a


chave na fechadura e guardando-a no bolso do meu jeans. Desci
as escadas até chegar às portas da frente. Abrindo-as, fui para a
minha moto que estava estacionada na calçada. Alguns
adolescentes a admiravam diante de suas garrafas baratas de
Vodka e um cheiro forte de maconha. Passei a perna por cima,
dando um forte pontapé de saída, sob a vibração profunda debaixo
de mim, enquanto os meninos ficavam olhando fixamente. Sorri
para eles antes de sair dali. Precisava montar um plano para trazer
Jada de volta.
The Devils Own #1 Amo Jones

Quando voltei para o apartamento, o ar frio da noite já havia


se instalado, mostrando um vislumbre de laranja brilhando sobre
nós. Hoje liguei para Luce e Hella, combinando de arrumar uma
casa para que eu pudesse manter para Jada quando a trouxesse.
No final das contas, eles tinham algumas casas na propriedade do
clube e ela poderia ficar em uma delas. Seria uma operação
arriscada tirá-la de lá, mas não havia maneira de eu abandoná-la.
Ao subir a escada, eu passei pela porta ao lado da minha quando
notei que estava entreaberta. Parando nos degraus, com o peito
pesado e minha garganta apertada, levantei os olhos para a porta,
observando pela fenda. Quando finalmente registrei o que estava
acontecendo, uma corrente quente de lava fluiu por mim e uma
queimadura em ebulição começou a vaporizar sob minha pele.
Levando minha bota de aço até a porta, eu a chutei para abrir,
entrando subitamente com um homem na minha linha de fogo.
Agarrando seu colarinho e puxando-o de cima dela, eu o joguei no
chão.

“Quem diabos...” Ele não conseguiu terminar a frase porque


meu punho estava se conectando com a boca dele em alta
velocidade. Golpe após golpe coloquei todo meu peso em cada soco
vindo de mim, despejando nos meus golpes todas as noites que ouvi
essa garota gritar.

“Pare”, o tom suave da voz dela rompeu a violência como uma


pomba voando em uma noite trovejante.

Meu peito arfava intensamente, carregado pela suspeita do


que essa garota poderia ter passado.

“Eu tenho observado você”, comecei, esfregando minha mão


ensanguentada no meu rosto. “Nas últimas semanas, eu ouvi seus
The Devils Own #1 Amo Jones

gritos e ouvi seus soluços através destas paredes. Há quanto tempo


ele vem fazendo isso?” Eu perguntei, com a voz tensa e usando toda
minha força de vontade para não acabar com ele agora. A vontade
de cortar este homem em dois estava prestes a estourar.

“Eu... eu... uh”, ela gaguejava em torno de suas palavras.


Mantive os meus olhos fixos no corpo encharcado de sangue
debaixo de mim. Com minhas narinas flamejando de raiva.

“Apenas diga. Seja honesta comigo”, disse, apertando meus


dedos com tanta força, que minhas juntas ficaram brancas e
brilhantes.

“Desde que eu tinha quatro anos, mas ele não me estuprou


até eu ter doze. Eu não sei por que ele esperou até que eu fazer doze
anos”, sussurrou ela através do aperto de sua garganta.

Meu peito apertou, meu estômago embrulhou enquanto a


raiva pulsava por minhas veias, bombeando adrenalina através de
mim a velocidades épicas.

“Deixe-me acabar com ele”, rosnei, virando minha cabeça em


direção a ela sobre meu ombro.

“Tudo bem”, ela respondeu rouca.

Envolvendo minhas mãos ao redor do pescoço dele,


escorregadio, visto que sua pele estava encharcada de sangue.
Agarrei sua cabeça com força e a torci até sentir que ela estalou na
palma das minhas mãos. Alívio inundou meu corpo, alívio que esta
garota não teria que padecer com este homem nunca mais.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ao me levantar, coloquei a mão no bolso e tirei minhas


chaves, entregando-as a ela. “Vá para o meu apartamento. Não fale
com ninguém. Vá para lá agora. Você entendeu?”

Pela primeira vez desde que eu a vi, notei pequenas coisas.


Como o modo como seus olhos azuis eram o tom de azul mais
brilhante que eu já tinha visto e eles pareciam um pouco grandes
demais para seu rosto. Ou como seu rosto em formato de coração
era envolto por uma pele sedosa. Meus dedos tremeram enquanto
minha mente se perguntava como seria passar minha mão na
bochecha dela que mantinha um rubor natural. Seus lábios cor de
cereja formavam um o fazendo duas covinhas profundas
aparecerem enquanto ela olhava entre o corpo e eu.

Que se foda. Ela é linda debaixo do vazio que mancha seus


olhos.

Tinha que ser jovem, muito jovem para eu pensar naqueles


lábios de cereja. Não poderia mais voltar a vê-la.

“Posso...ver você?” Ela perguntou, inclinando sua cabeça.

Agarrei-me à borda do meu capuz que cobria metade do meu


rosto e o puxei para baixo até a parte de trás do meu pescoço.

Os grandes olhos azuis dela me examinaram, estreitando-se.


Quando seu rubor se aprofundou, eu puxei o capuz de volta para o
meu rosto.

“Você precisa ir. Agora. Eu vou ter que esperar até que esteja
escuro lá fora antes de remover o corpo, mas você precisa sair e
esperar por mim no apartamento.” Enfiei as chaves na palma da
mão fria e macia dela. “Agora!” Insisti para que ela fosse.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ficou com medo e eu amaldiçoei internamente a mim


mesmo. Isto não era o que eu queria fazer, mas ela precisava ir
embora. Ela caminhou em direção à porta. Agarrando a maçaneta,
se virou para mim por cima do ombro e sussurrou, “Obrigada”,
antes de sair e fechar a porta.

Uma vez que a porta se fechou, tirei meu telefone do bolso e


disquei para Hella. Não tem jeito de eu mover esse saco de merda
na traseira da minha moto.

Meadow

Sete anos após o encontro

Andando pelas ruas movimentadas do centro de Manhattan


após o treinamento, eu estava agradecida por tudo que havia
passado por minhas noites sem dormir. Desde que eu estava em
Nova York, eu fazia aulas de arco e flecha. Isso me deu a força que
eu precisava para me ajudar a superar, para me lembrar que eu
estava no controle agora. Ninguém sabia do meu passado. Eu ainda
não estava pronta para compartilhar isso com ninguém, mas
quando eu estivesse minha melhor amiga Phoebe seria a primeira
pessoa que eu confiaria. Ela é tudo que uma garota poderia querer
em uma melhor amiga, apesar de ter sido criada dentro de um MC.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela é extremamente compreensiva, leal e amorosa. Eu queria


contar-lhe um pouco do meu passado porque sabia que toda vez
que eu me fechava isso a magoava. Meu telefone vibrou no meu
bolso me tirando dos meus pensamentos. Atendendo com um
sorriso, sabendo que era Phoebe. Ela e eu éramos inseparáveis
desde que ela me salvou de ser roubada por um sem-teto na beira
da rua. Era minha primeira semana em NYC, e eu estava tentando
encontrar um apartamento na minha faixa de preço para alugar
que estivesse próximo a NYU assim que impediu o assalto. Ela era
um osso duro de roer. Mais tarde eu descobri que foi criada dentro
de um clube de MC, o que explicava muito.

“Ei, o que você quer para o jantar?” Perguntei, colocando


meus óculos escuros sobre os olhos e tentando não esbarrar com a
grande quantidade de corpos apressados ao meu redor.

“Hum... hambúrgueres caseiros?”

“Tudo bem,” Revirei os olhos. “Mas com pão integral, sem


maionese e sem carne moída. Bife ou peito de frango. Escolha…”

“Assim você tira a graça dos hambúrgueres caseiros, Meads.


Bife. Melissa está vindo.” Melissa é a melhor amiga de Phoebe de
Westbeach. Ela tem cerca de um metro e meio, cabelo loiro
comprido e a pele beijada pelo sol. Nós nos demos bem, mas eu só
ficava perto dela quando Phoebe estava.

“Não consigo evitar. Vejo você em breve.” Desliguei meu


telefone e continuei voltando ao nosso apartamento que ficava bem
no centro de Manhattan. Era um apartamento pequeno, simples,
de dois quartos, com vista para a cidade. Era perfeito.
The Devils Own #1 Amo Jones

Depois que o homem que matou meu pai não voltou, eu fiquei
lá, procurando pistas sobre onde ele poderia ter ido porque eu
queria agradecê-lo. Eu precisava agradecê-lo. Ele salvou minha
vida. Ele não tinha ideia de quão perto eu estive de acabar comigo
mesma naquele dia. Então eu esperei, mas ele nunca mais voltou.
Permaneci em seu apartamento por duas semanas inteiras antes
de voltar ao apartamento de Donald e comecei a procurar dinheiro
em seus pertences. Não tinha muito, mas eu sabia que ele
mantinha uma pequena caixa de sapatos escondida debaixo da sua
cama. E eu não sabia o que continha.

Entrando no quarto, deslizei a caixa para fora e a abri. Tinha


alguns documentos, contas e algumas fotos dele e de uma jovem
mulher. Imagino que seja minha mãe. Ela era parecida comigo.
Cabelos longos castanhos, olhos azuis grandes, rosto de bebê em
formato de coração. Ela se parecia tanto comigo que era
assustador. Rasguei a fotografia ao meio, arranhei o lado em que
Donald estava e guardei o rosto da minha mãe no bolso. Segui em
frente em minha procura até encontrar uma carta que foi escrita a
Donald, datada de alguns anos atrás. Ela estava assinada por uma
Penélope Smith. Smith era meu sobrenome e de Donald, então
assumi que ela era um de seus parentes. Na carta ela escreveu que
queria conhecer Donald e colocou seu endereço no final. Eu a
dobrei e coloquei no bolso junto com a fotografia da minha mãe
antes de deslizar tudo de volta para onde estava antes de fazer uma
mala e deixar aquele poço de más lembranças pela última vez.

Descobri que Penélope era minha tia, mas ela não era nada
parecida com Donald. Cheguei à sua porta, entreguei-lhe a carta e
fiquei com ela desde aquele dia. Ela me matriculou no colegial, e
quando fui aceita na NYU, pagou por isso também. Alguns meses
The Devils Own #1 Amo Jones

depois ela ficou doente. E contou-me que tinha lutado contra o


câncer por anos. Eu fiquei com o coração partido, tinha acabado de
reencontrar minha família, alguém que me amava e agora ela ia
morrer. Ela lutou muito. O câncer não a levou até o ano passado.
E por fim, eu fiquei com boas lembranças suas, na minha
formatura, meu primeiro emprego e todas as pequenas coisas que
importavam. Como éramos só nós duas, eu parti logo depois dela
falecer e, para minha surpresa, fiquei com sua herança, que
consistia de sua casa e uma enorme poupança. Ela pediu em seu
testamento que eu vendesse a casa, viajasse, me apaixonasse e
aprendesse como era ter seu coração batendo e vibrando por um
homem - ou muitos, como ela mesma disse. Relutantemente fiz o
que me pediu e vendi sua casa. E alguns dias depois foi quando eu
conheci Phoebe, e nós nos demos bem instantaneamente. Ela era
como a irmã que eu jamais tive.

Entrando em nosso apartamento, eu fechei a porta e tirei


minha jaqueta, pendurando-a atrás da porta.

“Phoebs, está em casa?” Gritei e coloquei a minha bolsa no


balcão da cozinha, tirando uma garrafa de água da geladeira.

“Aqui,” ela respondeu, gritando de seu quarto.

Sorri, fechando a porta da geladeira e entrando no pequeno


corredor e no quarto dela.

Rindo ao redor da minha garrafa, eu apontei para ela. “O que


você está fazendo?” Ela está pulando pelo quarto, tentando puxar
as calças para cima, derrubando o perfume na cômoda.

“Porra, eu acho que engordei”, confessa, gritando frustrada


enquanto tentava puxar o jeans apertado.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Então... de nada, por tornar o jantar mais saudável hoje à


noite.” Brinquei. E ela parou o que estava fazendo, bufando.

“Não tem graça, Meads. Eu nunca tive problemas com meu


peso.” Phoebe era deslumbrante e pequena. Estava obviamente
tudo na cabeça dela.

“Hmmm, vou começar o jantar. Quando Melissa chega?”


Andei por sua pilha de roupa, pegando uma blusa de decote em V
minha que estava enfiada no fundo das suas roupas, enquanto
revirava os meus olhos para ela.

Veja... irmãs.

“Ela já está aqui. Foi buscar alguns utensílios no centro da


cidade. Algo difícil de conseguir”, acrescentou, retirando a blusa
das minhas mãos. “Ainda não terminei de me arrumar.” Sorriu,
caminhando para o seu armário.

“Bem, certifique-se de devolvê-la quando tiver terminado


então.” Isso é o melhor que eu poderia esperar. Eu amava Phoebe,
não seria a pessoa que eu sou hoje se não fosse por ela. Houve
momentos em que ela teve que ser forte por nós duas, apesar de eu
nunca ter contado a ela sobre meu passado, pretendia, no entanto.
Mas, independentemente da falta de conhecimento, ela ficou ao
meu lado. Apesar de tudo.

“Oh, Deus do caralho”, gemeu Melissa, mordendo seu


hambúrguer integral que eu havia feito. “Jesus, como você
aprendeu a cozinhar assim?”
The Devils Own #1 Amo Jones

Encolhi os ombros. “Eu não sei. Acho que simplesmente


sei...”

Sacudindo a cabeça em torno de outra mordida, ela


respondeu com a boca cheia. “Não, nem pensar. Você deve ter
herdado esse dom de sua mãe ou algo assim.”

Meu queixo congelou. Eu engoli o que estava na minha boca


e tomei um gole da minha água. Melissa olhou fixamente para
Phoebe, que estava atirando punhais nela com o olhar.

“Oh, merda, eu disse algo errado?” ela perguntou, limpando


a boca com um guardanapo.

“Está tudo bem. Não saberia se herdei isso da minha mãe ou


não. Eu não a conheci.”

Melissa olhou para Phoebe antes de trazer seus olhos de volta


para os meus. “Sinto muito, eu não imaginava.”

Balancei a cabeça, limpando a garganta e afastei seu


comentário da minha cabeça. “Tudo bem, vamos comer.”

Depois do jantar, me retirei da mesa e entrei no meu quarto.


Era mediano. Uma cama de metal queen branca, coberta de verde
e branco com folhas de outono espalhadas sobre ela. Tudo no meu
quarto era claro. Abri minhas gavetas brancas e tirei meu pijama
antes de ir para o banheiro tomar banho.

Ao abrir o chuveiro, o cômodo ficou cheio de vapor. Limpando


o espelho, me olhei no vidro refletivo, notando o quanto eu tinha
mudado desde a adolescência. O comentário sobre minha mãe,
evidentemente, tinha trazido à tona algumas lembranças. Se eu
achasse que me parecia com ela quando tinha quinze anos, então
The Devils Own #1 Amo Jones

eu poderia passar por sua sósia agora. Eu deslizei meu polegar


sobre meus lábios vermelhos e mordi na ponta. Muitas vezes meus
amigos e alguns homens me disseram o quanto eu era bonita. E
não era que eu não acreditasse neles, era que eu não queria ser
atraente. Eu não queria chamar a atenção. Nunca tinha feito sexo
de boa vontade. Eu me recusava. Não pensei que haveria um dia
em que eu encontrasse prazer em algo que me foi forçado por tantos
anos desde tão pequena. Phoebe e Melissa falavam de como o sexo
era ótimo, mas tudo o que fazia era pôr minha mordaça. Sexo era
um palavrão para mim, e eu odiava Donald por roubar um pedaço
tão grande do que deveria ter sido uma parte incrível da minha vida.
Tentei me tocar, mas nunca gozava. Sem faísca, nada. Mesmo
quando eu pensava no cara mais gostoso que eu já tinha visto, eu
me lembrava das circunstâncias sobre o porquê dele estar lá e as
lembranças que vinham com ele. Mas ele matou Donald, e por isso
fiquei agradecida.

Entrando no chuveiro, eu deixei a água quente cair em


cascata por meu corpo esbelto e cabelo. Empurrando meus longos
cabelos marrons para um ombro, apertei uma grande quantidade
de shampoo na palma da minha mão antes de esfregar
vigorosamente em todo o meu cabelo, tentando esfregar a sujeira
que estava dentro de mim. Os chuveiros são provavelmente a coisa
mais próxima que eu estive de sentir prazer. E isso porque eu me
sinto limpa quando estava nele. Mas minhas lembranças iriam para
sempre infectar minha percepção de mim, quando eu me olhava no
espelho, eu sempre via a garotinha suja que era estuprada pelo pai
olhando de volta para mim. Deslizando minhas mãos sobre o
interior das minhas coxas, os grumos das minhas cicatrizes
invadiam minhas mãos, como um lembrete do porquê de eu não
ser digna de ser amada. Porque ninguém amaria alguém tão sujo
The Devils Own #1 Amo Jones

quanto eu. Apertei meus olhos enquanto uma única lágrima caía
por meu rosto. O chuveiro era o único lugar onde eu podia me
soltar.

E quando saia deixava tudo lá, eu me permitia extravasar


minhas emoções somente nestes vinte e cinco minutos que estava
lá dentro. Era onde corriam minhas emoções, deixando-as lá dentro
até a noite seguinte.

Ao fechar a torneira, saí do chuveiro e me enrolei na minha


toalha, com o material felpudo de pelúcia me trazendo conforto.
Abri a gaveta e tirei meu creme noturno para massagear minha pele
branca e macia. Minhas bochechas e olhos estavam vermelhos de
chorar. Colocando o creme de volta na gaveta, rapidamente
coloquei meu pijama, apaguei as luzes e fui para cama.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO DEZ

Abrindo os olhos, estiquei meus membros rígidos. Devo ter


dormido do meu lado esquerdo a noite toda novamente, imóvel e
sem me mexer.

Saindo para a cozinha, peguei Phoebe em uma conversa com


Melissa.

“Qual é o plano?” Melissa perguntou a Phoebe.

“Nós precisamos voltar para Westbeach. O contador de


merda da boate de Blake resolveu ir embora, e tenho que ir lá dar
uma força para ele até ele encontrar outra pessoa.” O irmão de
Phoebe, Blake faz parte do Sinful Souls MC de Westbeach, na
Califórnia.

“Precisa, ou quer?” Melissa perguntou com uma sobrancelha


arqueada.

“Ambos. Ele está em primeiro lugar, claro. Além disso, posso


querer uma desculpa para sair daqui por um tempo.”

Entrei, me inclinando para tirar uma tigela do armário da


cozinha. “Você está partindo?” Perguntei, despejando a granola que
tinha feito do zero em uma tigela de cerâmica branca.

“Só por algumas semanas.”

“Ah, é?” Coloquei uma colher de granola na minha boca.


“Posso ir junto?”
The Devils Own #1 Amo Jones

A colher de Phoebe pausou no ar. “Claro, mas você não tem


que trabalhar?”

“Eu me demiti ontem à noite”, respondi, não querendo entrar


em detalhes. Eu amava meu antigo chefe e adorava ser designer de
software no meu escritório, estudei muito informática para ter esta
vida, mas meu novo chefe era um idiota.

“Você se demitiu? Mas, adorava seu trabalho.”

“Sim, eu amava. Mas meu novo chefe era um pouco...


intrusivo”, respondi, pensando no seu comportamento inadequado
de ontem à noite. Depois da nossa reunião, eu estava sentada de
volta na minha mesa quando ele se aproximou de mim. Além do
fato de ele não conseguir manter os olhos longe dos meus seios,
não ajudava ele fazer algo inapropriado. Eu me levantei da minha
cadeira depois que ele estava me fazendo perguntas, com meus
papéis na mão pronta para ir para a sala de cópia, em seguida, ele
simplesmente deslizou sua mão sobre minha bunda. Isso foi o
suficiente para me fazer estourar. Virei-me e joguei os papéis na
cara dele, e disse: ‘Eu me demito’, posso tê-lo chamado de ‘porco’,
também. Se isso não foi ruim o suficiente, ele parecia chocado,
como se eu me atrevesse a enfrentá-lo. Mas eu estava muito
familiarizada com o que se passa na mente de um agressor, isso é
o que era perigoso. Eles realmente achavam que não estavam
fazendo nada de errado.

“Intrusivo?” perguntou Phoebe, com os olhos arregalados e


sua parede de ‘proteja uma amiga’ se erguendo. Eu a amo por sua
força. Eu só esperava que um dia eu pudesse ser tão forte quanto
ela.
The Devils Own #1 Amo Jones

Abanei minha cabeça. “Está tudo bem, Phoebe. Encontrarei


outro.”

“Certo, bem, você pode vir comigo! Tenho que avisá-la, no


entanto...” ela começou.

Apenas para ser interrompida por uma Melissa risonha. “Ah,


avisá-la? Oh, querida, você não pode apenas avisar as pessoas
sobre sua família. Eles precisariam de pelo menos um ano só para
se acostumarem com a noção do que eles são.”

“Obrigada por isso, Mel. Sério”, disse Phoebe, estreitando seu


olhar sobre Melissa. “Como eu estava dizendo, minha família é um
pouco... diferente.”

“Eles são de um MC, certo?”

Ela acenou com a cabeça. “Sim, eles são. São um pouco


duros e podem dar em cima de você aqui e ali. Mas vou impedir
isso o melhor que puder.”

“Está tudo bem. Eu sei tudo sobre homens insistentes, ficarei


bem.”

Seus olhos vacilaram, sua boca abriu por uma fração de


segundo como se ela estivesse ponderando se deveria me pedir para
esclarecer sobre essa afirmação, mas na realidade, Phoebe não
perguntou, e era exatamente por isso que eu me sentia tão
confortável com ela e porque quando eu finalmente sentisse
vontade de abrir minha concha, ela seria a primeira pessoa a ver
minhas pérolas manchadas.

“Tudo bem! Vamos lá.”


The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO ONZE

Demoramos quarenta e quatro horas para chegarmos a


Westbeach. Eu estava um pouco rabugenta porque nunca tinha
sido fã de viajar, mas fiquei feliz por finalmente estarmos lá, apesar
de tudo.

“Acordem, vadias! Chegamos!” Diz Phoebe saindo do banco


do motorista.

Tanto Melissa quanto eu tentamos nos revezar na direção,


mas ela não deixou. A garota realmente amava estar atrás do
volante.

“Só precisamos parar em Sinsation e depois podemos ir para


minha casa.”

“Você tem uma casa aqui?” Perguntei, olhando pelas janelas,


vendo todas as luzes da rua passando por nós.

“Eu tenho desde a adolescência. Onde você acha que eu


guardava todos os meus carros”, ela respondeu com um pequeno
sorriso.

“Acho que nunca pensei nisso”, respondi, passando minhas


mãos pelo cabelo. Phoebe era uma fanática por carros. Alguém
pensaria que vindo de uma família de MC ela compartilharia a
mesma paixão por motos, mas esse não era o caso aqui. Ela tinha
uma coleção de carros que se gabava diariamente, seus olhos
brilhavam de paixão e amor. E esperava que um dia ela pudesse
mesclar sua carreira com sua paixão.
The Devils Own #1 Amo Jones

Chegamos a um prédio enorme. As paredes eram pintadas de


um preto brilhante e as portas brilhavam de vermelho com
Sinsation gravadas em vermelho sobre a parte superior da porta.

“Que tipo de bar você disse que era?” Pedi, puxando o cabelo
em um rabo de cavalo e contornando o carro para seguir em frente
ao lado de Phoebe.

“Um bar de swingers ou bar de sexo. Eu realmente preciso


de uma bebida”, respondeu Melissa, caminhando em direção à
porta.

O pensamento inicial que me passou pela cabeça foi...


nojento. O segundo foi que eu poderia tomar uma bebida também.
Eu estava muito cansada para me importar se eu estaria sentada
em um assento que antes esteve uma bunda nua nele.

Não, não vá por aí, Meadow.

Entramos no bar, que não era nada fora do normal. Acho que
minha imaginação estava mais ardente. Parecia um bar normal, só
que mais discreto. Havia cabines que se enfileiravam nas
extremidades com o bar no meio.

Depois que Phoebe nos apresentou seu amigo Jimmy, que


trabalhava atrás do bar, eu pedi uma bebida, tomando longos goles
e curtindo o fogo que incendiou minha garganta.

Meus olhos começaram a examinar a sala nervosamente. Era


um hábito meu, eu tinha a tendência de julgar os homens pela
aparência, separar o joio do trigo. Não conseguia evitar. Correndo
meus olhos, comecei meu julgamento.

Fique longe desse.


The Devils Own #1 Amo Jones

Tudo bem com aquele

Não. Pervertido.

“Meadow? Você está bem, querida?” Perguntou Phoebe,


pegando sua bebida na mão.

“Sim, eu estou bem”, respondi a ela, porque na verdade - eu


estava bem.

“Está tudo bem, Meads. Você está a salvo aqui em


Westbeach. Confie em mim. Minha família é dona desta cidade.
Ok?”

Acenei com a cabeça, com os ombros relaxando um


centímetro. “Confio em você, Phoebe. Você é a única pessoa em
quem eu confio.”

Isso era verdade, eu confiei a ela a minha vida. Phoebe


Rendon não só era uma mulher muito bonita, mas ela era leal,
bondosa e amorosa. Eu não conseguia imaginar minha vida sem
ela envolvida.

“Obrigada, eu amo que você confie em mim”, respondeu, com


os olhos brilhando.

Um dia desses eu me abriria para ela. Cada dia que passava,


eu me sentia mais à vontade em contar a ela como foi minha vida.
Na minha mente, eu sabia que se alguém entendesse, seria ela. Não
porque ela tivesse passado por algo semelhante, mas porque ela era
apenas uma dessas pessoas.

“Puta merda”, Melissa sussurrou alto do seu lugar. “Aqueles


não são os Twisted Transistor?” Melissa perguntou a Phoebe uns
The Devils Own #1 Amo Jones

minutos depois, e voltei minha atenção para Jimmy e começamos


a conversar sobre o último lançamento de software da Microsoft.
Acontece que Jimmy só estava passando um tempo como
bartender, eventualmente, ele queria fazer algo com softwares ou
web design e estava em um relacionamento de dois anos com seu
namorado. Tinha uma filha de sua esposa anterior e eles tinham
uma relação boa também.

Eu estava perdida em uma conversa quando Phoebe puxou


meu braço, jogando a cabeça dela em direção a uma das mesas.
“Olha só, garota. É o Twisted Transistor!”

“Quem?” Perguntei por que não entendi bem o que ela falava.

Ela riu. “Twisted Transistor... você sabe...”

A compreensão se instalou. Twisted Transistor, banda de


rock e molhadores de calcinhas. Todos que estavam respirando
sabiam quem era a Twisted Transistor. Eles eram a maior banda
de rock do mundo desde o Metallica. Com Ryder Oakley como
vocalista, seu irmão gêmeo Ryker Oakley como guitarrista, junto
com Leo Akins e Tommy Stevens... Sim, eu sabia quem eles eram.

“Ah, sim, eu sei quem eles são”, respondi, voltando minha


atenção para a mesa dos deuses do rock mais quentes e famosos
conhecidos em nossos dias atuais. Sorri educadamente para eles
antes de continuar meu assunto com Jimmy. Eu queria poder ter
dito que estava tão entusiasmada em vê-los quanto Melissa estava,
mas não estava. Eu não era realmente do tipo fangirl. Só por um
Brad Pitt jovem, talvez, ele sim merecia ser babado.
The Devils Own #1 Amo Jones

Estávamos saindo do bar quando um dos irmãos Oakley


pulou na frente do carro de Phoebe, rindo de si mesmo no processo.
Eu ri baixinho. “Sim, você não estará rindo muito em breve.”

Com certeza, Phoebe saltou do carro e lhe deu um sermão.


Eu tinha quase certeza de que o irmão era o playboy com todas
aquelas tatuagens. Era ele que era visto com uma mulher diferente
a cada noite. Meu corpo tremia de repugnância. Ei, eu não estava
julgando, mas eu não entendia o sentido disso. Talvez um dia,
quando eu tivesse experimentado como era o sexo com alguém que
se importasse e não fosse uma coisa suja, talvez eu pudesse ver o
apelo de um homem assim. Mas sexo para mim era algo
desagradável e eu não estava de forma alguma interessada em fazer
isso.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO DOZE

Mais tarde, naquela noite, Phoebe e eu estávamos sentadas


na sala de estar da casa da família dela. Os móveis podiam estar
ultrapassados, mas você podia sentir o amor espontâneo que
rodeava as paredes desta casa.

Phoebe me entregou uma taça de vinho tinto e eu o peguei


com um pequeno sorriso. Ela se sentou, tomando um gole. O
silêncio era ensurdecedor, mas achei que este poderia ser o
momento perfeito para me abrir com ela desde que Melissa voltou
para casa alguns minutos atrás.

“Meu pai costumava me trancar dentro do meu quarto todos


os dias”, murmurei. Suponho que minha mente tenha decidido que
eu era hora de me abrir para Phoebe naquela noite.

A dor piscava em seus olhos. “Por que ele fazia isso?”

“Para que ele pudesse brincar comigo. A primeira vez que ele
colocou suas mãos em mim, eu tinha quatro anos. E foi piorando
ainda mais com a idade.” Procurei apagar as lembranças de estar
fechada em seu guarda-roupa quando eu era uma garotinha antes
dele começar a me estuprar.

“Sinto muito, Meadow. Nenhuma garota deveria ter que lidar


com isso do seu próprio pai. Um pai é para ser seu protetor. É
terrível que você tenha passado por isso.” A cabeça de Phoebe
balançou em torno da borda da sua taça.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Está tudo bem agora. Ele está morto. Isso é tudo que
importa”, respondi, tentando me acalmar. Eu nunca tinha me
aberto para ninguém antes e era difícil para mim, mas eu sabia que
não havia ninguém que me amasse mais do que Phoebe.

“Diga-me que você o matou...”, ela falou, muito séria.

Eu sorri. “Não. Eu teria adorado, mas alguém foi mais rápido


que eu.”

Ela levantou as sobrancelhas e baixou o volume da televisão.

“Quem?”

Tomando um grande gole do meu vinho, respondi: “Não sei


seu nome. Eu só me lembro de suas feições. Ele mudou-se para um
dos apartamentos vazios ao lado do nosso. E era só alguns anos
mais velho do que eu, mas vivia por conta própria...” Fiz uma
pausa, tomando um gole de vinho e respondi: “Eu tinha quatorze
anos e devo ter esquecido de fechar a porta da frente corretamente.
Então Donald começo um de seus abusos no sofá da sala. Eu tentei
fazer o que fazia toda vez que acontecia, me desligava e deixava as
lágrimas me dominarem. Mas neste dia, em particular, eu estava
cansada e meu corpo estava drenado. Cansada de viver e tinha uma
arma debaixo da minha cama esperando a hora certa para eu pegá-
la para comprovar isso. Esse dia era a hora certa. Decidi que depois
que ele terminasse, eu ia estourar meus miolos nas paredes do seu
quarto.” Sorrindo, enxuguei as lágrimas que corriam por meu
rosto, e Phoebe agarrou sua camisa usando-a para enxugar a
enxurrada de lágrimas que estavam jorrando de seus olhos.

Prossegui: “Ele estava na metade do seu intento quando tirou


o canivete para cortar uma das minhas coxas. Era o que ele gostava
The Devils Own #1 Amo Jones

de fazer. Fazia isso toda vez... um corte para cada vez que roubava
um pedaço de mim. As cicatrizes estão ali por toda a vida, para
combinar com as que estão incrustadas na minha alma. Ele
encostou a faca na minha pele e meu peito começou a rasgar...”
Pausando novamente, eu engoli a bílis que começava a subir na
minha garganta das memórias. “Eu sabia que tipo de dor estava
vindo, mas relaxei com o fato de que esta seria a última vez que eu
teria que suportar isso porque estava farta. Daí fechei os olhos e
prendi minha respiração, esperando que aquele ferrão passasse
sobre minha coxa e o sangue derramasse sobre minhas outras
cento e trinta e seis cicatrizes, mas ele nunca veio. Ao invés disso,
eu senti o peso dele sendo puxado de cima de mim. A sombra que
seu corpo criou sobre minhas pálpebras fechadas agora brilhava
com luz. Quando ouvi o som de um punho se conectando com pele,
eu disparei do sofá e abri meus olhos. Me levantei e corri para a
porta da frente, fechando-a. Olhei para o meu salvador para ver seu
enorme corpo sobre Donald. Ele usava um capuz escuro e jeans
solto. Eu disse a ele para parar e ele parou. Olhei para o Donald,
que ainda estava no chão, e caminhei até o homem que me salvou...
ele era tão grande, Phoebe. Ele era enorme, alto e musculoso como
uma casa, e ele deveria ser apenas alguns anos mais velho do que
eu. Ele era como uma máquina humana assassina. Então, ele virou
sua cabeça para mim, e eu nunca esquecerei aqueles olhos. Eles
eram vazios, mortos e absolutamente letais. E disse: 'Eu estive te
observando. Eu tinha um indício de que algo estava acontecendo,
mas nenhuma prova'. Ou algo parecido. Caminhou até mim, pegou
o cobertor que estava no sofá e me cobriu antes de retornar para
Donald. 'Deixe-me acabar com ele', foram quatro pequenas
palavras, provavelmente tinha mais do que isso, mas eu realmente
não consigo me lembrar. Com um aceno de cabeça, foi feito. Nem
The Devils Own #1 Amo Jones

sei o que ele fez com o corpo. Só mandou eu juntar todas as minhas
coisas e ficar no apartamento dele. Como não retornou,
vasculhando as coisas do Donald, eu descobri que tinha uma tia.
Ela não sabia de mim até eu aparecer na sua porta, e eu nunca
mais o vi. Sonhava com ele todas as noites.” Respirei fundo, tomei
um grande gole do meu vinho e dei um pequeno sorriso à Phoebe.
Ela não tinha se mexido.

“Porra, Meadow. Não tenho palavras. Estou sentindo um


misto de emoções agora e eu não tenho certeza de como me sinto.
Só quero voltar no tempo e resgata-la, meu pai teria amado você.”

Sorri, colocando minha taça na mesa de centro. “Eu também.


Não sei por que nos dão a vida que nos são dadas, mas gosto de
pensar que há sempre uma razão maior.”

Pheobe se levantou imediatamente no sofá e caminhou até


mim, descendo e me puxando para um abraço caloroso. “Sinto
muito, Meadow. Meu coração dói por você.”

Eu recuo, limpando os olhos e sorrio. “Obrigada.”

“Quem seria esse garoto?” Perguntou ela, sentando-se.

“Tentei procurá-lo. Depois de me dar a chave do


apartamento, me disse para esperar lá por ele e que voltaria depois
de limpar e se livrar do corpo. Esperei por duas semanas e procurei
por pistas ao redor do aposento, tentando descobrir quem era esse
homem misterioso, mas não havia nada. Eu devo minha vida a ele.
Ele não tem a menor ideia de como cheguei perto de acabar comigo
mesma naquele dia.”

“Espero que você o encontre um dia.”


The Devils Own #1 Amo Jones

“Eu também.”

Entramos na cozinha e colocamos nossos copos vazios na


máquina de lavar louça. Tínhamos feito planos para sair amanhã à
noite, então eu subi até o quarto onde eu estava ficando. Depois de
colocar o pijama, rastejei por baixo dos lençóis macios e fechei os
olhos, rezando para eu não ter nenhum pesadelo por falar do meu
passado.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO TREZE

Meadow

Dois anos depois

Dias atuais

A minha primeira vez em Westbeach, na Califórnia, foi um


evento movimentado. Conheci a banda inteira de Twisted
Transistor e me dei muito bem com o baterista deles, Tommy.
Consegui uma indicação dele de um lugar chamado New Home. É
tipo um orfanato, só que essas senhoras cuidam dele de forma
gratuita, porque elas realmente se importam com as crianças e
fiquei feliz por elas me aceitarem. Decidi começar a trabalhar em
tempo integral e adiar minha carreira de Web Designer, por
enquanto. O dinheiro agora não é problema, por causa dos bens da
minha tia, então eu não preciso trabalhar para viver e prefiro
passar meu tempo na casa ajudando as crianças. Elas têm de seis
meses a catorze anos, e atualmente, temos doze na residência. E
embora alguns sejam problemáticos, todos eles são especiais de
diferentes formas e sempre terão um lugar especial no meu
coração.

Fixei residência temporariamente em Westbeach desde que


assumi o trabalho. E adorei ficar aqui, aluguei um pequeno e bonito
apartamento na praia. Após aquele incidente com Phoebe quase
atropelando o irmão Oakley na estrada, ela teve um caso quente
com o outro irmão, Ryder. Mas havia terminado ali, então ele a
The Devils Own #1 Amo Jones

convidou para fazer uma turnê ao redor do mundo com Alyx


Munroe, princesa pop, organizando seu guarda-roupa, e também
com a Twisted Transistor. Esta semana ela deve voltar para casa
após uma série de eventos. Todos nós ficamos de olho nela pelo
canal E! e é seguro dizer que, no momento, Ryder Oakley é um
homem muito odiado.

Estou indo me encontrar com Melissa na pequena confeitaria


que ela abriu no centro da cidade. Chama-se Eat Me2. Sim,
conhecendo Melissa, se entende o duplo sentido. Melissa e eu nos
tornamos amigas desde que eu me mudei para Westbeach.
Também, com a Phoebe viajando, apoiamos muito uma na outra.

Abrindo as grandes portas prateadas, entro e o pequeno


sininho soa acima da minha cabeça.

“Oi, garota, como você está?” ela grita de trás do balcão.

“Estou bem. Pensei em entrar e ver como você está hoje. E


prometi que levaria uns donuts de creme para as crianças também.
Você sabe o quanto elas adoram.”

Ela acena, para eu aguardar um pouco. “Claro!” E se ocupa


de colocar os donuts de creme em uma caixa. “Você tem notícias de
Phoebe?” pergunta.

“Não. Não desde que eu liguei para ela na semana passada


para contar as novidades por aqui. Ela disse que os Sinful Souls
não têm uma filial em Las Vegas.” Pego um biscoito de um dos
frascos que ela tem no balcão ao lado do caixa. Fecho os olhos

2 - Coma-me;
The Devils Own #1 Amo Jones

lentamente, com um gemido nos lábios enquanto limpo o meu dedo


no lábio inferior. “Isso é muito bom. Como você ainda está solteira?”

Revirando os olhos, diz. “Porque eu não encontrei o cara certo


ainda, mais tarde eu ligo para ela.”

Aceno com a cabeça, dando outra dentada quando algo na


televisão ao fundo chama minha atenção.

“Phoebe Rendon foi vista saindo de um hotel na cidade de


Nova York chorando. Oh, não, problemas no paraíso? Ou o Ryder
Oakley finalmente acordou e percebeu que precisava levar o lixo para
fora mais cedo.”

Deixo cair meu biscoito, esfregando as mãos para tirar as


migalhas. “Vadia”, eu xingo a mulher da televisão.

O rosto chocado de Melissa encontra o meu. “Você acabou de


falar um palavrão?”

“Eu sempre falo palavrão!”

Ela nega com a cabeça. “Não, você não fala. Nós precisamos
ligar para Phoebe. Temos que ligar para ela, agora.” Ela tira o
avental da cintura e o coloca no balcão antes de discar seu número.
Levanta o telefone no ouvido, mas o deixa cair após alguns
segundos sem que ninguém atenda. “Foda-se!”

“Deixe-me tentar”, respondo, puxando meu telefone e


discando o número dela.

“Estou trepando. Deixe-me uma mensagem.” Sua voz vibra


através dos meus ouvidos fazendo com que um sorriso escorregue
em meus lábios. Eu sinto muita falta dessa garota.
The Devils Own #1 Amo Jones

Balanço minha cabeça. “Não, não atende.”

“Merda.” Ela pega seu telefone novamente. “Espere. Blake e


eu... apesar de nos conhecermos a muito tempo, ele não gosta
muito de mim. Ligue para ele, eu quero lidar com ele agora e ele
parece simpático o bastante com você.”

Revirando meus olhos, pego meu telefone e lhe peço o


número.

“Quem é?” Blake rosna pelo telefone.

“Blake?” Eu guincho nervosamente antes de estabilizar a


minha voz. O homem me dá arrepios. “É Meadow.” Aí, isso parece
um pouco mais firme.

“Sim? O que está acontecendo?”

“Olha, você viu as notícias?”

“Sim, por quê?”

“Não, as... você sabe... as notícias de fofoca. As notícias de


Hollywood.”

“Eu deveria?”

“Sim. Sim, eu acho que você deveria.”

“Tudo bem. Obrigado, vou ligar a tv agora.”

“Ok...”

“Meadow? Mantenha seu telefone por perto. Talvez eu precise


pegar você e Melissa.”

“Pegar-nos...?”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Para levar a sede do clube, se entrarmos em bloqueio.


Talvez, não precise..., mas apenas no caso. Phoebe me pediu isso.”

“Certo. Ok. Obrigada, Blake.”

“Sim, não se preocupe.”

Desligando meu telefone, eu guardo na minha bolsa e exalo.

“Veja, eu disse que ele tolera você. Eu não sei o que eu fiz
para ele.”

Nossa, eu não sei. Talvez só sendo Melissa seja o suficiente


para irritá-lo.

Eu a amo, no entanto.

Beast

Dias Atuais

Sete anos. Faz Sete anos. Faz sete anos desde que libertamos
Jada e meu pai foi roubado de mim pelas mesmas pessoas que
roubaram meus primeiros anos. Eu quero a minha vingança e vou
tê-la. Estou abastecendo no posto de gasolina, nos arredores da
Rodovia 66, quando meu telefone vibra no meu bolso. Troco de
mãos e puxo o telefone, prendendo-o ao ouvido.
The Devils Own #1 Amo Jones

“O que foi?” Respondo, mantendo os olhos fixos à minha


volta. Ao longo dos anos, o Exército só tinha vindo atrás de nós
uma vez - isso foi depois que eu libertei Jada. Fomos eu, meu velho,
Hella e Shifter. Nós precisávamos ser discretos. Depois de
entrarmos sorrateiramente, nós a libertamos e conseguimos voltar
para um hotel. Foi só comemorações e vivas durante as duas
semanas seguintes até que encontramos meu pai com uma única
bala na cabeça e uma nota enfiada em sua boca, que dizia
simplesmente: 'Não fique tão confortável, Beast. Você é nosso. Nós
iremos atrás de você, e quando estivermos prontos, não haverá como
impedir isso'.

Aquele dia me despedaçou. Ao longo dos anos que


precederam ao resgate, meu pai e eu tínhamos formado um vínculo.

Depois que Hella e eu lidamos com o corpo do pai da jovem


garota, eu voltei para o clube e me instalei. Hella já tinha
conseguido o seu patch. O meu pai admirava sua lealdade a mim e
podia ver até onde isso iria. Acho que ele sempre soube que eu
estaria substituindo-o como presidente quando seu destino
chegasse. É por isso que ele colocou Hella como Sargento de Armas
e eu como Vice-presidente – para desgosto de Sugar. Mas ele
superou isso depois que eu o venci no ringue. Agora temos uma
amizade bastante sólida, como eu tenho com todos os rapazes. Eles
são minha família, e eu os protegerei e os guiarei até o fim da minha
vida.

“Beast, como está sua equipe?” uma voz familiar rosna no


telefone. Sorrio instantaneamente conhecendo essa maldita voz.

Encosto-me à minha moto, colocando minha outra mão no


bolso do meu jeans. “Na linha, como está a sua, irmão?” Respondo
The Devils Own #1 Amo Jones

sorrindo, passando a mão sobre a minha cabeça ainda raspada,


não raspada até a pele, apenas num corte estilo militar.

Zane e eu temos mantido uma forte amizade. Dirigir a filial


de Las Vegas é difícil, mas eu também represento todos os
segmentos que estão espalhados por todos os Estados Unidos,
tornando-me o Presidente Internacional do MC Devil's. Meu pai e
seu melhor amigo Ringer foram os irmãos fundadores. Ringer ainda
está aqui, e ainda está com Bethy, ele mantem o seu patch, mas
deixa tudo para nós, os jovens, como ele mesmo diz. É uma grande
responsabilidade manter a paz entre nós e os outros MC's enquanto
ainda mantemos nosso negócio fluindo sem nenhum
aborrecimento. Temos um relacionamento com o IRA (Exército
Republicano Irlandês) que nos fornece armas, em troca de uma
travessia confiável por todas as cidades onde há uma filial do
Devil’s. Que têm em todo território dos EUA, com uma filial na
Irlanda e outra na Austrália.

“Não tão em linha. Entre Abby e Ade, um dos dois vai me


matar, só não sei qual. Preciso de um favor.”

“Manda”, respondo com convicção, porque tenho certeza,


farei o que for possível para ajudar Zane onde eu puder.

“No momento, nós estamos bem. Mas Ade acabou de causar


uma confusão com os russos, então talvez eu precise de algum
apoio.” Eu me encolho. Os russos não são alguém que você queira
como inimigo, mas eu concordo, mesmo assim.

“Sim, com certeza, apenas avisa quando precisar de nós.”

“Obrigado, irmão, você é tudo que eu tenho próximo de


Westbeach. Agradeço por isso. Eu te aviso se eu precisar, ok?”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Nem tem que me agradecer, eu preciso de alguma forma


retribuir”, sorrio para o telefone.

“Então, combinado”, ele responde instantaneamente sem


perder tempo.

“Apenas grite quando precisar”, digo a ele antes de desligar o


telefone.

Se ao menos todas as minhas relações com outros MC's


fossem assim tão simples. Infelizmente - ou não tão infelizmente -
só é assim com o MC Sinful Souls e o MC Blood Razor. Com todos
os outros têm um, porém - eles não vão expressar isso, no entanto.
Decisão inteligente, realmente porque eu não tenho problemas em
começar uma guerra para ganhar esse respeito, acredito que eles
saibam disso.

Depois de pagar a gasolina, eu monto minha moto e vou em


direção ao complexo. Minha casa fica em Summerlin West. O clube
é situado em um grande terreno com um galpão em estilo rancho,
bar e uma garagem gigantesca, ao norte de Las Vegas. Meu pai e
Ringer o compraram quando fundaram o Devil's Own. O que foi
bom, pois agora temos quatro casas separadas que foram
distribuídas pelo terreno de forma estratégica também. Sim,
providenciamos uma casa para aqueles que podem precisar, mas
também para proteger o clube em tempo integral. Temos alguém
todo o momento. É conveniente e fornece uma boa organização.
Entrando no longo caminho empoeirado que leva até a sede, minha
moto ronca debaixo de mim, vibrando na atmosfera com sua
presença. Ainda tenho a moto que meu pai me deu, também tenho
a moto que ele montou e que fica em um pedestal na sede do clube
- onde pertence.
The Devils Own #1 Amo Jones

Saindo da moto, tirando meu capacete, Frost sai do clube


com um cigarro pendurado na boca com seu cabelo loiro e barba
comprida passando por cima da gola do seu colete. Parecia que ele
tinha acabado de sair da cama - ou de matar alguém. Eu não seria
capaz de dizer qual.

Levantando meu queixo para ele, sorrio. “Você está


acordando cedo e alegre, princesa.”

Ele me dá um sorriso. “Sim, Sandy me manteve acordado a


noite toda. Ela é uma boa foda”, responde, balançando a cabeça.
Sandy é uma das poucas bundas doces3 que nós temos que andam
pelo clube.

Rindo, eu subo os degraus de madeira gastos. “Guarde seu


pau, nós temos trabalho a fazer. Onde está Hella?”

Ele encolhe os ombros. “Ele partiu para a cidade esta manhã


e ainda não voltou.”

Pegando meu celular, ligo para o número dele.

“E aí?” Ele responde.

“Onde você está?”

“Precisei pegar suprimentos para a H2, o telhado está com


vazamentos.”

H2 significa casa número dois, é uma das quatro casas que


mantemos na propriedade.

3
- Na cultura dos MCs, bundas doces são mulheres que andam pelo clube e se tornam disponíveis para o sexo
The Devils Own #1 Amo Jones

“Tudo bem. Eu preciso passar umas coisas para todos


quando voltar. Seja rápido.”

Guardando meu telefone, retorno minha atenção para Frost.


“Igreja em uma hora. Avise a todos.” Ele me cumprimenta antes de
apagar o cigarro debaixo da bota e entrar na sede comigo.

O nosso clube é grande, mas precisava ser. Nossa equipe é


substancialmente maior que a maioria, com cerca de quinze
homens, incluindo três prospectos. Caminhando em direção ao bar,
eu levanto minha cabeça até o velho Ben e puxo um banco. O velho
Ben é o homem que trabalha atrás do bar para nós. Ele tem setenta
e três anos de idade, mas sua aposentadoria não lhe paga nada,
então eu o mantenho aqui. Só com sua pensão, ele não teria
dinheiro suficiente para comida e aluguel, então ele mora na H3 e
trabalha para nós. Eu pago a ele, e ele não precisa pagar nada de
aluguel. É um filho da puta maluco, você não quer ser pego
andando em nosso gramado quando ele está por perto com um
revólver na mão.

“Como vai velhote, tudo bem?” Eu pergunto, colocando um


palito na minha boca e examinando ao redor da sala. Para ser
honesto, o nosso clube não é muito ruim. O enorme celeiro é
equipado com a área do bar e tem sofás e mesas de bilhar
espalhadas por toda parte. Atrás do bar é onde temos a Igreja e
onde a moto do meu pai fica orgulhosamente atrás do meu assento
à cabeceira da mesa. Tudo foi renovado, do piso as instalações de
proteção.

No andar de cima há um grande loft que tem vista


panorâmica do bar. Há muitos quartos espalhados por lá também,
para outras atividades que achamos mais conveniente. Há sangue
The Devils Own #1 Amo Jones

nestas paredes que não são somente de quando eu assumi o


controle.

“Sim, estou bem”, responde o velho, limpando o balcão com


um pano.

Tomando minha bebida, aceno com a cabeça para ele antes


de ir para a mesa onde alguns dos meus homens estão sentados.
Puxo uma cadeira e me sento antes de tomar um gole.

“Começamos a Igreja em uma hora, dá tempo suficiente para


Hella voltar.”

“Alguma coisa importante?” Sugar pergunta, esfregando a


mão sobre a barba.

“Não no momento. Recebi uma ligação de Zane, preciso


passar algumas coisas para vocês antes de nos colocar em uma
situação na qual provavelmente não queremos ser colocados.”

Sugar acena com a cabeça. Ele estava aqui antes de mim e


era o vice-presidente do meu pai. E não aceitou muito bem quando
eu voltei e meu pai me colocou como VP com Hella como Sargento
de Armas, mas depois de uma rodada no ringue, nós resolvemos
isso, e ele superou. Dito isso, Sugar é um filho da puta confiável.
Eu confio em todos os meus irmãos, eles não estariam aqui se eu
não confiasse. Mas eu confio em Sugar, logo abaixo de Hella.

Hella passa pelas portas do celeiro com uma mão cheia de


ferramentas penduradas em seus braços e um sorriso fuleiro em
seu rosto. Eu abano minha cabeça e aponto para toda a merda ao
redor dele. “Mas que porra é essa?”

“É a merda que eu preciso para consertar o telhado!”


The Devils Own #1 Amo Jones

“O quê? Você é um construtor agora? Matar não é o suficiente


para você?” Pergunto sorrindo para ele.

Ele me mostra o dedo do meio, jogando o resto dos itens no


chão. “Qual é a pressa, eu ia visitar o Red Moon”, responde.

“Deixe as garotas em paz, Hella.”

“Ei...” ele joga as mãos para cima vindo até nós, “...não é
minha culpa se só uma puta pode cuidar do meu pau.”

“Jesus”, sorrio... e me levanto da mesa.

Red Moon é um negócio que possuímos, mas temos uma das


garotas que o administra para nós. A Shelby e ela é boa no que faz,
mas se ela conseguisse manter as mãos longe do meu pau, seria
ainda melhor. Não que não tenhamos fodido algumas vezes, mas
isso é o suficiente para mim, nada além de deixar meu pau duro o
bastante para gozar.

“Igreja, agora.” Encaminho-me para o fundo do bar com Hella


na minha cola.

Andando pelas portas de ferro, passo em volta da longa mesa


retangular com nosso emblema gravado, um crânio usando um
capuz, sorrindo por cima do ombro e vomitando numa full house4.
Por isso, nossas cores: preto e vermelho.

Eu sorrio para a moto do meu pai antes de puxar minha


cadeira. Ter sua moto atrás de mim nesta sala foi uma decisão

4 - full house' também é referido como tendo cinco cartas (total) que contêm três cartas do mesmo naipe e duas
cartas de outro naipe.
The Devils Own #1 Amo Jones

minha. Assim ele mantinha sua presença e posição neste clube e


me fazia sentir como se sua presença estivesse sempre aqui.

Acendi meu isqueiro entre os dedos, vendo Sugar acender


um baseado do meu lado esquerdo e Hella se sentando em frente a
ele do meu lado direito, tragando um pouco antes de entregá-lo a
mim. Eu pego, coloco na minha boca e dou uma longa tragada.

“Então, a razão pela qual eu pedi essa Igreja...” Sopro a


fumaça que estava segurando e passo para Hella, “...é que recebi
um telefonema de Zane Mathews, o Presidente do Sinful Souls MC
em Westbeach. Ele pode precisar de um favor em breve, queria
saber se nós o apoiamos, se necessário. Um de seus caras irritou
alguns russos, agora... eu sei que parece ruim, mas os Sinful Souls
são nossos irmãos. Eles podem não ser por patch, mas por escolha.
No entanto, se alguém não está de acordo com isto, dê a sua
opinião, e vamos levá-la para votar.”

“Porra. Isto não soa bem”, diz Nyx, baixinho inclinando-se em


seu assento.

“Prossiga”, aceno com a mão estendendo o isqueiro entre


meus dedos.

“Bem... os Russos. É por isso.” Ele sacode a cabeça, antes de


se apoiar nos cotovelos. “Entendo que eles sempre deixaram claro
que nos apoiariam, mas temos que pegar leve aqui e eu não sei...
ter como inimigo os russos não é como eu queria passar a minha
tarde de domingo.” Termina pegando o baseado na mesa. Um
grunhido consentido vem do outro lado.

“Concordo com o Nyx. Eu não gosto disso. Pequenas coisas,


sim, mas isto? Isso parece grande”, acrescenta Flicker.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Alguém mais?” Eu pergunto em torno da mesa.

Um risinho parte ao lado de Hella e eu não tenho que olhar


para saber quem é. “Você está conosco nisto, Hannibal?”

“Foda-se, sim, estou com você. Está um pouco calmo por


aqui. Preciso ferrar com alguma coisa.”

Balanço minha cabeça sorrindo antes de pegar o martelo.


“Quem está comigo?” Um som de sim, soando ao redor com dois
não.

“Ok, nós vamos com eles.” Eu bato o martelo antes de jogá-


lo de volta na mesa.

Todos de pé e eu me levanto com os olhos nos dois que


votaram não. “Nyx, Flicker, sentem.” Aponto minha cabeça de volta
para seus assentos. Eles olham um para o outro antes de se
sentarem.

Uma vez que todos tenham saído, eu coloco meus cotovelos


na mesa. “Não gosto que nenhum dos meus irmãos sinta que a
opinião deles não importa. No entanto, preciso que confiem na
minha decisão, como seu presidente e como seu irmão.”

“Eu confio na sua decisão, Beast. Só não estou convencido


de que seja a decisão certa. Mas eu vou montar, é claro, não
importa o que aconteça.”

Aceno minha cabeça para Nyx. Ele é inteligente, jovem, mas


inteligente.

Afastando minha cadeira, me levanto da mesa. “Vamos, eu


preciso de uma bebida.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Voltando para o bar, vejo Shelby sentada no bar tomando


uma cerveja. E Hella sendo moído por Emma. Ela deve ser o sabor
da semana dele. Eu vou até Shelby, puxando um banquinho ao seu
lado. Sua cabeça não se move, a não ser uma sobrancelha que se
levanta enquanto ela brinca com o caneco.

“O que posso fazer por você, Shelby?” Sinalizo para o velho


me trazer uma bebida.

Ela muda sua atenção para mim, com seus olhos castanhos
escuros e suas longas e sedosas pernas cruzadas. “Eu imaginei que
você estava se sentindo um pouco solitário...” diz, trazendo a
cerveja aos lábios, passando-os suavemente sobre a borda do copo.
Para qualquer outro cara, a cena seria atraente, erótica até. Mas
para mim, não, não faz nada para mim. Ela é linda, não me entenda
mal, mas eu não tenho nenhum interesse nela fora o de molhar
meu pau. E só se quando eu já bebi demais ou quando me vem à
cabeça pensamentos que eu tento abafar. Esses pensamentos
envolvem uma jovem com cabelos e roupas sujas, e um vazio nos
olhos que o próprio Deus não conseguiria preencher. Estou tão
fodido e eu sei disso, não tenho visto ou ouvido falar dela desde
aquele dia. Pensei em procura-la, sei que seria fácil se eu realmente
quisesse. Vamos encarar os fatos, eu tenho conexões no mundo
inteiro, acha-la não seria tão difícil. Mas eu sei que ela está bem
agora. Ela tem que estar, certo? Seu pai está morto, agora ela pode
viver sem o seu pior pesadelo.

Sorrio, trazendo a minha bebida aos lábios. “Hoje não.”

Seus olhos caem para as mãos. “Beast, você tem certeza...


digo, eu sou a única menina que você realmente fica desde que você
chegou aqui. Pensei que tínhamos um relacionamento.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu deixo cair a minha bebida no balcão, trazendo meus olhos


para os dela. “Se você acha que por um segundo você é a única
buceta que eu tive desde que cheguei aqui, e que isso faz de você
uma buceta especial, está muito enganada. Fiquei com muitas
outras garotas, Shelby. Tira isso da cabeça”, afirmo com frieza.
‘Bone Thugs de 'Thugs Notorious' começa a tocar no sistema de
som e sei que Hella, obviamente, está no controle do som.

“Beast...” ela resmunga triste.

Eu ri. “Vá para casa, Shelby. Eu te ligo quando estiver


bêbado.” Saio do meu banco, pegando o copo, indo até a mesa onde
Hannibal e Ripper estão sentados gargalhando provavelmente
sobre algo doentio e inadequado. Sento enquanto eles continuam a
rir, e balanço a cabeça. “O que é tão engraçado?”

“Você sabia que se você foder uma garota cheia de gasolina


no rabo, o corpo dela pode realmente queimar em chamas de dentro
para fora?” Hannibal está rindo em sua cadeira, com um sorriso
maldito em volta da garrafa.

Eu rio, sacudindo minha cabeça. “Você é um doente de


merda.”
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO QUATORZE

Meadow

Estou a caminho da casa de Phoebe porque Melissa me ligou


há uma hora e me perguntou se eu poderia encontrá-las lá. Ela não
estava bem. Alguma coisa que Ryder Oakley fez e eu estou prestes
a dar meu primeiro chute na bunda em alguém. Phoebe pode ter
um exterior duro, mas ela é doce e mole por dentro.

Chegando à casa dela, viro a maçaneta da porta e abro-a. A


sua casa é pequena em comparação com a garagem de vinte carros
que ela tem ao lado. Mas é confortável, quente e convidativa - tudo
o que Phoebe é.

“Olá?” Eu grito, fechando a porta atrás de mim.

“Aqui dentro”, responde Melissa, da cozinha.

Entrando, vejo as duas sentadas na mesa, segurando xícaras


de café.

“Ei.” Eu vou para Phoebe e puxo o assento ao lado dela. “Você


está bem?”

Ela traz seus olhos para mim. “Não. Ele me machucou de


novo. Outra vez!” sussurra com raiva.

Olhando para Melissa, eu sorrio. “Está tudo bem, Phoebe.


Nós vamos superar isso.”

Ela acena com a cabeça. “Assim espero.”


The Devils Own #1 Amo Jones

A porta da frente abre e Blake entra com Shooter, o cachorro


Cane Corso de Phoebe correndo atrás dele.

“Venha, eu quero te mostrar algo bem rápido”, diz Blake para


ela.

“Por quê?”

“Você vai abrir a pista amanhã? Eu já tenho todos aqui


prontos. Já está tudo preparado. Estou planejando isso desde que
você partiu. É uma coisa boa que todos vieram no início desta
semana.” Ele coça a cabeça de forma grosseira. O circuito é um
circuito de corridas que Phoebe está prestes a abrir exibindo os mais
atraentes pilotos de todo o mundo - minha melhor amiga é um
gênio. Ela se levanta excitada.

“Você está brincando comigo? Sim, sim, estou pronta.”

E assim mesmo, seus olhos se iluminam como se fosse


quatro de julho.

“Muito bem, então, vamos para Speedy's Way.” Rindo na


cara dela e sorrindo para seu irmão. Speedy é seu apelido, desde
criança. E esse nome foi dado a seu circuito.

Ligando nossos braços, ela nos leva até sua garagem.

“Oh, meu Deus, aqui vamos nós”, murmuro. Qualquer


passeio de carro com Phoebe é como uma corrida contra o tempo.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO QUINZE

Beast

Estou no meu escritório, separando a papelada quando Hella


entra, chateado.

“O que foi?” Pergunto, jogando os papéis dos ganhos do mês


passado em uma pilha ao lado da porta. Sim, eu acho que preciso
contratar um contador. Um que não faça perguntas sobre o que
fazemos. De alguma forma, acho que isso não vai ser tão fácil.

“Alguém tem me seguido. Já tem uns dias”, responde,


puxando uma cadeira e sentando.

“Sim, percebi isso também. Um SUV preto? Não fizeram


nenhum movimento ainda. Mas não somos alvos fáceis.” Eu me
inclino para trás, esticando minhas pernas.

“Temos que acabar com isso de uma vez por todas. Explodir
o bloco inteiro deles”, responde casualmente.

Sorrio. “Hella, há pessoas inocentes lá dentro. Só precisamos


de um plano para tirá-los de lá com segurança e depois matamos a
todos. E a sua garota em Westbeach?”

Levantando as sobrancelhas, ele pergunta: “Quem? Abby?


Ha! Ela não é minha garota. Sim, eu vou falar com ela.”

“E Hella?” Grito antes que ele saia batendo a porta. “Arranje-


me um contador, urgente. Um discreto.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Como vou encontrar um contador que não vai fazer


perguntas sobre nossos negócios?”

“Eu não sei. Use sua imaginação.”

Ele fecha a porta atrás de si. Levanto-me e vou para o bar.


Estou cansado de olhar para os números. Eles não são o meu forte.

Puxando uma cadeira, eu deslizo ao lado do Hannibal. “Nós


precisamos de um contador, irmão. Eu odeio trabalhar com
números, porra.”

Ele bufa. “Eu conheço alguém. Ela é um pouco agressiva, não


aceita desaforo, mas não irá fazer perguntas sobre o que se passa
por aqui.”

Voltando-me para ele, eu levanto as sobrancelhas. “Quem é


ela?”

“A melhor amiga da minha irmã. Puta irritante, mas ela mora


conosco desde os quatorze anos, quando os pais morreram num
acidente de carro. Hoje ela está com vinte e dois anos e acabou de
se formar em contabilidade e administração. Ela e minha irmã
ainda vivem na minha antiga casa, estão à procura de emprego
agora.”

“Sim, de alguma forma eu não acho que isso seja o que ela
estaria interessada.”

“Oh...” ele sorriu ao redor do seu copo, “...tenho certeza que


posso persuadi-la.”

“Jesus, você está fodendo com ela?”


The Devils Own #1 Amo Jones

Sacode a cabeça. “Foda-se, não. Vai se foder. Não. Eu a


odeio.”

“Bem, como diabos você vai fazê-la vir então, caralho?”

“Tenho alguns meios perversos.” Ele sorri para mim.

“Eu não duvido disso... de jeito nenhum.”

Ou seja, eu não me importo. O Hannibal é um dos filhos da


puta mais loucos que eu conheço. Ele e Hella estão no mesmo nível
de loucura, mas até Hella tem limites. Hannibal não tem. Ele tem
vinte e cinco anos, um dos mais novos do nosso clube, e tem o nível
de loucura que você jamais vai querer cruzar.

“Vou ligar para ela. Quando você quer que ela comece?”

“Ontem.”

Ele toma sua cerveja e sobe para um dos quartos no sótão.


Balanço minha cabeça rindo. Maldito psicopata.

O resto do dia fica meio lento, com meu telefone recebendo


ligação após ligação de Shelby. E decido deixá-lo no meu bolso no
silencioso.

Hella vem até mim no barracão dos fundos, onde estou


organizando nosso próximo carregamento de armas. “Eu falei com
Abby e ela disse que pode ajudar. Ela organizou uma operação para
derrubar os russos e quer matar dois coelhos com uma cajadada
só. Só precisamos atrair o Exército para onde ela está levando os
russos. Eles sabem sobre o Exército e as operações que eles
dirigem, mas não podem tocá-los. E precisa de um dos
The Devils Own #1 Amo Jones

Comandantes - preferivelmente o Kurr - para que ela possa quebrá-


lo lentamente para ver qual governo corrupto está por trás disso.”

“É o nosso governo corrupto.”

“Sim, nós sabemos, mas ela precisa de provas.”

“O que a faz pensar que ela pode conseguir isso? Não há


como.”

“Expondo-os”, respondeu ele.

“Humpf, os comandantes morrerão antes de falar,” esclareço,


virando minha atenção de volta para a metralhadora AKA que eu
estou segurando.

“Sim, mas eles estão testando esta nova merda. Tipo, um


soro da verdade. E querem experimentá-lo em um deles.”

“Soro da verdade?” Eu zombo, colocando a arma de volta na


caixa.

“Beast, nós viemos de um lugar onde essa merda existe. Não


ironize como se não fosse possível.”

Isso é uma verdade.

“Tudo bem, então como vamos atraí-los e para onde?”

“Para um parque fora da Rodovia Estadual 3. Você encosta


em uma estrada deserta e se esconde atrás de algumas dunas de
areia. É perfeito.”

“Espere um minuto... sentado lá com alguns malditos russos


e federais? Não, isso não parece bom.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Confie em mim. Irá funcionar. Eu confio nela.”

“Mas, eu não.”

“Bem, então, confie em mim.”

“Ok. Quando?”

“Amanhã. Tudo vai acontecer amanhã. O que não deve ser


um problema, considerando que a SUV preta está estacionada na
última semana na Gregory Valley Road.”

“Tem certeza? Foda-se”, respondo, empurrando minhas


mãos nos bolsos.

“Sim, eu tenho certeza. Tenho certeza de que eles sabem que


eu sei, também.” Ele vai até onde eu estou e tira uma arma da caixa
de carga. “Hora de explodir alguma merda”, ele sorri, levantando a
arma no ar.

Eu bato a mão dele para baixo. “Não até que tudo esteja
devidamente acertado.”
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO DEZESSEIS

“Lembre-me do porque temos que estar lá exatamente ao


meio-dia e um?” Ripper pergunta do fundo da van em que estamos
enquanto esperamos Hella sair de casa.

“Porque se todos nós aparecêssemos em horários diferentes,


isso foderia com tudo. Os russos aparecem e veem que são os
federais, então o Exército aparece, já dá para ver como isso
aconteceria”? Nyx responde ao seu lado.

“Cale a boca. Vocês dois. Eu nem quero fazer isso, algo não
me parece certo. Odeio esses federais,” eu respondo, virando minha
navalha entre os dedos.

“Você é o chefe, então por que estamos fazendo isso?”

“Porque eu quero esses babacas fora da minha bunda sem


guerra, para que eu possa prosseguir com a retirada de todos os
inocentes da base. Então, eu poderei matá-los.”

“Quem? Os inocentes? Isso é baixo, até mesmo para você,


Beast.” Flicker ri do banco de trás. Eu abano minha cabeça. O
garoto às vezes merece um chute na porra da bunda.

“Não, Flicker, seu idiota de merda. O Exército. Jesus, como


diabos você conseguiu seu patch, mesmo?” Ripper pergunta
balançando a cabeça.

Flicker mostra o dedo do meio para ele. “Fodendo a sua mãe.”


The Devils Own #1 Amo Jones

Ripper levanta a cabeça e seus olhos estreitam. Flicker joga


suas mãos para cima. “Estou só brincando, mano. Porra!”

“Porra Flicker, parece que você está no colégio.” Flicker já era


nosso prospecto, mas recebeu seu patch há alguns meses, depois
que ele tomou uma cana por nós. Ele passou doze meses preso, e
o obteve logo depois de sair. Está com vinte e quatro anos e você
não imaginaria, mas o jovem garoto aqui pode acabar com qualquer
um com apenas um soco. Coloquei estrategicamente todos os
homens que tenho na minha divisão. Alguns deles ainda estão aqui
desde os dias do meu pai, mas vários outros são recém-chegados
depois que eu peguei o martelo - Flicker e Hannibal são um deles.

A porta do motorista abre e Hella entra, dando partida na


ignição. “Nós estamos prontos. Abby disse que não antes do meio-
dia e um, ela insiste nisso.”

Um rosnado escapa da minha boca e Hella vira a cabeça para


mim. “Não rosne para mim.” Ele ri. “Guarde essa merda para suas
vadias.”

“Não gosto disso.”

Nós vamos descendo a pista de cascalho até chegarmos aos


portões de entrada. Olhando para Hella, eu sacudo minha cabeça
e aperto o botão para abrir os portões. Não sei por que, mas não
gosto dessa ideia. Eu quero participar, então essa é a única razão
de eu estar seguindo a liderança de Hella. Isso, e porque ele nunca
me decepcionou antes.

Com certeza, uma vez que saímos do complexo, o jipe preto


encosta atrás de nós, seguindo de perto. Mantenho meus olhos
fixos no espelho, olhando de lado para Hella.
The Devils Own #1 Amo Jones

A viagem até lá é silenciosa e nós a mantemos a uma


velocidade lenta e firme. Quando chegamos à curva, Hella encosta
fora da estrada e o SUV parece hesitar por um segundo.

“Vamos lá”, Hella insiste em manter a velocidade enquanto


seus olhos permanecem fixos no espelho retrovisor e na estrada à
nossa frente. Quando o SUV começa a nos seguir novamente, todos
nós exalamos. Como a poeira está subindo à medida que passamos,
dificilmente conseguimos ver alguma coisa. Assim que Hella faz
outra curva estreita, verifico a hora e percebo que já são meio-dia e
um, então a van para. O silêncio preenche o ambiente e cada cabelo
que tenho no meu corpo fica em alerta junto com meus sentidos.

Cerrando meu maxilar, viro minha cabeça para o lado para


olhar para fora pelo espelho lateral. O SUV preto para de repente
atrás de nós, quase nos fechando por trás. Abrindo minha porta,
uma rodada de tiros soa, ricocheteando na porta. “Porra!”

O SUV tenta inverter quando outro caminhão encosta atrás


deles. Estreitando meus olhos para olhar mais de perto, vejo uma
garota no banco do passageiro e seu cabelo brilha, a marca
registrada do cabelo ruivo de Abby.

“Quem atirou na gente, porra?” Grito para Hella, que se


abaixou atrás da porta do motorista, carregando sua arma
novamente. Ele já havia esvaziado um cartucho inteiro e
provavelmente não errou.

“Russos, eu suponho.” Antes que ele volte a descarregar


outra rodada.
The Devils Own #1 Amo Jones

Tiros soam de trás de mim junto com um grito sinistro.


Balançando minha cabeça ao redor, observo dois corpos de mulher
deitados no chão sem vida. Pegando minha arma, aponto-a na
minha frente e vou em direção à que eu conheço que é Abby,
quando um homem vestido com um terno preto elegante fica diante
dela, bloqueando meu trajeto. Ele fica de pé com o tipo de
tranquilidade e arrogância que só se pode adquirir estando no
Exército. O baú da van abre e garotos saem com armas em punhos.

“Pare! Aguenta aí, porra”, grito para eles. Todos me olham


como se eu estivesse louco, mas eu preciso saber o que esse filho
da puta tem a dizer. “Deixe-a ir”, exijo, indicando com minha arma
para Abby. Há outra mulher usando um distintivo, morta no chão
ao seu lado, com sangue escorregando de seus olhos.

“Hella!” Grito. Em uma fração de segundos, os tiros cessam


e ele contorna a van para ficar ao meu lado.

Quando ele percebe o que está acontecendo, a realização se


aloja e seu rosto se transforma no filho da puta letal que ele é.

“Abby?” Sua voz racha por um segundo antes que a raiva se


infiltre em seus ossos. Você pode ver o momento exato em que essa
raiva o domina.

“Deixe-a ir. Agora”, ele berra.

O cara de terno ri, enquanto balança a cabeça. “Bem, então...


eu não posso fazer isso, Hella. Na verdade...” ele olha para Abby
antes de olhar para nós. “...acho que ainda não terminamos com o
corpo dela.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Você não vai ganhar essa”, eu digo, assim que as hélices de


um helicóptero soam por cima de nós, ao mesmo tempo em que os
tiros terminam de onde eles estavam vindo, com carros partindo à
distância. Acho que os russos foram embora.

“Nós já vencemos. Estamos sempre a um passo à frente de


vocês, rapazes. Lembrem-se disso.”

“Nós poderíamos te matar agora mesmo e não seria um


problema”, eu digo, sorrindo para ele.

Ele ri, e depois aponta para o céu. “Você vê isso?” Ele aponta
o helicóptero. Hella avança com força, estendo minha mão e pego o
antebraço dele. Ele levanta a cabeça, olhando para mim por cima
do ombro. Balanço minha cabeça e o puxo para trás. Eu sei que ela
está morta e se Hella verificar isso mais de perto, eu não posso ser
responsável pelo comportamento dele.

“Disponho de cinco minutos para sair daqui antes que haja


uma série de reforços e a julgar por aqueles pequenos pontos
vermelhos que cobrem você e seus homens... Eu diria que você não
pode fazer mais nada disso.” Agarrando o braço da Abby, ele puxa
seu corpo mole para cima e a arrasta pelos braços de volta para o
carro antes dele e de outro homem com quem estava entrar no SUV
dela e sair de lá com o helicóptero os seguindo.

“Foda-se!” Balançando minha mão ao redor e pousando-a na


janela da nossa van.

“Vamos, mova o carro...” Hannibal aponta para Flicker,


“...agora! Nós precisamos sair daqui.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu olho para Hella, que ainda não se moveu, ou respirou pelo


jeito.

Flicker vai para o banco do motorista soltando o freio de mão


e manobra antes de todos nós subirmos na van. Quando Hella
entra, eu dirijo minha atenção a ele. “Eu poderia te matar, porra”,
murmuro.

Ele traz seus olhos para mim. “Foda-se, Beast. Não comece
com essa merda, agora. Eu te respeito como meu presidente, mas
nós éramos iguais antes desta merda, e agora eu estou instável o
suficiente para foder tudo. Não...” Ele vira para a janela e suas veias
do pescoço estão pulsando, sua mandíbula cerrada e os olhos
mortos. Sei que ele está a um segundo de matar alguém. Ligando
os faróis, eu olho à nossa frente para o que só pode ser descrito
como um campo de guerra.

“Puta merda”, Flicker sussurra por trás de mim.

Olhando para o chão, eu encolho os ombros. “Estúpido do


caralho. Nós nunca deveríamos ter estado aqui. Vamos embora.”
Todo o solo estava repleto de corpos. Havia federais, homens com
trajes casuais, que suponho serem os russos. Que bagunça do
caralho, isso acabou de causar um monte de merda que eu não
queria. Estou triste pela Abby, realmente estou. Mas ela estava
pedindo por isso. Você brinca com fogo, e eventualmente, vai se
queimar. Sua operação não foi planejada o suficiente, obviamente.
Parece que vamos para uma guerra pelo o Sinful Souls, não só por
sua briga, mas pelo que agora é a nossa também.

Na nossa viagem de volta ao complexo, eu me viro para Hella.


“Precisamos falar sobre a Abby”, eu digo.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Eu sei”, responde. “Precisamos ligar para o Zane quando


voltarmos.”

Quando entramos no complexo, vou ao galpão onde alguns


dos homens que ficaram para trás estão sentados conversando.

“Ei, amigos, isso foi rápido!” Toke fala, balançando em sua


cadeira.

“Não demorou muito”, eu resmungo, entrando na sala de


reuniões.

Hella me segue junto com Hannibal, Nyx e Ripper. “Eu


preciso ligar para Zane.” Puxando meu telefone, percorro meus
contatos até chegar ao número dele, apertando o botão verde.

“E aí, irmão. O que posso fazer por você?”

“Oi”, respondo, sentando-me à cabeceira da mesa. “Algumas


merdas acabaram de acontecer hoje.”

“Que tipo de merda?”

“Abby te contou sobre a operação em que estava


trabalhando?”

“Com os russos? Sim, ela disse. Fui totalmente contra.”

“Sim, bem, ela também tentou adicionar O Exército a essa


mistura. Alguma coisa aconteceu. Você está sentado?”

O silêncio preenche o telefone antes que uma porta se feche


à distância. “Sim”, começa Zane, limpando a garganta. “Eu estou
aqui.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Encontramo-nos com ela onde devíamos. Ela ficou presa


entre tudo isso e alguém do Exército atirou nela. Sinto muito, Zane.
Ela não sobreviveu, mas eles levaram seu corpo.”

“Foda-se”, sussurra antes de continuar, “você tem certeza


que ela estava morta?”

“Eu não pude verificá-la. Eles não deixaram nenhum de nós


se aproximar. Tinham laser direcionados para cada um de nós do
helicóptero deles. Mas ela não estava se movendo. E observei seu
peito e estava imóvel. Não parecia nada bom.”

“Foda-se. Porra. Ok... Merda!” Silêncio. “Dê-me algum tempo.


Vamos precisar de algum tempo para realizar o funeral. Não quero
acrescentar O Exército ao estresse que Blake e Ade já têm com os
russos. Vou manter essa parte de fora por enquanto. Merda. Vou
precisar de vocês em uma semana.”

“Uma semana?”

“Sim, dê-nos algum tempo para o... funeral. Vou manter o


caixão fechado. Assim, não haverá perguntas sobre seu corpo. Saia
na segunda-feira e nos encontre no complexo.”

“Tudo bem, irmão. Nós estaremos lá.”

Desligando o telefone, me inclino na minha cadeira. Isso


começou uma maldita guerra em massa e estamos bem no meio
dela. Dois grandes lados, que você nunca iria querer como inimigos,
e nós temos os dois. Os russos e o Exército.

Foda-se.
The Devils Own #1 Amo Jones

Meadow

Estou saindo da New Home quando Blake começa a correr


em minha direção enquanto ele sai do hospital. New Home fica
quase em frente ao hospital em uma das principais ruas de
Westbeach.

“Meadow, oi... aconteceu um imprevisto. Eu não consigo falar


com Phoebe. Preciso que você tente.”

“Sim, ok. Está tudo bem?”

Ele balança a cabeça, com os olhos arregalados enquanto


agarra a nuca com as mãos. “Abby... ela está morta. Vicky está em
trabalho de parto... provavelmente por stress... e é muito cedo,
então tive que correr. Por favor, apenas ligue para Phoebe”, ele
repete, voltando e correndo de volta para o hospital.

Ainda estou olhando para as portas quando me lembro do


que preciso fazer. Tirando meu telefone da bolsa, eu começo a
discar o número da Phoebe. Deus, Abby era uma durona, mas ela
tinha um bom coração. Eu sei que Phoebe vai ficar mal. Eu preciso
agir com cuidado. Phoebe é forte, mas seu maior medo é perder as
pessoas que ama. Isso vem da perda do seu pai quando ela era
jovem, e também por ter sido criada em torno do perigo durante
toda a sua vida.

“Ei, o que foi?” ela responde.

“Phoebe? Você está em casa?”


The Devils Own #1 Amo Jones

“Sim, por quê? Estamos indo para o Circuito.” Sua voz soa
desconfiada. “O que houve?”

“É Abby... algo aconteceu. Sinto muito, Phoebe. Eu sinto


muito.”

O ar deixa meu corpo com meu sangue se transformando em


gelo.

“Desembucha, Meadow.”

“Oh, Deus”, sussurro.

“Meadow...” ela avisa.

“Ela está morta, Phoebe. Deus, eu sinto muito...” Minha voz


racha no fim antes que a linha fique muda.

Colocando meu telefone na bolsa, eu exalo uma lufada de ar.

Eu odiei isso.

Deus, eu detestava ser eu a fazer isso com ela.


The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO DEZESETE

Faz uma semana desde que fiz essa ligação. Eles


organizaram um funeral para ela, do qual decidi não comparecer.
Eu queria estar lá por Phoebe, mas eu não conhecia Abby muito
bem e de qualquer maneira, o funeral era mais restrito. Eu tentei
estar lá o máximo possível por ela, mas na maior parte do tempo,
ela se manteve calma. Melissa e eu fizemos disso nossa missão para
que ela ficasse bem. Isso nos leva a esse momento, que estamos
sentados em uma mesa de piquenique no complexo do Sinful Souls
MC. Phoebe está ao lado de Melissa com um sorriso no rosto. Fico
feliz por qualquer coisa que tenha causado esse sorriso, mas tenho
a sensação de que ele tem algo a ver com uma estrela de rock
persistente.

“Ei, estranha”, começa Melissa, saltando ao lado de uma


amiga de Phoebe, que conheceu em sua turnê ao redor do mundo
com os ricos e famosos. Gostei muito de Nettie. Ela é pé no chão e
tem um fogo dentro dela. Além disso, ela me faz rir. Sempre vou
encontrar tempo para as pessoas que podem me fazer rir.

“Quer dançar?” Melissa continua, balançando as


sobrancelhas.

Phoebe ri. “Não, eu estou bem.”

Eu entrego-lhe uma garrafa de cerveja. “Vamos, Phoebe.


Vamos beber um pouco.”

Phoebe abre a boca, mas a mantem fechada quando um


rugido de motos começa a agitar no ambiente. O piso treme debaixo
The Devils Own #1 Amo Jones

de mim e prendo minha respiração. Estou acostumada a isso agora


estando cercada pela família dela, mas esse som ainda puxa algo
dentro de mim. Não tenho certeza do quê, mas alguma coisa.
Aquele sentimento em que você está entre o perigo e a emoção? Eu
acho que é isso.

Ela olha por cima do ombro e sussurra: “Beast está aqui.”

“Beast?” Melissa repete com um sorriso travesso. “Gosto do


som disso.”

Phoebe solta um suspiro exasperado. “Melissa, não. Guarde


suas partes de senhora. Ele é especial.”

Isso chamou a atenção de Melissa. Balanço a cabeça,


tomando mais um gole da minha cerveja.

“Especial, hein? Especial como um enorme pau especial, ou


especial como no código pau especial pequeno?” Um som forte de
risos ecoa ao redor da nossa mesa, eu me juntando a eles. Melissa
é uma figura.

“Não, eu nem vou justificar isso com uma resposta, mas não.
Não é um código. Não que eu saiba, mas ele é... complicado”,
Phoebe fala sem querer ir mais longe no assunto.

Uma multidão se formou ao redor dos novos motoqueiros, e


Phoebe põe a cabeça em suas mãos. “Preciso me recompor. Tenho
um circuito e o Ryder. Que, a propósito, tem sido incrível.”

Eu concordo, pegando a mão dela na minha. “Você vai passar


por isso, Phoebe. Para alguém que o maior medo é perder aqueles
mais próximos, você fez um grande progresso.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela me sorri com um sorriso de apreço, então eu devolvo


outro para ela. No canto dos meus olhos, posso ver a multidão que
se formou ao redor da nossa mesa. Quando levanto meus olhos
para a grande sombra que está em pé na cabeceira da nossa mesa,
me encontro com os mesmos olhos escuros e vazios que me lembro
de todos esses anos atrás.

Puta merda.

Meu coração acelera com força, aumentando minha


pulsação, deixando o meu corpo trêmulo. Acho que estou tendo um
ataque de pânico, mas antes que eu possa responder, minhas
pálpebras fecham e minha cabeça tomba sobre a mesa.

É isso aí, Meadow. Apenas desmaie na frente de todos. Agora


ele provavelmente pensa que eu não sou diferente de quem eu era
tantos anos atrás, mas ele estaria errado. O aperto no meu braço
me afasta do meu atordoamento e quando eu abro os olhos
novamente, me lembro do porquê tudo aconteceu pelo intenso olhar
ardente das profundezas negras que me penetraram.

Contorcendo-me, afasto minha cadeira antes que Melissa e


Nettie comecem a me escoltar para dentro do bar. Empurrando a
porta, eu entro, colocando minha mão na minha testa. “Tudo bem,
eu estou bem. Merda. Merda”, sussurro. Ainda estou em choque e
os zumbidos vindos aos meus ouvidos confirmam isso.

“Você está bem? O que foi isso?” Melissa pergunta, puxando


um banquinho para mim no bar.

“Foi um grande flashback bem ali na minha cara”, respondo,


esfregando minhas têmporas com os dedos.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Grande ele é. Meu Deus, ele é lindo e enorme... Será que ele
é tão grande assim...”

“Melissa!” Eu bufo, pegando uma garrafa de vodka de trás do


bar. O som da porta abrindo me assusta no banquinho e deixo a
vodka escondida confortavelmente em minhas mãos, já sinto sua
presença sem nem mesmo vê-lo. Olhando para Melissa, balanço a
cabeça. “Eu vou ficar bem. Vejo vocês daqui a pouco.”

“Você tem certeza?” Pergunta Nettie.

Aceno outra vez, com um pequeno sorriso. “Sim, eu vou ficar


bem.”

“Certo, é só que...”

“Saia daqui, porra. Agora”, rosna Beast. Essa voz ainda é a


mesma, infiltrando-se em minha pele e me envolvendo em algum
tipo de cobertor psicológico de conforto. O que é isso? Eu mal o
conheço.

Melissa estreita um pouco os olhos. Eu me levanto,


esfregando o braço dela. “Está tudo bem, vou ficar bem. Eu o
conheço, ele não vai me machucar.”

Melissa e Nettie acenam, antes de chegarem às portas. Só


percebo que elas estão fora quando ouço a porta fechar novamente.
E ainda não olhei para ele. Acho que não estou pronta para seu
olhar.

Eu preciso de uma bebida, imediatamente.

Voltando a me sentar, torço a tampa da garrafa de Grey


Goose. Deixando de lado o fato de que esta é uma vodka chique
The Devils Own #1 Amo Jones

para um clube de motoqueiros, e envolvo meus lábios sobre a borda


e deixo o líquido quente queimar a parte de trás da minha garganta,
assentando em uma piscina de fogo no poço do meu estômago.

“Você não vai dizer alguma coisa?” Pergunto, depois de


engolir o meu nervosismo.

Ele limpa a garganta, enquanto se senta no banco ao meu


lado.

“Porra”, ele sussurra, tirando uma garrafa de scotch debaixo


do bar.

Rindo, levo a bebida aos lábios novamente. “Eu pensei que


nunca mais te veria. Apesar de querer te procurar para agradecer.”
Finalmente olho para seus olhos e encontro dois buracos vazios.
Seu olhar é escuro, intenso, e me faz contorcer em desconforto. Ele
parece o mesmo, só que mais velho e mais maduro. E também está
maior e mais alto do que era quando eu o vi pela última vez. Suas
feições ainda são as mesmas, pele oliva, olhos escuros, cabelo
escuro, mandíbula forte, lábios carnudos, e ninguém diria, mas
quando ele sorri, pode iluminar uma sala.

Quando ele sorri, sendo a palavra-chave ali.

Afastando os meus olhos da sua atração sombria, eu


percorro-os em seu pescoço que está ligeiramente à vista abaixo do
seu capuz. E lá está ela, a cicatriz profunda e furiosa que corre por
baixo da orelha esquerda dele até seu pescoço e chegando ao seu
ombro antes de cruzar em seu peito. Gostaria de saber que outros
segredos ele escondeu debaixo daquele capuz preto, mas sei que
não são meus segredos para perguntar.
The Devils Own #1 Amo Jones

Sua língua corre pelo lábio inferior antes que ele leve a
garrafa de líquido marrom aos seus lábios. “Por que você não fez
isso?”

Esse comentário me deixa irritada. Meus olhos vão para a


porta antes de voltar para os dele. “Por que eu não fiz o quê?”

“Tentar me encontrar?” Balançando os braços sobre a parte


de trás do banco, fico olhando para cima.

“Eu não sei. Acho que... espere...” me virando no banco para


encará-lo, “...por que você não me procurou?”

Ele ri, colocando a garrafa de volta na mesa. “Não fui eu quem


disse que pensei em procurar por você... sem ofensa. Embora o
pensamento tenha passado por minha cabeça de vez em quando.”
Ele esfrega o dedo sobre o lábio superior, trazendo seus olhos de
volta para os meus.

Expirando, eu me inclino de volta na minha cadeira. “Bem,


isso é passado de qualquer maneira. Mas eu fiquei na sua casa.”

“O que você quer dizer?”

“Depois... você me disse para ficar na sua casa e não falar


com ninguém. Então eu fiz isso. Esperei você por duas semanas,
procurei por todo o seu apartamento para encontrar pistas, mas
não achei. Eu queria te agradecer.”

“Agradecer-me pelo quê?”

“Por matar o meu pai, antes de eu me matar.”

Ele balança a cabeça, voltando sua atenção para mim. “Qual


é o seu nome? Eu não perguntei a você naquele dia.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Sorrio. “Meadow. E seu nome é... “Beast?”

Ele ri. “Sim, esse é o único nome que conheço.”

Inclinando minha cabeça, olhando fixamente em seus olhos


e tentando ignorar o peso repentino do meu peito, eu pergunto: “O
que isso significa?”

Encostando o banco, ele sacode a cabeça. “Nada. Você mora


em Westbeach? O que você está fazendo aqui?” Seu rosto muda e
os olhos endurecem levemente. “Você está com algum deles?” Ele
dá um empurrão na cabeça em direção à porta.

“O quê? Se eu sou uma Old Lady?” Brinco, sacudindo a


cabeça. “Definitivamente não. Não me entenda mal, eu amo alguns
desses caras, eles são como minha família agora, mas não...
definitivamente não.”

Levantando o olhar para o corpo dele e percebo um pequeno


sorriso em seus lábios.

“O quê? Há algo errado em namorar um cara de um MC?”


pergunta ele em tom de zombaria com as sobrancelhas erguidas.

Arrastando meus olhos para longe dos dele, eu deslizo eles


pelo colete de couro que fica em cima do moletom com capuz.
Sacudindo minha cabeça novamente, eu sorrio. “Presidente, huh?
Acho que eu deveria estar surpreendida. Mas não estou.” Parada
no meu banquinho sacudo a cabeça, fixando os meus olhos nos
dele. “E respondendo a sua pergunta, não... a parte de namorar um
membro de um MC, não me incomoda. A parte do namoro... é que
incomoda”, respondo, pegando a garrafa no bar, de repente
sentindo que eu preciso mais do entorpecimento que esta vodka
The Devils Own #1 Amo Jones

está me trazendo. Vê-lo hoje à noite trouxe à tona sentimentos


antigos. Não em relação ao meu pai, mas apenas sentimentos.
Recordações. A última vez que o vi, ele matou meu pai. Quero
comemorar por vê-lo, mas depois me bater por comemorar algo tão
trágico. Tanto quanto eu odiava Donald com todo o ódio que eu
tenho dentro de mim, ainda era uma vida que tinha sido tomada.

Vou até a porta, pronta para conversar com as meninas


quando sua voz me interrompe.

“Espere... o que isso significa? Namoro? Você não tem...”

Eu sorrio por cima do meu ombro. “Um pouco particular.


Você não acha?” Antes de abrir a porta e descer os degraus de
madeira. Eu vou em direção as meninas sentadas na mesa de
piquenique e a multidão está maior, mais alta e mais bêbada.
Normalmente, este tipo de ambiente não funcionaria bem comigo.
Mas com toda essa vodka, obviamente, amorteceu qualquer
sensação negativa dentro de mim, transformando-me em uma
versão mais leve de mim mesma.

“Ei, você está bem?” Pergunta Phoebe debaixo do braço de


Ryder.

Aceno para ela. “Sim, história muuuito longa.” Sorrio,


sentando ao se lado.

Ela abre a boca para dizer alguma coisa até que seus olhos
desviam para a porta atrás de mim. E um sorriso aparece em seus
lábios e eu sei que ela tem algo trabalhando em seu cérebro.
“Precisamos conversar sobre isso em breve”, responde, com as
sobrancelhas erguidas.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Provavelmente. Mas agora... agora, eu preciso do conforto


da vodka.”

“Vodka?” pergunta Melissa, chocada. Isto sim é uma


surpresa. Eu não sou uma bebedora. E quando eu bebo são umas
taças de vinho ou cerveja.

Acenando, eu respondo: “Sim. Somente essa noite.”

Os olhos de Phoebe vão para trás de mim novamente, e eu


luto contra o impulso de seguir o que ela está encarando. Ela sorri
novamente, descansando seus olhos em mim. “Hmmm.
Interessante.”

Eu aponto para sua garrafa. “Quantos desse você já bebeu?”

Ela ri. “O suficiente para eu fazer a dança ridícula.”

“Por favor, não”, geme Mellissa. “E se os paparazzi te pegarem


fazendo isso? Vai dar-lhes algo mais para te chatear!” Melissa
continua.

Phoebe ri. “Oh, bom. Talvez eles digam algo verídico pelo
menos uma vez.”

Desde que Phoebe e Ryder assumiram seu relacionamento,


os paparazzi não têm sido tão simpáticos com ela. Vindo de um MC
e tudo mais.

Eu dou uma olhada para a minha garrafa. Fixando minha


visão, rio. “Puta merda! Bebi meia garrafa de vodka!”

Melissa e Nettie acham graça e Phoebe dá um tapinha na


minha mão. “Vamos, menina se solta, você está segura aqui,
aproveite esta noite. Aqui você está segura. Pode ficar bêbada e
The Devils Own #1 Amo Jones

nenhum dos homens tocaria em você. Embora...” Seus olhos


derivam atrás de mim novamente, “...eu não posso falar de um
certo diabo.” Ela me dá uma piscadela antes de levantar a garrafa
à boca.

Uma risada irrompe da minha boca antes que eu possa pará-


la. “Eu sinto muito. Acho que estou bêbada, e eu não sei por que
eu apenas ri. Merda.”

Todos explodem em acessos de riso, incluído Ryder,


enquanto Tommy senta ao meu lado. Tommy, o baterista da
Twisted Transistor. Por fim, ele e eu estabelecemos uma estreita
amizade, depois que ele me mostrou a New Home passamos um
pouco mais de tempo juntos. Mas sempre como amigos, ele e eu
sabemos disso.

“Oi,” ele me cumprimenta, colocando seu boné para trás e


levando sua bebida aos lábios.

“Oi! Como você está?” Pergunto, com o som de 'Return of the


tres' soando através dos alto-falantes me fazendo querer levantar e
dançar.

Seus olhos examinam Ryder antes de voltar para mim,


olhando para a garrafa em minhas mãos.

Ele ri, sacudindo a cabeça. “Oh, de jeito nenhum. Eu preciso


confiscar isso de você?”

Minhas mãos apertam em torno da garrafa.

“Não. Não, você não vai.” Eu levanto para os meus lábios e


tomo outro gole, deixando o líquido quente, mais uma vez, cobrir
minha garganta.
The Devils Own #1 Amo Jones

Phoebe continua rindo quando seus olhos se fixam atrás de


mim e ela para abruptamente. “Err, oi? Você está bem?”

“Sim, Meadow? Venha... quero que conheça algumas


pessoas.”

Merda.

Virando a cabeça ao redor, vejo Tommy se contorcer antes de


sua cabeça virar novamente.

“Beast, eu não estou muito bem para conhecer novas pessoas


agora”, sussurro para ele, fazendo as garotas rirem novamente. Eu
me viro e estreito meus olhos para elas. “Não sejam maldosas, e se
eu cair de cara no chão?”

“Bem, se você cair de cara no chão, bunda para cima... Tenho


certeza que eles não se importarão.” Tommy pisca para mim. Se
não fosse Tommy falando isso, eu teria vomitado, mas eu sei que
ele está brincando.

Beast, no entanto, não.

“Eu não estava te perguntando”, sua voz é baixa, quase um


rosnado.

A risada ao redor da mesa cessa e Phoebe sacode a cabeça.


“Acalme-se, Beast. Eles são apenas amigos.”

“Eu não disse nada, Phoebs”, ele responde atrás de um


sorriso.

“Você não precisava dizer”, ela responde.


The Devils Own #1 Amo Jones

Uma conversa silenciosa é trocada entre os dois, antes de


Beast baixar o capuz na cabeça, mostrando o cabelo um pouco
mais comprido do que eu me lembro, mas ainda assim bem curto.
Ele sorri para ela antes de pegar minha mão. “Venha, eles não
mordem. Bem... eles não mordem com força. Mas eles mordem
quando eu ordeno e eles sabem que você está fora dos limites.”

Agarrando a mão dele, com a garrafa de vodka na outra, eu


sorrio. “Obrigada por isso.” Eu falei sério, eu não gosto de homens
dando em cima de mim. Com vodka ou sem vodka, eu ainda acharia
a situação desconfortável.

Um sorriso se instala em seu rosto, compreensivo. “Sem


problemas.”

Começamos a andar e antes que eu perceba a minha mão


ainda está na sua. Puxando-a eu rio. “Tenho a sensação de que
alguns desses caras já sabe sobre mim?”

“Um, sim. E está bastante obstinado em conhecê-la.”

Oh, que alegria.


The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO DEZOITO

Beast

Eu tomei a mão de Meadow, que foi uma péssima primeira


impressão da minha parte e eu sei disso. Vou ficar aqui por três
noites, ou até que essa merda seja meio arrumada com os russos,
então eu planejo conhecê-la melhor. Provavelmente é o nosso
passado que está desempenhando um grande papel na atração
magnética que eu sinto por ela. Ela traz à tona sentimentos em mim
que eu não estou familiarizado. Acho que a única forma familiar de
identificar esses sentimentos é como eu me sentia com Jada, ou
Hella e os rapazes. Proteção. Só que com Meadow, ela traz à tona
um lado selvagem de mim que o próprio diabo não gostaria de
atravessar, então quando eu a vi com aquele cara roqueiro sentado
ao seu lado, meu corpo naturalmente foi até ela. E não menti, Hella
quer saber quem ela é, não que ele se importe com isso no
momento.

Caminhando até a mesa onde os caras estão, com uma mini


fogueira no meio de nós, eu baixo minha cabeça para o assento ao
meu lado. Trazendo meus olhos para Hella, eu os levo de volta para
Meadow.

Foda-se. Eu levei um choque quando a vi.

A garota que está na minha frente aqui não é a garota que


deixei todos aqueles anos atrás. Eu me lembro desses olhos. Eles
ainda guardam uma bela tristeza assombrada naquelas
profundezas azuis brilhantes. O formato do seu rosto ainda é a
mesma estrutura, e ela tem duas covinhas perfeitas e profundas
The Devils Own #1 Amo Jones

que ficam em ambas as bochechas. Ela é linda. Naquela época foi


difícil vê-la sob o cabelo emaranhado, roupas sujas e a situação
severa ao nosso redor, mas agora, reconheço que ela é
extraordinária. Mas não irei por esse caminho, ainda.

Hella acena com a cabeça. “E aí, você deve ser Meadow?”

Meadow acena, tomando o assento ao meu lado. “Sou eu.”

“Então você é a razão pela qual o grandalhão demorou tanto


para voltar para casa todos aqueles anos atrás?” ele brinca.

Tomando um grande gole da bebida, ela acena novamente.


“Acho que sim.” Ela traz seus olhos para os meus, inclinando sua
cabeça. Posso ver as perguntas em seu olhar ofuscante.

Sorrindo, eu me inclino em seu ouvido. “Esse é Hella. Ele e


eu somos próximos desde que éramos crianças. Ele é a razão de
estarmos aqui, era amigo de infância da Abby, ficaram juntos no
mesmo orfanato.” Quando recolho minha cabeça, meus olhos se
desviam diretamente para o rubor vermelho espalhado por sua
face. Rindo, inclino-me de volta para o ouvido dela. “O que foi?”
Baixando minha voz, prossigo. “É a primeira vez que você tem um
cara tão perto de você?”

Ela levanta a cabeça, e seus olhos se estreitam. “Sim, é. Mas


isso por opção. Eu não preciso da atenção para me sentir bem.”

Não conseguindo conter o riso que sai de mim, eu balanço


minha cabeça antes de trazer minha bebida de volta aos meus
lábios. “Ei, eu não disse nada disso.”

Sacudindo a cabeça, ela leva seus olhos de volta para o fogo


do acampamento. “Então, Las Vegas, hein?” pergunta, mantendo
The Devils Own #1 Amo Jones

seu olhar fixo no fogo, com as ondas quentes vindas das chamas
cobrindo minha pele ao redor da noite fria.

“Sim. Quando eu te conheci, tinha acabado de descobrir


quem era meu pai. E precisava de algum tempo sozinho para
organizar minha cabeça, então eu procurei por apartamentos
simples e baratos.”

Acenando levemente, ela se inclina e toma pequenos goles de


vodka. Fico surpreso que ninguém mais tenha vindo perguntar
quem ela é e tudo mais. Os rapazes estavam um pouco curiosos
sobre quem era. Não sabem muito sobre ela, apenas que eu demorei
para voltar por causa dela.

“Você conhece minha história, qual é a sua?”

Rindo, estendendo minhas pernas, digo: “Isso está ficando


um pouco rápido, você não acha?” Respondo, esmagando todas as
lembranças que tenho do meu passado. Ao menos, as lembranças
que eu consigo lembrar. Certamente o soro já teria se esgotado do
meu organismo, mas tudo que estou recebendo são os mesmos
sonhos todas as noites. Pequenos espaços em branco entre paredes
escuras, mas é aí que tudo termina. Hella imagina que é porque eu
não quero lembrar, que foi uma proteção que meu cérebro criou
para que eu não me lembre. Seus flashbacks vieram nos primeiros
três meses após nós sairmos. Ele me disse que era melhor eu não
me lembrar de tudo, mesmo.

Opto por mudar de assunto. “Você mora perto da praia?”

Ela sorri um pequeno sorriso, mas grande o suficiente para


aquelas covinhas fofas surgirem. “Eu moro.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Imaginei isso.” Eu não sei por que, mas eu sabia.

“Onde vocês vão ficar enquanto estão aqui?” ela pergunta,


aconchegando a perna debaixo de si mesma. A maneira como está
confortável é descontraída e natural. Sem esforço algum, nem
maquiagem ela usa. Tudo nela é natural.

Apontando minha cerveja para o clube, eu respondo: “Lá em


cima. Por quê?”

Sacudindo a cabeça, ela toma outra bebida. “Sem motivo.”

“Ei! Beast, este filho da puta pensa que pode ganhar de você
no ringue!” Hannibal aponta para o garoto bonito que nos recebeu
quando viemos a Westbeach na primeira vez.

Sorrio. “Qual é o seu nome?”

“Travis.”

Acenando minha cabeça e levantando minha garrafa até a


borda, sorrio de novo. “Sim, não me agrada realizar outro funeral.
Pelo menos não hoje à noite.”

Meadow se levanta, cambaleando.

E me levanto rapidamente, para ampará-la. “Uau, você está


bem?”

Ela sorri. Deus, essa porra de sorriso está me matando. “Sim,


estou um pouco bêbada. Vou chamar uma das meninas para me
levar para casa.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Eu te levo”, respondo. Posso sentir os olhos dos caras,


estudando a cena. Devem estar se perguntando o que diabos
aconteceu comigo.

“Está tudo bem, realmente. Tenho certeza... bem, eu espero...


que uma delas ainda esteja sóbria. Embora, isso seja altamente
improvável.”

“Sim, então me deixe levá-la.”

Ela aponta para a minha garrafa. “Você também bebeu!”

“Bebi duas cervejas. E pode ficar tranquila, cerveja não me


deixa bêbado.”

“Tudo bem então”, responde. “Vou só pegar minha bolsa.” Ela


sai para pegar sua bolsa e eu ainda estou de olho nela quando Hella
e Hannibal se aproximam, me empurrando no braço.

“Eu te levo”, Hella zomba.

“Vai se foder, Hella”, estou rindo, balançando minha cabeça.


“Só estou me certificando que ela chegue segura em casa.” Isso é
mentira, estou me certificando de que o garoto baterista não a leve
para casa. Eu sei que ele esteve bebendo água à noite toda e eu
notei como ele tem observado Meadow cuidadosamente. Não gosto
disso, porra, e eu nem sei por quê.

Jogando sua bolsa sobre o ombro, ela expira. “Estou pronta.


Espera! Você está de moto?”

Vamos para onde as motos estão estacionadas, e sorrio.


“Sim, vai ficar tudo bem. Apenas me agarre firme e se incline nas
curvas.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Certo”, seus olhos se iluminam como se fosse manhã de


Natal. Sorrindo, lhe entrego meu capacete.

“Você está animada?” O meu instinto estava errado. Eu


pensei que ela ficaria assustada em andar de moto.

Suas bochechas ficam vermelhas, e ela responde. “Um


pouco.”

Foda-se! Ela é fofa demais. Droga.

“Onde você mora?”

Ela diz seu endereço e me passa instruções de como chegar


lá.

Subindo na moto, eu dou partida e olho por cima do ombro,


pronto para dizer como subir, mas ela já está balançando a perna
por cima e confortavelmente se posicionando atrás de mim.
Sacudindo minha cabeça, eu a agarro por trás e puxo seus braços
para frente, envolvendo-os ao redor da minha cintura. Seu peito
endurece contra as minhas costas por um segundo antes que ela
relaxe e nós saímos pelos altos portões de ferro.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO DEZENOVE

Meadow

Meu cérebro está confuso por causa do álcool, do excesso de


velocidade e pela vibração do corpo dele, mas não consigo tirar o
sorriso do meu rosto. Agarrando a cintura de Beast com um pouco
mais de força, sorrio enquanto o vento passa por mim,
emaranhando meus cabelos. Esta é a primeira vez que eu ando de
moto, e preciso dizer, o quanto eu perdi. A liberdade, só você, sobre
essas duas rodas e o ar ao seu redor. Eu definitivamente estive
perdendo.

Beast começa a descer na minha rua antes de parar no meu


prédio ao lado da praia. Eu não possuo um bangalô, mas o
apartamento é lindo e é meu, então é só com isso que eu me importo
neste momento. Ele estaciona no estacionamento subterrâneo, com
o motor pulsante de sua Harley vibrando e ecoando nas paredes. O
som é ensurdecedor. No entanto, não posso deixar de sorrir. Eu
devo estar muito bêbada.

Soltando o capacete e afofando meu cabelo, eu o entrego para


ele. “Obrigada pela carona.”

Ele o pega, sem se mover para fora de sua moto. Tento não
olhar muito profundamente em seus olhos, porque cada vez que eu
faço, eu sinto como se ele soubesse todos os meus segredos mais
profundos e mais sombrios. Como se a guarda em que me cerquei
a vida toda não significasse nada estando diante dele, porque é
como se ele visse além disso. Isso provavelmente é porque saiba
coisas tão profundas sobre mim, e não me incomodo nem um
The Devils Own #1 Amo Jones

pouco. E seu corpo enorme e firme sob a ponta dos meus dedos
despertou alguns sentimentos desconhecidos no fundo do meu
coração. Ainda não estou pronta para explorá-los, mas sei o quão
perigosamente estou perto de ser queimada.

“Não tem problema. Quer que eu te acompanhe?”

Sacudo minha cabeça, tentando convencer meu cérebro a se


comportar. Beast é sexy, isso é um fato. Ele tem esta escuridão,
perigo, alarme, pairando sobre ele. Não tenho certeza de como
explicar, mas sinto algo em relação a ele que nunca senti antes. Do
mesmo modo, isso provavelmente é porque nós compartilhamos
uma intensa lembrança juntos.

“Estou bem, obrigada.”

Seus olhos se estreitam antes que ele morda seu lábio


inferior carnudo. Involuntariamente, meus olhos seguem o
movimento. Algo nele me faz sentir segura. Ele me faz querer me
sentir em segurança. Isto deve ser o que as garotas sentem quando
estão com seus parceiros.

Protegidas.

“Você tem certeza?” ele sorri para mim.

Balançando minha cabeça, eu respondo: “Sim, obrigada. O


que você espera encontrar? Verificar se há monstros debaixo da
minha cama”? Eu sorrio para ele, mantendo meus pés firmes.

Ele ri, colocando o capacete em sua cabeça. “Perda de tempo,


baby. Eu não encontraria nenhum monstro debaixo da sua cama.
Todos os monstros vivem aqui”, responde. “Mas eu te dou meu
número, só para o caso de precisar”, ele continua com um pequeno
The Devils Own #1 Amo Jones

sorriso. Compreendo o que ele quis dizer, mas não me faz sentir
desconfortável.

“Eu não tenho meu telefone comigo, está lá em cima, anota


o meu.”

Depois de dar o meu número, ele enfia o telefone no bolso do


moletom sob o colete de MC. “Meadow, não vá a lugar nenhum sem
o seu telefone. Estou falando sério.” O tom de sua voz me chama a
atenção. Ele sorri. “Eu te mando uma mensagem.” Em seguida, sai
do estacionamento sob o rugido da sua moto.

Voltando para o prédio, eu entro no elevador e pressiono meu


andar. Sorrindo para mim mesma, penso no que aconteceu hoje à
noite - o quanto aconteceu. Não posso acreditar que o vi novamente.
O elevador abre e eu saio para o meu apartamento, empurro a porta
com os ombros e depois relaxo. Eu não percebi o quanto eu estava
apreensiva. Tirando minha jaqueta, eu a penduro no gancho e entro
na minha cozinha que fica à direita, assim que você entra no
apartamento. Abro a porta da geladeira e tiro uma garrafa de água,
tomando um grande gole antes de guardá-la. Se houve algo que
aprendi com minhas melhores amigas amantes de festas, é que
você deve sempre beber o máximo de água possível e tomar um
analgésico antes de ir para a cama.

Tirando meus sapatos e roupas no meu quarto, eu vou direto


ao banheiro. Meu apartamento não tem nada de especial, mas é
aconchegante, quente, e tudo nele é meu. É o meu lugar seguro,
algo que eu nunca tive enquanto crescia, então o valorizo muito
mais.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ao abrir o chuveiro, deixo o vapor encher o banheiro antes


de pisar debaixo da água quente e escaldante, deixando-a correr
por cima de mim, relaxando meus músculos uma gota de cada vez.

Esfrego a minha mão no rosto e penso no que aconteceu hoje


à noite.

Beast.

A maneira como seus olhos escuros atraiam o meu azul para


os dele. A maneira como seu queixo forte se encaixa perfeitamente
em seu rosto. Seu cabelo escuro e pele oliva naturalmente
bronzeada. Até mesmo a cicatriz que corta agressivamente da
orelha até o pescoço faz o meu estômago tremer. Minha respiração
aumenta, mas estou muito confusa em minhas lembranças dele
esta noite para registrar imediatamente. A forma como minhas
mãos escorregaram sobre a cintura dele quando subi na sua moto,
sentindo seus abdominais fortes sob minhas mãos que me fizeram
querer arrancar suas roupas para sentir sua pele penetrar na
minha. O estrondo da moto, a força que ela detém, e o poder que
Beast exerce tudo isso é uma combinação tóxica. Meu pulso
acelera, e antes que eu perceba, eu estou deslizando minha mão
pelo meu corpo e sobre minhas dobras. Balançando minha cabeça
para trás, um gemido escorrega dos meus lábios.

O jeito como ele mordeu o lábio.

Jesus, isso foi tão atraente.

Começo num ritmo lento e tímido, mexendo sobre meu


clitóris em movimentos lentos. E um grito de carência silencioso
borbulha dentro de mim, querendo mais. Então eu começo a
The Devils Own #1 Amo Jones

imaginar o que eu gostaria de ter feito com ele esta noite, depois
que ele me deixou.

Eu teria balançado minhas pernas sobre sua moto, ficando


de frente para ele. E quando mordeu o lábio, eu teria passado meu
polegar por cima, analisando como seus olhos escuros se excitavam
de paixão e necessidade. Não sou estúpida, eu percebi o modo como
ele olhou para mim algumas vezes essa noite.

Acelero meu ritmo. Fazendo círculos ao redor do meu clitóris,


esfregando minhas mãos para cima e para baixo nas minhas
dobras internas.

Ele teria me pegado em seus braços e me beijado, com a


língua deslizando em minha boca, enrolando a minha em um
cobertor de paixão. Escorregaria minha mão atrás do seu pescoço
enquanto ele descia da moto, agarrando-se ao seu cabelo.
Naturalmente, um gemido escorregaria dos meus lábios por estar
perdida no prazer e levada por nada mais que a necessidade.
Necessidade de senti-lo, apenas sua presença. Sua pele quente
deslizando sobre a minha, suas mãos correndo, agarrando e me
apertando em todos os lugares. Ele teria se apoderado das minhas
coxas, puxando meu short e minhas calcinhas para baixo,
atirando-as para o lado. Sorrindo ajoelhado para mim, e lentamente
sopraria seu hálito quente sobre minha buceta, intensificando a
necessidade ardente que palpitava entre minhas coxas. Minha
fricção aumenta enquanto eu o imagino de joelhos na minha frente,
olhando para mim com seu olhar sombrio e perverso, com seu
corpo poderoso envolvendo o meu. Colocaria sua língua para fora,
mantendo seus olhos fixos nos meus, enquanto ele lentamente
lamberia entre minhas dobras encharcadas. Meu estômago aperta
e meu dedo encharcado segue os movimentos da língua dele.
The Devils Own #1 Amo Jones

Deslizando através do pequeno nó entre minhas pernas, eu


adiciono mais pressão enquanto meu estômago gira e um latejar
começa a pulsar. “Sim”, sussurro rouca, esfregando mais forte e
com mais força.

A língua está escorregaria por toda parte, sacudindo meu


clitóris carente. As mãos dele se enrolariam na minha bunda, se
agarrando em mim, me puxando em direção a ele mais forte,
deixando marcas como evidência. Eu moeria nela como se fosse
meus dedos. “Puta merda”, murmuro. E minha mão acelera para
um ritmo agressivo, e o vapor preenche em todos os lugares. Um
puxão todo-poderoso vem de dentro de mim e eu simplesmente
continuo e não consigo parar.

“Puta merda, puta merda”, resmungo em voz alta.

Só quando acho que não consigo atingir maior velocidade, eu


acelero vigorosamente, e logo antes de passar do limite, imagino
seus olhos encarando os meus. A maneira como ele deslizava a
língua por todo o meu clitóris, enquanto seus olhos escuros
estavam presos aos meus, dominando meu corpo com seu
esplendor. E antes que eu me dê conta, meu corpo está se
despedaçando, minhas coxas e buceta tremendo, tremendo com o
primeiro orgasmo da minha vida. Com o suor pingando da minha
pele, eu foco novamente meus olhos e minha mente, com minhas
pernas tremendo sob a repentina tranquilidade que está passando
por mim.

Surge a realização do que acabo de fazer e o constrangimento


se instala sobre mim. Sorrindo e um pouco confusa, eu
rapidamente esfrego sabão na minha pele, antes de lavar meu
The Devils Own #1 Amo Jones

cabelo e sair do chuveiro, enrolando uma toalha ao meu redor antes


de ir para meu quarto.

De pé em frente ao longo espelho que fica do lado oposto da


minha cama, eu me examino. Eu me sinto diferente, me sinto viva
e energizada, mas ao mesmo tempo, me sinto envergonhada. Não
sei por que, não é como se alguém pudesse ver o que acontece na
minha mente. Deixando cair a toalha, coloco uma camiseta enorme
antes de voltar para a sala e pegar meu telefone que está em cima
da mesinha de café. Meu apartamento é pequeno, de um quarto.
Ele tem uma sala de estar agradável e uma cozinha em plano aberto
com uma pequena varanda que fica do lado de fora da sala, com
vista para o mar. As paredes são de um branco clean, e meus
móveis são todos novos. Uma grande televisão está pendurada na
parede, em frente ao meu sofá de três lugares. Gostaria de ter uma
grande porque eu adoro assistir televisão.

Netflix e relaxar - essa sou eu. Só eu, Netflix e relaxar


sozinha.

Pegando meu telefone, eu volto para o meu quarto e me


escondo debaixo das cobertas. Ao deslizá-lo para destravar, vejo
uma nova mensagem de texto de um número desconhecido.

Desconhecido: Falo sério, Meadow. Carregue este telefone


com você o tempo todo.

Eu: Beast?

Desconhecido: Sim, salve este número, baby.

Eu: Ok, só porque eu quero andar na sua moto novamente.

Beast: Sim? Isso pode ser combinado.


The Devils Own #1 Amo Jones

Um rubor se espalha no meu rosto antes de viajar pelo meu


pescoço com as lembranças de minha fantasia no chuveiro. Como
é que eu vou olhar nos olhos dele da próxima vez em que vê-lo.
Preciso mudar de assunto.

Eu: Quando vocês voltam?

Beast: Em quatro dias. O que vai fazer amanhã?

Eu: Trabalho. Gostaria de dizer que é sem graça, mas eu amo


meu trabalho.

Beast: O que você faz?

Eu: Eu trabalho com as crianças na New Home. Crianças que


vêm de circunstâncias infelizes. Um orfanato, mas com afeto.

Cinco minutos passam e ainda não há resposta. Logo quando


eu pensei que talvez o tivesse entediado com minha conversa, meu
telefone apita.

Beast: Parece interessante. Que horas você sai?

Eu: Três horas?

Beast: Tudo certo. Durma um pouco, eu te mando uma


mensagem amanhã.

Eu: Ok. Boa noite :)


The Devils Own #1 Amo Jones

Depois que enviei, dou um tapa na testa. O que diabos eu


estava pensando em colocar um rosto sorridente? Que saco. Ele me
deixa muito nervosa para o meu gosto.

Beast: Boa noite, baby.

Baby novamente, algo me diz que ele não anda por aí


chamando todas as garotas de baby. Colocando meu telefone na
mesinha de cabeceira, fecho meus olhos e adormeço com um
sorriso no rosto pela primeira vez.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE

Beast

“Ei. Por que você está colado no telefone?” Hella murmura do


meu lado.

“Meadow. Queria ter certeza de que ela está bem”, respondi,


colocando o telefone de volta no meu bolso. Depois que a deixei,
voltei direto para o clube onde as coisas obviamente estavam
apenas começando no verdadeiro estilo motoqueiro. Estou me
sentindo em casa.

“Ah, é? E desde quando você se importa se uma garota está


bem?” Ele sorri em torno da borda da garrafa.

“Eu não me importo, mas é Meadow. Vai se foder, Hella.”

Ele ri, deslizando uma garrafa para mim sobre a mesa.


Hannibal, Toke, Nyx e Ripper tiram os assentos ao meu lado e eu
sorrio. “Oh, vamos lá, eu não estou desembuchando merda
nenhuma.”

“Quem é ela? Não te vi assim com nenhuma outra fêmea,


Beast”, pergunta Ripper por baixo de seu cabelo loiro, que está
caído sobre seu rosto.

Balanço minha cabeça. “Eu salvei ela alguns anos atrás.”

Então, Hella abre o bico, revelando todas as informações que


ele sabe sobre Meadow. Filho da puta, fofoqueiro.
The Devils Own #1 Amo Jones

Depois que todos os garotos estão saciados, eles fecham a


boca. É uma coisa boa, mas eles devem saber que, obviamente, a
garota precisava da minha ajuda, e embora ela não precise mais
pelo jeito, eu ainda quero ter certeza de que ela está bem. Deve ser
algum laço distorcido que temos daquela noite e provavelmente
porque ela está linda. Seu rosto e corpo são de outro mundo, e o
que é melhor? Ela não tem a menor ideia do efeito que ela tem sobre
os homens. Ou isso ou ela simplesmente não se importa, e ambos
funcionam bem para mim.

Puxando a cadeira para trás, eu digo aos rapazes que vou


para dormir bem antes de ir para cima e fechar os olhos.

Estamos em uma confeitaria no dia seguinte, quando meu


telefone toca no meu bolso. Vendo que é o Zane, atendo.

“E aí cara, alguma novidade?”

“Sim, eles querem conversar hoje à noite.”

“Uma conversa?”

“Isso foi o que disseram.”

“Isso é muito diferente de como operam. Com quem vamos


nos encontrar?”

“Eles estão enviando o Preacher. Eu não o conheço


pessoalmente, só o vi algumas vezes. Ade sabe um pouco mais
sobre ele, disse que deveríamos ficar bem.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Tudo certo, a que horas?” Examino a mesa, descansando


meus olhos em Hella.

“Hoje à noite. Para estarmos seguros, precisamos trazer


todos para dentro em bloqueio.”

“Sim, onde é o encontro?”

“Nas quedas d'água. Vamos sair quando todos estiverem no


complexo.”

Acenando com a cabeça, eu concordo verbalmente antes de


desligar o telefone.

Encostado na minha cadeira, eu reporto a todos os caras as


novidades.

“Então isso significa que podemos ir para casa amanhã, se


tudo correr bem?” Hannibal sorri.

Levantando meus olhos para ele, eu concordo. “Sim, o que é


bom. Nós ainda temos assuntos para resolver, e descobrir por que
o Exército ainda não fez sua jogada. Precisamos começar nosso
plano sobre como vamos acabar com eles de uma vez por todas.
Não vou mais esperar, porra.”

Hella acena levemente. “Sim, cara, eu concordo. Estou


cansado de olhar por cima do meu ombro o tempo todo.”

Uma jovem loira caminha até a nossa mesa. “Ei, vocês


precisam de mais alguma coisa?”

Olhando para ela, eu balanço minha cabeça. “Não para mim,


obrigado.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Hella inclina sua cabeça para o lado. “Você me parece


familiar”, comenta, arrastando os olhos pra cima e pra baixo do seu
pequeno corpo. Reviro meus olhos e levo meu café até meus lábios.
Aqui vamos nós.

Ela coloca as mãos na cintura, acenando com a cabeça. “Isso


porque eu estava no complexo ontem à noite e poderia ser...” ela
para de falar, seu rosto baixando por um segundo, “...não importa,”
responde, pegando os pratos e os empilhando na mão. Eu procuro
um crachá, mas não consigo encontrar um e agora que penso nisso,
ela não está de uniforme como a outra garçonete.

Hella ri. “Certo. Você é uma bunda doce?”

Ela faz uma pausa, colocando o último prato em seu braço


antes de aproximar os olhos de Hella. “Não, eu não sou. Eu sou
Melissa, amiga de Phoebe e Meadow...” ela corre os olhos para mim
antes de sorrir para Hella, “...melhor amiga. Obrigada por me fazer
perceber que eu pareço e me sinto como uma puta, no entanto, eu
aprecio isso.”

Ela se vira e volta para o balcão. Eu olho para Hella e balanço


minha cabeça. “Você é um idiota de merda.”

Ele sorri, colocando um palito na boca. “O quê? Como se você


não pudesse dizer isso. Você também não se lembrava de quem ela
era.” Ele vira a cabeça para ela novamente, vendo-a trabalhar atrás
do balcão. “Mas ela é gostosa pra caralho, não acha?” ele pergunta
a mesa inteira.

Todos murmuram de acordo, enquanto me levanto. “Volto


num segundo.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Caminhando em direção ao balcão, ela me observa do outro


lado, colocando muffins no aquecedor. “Você me parece confuso,
Beast.”

“Sem confusão. Desculpe por não me lembrar de você... Eu


estava um pouco distraído”, respondo, sorrindo para ela.

“Eu sei”, ela responde com um sorriso, limpando as mãos em


um pano de prato antes de colocá-las em seus quadris. “Não era
você que deveria ter se lembrado de mim. Enfim, o que posso fazer
por você?”

Meus olhos se estreitam brevemente no sentido das palavras


dela antes de decidir deixar passar.

“O endereço do trabalho da Meadow? Eu deveria encontrá-la


depois, mas talvez eu vá lá agora.”

Acenando com a cabeça, ela tira um papel e uma caneta


debaixo do caixa antes de rabiscar o endereço para mim. Dobrando,
eu levanto a cabeça para ela e enfio-a no meu bolso.

Quando estou prestes a dar meia volta, ela grita: “Beast?”

Girando ao redor para encará-la, eu levanto minhas


sobrancelhas. “Sim?”

Seus olhos correm nervosos de um lado para o outro. “Olhe.


Eu não conheço Meadow há tanto tempo quanto Phoebe, mas eu a
conheço a tempo suficiente para saber um pouco sobre seu
passado, embora não tudo. Mas há uma coisa em que tenho certeza
absoluta...” e vai até a pequena porta que separa os funcionários e
os clientes, “...nunca a vi com nenhum homem. Ela não dá um
segundo olhar para ninguém, confie em mim... e já teve muitas
The Devils Own #1 Amo Jones

oportunidades - Tommy era um.” Seus olhos se estreitam enquanto


ela observa minha reação. E eu não dou nenhuma, fui moldado
para não ter emoções, ou para esmagar qualquer emoção que eu
possa ter. Obviamente, se tivesse algum tipo de sentimento por ele,
ela já teria dado um passo a esta altura. Eu acho que ela não tem,
então eu não estou preocupado com isso. Agora, se ele sair da zona
de amigo, eu o colocarei de volta no lugar. Malditas estrelas do rock.

“Continua”, digo a ela.

E seus olhos vacilam por um segundo antes que ela retome.


“Se você machucá-la, eu não me importo o quão grande você é.
Posso garantir que uma calibre cinquenta faria um bonito estrago
nesses seus músculos enormes.” E olha meu corpo de cima a baixo.

Jesus, essa cadela é louca.

“Sim, eu não planejo machucá-la, você pode guardar suas


garras.” Brinco com a tentativa dela em me matar. Despeço-me, e
ela volta para trás do balcão.

Andando para a mesa, eu inclino minha cabeça para as


portas de vidro enquanto todos nós saímos. “Jesus Cristo, essa
cadela é louca.” Eu sacudo a cabeça, andando para minha moto.

“O que aconteceu?” Hella pergunta muito interessado.

“Só dizendo que ela é a porra de uma durona e que se eu


machucar Meadow, ela atravessaria todos os meus músculos com
uma calibre cinquenta. E disse tudo isso com um pequeno sorriso
psicopata no rosto. Definitivamente há mais naquela loira mal-
humorada do que aparenta”, respondo, colocando meu capacete.
The Devils Own #1 Amo Jones

Hella passa a perna por cima de sua moto com um sorriso.


“É mesmo?” Ele olha de volta para a confeitaria. “Agora, fiquei
curioso.”

Sacudindo a cabeça, eu ligo minha moto e puxo o endereço


do meu bolso. “Vou ver Meadow. Eu te encontro no complexo.”

Esse filho da puta precisa aprender a deixar o pau nas


calças.

Chegando ao trabalho de Meadow, eu desligo minha moto e


saio. O lugar é enorme. Um grande prédio branco, construído
semelhante a um hotel. E há uma pequena placa no jardim em
frente, que diz New Home escrita em letra cursiva. Os jardins eram
bem conservados e coloridos, o prédio limpo com uma camada de
tinta renovada. Tirando as luvas, empurro-as para o fundo dos
bolsos e vou até a área da frente que diz Recepção. Empurrando as
portas, um sininho toca à minha frente e eu vou até o balcão onde
uma jovem, talvez por volta dos dezoito anos, está sentada,
examinando uma pilha de papéis.

A cabeça dela se ergue na abertura da porta, enquanto


endireita os ombros. “Oi! Eu sou Cassandra, como posso ajudá-lo?”
Ela está usando um coque no topo da cabeça e um monte de
maquiagem.

“Sim, eu estou procurando por Meadow?” Respondo,


examinando-a de cima para baixo.
The Devils Own #1 Amo Jones

Um rubor profundo se espalha por seu rosto. “Hum, sim,


claro. Mas posso perguntar quem deseja? Preciso perguntar, por
razões de segurança.”

“Beast”, declaro, estendendo a mão no meu bolso para tirar


meu telefone.

“Okay... volto num segundo.” Ela sai correndo por trás


enquanto verifico a mensagem de texto da Hella.

Hella: Qual é o nome daquela garota mesmo?

Eu: De quem você está falando?

Hella: A garota da confeitaria.

Eu: Pelo amor de Deus, só se passaram 15 minutos e você já


esqueceu?

Hella: Sim, seja rápido.

Eu: Por que rápido?

Hella: Porque eu acho que o Travis tem uma quedinha por ela,
e ele está aqui. Eu quero chegar primeiro.

Revirando os olhos, eu envio uma mensagem de volta.

Eu: Melissa. E boa sorte, a garota provavelmente vai atirar em


você antes de foder com ela.

Guardo meu telefone, e Meadow sai com seu cabelo em um


rabo de cavalo alto, e o rosto vermelho em contraste com sua pele
clara. “Oi!” Sorri, surpresa, mas não incomodada.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Oi, você pode sair mais cedo? Zane está deixando todos em
bloqueio”, respondo, correndo meus olhos para cima e para baixo
do corpo dela enquanto tento não ser tão óbvio. Mas porra... a
garota é linda. Ela não está com nada além de jeans branco skinny,
um regata escura e Chuck5. Tenho certeza que quanto mais e mais
eu a olho, mais eu a vejo com outros olhos. Ela pode estar com
roupas velhas e ainda ser mais atraente para mim do que cem
prostitutas ajoelhadas.

“Um...” ela olha para seu relógio antes de olhar para mim,
“Acho que sim. Está um pouco calmo lá dentro no momento e nós
empregamos outra garota. Vou só pegar minhas coisas. Você quer
vir comigo?”

Levanto as sobrancelhas. “Entrar lá? Eu não vou assustá-


los?”

Ela ri. “Não, Beast. Eles provavelmente vão achar legal você
pilotar uma moto. Vamos lá.” Ela gesticula até a porta, e meus pés
a seguem antes que eu possa detê-los.

Caminhamos pelo corredor, passando por todas as paredes


brancas e suaves que cheiram a flores. Percebo que mulheres boas
e doces definitivamente dirigem este lugar. Ela empurra uma porta
que abre para uma grande sala equipada com mesas de pebolim,
mesas de atividades e televisores. Há sacos com feijão espalhados
uniformemente e as paredes são pintadas de branco, azul e lilás.

São cerca de sete crianças pequenas brincando com algo


diferente e a mais velha não pode ter mais de quatorze anos.

5 -Chuck Taylor é um tênis conhecido também como All-Stars ou Converse All Stars;
The Devils Own #1 Amo Jones

“Ei pessoal, eu quero que vocês conheçam alguém.” Meadow


vira sua cabeça para mim e eu sorrio para ela. Por que porra eu
estou fazendo essa merda? Eu não ligo a mínima para essas
merdinhas.

“Este é o Beast e ele é o presidente de um MC... e é meu


amigo,” Meadow termina.

As crianças começam a vir até nós. “Amigo?” pergunta um,


se aproximando. Ele tem que ser o mais velho. Com seu jeans
pendurados abaixo dos quadris e uma camiseta de basquete com o
boné virado para trás.

“Você não tem muitos amigos, Meadow.” Ele sorri para ela, e
quando eu olho para essas crianças, posso ver o quanto elas
gostam dela. Ela é incrível no que faz. E usou seu passado fodido
para ajudar outras pessoas, ao invés de usá-lo como desculpa para
se tornar uma vadia drogada com problemas com o papai. Ela me
tira o fôlego.

“É, bem...” Meadow começa, trazendo seus olhos para os


meus, “...acontece que eu gosto da moto dele.” Todos eles riem e eu
estreito meus olhos para ela como um sorriso involuntário que
cruza meus lábios.

Vou garantir que ela goste de muito mais coisas do que


minha moto, disso eu tenho certeza.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE E UM

Assim que saímos do prédio, ela vira a cabeça para mim.


“Obrigada por ter feito isso. Elas são crianças problemáticas, e você
não precisava entrar lá comigo.”

Entregando-lhe um capacete, respondo, “Eu queria. Como


você veio trabalhar neste lugar?”

Ela colocou o capacete e respondeu. “Tommy, na verdade. A


banda financia isso tudo.” Ela sorri, caminhando até minha moto.
Deixando-me com meu queixo cerrado e narinas flamejantes.

Porra.

Fechando o meu punho, eu a sigo para a moto e sorrio para


ela. “Isso é adorável. Vamos, temos que ir.”

Voltando para o complexo com as mãos de Meadow


envolvidas em torno de mim, eu luto contra o impulso para
encostar e beijá-la. Não tenho ideia do que caralho deu em mim.
Essa coisa que eu tenho com ela provavelmente deveria parar, mas
não serei eu quem vai parar isso. Irei devagar, mas definitivamente
não vou parar.

Nós entramos pelos portões altos e o Travis os abre para nós


enquanto eu estaciono minha moto na nossa fila em frente ao
Sinful Souls. Mal posso esperar para voltar para Vegas, mas tem
um buraco vazio no meu estômago que sabe que eu vou sentir falta
dessa garota e só passaram vinte e quatro horas desde que eu a
reencontrei Eu preciso recompor minhas merdas.
The Devils Own #1 Amo Jones

Desligo a minha moto, ela salta e me entrega o capacete e


ajeita o cabelo para cima. Seus longos cabelos castanhos caem
sobre os ombros em ondas como chocolate.

Jesus... o que diabos é isso, meu pau foi tomado como refém
do meu cérebro.

Estreitando os olhos, sorrio. “O quê?” Ela pergunta


timidamente, trazendo as mãos para frente de seu corpo pequeno,
mas cheio de curvas. Meus dedos se contorcem com o pensamento
de como que a pele delicada e suave seria sob a minha não tão
delicada.

Eu a arruinaria, e eu a veneraria.

Que se foda.

Minhas mãos se levantam para seu cabelo enquanto eu


afasto os fios escuros do seu rosto, colocando-os atrás da orelha.
Seus lábios sorriem, mostrando aquelas duas covinhas perfeitas
nas bochechas e seus olhos fixam nos meus também. As profundas
tonalidades azuis e verdes refletem uma na outra em uma
intrincada gama de cores, cada mancha que está espalhada por
seus olhos contando uma história - uma história de como uma
garota machucada pode se tornar sua própria heroína. Percorro o
dorso dos meus dedos sobre sua bochecha, e a suavidade de sua
pele passando por cima dos meus dedos ásperos - opostos e
polares, onde o puro encontra o mal. Ela encosta a cabeça nos
meus dedos, tão levemente, que quase sinto saudades. É só quando
seus olhos se fecham um pouco e seu peito começa a subir e a
descer profundamente que eu compreendo o que ela está fazendo.
Ela está me dando permissão para beijá-la.
The Devils Own #1 Amo Jones

Trazendo meu polegar para baixo do seu lábio inferior, eu o


passo em toda a borda. Com seus olhos em mim. Eu franzo minhas
sobrancelhas, e levo meu rosto para o dela, sua respiração
deslizando sobre meus lábios, deixando um rastro de fogo
queimando por baixo. Envolvendo minha mão em seu pescoço
suavemente, eu a puxo para mim, uma necessidade de tê-la em
torno de mim, me dominando. Assim que meus lábios tocam o dela,
Phoebe grita do prédio.

“Beast! Quem diabos é...” Ela para abruptamente quando


Meadow e eu nos separamos, oferecendo-lhe uma visão completa
de ‘de quem diabos é’.

“Oh! Meads! Ei! Merda, eu sinto muito. Eu pensei que ele


estava beijando outra pessoa.” Ela ergue um pequeno sorriso para
mim antes de se aproximar mais, puxando Meadow para ela.
“Vamos, precisamos ir para dentro. Beast, Zane quer falar com
você.” Meadow sorri para mim, pegando a mão de Phoebe na dela
enquanto ambas me deixam ali de pé, confuso e com a porra de um
pau duro. Ótimo. Ela pode me deixar duro sem sequer me tocar.

Meadow

O que diabos está acontecendo comigo? Eu nunca quis ser


tocada ou beijada por qualquer homem. O que torna Beast tão
diferente?
The Devils Own #1 Amo Jones

“Oh, meu Deus!” Phoebe começa à medida que nos


encaminhamos para o bar. “Mas que diabos, Meadow! Você sabe o
que você está fazendo? Quero dizer, eu amo Beast, ele é um dos
bons debaixo de toda aquela fachada de macho, quebrado,
malvado. E é uma pessoa decente com as pessoas de quem ele
gosta, mas você tem certeza... Quero dizer... esta é a vida do clube,
se você está entendendo o que estou falando”, sussurra enquanto
nos sentamos à mesa com Melissa.

“Olha, você está se deixando levar. Nada realmente


aconteceu.”

“No entanto, se eu não tivesse interrompido, teria?”

“Teria o quê?” Melissa sussurra em voz alta ao nosso lado,


chegando mais perto. Zane está falando em segundo plano sobre
seu próximo plano de ação e, em minha defesa, eu estou tentando
ouvir, mas estas duas não param de falar. Mais Melissa do que
Phoebe, Phoebe só ficou surpresa por mim.

“Não é nada.” Aceno para Melissa e ela estreita os olhos para


Phoebe, chutando-a debaixo da mesa.

“Ouch. Melissa! Eu entrei e vi Beast e Meadow quase se


beijando. Estava quente, eu poderia ter...” Foi a minha vez de
chutar Phoebe debaixo da mesa.

Alargando meus olhos para deixá-la saber para ficar quieta,


ela grita de novo, “Meadow! Ouch!”

“Febe! Cale a boca,” Blake rosna da mesa da frente. Ela é


como este pequeno raio intocável da porra sol.

“Desculpe”, murmura, olhando para Zane. “Continue.”


The Devils Own #1 Amo Jones

Balançando a cabeça, Zane prossegue com o assunto.

Trinta minutos depois, Zane terminou e eu estou entediada.


Acho que preciso de uma bebida. Obviamente eu tenho passado
muito tempo com Phoebe e Melissa, minha quantidade de álcool
aumentou.

“Ei, você está bem?” Beast pergunta, puxando um banquinho


ao meu lado.

“Sim”, sorri para ele, pegando a bebida.

Colocando seu braço na parte de trás da minha cadeira, ele


me puxa para ele. Meu estômago revira e minhas mãos suam com
sua proximidade súbita. Tudo dentro de mim se torna hiper
consciente da necessidade. Eu tenho zero controle sobre o quanto
eu quero este homem, e isso me assusta. Não tenho nenhuma
experiência com homens, mas acrescentando Beast na mistura é
assustador. Não porque ele é assustador, porque ele é. Mas sei que
ele nunca iria me machucar fisicamente, mas eu ainda estou com
medo. Eu não sei como tudo isso funciona. Nem sei como beijar
alguém. Mas com Beast, parece que vem naturalmente, tanto
quanto eu quero.

“Nós temos que ir e nos encontrar com os russos, espero


resolver logo essa merda. Volto mais tarde, ok?” A cabeça dele se
inclina e eu passo os olhos pelo seu rosto. Continuo sem conseguir
superar o quão deslumbrante ele é. Meus olhos se movem para a
cicatriz que fica debaixo da sua orelha, sem pensar, eu levanto
meus dedos até ela na pele irritada.

“O que aconteceu?” Sussurro, com as sobrancelhas juntas


antes de eu olhar em seus olhos.
The Devils Own #1 Amo Jones

Sua mandíbula trinca enquanto ele varre seus olhos sobre


meu rosto como se estivesse tentando memorizar cada detalhe de
mim. “É uma longa história. Vou lhe contar um dia.”

Engolindo o caroço que se formou na minha garganta, eu


pego o meu copo. “Toda cicatriz tem sua história.” E ele nunca viu
as minhas. Ninguém viu, Phoebe sabe sobre elas, mas não as viu.
São a razão de eu nunca ter conseguido usar um biquíni, mesmo
querendo, Deus sabe que eu quero.

Seus lábios pousam levemente na minha cabeça, e eu exalo


lentamente, fechando meus olhos enquanto aperto meu punho ao
redor do meu copo.

“Eu tenho que ir, baby. Não vou demorar.” Depois ele se
levanta e sai pela porta de correr.

“Jesus”, sussurro para mim mesma. Não tenho certeza do


que está acontecendo entre nós, mas certamente há algo
acontecendo. Acredito que entre tudo isso, eu apenas resolvi seguir
em frente. Seguir meu instinto e esperar que eu não me machuque.

Beast

Seguindo a estrada de cascalho que leva a Hecknet Falls em


Westbeach Califórnia, nossas motos param enquanto a fileira de
russos fica em frente à longa limusine preta que está estacionada
nas margens do rio. Com Zane e eu na frente e Hella e Ade seguindo
The Devils Own #1 Amo Jones

de perto atrás, saímos de nossas motos e tiramos os capacetes.


Agarrando meu colete, eu o levanto para mostrar que não estou
carregando nada - qualquer coisa que eles possam ver - e um deles
enrola o dedo para nós irmos até eles. A porta traseira se abre e um
homem imaculadamente vestido, estendendo seu pescoço com um
pequeno sorriso. Ele traz seus olhos para nós, tirando um charuto
da jaqueta do seu terno.

“Bem, esta é uma guinada diferente para encontrar vocês


dois aqui embaixo.” Ele corta seu charuto, trazendo-o à boca e
enrolando-o entre os lábios.

“Nós não sabíamos o que estava acontecendo. Estávamos


supondo que estaríamos abatendo outra pessoa. A gente não sabia
que os russos estariam lá, e nós, com certeza, não tínhamos planos
para os federais. Era para ser uma emboscada, nós fomos
enganados tanto quanto você,” Zane mente, passando a mão pelo
queixo.

O russo olha para mim, correndo seus olhos pelo meu corpo
de cima a baixo. E zomba. “A maçã não cai lá longe do pé, filho.
Você é o garoto da Luce?”

Levanto a cabeça, com os ombros firmes. “Sim, por quê?”

Ele balança a cabeça, dando uma baforada no charuto. Seu


longo cabelo preto esticado para trás e preso no pescoço. “Isso é
verdade? O que ele está dizendo?”

Assinto, mantendo os olhos treinados nos dele. “É verdade.


Nós estávamos lá com uma falsa pressuposição.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Bem...” ele começa, olhando entre Zane e eu com um brilho


nos olhos, “...você nos dá passagem segura através de Nevada e
Westbeach para nossa carga sem quaisquer problemas e vamos
esquecer o que aconteceu.”

Faço uma pausa, olhando para Zane. Este não era o plano.
Não quero nenhum russo em torno do meu território.

“Humm,” Rosno e ele ri.

“Então, muito parecido com seu velho.” Ele balança a cabeça


novamente, trazendo o charuto de volta a sua boca. Algo na
maneira como ele disse me deixou desconfortável.

“O que você sabe sobre o meu velho?” Pergunto, inclinando


a cabeça e correndo os olhos sobre ele.

Ele faz uma pausa, rolando o cigarro entre os dedos. “Eu sei
que ele não desistiria da passagem por Nevada para mim durante
todos os anos em que ele esteve lá, assim como você não vai desistir
da passagem para mim. Certo?” Ele pergunta com um sorriso
malicioso.

Olho para Zane e ele cutuca a cabeça. “Você tem Westbeach,


mas nós vamos precisar falar de números. Ninguém usa as minhas
estradas para passagens sem que nós sejamos devidamente
recompensados.”

Ele acena. “Nós podemos falar dos números.” Olha para Ade,
que está de pé firmemente atrás de Zane. “E talvez uma luta? Pelos
velhos tempos. O que você diria, Ade? “

“Foda-se”, responde Ade, com seu lábio se curvando em um


grunhido. Ade foi colocado no ringue de luta ainda jovem. Seu pai
The Devils Own #1 Amo Jones

é Kazimir Lyov que não é apenas parte da máfia russa, ele é a máfia
russa. Ade só descobriu anos depois que seu pai não era quem ele
disse que era. Depois de terem sequestrado a Old lady de Ade, a
Alaina, algumas merdas sombrias aconteceram naquela época.

Ele ri, agarrando o peito. “Tudo bem. Falaremos em


porcentagem, Zane.” Ele traz seus olhos de volta para mim. “Eu
tenho uma ideia.”

“Oh? Compartilhe?”

Ele sorri. “Minha filha, ela é... qual é a palavra?...


perturbada. Você vê...” Ele ri, caminhando na minha direção. E
minha pele se arrepia de alerta e minha respiração cai para
respirações superficiais. “Ela é conhecida como Rainha A. Você a
conhece, Beast?”

Porra.

“Não, não a conheço pessoalmente. Mas, já ouvi falar dela e


de seu MC. É o Satan’s Vixens MC?” Sorrio para ele e seus olhos se
inclinam mais.

“Oh, não deixe esse nome te enganar, Beast. Graças à sua


personalidade, minha pequena Ashley ou Rainha A tem um
caminhão de problemas com o papai. Basta perguntar aos
fantasmas do seu passado. Eu preciso de alguém para ficar de olho
nela. Coloca-la no lugar, talvez uma garota possa receber um patch.
Ela está apenas a algumas horas de distância de você. Eu não vou
pedir passagem pelo Nevada se você fizer isso?”

Penso em sua proposta. Não tenho nada para jogar aqui, ele
segura as cartas. Os russos não são alguém que você quer na sua
The Devils Own #1 Amo Jones

cola, mas, novamente, eu já ouvi falar dessas meninas e elas são


loucas. Muito loucas.

“Combinado.”

Jesus Cristo, em que eu me meti?

Ele ri, andando de volta para a limusine. “Eu vou falar com
você quando eu quiser que isso aconteça, Beast. Zane? Dê-me
alguns números até a próxima semana.” Então ele volta para o
carro, com os pneus levantando poeira ao nosso redor. Nós
seguimos as luzes traseiras deles antes que Zane se vire para mim
com as sobrancelhas levantadas. “Como eu nunca ouvi falar dessas
Vixens?”

“Oh, acredite em mim, você não vai querer.”

Meadow

Engolindo o último gole da minha bebida, eu olho ao redor e


vejo Melissa no palco, dançando em torno do pole que eles têm lá.
O bar é legal, tudo é legal aqui. Até os caras dos dois MC's são todos
de aparência decente. Alguns melhores que outros. Sacudindo a
cabeça, eu procuro por Phoebe na sala. Melissa esteve bebendo hoje
à noite, obviamente, e eu posso precisar de reforços. Weeknd de
'Wicked Games' está explodindo pelo sistema de som. O pequeno
corpo de Melissa se enrolando ao redor do poste com a lenta
melodia sensual da canção, enquanto atira seus longos cabelos
The Devils Own #1 Amo Jones

platinados pelo local. Analisando a sala, vejo que todos os homens


foram embora, mas uma jovem garota está filmando-a. A jovem
garota é uma prostituta do clube, obviamente. Eu sempre a vejo
por aqui se esfregando em todos os homens solteiros. Acho que o
nome dela é Lisa. Levantando da minha cadeira, eu vou até o palco.

“Melissa!” Grito lá de baixo e ela vira a cabeça para mim.

“Venha dançar, Meadow”, ela diz sorrindo para mim.

Eu sacudo a minha cabeça. “Desça, rápido. Quanto você


bebeu?”

Puxando seu braço, ela salta rapidamente do palco e me


puxa para dentro e me abraça. “Sinto muito. Eu não sei... eu estava
bebendo?” ela pergunta sem querer.

“Você está obviamente bêbada, Melissa. Vamos lá, vamos


pegar um copo d'água.” Ela segue atrás de mim enquanto vamos
para o bar. Eu puxo um banco e a acomodo nele. Sua cabeça se
inclina para o lado.

“Meadow...”, ela começa. “Não me lembro de beber nada além


do meu suco”, ela diz, olhando para mim.

“Você tem certeza? Onde você pegou o suco de laranja?”


Pergunto, servindo um copo de água e entregando a ela.

“Eu... hum...” a cabeça gira ao redor em busca da multidão.


São principalmente as famílias e as pessoas que são importantes
para os outros.

Seu corpo pende, ela agarra em sua cadeira e empurra-se


para cima, mas cai no chão quando suas pernas cedem.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Melissa!” Grito, caindo para pega-la. Seu corpo está


tremendo. “Está com frio? Você está bem? Merda! Onde diabos está
Phoebe?” Tirando o meu casaco de lã, eu jogo sobre ela. Ficando
com regata e jeans skinny apertados.

Puxando-a para seus pés, eu coloco-a de volta no banco


lentamente. Ashley, bargirl dos Sinful Souls, corre preocupada. Ela
é linda e me surpreende que nenhum dos caras a tenha a
aterrorizado ainda.

“Ela está bem? O que aconteceu?”

“Eu não sei. Melissa?”

Seus olhos abrem lentamente. “Meadow, foi Lisha...”

“Lisa?” Pergunto.

Ashley abana a cabeça. “Não, ela quer dizer Lisha.” Ela tem
o cabelo castanho claro puxado em um rabo-de-cavalo alto que
desce pelas costas, brilhante e liso. Seus olhos verdes começam a
sondar a sala, e quando os seus olhos encontram a prostituta do
clube 'Lisha', seus olhos ficam estreitos.

Apontando seu braço bronzeado, ela diz: “Foi a Lisha. Ela


tem uma coisinha por Hella desde que ele chegou.”

“Que diabos ela fez com ela?” Eu pergunto com raiva. Melissa
é inofensiva. Ela nunca faria nada para machucar ninguém
intencionalmente.

Ashley encolhe os ombros. “Vou descobrir.”

Puxando o braço para trás, eu aponto para Melissa. “Vigie-a,


eu preciso ir procurar Phoebe.” Eu ando no bar, inspecionando a
The Devils Own #1 Amo Jones

procura dela. Quando meus olhos bloqueiam em Lisha, vejo seus


lábios vermelhos brilhantes sorrindo para Melissa. Cerro meus
punhos. E ando em direção a ela e seu pequeno bando de vadias.

“Ei!” Digo quando eu a alcanço. “O que você colocou na


bebida dela?”

Ela ri, olhando para suas amigas que se juntam a sua risada.
“Eu não sei o que diabos você está falando, vadia.”

“Ah, é mesmo?” Pergunto.

Ela entrega o telefone a sua amiga, dando um passo na


minha frente. O mau cheiro de perfume barato assalta os meus
sentidos, fazendo-me quase vomitar. “Sim, realmente. Volte para a
sua amiga vagabunda. Ouvi dizer que o GHB6 pode ser ruim para
você.” Ela ri olhando para suas amigas.

“Você é um pedaço de merda. Isto é por Hella?” Pergunto,


inclinando a cabeça para ela. Chego mais perto e fico com meu
rosto a centímetros dos dela. “Você acha que tem uma chance com
ele ao invés da Melissa? Você é uma puta, nada mais e nada
menos.” Eu me afasto dela, virando os meus pés e caminhando até
Pheobe, que finalmente apareceu ao lado de Melissa. Expiro,
deixando meus ombros relaxarem. Ashley está sussurrando algo no
ouvido de Phoebe quando ela olha para Lisha, estreitando os olhos.

Sim... está tudo bem.

Eu sorrio para Phoebe, e justamente quando estou prestes a


dar mais um passo à frente, um puxão afiado pica no meu couro
cabeludo, vindo de Lisha me puxando pelos cabelos em direção a

6 - Boa noite Cinderela;


The Devils Own #1 Amo Jones

ela e me acotovelando no meu rosto. Rodando em torno dela, eu


aperto minha mão em volta do seu pescoço e a empurro para o
chão. Rastejando em cima dela, eu puxo meu cotovelo para trás
antes de bater meu punho no rosto dela. Com um som de crack
vibrando contra os nós dos meus dedos, ela grita alto. “Meu nariz!”

Puxando meu cotovelo de volta, gotejando sangue do meu


próprio nariz, eu dou outro soco direto no nariz dela novamente, e
novamente. Qualquer raiva que eu tivesse por saber que esta garota
poderia ter machucado seriamente alguém com quem eu me
importo profundamente é totalmente liberada.

O aperto ao redor do meu braço e o peso sendo levantado dos


meus joelhos me puxa para trás. Quando eu me viro, vejo que é a
mulher de Kalie, a esposa do vice-presidente.

“Está tudo bem, Meadow. Ela não vale a pena”, sussurra no


meu ouvido.

Lisha está se levantando do chão, segurando o nariz quando


Phoebe aparece, chutando-a de volta para o chão novamente. “Saia
daqui, Lisha! Agora!” ela grita na cara dela.

Lisha se levanta rapidamente. “Eu não tenho que ir a lugar


nenhum. Travis me quer aqui”, ela responde por detrás de um
rosnado. Tenho que dar crédito a ela, para alguém que está num
mau estado neste momento, ela ainda se mantém firme.

Phoebe se vira para olhar a amiga de Lisha que está gravando


toda a cena. “Você está gravando isso?” Phoebe pergunta, seu grau
de loucura em um nível sem precedentes.
The Devils Own #1 Amo Jones

A amiga sacode a cabeça, nervosamente abaixando e


soltando o telefone. “Eu vou apagar, Phoebe. Não quero nenhum
problema.”

“Todos vocês saiam. Toda prostituta nesta sala não é bem-


vinda aqui”, diz Phoebe.

A porta que leva ao quarto dos fundos abre e Alaina sai.


Alaina é a Old Lady de Zane, ela é a chefe por aqui. A multidão se
cala em sua presença.

“Que porra está acontecendo aqui fora? Estou tentando fazer


as crianças dormirem”, grita.

Phoebe explica e Alaina traz seus olhos para Lisha. “Arrume


suas merdas, Lisha. Não volte até que a gente saia.”

“Mas Travis disse...”

“Não quero saber do que o Travis disse.” Alaina começa a


caminhar até ela e o resto de nós se afasta, abrindo caminho para
ela passar. Uma vez que chega ao rosto de Lisha, ela aponta para o
seu peito. “Você é uma puta. Nada em você é importante para Travis
a não ser sua buceta, e acredite em mim, ouvi dizer que não é tão
boa assim. Vá embora”, Alaina encerra. Lisha corre rapidamente
para fora da sala, com os ombros ainda erguidos, tentando manter
seu orgulho intacto.

Alaina se vira para me encarar, suas feições suavizando.


Segura minha mão na dela. “Vamos lá, querida. Eu te limpo.” Sigo
atrás dela, minha boca fechada. Paramos na cozinha dos fundos
onde ela abre um armário por cima do balcão, pegando um kit de
primeiros socorros.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Sente-se”, ela aponta para o banco debaixo da mesa da


cozinha. E me sento, com as pernas pulsando de dor.

Alaina se prepara, colocando o kit de primeiros socorros na


mesa e entregando-me uma toalha. Eu tiro a dela e levo ao meu
nariz, olhando-a de perto quando ela puxa alguns lenços
umedecidos.

“Ok, deixe-me te limpar.” Puxo a minha mão para baixo.

“Sinto muito, eu não queria causar problemas”, murmuro.

Ela balança a cabeça e sorri. “Não seja boba. Ela começou


isso e teve o que merecia. Estou curiosa em saber como Beast vai
reagir a isso. Hella me pareceu um pouco... feroz com Melissa,
também.” Ela balança a cabeça em torno de uma risada. “Quando
os motoqueiros se deparam com a garota que eles desejam, não há
nada que os faça desistir. Vocês duas foram reivindicadas e nem
sabem ainda. Ah, os primeiros dias...”, ela ri para si mesma, com
suas bochechas ficando vermelhas. Eu não tenho certeza de como
me sinto com o termo reivindicada. Ainda é muito cedo para lançar
um rótulo tão permanente.

“Hella e Melissa?” Pergunto incrédula.

Ela faz uma pausa em sua limpeza, jogando o lenço


umedecido para no lixo. “Sim, embora ambos não tenham
percebido, ainda”, zomba, sacudindo a cabeça.

“Eles ficaram?”

Ela sorri. “Eu não vi, mas todos nós os vimos sumirem por
uma hora na fogueira. Mas se algum deles se lembra é uma história
diferente, considerando que se ignoraram durante o resto da noite.
The Devils Own #1 Amo Jones

Quem sabe, talvez não seja nada.” Jesus, que diabos Melissa está
fazendo? Beast é assustador, isso é um fato. Mas Hella é o tipo de
assustador que me dá arrepios inquietantes na espinha. Um Jason
estripador dez vezes pior. E Melissa o deixou colocar sua
motosserra em sua buceta. Vou falar com ela assim que tiver
chance.

“Desculpe, eu não quero fazer fofoca”, acrescenta. Alaina é


bonita. Tem longos cabelos loiros e grandes olhos verdes. Porém,
ela tem um visual exótico, muito peculiar, o que a torna ainda mais
atraente.

“Não sei o que fazer sobre essa declaração”, digo


timidamente.

Ela interrompe sua limpeza, retirando uns curativos e


colocando no meu nariz, ela diz: “Bem...” começa, “...não há muito
que você possa fazer. Apenas siga em frente e veja como funciona.
É claro, se você sente algo por ele. Se não? Você vai precisar correr
e correr muito.” Ri, jogando tudo no recipiente plástico.

Sorrio. “É mútuo, mas estou confusa, mais nada. Eu não sei


se você sabe muito sobre o meu passado, mas é muito complicado.
Eu não sei o que esperar, mas sei que quando estou com ele, parece
certo.”

Ela suspira, enfiando o recipiente plástico debaixo do braço.


“Bem, isso é tudo que você precisa, querida. Continue com isso. É
melhor eu ir ver como estão as crianças, garantir que estão todas
acomodadas e deixar Vicky ter uma folga.”

Aceno com a cabeça. “Obrigada por...” O chão debaixo de


mim treme antes que uma forte explosão ressoe. Saltando sob a
The Devils Own #1 Amo Jones

mesa da cozinha, começo a tossir com toda poeira que caiu do


telhado ao meu redor.

Isso não é bom.

“Alaina?” Eu clamo, movendo-me em torno dos escombros


caídos.

“Meadow, estou aqui. Estou bem. Mas preciso sair e checar


as crianças.” Ela corre ao redor da cozinha até encontrar a porta.
Olhando ao redor, minha visão está severamente enevoada pelo
grosso resíduo de poeira flutuando no ar. Tocando em volta na
minha frente, sinto a parede que eu sei que está em algum lugar
bem ali. Quando minhas mãos pousam na superfície lisa da parede,
eu começo a segui-la para encontrar a porta pela qual Alaina
passou. Quando a alcanço, abro-a sobre nuvens de poeira mais
espessas. Tossindo, tapo a boca com a mão e estreito os olhos,
tentando ver mais claramente, sem deixar as partículas entrarem
nos meus olhos. O latejar começa a pulsar pelo meu braço direito,
sobrecarregando-o com dor. Há um grande corte começando pelo
ombro descendo até o cotovelo, o sangue goteja e corre pelo resto
do meu braço em faixas vermelhas brilhantes e desconfortáveis.

“Merda. Merda. Olá?” Eu grito chamando, pisando sobre os


escombros caídos de concreto, estalando sob as solas dos meus
pés.

“Meadow?” Phoebe chama. “Meadow, segue a minha voz.”

O meu ritmo aumenta, tentando seguir o seu chamado.


“Continue falando, onde você está?”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Ainda perto do bar. Eu não consigo tirar Melissa de debaixo


de um concreto e ela não está acordando.” Quando finalmente
caminho por todas as montanhas de confusão e nuvens grossas,
alcanço Phoebe e me ajoelho ao seu lado.

“Melissa!” Ela não mexe. Eu empurro meu cabelo caído do


rosto com meu braço, com sangue vermelho espalhado pelas
tranças, segurando-o para trás.

“São as pernas dela, estão presas.”

“Merda. Certo. Deixe-me ajudar.” O ar ainda está grosso, mas


agora eu posso ver alguns centímetros à minha frente. Ao descer,
eu sinto as pernas que estão presas sob a iluminação do balcão que
estava acima do bar.

“Meadow? Seu braço não parece bom. Vá buscar ajuda,”


Phoebe insiste ao lado de Melissa.

“Estou bem. Eu preciso tirar vocês daqui.”

“Não, Meadow. Vá e obtenha ajuda. Eu vou ficar aqui com


ela.”

“Phoebe! E se ela cair? Eu não posso deixá-la aqui. Não!” Meu


coração bate contra meu peito com a possibilidade de algo ruim
acontecer com qualquer uma dessas garotas.

Contorno o corpo de Melissa, desço até seus pés e vejo por


que ela não consegue se mover. Há um grande bloco de cimento
segurando uma das pontas da luz.

Tossindo, eu dou a volta por cima, tentando sentir com a


minha mão. “Certo, precisamos levantar essa parte, Phoebe.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Phoebe me cerca, colocando sua mão do outro lado. “Um, dois...”


Nós duas tentamos empurrá-lo para cima, sem sucesso.

“Foda-se!” Grito, rondando a sala. “Precisamos encontrar um


longo pedaço de madeira, algo que possamos colocar embaixo dele
para alavancá-lo.”

Phoebe olha em volta antes de colocar seus olhos de volta em


mim. “Você tem seu telefone?”

Balanço minha cabeça. “Estava sobre a mesa com a minha


bolsa. Tudo bem”, eu digo, colocando minha mão na testa. “Vou
levar três segundos.” Virando, estreito os olhos e abano as nuvens.
Quando alguma fumaça se dissipa, eu vejo um ou dois corpos no
chão. Eu sei que deveria verificá-los, mas preciso de ajuda e ver
quem mais está lá fora.

Empurro minhas mãos para a frente, procuro pela parede e


quando a encontro, vou até a porta. Correndo para fora, eu ofego
por ar. O ar límpido e fresco acalma meus pulmões
instantaneamente.

“Meadow!” Alaina grita da multidão de feridos que


conseguiram sair, e de onde eu posso ver, as crianças não sofreram
nenhum dano.

Vou até ela quando o barulho alto das motos soa ao fundo
da rua, vibrando o concreto debaixo dos meus pés.

Os portões altos se abrem com os rugidos dos dois clubes.


Os homens do Sinful Souls correm para onde Alaina e Vicky estão,
verificando se elas estão bem, e quando olho para cima, vejo Beast,
Hella, e sua equipe correndo na minha direção.
The Devils Own #1 Amo Jones

Quando Beast me alcança, ele me envolve em seus braços,


me acolhendo com sua presença.

“Foda-se! Mas que porra aconteceu? Você está bem?” ele


pergunta, examinando-me por toda parte.

Eu me afasto. “Nós precisamos voltar lá dentro! Melissa está


presa. Phoebe e eu tentamos...” Hella já estava invadindo o prédio
antes que eu possa terminar minha frase.

Beast beija minha testa. “Espere aqui, eu vou com ele.”


Acenando com minha cabeça, eu lentamente solto sua mão
enquanto ele segue Hella para dentro do que um dia foi um prédio
perfeito.

Começo a andar de um lado para o outro, enquanto o resto


dos caras observam meus movimentos cautelosamente.

“Meadow? Eu sou Hannibal. Estes são Ripper, Nyx, e Toke.”


Ele aponta para os outros homens que estão ao seu lado. Aceno
com a cabeça com um pequeno sorriso. “Oi. Certo, eu vou entrar”,
digo, andando em direção ao prédio.

“Não. Não, você não pode”, diz Hannibal, me puxando de


volta. “Eles não vão demorar.”

Blake passa por mim, invadindo o prédio com Zane atrás


dele. Eu me viro para ver Alaina, então eu vou até ela. “Ei, estão
todos bem?”

Ela acena com a cabeça. “Sim, as crianças estão um pouco


assustadas, no entanto.”

“Alguém denunciou isto?” Eu pergunto, abraçando-me.


The Devils Own #1 Amo Jones

“Sim, eles fizeram. Em poucos minutos, este lugar estará


cheio de federais, bombeiros e esquadrão antibombas”, responde,
pegando uma garotinha no colo.

No momento em que ela olha para a entrada do bar, o corpo


dela fica imóvel. Eu me viro e vejo Hella carregando Melissa
enrolada em seu colete.

Bem, se isso não é reivindicação a Melissa, eu não sei o que


é. Phoebe está aconchegada em Blake enquanto Zane e Beast
marcham ao lado de Hella.

Beast procura por mim na área e quando seus olhos


encontram os meus, seus ombros relaxam.

“Obrigada por tudo, Alaina.”

“Sem problemas”, ela dá um sorriso fraco para mim.

Eu começo a caminhar até Beast quando ele me encontra na


metade do caminho, enrolando seus enormes braços ao meu redor
com força. “Beast, está um pouco apertado.”

Seus braços relaxam um pouco, me puxando para dentro


dele. Eu observo Hella se sentar na mesa de piquenique com
Melissa no joelho. “Ela está respirando. É como se ela estivesse
dormindo. O que diabos aconteceu com ela?”

Caminhando até Hella, eu pego a mão de Melissa na minha.


“O quê, você não sabia?” Pergunto com um pouco de veneno no
meu tom.

Trazendo os olhos dele para cima dos meus, ele os estreita.


“Não. Esclareça-me.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu me sento ao lado dele, mantendo a mão dela na minha.


“Parece que Lisha ficou um pouco ciumenta hoje à noite. Antes da
explosão acontecer, ela colocou algo na bebida da Melissa, ela
dançou no poste e tudo mais. De qualquer forma, ela e sua amiga
estavam filmando e rindo de Melissa do outro lado da sala. Então,
eu... um...” Faço uma pausa, olhando para Beast quando ele
contorna a mesa e anda até mim.

“Você o quê?” pergunta ele, com as sobrancelhas erguidas.


Meu peito se agita com uma sensação de afundamento. Sinto que
estou em apuros. Por que ele tem que ser tão sexy? Até a minha voz
se submete a ele.

“Ela bateu em sua bunda, é isso”, tosse Melissa da sua


posição.

Os olhos da Beast se estreitam com um sorriso.

“Melissa!” Levanto seu rosto e examino seus olhos.

“Estou bem, Meadow. O que aconteceu?” ela pergunta, se


afastando um pouco de Hella. Ele não a solta, e quando eu vejo o
olhar que ele está dando a ela, até eu me encolho.

Ela revira os olhos. “Deixe-me ir, Hella.”

“Não está acontecendo.”

Revirando seus olhos novamente, ela reajusta sua posição,


enrolando seu colete em torno dela firmemente.

“Houve uma explosão. Quando Alaina me levou para limpar


meu nariz”, eu começo e um assobio escapa dos lábios de Beast e
eu recuo.
The Devils Own #1 Amo Jones

Jesus, qual é o problema dele, ele é muito intenso.

“Foi quando aconteceu.”

Ela inclina sua cabeça. “Eu só me lembro de fragmentos. Eu


me lembro de Lisha puxando você pelos cabelos e me lembro de
você pulando em cima dela e batendo na cara dela, mas tudo ficou
em branco depois que Phoebe chegou.” As sobrancelhas dela se
juntam antes de olhar para Hella. Beast me puxa para ele,
sentando-se ao lado de Hella e me colocando em seu colo. “Baby,
você fez o que no rosto de Lisha?” Ele ri no meu pescoço.

“Ela mereceu. Ela drogou Melissa... por sua causa.” Estreito


meus olhos para Hella.

Sua mandíbula cerra. “Onde ela está?”

Encolho os ombros. “Eu não sei. Alaina disse a ela e ao resto


das putas para arrumarem suas coisas e irem embora. Você sabe
para quem foi isso? Afinal, quem fez isso?”

Beast balança a cabeça. “Não, eu não sei. Agora que ambos


os nossos clubes juntaram-se, poderia ser sobre qualquer coisa. A
questão com os russos está resolvida, não eram eles. Isso é tudo
que sei.” Sua mão repousa sobre a minha coxa e eu suspiro. Ele
deve sentir-me tensa porque leva sua mão de volta ao meu joelho e
eu relaxo instantaneamente. Estou confortável em torno de Beast,
não há nenhuma dúvida sobre isso, mas comigo tem que ser
devagar.

Correndo os lábios sobre minhas costas, ele sussurra,


“Relaxe, baby.” Sua respiração roça minha pele levemente.
The Devils Own #1 Amo Jones

Hella pigarreia. “Tudo bem, já que ninguém mais vai


perguntar, quando se tornaram um casal?” Pergunta com as
sobrancelhas erguidas.

Percebo, luzes piscando vermelhas e azuis, iluminando a


área, trazendo a minha atenção de volta para a confusão na minha
frente.

Balanço minha cabeça enquanto olho por cima do meu


ombro para Beast. “Eu não sei. Boa pergunta?”

Um sorriso atravessa seus lábios, seus olhos se arrastando


até meus lábios antes de viajar de volta aos meus olhos. Seu olhar
escurece, invocando uma pitada de luxúria que vem correndo entre
minhas coxas antes de descansar no meu peito, onde se contrai
com força. Ele é quente, isso é ridículo. Ele é todo homem, no
entanto. Ele não é bonito, ele é impressionante, belo com uma
ponta de perigo. Não comigo, mas você pode ver isso em seus olhos.
Há um vazio solitário dentro dessas profundezas escuras.

Jogando seu capuz, ele sacode a cabeça. “Cale a boca, Hella.”

É assim? Um casal? Nós ainda nem nos beijamos. Por mais


que cada vez que suas grandes mãos se juntam às minhas, me dá
vontade de pular em cima dele, mas algo me diz que meu corpo é
um impostor. Eu não conseguiria pular em ninguém, só não está
na minha natureza - eu acho. Batendo na minha perna, ele coloca
um beijo suave no meu ombro. “Levante-se, baby. Precisamos dar
uma olhada nesse braço.”

Esqueci tudo sobre meu braço, olho para baixo e vejo o


sangue seco que tem crosta sobre a ferida e encolho os ombros.
“Tudo bem, vou pedir para Alaina me costurar”, respondo,
The Devils Own #1 Amo Jones

descendo do seu joelho e sondando a multidão em busca de Alaina.


Phoebe está andando de um lado para outro ao telefone,
provavelmente falando com Ryder. Ela precisa sair daqui antes que
a mídia devore este lugar.

“Levante o braço. Não o cortado, ele precisa descansar”, exige


Beast por trás de mim. Sou tão nova em sentir coisas por um
homem, que não sei o que é exagero. Preciso falar com as garotas
sobre isso quando as coisas acalmarem. Levantando meu braço
para cima, ele deixa cair seu moletom sobre mim, o calor dele me
cobre de carinho e cheiro de homem, doce e almiscarado,
envolvendo meus sentidos. Sorrio porque cheira a ele, isso é tudo
ele. Até mesmo o cheiro de homem. Ele me vira e me aconchega
debaixo do seu braço. “Vamos, temos que ir e resolver isso.”

Aceno com a cabeça e dou uma olhada rápida em Melissa


para vê-la discutindo com Hella. Oh, querida, eu não tenho ideia
do que diabos aqueles dois estão tentando desafiar juntos, mas não
vai funcionar. Ou eles são muito parecidos ou opostos polares. Você
sabe aquele ditado, 'Ela é pequena, mas é feroz'. Sim, essa é
Melissa. Ela dança a sua própria música, a de ninguém mais,
especialmente não ao rosnar profundo de uma Harley vermelho
sangue. Boa sorte para essa alfa dominar o sombrio e sedutor Hella.
Ele e Beast são tão parecidos que é assustador. Só que Beast tem
mais músculos e cabelos escuros, e Hella tem cabelos loiros.

Caminhando até Zane e Alaina, Beast acena com a cabeça.


“Os malditos federais estão rastejando por toda parte.”

“Sim, eu sei. Meadow, Alaina pode cuidar desse braço.”


The Devils Own #1 Amo Jones

“Certo, obrigada.” Olho para Alaina enquanto ela aponta para


seu carro.

“Vamos lá, é a segunda vez que eu vou te limpar hoje à noite


e acho que não vai ser a última. Ainda bem que Vicky levou as
crianças para casa.”

Sim, eu acho que também não vou ser a última. Preciso lhe
pedir algumas dicas sobre machos alfa. Sinto que posso ter
mordido mais do que posso mastigar.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE E DOIS

Beast

Ver Meadow caminhar em direção ao carro de Alaina com


ela lado a lado me deixa inquieto, e não gosto da porra que está
acontecendo. Porra, de todas às vezes para a merda bater no
ventilador, tem que ser logo quando reencontro Meadow. E se
estou com ela, porque eu simplesmente não beijo a porra da
garota. Se estou lendo bem os sinais, ela quer que eu a beije.
Mas, sei por quê. É porque preciso pisar com cuidado, se eu for
muito intenso, posso assustá-la. Mas se não fizer nada, ela pode
pensar que eu não estou interessado. Que porra de mente fodida.

“Irmão? Você está bem?” Zane está sorrindo para mim,


olhando entre Meadow e eu.

Sacudindo minha cabeça, esfrego meus dedos no rosto.


“Não. Porra, eu não sei mais o que estou fazendo.”

“Podemos conversar sobre isso depois. Agora precisamos


resolver essa merda.”

“Em quem você está pensando?” Eu pergunto, girando


uma cadeira ao redor e sentado nela ao contrário.

Zane balança a cabeça. “Bem, não foram os russos. Nós


temos inimigos, porém, pode ser qualquer um deles. Mas você
também tem o Exército, então poderia ser eles também. Nós
precisamos agir de forma segura e manter todos juntos. Acho
que por aqui, vou ter que separar todos em três grupos. Um
grupo vai para a minha casa, a casa de Blake e Ade, até que
Blake possa ter seus garotos realizando a construção do
complexo”, responde, olhando para o complexo dele. Eu sigo seu
The Devils Own #1 Amo Jones

olhar, com arrepios saltando sobre minha pele porque eu só


estou usando minha camiseta branca debaixo do meu colete.

“Desculpe pelo clube, irmão.”

Ele abana a cabeça. “É reparável. O que não é, são os dois


membros da família que Travis perdeu lá dentro.”

Arregalando meus olhos, eu aceno. “Sim, isso é verdade.”

Expirando, acrescento: “Vamos voltar amanhã de manhã.


Podemos resolver isso de forma separada, agora que resolvemos
com os russos.”

Ele estreita os olhos em mim, enfiando as mãos nos bolsos.


“E Meadow?”

“Ela pode vir conosco”, respondo casualmente, sem perder


tempo.

Ele ri, sentado na cadeira ao meu lado. “Então, já estão


assim?”

Passando minhas mãos sobre a cabeça, eu aceno. “Sim, eu


acho que sim.”

Meadow e Alaina caminham até nós rindo. “Vocês


terminaram?” Eu pergunto, puxando Meadow para mim. Ela fica
linda pra caralho com o meu moletom.

“Sim, eu já terminei. Obrigada, Alaina”, ela diz, me


abraçando.

“Tudo bem, preciso ir e resolver toda essa merda com a


polícia”, diz Zane, virando-se para Alaina e beijando-a na cabeça.

“Ei, eu estava pensando. Minha casa é pequena, mas vocês


podem passar a noite por lá.” Meadow sugere, olhando para mim.
The Devils Own #1 Amo Jones

Afastando seu cabelo do rosto, sorrio. “Eles podem


arranjar um hotel. Mas eu preciso ficar com você para ter certeza
de que está segura. Sem dúvida, Hella também quer ficar de olho
em Melissa.” Olho para cima e encontro os dois sentados sobre
a mesa sem falar um com o outro.

Jesus, que merda aconteceu lá.

“Certo, você pode ficar comigo. Eu deveria ver o que


Melissa quer fazer? Acho que ela não vai querer que Hella fique
perto, então talvez ela possa ficar na minha casa. Você pode
vigiar nós duas ou Hella pode vir também?”

“Sim, é um bom plano. Vá ver como ela está. Ela parece


que quer despedaçar Hella.” Eu brinco.

Ela ri. “Sim, acho que ela quer.”

Ela vai até Melissa e sigo atrás para ver como está Hella.
Tomando um lugar ao lado dele, descanso meus cotovelos sobre
meus joelhos. Quando as garotas se afastam, eu me viro para
ele. “O que você fez para ela, mano?”

Ele inclina seus cotovelos sobre a mesa de piquenique.


“Foda-se se eu sei. Ela é chata pra caralho. Eu nunca conheci
uma garota tão teimosa.”

Eu zombo. “Não, você nunca conheceu uma garota que


não salta, quando você manda.”

Ele ri, passando a mão sobre a boca. “E você? O que há


com Meadow?”

Eu abano a minha cabeça. “Eu a quero. Sem dúvida e sem


jogos. Ao contrário de você.”

As sobrancelhas dele se levantam em torno de um sorriso.


“Sim? Essa parte é óbvia. Quem diria?”
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu rio. “Quem diria? Tudo bem, preciso dizer à Meadow


que ela vai voltar para Vegas conosco, para ver como isso vai
ser.”

“Merda”, expira. “Esqueci sobre isso.” Ele ergue as


sobrancelhas.

“Sim, nós vamos voltar amanhã. Os russos estão fora do


caminho, mas ainda temos o nosso principal problema que
precisa ser resolvido. Zane tem a sensação de que isso pode ter
sido obra deles, mas ainda não temos certeza.”

“O Exército”, responde. “Só precisamos matar a todos. Que


se lixem os danos colaterais, eles não valem a pena.”

Apertando a minha mandíbula, eu aponto meus olhos para


Meadow. “Sim, talvez.”

As garotas voltam para nós. “Tudo bem, nós ficamos na


minha. Vocês dois podem dormir no chão. Na sala”, acrescenta
Meadow.

“Sim, parece bom”, respondo, enrolando os dedos dela nos


meus e puxando-a novamente para mim. Ela vira-se, com o peito
subindo e descendo contra o meu, com sua respiração pesada.
Olha para mim, deslizando para os meus lábios e eu sorrio,
trazendo meu polegar para baixo, arrastando-o lentamente pelos
lábios nos dela. “Não faça isso”, eu grunho para que só ela possa
ouvir.

Sugando seu lábio inferior na boca, ela responde: “Fazer o


quê?”

Correndo minha mão para baixo de suas costas, eu a puxo


para mais perto de mim, com meu pau vibrando com sua
proximidade. “Olhar para mim, implorando-me para beijá-la com
os olhos.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Talvez eu esteja”, sussurra. Afasto alguns fios perdidos de


sua testa, e seus olhos se fecham e sua cabeça repousa sobre
minha mão.

“Ainda não”, sorrio, me afastando do seu rosto.

Um rosnado escapa dela e eu sorrio. “O que foi isso?”

Foi bonito, como um rosnado de filhote.

“Vamos lá, vamos lá. Nós podemos ir no meu carro.”


Meadow me puxa para mais perto, e Deus, se isso não me faz
querer jogá-la por cima do meu ombro e arrastá-la de volta para
a minha caverna.

“Você e Melissa pegam seu carro, nós te seguimos em


nossas motos,” respondo, deixando-a ir. O frio que sinto com ela
não estando mais tão perto de mim, se tornou estranho. Os
últimos dois dias têm sido como se estivéssemos juntos há anos.
Ela é discreta, tranquila e não questiona tudo ou quer respostas
imediatamente. Também não quer entrar na minha cabeça. Ela
é perfeita em todos os aspectos.

Ela seria a Old Lady perfeita.

Meadow

Ligando o meu carro, eu saio do estacionamento e começo


a dirigir para fora dos portões altos do complexo do Sinful Souls.
Virando-me para olhar para Melissa, eu pergunto: “Você está
bem?”
The Devils Own #1 Amo Jones

Olhando pela janela para as árvores que passam, com as


luzes da rua iluminando o interior do carro, ela acena. “Sim,
apenas confusa.”

Olho entre ela e a estrada na minha frente. “Em relação à


Hella?”

Ela exala. “Sim. Algo aconteceu, mas isso não importa


agora. E ele é tão mandão e controlador, acha que eu deveria
obedecer a cada palavra dele. Eu fui uma adolescente rebelde,
Meadow, e isso não mudou.”

Sorrio, virando na rua principal de Westbeach que leva ao


meu apartamento. “Sim, ele parece ser assim.” Ignoro a
declaração dela sobre algo que aconteceu. Sei o quanto é chato
receber perguntas curiosas. Eu, de todas as pessoas, sei que não
se deve forçar alguém a falar sobre algo que não está pronto
ainda.

“E Beast?” Pergunta com um sorriso.

Suspirando, eu sacudo minha cabeça. “Eu não sei. Ele é


todo melindroso e nós temos um vínculo, mas ele não me beija.
Então eu acho... que somos amigos!?”

Ela balança a cabeça, rindo. “Querida, vocês não são


amigos. A maneira como vocês se olham? Poderia ser classificado
como pornografia e as pessoas se masturbariam com isso. É
quente demais.”

“Melissa!” Eu a repreendo em volta de uma risada,


abanando minha cabeça.

Sacudindo seus ombros, ela olha para mim com um


sorriso. “Só estou dizendo como eu vejo isso.”
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE E TRÊS

Mais tarde naquela noite, estou rolando e virando na cama


tentando ficar confortável. Coloquei os caras na sala de estar e
deitei com Melissa. Ela passou por uma provação esta noite, e
olhando para o relógio, verifico que já são três horas, então estou
supondo que todos nós vamos dormir até de manhã. Virando a
cabeça para encarar a janela, eu olho para fora, e a lua está
iluminando o interior do meu quarto escuro. Melissa ronca
baixinho ao meu lado antes de virar sobre seu estômago.
Jogando a coberta de cima de mim, eu balanço minhas pernas
sobre a cama, passando a mão por meu cabelo enquanto vou
para porta. Espiando pelo corredor, a escuridão ofusca qualquer
visão que possa ter, então ando na ponta dos pés para ir até a
cozinha. Tentei fazer com que os caras deixassem a luz da
cozinha acesa como eu costumo deixar, mas Hella disse que não
conseguia dormir a menos que fosse no escuro.

Provavelmente se lembra de casa.

O inferno é preto não é?

Expirando, eu começo a andar em direção de onde sei que


é a cozinha e coloco minhas mãos na parede para me guiar.
“Merda”, sussurro, passando minhas mãos sobre o que estou
vestindo. Eu me esqueci de colocar uma calça, e estou de shorts
de dormir e um top branco curto. “Por favor, continuem
dormindo.” Continuo sentindo a parede, decidindo ir direto para
a geladeira, pegar uma garrafa de água e voltar para o meu
quarto tão rapidamente e tão silenciosamente quanto possível.

Minha mão pressiona a parede da cozinha, e ando


passando a mão pelos armários até meus dedos tocarem a
The Devils Own #1 Amo Jones

superfície fria da geladeira. Esfregando meus olhos, abro


lentamente a porta da geladeira e a luz que irradia dela me cega.
Rapidamente pego uma garrafa de água, retiro-a devagar,
tentando não fazer barulho.

“Foda-se”, um rosnado baixo soa da ilha da cozinha.


Levanto a cabeça para encontrar Beast, ali parado, em nada além
de calções de ginástica até seus joelhos. Suas costas estão
viradas para mim e pela posição de seu braço, acho que ele tem
o punho na boca. A luz da geladeira faz sombras sobre os
músculos torneados das suas costas. E quando digo torneado,
quero dizer definido como se ele tivesse acabado de sair da capa
de uma revista Men's Fitness. Deslizando meus olhos sobre suas
costas, pela trilha dos músculos que levam à borda de seus
calções, onde duas covinhas se acomodam na parte inferior das
costas dele. Eu levo meus olhos de volta para seus braços, com
os músculos flexionados. E percebo que este homem trabalha
cada músculo do seu corpo definido. Onde ele encontra tempo?
Confiro que tem as duas mangas dos braços tatuadas, e a
tatuagem do patch dele orgulhosamente sobre as costas e o
número 316 tatuado atrás do seu pescoço. 316? Eu me pergunto
o que isso significa.

“Beast?” Pigarreio, para chamar sua atenção. “Desculpe,


eu estava esperando que você não estivesse acordado. Vim pegar
um copo de água. Já estou indo embora.” Tirando a garrafa da
geladeira, fecho a porta quando vejo seu corpo virar para me
encarar pelo canto do meu olho. Pausando, eu viro minha cabeça
para ele lentamente, com seus olhos correndo sobre o meu corpo
como se fosse uma piscina escura de necessidade. Quando ele
volta a segui-los sobre meu corpo, eu prendo minha respiração
até o olhar dele retornar ao meu. Liberando minha respiração
lentamente, seus olhos se prendem aos meus.
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu inclino minha cabeça e me viro em direção a ele. “Ok,


estou indo embora.”

“Boa ideia”, ele rosna, colocando seus punhos no balcão


da cozinha, com sua cabeça pendurada entre os ombros.

“Mano, o que é que...” Hella entra, coçando a cabeça. Ele


também não está em nada além de shorts que ficam soltos nos
quadris. Com seu peito musculoso e bronzeado, em exposição
para qualquer um ver. Ele também é todo definido, não tão
grande quanto Beast, mas ainda maior que a média. E tem
tatuagens por todo o corpo, uma delas é um roteiro que passa
por cima de suas costelas, como uma escritura de algum tipo em
escrita cursiva.

“Oh, merda”, sussurro. Imagino que esta cena seja o sonho


molhado de qualquer garota.

Beast gira ao redor para enfrentar Hella, tão rápido que


quase não percebo, empurrando seu peito e apontando para a
sala de estar. “Volta pra lá, porra.”

As sobrancelhas de Hella tremem antes que a atenção dele


caia sobre mim. A compreensão se instala em seus olhos
enquanto lentamente se agitam sobre meu corpo. Eu me encolho,
ficando vermelha.

“Ouch! Tudo bem, foda-se. Maldição. Quero dizer... eu


sabia que ela era quente, mas esse corpo? Você é meio
camuflada, não é mesmo, Meadow.”

“Vá-se foder.”

Deixo-os discutindo no escuro, e lentamente me


encaminho para o meu quarto, sentindo as paredes na minha
frente. Estou me guiando pelas paredes lisas do corredor,
The Devils Own #1 Amo Jones

quando um corpo se encosta às minhas costas. Fechando meus


olhos, eu prendo minha respiração.

“Veja, eu não posso simplesmente deixá-la ir para a cama


agora”, sua voz rosna na lateral do meu pescoço, indo direto
entre minhas pernas.

“Beast?” Sussurro com rouquidão.

“Shhh...” Suas mãos ásperas se fecham na minha cintura,


deslizando sobre minha pele lisa.

Meus músculos do abdômen ficam tensos sob seu toque.

“Relaxe, baby. Você quer isso?” ele sussurra na minha


orelha, seu hálito quente penetrando na minha pele.

“Quero qualquer coisa,” eu respondo, com os olhos rolando


para trás enquanto me deixo relaxar contra o comando dele.
Suas mãos correm para cima e sobre meus seios cheios. Sou
razoável no departamento de mamas, para o meu corpo de
qualquer maneira. Um assobio escapa de sua boca enquanto ele
empurra contra minhas costas, e meu peito bate contra a parede.
Empurrando seu corpo monstruoso contra minhas costas, ele
começa a colocar beijos suaves na parte de trás do meu pescoço,
descendo lentamente ao longo das minhas costas. E arrepios
surgem na minha pele, mandando ondas com calafrios para
envolver o meu corpo.

Ele estende o braço para seus calções e eu pergunto. “O


que você está fazendo?” com minha respiração pesada e espessa.

“Eu preciso que você relaxe. Você confia em mim?” Sua voz
envia um efeito calmante através de mim.

Acenando minha cabeça, eu sugo meu lábio para dentro


da minha boca. “Sim, sim, eu confio em você.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Ótimo. Coloque-os.” Ele empurra na minha orelha fones


de ouvido, mostrando que ele estava tirando seu iPod do bolso.
A tela ilumina tudo o que está na minha frente, as paredes
escuras, sombrias e vazias do meu corredor. A luz se apaga e a
guitarra eletrizante de Marilyn Manson em 'Sweet Dreams'
começa a tocar no meu ouvido.

Jesus, Marylin Manson é para me fazer relaxar? Ele não


poderia colocar um KC & JoJo ou algo assim? Então eu me
lembro quem é Beast e que não gosto de música lenta e
deprimente. Isso é bom.

A guitarra continua tocando nos meus ouvidos enquanto


ele encosta seu corpo contra o meu, me empurrando contra a
parede, a frieza da parede agitando meus mamilos. Suas mãos
descem até a borda da minha calcinha, ele a empurra para baixo
lentamente, as rendas passam pelos meus joelhos e uma
corrente de ar frio se arrasta sob minha pele, essa exposição
desconhecida me fazendo contorcer. A sensação é
surpreendentemente erótica. A escuridão da sala e o som da
música tocando nos meus ouvidos deixam três dos meus
sentidos em alerta. Cortar minha visão, ligar o som e explodir
meu senso por seu toque é uma combinação intoxicante. Meu
coração salta, o baque profundo vibrando o colar cruzado que
fica sobre meu peito. Ele se pressiona em mim novamente, seu
pau grosso empurrando contra as minhas costas. Jogando
minha cabeça para trás, um pequeno gemido escorrega em
minha boca. Envolvendo suas mãos na minha cintura, ele gira
meu corpo ao redor. Engolindo o feixe de luxúria que encheu
minha boca, a canção se repete quando ele traz seu rosto para
dentro do meu pescoço e sua língua bem polida escorrega até o
meu peito sem esforço, deixando para trás um rastro de saliva.
Seu corpo desce ao chão e meus olhos procuram examinar,
tentando focalizar minha visão em qualquer coisa, mas sem
The Devils Own #1 Amo Jones

sucesso. Sinto o cabelo dele no interior da minha coxa e minhas


bochechas ficam vermelhas, enquanto o calor se acumula entre
minhas pernas. As mãos dele correm sobre elas e eu sei o
momento exato em que ele passa por cima das minhas cicatrizes
porque sua mão para e ele puxa o iPod, iluminando a tela nas
minhas coxas. Eu tiro os fones dos ouvidos, com as mãos
balançando rapidamente para me cobrir, mas ele as interrompe
antes que eu possa me aproximar. “Meadow...” expira com a voz
sufocada. “Foda-se, baby, ele fez isso?”

Engolindo, eu assinto. “Toda vez, desde que eu tinha doze


anos.”

Sua cabeça cede, seus ombros caem enquanto ele dá um


soco no chão com o punho. “Eu lamento muito, querida.”

“Lamenta o quê? Você não tem o que lamentar.”

“Não, você está enganada, eu tenho.”

Apesar de eu não querer entrar nisso agora, pergunto: “Por


quê?”

“Cada uma dessas cicatrizes é um lembrete de quão tarde


eu cheguei até você”, explica. “Nunca mais vou falhar contigo.”
Suas palavras tocam profundamente em meu peito, torcendo
meu coração. Uma única lágrima cai no meu rosto e eu esfrego-
a, afastando-a instintivamente. Antes que eu possa perguntar o
que ele está fazendo, ele coloca os fones de volta em meus
ouvidos e a mesma língua de seda que deslizou no meu pescoço
é empurrada para cima contra o meu clitóris. Balançando a
cabeça para trás, eu bato na parede atrás de mim, trazendo
minha mão para a boca para silenciar meus gemidos. Sua língua
trabalha pacientemente, fazendo círculos em torno de minha
protuberância confortavelmente. Ele aplica pressão, pegando o
ritmo antes de trazer as mãos para cima das minhas coxas,
The Devils Own #1 Amo Jones

deixando um formigamento de sensações que atravessam o meu


sangue. Algo profundo puxa no meu estômago, um desejo de
mais, não sei o que, mas sei que eu quero mais do que ele está
fazendo. Lentamente, começo a montar minha buceta em sua
boca e sua língua desliza sobre o meu clitóris suavemente.
Puxando um dos fones de ouvido até que ele cai da minha orelha,
murmura. “Você está bem?”

“Sim”, eu sussurro rouca, trazendo minhas mãos para os


cabelos, puxando-os levemente. “Continue fazendo isso.” A frieza
que agora cobre meu clitóris é um vazio que eu não estou pronta
para sentir. Seu cabelo raspa sobre minhas coxas novamente
quando ele conduz sua língua para cima da minha fenda,
trazendo um único dedo entre minhas coxas onde ele penetra em
minha buceta. Prendo meu fôlego com a súbita invasão, mas
relaxo instantaneamente quando registro onde estou e como
estou me sentindo. Quando ele curva o dedo, outra sensação se
desencadeia, desta vez vinda de dentro de mim. Preciso de mais
disso, mais do que o dedo dele está me dando, preciso dele dentro
de mim e preciso agora.

“Beast”, choramingo. “Eu preciso de você dentro de mim.”

Ele para, com a cabeça desaparecendo entre as minhas


coxas. “É mesmo?” Rosna profundamente em meu ouvido.

Meu corpo salta de surpresa e eu o empurro no ombro.


“Não faça isso. Me assustou.”

Ele ri profundamente na curva do meu pescoço. “Você tem


certeza?”

“Sim”, eu sibilo. “Pare de ir devagar. Se eu não quisesse


que isso acontecesse e se não estivesse pronta, nunca teria
deixado você prosseguir. Confie em mim, estou pronta.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Silêncio preenche o ar. “Beas...” Minha pergunta é cortada


por suas mãos envolvendo a parte de trás das minhas coxas,
levantando-me do chão e me empurrando contra a parede.
Envolvo minhas pernas em sua cintura, com meus braços em
volta do seu pescoço. Procurando seus lábios com os meus, eu
passo sobre eles. “Beije-me”, murmuro contra seus lábios,
quentes e úmidos. Com o sabor doce da minha excitação.

Trazendo uma de suas mãos em volta do meu pescoço, ele


põe seus dedos em meu rosto me aproximando mais, trazendo
seus lábios aos meus. Quando eles se tocam, explosões
acontecem na minha cabeça, tudo o que construí explodiu em
todos os lugares e eu não posso conter o quanto eu o quero. A
sensação me domina. E começo a esfregar-me sobre o seu pau
que ainda está atrás de seus shorts.

Por que ele ainda está vestido?

Usando a parte de trás dos meus pés, eu os empurro para


baixo e ele ri dentro da minha boca, puxando meu lábio inferior
para ele e mordendo suavemente. Ele puxa para baixo a frente
dos seus shorts e esfrega seu pau na minha buceta.

“Isso é o que você queria?” Ele rosna em meu ouvido,


puxando para trás e mexendo no bolso antes de deslizar o
preservativo.

“Sim”, gemo. “Sim, isto é o que eu queria.” Em um


empurrão lento, ele se enterra bem fundo dentro de mim. Minhas
paredes se contraem, puxando-o para dentro mais fundo
enquanto um baixo gemido escapa de sua boca. “Foda-se.” Com
um punho encostado na parede e o outro braço enrolado na
minha cintura, carregando a maior parte do meu peso que não
está apoiado contra a parede com um braço, meu corpo se estica
lentamente, centímetro por centímetro absorvendo seu pênis. Ele
The Devils Own #1 Amo Jones

está totalmente suspenso e eu acho que não consigo aguentar


mais, então eu começo a empurrar sobre ele. Com sua outra
mão, ele desce até a frente do meu top, puxando-o sobre meus
seios inchados e lentamente cobrindo um com sua boca
molhada, fazendo círculos perfeitos ao redor do meu mamilo,
provocando incríveis ondas de prazer. Tirando a boca para dar
alguma atenção ao outro, eu mordo meu lábio inferior para parar
de gemer. Levando a mão dele de volta para minha outra coxa,
ele sai de mim e uma sucção bate no meu ponto G toda vez que
ele entra em mim. Minhas paredes internas ficam tensas ao redor
do seu pênis, conforme meu coração pulsa, preenchendo a
necessidade e disparando de luxúria.

“Beast”, eu gemo enquanto sua boca cobre a minha, e sua


língua sai e passa pela minha antes que ele a sugue em sua boca.
A sensação aumenta. Eu me transformo em uma bola de fogo
pronta para explodir neste exato momento. “Merda”, sussurro.
“Eu estou... estou...”

“É isso aí, baby, goze para mim”, rosna dentro da minha


boca antes que o seu ritmo acelere a todo vapor, enquanto ele
bate em mim com um desejo cru.

Cravando minhas unhas em seus ombros, eu alcanço cada


vez mais alto, e justamente quando penso que não consigo mais
subir, sua mão se estende entre nossos corpos suados e
gentilmente, porém de forma grosseira, ele esfrega meu clitóris
em movimentos circulares. Meu corpo explode e tudo se solta.
Explosões disparam atrás das minhas pálpebras enquanto
pequenas bolas coloridas saltam ao redor da minha visão e meu
corpo se sacode dos tremores secundários do que acabou de
acontecer.

Colocando-me em pé, ele pega o que parece ser o


preservativo do seu pau.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Puta merda”, declaro, puxando minha calcinha para


cima. O embaraço passa por mim. “Merda! Você acha que eles
ouviram?”

“Não”, ele responde.

“Como você pode ter certeza”, sussurro, entregando o iPod


dele.

“Porque Melissa está dormindo e Hella colocou o iPod dele


nos ouvidos.”

“Oh.”

Ele me puxa até ele, baixando seu rosto até meus lábios
antes de abrir minha boca com a dele, sua língua massageando
suavemente a minha antes de puxar para trás e analisar meus
olhos. “Você é incrível, porra. Meu anjinho sombrio. Vai dormir,
baby, temos coisa para resolver amanhã.”

“Ok. Boa noite.” Mesmo que seja quase de manhã.

“Boa noite, baby.” Ele mantém os olhos fixos nos meus,


então eu viro as costas para ele. Quando estou prestes a dar um
passo em direção ao meu quarto, sua mão envolve o meu pulso,
puxando-me para ele novamente.

“Preciso provar esses lábios mais uma vez”, rosna na parte


de trás do meu pescoço, com seu pau ainda duro contra a minha
bunda quando ele passa o polegar por meu lábio inferior.

Eu sorrio, virando no abraço dele antes dos seus lábios


caírem de volta nos meus suavemente. Então eu abro a boca dele
com minha língua e um gemido vibra nos meus lábios.

“Foda-se. Certo, durma um pouco, baby.”


The Devils Own #1 Amo Jones

“Noite, Beast”, sussurro, me virando mais uma vez e


abrindo a porta do meu quarto. Eu entro e me limpo rapidamente
antes de rastejar de volta para debaixo dos lençóis e fechar os
olhos.

Fiz sexo e foi prazeroso.

Talvez exista um Deus?

Apenas talvez Ele não quisesse me salvar.


The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE E QUATRO

O sol brilhando queima através da minha janela e meus


olhos ardem enquanto eu tento mantê-los fechados.

Depois de outra tentativa fracassada de cair no sono, eu


puxo as cobertas e balanço as pernas para fora da cama para
fechar as cortinas. Olhando para baixo na cama, eu vejo que
Melissa não está lá.

“O quê?”

Olhando ao redor para o meu despertador que está ao lado


da minha televisão no lado oposto da minha cama, eu vejo que é
uma da tarde “Puta merda!” Correndo para o meu armário, eu
procuro meu robe de seda branco curto, amarro em volta da
minha cintura e passo pelo corredor iluminado, passando no
local agora memorável com um sorriso. Quando entro na sala de
estar, vejo Beast, Hella, e Melissa lá. Melissa está sentada no
chão, com as costas contra o sofá, e uma toalha enrolada em seu
cabelo como se fosse um turbante enquanto está comendo
salsichas, bacon e ovos mexidos.

Sorrio. “Oi pessoal. Eu não queria ter dormido tanto.”

Melissa balança a cabeça, limpando as mãos em um


guardanapo. “Tudo bem. Eu me levantei e fiz isso! Há um monte
lá. Eu fiz o suficiente para alimentar estes dois também.”

“Sério?” Pergunto com as sobrancelhas erguidas, sorrindo


com um choque simulado.

“Sim, eles já comeram. Eu preciso ir e entregar as chaves


para o novo gerente que contratei. Talvez pudéssemos ir fazer
isso quando você estiver pronta?” Pergunta, inclinando a cabeça.
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu concordo. “Certo. Só preciso comer.”

“Seu apetite aumentou esta manhã, não é?” Hella sorri, me


dando uma piscadela. Melissa olha entre Hella e eu. E meus
olhos estreitam sobre ele, e Melissa olha para Beast, que está
balançando a cabeça.

“Meu Deus! Você dormiu com ele!” Grita Melissa. Ela não
tem filtro e não dá a mínima para o que sai de sua boca. Eu a
amo por isso, mas não agora.

“Eu dormi com você na noite passada”, respondo,


inclinando a cabeça e fazendo-a calar a boca.

“Eu gosto disso também, baby”, Hella retruca com um


sorriso.

Beast levanta a mão e lhe dá um tapa na cabeça. “Talvez


queira ter cuidado com essa boca, irmão.”

Hella pisca. “Desculpa.”

Melissa empurra seu prato para Hella, que o pega


naturalmente. Um pouco natural demais, eu esperaria que Hella
o empurrasse de volta para ela, ou o jogasse em sua cabeça.

“Eu, você. Cozinha. Agora.” Ela caminha até mim, me


puxando para a cozinha pelo braço.

Quando chegamos, ela verifica se os caras não estão nos


seguindo antes de me apontar no peito com um sorriso. “Você
fez! E como foi?”

“O quê? Como foi o quê?” Sussurro severamente.

“Você sabe? Sua primeira vez!”


The Devils Own #1 Amo Jones

Dor passa através do meu peito e meus ombros se curvam.


“Essa não foi minha primeira vez.”

Ela inclina sua cabeça, estreitando os olhos confusa. “Eu


poderia jurar...”

Balanço minha cabeça. “Não. Foi a minha primeira vez...


de certa forma, acho. Mas é complicado e eu não quero falar
sobre isso agora.”

Ela acena. “Certo. Então, como foi?”

“Como foi?” Eu pergunto confusa.

“Sim, você sabe. Como ele é?” Ela corre os olhos para a
sala de estar, examinando Beast de cima a baixo.

“Sim, ele é bom... e você só se preocupa com Hella, ok.”

Ela revira os olhos. “Sim, certo.” Antes de voltar para a sala


para terminar seu café da manhã. Suspirando, eu vou até o
fogão, pegando um prato começo a me servir. Normalmente, opto
por comida saudável, mas neste momento estou faminta.

“Ei”, Beast resmunga da porta. Eu espreito para ele


enquanto empurro meus bolinhos ingleses na torradeira.

“Ei, como você está?” Pergunto, tirando a manteiga da


geladeira.

Afastando-se da porta, ele se dirige até mim. “Ótimo.


Você?” Ele me puxa para ele, tirando-me do chão e beijando meu
ombro.

“Beast! Estou com fome.” Sorrio, inclinando minha cabeça


para dar-lhe acesso ao meu pescoço.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele me coloca no chão e me dá um tapa na bunda. “Tudo


bem. Coma. Depois precisamos conversar.” Ele fala antes de
voltar para a sala. Alguns minutos depois, eu o sigo e me sento
na mesa de café, pego o controle remoto e ligo a televisão no canal
de Investigação Criminal, onde estão investigando um triplo
homicídio, com imagens reais do crime e tudo mais.

“Meadow, eu ainda não sei como você pode assistir a esse


canal, muito menos assistir enquanto você come”, geme Melissa
do sofá.

“É real, Melissa. Está acontecendo em todos os lugares.”

“Sim, mas eu não quero assistir.”

Dou uma mordida na minha salsicha antes de olhar para


Beast. “Do que você queria falar?”

Contornando a mesa, ele se senta ao meu lado, apoiado


em um cotovelo. Hella joga seu boné para trás e olha para
Melissa desconfortavelmente. Empurrando um pedaço de muffin
na minha boca, eu pergunto novamente, “O que foi?” enquanto
examino os dois.

“Nós precisamos voltar para Vegas hoje. Temos outras


coisas que precisamos resolver. Acontece que aquela explosão foi
uma retaliação de um motoqueiro que Blake deu uma surra há
alguns anos atrás por causa de Phoebe.” Eu deixo cair o meu
muffin no prato, limpando as mãos com o guardanapo.

“Ok, está tudo bem. Eu entendi. Motoqueiro e tal...”,


respondo, balançando as mãos ao redor. Ignorando o fato de que
cada parte do meu corpo já está doendo só de pensar nele.

Beast pigarreia. “Sim, bem, mas não é só isso que eu quero


dizer. Nós vamos precisar que vocês venham com a gente.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu paro de mastigar, engolindo rapidamente o grande


pedaço de salsicha.

“Espere. Ambas? O quê? Não. Eu não posso!” Melissa grita,


saltando do sofá. “Não só porque eu tenho uma vida e um negócio
para gerir, mas odeio esse cara, porra!” Ela aponta para Hella.

Oh, meu Deus. Eu limpo as mãos no guardanapo, olhando


preocupada para Beast.

“É mesmo?” Ele pergunta de pé se aproximando de Melissa


com a mandíbula cerrada, fazendo com que o corpo dela fique
inchado de raiva. “Bem, adivinha, Princesa?” Ele debruça, se
curvando para a orelha dela. “Eu te odeio também”, e sussurra
alto.

“Oh, foda-se. Tudo bem.” Beast se levanta enquanto


Melissa empurra Hella no ombro antes de correr a pleno vapor
para a porta da frente em toda a sua glória com turbante no
cabelo.

Empurrando minha comida para longe, com um apetite


agora perdido, eu decido me posicionar.

“Certo. Qual é a porra do negócio entre vocês dois? Eu


sinto como se estivesse assistindo a versão ao vivo de Eminem e
Kim Mathers.”

Hella sorri, encolhendo os ombros. “Foda-se se eu sei.”

“Você dormiu com ela?” Pergunta Beast, enfiando as mãos


nos bolsos de seu jeans.

“É claro que sim.”

Hella bufa. “Eu acho que sim. Eu não sei, mas não fodi
mais ninguém desde aquela fogueira.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Só se passaram três dias”, falo chateada.

“Sim, isso é muito tempo para ele”, resmunga Beast ao


meu lado. “E quanto a você?” ele acrescenta, me observando.

“Eu? Indo para Vegas? Eu não estive lá desde... Bem... não


voltei lá há muito tempo, só não sei.” Minha voz suaviza. “Eu não
quero te causar dores de cabeça, no entanto, sei o quanto isso
deve ser sério. Quanto tempo você está pensando?”

Beast caminha, empurrando o cabelo para longe do meu


rosto e os aconchegando atrás da minha orelha. “Eu sou dono
daquela cidade, baby. E coloquei os seus demônios para dormir
quando quebrei o pescoço dele. Você sempre estará à salvo
comigo.”

“Pode ter enviado o demônio para o inferno, Beast. Mas eu


vivi com as memórias por toda a minha vida.” Envolvendo as
mãos em minha cintura, forço um sorriso para ele. Ele puxa os
braços e me abraça, envolvendo-os em torno de sua cintura e
beijando-me na cabeça. Descanso minha cabeça em seu peito,
ouvindo seu batimento cardíaco.

“Eu sei, baby, eu sei. Você confia em mim?”

“Você sabe que eu confio em você, Beast.”

Ele me beija na cabeça novamente, resmungando no meu


cabelo, “Três semanas? Dê-me três semanas para arrumar esta
merda.”

Suspirando, eu olho em seus olhos escuros. “Ok. Deixe-


me resolver as coisas no trabalho. E eu vou te dar duas
semanas... e não três.” Ele concorda, deixando-me ir.

Hella geme, se jogando no sofá.


The Devils Own #1 Amo Jones

“Por que não posso escolher as meninas inteligentes como


Meadow? As que sabem o que é bom para elas. Sempre atraio
esses tipos psicóticos, espertinhos sem papas na língua,
teimosas e cadelas.”

Balanço a cabeça da sua observação sobre as mulheres,


enquanto eu ando até a cozinha para pegar meu telefone e ligar
para as meninas no trabalho antes de resolver isso com Melissa.
Eu preciso convencê-la a vir de alguma forma, ela não está
segura aqui. Todo mundo já percebeu como Hella é com ela. Sem
dúvida, esse tipo de notícia viaja rápido na comunidade MC
fazendo dela um possível alvo.

Depois de desligar meu telefone e ter resolvido meu


trabalho, ligo para Melissa. Ela, com certeza, deu trabalho, mas
só precisei colocar as coisas em perspectiva. Ela não é burra,
Phoebe e ela têm sido melhores amigas desde que eram
pequenas. Ela sabe o que vem com a vida no clube.

Eu volto para a sala e informo. “Vou fazer minha mala e a


de Melissa e eu vou levar meu carro. Por mais que adoraria estar
na parte de trás de sua moto por cinco horas, Melissa me
mataria.”

Hella me encara e pergunta. “Ela está vindo?”

Assinto para ele. “Sim. Ela só precisava que explicassem


para ela o que isso significa. Ela sabe, tem convivido no clube
desde que era uma menina, Hella.”

Ele acena com a cabeça. “Obrigado.”

Eu inclino minha cabeça. “Por que você se importa? Com


ela, eu quero dizer?”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele encolhe os ombros flexionando a mandíbula. “Não me


importo com ela. E posso ser um idiota, mas eu não quero que
ela se machuque por minha causa.”

“Você está errado sobre uma coisa.”

“Oh?” Ele questiona, balançando o braço por cima da


borda do sofá. “E o que seria isso?”

“Você não é um idiota, você é pior.” Vou para o meu quarto


arrumar as malas.

Esta vai ser uma longa viagem.


The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE E CINCO

Quando entramos numa fazenda particular que se estende


por uma longa estrada de cascalho, eu cutuco Melissa, que está
dormindo profundamente ao meu lado. “Acorde, acho que
chegamos.” Nós seguimos Hella pela estrada acidentada e eu
olho para trás no meu espelho retrovisor para ver Beast em sua
moto com a máscara de caveira cobrindo sua boca. Minhas
bochechas estão coradas, não sei por que, mas essa máscara me
excita só com Beast. Hella usa uma idêntica e não me faz sentir
o mesmo. Melissa boceja ao meu lado, esticando bem os braços
enquanto eu flexiono meu pescoço.

“Merda. O que estamos fazendo”, ela murmura, colocando


uma pastilha de menta na boca.

Pegando uma dela, eu não olho mais para o espelho


retrovisor. “Eu não sei. Nós ficaremos juntas, no entanto. Beast
disse que há uma casa onde podemos ficar.”

“Tudo bem. Isto vai ser interessante.”

Levo meu carro para fora de um enorme prédio que foi


construído em um celeiro restaurado. É tudo preto com o
logotipo do MC estampado na parte superior. E logo atrás, há
uma garagem igualmente grande, que mais uma vez está
marcada com o logotipo deles em frente. O receio do
desconhecido começa a crescer no meu interior enquanto engulo
internamente o desconforto que está prestes a se instalar dentro
de mim. Agarrando a porta do meu sedan branco Audi A3 Sports
2014, saio do carro enfiando meu telefone no bolso do meu jeans
skinny e fechando meu moletom antes de trancar a porta atrás
de mim, com o cascalho esmagando embaixo do meus tênis
The Devils Own #1 Amo Jones

branco. Beast anda até mim, pegando minha mão na dele e


puxando sua máscara para baixo até ficar em volta de seu
pescoço. “Você está bem?” Pergunta, plantando seus lábios
macios nos meus.

Agora estou. “Sim, nós duas estamos bem.” Eu olho para


Melissa, que está tirando o telefone e a mala do carro, com a
bunda no ar, curvada.

“Melissa”, sussurro alto. “Puxe seu short para baixo.”

Ela me olha com os cotovelos descansando no banco do


passageiro. E um sorriso vem nos lábios dela. “Ei, eu disse que
viria, não que me comportaria.”

“Jesus...” Murmuro, sacudindo minha cabeça. “Já vou


pedir desculpas por seu comportamento”, murmuro à Beast, que
ri baixinho.

Hella vem por trás de Beast sorrindo. “Pedir desculpas pelo


quê?” Ele olha entre nós antes de prender os olhos no glorioso
traseiro de Melissa. “Que diabos você está fazendo, Melissa?” Ele
contorna o carro quando ela se endireita com a bolsa na mão.

“Hella, deixe-me em paz. Eu e você nem nos conhecemos.”

“Tem certeza disso?” ele pergunta, estreitando os olhos e


olhando para ela com uma intensidade estridente que grita ódio.

“Round 10... Luta”, eu imito na melhor voz de locutor que


eu consigo. Beast gargalha, enrolando seus longos dedos nos
meus. “Vamos lá, vou mostrar o complexo a vocês garotas. Hella!
Eu te encontro no bar.”

Nós dois nos detemos, vendo o épico confronto entre


Melissa e Hella. Ambos são tão teimosos quanto uma mula e
jogam sujo. Suspirando, eu ando até Melissa. “Vamos lá,
The Devils Own #1 Amo Jones

briguenta. Venha.” Oferecendo um pequeno sorriso para Hella


antes de arrastá-la. “Jesus”, resmungo com ela enquanto
caminhamos de volta para Beast. “Você vai me dizer o que diabos
está rolando hoje à noite.”

“Prontas?” Pergunta sorridente. Por que ele tem que ser


tão bonito? Imagens da noite passada cintilam na minha cabeça
e meu rosto ruboriza.

“Pronta!” Diz Melissa passando o cabelo por cima do


ombro.

Eu aceno com a cabeça e sorrio. “Claro, pronta quando


você estiver.”

Beast

Subindo os degraus da varanda da nossa casa ao leste do


complexo, abro a porta da frente e saio para as garotas entrarem
e se familiarizarem com tudo. Meadow entra primeiro e meus
olhos a seguem, aqueles jeans justos se envolvendo
perfeitamente em sua pequena bunda de pêssego. Sorrindo, eu
os trago de volta para Melissa e ela sorri, acompanhando meu
olhar.

“Sabe, se você machucá-la, eu vou te caçar e queimar a


pele de suas bolas”, diz tranquila e casualmente, olhando para
mim, com um sorriso inocente em sua boca.

Estreitando meus olhos, eu fecho a porta. “Você é um


pouco louca. Você e Hella vão se matar mutuamente.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela ri, caminhando em direção às escadas que levam aos


quartos. “Talvez. Mas se eu conseguir arrastá-lo para o inferno
comigo, vou morrer uma mulher feliz.”

“Jesus, que diabos ele fez com você?” Pergunto,


contornando seu corpo enquanto procuro por Meadow.

O rosto dela enruga, e uma tristeza aparece, só por um


breve segundo, porque antes que eu perceba, aquele pequeno
sorriso psicopata está de volta em seu rosto.

“Não importa. Meadow?” ela grita, me deixando de pé no


corredor, atônito. Ele poderia ter feito uma série de coisas, Hella
não tem emoções quando se trata de outras pessoas, assim como
eu. Nós dois nos importamos com uma quantidade muito
pequena de pessoas. Mas acho que nunca vou parar de me
preocupar com Meadow, acho que essa foi a maneira que o
universo achou para que eu resolvesse minhas coisas com ela.
Ou talvez eu devesse tê-la trazido para Vegas anos atrás. Quem
sabe?

Entro na cozinha, abrindo uma das geladeiras para vê-la


cheia de comida, vinho e todo tipo de mercearia. Eu tinha ligado
para Bethy antes de sairmos de Westbeach, pedindo para ela
fazer compras, que eu lhe daria o dinheiro quando retornasse,
mas ela exagerou como sempre faz. Bethy fica afastada do clube
hoje em dia, mas abre uma exceção de vez em quando.

As garotas estão no corredor, Meadow com suas mãos nos


bolsos de trás. “Tudo desempacotado. Aqui é tranquilo, eu
realmente não sei o que estava esperando.” Ela ri, olhando em
volta.

“Provavelmente algo parecido com o clube”, respondo,


tirando uma cerveja da geladeira. “Bethy estocou os armários e
a geladeira. Eu tenho que ir e arrumar algumas coisas lá na sede.
The Devils Own #1 Amo Jones

Não é tão longe, cerca de trinta minutos a pé. A propriedade


inteira é totalmente cercada e muito bem vigiada. Aqui você está
segura.” Eu ando até Meadow e puxo-a para um abraço,
afastando seu cabelo do rosto. “Não vou demorar.” Solto-a e viro
as costas rumo à porta.

“Beast?” ela pergunta e paro no meio do caminho.

“Sim?”

“Isto... o que está acontecendo? Você pode me contar sobre


isso hoje à noite?”

Concordo e sorrio. “Sim, baby, eu te digo tudo que você


quiser saber,” digo antes de sair pela porta e subir na minha
moto.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO VINTE E SEIS

“Então, espere um minuto...” Ripper joga as mãos para


cima, encostado em sua cadeira. “Eu ainda não entendo porque
eles não vieram aqui e iniciaram essa merda?”

Pegando o baseado do Flicker, eu aceno com a cabeça.


“Sim, eu sei. É por isso que nós precisamos lidar com eles de
uma vez por todas. Nós também temos o acordo com os russos.
A filha do Preacher é a Queen A, do Satan's Vixens MC. Ele ainda
não me ligou, mas quando ligar, precisamos estar preparados
para suas exigências. Não há como eles pegarem Nevada.”

“Já ouvi falar dessas putas malucas. Ouvi dizer que elas
também têm umas bucetas quentes.” Ripper sorri.

Levanto as sobrancelhas e me inclino na cadeira. “Sim?


Bem, considere-se recrutado. Elas podem ser seu pequeno
trabalho paralelo quando o Preacher ligar.”

“Foda-se, sim. Eu posso lidar com uma vadia louca.”

Sacudindo a cabeça, todos nós rimos antes que Sugar


acenda seu cigarro na mesa. “Jada estará aqui em breve, ela quer
conhecer Meadow.”

“Claro que ela quer”, respondo enfadonho. “Eu tenho um


plano. Eu não sei por que eles não vieram atrás de nós, mas
planejo ir atrás deles. Essa merda acaba neste fim de semana.”

Estou farto de jogar esse jogo de gato e rato com eles, agora
tenho a Meadow e destruirei qualquer um que se aproxime de
nós, inclusive o Exército. Eles me construíram, eu era o bem
mais forte e mais valioso deles e estou prestes a explodir todo
seu território por minha garota.
The Devils Own #1 Amo Jones

Meadow

Caminhando pela sala, eu me sento no sofá ao lado de


Melissa, que está assistindo a algum reality show. Este lugar é
bom, muito melhor do que eu imaginava. Não estereotipei nem
nada, mas quando alguém diz que você vai ficar em uma casa na
propriedade do clube, você desenha uma imagem diferente em
sua cabeça.

“Ei. Como está se sentindo?” Pergunto, puxando minhas


pernas debaixo de mim. É quase noite agora e Beast ainda não
voltou. Acho que ele tem muito a discutir com os outros caras.

“Estou me sentindo bem.”

“Você vai me dizer o que aconteceu entre você e Hella?”

Limpando a garganta, ela se move em seu assento com


desconforto. “Não é realmente nada específico. Ele apenas age da
maneira errada quando o sexo não está envolvido. Sim, nós
transamos. Um sexo bêbado, desleixado, cru, só sexo. Foi na
noite da fogueira e nós dois estávamos bêbados. Realmente não
me lembro, nem mesmo como começou, tudo que eu lembro é
que estava indo para casa e ele me empurrou contra a parede de
fora do clube. Então me deixou no chão, enfiou o pau nas suas
calças e voltou para a festa como se eu fosse uma prostituta do
clube. No dia seguinte ele veio até a confeitaria e nem sequer se
lembrou de quem eu era. Desde então, eu o odeio. Acho que ele
nem se lembra.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Espere”, digo sorrindo antes de prosseguir. “Desculpe,


não estou rindo de você, mas Melissa, não pode culpar o cara.
Você não era, obviamente, uma old lady se ele estava te fodendo
contra uma parede. Então, na hora, provavelmente pensou que
fosse uma prostituta. Se ele estava mesmo pensando. Acho que
ele não se lembra, no entanto.”

Ela balança a cabeça “Não importa, eu ainda o odeio. Esta


noite vou dormir mais cedo. Talvez possamos causar algum
estrago amanhã?” Ela sorri, levantando-se do sofá.

“Sim, talvez possamos.”

Depois dela subir as escadas, pego o controle remoto e


mudo o canal para o de Investigação, puxando o cobertor para
cima de mim e deitando no sofá, com a suave lã macia me
enviando para uma espiral de sono profundo.

Uma rajada de frio desliza sobre minhas pernas e eu me


sento instantaneamente, olhando ao redor da sala encontro
Beast me pegando do sofá, a brisa vindo do cobertor que caiu.

“Ei,” eu sorrio preguiçosamente para ele, tentando manter


meus olhos abertos, mas lutando contra o sono.

Trazendo seu rosto até o meu, ele passa seus lábios por
minha bochecha, deixando o macio e quente rolo de conforto no
fundo da minha barriga.

“Ei, baby. Desculpe, eu demorei.” Prossegue sua


caminhada subindo as escadas, me levantando como se eu não
pesasse nada.
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu enrolo minhas mãos em seu pescoço espesso. “Está


tudo bem. Eu devo ter me cansado. Nunca adormeço assim.”

Ele empurra a porta do meu quarto, entra e a fecha antes


de me colocar no chão de novo. “Você vai ficar?” Pergunto,
prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo bagunçado e
tirando meu short de dormir da minha bolsa.

Ele remove seu colete de MC, colocando-o em uma das


mesas de cabeceira. “Sim, pode ser?”

“É claro. Dê-me um minuto.”

“Meadow?” Murmura ele, com um sorriso puxando seus


lábios.

“Mmm?” Pergunto, inclinando minha cabeça para ele.

“Eu coloquei minha boca nessa buceta doce, querida. Acho


que posso lidar com você se trocando na minha frente.”

“Certo”, resmungo, mexendo com o short de seda curto


que tenho na mão. Deslizando meus polegares por baixo do
jeans, abro o botão e lentamente tiro o meu jeans, evitando seus
olhos.

Uma vez no chão, pego meu short de seda, alcanço atrás


das costas e desaperto meu sutiã e vou para a cama. Eu deveria
tomar um banho, mas estou muito cansada.

Noto que ele não se mexeu quando estou me


aconchegando nos cobertores. Examinando seus olhos, ele passa
a língua sobre o lábio inferior antes de tirar a camisa preta,
ficando somente de jeans e com seu impressionante abdômen à
mostra.
The Devils Own #1 Amo Jones

Antes que eu perceba o que estou fazendo, suspiro


escondida nos cobertores e ele ri, jogando a cabeça para trás
enquanto desabotoa a fivela do cinto.

Afasto os cobertores da minha boca e me inclino para cima


no meu cotovelo. “O que aconteceu?”

Ele inclina a cabeça e levanta as sobrancelhas. “O quê?


Minha cicatriz?”

Eu aceno com a cabeça enquanto ele apaga o abajur e


desliza por baixo das cobertas comigo. “Esta é uma longa
história, mas sei que você está pronta para ela.”

Minhas palmas das mãos estão suadas, meu estômago dói


e minha cabeça está latejando. “O que você quer dizer? Oh, Deus,
isso é horrível. Achei que coisas assim só aconteciam no cinema,”
respondo, passando as palmas das mãos suadas pela minha
testa. Vou precisar daquele chuveiro. Depois de ouvir sua
história, me sinto terrivelmente doente pelo que passou e meu
coração foi partido em dois.

“Não é só no cinema, Meadow. E se não tivesse sido você,


ninguém me quereria debaixo da cama.”

“Por que eu?” Peço suavemente. “Por que eu sou


diferente?”

Seu rosto se volta para o meu, com a sombra da luz da lua


sobre sua forte mandíbula e lábios carnudos. “Você realmente
vai me perguntar isso como se não soubesse?”

Engulo e balanço a cabeça. “Acho que sim. Eu só, estou


tão confusa sobre nós. O que é isso? O que nós estamos fazendo?
The Devils Own #1 Amo Jones

E porque eu não tive um voto na decisão”, zombo, levando meus


olhos para o teto.

“Será que isso importa? O que importa é que isto parece


certo. Deus, eu nunca senti isso por nenhuma mulher antes, e
já houve algumas.”

“Não. Você vai ter que parar. Eu entendo que você tem um
passado, mas não quero ouvir ou ver, se está tudo bem para
você.”

“Uma dessas vai ser um pouco complicada”, responde.

Volto meus olhos de volta para ele e bufo. “Qual delas,


Beast?”

“Um par de garotas que andam por aqui.”

Sorrio, me virando de lado para enfrentá-lo. “Beast, eu não


me importo com as prostitutas do clube.”

Ele ri. “Bem, ela não é exatamente uma prostituta do


clube. Ela gerencia as prostitutas e administra nossos bares na
cidade. Posso lidar com ela.”

“Beast?” Sussurro, levando meu dedo até sua cicatriz, sob


sua orelha. “Eu não preciso de você para lidar com as meninas
do clube por mim, ok? Basta manter todas as outras longe, posso
lidar com uma prostituta.”

Ele ri, puxando meu corpo contra o dele. “Tudo certo baby,
eu só preciso que você saiba que estou aqui quando precisar de
mim.”

“Portanto, este Exército não tem nenhuma ligação com o


exército de verdade?”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele balança a cabeça. “Não, nenhuma. É apenas o nome


da operação que eles executam. Embora, seja administrado pelo
governo, mas em modo sigiloso. Ninguém sabe sobre isso.”

Fecho os olhos e abro novamente, passando o dedo sobre


seu peito. “E este soro? Ele limpa suas memórias? Como é que
as pessoas nunca ouviram falar sobre isso?”

Ele limpa a garganta e começa: “Bem, as pessoas certas


sabem sobre a operação, civis não. Foi criado por uma cientista
chamada Carrisa Kurnikiva, embora ninguém a conheça. Ela
então elaborou uma combinação de duas grandes drogas e um
anestésico muito forte. Depois de uma missão, eles a injetavam
em nós imediatamente... ou quando achavam necessário,
apagando assim toda a nossa memória do que havia acontecido.
Eu não sei por quê. A maioria de nós não iria falar, mas eles não
podiam correr o risco, ninguém poderia saber o que estava
acontecendo. Ainda não recuperei todas as minhas memórias.
Hella começou a ter flashes na primeira semana que nós
escapamos.”

“Por quê? E por que você não?” Pergunto, envolvida em sua


história.

Ele dá de ombros. “Não sei. Eu tive um ou dois flashes


desde que saí, mas eram apenas pedaços. Talvez seja porque eu
seja mais velho que Hella, quem sabe. Tudo o que sei é que
minha escolha de arma para a maioria dos assassinatos
aparentemente era o meu punho.”

“Seu punho?” Pergunto com as sobrancelhas levantadas.

“Sim, eu matava as pessoas com minhas próprias mãos.


Era um escravo da adrenalina que conseguia após matar alguém
com as minhas próprias mãos. De qualquer forma, de acordo
com os flashbacks de Hella, ele diz que conhecemos esta cientista
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também. Eu gostaria de conhecê-la. Então poderia colocar uma


bala entre seus olhos.”

A realidade do que ele acabou de dizer não me assusta nem


me surpreende. Eu o observei com Donald, estou plenamente
consciente do que é capaz. Será que ele me machucaria? Não.
Não há uma sombra de dúvida na minha resposta a isso.

Eu sorrio sem jeito. “Você quer dizer, machucá-la com o


seu punho? Não pode fazer isso, Beast. Você não sabe por que
ela fez o que fez,” respondo, puxando meu cabelo para um coque
bagunçado no topo da minha cabeça.

Seu corpo estremece. “Eu não me importo, baby. Todos


nós temos uma escolha.”

Eu balanço minha cabeça. “É aí que você se engana.


Algumas pessoas não conseguem trilhar seu próprio caminho na
vida. Às vezes, seu caminho é forçado e já foi traçado para eles.”

“O que quer dizer, baby.”

“Quero dizer, ela pode não ter tido uma escolha. Apenas
prometa que você vai ouvi-la se isso acontecer.”

Um baixo grunhido lhe escapa. “Certo. O que você


escolheria, se você tivesse que escolher uma arma?” Pergunta,
me puxando para mais perto, com seu hálito quente batendo no
meu cabelo.

“Amor?” Pergunto, rindo. “Não, tudo bem. Um... bem... Eu


treino arco e flecha desde que me mudei para Nova York, então
eu diria que um arco e flecha.”

“Sério?” Pergunta, com o luar iluminando sua expressão


chocada.
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“Oh, pare. Eu sabia que você me salvar foi um


acontecimento único na vida, Beast. Eu não quero ser a donzela
em perigo. Quero defender-me. Não preciso de um príncipe
encantado para me salvar. Sei ser encantadora.” Sorrio para ele.

Sacudindo a cabeça, ele solta um suspiro. “Você me


surpreende, sabe disso?”

“De uma forma boa ou ruim?”

“Boa... mas é ruim para mim.” Ele sorri, rolando seu corpo
pesado sobre o meu e moendo seus quadris em mim com um
movimento circular lento.

Eu sorrio de volta, bem quando a pele macia de sua boca


toca a minha. “Oh? Acho que posso trabalhar com isso.”

“O quê? Como uma donzela nas ruas, mas o meu pequeno


brinquedinho de foda nos lençóis?”

Solto uma risada abafada em seu peito sobre meus lábios.


“Eu posso ficar com você por um tempo”, respondo, sorrindo.

“Sim?” Pergunta, com sua voz vibrando contra a curva do


meu pescoço. “Eu não vou protestar contra isso.” Ele ri, trazendo
seus lábios para os meus antes de puxar meu lábio inferior em
sua boca.

Passo os dedos atrás do seu pescoço e puxo seu rosto mais


para o meu, intensificando o beijo. Sua língua desliza
ritmicamente sobre a minha, o movimento me lembra de sua
ação entre as minhas coxas. Seus quadris empurram mais
profundamente em mim, me esfregando brutalmente bem
naquele local, fazendo-me combinar com seus movimentos e
encontrá-lo no meio do caminho. Eu coloco minhas pernas ao
redor de sua cintura antes de suas mãos calejadas deslizarem
sobre o meu abdômen plano indo até o meu sutiã. Minha mente
The Devils Own #1 Amo Jones

volta para suas palavras anteriores, ‘Acabar com as pessoas com


minhas próprias mãos’. Meu corpo instintivamente responde,
minhas costas arqueando contra ele. Existe um senso de poder
sobre mim, poder que vem com o conhecimento de que este
homem poderia ter qualquer uma, mas ele me escolheu.
Agarrando em seus ombros, eu o empurro, seu corpo rolando de
costas com uma risada escapando de seus lábios. Ele se agarra
na parte de trás das minhas coxas, jogando-as sobre ele, então
estou montada em sua cintura.

“Posso tentar uma coisa?” Eu pergunto, mordendo meu


lábio inferior.

Um sorriso cheio de dentes brancos vem à minha frente e


minha buceta se contrai em aprovação.

“Posso amarrar você?” Sussurro timidamente.

Ele ri, o choque é evidente em sua voz. “Você quer fazer


isso?”

Assinto e sorrio com meu rosto vermelho brilhante. Ainda


bem que ele não pode me ver no escuro do quarto. “Sim, sim, eu
quero.”

“Bem... Isso seria a primeira vez.”

“Espero que sim.” Falo, saindo de cima dele e ficando de


pé. Ao examinar o quarto, olho para a minha bolsa e vejo meu
robe de seda dobrado lá dentro. Tirando-o, me viro para encarar
Beast, apoiado em seus cotovelos, a luz da lua mais uma vez
mostrando todos os seus músculos definidos. As probabilidades
estão definitivamente a meu favor neste momento.

Puxando a faixa do robe, eu a estendo para Beast, que tem


um sorriso sexy espalhado por seu rosto. Ele morde o lábio
inferior antes de empurrar a cabeça em direção a si mesmo,
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sinalizando para que eu vá até ele. Jogo minha cabeça para trás
com uma risada leve. “Calma, tigre, eu preciso de uma tesoura”,
respondo, andando pelo cômodo até o console de TV que tem
uma pequena gaveta embutida nela. Deslizando-a, encontro uma
pequena tesoura prateada e com um rápido corte, corto a faixa
ao meio, coloco a tesoura de volta na gaveta. Deslizo-a fechando-
a e volto para a cama. Estou quase lá quando Beast envolve seu
braço na parte de trás das minhas coxas, me puxando até ele, de
modo que eu o estou abraçando em um ataque de riso.

“Beast!” Eu sorrio, trazendo meu rosto para baixo e,


lentamente, corro meus lábios nos dele. “Acho que eu nunca te
agradeci pelo que você fez por mim.” Murmuro rouca contra seus
lábios.

Ele sorri. “Você não tem que me agradecer, baby. Pode me


agradecer amarrando-me”, responde, com um sorriso gentil.

Eu sorrio, empurrando seu peito para ele se sentar.

Balançando as duas tiras do robe na minha frente. “Seu


desejo é uma ordem.”

Eu agarro seu pulso esquerdo e enrolo a faixa em torno


dele em um simples nó francês, antes de ir para o outro pulso.
Ele ri, olhando para mim. “Errr, eu deveria perguntar como você
sabe dar um nó como esse?”

Eu sorrio, continuando o nó. “Tive aulas de autodefesa


quando eu era mais jovem. Uma das coisas que aprendi foi como
desatar diferentes estilos de nós.”

Seus ombros caem. “Relaxe. Não é nenhum BDSM


estranho...” Inclino minha cabeça. “Talvez, um pouquinho com
você.”
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Terminando o nó, eu corro minhas mãos para cima e puxo.


“Não, isso deve funcionar.”

Ele ri. “Mmm... forte. Teremos que ver se isso realmente


funciona?”

Deitando meu corpo para o seu, meus mamilos passam em


seu peito nu, lembrando-me que eles querem sair e brincar.
Agarrando o final da minha camisa, eu a puxo, deixando-a cair
no chão abaixo de nós.

Seus olhos deslizam lentamente ao longo do meu corpo,


sua língua saindo e deslizando sobre seu lábio inferior. “Porra,
você é linda!” Ele rosna com seus olhos brilhando.

Eu passo as mãos por minhas pernas. “Obrigada. Você é


muito bonito também.”

“Não, é sério, você precisa se sentar no meu rosto. Agora.”

Eu balanço a cabeça, apesar da minha buceta estar


latejando com suas palavras. “Estou no comando, lembra?”

Um rugido profundo desliza de sua boca antes que ele


puxe suas amarras. “Ei! Jogue limpo.” Percorro minhas mãos
sobre seu peito definido, até os shorts de basquete e deslizo para
baixo por suas coxas, alcançando o que eu mais quero.

Colocando os dedos debaixo de seu short, seus quadris se


levantam me dando passagem para puxá-los para fora. Uma vez
que seus shorts atingem seus tornozelos, eu corro meus olhos
para cima em suas pernas musculosas, seguindo a trilha até o
seu pau, que está saltando para o alto e com raiva. Inclinando
minha cabeça, eu o examino mais de perto, e a ponta do seu pau
brilha com pré sêmen e as veias irritadas que se propagam
através de seu comprimento, sobem para a superfície. Minha
língua sai, correndo sobre meus lábios quando outro rosnado
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vibra dele. Meus olhos se arregalam, eu quase esqueci que ele


estava assistindo.

“Olhe para o meu pau assim outra vez e fodam-se suas


regras, vou rasgar essas amarras em meus pulsos e ter a sua
buceta montada no meu rosto até que suas pernas não possam
se fechar e seu coração pare de bater. Entendeu?” Exige
casualmente.

Engolindo meus nervos, aceno com a cabeça. “Sim,


senhor.”

“Boa menina.” Ele sorri.

Colocando os dedos debaixo da calcinha, eu as puxo para


baixo sobre a minha bunda, balançando a minha perna para
empurrá-las para baixo. Ele joga a cabeça para trás brevemente
antes de trazer sua atenção de volta para mim.

“Isso aí...” Ele aponta a cabeça para minha buceta. “...é


minha. Capiche?”

Sorrio, e bem quando estou a ponto de concordar com ele,


uma ideia vem à minha cabeça. Esticando os dedos, eu os passo
lentamente para baixo da minha clavícula, lentamente sobre
meus mamilos duros. “Oh, você quer dizer isso?” Eu pergunto
inocentemente, beliscando meus mamilos entre meus dedos, a
ação reverte direto para minha buceta.

“Foda-se!” Amaldiçoa em voz alta, com os nós dos seus


dedos ficando brancos enquanto ele aperta as amarras.

Continuo passando minhas mãos para baixo sobre minha


barriga, parando logo acima da minha buceta. “E isso?”
Pergunto, deslizando os dedos sobre a minha fenda. “É seu.”
Respondo com firmeza, trazendo a minha mão para baixo,
colocando na minha buceta.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Sim, baby, continue fazendo isso.” Falo, com ele


observando minhas mãos com fogo em seus olhos. Como um leão
faminto enjaulado. E sei que se eu soltá-lo, ele vai me comer viva.

Deslizando o dedo indicador entre minha fenda, eu deslizo


sobre o meu clitóris, e a suavidade quente do meu dedo desliza
sobre mim.

Eu acho que prefiro seus dedos, mas ainda assim, está tão
bom, e com este homem poderoso e sexy, amarrado me olhando,
eu não vou mentir, estou me excitando cada vez mais.

Meus quadris começam a balançar contra o meu dedo,


esfregando lentamente, construindo meu orgasmo. Meu outro
dedo sobe até meu mamilo onde eu aperto mais, jogando a
cabeça para trás. “Ohhh, Beast!”

“Que se dane isto”, murmura ele e com um rápido


movimento, suas mãos estão livres. Apertando minha bunda com
suas mãos agora livres, ele traz meu corpo sobre o dele,
pressionando-me em seu rosto, então fico montada em sua
cabeça. Antes que eu possa protestar que realmente queria
chupar seu pau, sua boca quente entra em contato com meu
clitóris, a sensação quente, molhada, como uma capa de prazer
me sugando para o buraco negro da euforia.

“Oh, meu Deus!” Gemo, com meus quadris balançando


com seus movimentos. E sua língua escorrega dentro de mim
enquanto ele traz sua mão ao redor e começa a circular o polegar
sobre meu clitóris.

Com um aperto na barriga e na minha buceta, meu


orgasmo rasga fora de mim, empurrando através dos meus poros
e todas as outras partes do meu corpo. Pontinhos coloridos
dançam atrás dos meus olhos fechados enquanto sua língua
The Devils Own #1 Amo Jones

para e eu deslizo para baixo em seu peito, ofegando como se


tivesse corrido uma maratona, com minha pele pegajosa de suor.

Eu sorrio para ele, passando minhas mãos sobre seu peito


suado e levando meu rosto para baixo em sua virilha, olhando
para ele por meus cílios. “Eu nunca... você sabe. Basta me dizer
se eu estou fazendo errado.” Digo, pensando em todas as
conversas com Melissa e Phoebe.

“Baby, você sabe o quão especiais essas palavras são?”

“Quais?” Pergunto, ainda cara a cara com seu pau.

“Você é minha, em todos os sentidos.”

Eu sorrio, levando meu rosto para seu pau. Balançando a


cabeça, coloco a língua na base antes de dar uma longa lambida
até a cabeça e a ponta rosa pulsando com necessidade.

Circulando a minha língua ao redor de sua cabeça quente,


ele solta um gemido profundo, deitado de costas. Espreitando
por debaixo dos meus cílios, com seu pau no fundo da minha
garganta, nossos olhos se cruzam quando ele morde o lábio
inferior, se empurrando-o lentamente em minha boca, mais
profundo, o movimento me excita novamente e nunca afasto meu
olhar de Beast.

“Sim, continue assim, baby.” Ele geme, puxando meu


cabelo fora do coque e o envolvendo em torno de seu punho. Com
minha cabeça balançando, eu levo minha boca até a ponta do
seu pau e passo meus dentes lentamente em seu eixo, sacudindo
sobre a ponta.

“Porra!” Solta, antes do líquido quente salgado atingir


direto o fundo da minha garganta, batendo em minhas amígdalas
e me fazendo engolir tudo com facilidade. Ele tem gosto de sal.
Não é tão ruim.
The Devils Own #1 Amo Jones

Lambendo meus lábios, passo a mão em minha boca e me


apoio em meus joelhos. “Como foi?” Pergunto, colocando meu
cabelo atrás da minha orelha.

Ele não responde, então eu levanto meus olhos para os


dele, num instante, apenas com um olhar, ele tem meu coração
sacudindo no meu peito.

“Se eu não soubesse...” Ele ri, esfregando a mão sobre o


topo da cabeça, os fios curtos do seu cabelo abanando no
movimento. “Venha aqui, ainda não terminei com você.” Levanto
meus ombros e rastejo até ele. E nós dois rimos antes que ele me
salpique de beijos doces em meus lábios. Ele olha
profundamente em meus olhos, esfregando a palma da mão
sobre minha testa. “Você é minha. Estou falando sério, Meadow.”
Inclinando minha cabeça, eu procuro nas profundezas escuras
por uma pista, qualquer pista.

“Eu tenho que perguntar.” Começo, limpando a garganta.


“Faz... Fez... Espera.” Eu olho para longe dele, fixando-me nas
paredes brancas e lisas da sala. “O que aconteceu comigo, tem
um impacto no que você sente por mim... de alguma forma.
Sexual, emocional?” Ainda não tirei meus olhos da parede
quando sua voz suave percorre meus ouvidos e me atinge bem
fundo no meu coração.

“Olhe para mim.”

Levanto meus olhos aos seus e não há nada além de pura


e profunda sinceridade neles.

“Nunca mais... Questione essa merda de novo. Me


entendeu? Nada e ninguém nunca poderia mudar o que você
significa para mim, Meadow. Você foi uma vítima. E o que
aconteceu com você por todos aqueles anos, não significa merda
nenhuma em relação ao que eu sinto por você.” Ele sussurra com
The Devils Own #1 Amo Jones

a voz rouca, empurrando meu cabelo da minha testa antes de


passar os lábios macios contra ela.

Com os olhos vidrados sobre ele, exalo. “Obrigada.” Estou


sem palavras. Há muito amor nele para alguém que está tão
perdido, como eu.

Correndo o polegar sobre meu lábio inferior, ele sorri.


“Agora, onde estávamos?”
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CAPÍTULO VINTE E SETE

Depois que Beast fez amor comigo a noite toda, eu acordo


com Melissa em cima da minha cama comendo torradas. “Jesus!”
Grito, puxando o lençol até meu peito.

Ela revira os olhos antes de dar outra mordida. “Oh, por


favor. Eu já vi seu corpo.”

Minhas sobrancelhas franzem. “Quando?”

Ela faz uma pausa, pensando. “Não, espere! Foi Phoebe.


De qualquer forma, não importa. Beast saiu mais cedo esta
manhã e disse para irmos até o clube, que alguém quer nos
conhecer, aparentemente.”

Balançando as pernas sobre a cama, puxo o meu cabelo


pós-sexo para trás, franzindo o rosto para a oleosidade dele.
“Quem?”

Ela encolhe os ombros, indo para a porta. “Não sei, só


disse para irmos andando.”

“Andando!?” Mal posso sair da cama muito menos andar


por meia hora. Minhas pernas estão como gelatina e meus
músculos estão pulsando com as pancadas que meu corpo
sofreu ontem à noite. Uma maldita caminhada, ele só pode estar
brincando. Pego algumas roupas da minha bolsa, um short
branco rasgado e uma camiseta preta vão servir. Ambos são
apertados no corpo, mas eu me sinto mais segura desde que me
aproximei de Beast, ele me tranquiliza e meu corpo fica à
vontade. Ele é como uma grande rede de segurança em torno de
mim e finalmente eu posso relaxar um pouco.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Sim, mas aqui está a coisa...” ela sorri, colocando o resto


da torrada em sua boca. “...eu fui lá fora, no pequeno galpão,
você sabe... estava bisbilhotando. De qualquer forma, eu vi um
quadriciclo parado lá. Está interessada?” Pergunta, movendo as
sobrancelhas com um sorriso no rosto.

Acho graça, tirando meu lençol do corpo. “Certo. Você


dirige, só me dê vinte minutos para ficar pronta.”

“Espere, não! Eu não posso dirigir.”

“Por quê?” Pergunto impaciente.

“Eu não sei como pilotar....”

“Nem eu. Vamos ligar para Phoebe. Não pode ser tão
difícil.” Sussurro, indo para o banheiro tomar um banho rápido.

Estou bebendo meu café na cozinha quando Melissa entra,


guardando seu telefone na bolsa. Ela está usando um vestido
preto, justo, que abraça perfeitamente sua cintura. Levanto
minhas sobrancelhas e sorrio. “Hmmm, o que é que você procura
toda sexy assim?”

“Não é Hella, isso é certo.”

Reviro meus olhos, derramando o café preto que sobrou na


pia. “Claro, claro. Certo, tudo bem. Phoebe disse que é fácil, eu
acho que sei o que fazer, então vamos.”

“Você está toda sexy, também. Esse short branco curto fica
bem em você, e esses rasgos em torno da coxa? Definitivamente
sexy! Pode me emprestar?”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Como se você precisasse perguntar. Vamos.”

Saímos para o pequeno galpão que fica ao lado da casa e


Melissa abre a porta de ferro enferrujada e ela range com o
movimento.

Limpando as mãos, ela aponta. “Aqui está. E as chaves


estão no pneu.”

Caminho pelo piso sujo, e pego as chaves no pneu coberto


de lama, subindo sobre o assento. Com tapinhas no banco, eu
pisco. “Bem vamos lá, amiga. Eu não vou esperar para sempre.”

Ela bate palmas e ri. “Estou realmente animada.”

“Não se anime. Eu poderia nos matar.” Afirmo,


empurrando as chaves na ignição.

Melissa envolve seus braços em volta da minha cintura


firmemente e ri nas minhas costas. “Não faça isso.”

Balançando a cabeça, eu viro a chave e ela liga. Coloco na


primeira marcha da forma como Phoebe me ensinou, depois que
ela me implorou para não passar disso, eu empurro o pedal para
baixo lentamente até que deslizamos para frente, tendo um
ataque de riso. Conduzo na entrada suja e vou em direção ao
clube. Não me lembro de exatamente onde ele fica, mas eu sei
que consigo chegar. Ganhando alguma confiança, eu passo mais
uma marcha e empurro para frente, Melissa agarra na minha
cintura mais apertado.

“Oh, meu Deus, Meadow!” Ela grita, com a risada


enchendo seus pulmões.

Com a poeira voando atrás das rodas e nós duas em pleno


ataque de riso, nós seguimos para a direita até a porta clube, que
está aberta com cerca de cinco ou seis pessoas do lado de fora,
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sendo uma do sexo feminino. Minha risada para junto com o


quadriciclo enquanto eu derrapo parando.

Nossas risadas morrem e alguns dos caras riem de nós.


Beast e Hella, não são um deles.

Beast vem até nós, com os ombros em linha reta para trás
e sua mandíbula cerrada. Antes que ele se aproxime, eu saio da
moto e noto a garota seguindo atrás dele. “Relaxe, Beast.
Ninguém se machucou.”

Envolvendo suas mãos em meus braços, ele me puxa para


ele, então eu viro e bato em seu peito duro. “Você poderia ter se
machucado, no entanto. Porra.” Ele passa as mãos sobre a
cabeça antes de deixá-las cair. “Essa merda foi sexy, mas não
faça novamente.”

“Não posso garantir isso.” Dou uma risada, olhando para


ele.

Seu rosto duro suaviza enquanto ele traz seus lábios para
baixo nos meus, mordendo e chupando meu lábio inferior em
sua boca. “Não.”

Eu sorrio perdida em seus olhos quando uma tosse nos


interrompe. Beast fica de lado, pegando a mão na minha e eu a
seguro naturalmente.

“Oi, eu sou Jada.” Ela cumprimenta, estendendo a mão


para mim.

Eu olho entre ela e Beast antes de puxar minha mão da


dele e pegar a dela. “Oi, prazer Meadow. Jada... a moça que
escapou com você?” Eu pergunto, olhando para Beast.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele acena com a cabeça. “Sim, ela vai te fazer companhia


hoje por algumas horas, enquanto nós vamos organizar algumas
coisas fora. Está bem?”

Eu concordo. “Claro. Não precisa se preocupar, nós vamos


ficar bem.” Sei que ele tem muito que fazer agora e a última coisa
que preciso é ser um empecilho. Ele dirige um clube, muito,
muito grande. E não é apenas presidente do The Devil’s Own
Nevada, mas ele é presidente nacional de todo o MC - não é pouca
coisa. Estou segura o suficiente com o que temos aqui para não
ser um pé no saco, mesmo que eu queira.

Ele me puxa para ele novamente, correndo a boca na


minha orelha e seu hálito quente desliza, provocando arrepios
em minha pele. “Quando eu voltar pode continuar o seu
treinamento.”

Meus olhos se arregalam e eu me afasto dele, com um


enorme sorriso nos meus lábios. “Qual?”

Seus olhos se estreitam. “Não esse tipo! Jesus, o que eu


criei...” Murmura e as meninas racham de rir ao fundo. Meu
rosto cora e ponho meu cabelo atrás da orelha.

“Com o arco, baby. Eu quero treiná-la com algumas outras


coisas também. MMA básico, vamos ver como você se sai.”

Meu coração aquece, minha pele formiga e meu sorriso se


amplia. “Sério?!” Respondo animada.

“Sério. Eu não vou demorar muito.” Ele empurra um


último beijo na minha cabeça antes de sair com o resto dos
rapazes, todos passam sorrindo por mim antes de montarem em
suas motos.

Uma vez que todos saem, eu viro para Jada e Melissa, e


ambas estão olhando para mim admiradas.
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“O quê?” Eu pergunto, envolvendo o meu braço em minha


cintura, de repente me sentindo vazia sem Beast aqui. Eu não
posso sentir isso, não posso ser aquela que fica dependente de
um homem. Vivi tanto tempo sem um no meu braço, serei
amaldiçoada se eu começar com isso agora.

Jada balança a cabeça em choque. “Ele te ama.”

Eu inclino minha cabeça e zombo. “Eu não iria tão longe.


E se for verdade, prefiro ouvir isso dele primeiro.”

Ela balança a cabeça e diz. “Entendo, mas ele ama. Ele


nunca bateu um olho em qualquer outra mulher antes. Claro,
ele dormia com umas poucas e tinha suas regulares, mas antes
de você.” Ela afirma.

Engolindo, aponto para o celeiro. “Eu preciso de uma


bebida.” Ambas balançam a cabeça e me seguem para o bar,
onde nós vamos direto para o álcool, ignorando os outros quatro
caras que ainda estão aqui sentados na mesa de bilhar.

Depois de dizer ao mais velho o que eu precisava - vodka


com gelo - e só um, porque vou precisar estar em alerta quando
Beast voltar para o meu treinamento, eu suspiro, desleixada no
assento. Jada se senta ao meu lado e Melissa do outro.

“Você queria nos conhecer?” Pergunto à Jada, bebendo a


vodka gelada.

Ela acena com a cabeça. “Sim, no começo, eu planejava te


dar uma bronca dura e tudo mais. E apesar de você parecer uma
pessoa tão doce, tenho quase cem por cento de certeza que você
tem algum fogo aí dentro, e também, eu vejo o que você e Beast
têm. Não há necessidade da minha conversa maluca.”

Eu sorrio, tomando outro gole. “Obrigada.”


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Ela inclina a cabeça, passando por cima de mim e eu


aproveito este momento para apreciar sua aparência. Ela é linda
de um jeito meio mal para uma garota. Ela tem tatuagens por
todo o corpo, uma manga inteira e um pequeno diamante
debaixo de seus olhos. Acho que em qualquer outra pessoa,
ficaria ridículo. Mas com seus longos cabelos negros, olhos azuis
penetrantes e seus traços femininos delicados, fica bem nela.

“Por que você está me agradecendo?” Ela pergunta.

“Por se importar tanto com Beast.”

Seu rosto amolece enquanto pega sua bebida. “Vem


naturalmente. Não por escolha, confie em mim. Esses dois me
dão pesadelos, mas eu me preocupo com os dois.”

Melissa se embaralha em seu assento e eu limpo minha


garganta. “Então, tenho que perguntar. Você já dormiu com
algum deles?”

Ela ri, balançando a cabeça. “Compreendo que você queira


perguntar isso, e admiro que não faça rodeios. Beast, não, não
dormi com ele. Hella? Sim. Todas com um par decente de mamas
já estiveram debaixo dele.”

Melissa enrijece ao meu lado e eu me encolho, tomando


mais um gole de vodka. “Alguma coisa séria?” Pergunto, tentando
soar casual, mas falhando miseravelmente enquanto Jada se
curva sobre o balcão para olhar diretamente para Melissa.

“Não, nada sério, na primeira vez foi um grande erro que


aconteceu quando éramos mais jovens. A segunda vez foi há
alguns anos atrás, uma jogada fraca de ambos. Confie em mim,
nós dois rimos muito, mais tarde. Ele foi meu primeiro, só isso.
Agora ele é como um irmão para mim.”
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Melissa relaxa e sorri. “Oookaayy...” responde, tentando


parecer que não se importa. Jada revira os olhos antes de
descansar na sua cadeira.

“De qualquer forma, eles têm um problema maior. O


Exército não vai desaparecer tão facilmente. Mas, eu vou junto e
apoio o quer que estejam planejando.”

“Isso não seria perigoso para você?”

Ela ri. “Beast te disse qual era minha especialidade no


Exército?”

Penso na nossa conversa. “O poder de persuasão e


sedução.”

Acenando com a cabeça. “Sim, então não, eu vou ficar


bem. Tenho muita experiência em luta e não sou ruim com uma
Katana.” Conclui piscando para mim antes de tomar sua bebida.

“É essa a sua arma?” Eu pergunto, inclinando minha


cabeça maravilhada. A Katana é uma espada tradicional
japonesa, produzida para os samurais japoneses. Então sim,
estou um pouco perplexa.

Ela acena com a cabeça. “Sim, é, foi um dos comandantes


Nines que me treinou”, ela oferece, suavizando o tom. “Beast lhe
falou sobre eles?” Ela pergunta, tomando outro gole de sua
bebida. Melissa se embaralha desconfortável no assento,
deixando de lado o copo. Acho que vou levá-la para casa.

Balanço minha cabeça. “Não em tantas palavras, só falou


o básico.”

“Havia nove comandantes. Eles eram chamados de Os


Nove Primeiros Comandantes porque estiveram lá desde o início,
preparando esta farsa. Cada comandante tinha uma arma de
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escolha e eles faziam um rodízio conosco por um período


experimental, para ver em qual éramos mais aptos. E funcionou
porque apesar de todos nós termos a arma escolhida, fomos
treinados com outras armas.”

“Jesus”, sussurro, olhando para Jada. “Sinto muito. Você


ficou lá tanto tempo quanto Beast?”

Ela acena. “Sim, fiquei. Quero dizer, entrei quando tinha


três anos, então Beast já tinha oito. Ambos meus pais foram
assassinados na cama deles comigo deitada no meio. Minha mãe
era a Princesa da Yakuza, que fugiu dos negócios da família para
viver uma vida na América com seu marido americano - meu pai.
Eles mandaram matar a todos nós, mas por alguma razão, o
Exército me acolheu no lugar dela. Até hoje, eu ainda não sei se
a família da minha mãe sabe.” Meu cérebro está sobrecarregado
com as informações que estou tentando absorver. Ela é metade
japonesa? Quase nem parece. Você pode ver que ela tem uma
aparência exótica, mas eu não podia dizer nada sem que ela
mencionasse.

“Que porra”, Melissa geme ao meu lado. “Desculpe, não


quero ofender, mas todos vocês são meio bagunçados.”

Minhas costas se enrijecem. “Melissa!” Eu a reprovo.

Ela olha entre Jada e eu inocentemente. “Oh, o quê? Eu


não quis dizer de uma forma ruim. Obviamente fez com que
sejam tão fortes hoje. Eu só quero dizer...” ela se senta na frente
colocando sua bebida no bar, e começo a ficar nervosa esperando
que diarreia verbal sairá de sua boca em seguida, “...todos vocês
têm algo em comum. Até mesmo com Meadow.”

Eu fico nervosa, e Jada olha para mim. “Tudo bem, você


não tem que me contar nada. Eu te falei sobre mim porque...
bem, eu não sei. Não queria exatamente te contar a história da
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minha vida, mas você parece ser uma pessoa em quem alguém
possa confiar. Não espero trocar informações ou qualquer coisa.”

Sorrio para ela educadamente. “Obrigada.”

“Então!” Jada bebe o resto de sua água. “É melhor eu ir


andando. Preciso pegar meu filho na escola. Talvez eu as veja
mais tarde.”

“Você tem um filho?” Pergunto, girando no meu assento


com um sorriso no rosto. Eu adoro crianças.

Ela veste a jaqueta com um sorriso. “Eu tenho. O nome


dele é Garret e ele é um garoto doce”, ela responde sem perder
tempo.

“Quantos anos ele tem?” Pergunto, ainda interessada.

“Ele tem seis anos. Você vai conhecê-lo esta noite,


possivelmente. Nós moramos no lado norte.”

“Você mora na propriedade, também?” A emoção rompe


dentro de mim. Talvez eu tenha encontrado uma amiga em Jada.

Ela acena com a cabeça, sacudindo seus longos cabelos


por trás da jaqueta. “Sim, eu tentei argumentar para nos mudar,
mas Hella e Beast não querem nem saber. E não vejo um
problema com isso, dessa forma sei que meu garoto está seguro.
Todas as pessoas que se preocupam com ele, assim como eu,
estão neste clube. Até que tudo com o Exército e a Yakuza sejam
resolvidos, nós ficaremos aqui.”

Concordo e sorrio, Melissa ainda está ali sentada em


silêncio.

“Certo, espere”, eu digo, estendendo a mão na minha bolsa


e puxando uma caneta e papel. Eu escrevo meu número antes
de dobrá-lo e entregar a ela. “Me mande uma mensagem quando
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você chegar em casa ou algo assim. Talvez eu possa levar um


pouco do vinho que Bethy comprou para nós.”

Ela ri, pegando o papel na mão. “Eu gostaria disso. Talvez


eu possa ligar para a velha, ver se ela pode se juntar a nós.”

“Velha?” Eu questiono, confusa.

“Sim, é como chamamos Bethy. Certo, é melhor eu ir. Vejo


você mais tarde.” Ela corre rapidamente pelas portas depois de
acenar rapidamente para o resto dos caras que estão nas mesas
de bilhar.

Voltando minha atenção para Melissa, eu sorrio. “Ela é


legal, huh!”

Melissa acena com a cabeça. “Sim, ela é. Desculpe, eu não


estava a fim de falar. Estou me sentindo um pouco deprimida.”

Retiro o copo dela e pego a minha garrafa de água da bolsa.


“Beba ao invés disso, talvez você se sinta melhor.” Eu sorrio para
ela quando aceita minha oferta. Logo depois, um estrondo de
motos barulhentas ronca na entrada da garagem, e um som
profundo agita o celeiro. Saindo da mesa, vou em direção às
portas com Melissa seguindo atrás de mim. Encostada à porta,
eu cruzo os braços na minha frente, olhando para Beast, que
está saindo de sua brilhante Harley preta com a máscara de
caveira, camiseta branca embaixo do colete de MC, jeans e botas
de combate. Um sorriso puxa o canto da minha boca enquanto
ele caminha diretamente para mim, me pegando e me
balançando. Empurrando a máscara para baixo, eu o beijo forte,
passando meus dedos pela parte de trás do seu cabelo.

“E aí, grandão. Como foi?”

Puxando meu lábio entre os dentes, ele coloca-me no chão.


“Ótimo. Nós temos toda a ajuda que precisamos. Falaremos
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sobre isso mais tarde. Como foi com Jada?” Aceno com a cabeça,
e olho para Melissa, que está paralisada, com os olhos fixos em
alguma coisa. Quando eu sigo sua visão, me vejo olhando
diretamente para Hella e Jada, que parecem estar em uma
conversa profunda.

“Sim, tudo bem. Ela estava... nós nos demos bem, se é isso
que você está perguntando?” Esclareço. Obviamente ela significa
muito para ele, então isso significa que eu quero fazer um esforço
para me dar bem com ela. E, sinceramente, realmente gostei
dela. Melissa volta para o celeiro com passos furiosos e levo
minha atenção para Hella, que tem seus olhos fixos na parte de
trás da cabeça da Melissa.

Ele diz, “Porra”, antes de Jada e ele se abraçarem e então


ela acena para mim uma última vez antes de entrar no seu SUV
e sair.

Retorno para Beast, que já está examinando meu rosto


nervosamente. “Pergunta”, ele diz, olhando bem fundo nos meus
olhos.

Sorrio de forma constrangedora. “Perguntar o quê?”


Correndo meus olhos para todos os lugares, exceto para ele.

“Pergunte se o filho de Jada é dele.”

“Não”, falo, enrolando meus braços em torno de mim


mesma. “Não quero saber a resposta disso porque então terei que
dizer a Melissa.”

“Por quê?” pergunta colocando a cabeça para o lado.

“Por quê?” Eu zombo, estreitando meus olhos para ele.


“Beast, você é o presidente de um MC e está questionando minha
lealdade? Não tenho nenhuma com Hella e um monte de merda
com Melissa... é por isso.”
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Ele acena com a cabeça, um sorriso puxando seus lábios.


“Tudo bem, baby.” Ele pega minha mão na dele. “É hora de
treinar.”

Beast

Sabia que ela daria uma perfeita Old Lady. Depois que
Meadow checou Melissa, seguimos para os fundos do celeiro,
onde fica o nosso octógono e academia. Todos nós treinamos
aqui. Quando não estamos em missões, alguns de nós costuma
ficar muito tempo aqui. Empurrando a porta, aponto para a
pequena sala que fica do outro lado. “Vá, se troque.” Eu lhe
entrego uma das bolsas que trouxe e ela ri.

“Você realmente parou em algum lugar e comprou roupas


para mim?”

Aceno com a cabeça e sorrio. “Sim, eu fiz todos os caras


pararem também. Precisei ligar e pegar algumas coisas com um
amigo para ajudar de qualquer jeito, então não foi nada.” Não foi
nada. Os rapazes todos zoaram com a minha cara por parar na
loja de esportes local porque eu queria correr e pegar um material
de ginástica para a minha garota. Eles pararam de rir quando
apontei que eles iriam esperar por mim.

Ela espreita na sacola e revira os olhos. “Sério?”

Sorrio. “Eu disse que escolhi. Claro, eu ia comprar isso.”

Ela caminha para a pequena sala e fecha a porta atrás


dela. Eu solto a bolsa para abrir o zíper, puxando as flechas para
fora da bolsa antes de fechá-la novamente e coloca-las sobre a
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mesa que fica atrás do octógono. Meadow volta para a academia,


empurrando suas roupas e sapatos para dentro da bolsa.

“Eu amei o casaco. Obrigada!” Seus olhos brilham.

“Sim? Ótimo”, eu pisco. Tive que comprar seu próprio


casaco de couro também, se ela vai andar comigo de agora em
diante. Minha pele aquece e um sorriso largo aparece nos meus
lábios. Lambendo meus lábios, eu a examino de cima para baixo,
deixando sair um assobio de lobo. “Maldição, querida.” Vou até
ela, puxo-a para um beijo e ela se afasta de mim.

“Sim, sim.” Ela ri, puxando os shorts pretos mais para


baixo. Eu trago meus olhos até as coxas e um esguicho de culpa
cai sobre mim.

“Porra!” Grito, passando a mão na cabeça. “Nem sequer


pensei. Eu sinto muito.”

Ela encolhe os ombros. “Não se preocupe. Eles vão


escondê-las... E todas as minhas cicatrizes estão desbotadas em
um branco pálido agora, então você não pode realmente vê-las.”
Seus olhos passam para a mesa que o arco e flechas estão. Seu
rosto se ilumina como o quatro de julho. “Posso tocá-lo?”

Eu sorrio, passando minhas mãos por cima da cabeça.


“Sim, com certeza.”

Ela caminha até a mesa e levemente corre a parte superior


de seus dedos sobre a ardósia preta. “Buffalo Hoyt. Onde você
conseguiu isso?” Ela pergunta, virando a cabeça para mim
chocada.

“Um amigo. Ele conhece arco e flecha.”

Ela se vira para as setas e seu rosto muda. “Eu amo isso.
Tudo isso. Mas... se eu realmente for usar ele para autodefesa,
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não iria querer matar ninguém, Beast. Não importa o quão ruim
seja a pessoa.”

Enfio as mãos em meus bolsos. “Não tinha pensado nisso.


Podemos treinar com estes. Eu vou achar algum tipo esporte
alternativo para depois. Combinado?”

Ela balança a cabeça, e o mesmo sorriso vem em seu rosto.


“Combinado.”

“Ótimo. Vou me trocar depois vamos aquecer.” Digo,


pegando minha mochila.

“Aquecer?” ela pergunta, virando-se para mim.

“Sim. O quê? Você acha que eu só ia te treinar em arco?


Preciso de você totalmente equipada.”

“Como O Primeiro Comandante Nine?” Pergunta,


inclinando a cabeça.

Meu corpo enrijece quando eu me viro para ela. “Sim.


Dessa forma.”

“Ok”, responde, enrolando seus longos cabelos em um


rabo-de-cavalo, com os abdominais esticados no movimento e eu
luto contra a vontade de rosnar em voz alta.

“Dois segundos”, pisco para ela.

Voltando, puxo os cordões da bermuda que coloquei e pego


as cordas para pular. Ela vira seu corpo para mim com uma
garrafa de água colada à boca. E quando me vê, tosse, limpando
a água da boca.
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Estou sorrindo, quando pergunto. “Você está bem?”

Ela abana a cabeça silenciosamente. “Sim, sim... hum...


Certo, vamos lá.”

Dando a ela a corda, começamos a pular até que tenhamos


nos exercitado o suficiente, depois passamos a fazer flexões,
jogging e alongamento.

“Ok, eu aqueci o suficiente”, ela geme, limpando o suor da


testa. Meu pau já está esticando na minha cueca. Não posso
acreditar que a ideia foi minha. Isto é uma tortura do caralho.

“Eu não. Fique em cima das minhas costas”, digo, ficando


em posição de prancha.

“Você está brincando? Eu tenho sessenta e cinco quilos,


Beast. Não sou nenhum peso leve.”

“Baby, eu levanto duzentos quilos. Você é um peso leve.


Suba.”

“Ok.” Ela sobe nas minhas costas antes de eu abaixar e


iniciar quatro séries de trinta.

Sua mão desliza por meus braços toda vez que eu nos
levanto. “Meadow? Você precisa parar com essa merda agora
mesmo.”

“Desculpe.” Ela ri antes de descer.

“Agora, estou aquecido.”

Eu atiro um par de luvas para ela e aponto para o


octógono. “Antes de qualquer coisa, preciso que você seja capaz
de dar um soco decente. Vamos.”
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Seguindo-me, desliza as luvas em suas mãos. “Você vai


ficar comigo duas semanas. E acha que vou conseguir armazenar
informações suficientes no meu cérebro para isso?”

“Tempo mais do que suficiente, baby.” Respondo,


entrelaçando meus dedos com os dela. E a puxo para o octógono.

Meadow

“Não torne isto embaraçoso. Eu não sou nenhuma atleta,


Beast, seja gentil.”

Ele ri, tirando as braçadeiras da bolsa. “Você já socou


alguém?”

“O quê? Você quer dizer além de bater na garota no clube?


Não, nunca.”

A cabeça dele balança para trás em uma gargalhada e


meus braços se cruzam na minha frente. “O que é tão
engraçado?”

“Não, nada. Simplesmente tinha me esquecido disso”,


responde, caminhando até mim, atravessando a palma da mão
dele no meu abdômen nu e meu músculo fica tenso ao seu toque.
“Acho que há uma menina má escondida debaixo de tudo isso.”
Seu sorriso se aprofunda.

Meu rosto fica corado. “Não. Eu acho que não. Só não gosto
de ver pessoas que eu amo se machucando.”
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Ele assente com a cabeça, dando um passo para trás e


puxando os suportes para as mãos. “Começa com seu gancho
direito”, ele inicia, levantando suas mãos.

Uma hora depois e nós abordamos os fundamentos


básicos do MMA. Estou espalhada no chão almofadado do
octógono, tentando recuperar o fôlego com o suor escorregando
no meu corpo e aterrissando numa poça no chão.

“Vamos lá, baby. Vamos nos hidratar, e depois iremos lá


para fora treinar com aquelas flechas.”

“Estou cansada”, eu falo ofegante e amuada.

Ele se ajoelha entre minhas pernas e eu rapidamente as


levo para cima só para que ele as abra.

“Beast!” Escarneço. “Sinto-me muito exposta desta


maneira.”

“Gosto de você exposta.”

Sorrio, mordendo meu lábio. Ele desce sua cabeça até o


meu joelho, passando seu nariz por minha perna, lentamente,
arrastando pequenos beijinhos por minha pele suada. Meu peito
sobe e desce, e meu batimento cardíaco aumenta novamente.
“Beast?”

“Shhh...” Ele fica em seus braços, beijando o interior da


minha coxa. Eu me apoio em meus cotovelos, baixando meus
olhos até os dele, que está sorrindo para mim. Merda, ele é sexy.
Ele é como um Deus, esculpido em pedra com um sorriso de
menino e maçãs do rosto esculpidas. Ele é perfeito. Sua
transpiração brilha em seu corpo bronzeado e musculoso, e meu
clitóris pulsa exigindo atenção.

Eu não consigo me fartar dele.


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Isso é um problema.

Devagar, ele desce o rosto até minha virilha e eu fecho os


olhos, escondendo a mistura de sentimentos que estão me
atingindo neste momento. Os arranhões no meu interior das
coxas do seu cabelo, os beijos ásperos que ele pousa batendo
direto no meu clitóris. E começo a implorar por mais, querendo-
o pele com pele. Meus quadris balançam lentamente para dentro
dele quando um rosnado baixo escorrega de sua boca.
Envolvendo seus dedos na cintura dos meus shorts de lycra, ele
os retira grosseiramente e eu levanto meu corpo para cima para
lhe dar um acesso mais fácil.

“Beast, e se...” Atiro minha cabeça para trás, arqueando


minhas costas enquanto sua boca quente me cobre,
banqueteando-se em mim como um animal faminto. Grunhidos
baixos escapam da boca dele e eu me empurro mais forte.
Envolvendo minhas coxas em sua cabeça, ele me vira então eu
estou me agarrando no seu rosto. A velocidade aumenta e meus
quadris seguem seus movimentos, combinando com seu ritmo.
Não demora muito até meu abdômen se apertar e meu orgasmo
ondular através de mim, me deixando com as pernas fracas. Em
seguida eu o monto e me levanto levemente para cima, descendo
meu corpo até sua cintura, deslizo sobre seu pênis, puxando sua
bermuda para baixo e me guiando sobre ele, baixando
lentamente e permitindo que meu corpo se expanda e acomode
seu tamanho.

Cruzando meu olhar com o dele, deslizo meus olhos sobre


seu corpo e até seu rosto. Ele geme novamente, inclinando sua
cabeça para trás e descansando suas mãos sobre meus quadris.

“Baby, eu amo a forma como você assume o comando e


tudo mais, mas vou precisar ir mais rápido agora.”
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Sorrio, passando a língua sobre seu lábio inferior antes de


mordê-lo. Assim que meu corpo o deixa entrar, eu me levanto
antes de descer novamente. Fazer sexo com Beast é agora minha
maior prioridade.

Rolando de cima dele, eu xingo antes de gargalhar. “Ok,


acho que não posso sentir minhas pernas.”

Levantando, ele puxa a bermuda, amarrando o cordão


antes de tomar minha mão e me puxar para ele. Envolvendo o
braço em minha cintura, me abraça, abaixando seu rosto e
correndo o nariz ao longo meu. “Diga que você é minha!”
Sussurra, examinando nervosamente meus olhos.

“Eu já disse que sou.” Respondo, envolvendo minhas mãos


em seus braços enormes, com minhas pequenas mãos parecendo
garras de um gatinho em miniatura contra as de um leão.

Ele balança a cabeça, me apertando novamente. “Seja


minha Old Lady.” Pergunta, com sua voz rouca e sua respiração
agitada contra a minha pele agora quente. Um arrepio atravessa
meu corpo, me eriçando toda.

“Não sei se eu sirvo para ser uma Old Lady, Beast.” Falo,
e suas sobrancelhas franzem e seu olhar se aprofunda, com seus
olhos escuros penetrando nos meus azuis.

“Só quero que você tente. Dê uma chance... uma chance


de verdade.”

Lambendo meus lábios, eu aceno. “Ok. Vou tentar, mas


não posso garantir que vou ser boa nisso.”
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Um largo sorriso vem em plena exibição em seu bonito


rosto, fazendo surgir um no meu para combinar com o dele. Ele
me pega com o braço que está em volta da minha cintura.
Trazendo a outra mão até minha nuca, beijando-me suavemente
antes de levar seu rosto para trás para examinar meus olhos
mais uma vez. “Você me fez o homem mais feliz do mundo.”

Sorrio, envolvendo minhas pernas em sua cintura. Pego


seu rosto entre minhas mãos e coloco dois beijinhos rápidos
sobre seus lábios. “Você não tem ideia, quão feliz você me faz,
Beast. Não faz nem ideia.” Declaro, sorrindo para ele.

“Vamos.” Diz, mordendo de brincadeira meu lábio. “Vamos


tomar um banho, em seguida, voltamos para disparar algumas
flechas.”

Aceno com a cabeça e a excitação me domina. “No escuro?”

Ele balança a cabeça, colocando-me de pé. “No escuro.”

Pegando sua mão, pergunto. “Devemos colocar algumas


roupas antes de sair?”

Ele ri, balançando a cabeça. “Não, baby, ninguém vai


mexer com você. Confie em mim. Eles nem sequer vão piscar um
olho em sua direção.”

“Ok, Bem.” Acho que eu não preciso me preocupar com


ele, não há nenhuma mulher aqui para olhá-lo. E ele parece tão
comestível, usando nada além de bermudas de ginastica e tênis,
um gemido leve desliza da minha boca e seu corpo enrijece. “Você
acabou de me checar?”

Concordo com a cabeça. “Sim, eu fiz isso.”


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Balançando a cabeça, ele me puxa debaixo do braço e beija


minha testa. “Vamos fazer isso rápido, eu preciso de você nua,
bancando a malvada no meu pau de novo.”

“Só para você.” Afirmo, com um sorriso, e ele rosna no meu


cabelo.

“Só para mim, porra.”


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CAPÍTULO VINTE E OITO

Saindo do ginásio, nós voltamos para o clube, o ar frio


chicoteando minha pele como um balde de gelo sendo jogado em
cima de mim. Envolvo meus braços em volta de mim, tentando
cobrir minha pele. O pequeno sutiã esportivo e os shorts de lycra
pretos não parecem uma boa ideia agora.

“Agora, gostaria que você não tivesse comprado isso.” Falo,


com os dentes tinindo de frio, ou talvez seja porque meu corpo
mudou de quente para frio.

Ele me abraça. “Desculpe, baby.”

Uma vez que chegamos à moto que está estacionada em


uma fileira com as demais, uma mulher alta e morena sai do
clube parando quando nos vê. E Beast cerra a mandíbula com
força e aponta para sua moto. “Espere aqui.” Aceno com a
cabeça, enquanto ele marcha até a bela mulher que está à sua
frente. Eu a observo melhor quando, de repente, seus olhos
batem no corpo dele e o encara de cima para baixo com um
sorriso e, em seguida, minhas garras ficam afiadas, meus
ombros enrijecem inclinando a cabeça para ela, observando seus
movimentos. As palmas das minhas mãos suam e meu corpo
estremece. O rosto dela baixa e ela me nota, seus olhos se
estreitam, me encarando de cima para baixo também, e eu me
encolho interiormente. Eu odeio um confronto, mas se alguém
me batesse ou me desafiasse, não recuaria. Não mais, nunca
mais vou deixar alguém pisar em mim novamente.

Beast se vira e a mulher volta para o clube bufando. Ele


me alcança e seu rosto muda, com um sorriso puxando a boca.
“Vamos lá. De volta àquele chuveiro.”
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“Quem era aquela?” Eu pergunto, não deixando passar.

“Shelby”, responde, me entregando o capacete.

“E ela é...?” Eu pego o capacete dele e o puxo sobre minha


cabeça.

“Não importa”, responde num tom cortante.

“Não me venha com besteira, Beast. Você sabe o que quero


dizer.”

“Sim, eu a fodi... algumas vezes... mas não por um tempo.


Feliz?”

Sorrio. “Não, mas obrigada por ser honesto comigo. Agora


eu não estou no escuro. Conte-me tudo, Beast. Mesmo que você
pense que eu não possa lidar com isso, preciso saber.
Especialmente sobre suas ex-mulheres. É muito embaraçoso não
saber, assim vão achar que estão acima de mim se pensarem que
eu não sei.”

Ele sobe na moto e eu pulo atrás, me encostando contra


ele.

Ele passa o polegar por cima da minha mão. “Eu sempre


te direi tudo, baby. Prometo.”

Com isso, ele dá a partida na moto e nós voltamos para a


casa que eu e Melissa estamos compartilhando.

Após o banho, vou para o quarto e encontro Beast sentado


ao lado da cama, amarrando suas botas.
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“Estou indo esta noite à casa de Jada. Que horas você


volta?” Pergunto, apertando a toalha enrolada em volta do meu
corpo.

Vestindo seu colete, ele envolve os dedos nos meus. “Não


vou demorar muito. Sobre Garret...”

Empurro meu dedo nos seus lábios e balanço a cabeça.


“Não faça isso. Por favor. Vou descobrir quando Melissa souber
também.”

Seus ombros caem à medida que seus lábios empurram


meus dedos, beijando-os delicadamente. “Tudo bem então.”

Depois de me dar um breve beijo de despedida, ele sai pela


porta e quando sua Harley vibra as paredes indicando sua
partida, eu ando para o meu armário e retiro minha calça de ioga
e uma camiseta de manga longa, de um ombro só. Soltando meu
cabelo, eu o deixo cair em ondas naturais longas até minha
cintura. Abrindo a porta do quarto, vou direto para a cozinha,
pegando o vinho.

“Meadow?” Melissa chama da sala.

Saindo da geladeira, eu entro e sorrio para ela. “Ei! Está


pronta?”

Ela balança a cabeça, se levantando do sofá. “Sim, só uma


coisa...”

Passando os braços na minha frente, eu aceno. “Fale!”

“Você sabe se Garret é filho de Hella?”

“Não, eu não sei. Beast tentou me contar, mas eu lhe disse


para não dizer. Podemos lhe perguntar esta noite se você quiser?”
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Ela balança a cabeça. “Sim, eu acho. Não que seja da


minha conta.”

Voltando para a cozinha. “Bem, eu não acho. Venha me


ajudar a arrumar isso, então poderemos ir.”

Depois de Melissa e eu pegarmos os vinhos, seguimos no


meu carro para a casa de Jada. Ela me mandou uma mensagem
mais cedo, dando-me uma descrição de como chegar lá. Quando
chegamos dou uma olhada ao redor. A casa é adorável. É muito
parecida com a que estamos, só que esta parece mais vívida e
tem brinquedos na frente. Saindo do meu carro, eu fecho a porta
e olho para Melissa. “Venha, vamos.”

Estamos no meio do caminho até a porta, quando a porta


da frente se abre e uma mulher mais velha está lá com um
sorriso no rosto. “Olá, você deve ser Meadow?”

Aceno, colocando as garrafas em um braço e estendendo a


mão para ela. “Sim, prazer em conhecê-la.” Digo sorrindo. “Esta
é Melissa.” Aponto com a cabeça para Melissa, que sorri e a
cumprimenta.

“Olá, eu sou Bethy, prazer em conhecê-las também,


queridas. Entrem. Jada não vai demorar muito, ela foi tomar um
banho.”

Seguimos ela para dentro, retirando meus sapatos na


entrada.

“Bem, entrem e peguem um assento na varanda. Jada


organizou tudo lá fora.”

“Ok. Obrigada, Beast me disse que foi você quem


abasteceu os armários para nós, eu realmente aprecio isso.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela desdenha do meu comentário. “É o mínimo que eu


poderia fazer por você.”

Inclinando minha cabeça, estou prestes a perguntar o que


significa, quando Jada desce, soltando um suspiro quando ela
chega ao fim. “Desculpe, eu me esqueci de tomar banho e estava
treinando esta noite, então eu não queria matar vocês com meu
cheiro.” Ela sorri, nos puxando para um abraço amigável.

“Não tem problema.” Digo, seguindo para fora pela porta,


indo até a varanda que envolve toda a casa. Há um pequeno
balanço que fica à esquerda, e à direita uma mesa ao ar livre
retangular e cadeiras onde Jada alinhou todos os alimentos que
você poderia imaginar. Eu sorri. “Você está tentando me
engordar?”

Ela ri, sentando-se. “Não, eu só sei que Beast treinou com


você hoje, então sem dúvida você está com fome.”

Concordo, colocando as garrafas de vinho sobre a mesa e


olhando para o grande jardim que rodeia a casa. “É bonito aqui,
toda essa natureza é relaxante.”

Ela sorri. “Obrigada. Agora se sente.” Indica a mesa e eu


sorrio, puxando uma cadeira ao lado dela.

Abrindo as garrafas, começo a servir o líquido frio nos


copos, entregando um para Jada e outro para Bethy. “Então,
onde está Garret?” Pergunto, olhando por cima dos ombros.

“Ele está tomando banho. Descerá em breve, sem dúvida,


especialmente com toda essa comida aqui. Mas vou chutar sua
bunda lá em cima depois disso. Ele tem aula amanhã cedo.”

Aceno com a cabeça. “Preciso te perguntar...”


The Devils Own #1 Amo Jones

Melissa suga uma respiração ao meu lado e Jada sorri,


inclinando a cabeça. “Pergunte.”

Estreitando meus olhos, balanço minha cabeça. “Como é


ter um filho nesta vida?”

Jada pega um punhado de uvas e encolhe os ombros.


“Assim como uma grande família. Garret ama os caras. Ele tem
doze tios malvados que andam em motos e carregam armas.” Diz,
revirando os olhos.

“Percebi que você disse doze, não são onze?” Sussurro,


inclinando a cabeça para o lado e Jada sorri.

“Hella é o pai de Garret. Não de sangue, mas por escolha.


Ele se propôs desde o primeiro dia a assumi-lo.”

Pegando um punhado de batatas, eu inclino minha


cabeça. “Então ele não é o pai?”

“Não, ele não é.” Ela sorri, tomando um gole de vinho. “Mas
ele é a coisa mais próxima que Garret tem de um pai. Ele o ama
como um filho e Garret o ama como um pai. Eles adoram um ao
outro, e Hella é muito ativo na vida de Garret. Ele até o pega em
alguns fins de semana.”

Sorrindo, eu bebo o resto do meu vinho antes de colocá-lo


na mesa e reabastecer. “Isso é muito doce.”

Jada sorri e acena com a cabeça. Acho que há muito mais


do que ela falou, mas não é da minha conta. Melissa recarrega
seu copo rapidamente e Jada olha para ela. “Sinto muito por
você.” Diz para Melissa, e Melissa faz uma pausa com o copo em
sua boca.

“Eu? Por quê?” Ela zomba, colocando o copo de volta na


mesa.
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“Porque Hella quer você.”

Melissa balança a cabeça e ri. “Isso não é verdade. Mesmo


se fosse, por que você sentiria pena de mim?”

“Porque ele é implacável quando se trata de algo que ele


quer. E não vai desistir, facilmente. E o que ele quer? É você.”

“Nós vamos acabar matando um ao outro se ficarmos


juntos.” Murmura Melissa.

Jada ri. “Sim, eu tenho certeza de que isso o excita


também.”

Todas nós explodimos em gargalhadas quando Garret


entra, passando as mãos sobre seu longo cabelo caindo sobre a
testa. Ele é adorável e se parece muito com Jada, apenas seu
cabelo é loiro e ele tem mais traços europeus do que os exóticos
de Jada.

“Ei, garoto. Venha dizer olá para as meninas.” Jada diz,


acenando.

“Oi.” Ele responde com um tom cortante. “Posso comer


agora?” Murmura, pegando um prato e empilhando comida.

“Garret, essa é Meadow.” Ela aponta para mim. “Ela é a


Old Lady do seu tio B.”

Garret pausa sua pilha de salgadinhos e olha para mim,


inclinando a cabeça e eu sorrio.

“Tio B não quer uma Old Lady.” Responde, estreitando os


olhos desconfiados.

Sorrio. “Você pode precisar rever isso com ele. Prazer em


conhecê-lo, Garret.”
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Ele resmunga. “Prazer em conhecê-la também.” Sorrio de


novo, o garoto realmente resmungou. Se isso não é um sinal de
que ele passa muito tempo com motoqueiros, eu não sei o que é.

Melissa fala da mesa. “Posso te servir alguma coisa?” Diz


ela para Garret e ele acena com a cabeça. Melissa pega o pacote
de biscoito TimTams, da mesa e eu estreito meus olhos para ela,
sabendo o que ela está prestes a fazer. Ela lhe entrega um e
aponta para seu biscoito. “Morda a ponta e depois chupe a calda
quente antes de comê-lo. É delicioso, faça.”

Ele estreita os olhos para ela novamente. “Você tem


certeza?”

“Confie em mim. Eu sou tipo a rainha dos cookies.”

Ele ri, seguindo suas ordens. Quando dá uma mordida,


seus olhos arregalam e se reviram. “Oh, meu Deus!” Ele geme.
“Merda! Está brincando comigo. Onde você aprendeu a fazer
isso?”

“Garret!” Jada grita e ele pede desculpas a sua mãe


rapidamente.

“Eu sou a rainha do cookie.” Ela pisca, se sentando. Garret


pega o pacote de bolachas e rapidamente corre para cima. Jada
sai da mesa e bufa, agitando os braços para cima.

“Foda-se. O garoto vai ter diabetes, desse jeito.” Diz ela


caindo para trás em sua cadeira e eu sorrio.

“Ele é uma criança linda e doce.”

“Doce o suficiente para deixar os dentes podres.” Ela


zomba.

Todos nós rimos novamente e Jada se vira para Melissa.


“Onde você aprendeu a fazer isso?”
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“Temos uma amiga, Alaina, ela é da Nova Zelândia. E pede


para seus pais enviarem todas essas guloseimas de lá para ela.
TimTams é uma delas.”

“TimTams são australianos?” Jada pergunta antes de


acrescentar: “Eles são basicamente do mesmo país, suponho que
é por isso.”

Eu sorrio sem querer corrigi-la. Melissa acena com a


cabeça. “Sim, basicamente. Onde você os comprou?”

Jada sorri. “O pai dele é da nossa filial australiana. Esses


são os favoritos do Garret, então ele os envia em suas
encomendas uma vez por mês. Pena que ele não possa enviar seu
tempo”, ela sussurra tristemente, tomando uma bebida.

Nossa noite rola bem, nós rimos e relaxamos na


companhia umas das outras. É um pouco depois de meia-noite
quando eu olho ao redor procurando por Melissa. “Onde ela
está?” Eu digo sobre a música que está tocando.

Jada ri. “Está dormindo na sala de estar.”

Eu olho para o meu telefone e sorrio. “É melhor eu ir para


casa.”

“Vou levá-la.” Bethy diz, levantando-se.

Eu sorrio para ela e lhe entrego as chaves. “Obrigada. Você


pode trazer o meu carro de volta. Amanhã venho buscá-lo.”

Ela balança a cabeça. “Tudo bem.”

Olho para Melissa, que está esparramada no sofá. “Eu


devo?”

Jada ri, balançando a cabeça. “Não, ela vai ficar bem aqui.”
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Balançando a cabeça, pego minha bolsa e puxo Jada para


um abraço. “Obrigada pela noite.”

“O prazer foi meu.” Ela sorri, me abraçando.

Indo até meu carro, sorrio das minhas tentativas de


encontrar a maçaneta da porta. “Merda, eu sinto muito, Bethy.
Estou um pouco bêbada.”

Ela ri, abrindo a porta para mim. “Está tudo bem, amor,
pronto.”

Entro e afivelo o cinto. Quando ela toma o assento do


motorista, eu me viro para ela e pergunto. “Então, você conheceu
a mãe de Beast?”

Ela sorri suavemente, tentando encontrar a chave. Eu


sorrio e pego dela. “É automático. Basta apertar o botão.”

Ela ri timidamente, antes de iniciar. “Sim, eu a conheci.”

“Como ela era?” Pergunto.

Colocando meu carro em movimento, ela sorri outra vez,


saindo da garagem de Jada. “Ela era linda e muito, muito
inteligente. Nunca entendi o que ela viu em Luce. Além de sua
aparência, ele era um homem mau naquela época, antes de
Beast entrar em sua vida, ele era cruel e não tinha nada a
perder.”

Eu aceno com a cabeça. “Você acredita que ela ainda esteja


viva?”

Depois de algum tempo calada quando acho que ela havia


desistido de responder, Bethy me olha e responde. “Sim, acredito
que ela ainda está viva.”
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Depois de agradecer a Bethy, eu alcanço a porta e saio na


escuridão da noite, não ajudando em nada meus olhos já
instáveis.

“Merda.” Sussurro, tirando meu telefone para que eu


possa usá-lo como lanterna. Nem sequer me preocupo em ver se
a moto de Beast está aqui. Uma vez que eu encontro as escadas,
piso no primeiro degrau antes de perceber que isso simplesmente
não vai funcionar, estou muito bêbada. Caindo de joelhos, eu
começo a subir as escadas, rindo de mim mesma no processo.
Chegando ao último degrau me levanto instável. “Ai!” Gemo,
esfregando minha cabeça.

“Beast?” Falo, tentando focar nele. Meus olhos percebem o


jeans rasgado que estão desabotoados, pendurados baixo em seu
quadril. Engolindo a saliva que se acumulou na minha boca, eu
continuo meu percurso. Quando eu passo por seu peito
bronzeado, alcanço seu rosto, que está coberto por sua máscara
de caveira e bem quando estou prestes a morder o lábio, meu
peso se desloca me inclinando para trás, quase me fazendo cair
da escada. Sua mão envolve meus braços enquanto me levanta,
mordendo meu lábio inferior, eu sorrio para ele. “É este o seu
jeito de me pagar por te amarrar?” Sabia que ele ia me fazer pagar
por amarrá-lo, mas isso é jogo sujo. Ele sabe o quanto me excita
essa máscara. Não pergunte por que, eu não sei.

Talvez eu seja mais pervertida do que pensava?


Envolvendo as mãos atrás das minhas coxas, ele me pega e me
leva para o quarto. Deslizo minhas mãos sobre os seus braços,
minha mente bêbada tornando meu corpo refém. Curvo minha
cabeça em seu pescoço, pondo minha língua para fora e
passando sobre sua cicatriz. Seu corpo fica tenso e seus braços
me apertam. Entrando no quarto, ele rasga o meu sutiã sobre os
meus mamilos, sugando um em sua boca antes de chutar a porta
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atrás de nós e me jogar na cama. Em nosso mundo despedaçado


de reflexões voltadas para nós, eu sou a garota que quer dançar
com o diabo.
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CAPÍTULO VINTE E NOVE

Estamos aqui há quase uma semana e estou no chuveiro


tomando banho quando ouço meu telefone tocar na bancada.
Afastando a cortina, eu saio rapidamente do chuveiro e atendo
quando vejo que é Beast.

“Oi! O que foi?” Eu digo ofegante.

“Meadow...” ele rosna e meus ombros enrijecem em alerta.

“Sim?”

“Você está se tocando?”

“O quê? Não, seu pervertido. Eu estou no chuveiro”, afasto


o telefone, mas minha boca se inclina num sorriso. “Você ligou
só para perguntar isso ou há outro motivo?”

Ele ri ao telefone. “Outro motivo. Jada vai participar do


treinamento desta noite, eu preciso te ver em ação.”

“Certo”, respondo, tirando o meu cabelo molhado do rosto.

“Tudo bem, nada sério, mas eu preciso ver como está em


uma luta.”

Bufando, eu me sento na privada. “Ela vai me dar uma


surra.”

“Não, ela não vai. Estarei lá e preciso conversar com você,


também.”

“Oh.” Digo cautelosa. “Algo bom ou ruim?”

“Um pouco de ambos. Venha e traga Melissa.”


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“Ela não está saindo de casa.”

“Faça ela sair.”

“Por quê? Ela não quer mais ficar aqui, mal pode esperar
para chegar em casa.” Eu que não tive tempo para realmente
sentir falta da minha casa ainda.

“Sim, bem, isso aconteceria mais cedo ou mais tarde.”


Afirma. “Eu tenho que ir, venha e tente trazer Melissa.”

“Ok, vejo você em breve.”

Desligo o telefone e saio para o meu quarto para vestir os


shortinhos pretos de lycra, sutiã esportivo e uma camiseta solta,
antes de descer as escadas e encontrar Melissa no sofá
assistindo Breaking Bad. Sorrio. “Qual temporada você está
assistindo?”

Ela abaixa o volume no controle remoto. “A quarta! Acho


que eu amo Jesse Pinkman.”

Esfrego meu rosto, balançando a cabeça. “Não, Melissa.


Somente. Não.”

Ela balança a cabeça. “Sim. ‘Mexe mais, vadia’. O homem


tem as chaves do meu coração, de qualquer forma...” Diz,
levantando-se do sofá, com seu cabelo caindo por todo lado.
“Quando podemos ir para casa? Estou cansada de me esconder
aqui.”

“Você não tem que se esconder aqui. E, além disso, você


não quer vir e assistir Jada chutar minha bunda hoje à noite?”

Ela faz uma pausa. “Você lutará com Jada! Beast não vai
deixar isso acontecer.”
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Balanço minha cabeça. “Não, ela vai me treinar. Beast


quer saber como eu estou.”

“Oh, ok. Eu vou.”

“Ótimo.” Digo, batendo em sua bunda. “Vá se trocar,


estamos indo para o clube agora.”

“Ah, eu não quero.” Geme, com seus ombros caindo.

“Não interessa, estou com saudades da minha amiga.”

Ela sorri, envolvendo os braços no meu pescoço. “Sinto


muito, eu tenho sido uma amiga terrível. Mas Beast está te
mantendo ocupada.”

“Argh, você fede. Banho, agora e então vamos.”

Ela ri antes de correr para cima para tomar um banho.

Pouco tempo depois, estou pegando uma garrafa de água


na geladeira, Melissa chega. “Você está pronta?” Pergunto
quando ela desce as escadas em toda a sua glória. “E está
gostosa, querida. Estou surpresa que você não tenha dormido
com alguns dos outros caras. O que é aquela barba do Hannibal?
Porra!” Eu digo com um sorriso, empurrando-a, e tentando fazê-
la ficar de bom humor.

Ela ri, jogando o cabelo para cima em um rabo de cavalo


alto. “Sim, eles são todos quentes, e confie em mim, eu tentei.
Mas nenhum deles vai me tocar. Motoqueiros, Meadow. Eu não
consigo nem pegar um motoqueiro... que por sinal, dorme com
aquelas lindas putas do clube o dia todo. Provavelmente é por
isso.”

Balanço minha cabeça. “Não acho que seja por isso.”


Murmuro baixinho à medida que nós caminhamos para fora da
porta e vamos em direção ao clube.
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Chegando lá, vemos que está em plena explosão. Música


tocando alto e pessoas espalhadas em todos os lugares. O carro
de Jada está estacionado ao lado das motos, então eu estaciono
ao lado do dela e salto para fora. Melissa permanece enraizada
em seu assento e me ajoelho, olhando para ela. “Saia. Agora.”

Ela morde o lábio nervosamente. “Você tem certeza?”

“Claro, Melissa. Vamos pegar uma bebida e, em seguida,


você pode assistir Jada chutar minha bunda. Vem.”

“Só para constar...” Declara, finalmente, saindo do banco


do passageiro, “...se ela machucar você, vou ter que interferir.”

Sorrio, enganchando meu cotovelo com o dela. “Eu te amo.


Você sabe disso, certo? E foda-se, Hella. Ele não merece você.
Deixe-me mexer alguns pauzinhos.” Pisco para ela e seus olhos
se estreitam.

“O que está rolando?”

“Você verá.”

Nós duas estamos rindo quando entramos no clube e


vemos o clube cheio de motoqueiros, mulheres seminuas e mais
motoqueiros.

Há mais?

Suspirando, eu aperto Melissa em mim. “Talvez seja


melhor ficar ao meu lado. Não sei quem são essas pessoas, mas
deve ser seguro ou Beast não teria dito para descermos.”
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“Tudo bem para você, foi reivindicada pelo próprio Diabo.”


Ela afirma.

Mãos enormes envolvem minha cintura, me puxando para


ele. “Maldita seja, ela foi reivindicada pelo próprio Diabo.” Ele
rosna no meu cabelo e meus mamilos acendem
instantaneamente. Girando em seus braços, eu envolvo meus
dedos atrás do seu pescoço e me ergo na ponta dos pés, que só
me levam a seu pescoço. Ele é muito mais alto que eu.

“Oi, baby!” Eu digo e ele me pega sem esforço do chão antes


de me descer.

“Venham, vocês duas. Melissa, você é amiga de Meadow.


Está protegida aqui, você sabe disso?”

Ela sorri, balançando a cabeça. “Obrigada, Beast.”

Ele acena antes de continuar sua caminhada. Seus passos


chegam a um impasse e ele gira para enfrentar Melissa
novamente. “Feche seus olhos.”

Ela zomba. “Posso lidar com o que está acontecendo,


Beast. Essa não é a primeira festa de MC em que estive.”

Ela o empurra para fora do caminho e vejo quando seu


rosto se desfaz em um milhão de pedacinhos bem na minha
frente. Seguindo sua linha de visão, vejo Hella recostado no sofá,
com os braços estendidos e as pernas bem abertas. Há uma
cabeça de uma menina balançando para cima e para baixo em
seu colo, e seus olhos estão travados em Melissa. Um pequeno
sorriso se arrasta para fora de sua boca enquanto suas pálpebras
caem e seu punho envolve o cabelo da menina, empurrando-a
com mais força. Inclino minha cabeça para o lado e noto como
seus olhos se arrastam por todo o corpo de Melissa. Se eu não
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soubesse melhor, diria que ele está gozando para ela agora, não
para a puta sugando seu pau.

Beast me puxa para ele. “Ela vai ficar bem?”

Olho para Melissa para ver seus ombros erguidos e um


sorriso em seu rosto. Não é um sorriso brincalhão, porém, é um
que diz: você me fodeu e agora estou indo foder você.

Ficaria com medo se eu fosse Hella.

“Sim, olha. Dê-me um segundo.” Dou um sorriso forçado


para Beast, que concorda com a cabeça. “Vou estar ali no bar.
Não se aventure muito longe, na verdade, não vá a qualquer
lugar.”

Eu aceno para ele e volto a minha atenção para Melissa.


“Humm? Você está bem?”

Ela sorri para mim, com os olhos embaçados, mas seu


sorriso nunca vacilando. “Eu vou ficar bem.”

“Ok. Só vou ali e já retorno, fique aí.”

Caminhando até Hannibal, eu me ajoelho na frente dele


enquanto está conversando com Nyx, Ripper, e Skid.

“Olá, tudo bem?” Eu começo, olhando para todos eles.


“Hella disse para ficarem longe de Melissa, não foi?”

Todos olham em volta uns para os outros. “Sim.” Nyx


afirma, sorrindo. “Por quê?”

“E vocês obedecem?” Eu os repreendo e todos eles se


inclinam para trás em seus assentos. Eu me acalmo um pouco.
“Não dê ouvidos a ele!” Digo, levantando e cruzando os braços na
minha frente. “Vá lá dar em cima dela e veja se ela quer.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Todos eles se sentam ali silenciosamente.

“Agora!” Sussurro duramente e todos se levantam, Nyx é o


primeiro e sorrio para mim mesma. Nyx é delicioso, se eu
estivesse solteira... Não estou interessada em ninguém e muito
menos em qualquer um dos caras, mas sou uma mulher e posso
apreciar um cara bonito.

Caminhando até Beast, que está sentado ao lado de Hella,


que acabou de ser chupado, me acomodo em Beast, que me puxa
para seu colo. “O que está acontecendo hoje à noite? Está
lotado.”

“É sobre isso que eu preciso falar com você.” Ele sorri, me


puxando mais para baixo nele.

Hella ri ao redor da borda da sua cerveja e eu espio em


volta de Beast para olhar para ele. “O que é tão engraçado?”

“Melissa foi para casa?” Pergunta ele, com as sobrancelhas


levantadas como se ele fez isso para fazê-la ir embora.
Infelizmente, minha amiga é teimosa demais.

Sacudo minha cabeça. “Você é um cagão, Hella.”

Seu largo sorriso se espalha pela boca. “Um cagão?” Antes


de agarrar seu estômago e rir.

“Não estou rindo com você. Você fez minha melhor amiga
ficar triste. Tem sorte de eu não cortar o seu pau.”

“Oh, baby, você não saberia o que fazer ao redor do meu


pau.”

Gargalho. “Você está certo, porque primeiro eu teria que


realmente encontrá-lo.”
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Beast ri e me puxa com mais força. “Tudo bem, cala a boca,


porra. O único pau que deveria estar saindo da sua boca é o
meu.”

Percebo um movimento pelo canto dos olhos e vejo que é


Melissa e Nyx em cima um do outro. E N.E.R.D. de 'She Wants
to Move' soa pelos alto-falantes e eu tenho que conter uma risada
da letra. Trazendo meus olhos de volta para Hella, ele está
encarando ambos, com seu maxilar cerrado.

“Hella”, alerto. “Deixe-a em paz.”

Ele balança a cabeça, trazendo seus olhos para mim. “Que


se foda isso!” Afastando-se do sofá e saindo, eu olho para Beast
e ele estreita seus olhos para mim.

“Não cutuque a onça com vara curta, baby. Você vai fazer
com que alguém morra.”

“Não vou, mas bem que ele merece.”

Envolvendo as mãos dele nas minhas, ele me puxa para


cima. “Vamos lá. Vamos treinar.”
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CAPÍTULO TRINTA

Depois de pegar Melissa, estamos todos na academia


quando Jada entra, jogando sua mochila no chão. “Para que
conste, eu não sou fã dessa ideia.”

Sorrio com Beast embrulhando minhas mãos com gaze.


“Eu também não.”

“Autodefesa, Jada. Não toque nela.”

“Eu sei, eu sei. Continuo não sendo fã deste plano.”

Nós duas entramos no octógono. “Não acredito que estou


fazendo isso de verdade.”

Jada puxa seus braços para cima. “Dê-me o seu melhor


gancho de direita.”

Encolho os ombros antes de pousar um gancho de direita


sobre ela, só que não pousa porque ela o bloqueia sem esforço.

Passamos quarenta minutos no octógono, desviando uma


da outra. Meu corpo está encharcado de suor e estou morrendo
de sede.

“Tudo bem”, replica Beast, entrando no octógono. “Você


aprendeu muito em uma semana, baby. Você aprende rápido.”

Melissa também salta com uma garrafa de água na mão.


“Sério, Meads. Você é demais!” Ela me acotovela com seu ombro.

“Dificilmente. Você trouxe o arco?” Eu pergunto, limpando


o suor da minha testa com a toalha.

Ele acena com a cabeça. “Sim, vamos lá.”


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Depois de algumas horas, voltamos para casa com Melissa


no banco do passageiro e Beast atrás de nós em sua moto.

“O que vai acontecer quando você voltar para Westbeach?”


Melissa pergunta, olhando para mim do banco do passageiro.

Eu dou de ombros, mudando as marchas. “Eu não sei


ainda.”

“Você não quer voltar, não é?” Pergunta ela com descrença
em seu tom.

“O quê? Não seja estúpida, claro que sim. Eu só não sei o


que vai acontecer entre nós e a distância.”

“Bem...” ela começa, “...se houvesse alguém que pudesse


fazer a coisa do namorar a distância funcionar, seriam vocês
dois.”

“Você acha?” Pergunto, olhando para ela.

“Sim, claro. Obviamente vocês foram talhados da mesma


pedra. Vocês são perfeitos juntos.”

Quando nós paramos, eu saio do carro e espero por Beast


enquanto Melissa entra em casa. Está escuro e eu sei que ela
está cansada, mas também sei que Hella teve um grande impacto
sobre ela. Gostaria de levá-la para casa. Eu sei que isso seria a
coisa certa a se fazer, então terei que falar com Beast sobre isso
hoje à noite.

“Você está bem?” questiona ele, tirando as luvas.


The Devils Own #1 Amo Jones

“Sim”, eu digo, indo até sua moto. “Estou bem.” Talvez


Melissa esteja certa, talvez tenhamos sido talhados da mesma
pedra.

Arrasto meu corpo sobrecarregado pelas escadas e deixo


minha mochila no chão. Beast anda para o banheiro antes de
voltar para o quarto. “Vamos lá, preciso falar com você sobre
algo.”

Eu sigo atrás dele até o banheiro, meus passos pesados


me arrastando em direção ao quarto. Fechando a porta atrás de
nós, eu me dispo das minhas roupas, bufando de cansaço
enquanto luto com meu sutiã esportivo que está grudado à
minha pele encharcada de suor. Ele ri, passando a mão ao redor
e o arrancando.

Suspiro. “Obrigada.” Digo, antes de entrar na banheira de


cerâmica e sentar-me sob a água escaldante.

Ele entra depois de mim, minhas coxas se apertando ao


vê-lo em toda a sua glória nua. Suspiro novamente e sacudo
minha cabeça porque, mesmo que meu corpo esteja cansado e
minha bunda esteja literalmente dolorida por ter caído tanto nela
esta noite, ainda sei que felizmente me atreveria a uma rodada
com ele.

“Sobre o que você queria falar?” Eu pergunto, pegando o


sabonete na minha mão e passando em meus braços doloridos.

Ele se senta na minha frente, passando as mãos úmidas


por seus cabelos. “Vamos terminar isso com o Exército em
algumas noites”, ele diz, trazendo seus olhos para os meus.

Inclino minha cabeça. “É seguro?”

Ele ri, pegando minha mão na dele e me puxando.


Descanso de costas em seu peito, com o pau dele pressionando
The Devils Own #1 Amo Jones

contra as minhas costas. “Não posso garantir nada, baby, mas


prometo que não irá se machucar.”

“Isso não é reconfortante para mim, Beast.”

Isso não é nada reconfortante para mim.

Beast

Na noite seguinte, estamos indo para a sede do clube, eu


desço da minha moto antes de ajudar Meadow a sair. Ela se vira
nos meus braços para que as costas dela fiquem encostadas no
meu peito. “Você sabe”, ela murmura, com sua bunda se
esfregando no meu pau, provocando-o. “Eu acho que precisamos
de uma bebida.”

Rindo, giro-a ao meu redor e puxo-a para perto de mim.


“Vamos lá.”

Com ela ao meu lado, nós dois caminhamos até a porta


onde há música alta e um monte de caras bêbados rastejando
em toda parte. Meadow ri, descansando o rosto contra meu peito.

“Onde está Melissa?” Pergunto, inalando o cheiro doce de


cereja e coco que vem do seu cabelo.

“Ela deve estar lá dentro”, responde, resmungando.

Eu viro o rosto dela para mim. “Ela ainda não foi embora?”

“Não. Ela é muito mais forte do que aparenta.”

Aceno para ela. “Sim, Hella é meio que...”


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“Um adolescente fodido?”

“Bem, eu não ia dizer precisamente essas palavras...”

“Um porco?”

“Tudo bem, entendo que você está brava, querida. Ele é


que perde, não se preocupe.”

“Será que ele se importa com ela?”

Faço uma pausa, pensando. “Sim, ele se importa.


Apenas... não o bastante.”

Suspirando, ela coloca sua mão na minha, puxando-me


em direção ao bar onde Jada e Hella estão sentados.

“Preciso me embebedar”, ela anuncia, sentando em um dos


bancos ao lado de Jada.

Jada ri, deslizando a garrafa de Tequila pelo bar. “Toma


aí.”

Passo a mão pelo queixo, puxo o banco dela para mais


perto do meu, pego a garrafa e tomo um longo gole.

Meadow

A atmosfera está viva. Os arrepios correm sobre o meu


corpo quando os efeitos da Tequila começam a pulsar por mim,
aquecendo o meu sangue e desencadeando felizes choques de
eletricidade estática sobre a minha pele. Ao olhar em volta,
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arrasto meus olhos ligeiramente bêbados para Beast, que está


sentado ao meu lado, tomando sua bebida.

“Quer dançar?” Pergunto, retirando meu moletom e


colocando no balcão. Puxo minha regata branca para baixo para
cobrir minha barriga, só que ela volta para cima e monta nos
meus ossos do quadril.

Atrás de um riso leve, ele sacode a cabeça. “Mesmo?”

Eu sorrio para ele, de costas voltadas para todos os outros,


enquanto Hannibal fica sentado ao lado de Beast e me
encaminho para o aparelho de som onde Ripper está sentado,
bebendo sua cerveja.

“Oi,” cumprimento, andando até o sofá em que ele está


esticado.

“Que travessura. O que você está planejando agora?” Ele


pergunta, com a sobrancelha perfurada. Sério, quem ainda tem
a sobrancelha furada nos dias de hoje? Surpreendentemente,
deixa-o ainda mais charmoso, parecendo um menino.

“Nada mesmo”, respondo, saltando sobre suas pernas


estendidas e pegando o iPod.

“Posso te fazer uma pergunta?” Ele coloca sua cerveja


sobre a mesa antes de passar a mão por seus longos cabelos
loiros.

Eu faço uma pausa na minha rolagem para olhar para ele


pelo canto do meu olho. “Claro, só se eu puder te perguntar uma
também.”

Seus olhos estreitam antes que ele puxa o lábio para


dentro da boca. “Que se foda, vai valer a pena.”

“Atire”, faço um gesto para ele.


The Devils Own #1 Amo Jones

“Eu meio que... ah... sei... sobre o que aconteceu.”

Meu corpo antes aquecido com o álcool, agora cai a um


nível gelado. “Mesmo?” Digo, engolindo a bílis que se forma na
minha garganta.

“Não é assim”, ele diz, se posicionando e se aproximando


de mim. Ele empurra as mãos para dentro dos bolsos de seu
jeans e levanta a cabeça. “Eu só sei por que ouvi Beast e Hella
conversando sobre isso há alguns anos atrás.”

“Oh”, sussurro, com as palmas das mãos suando contra


as costas metálicas do iPod. “Você tinha uma pergunta.” Eu digo
depois de limpar minha garganta.

“Sim”, suavizando os olhos. “Você já superou o que


aconteceu?”

Minhas sobrancelhas tremem ao pensar cuidadosamente


sobre sua pergunta. “Não. Eu só aprendi a viver com isso, e um
dia de cada vez. Por quê?”

Ele abana a cabeça. “Por nada. Continue”, ele gesticula


para o iPod antes de recuar para o seu lugar no sofá. “Qual é a
sua pergunta?” Ele diz com um sorriso ao redor da borda da
garrafa.

“Como você conseguiu o nome, Ripper7?”

Seus olhos piscam e um sorriso diabólico invade seu rosto.


“Não é óbvio?”

Depois de alguns segundos de silêncio, eu compreendo o


que ele quer dizer. “Merda, mesmo?”

7 - Estripador;
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Ele acena com a cabeça. “Sim, verdade, verdade.”

“Isso é doentio.”

Ele bufa, voltando a colocar a cerveja sobre a mesa. “Não,


para mim não é.”

Ele mantém os olhos fixos nos meus, inclinando a cabeça


e flashes dele rasgando as pessoas com as próprias mãos
invadem minha mente. “Por quê?” eu pergunto. “Por que fazer
isso? Por que não simplesmente matá-los e acabar com isso?”

“Por que você acha que a polícia não pode nos culpar por
nada, querida? É porque eles não conseguem encontrar o que
sobra.”

“Certo, sim, entendi. Esqueça que eu perguntei.”

Ele ri, pegando sua garrafa outra vez.

Vou passando pela playlist até encontrar a música


perfeita. Sorrindo, eu toco Breaking Benjamin, 'Dance with the
Devil' antes de caminhar para a pista de dança, puxando Melissa
do sofá no meu caminho. “Vamos dançar.”

Ela ri, batendo no meu cotovelo e empurrando a cabeça


para Beast e Hella, que estão sentados no bar, nos observando
atentamente. “Nós vamos dançar com o diabo?”

Aceno antes de começarmos a dançar e nos perdermos na


letra da música. Levanto os braços, baixo novamente e arrasto
meus olhos para Beast com um pequeno sorriso. Seus olhos se
prendem aos meus, e o sorriso se espalha pelos seus lábios,
antes de correr o olhar lentamente pelo meu corpo. Lambendo
seus lábios, ele coloca sua garrafa no bar e começa a abrir
caminho até mim.
The Devils Own #1 Amo Jones

Enganchando seu braço ao redor da minha cintura, ele me


gira e empurra meu corpo para cima contra o seu. Baixando a
cabeça, rosna, “Você está brincando com fogo, baby.”

Sorrio, levantando meus braços em sua nuca enquanto o


refrão começa a tocar. Inclino minha cabeça, passando meus
olhos pela cicatriz furiosa que começa atrás da orelha dele,
correndo pelo pescoço até o seu ombro. Arrastando meu polegar
em sua bochecha, desço até a cicatriz branca antes de levar meus
olhos de volta para os seus. Sua mandíbula flexiona enquanto
ele balança a cabeça e se agarra em minhas mãos, puxando-as
para baixo novamente.

Agarrando-me nele, nós terminamos a música antes de


voltar para o bar onde Jada está sentada com Hella que está
observando Melissa como um falcão.

“Por que vocês dois simplesmente não conversam?” Eu


digo, caindo no banco do bar e tomando um longo gole da cerveja
de Beast.

“Porque”, começa ele, mantendo os olhos fixos nela. “Eu


não quero uma namorada.”

“O que te faz pensar que é isso que ela quer? Ela quer te
matar, Hella. Acho que você está a salvo de uma mulher
grudenta.”

Um lento sorriso puxa no canto de sua boca enquanto ele


arrasta os olhos de Melissa e os traz para mim. “Talvez. Mas
talvez seja aí que está a emoção. Eu a foderia contra uma parede,
tendo uma faca na mão pronta para me matar ou não.”

Beast exala, trazendo o cotovelo para o balcão, apertando


os olhos entre os dedos e balançando a cabeça com uma risada
baixa. “Irmão, você é doente.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Eu sei.” Responde, com seus olhos ainda presos nos meus
e o mesmo sorriso na cara.

Jesus, não há palavras que possam descrever este homem.

“Posso recomendar um terapeuta?” Provoco, tomando o


shot que Jada escorregou para mim.

Ele ri, jogando a cabeça para trás. “Eu ia colocar seu


terapeuta no manicômio, Gata.”

E o pior é que eu acredito nisso. Balançando a cabeça, me


viro e tomo outro shot enquanto Beast balança a cabeça, com os
ombros balançando sob sua risada.

Hella cutuca Beast com o cotovelo, empurrando a cabeça


para a multidão. Beast faz uma pausa, girando em seu banco,
para ver aquela mesma mulher da outra noite de pé na porta,
com seus olhos varrendo o local.

Ela é deslumbrante. Seu cabelo fica em torno de seu


queixo, o nariz perfeito e maçãs do rosto altas, exalando estilo e
um comportamento de ‘não foda comigo’ em torno dela. Ela passa
através das pessoas, empurrando a multidão, enquanto vem até
nós. Engolindo em seco, eu olho para Jada, que ri da minha
expressão.

Curvando a cabeça em minha orelha, ela sussurra, “Ela


não é um problema, querida.”

Um riso nervoso escapa de mim enquanto ela derrama


outro shot.

“Tudo bem?” Murmura Beast ao meu lado, olhando para a


pista de dança, onde presumo que a bela loira está de pé.

Tomo meu shot, e o líquido quente queima no fundo da


minha garganta como um manto de fogo, giro em meu banquinho
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e prendo os olhos com os dela. “Oi!” Eu digo, estendendo minha


mão. “Meadow.”

Seus olhos estreitam enquanto ela inclina a cabeça para


Beast. Um pequeno sorriso desliza sobre sua boca depois de
alguns segundos, então levanta sua mão delicada na minha,
apertando suavemente. “Sou Shelby. É bom finalmente conhecê-
la.”

“Finalmente?” Eu pergunto, olhando entre ela e Beast.

Ela balança a cabeça antes de voltar sua atenção para ele.


“Nós precisamos conversar.”

“Fale com Hella.” Ele rebate, envolvendo o braço ao redor


da minha cadeira, me aproximando mais.

Ela olha entre nós dois enquanto Beast dá um longo beijo


na minha testa. Ela ofega e começa a se mexer
desconfortavelmente.

“Beast?” Ela começa, mas ele não olha para ela. Em vez
disso, suas mãos fortes pegam meu queixo suavemente e ele
inclina meu rosto para o dele. Analisando meus olhos, passa o
polegar sobre meu lábio inferior, trazendo seus lábios nos meus
e a sensação de calor atinge direto entre as minhas coxas. Suga
meu lábio inferior, e com o forte sabor amargo da cerveja
persistente na minha língua, um gemido vibra dos meus lábios e
ele geme em resposta.

Puxando-me para trás, se inclina contra o balcão,


apoiando os cotovelos em cada lado. “O quê, Shelby? Você
conheceu minha Old Lady, pode sair agora.”

Suas sobrancelhas sobem. “Preciso falar com você, Beast.


Trata-se de Layla.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“O quê? Eu te dei este trabalho porque imaginei que você


fosse mulher suficiente para lidar com todas as garotas.”

Seus ombros enrijecem. “Eu sou, Beast.” Sussurra.

“Cuidado com o seu tom de merda e lembre-se com quem


você está falando.” Ele responde, cerrando o queixo com as
sobrancelhas erguidas.

“Beast...” Sussurro para ele. É a primeira vez que o vi falar


assim. Ele é sempre doce comigo, por isso me chocou um pouco.

“O que foi? E por que eu deveria me importar com Layla?”

“Você quer fazer isso aqui e agora?” Ela sussurra em voz


alta.

Ele dá de ombros. “Desembucha.”

Shelby cruza os braços na frente dela. “Ela matou um


cliente.”

A garrafa de Beast pausa no caminho de sua boca.


“Repete?”

Hella fica de pé com interesse e um sorriso nos lábios.

Jada ri. “Isso deve ser bom.”

Contornando, eu tomo outro gole de cerveja.

“Ele tentou ir pela porta dos fundos. Ela disse que não, ele
tentou novamente, e ela espetou seu pau com uma tesoura. Asha
entrou depois do que ela tinha feito e ele estava esbravejando e
dizendo as merdas que ele ia fazer, e como queimaria todo o
lugar...” Ela faz uma pausa, limpando a garganta. “Então, ambas
acabaram com ele.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Jesus, fodido, Cristo!” Sussurra Beast, colocando a


garrafa na mesa. “Onde elas estão agora?”

“No meu carro lá fora. O corpo ainda está no quarto e eu


não sei sobre você, mas isso está além do meu pagamento.”

Ele balança a cabeça, e fica de pé com Hella ao seu lado.


Ele envolve seus dedos nos meus e me puxa. “Vamos lá.” Diz a
Shelby e ela sorri para mim, antes de liderar o caminho para a
porta. Desta vez, a multidão se separa quando nós passamos.

O ar fresco repentino me atinge de uma só vez e um arrepio


corre sobre a minha pele. Aperto a mão de Beast, e seguimos até
o Camaro vermelho estacionado ao lado da fileira de motos em
frente ao celeiro.

Hella caminha até o carro e abre porta. “Vamos ver o que


aconteceu com essas pequenas assassinas?” Ele ri na parte de
trás do carro.

Quando chegamos, Beast me põe atrás dele, e abre mais a


porta e gesticula para elas saírem. O interior do carro está muito
escuro para eu ver alguma coisa e não quero olhar muito, de
qualquer maneira. Eu sei como são as prostitutas do Sinful
Souls.

Duas pequenas garotas tropeçam para fora do carro. Uma


tem cabelos castanhos ondulados que pendem em ondas pelas
costas. Acho que ela tem mais cabelo do que corpo. E é
fascinante também. Com os olhos vermelhos se aproxima de
Beast e eu inclino minha cabeça, olhando para ela maravilhada.
Deus, essa garota não é apenas linda, ela é linda demais. O que
está fazendo em um trabalho como este?

Ela passa a mão pela bochecha, enxugando as lágrimas


que se formaram. “Beast, eu sinto muito.”
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“O que aconteceu, Layla?”

Eu tiro meus olhos avarentos de Layla e olho para a garota


igualmente deslumbrante que está ao seu lado. São muito
parecidas para não serem parentes, exceto que onde o cabelo da
Layla é castanho-avermelhado, o desta garota é preto-azulado.

“Eu disse a ele que não fazia anal e ele não aceitou um não
como resposta. Depois do meu terceiro ‘não’ ele me obrigou a
deitar na cama e tentou amarrar meus pulsos. Eu consegui
soltar meu pulso e peguei a tesoura que estava na mesa de
cabeceira, que ficou ali após ele ter cortado a erva mais cedo. E
não sei, isso simplesmente aconteceu.”

Hella ri da situação. “Casa comigo?”

Layla revira os olhos. “A resposta ainda é não, Hella.”

Ele deixa cair o lábio atrás de um sorriso, amuado. “Vou


te perguntar sempre.”

Layla olha para mim e inclina sua cabeça. “Oi?”

Eu sorrio, arrancando minha mão de Beast e estendendo-


a para ela. “Oi, eu sou Meadow.”

Ela pega a minha mão na dela, olhando para Beast.

“Ela é Old Lady dele, Layla.”

Os olhos de Layla disparam surpresos. “Uau, prazer em


conhecê-la”, diz com um sorriso genuíno. “Esta é minha irmã,
Asha.” Ela aponta para a garota ao seu lado e Asha coloca sua
mão para fora com um sorriso. “Prazer em conhecê-la.”

“Irmãs?” Eu pergunto, intrigada. Caminhando até elas e


encostando-me à porta. Esbarro em Shelby e ela me olha se
The Devils Own #1 Amo Jones

desculpando. Beast vira-se para Hella e começa a sussurrar algo


para ele.

“Lindo ursinho de pelúcia”, eu digo a Shelby, apontando


para o ursinho marrom com um laço rosa escondido no banco de
trás. O corpo dela fica imóvel enquanto ela fecha a porta do
passageiro rapidamente.

“Obrigada.”

Afasto-me dela, retomando minha atenção para as


garotas. “Nós somos gêmeas!”

“Uau”, respondo, encarando Beast, agora.

Eu não o culparia se ele tivesse dormido com qualquer


uma dessas garotas.

“Quem é ele?” Hella pergunta a Shelby.

Ela inclina seu corpo no carro. “Era um dos caras do MC


Blood Razor, Beast.”

“Foda-se!” Hella grita, empurrando seu corpo contra o da


Layla fazendo-a tropeçar no carro. Ele empurra sua virilha para
ela e enrola sua mão em seu pescoço, levantando o rosto dela até
o dele. “Você sabe quanta merda você acabou de causar?”

Ela ofega, estreitando os olhos. “Eu disse que sentia muito,


Hella.”

Hella dá uma gargalhada sádica e traz os lábios dele para


os dela. “Pensei que você gostava de brincar na porta dos fundos,
querida. O quê? Não sentiu o mesmo porque não era com um
diabo?”

Ela afasta sua cabeça do alcance dele, cruzando os braços


em sua frente.
The Devils Own #1 Amo Jones

Hella se afasta, mantendo os olhos dele fixos nos dela. “Eu


vou pegar Ripper.”

Limpando minha garganta, eu corro meus olhos pelo corpo


de Layla e Asha. “Vocês querem vir comigo e se limparem? Jada
pode nos levar no meu carro.”

Ambas olham para Beast, cujo corpo ainda está tranquilo.


Eu levanto minha mão colocando-a em seu braço. “Eu organizo
tudo por aqui. Você...” esfrego as mãos na minha frente, “..faça
o que precisa ser feito. Está bem?”

Ele estala o pescoço. “Sim, tudo bem.”

“Ok, deixe-me ir e pegar Jada”, falo tirando minhas chaves


do bolso de trás e as entregando para Layla. “Vá e espere no meu
carro. É aquele ali. Não vou demorar muito.”

Eu me viro e começo a caminhar em direção ao celeiro


quando sinto meu corpo sendo carregado. Beast me pega como
um bebê. “Eu não vou demorar. E não vá a lugar nenhum sem
me dar um beijo.” Ele sorri, passando seus lábios por cima dos
meus e me beijando.

Afastando-me, sorrio. “Tudo bem, te vejo mais tarde.”

Ele me coloca no chão e eu pego os olhares estranhos


vindos de Layla, Shelby e Asha, mas Hella está ali parado com
um sorriso torto nos observando.

Dando-lhe um empurrão, sigo meu caminho. Passando


por Hannibal, que tropeça em mim, eu seguro seu braço para me
impedir de cair. “Woah, grandalhão, eu não posso te segurar!”
Sua barba parece mais longa. Hannibal é atraente, ele me faz
lembrar um homem das cavernas, cru, áspero e poderoso.
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“Eu sei, eu sei.” Ele se endireita. “Estou muito feliz por


você e Beast.” E sorri antes de caminhar, ou devo dizer cambalear
de volta para os outros caras.

Sacudindo minha cabeça, procuro por Jada e vou até ela.


“Ei, você pode nos levar para casa? Só preciso encontrar
Melissa.”

Ela acena com a cabeça. “Sim, com certeza. Vamos lá, e


Melissa está ali.” Ela se levanta do bar, empurrando a cabeça em
direção a Melissa, que está falando com alguém de outra filial.

“Você não vai me perguntar?” Ela questiona com uma


sobrancelha franzida, afastando o cabelo da parte de trás da
jaqueta.

“Perguntar o quê?” Eu digo, fechando meu moletom.

“Perguntar sobre Beast e Shelby?”

Balanço minha cabeça. “Não, se tiver alguma coisa que eu


queira saber, posso perguntar a ele.”

Ela sorri, enganchando em meu cotovelo. “Estou tão feliz


que você tenha dito isso.”

Sorrio enquanto caminhamos até Melissa. “Sim, tenho


certeza de que você está.”

“Você já viu sua casa?” Jada pergunta, sussurrando em


meu ouvido.

“Que casa? A de Beast? Não, eu não vi. Ele mora aqui?”

Ela ri, inclinando-se para minha orelha. “Não, ele não


mora. Ele vive em Summerlin West, é realmente... diferente
daqui.”
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“Okaayy?” Eu digo, olhando entre ela e o chão. “Diferente,


como?”

Chegamos a Melissa e ela se vira para nós. “Ei! Este é


Bullet.” Ela aponta para o homem de pé ao lado dela, ostentando
seu próprio patch do MC Devil’s Own.

Eu sorrio. “Oi. Precisamos ir embora. Estou levando duas


meninas conosco.”

Ela olha para Bullet e depois de volta para mim.

“Você é a Old Lady do Beast?” Pergunta ele, com a cabeça


inclinada, passando a mão por sua longa barba.

Limpando a garganta, eu balanço a cabeça e digo:

“Sim.” Sorrindo para ele antes de olhar para Melissa. “Você


vem?” Ela olha para Bullet e ele sorri para ela. Eu corro meus
olhos para Jada nervosamente, e ela sorri com as sobrancelhas
erguidas.

“Vamos lá, Bullet. Você vem ou não? Sem rodeios, eu tenho


um filho me esperando chegar em casa.”

Melissa levanta as sobrancelhas para ele questionando-o


e eu balanço a cabeça. “Melissa...”

“Ele está vindo.” Ela responde, passando a mão na dele.

Jesus, o que diabos está acontecendo com ela?

Hella a deixou desnorteada. Talvez ela nunca devesse ter


vindo, deveria ter ficado em sua maldita confeitaria fazendo
tortas macias e cantarolando Dr. Dre.

Jada e eu retornamos para a entrada com Melissa e Bullet


seguindo atrás de nós.
The Devils Own #1 Amo Jones

Sussurro para Jada pouco antes de chegar à saída. “Existe


uma cura para piranhagem?”

Ela ri, balançando a cabeça. “Infelizmente, acho que sua


cura está do lado de fora com Beast.”

Balançando a cabeça, exalo. “Sim, nem sei como pode ter


acontecido na primeira vez.”

Saindo, damos um passo para o ar frio indo em direção ao


meu carro, onde eles estão todos em pé ao redor. Hella está se
movendo novamente para Layla. Quando nos vê pelo canto dos
olhos, seu sorriso cai quando ele os fixa em Bullet e Melissa, que
estão atrás de mim. Sua mandíbula cerra e ele se afasta do carro
e se aproxima de nós, indo direto para Melissa. Eu saio do
caminho enquanto ele agarra o colarinho de Bullet, puxando-o
para trás.

“Irmão, o que você está fazendo?” Bullet pergunta,


empurrando as mãos de seu colarinho.

“O único diabo que existe e está entrando naquela


fortaleza, sou eu!” Ele rosna, empurrando seu peito contra
Bullet.

“Woah, espere a porra de um minuto.”

“Aqui vamos nós.” Eu rolo os olhos, cruzando meus


braços. E Beast caminha ao meu lado com Layla e Asha o
seguindo.

“Você mergulhou seu pau em inúmeras vadias, durante


todo o tempo do caralho que eu estive aqui, Hella.” Suspirando,
ela xinga baixinho. “Porra. Vamos lá, Bullet.” Diz, segurando em
seu braço.
The Devils Own #1 Amo Jones

Bullet fica parado, com os pés plantados no chão. Ele olha


para Beast antes de balançar a cabeça. “Baby, não. Talvez
alguma outra hora.” Ele se vira e caminha de volta para o clube.

“Hella!” Melissa grita, empurrando-o no peito.

“Bem, pelo menos agora eles estão se falando.” Jada


murmura.

“Você é um poço de merda! Eu vim até aqui porque você


me queria segura, e então, quando eu chego aqui você dorme
com cada puta que aparece...” Ela chicoteia a cabeça para Layla
e Asha, “..sem ofensas. Eu mesma vi uma delas chupando seu
pau, Hella. Então vá se foder!” Ela caminha até ele, apontando o
dedo em seu peito. “E eu vou foder quem eu quiser.”

Ele agarra a mão dela, puxando seu corpo contra o dele.


“Não, você não vai, porra!”

Arrancando sua mão fora de seu alcance, ela começa a


caminhar para o carro. “Vamos ver isso, Hella. Você pode
controlar com quem eu durmo aqui, mas lá fora...” Ela aponta
para a estrada “...você não tem como me controlar.”

“Continue a pensar assim, baby.”

Eu balanço a cabeça, e me viro para Beast. “Que horas


você vai terminar tudo aqui?”

“Não muito tarde, espero. Durma um pouco. Quero levá-la


em um lugar amanhã.”

“Oh. Onde?” Pergunto, envolvendo minhas mãos em seu


pescoço.

“Para minha casa. Quero levá-la lá antes de sairmos.”


Responde, beijando-me antes de se afastar. “Vou te ver daqui a
pouco.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Ok.”

Enquanto voltamos para a casa em que estou hospedada,


me viro para olhar Jada. “Por que é tão difícil para Melissa e
Hella?”

Ela limpa a garganta, com olhos brilhando no espelho


retrovisor, onde Layla e Asha estão sentadas tranquilamente.

Jada dá de ombros. “Por que você me pergunta? Por que


não pergunta para Layla, ela era uma de suas regulares.”

Meus olhos saltam para o banco de trás em Layla roendo


as unhas nervosamente.

“Porque eu não acho que ela é a garota certa para


perguntar.”

Jada desafivela o cinto, dando de ombros antes de expirar.


“Hella é muito complicado, isso é tudo que posso dizer.”

Estreito meus olhos, girando para as garotas. “Você acha


que ele e Melissa têm uma chance?”

Ela está mantendo os olhos fixos na casa iluminada a


nossa frente, enviando uma energia quente e aconchegante.
Meus pés estão doendo, implorando para que eu os leve para a
cama.

“Não. Eu acho que eles não têm”, ela sussurra, puxando


seus longos cabelos pretos e cheios em um coque bagunçado.

“Por quê?” Pergunto, olhando para ela. Seus olhos se viram


para Layla antes de voltarem para mim.

“Porque Melissa é uma garota doce. Debaixo de toda essa


fachada durona, ela é uma menina doce e tem um bom coração.
Há uma razão para Hella ser chamada de Hella.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“E por que isso?” Pergunto, pegando as chaves de casa na


minha bolsa.

“Por que...” Layla acrescenta. “...Hella gosta de jogar e


Melissa não fará isso.”

Dando de ombros, desafivelo meu cinto de segurança e


abro a porta, com a lua cheia nos iluminando. As meninas
saltam para fora uma de cada vez, fechando a porta atrás delas.
Sacudindo as chaves entre os dedos, penso sobre o que Layla
disse sobre Hella e como ele joga esses jogos. Melissa é uma das
pessoas mais fortes que eu conheço, mas mesmo para ela, Hella
tornou-se uma grande dor na bunda. Talvez Layla esteja certa,
ou talvez Layla tenha um motivo, eu não sei. Entretanto,
pretendo descobrir, posso não ser tão forte quanto Phoebe, mas
não vou deixar nada de mal acontecer com minha amiga.

Subindo os degraus da casa, eu abro a porta e acendo as


luzes, com meus olhos se focando sob a luminosidade repentina.

Solto as chaves no pequeno aparador ao lado da porta e


viro o rosto para Layla e Asha. “Venha, vou fazer uma bebida
quente para vocês.”

Ambas acenam com a cabeça, tirando os casacos e


pendurando-os no cabide antes de me seguirem até a cozinha.
Acendendo a chaleira, eu puxo cinco pesadas canecas de
cerâmica do topo do armário. Colocando-as na mesa, eu me viro
e encosto no balcão da cozinha enquanto espero que o leite ferva.
As duas garotas estão sentadas ali, me observando.

“Posso te perguntar uma coisa?” Asha diz, brincando com


os anéis em seus dedos.

“Claro.” Respondo sem ter certeza do que ela precisaria me


perguntar. Asha é a mais velha das duas, sei disso apenas pelo
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modo como ela se porta e como Layla parece sempre ficar atrás
dela.

“Eu costumava ser a garota favorita de Beast.” Ela começa,


com seus olhos nunca vacilando.

Minhas sobrancelhas sobem enquanto eu viro e começo a


derramar colheradas de chocolate nas canecas. “Ok.” Respondo,
tendo internamente uma conversa comigo mesma para me
acalmar.

“Ele sempre foi focado nos negócios e o clube, nunca deu


uma única pista de que estava procurando se estabelecer com
uma Old Lady...”

Sirvo o leite quente nas canecas e as levo à mesa,


colocando na frente de cada uma delas e sorrindo para Layla,
que pega a caneca e assopra, o vapor soprando sua franja
ligeiramente.

“Beast e eu nos conhecemos há muito tempo. Isso é tudo


o que eu realmente posso dizer.” Respondo educadamente,
puxando minha cadeira e cruzando a perna por cima.

Ela sorri e balança a cabeça, inclinando-se em sua cadeira


e pegando a caneca em suas mãos.

“Vocês precisam de um banho ou alguma outra coisa?”


Pergunto a elas.

Asha balança a cabeça, mas Layla acena. “Sim, por favor,


eu me sinto como a morte.”

Asha zomba. “Isso é porque você matou alguém hoje.”

Eu sorrio, tomando um gole do meu chocolate quente e


puxando meu celular para enviar uma mensagem a Beast.
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Eu: Qual é o plano?

Beast: Eles querem vingança. Nós vamos ter que mantê-las


aqui até eu pensar em algo.

Eu: Elas podem ficar aqui, só vamos ficar mais alguns dias
de qualquer maneira.

Beast: Seu tempo aqui está em aberto.

Eu: Preciso ir para casa, Beast. Eu não posso ficar aqui


para sempre.

Beast: Por que não?

Eu: Por que não o quê?

Beast: Por que você não pode ficar aqui para sempre?

Isso é sério? Faço uma pausa nas mensagens, correndo os


olhos para a parede, refletindo.

Ele está fodendo comigo? Só pode estar.

“Você está bem?” Layla pergunta, com a cabeça inclinada.

Eu sorrio, balançando a cabeça. “Sim, estou bem. Você


pode ir e tomar um banho, as toalhas estão no armário do
banheiro e posso conseguir algo para vocês vestirem.” Eu olho
para Asha. “Você pode ir também. Beast vai mantê-las aqui por
um tempo, eu acho... ou na sede do clube.” Meu telefone vibra
na minha mão e Asha acena para mim.

“Obrigada.” Ela sorri, empurrando a cadeira para trás e


enxaguando sua caneca na pia com Layla seguindo atrás.

Eu verifico a mensagem.
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Beast: Esta discussão ainda não acabou. Estarei aí em


breve.

Solto meu telefone em cima da mesa, me levanto da


cadeira e caminho até a pia para lavar minha caneca. Ele quer
que eu more com ele? Só pode estar de brincadeira. De jeito
nenhum, não estamos prontos para isso. Sim, as coisas estão
confortáveis com ele, mas ainda assim é cedo,
independentemente do que meu corpo sinta quando ele se
aproxima.

Depois de separar umas roupas para as garotas, elas se


acomodam no sofá da sala enquanto eu entro na cozinha para
abrir um vinho para nós. Voltando, entrego suas taças. “Então”,
digo, me sentando. “Irmãs gêmeas?” Ambas gracejam,
balançando a cabeça.

“Sim, muito louco, heim?!” Brinca Layla. “Tenho certeza de


que papai está muito orgulhoso de nós, as duas se
transformaram em um fracasso.”

Asha a repreende. “Cale a boca, Layla. Ele não está aqui,


e fazemos o que temos que fazer para sobreviver e isso é tudo que
importa.”

Sorrio. “Está tudo bem, sei como é.” Trago a taça de vinho
até minha boca.

Layla sorri. “É bom ver Beast com alguém.”

“Quanto tempo vocês o conhecem?” Pergunto as duas.

Asha responde: “Cinco anos. Shelby nos levou quando nos


encontrou com a com nossa bagagem, sentadas em um ponto de
ônibus. Sem imaginar qual seria nosso próximo passo.”
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Minhas sobrancelhas franzem. “Não quero parecer rude,


mas quantos anos vocês têm?”

“Vinte e um.” Asha responde, colocando a taça sobre a


mesa de café na frente dela. Breaking Bad está passando ao
fundo, me lembrando de Melissa. Então eu puxo meu telefone
rapidamente para ver se ela quis bancar a má e ficar na sede do
clube.

“Vocês tinham dezesseis anos quando Shelby encontrou


vocês?” Pergunto, abrindo uma mensagem e enviando um rápido
texto para Melissa antes de colocá-lo sobre a mesa.

Ela balança a cabeça. “Sim. Nós não tínhamos para onde


ir e não tínhamos outra opção.” Sua resposta é vaga, e eu acho
que há muito mais nessa história, mas não é da minha conta.

A porta da frente se abre e o espaço se preenche com


Beast, seguido de Skid e Hella carregando Melissa, por cima do
ombro. Levanto-me rapidamente, e Beast vem a mim, me
puxando para um abraço. “Está tudo bem, ele está apenas
levando ela para cama. Ela ficou um pouco bêbada pra caralho.”

Exalando, eu me aperto nele. “Eu preciso levá-la para


casa.”

Ele acena com a cabeça. “Talvez. Ela provoca uma pequena


comoção em Hella.” Ele olha para Layla e ela abana a cabeça.
“Imaginei, que não havia problema. Estava destinado a
acontecer.”

Eu olho entre Beast e Layla. “O quê? Você e Hella?”

Ela acena balançando a cabeça, bebendo o resto de seu


vinho. “Nós não éramos oficiais nem nada. Eu era apenas a sua
puta favorita.” Ela sorri com tristeza e meu coração entristece por
ela. Não a conheço há muito tempo, mas desde o tempo que
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passei com ela - todas as duas horas - ela tem sido uma garota
amorosa e divertida.

Quando não está matando motoqueiros.

Beast corre as mãos até a minha cintura, sentando-se no


sofá antes de me puxar com ele. “Era mais do que isso e você
sabe”, ele responde antes de olhar para mim.

Layla bufa. “Bem, isso não tem importância. Eu só quero


que ele seja feliz. As putas do clube são descartáveis. Melissa
parece simpática o bastante.”

Sorrio sem graça, com meu corpo tenso enquanto Beast


deixa cair sua mão no meu quadril, o polegar dele correndo em
círculos, minhas coxas se apertam involuntariamente e um riso
profundo escapa da boca dele.

Idiota.

“Sim, as putas do clube são, mas você não é uma puta do


clube, Layla. De qualquer forma, Hella vai te levar de volta à
sede”, diz ele, com a cabeça subindo até a porta onde Hella está
de pé.

“Ela está dormindo”, diz Hella, com o rosto sombrio.

“Ela está bem?” Pergunto. Hella está com uma expressão


no rosto que não é algo que aparece com frequência.

Ele acena com a cabeça. “Sim, ela quer ir para casa.”

“Eu sei. Pode ser que eu a leve de volta amanhã.”

Beast me aperta, trazendo o rosto dele até minha orelha.


“Eu disse que vamos falar sobre isso.”

“Para deixá-la em casa”, respondo.


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Hella acena com a cabeça. “Sim, acho que isso pode ser
melhor.”

“O coração mudou de ideia subitamente?”

Os olhos dele encontram os meus e um pequeno sorriso


curva seus lábios. “Oh, baby, o coração nunca esteve nesta
equação. Mais como uma súbita mudança de pau.”

“Tudo bem”, diz Layla, se levantando do sofá. “Vamos lá, é


hora de te levar para casa.” Ela caminha até Hella, agarrando-se
ao braço dele. Vê-los juntos parece quase natural e
descomplicado. Eles fazem sentido, onde ele e Melissa não têm
sido nada além de desordem. Eles me confundem, e para ser
sincera, acho que prefiro que ele fique com Layla do que com
Melissa. Ele já mexeu com a cabeça dela o suficiente.

Layla vem até mim e me puxa para um abraço. “Muito


obrigada por esta noite.”

Sorrio para ela. “Sem problemas.” Asha caminha ao lado


de Hella e olha para Beast e depois retorna para mim. Ela sorri,
acenando com a cabeça. “Obrigada, Meadow. Nos vemos
amanhã?”

Concordo, oferecendo-lhe um sorriso em troca, antes que


ambas saiam com Hella.

Viro nos braços de Beast e deixo cair minha cabeça em seu


peito. “A Layla é muito legal.”

Ele ri com o peito sacudindo debaixo da minha bochecha.


“Sim, ela é. Mas nós temos um problema”, diz ele.

“Vamos lá.” Gesticula, pegando minha mão na dele e me


puxando em direção ao quarto. “Nós precisamos conversar.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Depois de tomar uma ducha rápida e escorregar em meu


short de pijama e blusa, eu deslizo sob os lençóis com Beast já
dentro, com a lâmpada de cabeceira ligada, exibindo todos os
seus músculos tensos.

“Então”, digo, virando para ele. “Sobre o que você quer


falar?”

Ele move os braços para cima sob sua cabeça. “Três


coisas...” Ele começa, mantendo os olhos fixos no teto. “A
primeira coisa é que eu e os caras estamos montando amanhã.”

“Montando para onde?” Pergunto, apoiando-me de lado,


para olhar melhor para ele.

“Para acabar de uma vez por todas com o Exército.”

“O quê?” Eu pergunto horrorizada. “Isso não é um pouco


perigoso e um pouco cedo demais?” Quando me disse que iriam
acabar com eles algumas noites atrás, pensei que ele quis dizer
num futuro próximo, não em duas noites.

Ele balança a cabeça. “Não, não é muito cedo. Nós temos


tudo planejado.”

Ele solta seu braço da nuca e me puxa para cima dele.


Descansando minha mão em seu peito, deixo minha cabeça em
seu braço. “E se algo acontecer?”

Ele ri. “Bem, é aí que entra a segunda coisa.” Eu sorrio


levemente, olhando para ele.

“Veja...” ele começa, puxando-me para cima, então estou


agarrando-o. E guincho de surpresa, pressionando seu peito
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para me ajudar a levantar. “Se você disser que vai ficar comigo,
pelo menos eu morrerei um homem feliz.” Ele está sorrindo
agora, com seu sorriso brincalhão batendo fundo em mim.

Eu sacudo minha cabeça, trazendo meu rosto para o dele


e colocando um beijo suave e rápido em seus lábios quentes. “Eu
não posso. Tenho um emprego e uma casa. Só estou a quatro
horas de distância.”

Seus maxilares fazem tique-taque sob a pressão que ele


coloca sobre eles. E envolve as mãos na minha cintura, puxando-
me. “Bem...” rosna contra meus lábios, “...pelo menos sei que
você é boa com um arco. Mas preciso te ver todo fim de semana.
E isto é temporário. Estou falando sério.”

Brinco, puxando o lábio dele na minha boca e rodeando-o


com a minha língua. “Funciona para mim.”

“Terceira coisa?” Pergunto, inclinando minha cabeça.

“Os Blood Razors querem vingança pelo que aconteceu. E


querem a Layla.”

Não.

“O que você quer dizer? De jeito nenhum, você não pode


simplesmente entregá-la.”

Ele bufa. “Não há muito que possamos fazer. Não vale a


pena começar uma guerra com eles, e não precisamos disso
nesse momento. Isso tem que ser feito, baby, me desculpe.”

Eu o afasto. “Não. Não, não. Como vocês poderiam fazer


isso com ela, Beast?”

“Nós somos um MC, querida. Não somos um dormitório de


colegial. Ela sabia as consequências quando fez isso. Ela não é a
Old Lady de ninguém, então não está sob nossa proteção.”
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“Beast, não posso ficar bem com isso. Ela é uma pessoa e
tem direitos...”

“Ela não é uma civil, querida. Ela não tem direitos. Se isso
te faz sentir melhor, Tiny, o presidente do MC deles têm um tesão
por Asha.”

“Bem, só que não é a Asha que vai”, zombo.

“Oh, Asha vai. Ela vai tomar o lugar de Layla, tenho quase
certeza disso. Ela e Tiny têm uma história e ela faria qualquer
coisa pela irmã.”

“Ok”, respondo com minhas sobrancelhas franzidas.

“Você terminou?” pergunta ele. “Não se preocupe com isso,


baby. Este é um mundo totalmente diferente. Nós operamos de
maneira diferente aqui, nada de ruim vai acontecer com Layla.”

“Está bem, então, se você diz.”

“Eu digo sim”, ele responde com um sorriso, moendo seu


quadril na minha virilha, friccionando seu pau ao longo da
minha abertura por cima do meu pijama. Sorrio, arrancando
minha camiseta enquanto ele me puxa mais perto. Sugando um
dos meus mamilos na sua boca, sua língua corre em círculos ao
redor antes de morder levemente. Atiro minha cabeça para trás,
começando a moer devagar nele. Quando puxa meu mamilo da
boca, enrola meu cabelo em seu punho e corre seu outro por
minhas costas, lentamente, enquanto se iguala com meus
movimentos. Envolvendo sua mão no cós do meu short, ele o tira
e eu pulo para dar a ele um acesso mais fácil. Deslizando sua
cueca para baixo, eu corro levemente minha mão dentro de suas
coxas, passando por cima de suas bolas enquanto me agarro ao
pênis dele.
The Devils Own #1 Amo Jones

Um assobio baixo escapa da sua boca enquanto eu


escorrego minha boca mais abaixo, e a ponta escorrega na minha
língua, deslizando-a ao redor da base, antes de envolver minha
boca ao redor, enquanto o chupo profundamente para dentro da
minha garganta. Um rosnado baixo escapa da boca dele, que
agarra meu cabelo puxando-o grosseiramente. Isso me dá uma
sensação de poder. Poderia fazer seu mundo desabar com a
magia da minha língua.

Subindo e descendo, ele se acomoda, enrolando suas mãos


nos meus quadris e me girando sem esforço sobre seu peito,
então eu fico com meus pés em seu pescoço. Obviamente eu
nunca fiz um sessenta e nove antes, e para ser honesta, estou
um pouco insegura sobre isso. A exposição é muito íntima. Ter o
rosto dele na mesma proximidade do meu orifício é um pouco
desconfortável, se você me entende. Mas, assim que a sua boca
quente cobre meu clitóris, todos os pensamentos de buracos e
rostos são jogados pela janela. Sua língua entra e sai de mim em
sucções sensuais, lentas, e minhas coxas apertam. Ele levanta
as mãos atrás das minhas coxas, espalhando-as levemente antes
de esfregar o polegar nas minhas dobras.

“Acabou a brincadeira.”

Puxando minha cabeça para trás, eu limpo a boca, e ele


me puxa para cima pelos meus quadris, me colocando de bunda
para cima. Penetrando em mim, esticando-me para acomodá-lo
melhor, toda vez que ele entra em mim é tão desconfortável
quanto a última. Ele é grande - em todos os lugares. Uma vez no
fundo, puxa para fora e começa no seu ritmo. A cabeça do seu
pênis esfrega perfeitamente no meu ponto G, a cada impulso,
enviando calafrios de êxtase através de mim, até minha garganta
secar e meus membros tremerem.
The Devils Own #1 Amo Jones

Acredito que ele vai me exaurir até minha volta para


Westbeach.
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CAPÍTULO TRINTA E UM

Na manhã seguinte, o sol rompe as cortinas iluminando o


interior, colocando uma tensão nos meus olhos. Piscando, eu
cubro os olhos com a palma da minha mão, virando para sentir
o local de Beast vazio. Sentando na cama, enrolo o lençol ao meu
redor e pego minha roupa. Depois de falhar miseravelmente, eu
encontro a camiseta branca de Beast do The Devil's Own e coloco.
Parece ridículo porque fica muito abaixo dos meus joelhos.
Mordo o meu lábio nervosamente enquanto meus olhos
examinam o chão mais uma vez. Quando vejo a borda dos meus
pequenos shorts de pijama, rapidamente os pego e coloco.
Passando o laço de cabelo, eu dou um nó na parte de trás da
camisa para mantê-la para cima. Aí desliza para cima e mostra
meu abdômen, mas não estou preocupada. Somos só eu Melissa
aqui. Abrindo a porta, eu sigo pelo corredor a que me acostumei,
depois desço as escadas que desço todas as manhãs. Viro para a
cozinha, e me dirijo diretamente para a geladeira e não olho para
a sala que se encontra ao lado da cozinha. Levo a água mineral
aos meus lábios, virando-me para a sala de estar. E salto nos
meus pés quando percebo uns oito motoqueiros enormes
estendidos no sofá e no chão, me observando atentamente.

“Jesus Cristo!” Sussurro, com minha mão cobrindo meu


peito.

Todos eles se sentam perplexos, com os olhos varrendo


lentamente meu corpo, e todos deixando claro para onde estão
olhando.

Beast entra, olhando para eles antes de trazer seus olhos


para mim. “Preciso lembrá-los, filhos da puta, de que ela é
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minha? E que a próxima pessoa que olhar assim para ela estará
comendo seu próprio pau por uma semana.”

Todos riem e se voltam para a televisão.

“Oi, baby”, ele sussurra, caminhando até mim em toda sua


linda glória.

“Ei” respondo, lhe dando um beijo. “Aonde você foi?”

“Fui me certificar de que as coisas estavam sob controle


no complexo.”

“Oh, ok,” respondo, olhando ao redor da sala. “Onde está


Melissa?”

Ele me puxa para ele, cobrindo meu corpo com o seu. “Ela
está com Jada. Não quer vir para casa ainda. Vou levá-la para
vê-las antes de sair.”

“Onde estamos indo? Achei que você tinha... você sabe,


hoje?”

“Isso é mais tarde. Eu quero mostrar-lhe minha casa assim


você saberá como chegar lá na próxima semana.” Ele sorri,
passando a mão nas minhas costas e apertando minha bunda.
“Troque-se.”

Encaminho-me para meu quarto e opto por jeans skinny,


Chuck e minha camiseta branca apertada com a jaqueta de
couro que Beast comprou por cima. Soltando meu cabelo, eu
coloco meus óculos de sol aviador, na minha cabeça. “Nós vamos
de moto?” Pergunto quando vejo Beast já montando. Ele traz seu
rosto ao meu, usando jeans, botas de combate pretas, t-shirt
branca com o logotipo do clube e seu colete por cima. O cabelo
dele está um pouco bagunçado.

“Sim.” Ele sorri, deslizando suas luvas.


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Caminho para sua moto, com a emoção correndo pelo meu


corpo.

“Jesus”, ele sussurra. “Eu amo o quanto você adora


montar minha moto, baby.” Sorrio, balançando minha perna
atrás dele e agarrando sua cintura. “E, por Deus, eu juro que vou
te foder nesta moto um dia com nada mais do que esta jaqueta
de couro.” Ele gargalha antes de começar a dirigir a moto e nós
saímos de lá.

Beast

Depois que Meadow verificou Melissa, voltamos para a


estrada para entrar na cidade. Eu vivo em Summerlin West, fica
cerca de quinze a vinte minutos do complexo. Eu e meu pai
compramos essa casa há alguns anos e a mantivemos. Nós
discutimos se eu deveria ou não alugar porque não pretendia
morar nela, mas acabei mudando todas as minhas coisas de
qualquer jeito.

Nós estacionamos na garagem e desligo a moto,


removendo meu capacete. Meadow tira as mãos dos meus
ombros e salta, mantendo seus olhos na casa branca diante
dela. Ela vira a cabeça para mim, com um sorriso brincando nos
lábios. “Beast, é linda.”

“O que você imaginava?” Pergunto com um sorriso torto.


“Um celeiro?”

Ela ri, com as bochechas vermelhas. “Eu acho... talvez um


pouco.” Suga os lábios em sua boca e suas covinhas aparecem,
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e eu tenho que ajeitar o amigo lá embaixo antes de sair da moto.


Essa garota tem uma linha direta com meu pau, isso é certo.
Trazê-la aqui, sou eu mostrando a ela o que sou fora do clube.
Eu não quero que ela saia de Vegas pensando que tudo o que
eu tenho a oferecer são os meus irmãos arruaceiros e
psicopatas. Aquilo era para sua proteção, mas eu precisava
mostrar outro lado meu também, um lado que eu não tinha
mostrado a nenhuma outra mulher.

Apertando-a debaixo do meu braço, eu a espremo em mim


e coloco um beijo gentil no topo da sua cabeça. “Venha.”

Uma hora mais tarde, estamos deitados no quintal debaixo


do antigo carvalho sob o sol. Sua cabeça encontra-se sobre a
minha perna e na outra apoio meu braço. Eu afasto alguns fios
de cabelo para longe do seu rosto enquanto seus olhos fixam-se
em mim.

“Eu amei esta casa”, sussurra, virando os olhos para a


casa. Há uma varanda na parte de trás que não tem nada sobre
ela. Ainda está vazia. Eu não passo muito tempo aqui, fico mais
tempo na sede do clube, então ainda não tem um toque caseiro,
mas tem potencial.

“Ama o suficiente para se mudar?” Pergunto sorrindo.

Ela revira os olhos, virando para cima, com a mão


protegendo o sol da tarde contra os olhos. Eu não sabia disso na
época. Mas foram seus malditos olhos que me atraíram, eles me
ferraram, e agora eles me possuem.

“Meu trabalho, Beast. Tenho uma vida lá fora além de


estar presa a você.”
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Sorrio. “Mas eu gosto de ter você aqui. Porra, não quero


que você vá.”

Seu rosto fica triste, inclinando a cabeça. Ela sorri. “Eu sei
e por mais que tenha adorado você me prendendo no seu mundo,
preciso voltar. Verdade seja dita, eu não quero ir embora, mas
tenho uma vida lá. Acho que podemos namorar à distância. Por
enquanto, de qualquer forma, não vamos apressar as coisas e
simplesmente brincar de casinha.”

Reviro meus olhos, recuando e me deitando de costas.


“Fora do quarto, você é essa dama que tem classe e ousadia.”
Apoio-me nos meus cotovelos, com a boca dela sorrindo para as
minhas palavras. Eu sorrio porque ainda não terminei. “Mas
dentro do quarto? Você é minha pequena putinha com quem eu
quero brincar para sempre, Meadow. Para sempre.”

Seu sorriso cessa e seu olhar dilata em choque. “Beast!”


Ela bate na minha perna brincando e eu a levanto pela cintura,
segurando-a em cima de mim.

Ela ri, se erguendo ao pressionar meu peito.

“Mmm... a única coisa que é tão sexy quanto você montada


em minha moto é você montando em mim.”

Mais uma vez ela graceja, trazendo seu rosto para baixo
para passar suavemente seus lábios macios sobre os meus, e
neste exato momento, eu sei que estou fodido. Eu sei que se
dependesse disso, daria meu último suspiro a essa mulher se
isso significasse que ela poderia tomar mais um.
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CAPÍTULO TRINTA E DOIS

“Os caras estão aqui para este fim. Use-os se precisar”,


digo à Meadow, que jogou seus bracinhos ao redor da minha
cintura. Deixo cair minha cabeça no cabelo macio dela e lhe
beijo.

“Você tem certeza de que é uma boa ideia?” pergunta.

“Absoluta. Nós temos tudo planejado.” Nós temos, mas eu


não sei como isso vai acabar. Tudo que sei é que, por enquanto,
tenho alguém por quem viver, então farei de tudo para garantir
que ela esteja segura e que possamos ter uma vida além desta
merda.

“Tudo bem então...” Ela se afasta e se inclina até meu rosto


na ponta dos pés, enrolando seus dedos ao redor do meu
pescoço. Eu a puxo para perto de mim e passo minha língua por
cima do seu lábio inferior. Ela para e recua, examinando meus
olhos.

“Eu...” começa e depois recua, “...não se preocupe. Apenas,


certifique-se de não morrer. Por favor”, implora, olhando para
mim.

Eu sorrio e puxo-a para mais um abraço, beijando-a nos


lábios. “Ok”, respondo contra seus lábios. Seu rosto congela e
um rubor vermelho se espalha por suas bochechas. Soltando sua
mão, eu assobio para Hella, que está remexendo num tablet com
Cassidy, uma das cadelas que andam por aí. Eu olho para
Melissa e dou um toque com a cabeça para ela. Por fim, ela sorri
antes de abraçar Nyx e se aproximar de Meadow.
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Jogo minha perna sobre a moto e coloco minhas luvas.


Olhando para Meadow, eu lhe mando um beijo rapidamente e ela
sorri, acenando para mim antes de eu levar a equipe para fora
dos portões, em direção ao lugar que tenho feito todo o possível
para evitar nos últimos oito anos.

Chegando à fazenda industrial, todos nós subimos a


estrada acidentada e poeirenta e paro na metade do caminho,
com o rugido e o pulsar de nossas motos me ensurdecendo.
Depois que todos nós paramos, eu salto da moto e vou até Hella.
“Vamos subir a pé daqui.”

Hella tira o capacete com o resto dos caras fazendo o


mesmo. “Você tem certeza disso? Eu ainda acho que devíamos ir
de armas em punho e apenas destruir o lugar.”

Virando minha cabeça para a van que os prospectos estão


conduzindo, eu aponto para ela. “Porque levar a van é uma ideia
melhor. Siga o plano e espero que todos consigamos sair de lá
vivos.”

Ele acena com a cabeça enquanto metade dos caras salta


para dentro da van e o restante de nós segue a pé. Estamos todos
bem armados. Completos com granadas, M16's, e se perdermos
tudo – temos nossas facas de combate. A van avança em direção
aos portões enquanto Hella e eu nos separamos em dois grupos.
Meu grupo vai pela frente e Hella vai pelos fundos. Conhecemos
as entradas e saídas deste buraco infernal, então faz sentido que
estejamos a pé. Correndo para frente dos portões de ferro com
arame farpado, com folhas rangendo debaixo dos meus pés e o
ar está crispado de morte e silêncio. Eu empurro minhas costas
contra a cerca de arame enquanto olho para Nyx. Levando meu
dedo até a boca, faço sinal para que ele fique quieto antes de
começar a contar na minha cabeça.
The Devils Own #1 Amo Jones

Um...

Dois...

Três...

A primeira explosão rasga o ar e eu chuto a cerca aonde


Hella e eu viemos abrir algumas noites atrás. Depois que os
garotos terminam, pulo e faço minha busca na área com minha
arma em punho, para garantir que está limpo antes de irmos
para onde a van entrou. Seguindo atentamente, contornamos a
primeira esquina por onde um soldado passa e saco minha arma
atirando entre os olhos dele e seu corpo cai sem vida no chão.

“Vamos lá”, eu aceno para o grupo. A voz de Hella


atravessa o walkie-talkie preso a minha cintura.

“Sim, o que foi?”

“É Ripper. Ele está em mau estado.”

“O que aconteceu?”

“Eles sacaram mais rápido que nós. Ele está sentado lá


fora... deve estar seguro até que essa merda termine.”

“Não me diga que o deixou desacompanhado, Hella!”

“Não, o Skid está lá.”

“Sim, tudo bem. Siga o plano.”

“Câmbio.”

Guardando o walkie-talkie, levanto minha cabeça para a


torre de vigia que fica no canto da propriedade. Soltando a
mochila no chão com o som de tiros soando ao longe, puxo o
lança-granadas no ombro antes de olhar através da mira.
Apontando-o para o meio da torre, lanço-a no chão e chamas
The Devils Own #1 Amo Jones

acendem e a torre vem desmoronando. Rindo, eu empurro o


lançador de volta para dentro da mochila jogando-a sobre meu
ombro.

“Você está bem?” Nyx pergunta, levantando sua arma.

“Sim, só queria fazer isso há muito tempo.”

Ele acena levemente antes de avançar. “Vamos.”

Chegamos a uma das portas dos fundos do prédio


principal e eu pego minha arma e disparo nas fechaduras,
chutando as portas.

“Está muito quieto aqui”, Hannibal se agita ao meu lado.

“Sim, muito quieto”, respondo, caminhando para a


escuridão. Vamos até as escadas metálicas que ficam à esquerda
de onde viemos e descemos por elas.

“Que tipo de merda doentia que eles têm por aqui?”


Gunnar pergunta atrás de Nyx.

“Você logo vai ver”, respondo. Gunnar é novo, ele é


prospecto há quase um ano. A forma como ele agir nesta
operação determinará se receberá se patch no seu aniversário de
um ano.

Descemos os degraus, com nossas botas pesadas batendo


sob as solas dos nossos pés. Quando chegamos ao fundo, olho
em volta, tentando adaptar meus olhos à escuridão.

As luzes acendem de repente e ao nosso redor está um


exército de soldados, de todos os ângulos, com suas armas
sacadas. Rindo para mim mesmo. “Figuras.”

Olhando para o meu lado, começo a contar quantos há


nesta mesma sala e vou em direção aos doze - contra os nossos
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seis. Os cinco homens que estão na nossa frente com seus rifles
sacados, parados diante de nós em seu arsenal defensivo,
começam a se separar como o Mar Vermelho.

“Ora, ora, ora...” uma voz familiar perfura meus ouvidos


como pregos num quadro-negro. Brian vem passeando,
limpando sua faca em um pano branco. “Se não é o meu soldado
favorito.”

“Eu nunca fui seu soldado”, digo, pegando minha arma e


levantando-a entre seus olhos. Curvando minha cabeça, eu me
imagino puxando o gatilho, com seu sangue e seu cérebro
escorrendo para cima de mim em salpicos de redenção.

“Talvez você queira baixar essa arma, filho. Eu tenho o


dobro de homens contra você.”

“Talvez eu não me importe?” Falo mantendo a minha arma


em punho. “Talvez eu não tenha nada a perder.”

Ele cacareja, aproximando-se. “Todos sabemos que isso é


mentira, Beast. A pequena Meadow é algo que você possa
perder? Não estou certo?” Seus cabelos ruivos ainda estão mais
ou menos no topo da cabeça e sua barba ainda é baixa.

“Talvez”, respondo, sorrindo para ele. “Ou, talvez não.”


Encolho os ombros. “Afinal, foi seu treinamento que tirou
completamente o humano de dentro de mim e o substituiu por
uma réplica resistente.”

“Beast?” A voz de Hella surge do walkie-talkie novamente.


Eu estreito meus olhos para Brian, que acena com a cabeça.
“Talvez você queira checar o rádio, Beast. Ouvi dizer que ele
cometeu um deslize.”

Tirando o walkie-talkie do meu jeans, eu mantenho os


olhos fixos no Kurr e trago-o para minha boca.
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“O quê?” Respondo, com minha voz rasa e baixa.

“Estamos cercados.”

“Idem.”

Ao desligar o walkie-talkie, volto minha atenção para Kurr.


“O que é que você quer? Se você quisesse me matar, já teve várias
oportunidades para fazer isso. O que você quer?”

“Bem...” ele começa, “...você entrou aqui, explodiu meu


lugar e matou alguns bons homens.”

“E daí, eu não me importo. O que você quer?” Repito.

“Não é óbvio?” Ele sorri. “Você.”

“Você poderia simplesmente ter me apanhado. Por que ser


tão teatral assim?”

Ele contorna um dos homens, que ainda está imóvel, e se


aproxima. “Você sabe que eu prefiro uma boa perseguição,
Beast.” E para, inclinando a cabeça. “Ou talvez você não se
lembre.”

Apertando meu queixo, eu solto minha arma. “Tudo bem”,


digo sorrindo para ele. “Leve-me e solte meus homens.”

Ele ri, estreitando seus olhos para mim. “Sério? Esse é o


seu único pedido?”

Eu aceno. “Sim, é. Me leve e só a mim, deixe meus homens


saírem.”

Refletindo sobre o meu comentário, ele abana a cabeça.


Ergue o dedo indicador e o abana na minha frente. “Parece bom,
mas falta uma coisa” diz, com os olhos dele examinando meu
rosto com ameaças.
The Devils Own #1 Amo Jones

“E o que seria?” Rosno, baixando meus olhos para os dele.


Apertando meu queixo.

Ele levanta a arma, sem mover os olhos dos meus e dispara


uma bala bem entre os olhos de Nyx, com seu sangue salpicando
sobre o meu rosto. Eu sinto o gosto metálico de um irmão caído
preenchendo minha boca.

“Você vai pagar por isso”, eu rosno. “Talvez não hoje, mas
você vai pagar por isso.”

Ele ri, usando o mesmo pano branco para limpar as gotas


de sangue que estavam espalhadas sobre seu rosto. “Talvez. Mas
você começou esta charada, Beast. Eu levei um dos seus, você
levou cinco dos nossos incluindo a torre de vigia que sei que você
estava morrendo de vontade de derrubar desde que era um
garotinho.”

Ele vira as costas e aponta para os quatro soldados da


linha de frente. “Tire-os daqui. Garanta que os desejos de Beast
sejam cumpridos e que ninguém se machuque. Vamos, Beast,
temos muito tempo para recuperar.”

Virando a cabeça, eu sorrio para os meus irmãos que estão


respirando pesado. Acenando com a cabeça, eu sigo atrás do
único homem cujo sangue eu mais quero.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

Meadow

Estou sentada no bar esperando ouvir o rugido das motos


descendo a estrada de cascalho, como tantas outras vezes
quando Melissa se senta ao meu lado, dobrando-se sobre o bar
para pegar uma garrafa de vodka.

“Tome uma bebida, você precisa dela.”

Balanço minha cabeça. “Não, não. E se algo acontecer com


ele, Melissa? Acabamos de nos reencontrar.”

Sua boca cai quando ela coloca a garrafa de volta no bar.


“Suponho que esta seja a vida deles, querida. Isso é perigoso e
ameaçador, mas é a vida que escolheram. Você vai ficar bem com
isso?”

Passo a língua sobre meus lábios secos e encolho os


ombros. “Eu não sei. Mas sei que o quero, e se isso vem com o
pacote, então eu acho que vou ter que aprender a conviver.”

O ranger das portas enferrujadas soa com Jada correndo


até nós, passando pelos motoqueiros que vieram para ajudar na
retaguarda.

De pé no bar, eu limpo as palmas das mãos sobre a calça


e vou em direção a ela. Seu rosto cai, enxugando uma única
lágrima de sua bochecha.

“O quê?” Eu digo, diminuindo o ritmo da minha


caminhada. Meu coração palpita no peito com batidas profundas
e rasas, e eu inspiro profundamente.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Eles o pegaram.” Todo o ar deixa meu corpo e meus


joelhos vacilam de baixo de mim.

“Eles pegaram quem?” Sussurro, abraçando-me.

“Beast. Eles o pegaram e deixaram o resto dos caras irem


embora...” ela sussurra, apertando os olhos.

“Por que ele iria ficar?” Grito, dando um passo e andando


até o bar para pegar minha bolsa.

“Meadow, nós temos que esperar que os caras cheguem


aqui. Nyx não sobreviveu, nós precisamos ver o que está
acontecendo. Não faz sentido, Beast e Hella? Eles são a porra do
Einstein no mundo dos motoqueiros. De jeito nenhum eles
teriam deixado isso acontecer, certo?” Ela expira, sentando-se no
banco do bar.

“Nyx não sobreviveu?” Melissa sussurra, e as lágrimas


escorrem pela bochecha dela.

Eu esqueci tudo sobre ela e Nyx se tornando próximos.

“Sinto muito, Melissa. Eu não sei o que aconteceu lá, mas


Nyx era um cara bom, ele não merecia morrer assim.”

Melissa pega a garrafa, coloca os lábios em volta da borda


e deixa cair metade do líquido de uma só vez.

“Jada”, advirto, com os olhos esbugalhados. “Eu não vou


deixá-lo ficar sozinho lá.”

“Meadow, o que você vai fazer? Basta sentar e esperar


pelos caras. Eu quero ouvir o que está acontecendo.”

“E se não for nada”, grito, de pé do banco e balançando


minha bolsa sobre meu ombro. “E se...” Eu sussurro para ela,
“...ele morrer, Jada.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela engole, com as sobrancelhas franzidas enquanto me


encara. “Ele não vai. Não pode. Este é o Beast, ele é
indestrutível.”

“Acorda, Jada, ele é humano. Não é preciso muito para


matar um ser humano.” Virando os pés, eu ando até as portas,
e lágrimas surgem em meus olhos com meu coração pesado
batendo ao ritmo das solas dos meus pés batendo no chão sujo.

Empurrando a porta, eu paro quando vejo a massa de


motos encostando com a van seguindo atrás delas. Limpando os
olhos grosseiramente, eu examino a frente para ver a moto de
Beast, mas com Hella montando sobre ela. Meu estômago
embrulha e mais lágrimas correm por meu rosto. Agarrando-me
ao peito, eu vou para Hella.

“Onde você estava?” Eu grito, dando um soco nele.

“Acalme-se, Meadow. Venha para dentro para que


possamos explicar.”

“Não.” Balanço a cabeça. “Vá se danar.” Empurrando seu


peito duro de pedra, eu me viro em direção ao meu carro e estou
quase lá quando um forte aperto ao redor do meu braço me puxa
para trás.

Minhas costas empurram contra o peito apertado de Hella,


onde ele deixa cair seus lábios até minha orelha e sussurra: “Foi
uma armadilha, Meadow. Nós sabíamos que ele ia ser capturado,
sabíamos de tudo.”

Meu peito sobe e desce, e se aprofunda quando eu me viro


para o seu rosto. “O que você quer dizer?” Pergunto, enxugando
as lágrimas das minhas bochechas.

Ele empurra sua cabeça para o celeiro. “Vamos, eu te digo


lá dentro.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Não, me diga agora.”

Ele revira os olhos. “Tão cabeça-dura. Beast vai se divertir


muito com você.”

“Vamos lá, Hella.”

Passando as mãos pelo cabelo, ele se exaspera enquanto


deixa cair os braços na lateral do corpo. “Não havia maneira de
conseguirmos simplesmente entrar e matar a todos. Nós
precisávamos colocar Beast lá dentro.”

“Por que ele não podia simplesmente entrar e dizer 'me


leve'?”

Ele ri, sacudindo a cabeça. “Porque eles teriam


questionado seus motivos, Meadow. Beast e eu estamos fugindo
desta organização há muito tempo, porra. Você não acha que
seria um pouco suspeito se Beast entrasse lá um dia acenando
uma bandeira branca? Não, ele precisava que eles pensassem
que nós falhamos em nossa missão. Nós precisávamos que eles
pensassem que tinham vencido.”

“E eles não venceram?” Eu pergunto, inclinando minha


cabeça. Um pouco do incômodo se afrouxando.

“Eles o quê?” pergunta ele, empurrando as mãos para


dentro dos bolsos.

“Ganharam... eles ganharam?”

Ele sorri, escondendo os olhos. “Nem de perto.”

Ele envolve seus braços em minha cintura, puxando-me


para ele. “Vamos, eu não quero contar isso duas vezes.”

“Hella”, eu sussurro. “O que quer que esteja acontecendo,


eu quero participar.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele para no seu caminho. “Perdão?”

Inclinando minha cabeça, eu alargo meus olhos. “Você me


ouviu. Estou dentro.”

Ele balança a cabeça, rindo. “Você definitivamente não


está.”

Beast

Isto era como um flashback ruim. Meus pulsos estavam


presos ao teto, com círculos ao redor deles - assim como eu me
lembro. Minha cabeça pesada pendendo entre meus braços
quando ouço o som da pesada porta de aço abrindo. Eu me
levanto, olhando para fora para ver quem acabou de passar.

“Beast?” A voz de Kurr vibra por mim como uma descarga


elétrica que me dá vontade de arrancar a cabeça dele com as
minhas próprias mãos. “Acredito que você nunca conheceu os
cérebros por trás de toda essa operação? A mulher que criou
Schyronide”, ele pergunta, com as sobrancelhas erguidas.

Eu arrasto meus olhos para a figura que está ao lado dele


e sorrio.

“Quem? A cadela que obviamente está montando no seu


pau?”

Ele ri, andando mais perto de mim, então eu levanto minha


cabeça e olho para ele.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Na verdade...” ele diz, acenando para a mulher. Eu ainda


não dei uma boa olhada nela, mas posso ver que ela está usando
um longo casaco branco e tem o cabelo num coque apertado em
cima da cabeça. “Ela não é minha. Mas é sua”, diz, olhando para
mim de cima para baixo. Eu levo meus olhos para os dela e seus
lábios baixam junto com a cabeça.

“Beast?” ela sussurra baixinho. Eu puxo os laços ao redor


dos meus pulsos, ladrando meus dentes em Kurr.

“Mas que porra você quer dizer?”

“Aceite isso, Beast. Esta é a Dra. Carrisa Kurnikiva para


você.” Ele sorri, trazendo um cigarro à boca. “Mas seu nome
verdadeiro é Courtney Kurnikiva, vulgo sua mãe.”

Puxo as algemas que envolvem meus pulsos e balanço


minha cabeça. “Você está mentindo, porra.”

Ele solta um risinho profundo e contido. “Oh, não, filho.


Eu não estou.”

Levanto meus olhos para a mulher e ela levanta a cabeça


para me encarar. “Sinto muito, Beast. Eu não sabia.”

“Cale a boca”, diz Kurr a ela, contornando uma pequena


mesa que fica no meio da sala. Eu conheço essa mesa e sei o que
ela contém. Puxo as algemas novamente quando uma picada
afiada atinge meus pulsos e a gota de sangue começa a gotejar
pelo meu braço.

Com o peito arfando, levanto meus olhos de volta para ela.


“É verdade?”

Ela engole, colocando as mãos nos bolsos do casaco. “Sim,


eu sinto muito.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Um risinho profundo e sádico escapa da minha boca.


“Você está brincando, certo? 'Você sente muito'? Está brincando
comigo, mulher! Você criou a porra do ácido que eles injetam em
mim - em todos nós!”

Ela deixa cair os ombros e caminha até mim. “Olha, eu


tinha que, eu não tinha...”

“Cala a porra da boca”, caralho, estou olhando no fundo


dos seus olhos. Ela vacila e recua.

“Kurr, me dê um minuto, por favor.”

Kurr ri. “Inferno, não.”

Ela se vira na direção dele, erguendo os ombros e


apontando o seu olhar direto nele. “Preciso de um minuto com
meu filho. Saia.”

Ele balança a cabeça, compreendendo o cenário em seus


olhos. “Se você tentar alguma coisa? Eu mesmo vou matá-lo e
estripar o pedaço de merda na sua frente. Entendeu?”

“Sim”, ela sussurra. “Entendi.”

Ele bate a pesada porta de ferro atrás de si e ela limpa a


garganta, caminhando até mim. “Ele se foi? Ou ainda está
olhando pela janela?”

Eu aceno com a cabeça. “Ele se foi.”

“Ótimo.” Ela puxa uma faca e a enfia atrás na minha mão


para que eu possa agarrá-la sem que ele perceba.

“Olha...” ela começa, trazendo seus olhos para mim,


“...você acaba com essa merda, e terminem com isso esta noite.
Entendeu?” Ela exige, com os olhos tão duros quanto pedra. Eu
The Devils Own #1 Amo Jones

vejo a dor e a decepção lacrada em seus olhos, que são


inquietantes, considerando a beleza em suas feições.

Concordo. “Entendi. Também vou te tirar daqui.”

Ela balança a cabeça. “Isso não fazia parte do plano, Beast.


Estendi a mão para o Ringer colocar você aqui. Você planta
aquele C4 e explode este lugar com ou sem mim. Entendeu?”

Engolindo, eu cruzo minhas sobrancelhas. “Tudo bem. Por


quê?” Eu pergunto, rondando seus olhos.

“Eles roubaram tudo de mim, Beast. Mas a coisa mais


relevante que eles tiraram de mim foi você. Mantiveram-me aqui
depois do meu parto. E me deixaram sangrando em uma cela
enquanto você crescia. Um ano depois, fizeram uma pesquisa no
meu currículo escolar, ao verem que eu era uma garota
inteligente no que diz respeito à ciência...”, diz.

E termino por ela. “...e usaram isso a favor deles”, digo,


acenando em compreensão.

“Sim, sinto muito. Eu os mantive longe de você. Manipulei


o sistema dizendo que eu me mataria se eles te tocassem. Nós
tínhamos um acordo. Eles ficariam longe de você e do seu pai, e
em troca, eu me mantinha viva trabalhando no experimento
deles”, declara com seus olhos azul-mar profundo, sofrendo com
a tristeza, a perda e o desgosto.

“Mas estou cansada, Beast. Estou cansada”, ela reitera,


descansando as palmas das mãos nas minhas bochechas. Meu
coração começa a se encher de lâminas de barbear quentes que
cortam a parede de gelo que eu tinha construído dentro de mim.

Eu limpo minha garganta. “Eu te tiro daqui. Você pode vir


conosco assim que isto acabar. E estará segura.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela enxuga as lágrimas dos seus olhos. “Talvez.”

A porta abre e Kurr entra com seu canivete, o mesmo


canivete com o qual estou bem familiarizado. Meus abdominais
se contraem e aperto os olhos bem fechados.

“Já chega desse reencontro, você não acha?” Ele ri e


Courtney volta para a porta.

“Sim.”

Ele sorri mais uma vez, espalhando os ornamentos sobre


a mesa. “Então”, ele começa, afiando sua faca. “Agora que você e
sua querida mãe se conheceram melhor, o que me diz de
voltarmos ao que era bom, e quebrá-lo de novo? Você ainda tem
isso aí dentro de si Beast. Você é bom demais para ser
desperdiçado em um Moto Clube. Você sabe o número de mortes
que você cometeu?” Ele ri para si mesmo, parando de afiar a faca
para trazer seus olhos até mim. “Eu sei!” Sussurra
entusiasmado.

Meus olhos se estreitam enquanto deslizo a faca afiada na


palma da mão um pouco mais, torcendo-a para que o lado afiado
fique virado para cima contra a corda. Começo a cortar devagar,
tentando não chamar a atenção para a minha mão. Se isso
falhar, estamos todos fodidos. Preciso chegar ao subsolo, e a
única pessoa que pode entrar e sair daquele subsolo é o dedo de
Kurr.

É lá que eles guardam todas as suas armas e explosivos.


Se eu conseguir chegar até lá, posso explodir este lugar de uma
só vez e o resto das pessoas lá dentro. Os que queriam fugir
tinham fugido quando explodimos a torre de vigia. Tudo o que
sobrou agora foram os soldados que estavam muito longe para
salvação de qualquer maneira.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Você quer saber?” Pergunta, coçando a cabeça. “Vou te


dizer de qualquer maneira, porque estou me sentindo generoso.”
Ele ri, colocando a faca em cima da mesa. Percebo Courtney
olhando para a faca enquanto ele caminha até mim, com as mãos
nos bolsos. Eu balanço ligeiramente a cabeça para ela,
sinalizando que não faça o que eu acho que está prestes a fazer.

“Seiscentos e quarenta e nove”, ele sussurra duramente,


com seu hálito correndo sobre meu peito nu. Minha respiração
se agita e eu cuspo para o chão.

“Você acha que eu me importo? Não me importo.”

Ele ri, girando e caminhando para a mesa novamente. “Aí


que está filho, é exatamente por isso que você é perfeito para esta
vida.”

Continuando o meu corte, eu atravesso a corda, soltando


a tensão. Ele vira a cabeça para Courtney, caminhando até ela
com a faca na mão. “Veja cientistazinha. Temos a sua fórmula
agora e não precisamos mais de você. Considere-se... livre.” Ele
corre contra o peito dela e eu me inclino para frente, enrolando
meus braços em volta do seu pescoço, ele me dá um soco nas
costelas antes de pular de novo em Courtney.

Agarrando-a por trás, ela grita: “Beast, corra!” Viro minha


cabeça para ver outros quatro homens entrarem pela porta.
Levanto-me eu corro em direção a eles. Levanto a minha mão,
corto um deles no pescoço, derramando sangue em rios por sua
garganta abaixo. Viro-me, dando um pontapé no peito de outro,
fazendo-o voar através da sala e esmagar na parede oposta.

O outro homem que estava ali corre em direção a mim, me


cortando no peito em um só golpe e eu dou um passo atrás,
jogando o peso no meu gancho direito, derrubando-o no chão.
The Devils Own #1 Amo Jones

Olho para Courtney, que está ali de pé com a faca. Ela deve
ter pegado uma em cima da mesa do Kurr durante toda a
agitação. “Saia, Beast. Mais estarão vindo.”

“Você também pode vir”, eu digo, correndo em direção a


Kurr e descendo minha faca sobre seu dedo, pressionando
lentamente o lado afiado na pele, afundando cada vez mais fundo
na carne, vagarosamente. Seus gritos uivam e eu rio, cuspindo
em seu rosto.

“Beast!” Courtney grita novamente. “Deus me ajude, filho.


Você precisa ir e fazer o que veio fazer aqui!” A porta abre
novamente com outro grupo de soldados armados entrando. Um
bate com o punho na minha bochecha, me jogando no chão antes
que me puxem para cima e me arrastem pelo piso até a porta.
Eu olho por cima do meu ombro para Courtney.

“Acaba com ele!” Eu grito. “Encontre-me lá fora em trinta


minutos!” A porta bate na metade da minha sentença e um dos
guardas bate no meu estômago, fazendo com que eu me desvie e
o gosto metálico do sangue jorra da minha boca. Olhando para
cima, eu conto quantos homens estão ao meu lado. Um de cada
lado, um nas costas e um na frente. Meus olhos se arrastam para
a fivela do fodido que me jogou no chão para ver a arma que ele
carrega em seu cinto. Sorrindo, eu rapidamente a puxo para fora
do seu alcance. Agarro a arma rapidamente e atiro no cara que
estava apontando uma arma para mim por trás antes de
cotovelar o outro na cabeça e atirar no resto dos soldados que
ficaram de pé. Soltando a arma agora vazia, eu desço pelo
corredor frio, me abaixando e me escondendo entre as paredes.
Empurrando o dedo no meu bolso, eu continuo andando até a
escada que eu sei que leva até o porão. Estive lá apenas algumas
vezes, mas lembro de exatamente onde fica. Dou a volta na
última curva e desço os degraus, dois de cada vez. Tiro o dedo do
The Devils Own #1 Amo Jones

meu bolso, empurro-o contra o pequeno bloco de vidro que fica


ao lado da porta e espero enquanto a luz vermelha fica verde e
as portas pesadas apitam, abrindo-as amplamente.

Um sorriso se estende por toda a minha boca. “É hora de


explodir essa merda.”
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

Meadow

A estrada acidentada sacode sob os pneus do meu carro


e eu olho novamente no meu espelho retrovisor para verificar se
ninguém está seguindo. Meu coração zumbe de medo, mas vibra
de excitação. Preciso estar onde quer que Beast esteja e não me
importo com as repercussões neste momento. Ao descer a
estrada de terra, eu paro e estaciono embaixo da árvore mais
próxima. Saindo do meu carro, jogo meu capuz sobre a cabeça e
piso no cascalho. Não tive tempo para trocar de roupa. Sorte que
eu já estava de jeans skinny e camiseta. Tudo o que tive que fazer
foi colocar um capuz. Colocando a mochila no chão e usando
meu carro como cobertura, eu puxo meu arco e as flechas,
passando-as sobre meu ombro na mochila. Fechando minha
porta, eu rastejo até a frente do meu carro e espreito por cima do
capô, estreitando os olhos para dar uma boa olhada ao redor.

“Psst!” Um som vem dos arbustos e eu viro minha cabeça


rapidamente, pressionando minhas costas contra meu carro,
com meu coração trovejando no um peito.

“Meadow! Você está brincando comigo?” Jada sussurra


com raiva, embora eu não consiga ver onde ela está.

“Jada?” Sussurro para trás, olhando para os arbustos


altos tentando encontrá-la.

“Aqui, segundo galho à esquerda. Rápido”, ela pede e eu


sigo suas ordens, entrando no pequeno vinco no mato. Você não
imaginaria a menos que soubesse que ela tinha passado por isso.
Seu punho firme se enrola em volta do meu braço antes que eu
a veja, me puxando para baixo.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Ouch! Jada”, eu a repreendo, limpando a sujeira das


minhas calças.

“O que você está fazendo aqui, Meadow?”

“O que você está fazendo aqui?” Eu rebato para ela.

“Eu não podia simplesmente sentar e esperar pelo plano


genial deles. Beast está lá dentro sozinho”, lamenta.

“Eu sei”, digo deixando cair a mochila. “Nós vamos


entrar?”

Ela acena com a cabeça. “Eu vou, mas se algo acontecer


com você, Beast vai matar a todos. Não posso levar você comigo.”

Estreitando os olhos, balanço a cabeça. “Você está


brincando? Não há como eu ficar sentada aqui fora esperando.
Vou com você, Jada. Nem adianta discutir comigo.”

Ela faz uma pausa, inspecionando meus olhos. “Porra.


Tudo bem, então aqui está o plano. Vamos entrar e limpar o
exterior, Hella disse que Beast está no porão e vai incendiar o
lugar com os explosivos que eles têm lá embaixo. Ele pode atear
fogo do lado de fora do prédio, mas precisamos limpar isso para
ele. Ele terá que lutar para sair e contornar o local, quem sabe
em que condição ele estará. E o plano era encontrar os caras
debaixo da velha torre.”

Acenando com a cabeça, eu me agarro à haste do arco.


“Certo, entendi.”

Olhando para o meu arco, ela sorri. “Espero que você saiba
usar isso?”

Eu baixo os olhos e encolho os ombros. “Treinei com Beast.


Isso os derruba por algumas horas.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Seu rosto enruga enquanto ela meneia a cabeça em


descrença. “Você não está tão preparada para o que está prestes
a acontecer”, responde ela sem querer.

“Ei, eu também já vi algumas merdas. Vi o meu pai ser


assassinado e gostei. Confie em mim, não sou uma borboleta
fofinha.”

Ela inclina a cabeça. “Ok, entendo.”

“Como você acha que Beast e eu nos conhecemos?”

“Huh, talvez um dia você possa me contar”, ela oferece com


um pequeno sorriso.

“Talvez. Vamos lá.”

Nós duas saímos de trás dos arbustos, mantendo os olhos


fixos no prédio à nossa frente.

“É enorme”, digo num sussurro.

Ela acena com a cabeça, com nossos sapatos rangendo


sobre a estrada de cascalho. “Você não tem ideia. Siga meu
comando e esteja pronta.”

Balanço minha cabeça, engolindo a bola de nervos. Estou


aterrorizada com o que poderia acontecer, mas sei que faria
qualquer coisa por Beast. Incluindo entrar em uma armadilha
mortal, aparentemente.

Correndo pela estrada, ajoelhamos e começamos a nos


mover ao longo da cerca de arame. “Como vamos entrar?”
Sussurro para ela enquanto tropeçamos ao longo da cerca.

Ela olha para mim por cima do ombro, sorrindo. “Sem


dúvida, Beast acrescentou o mesmo buraco que fez quando eles
escaparam da primeira vez e quando me resgataram.”
The Devils Own #1 Amo Jones

“Certo, ok.”

Prosseguimos ao longo de toda a cerca, respirando


profundamente, com medo e ansiedade.

Jada para, pondo sua mão na curva da cerca, empurrando


até que um buraco surja. Eu sorrio, balançando minha cabeça.
“Como diabos Beast passou por isso?”

Ela o empurra mais e se estica duas vezes.

Sorrio. “Ah, foi assim.”

Jada desliza primeiro, comigo seguindo atrás dela.


Levanto-me, carregando meu arco, tendo-o armado na mão antes
de continuarmos em direção ao prédio principal que fica no meio.
No canto direito, há metade de uma torre junto a um amontoado
de escombros, mostrando que ela já foi maior. Examino o outro
lado para ver quatro prédios que parecem casas idênticas que se
encontram um ao lado do outro em uma linha vertical. Se você
olhar para a parte de trás do monstruoso edifício - onde estamos
nos movendo com as costas pressionadas contra o concreto -
poderá ver um bloco de tendas brancas que estão espalhadas
pelo gramado com uma fogueira no meio. Há pessoas armadas
andando casualmente pelas barracas, conversando. O que é um
bom sinal, espero. Seguindo Jada, que tem sua espada de
Samurai estendida, contornamos a primeira curva onde dois
homens estão parados contra a parede. Sacando meu arco, eu
aponto para o primeiro homem, atiro em seu peito e seu corpo
cai no chão convulsionando. O outro homem que estava ao seu
lado deixa cair o cigarro e ataca em nossa direção. Eu carrego
novamente e atiro rapidamente nele, e seu corpo se junta a seu
amigo.
The Devils Own #1 Amo Jones

Jada se vira para mim, com as sobrancelhas erguidas.


“Meadow, essas são pessoas ruins, você tem que me deixar com
elas.”

Soltando meu arco lentamente, aceno com a cabeça. “Eu


sei, mas teria sido inútil e desnecessário. Eles eram alvos fáceis.”

“Não faça isso outra vez, deixe-me pegar um.”

“Você é um pouco assustadora”, murmuro sorrindo.

Ela ri. “Disseram-me isso toda a minha vida. Vamos lá,


vamos contornar o prédio, abater o máximo que pudermos.”

Acenando, eu carrego meu arco novamente e ando ao lado


dela enquanto percorremos o outro lado do prédio.

Beast

Estou voltando a subir as escadas depois de pegar todo o


C4 que eles têm lá embaixo e pegar uma M16 quando ouço uma
conversa vibrando através da porta do outro lado da escada. Meu
estômago se contrai e o hematoma que se forma sobre ele pulsa
sob a tensão. A porta de metal abre e antes que eles possam ver
onde estou, eu aponto minha arma, puxando rapidamente o
gatilho e atingindo o primeiro soldado bem entre os olhos antes
de apontar minha arma para o que está ao seu lado, repetindo a
mesma ação. Ambos os seus corpos começam a cair pelos
degraus e eu pulo por cima deles agarrando o corrimão antes de
subir o restante dos degraus com a minha arma apontada e o
gatilho de controle para o C4 na minha mão. Virando o corredor,
aponto a arma ao redor, fixando meu entorno antes de continuar
The Devils Own #1 Amo Jones

pelo beco escuro em direção à porta de saída. Agarrando a longa


barra de metal, abro e logo percebo quatro homens de pé ao redor
fumando. Eles me veem e largam o cigarro. Um deles me pega e
eu golpeio as costas da minha M16 direto em seu queixo antes
de dar um chute nas costas do homem que está atrás de mim.
Balanço um gancho de direita em direção ao outro homem que
está ao seu lado e então aponto a arma para cima, atirando no
quarto cara antes de girar minha arma, pronto para atirar em
outro, ao invés disso, uma flecha passa por meu rosto. Viro
minha cabeça para o lado para ver Jada e Meadow ali parecendo
à porra das Panteras.

Meadow atira em ambos os homens e em questão de


segundos solto meus braços para o lado, com o queixo prestes a
rachar sob a pressão que estou colocando sobre ele.

“Que porra você acha que está fazendo?” Eu digo a Meadow


enquanto me dirijo a ambas.

Ela bufa e eu acho que vou matá-la.

Suavemente e sensualmente com meu pau, bem assim.

“Você estava lá dentro sozinho e os caras estão demorando


muito. Beast, não sobrou ninguém aqui fora, nós cuidamos de
tudo.”

“Bem... Meadow atirou neles com suas lindas flechinhas


Taser e eu cuidei daqueles que pareciam ser uma ameaça.”

“Você o quê!?” Meadow guincha ao seu lado e eu reviro


meus olhos.

Ao caminhar até ela com minha arma na mão e o arco na


dela, enrolo meu braço em sua cintura e puxo o corpo dela para
o meu. “Você nunca mais banque essa merda de herói comigo,
nunca mais, entendeu?” Grunho.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Beast? Você pode fazer isso no quarto, mas não aqui fora,
não quando eu sabia que você estava sozinho.”

“Sou um menino grande. Consigo lidar com as minhas


merdas, Meadow. Falaremos sobre isso mais tarde. Onde está
Hella?”

“Eu não sei”, responde Jada, olhando para Meadow com


culpa espalhada em seu rosto.

“Vocês duas escaparam, não foi?” Replico sem resposta.

Meadow embaralha seus pés, olhando para Jada com


olhos suplicantes. “Não olhe para ela dessa maneira. Você está
ferrada quando chegarmos em casa, Meadow.”

Apertando o controle remoto na minha mão, Jada se


aproxima de mim. “Espere até Hella chegar aqui para fazer isso.
Este é o fim. Kurr estará morto e toda esta operação será
encerrada.”

Concordo, puxando Meadow ao meu lado. “De acordo.”

Estou beijando o topo da cabeça dela quando um estrondo


de motos soa, descendo pela estrada empoeirada. Agarrando sua
mão, eu a levo para onde eles estão vindo e Hella salta de sua
moto, jogando seu capacete no chão e correndo para nós.

“Você!” Ele aponta para Meadow e nós rimos. “Você vai ser
minha morte. Porra, eu sinto muito, irmão. Ela escorregou por
entre meus dedos, porra. Seu novo nome é Slippy”, diz olhando
para ela desesperado.

Sorrio, atraindo-a para um abraço. “Sim, tudo bem. Vamos


explodir essa espelunca.” Então eu sorrio para Hella e ele acena
com a cabeça.

“Onde está Courtney?” Pergunta Hella.


The Devils Own #1 Amo Jones

Balanço a cabeça, com a mandíbula cerrada. “Eu disse


para ela me encontrar aqui em trinta minutos. Já passou mais
de trinta minutos.”

Hella olha para mim, passando a mão por cima do queixo.


“O que você quer fazer?”

“Não podemos arriscar.”

Ele sinaliza com a cabeça. “Então explode tudo.”

Rindo, ignorando o puxão que sinto em meu coração.


“Protejam-se”, digo, retirando a tampa e apertando o botão
vermelho. O chão treme debaixo dos nossos pés enquanto nos
abaixamos para nos cobrirmos atrás da velha torre de vigia. Um
estrondo alto rasga pelo ar e eu pressiono a cabeça de Meadow
no meu peito, cobrindo suas orelhas por causa efeitos colaterais.
Quando acaba, o ar está espesso com nuvens de fumaça, metal
e fogo, eu observo o rosto de Meadow. “Você está pronta?”

Ela acena levemente. “Sim, estou pronta.”

Dou outro olhar para a pilha de escombros e chamas


ardentes, coloco um beijo nos meus dois dedos e saúdo a mãe
que não tive o prazer de conhecer.

Saindo pelo portão, aponto para seu carro. “Jada pode


levá-lo. Você vem comigo.”

“Não precisa me dizer duas vezes”, responde jogando as


chaves para Jada.

Brinco, entregando-lhe meu capacete. “Oh, não pense que


se safou. Eu tenho muitas ideias de punição para você.” Enrolo
meus dedos em volta do seu pescoço, com seus longos cabelos
castanhos suaves caindo como seda em torno dos meus dedos
lesionados. “E confie em mim, todos envolvem você gritando meu
The Devils Own #1 Amo Jones

nome até sua garganta secar”, resmungo em sua orelha, com


meus lábios passando pelo lóbulo da orelha dela.

Puxando minha cabeça para trás, eu sorrio para ela


enquanto percorre sua língua por seu lábio inferior antes de
puxá-la para sua boca, sugando-a entre seus dentes. Meu pau
ganha vida, pressionando contra meu zíper. “Vamos lá,”
resmungo, me reajustando rapidamente antes de passar a perna
por cima da moto e dar a partida para fora de lá.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO TRINTA E CINCO

Meadow

Já estou de volta a Westbeach há um mês. Passou-se um


mês desde a explosão onde perdemos Nyx e a mãe de Beast.
Voltei a Vegas quatro vezes, todos os fins de semana, desde que
retornei para casa. Eu digo que perdemos Nyx porque sinto que
aqueles homens são minha família agora. Essas duas semanas
influenciaram minha vida significativamente, e na época,
enquanto isso acontecia, acho que nem percebi. Sinto mais falta
de Beast do que quero admitir, mas tenho me jogado no trabalho
para manter minha mente ocupada. O dia em que ele me levou
para sua casa continua mexendo com a minha mente - como
seria viver com ele. Acordar ao lado dele todos os dias e esse
pensamento me dá vida. Como uma tocha sendo acesa no
interior de uma caverna escura e vazia. Encontrei-me com
Phoebe algumas vezes desde que voltei, mas ela está tão ocupada
hoje em dia sendo a esposa de uma estrela do rock e tudo mais.
Apesar dela ter uma agenda maluca, pude falar com ela sobre o
que eu deveria fazer. A resposta dela foi simples: ‘Foda-se, sim,
faça isso! Não viva sua vida agradando outras pessoas, Meadow.
Você é uma mulher livre’.

É por isso que eu a amo e é por isso que agora mesmo,


estou arrumando minha mala pela última vez nesta casa
enquanto espero que Beast venha me buscar. Ele acha que vai
me levar para Vegas para o fim de semana, mas eu estou
pensando em ficar um pouco mais permanentemente. Entreguei
meu aviso para as garotas da New Home, e por mais que elas
sintam minha falta, elas têm funcionários estáveis agora para
que minha partida não as afete muito. Eu disse a elas que iria
The Devils Own #1 Amo Jones

passar lá de vez em quando, assim que voltasse a Westbeach, o


que será muito, considerando que minhas melhores amigas -
Melissa e Phoebe - vivem aqui. Falando em Melissa, ela tem
estado muito melhor desde que voltamos. Pelo jeito, ela tem visto
um segurança do clube e o sexo é ótimo, inofensivo. Palavras
dela, não minhas. Mas conheço Melissa, vejo o vazio em seus
olhos. Hella a desafiou, a instigou. Eles se odiavam com uma
intensidade tão crua que poderia deixar o mundo inteiro
desconfortável, mas as raízes desse ódio vieram da luxúria. E
enlouquecia um ao outro por causa disso.

Uma leve batida na porta soa, enquanto examino meu


apartamento novamente. Vou manter este lugar e voltar para
pegar a maioria dos meus pertences antes de colocá-lo para
alugar, então tudo está normal.

“Está aberta”, grito do quarto onde estou colocando minha


jaqueta de couro.

A porta abre e depois fecha antes de eu entrar na área da


cozinha para ver Beast ali parado, com um sorriso em seu rosto.
“Oi, baby.”

Eu grito e corro até ele, pulando e envolvendo minhas


pernas em sua cintura. Colocando minhas mãos em cada uma
de suas bochechas, eu o beijo suavemente antes de recuar.
“Senti tanto a sua falta.”

“Eu também senti sua falta, baby”, ele geme, com seus
olhos escuros amolecendo, passando a mão por minhas costas e
por cima da minha bunda.

Eu deixo cair minha cabeça na curva do pescoço dele e


inalo o cheiro de couro, borracha queimada, almíscar e sabão
fluindo em meus sentidos, me lembrando de casa. Ele é feito com
os ingredientes perfeitos para o perfume perfeito para mim.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Pronta?” Pergunta.

Balanço minha cabeça. “Sim, nunca estive tão pronta.” Ele


pega minha mão na dele e eu coloco minha mochila sobre meu
peito. Deixei muitas das minhas roupas em Vegas, então não
preciso carregar tanto peso. Descendo para o estacionamento
subterrâneo, ele puxa meu capacete e o passa para mim.
Colocando-o em cima, sorrio para ele. “Senti sua falta.”

Ele prende seus dedos calejados ao redor dos meus,


puxando-me para um apertado abraço. “Foda-se, eu também
senti sua falta, baby.”

Sorrio, inclinando-me em seu abraço. “Vamos.”

Saímos do estacionamento subterrâneo do meu


apartamento e vamos para a rodovia. A moto está rosnando
debaixo de mim, me reanimando. Neste exato momento, estou
feliz. Tão feliz que estou prestes a desenraizar minha vida inteira
para poder estar com este homem todos os dias. Apertando meus
braços ao redor dele, eu descanso minha cabeça contra seu
colete, orgulhosamente em suas costas, e deixo a viagem me
consumir.

Entrando nas luzes brilhantes de Las Vegas, ele sai e vira


à direita, descendo numa rua que tem montanhas desertas ao
redor da estrada. O sol se põe, soltando suaves tons alaranjados
com manchas de amarelo pelo céu, irradiando na minha pele.
Ele continua dirigindo por mais alguns quilômetros até
pararmos, e quando olho para a frente prendo meu fôlego. Saindo
da moto, tiro o clipe do meu capacete. Eu o devolvo e afofo meu
cabelo.

“É lindo aqui”, respondo com sinceridade. Ele se inclina


contra a moto dele e me olha de lado, empurrando a cabeça em
direção a si mesmo. Eu sigo suas instruções e ando até ele,
The Devils Own #1 Amo Jones

encostando em seu peito, admirando as luzes brilhantes da


Cidade do Pecado.

Seus lábios pressionam a parte de trás da minha cabeça e


eu deixo sair um suspiro, relaxando meus músculos. Eu sou
uma viciada quando se trata de Beast, ele traz à tona um lado de
mim que eu nunca soube que existia. Faz-me sentir coisas que
nunca pensei que pudesse sentir, e me mostrou coisas que
nunca pensei que pudesse ver. Eu amo esse homem, com todo o
meu ser.

Suas mãos brincam na minha blusa e param na cintura


do meu jeans, com o polegar em volta da minha barriga nua,
causando arrepios por todo o meu corpo. Meu peito se eleva e
desmorona profundamente e eu aperto meus olhos antes de me
virar em seus braços. Ele olha para mim, sem brincadeira na sua
expressão, com os olhos escuros e dilatados, mas com uma
absoluta franqueza. Esse olhar faz meu coração vibrar em meu
peito.

Correndo minhas mãos até seu pescoço, eu sorrio. “Você


está bem?”

Depois de cerrar o maxilar algumas vezes, ele solta um


pequeno sorriso. “Sim baby, apenas feliz, é isso.”

“Você olha para pessoas assim toda vez que está feliz?”
Pergunto sorrindo.

Ele zomba. “Eu nunca fui tão feliz, então não saberia te
responder.”

Passando os lábios sobre minha boca, ele se contorce e


seus olhos se estreitam. “O que foi?”

Balanço a cabeça e sorrio. “Isso tudo é um pouco brega,


mas...”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ele ri, me puxando para ele, com o comprimento do seu


pau esfregando em mim. “Experimente.”

“É que... eu estive pensando. Bem, pensei sobre isso, e


deveria te dizer... eu meio que já arrumei minhas coisas para que
isso acontecesse.”

Ele permanece imóvel, me incentivando a seguir em frente.

“Eu também quero acordar com você todos os dias”,


sussurro, sugando meus lábios, seus olhos se movem para as
minhas bochechas. Lembro de como ele ama ver minhas
covinhas, mas talvez eu também goste de usá-las contra ele. Ele
me deixa louca de desejo e necessidade, se eu conseguir fazer
isso apenas fazendo minhas deformidades aparecerem, farei.

“Espere”, ele me olha de lado com um sorriso. “Você está


dizendo sim para vir morar comigo?” Seus olhos se iluminam e
um sorriso cheio de dentes brancos vem em exposição, me
mostrando como ele é de tirar o fôlego, o que é perigoso.

Aceno com a cabeça e sorrio. “Sim, sim, eu...” O ar sai de


mim enquanto ele me levanta com facilidade. Eu enrolo as
pernas em torno dele enquanto ele olha para mim sorridente.
“Porra, você não tem a menor ideia de como me deixou feliz.”

Sorrio, empurrando meus lábios contra os dele


suavemente. “Acho que tenho uma pequena ideia”, respondo
honestamente.

Ele sorri, com a mão suavemente nas minhas costas. “Você


sabe”, ele diz, mordendo meu mamilo através da minha camiseta
branca apertada. “Tenho tido essa coceira que eu preciso coçar
a algum tempo.”

“Oh?” Pergunto, inclinando a cabeça. “E o que é?”


The Devils Own #1 Amo Jones

Ele cobre minha buceta por trás. “Foder você na minha


moto com nada além dessa jaqueta”, resmunga no meu pescoço,
com sua respiração fazendo cócegas na minha clavícula.
Sorrindo, eu olho ao redor e nos encontro completamente
sozinhos e escondidos. Com o sol quase se pondo e as luzes
brilhantes da Cidade do Pecado irradiando à distância, eu deixo
o diabo fazer o que quiser comigo.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO TRINTA E SEIS

Meadow

Dois meses depois

“Layla!” Eu grito do bar, chamando o pequeno monstro que


está preso a mim desde que me mudei para cá, há dois meses.

“Já vou...” Ela ri, afastando o novo prospecto que Beast


recrutou mês passado. Ele teve que encontrar um substituto
para Nyx e seu nome é Rorschach. Sim, não pergunte sobre o
nome. O mais engraçado de tudo é que seu nome verdadeiro é
Tim. Quando você olha para ele, não se parece com um Tim.
Assim, seu apelido combina perfeitamente com ele.

Layla ri, correndo para mim, com seu cabelo comprido


balançando no ar e seu sorriso perolado iluminando o lugar como
uma lufada de ar fresco entre todos os odores desses
motoqueiros. Não o meu motoqueiro, ele ainda tem um cheiro
delicioso. Beast tinha razão, Asha permitiu que os Blood Razors
a levassem no lugar de Layla, mas Layla diz que não há nada
com que se preocupar no que diz respeito à Asha e Tiny. O
homem é obcecado por ela.

“O que você está fazendo?” Eu pergunto com as


sobrancelhas erguidas.

Ela ri. “Desculpe, mas ele é tãooo fofooo!”

Balanço minha cabeça. “Pare, você disse que estava


parando.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela sorri, acenando com a cabeça. “E estou! Parando de


fazer strip talvez... quando eu tiver economizado dinheiro
suficiente para ir para a faculdade. Mas por enquanto...”, ela vira
a cabeça para o cara novo que está sentado em uma das mesas,
com os olhos dele fixos nela. “...eu vou me divertir.” Sacudindo a
cabeça, eu me viro para o bar e tomo um gole de água.

“Você não vai beber hoje à noite, Slippy8?” Também herdei


o apelido de Slippy. Depois de escapar de Hella naquela noite ele
fez todo mundo me chamar assim, e vamos encarar isso,
ninguém quer discutir com o homem.

Sacudindo minha cabeça. “Hoje não, meu velho.”

Minha mente começa a descer até a minha bolsa onde eu


sei que uma sacolinha de papel está perfeitamente guardada lá
dentro. E dentro daquela sacola, está um teste de gravidez, um
teste que pode mudar minha vida para sempre. Beast e eu nunca
tivemos a conversa sobre crianças, então nem sei se ele quer. E
se ele nunca quiser ter filhos porque sua infância foi tão difícil.
Suponho que eu deveria fazê-lo para ver se realmente estou.
Poderia estar exagerando por nada, mas acho que não estou
pronta para isso, pelo menos ainda não.

Enfiando minha bolsa na mão, eu ando até o banheiro do


andar de cima, onde ficam todos os quartos. Empurrando a
porta, eu baixo o assento com meus pés antes de forrar a tampa
com papel higiênico. De jeito nenhum eu iria me sentar nessa
privada desprotegida.

Tirando a sacolinha marrom, eu puxo a caixa e rasgo-a na


hora, puxando o pauzinho para fora e mentalmente começo a me
preparar. Tudo bem, eu tenho dinheiro suficiente para durar
uma vida inteira na minha conta bancária. Então se o pai for um

8 - Escorregadio;
The Devils Own #1 Amo Jones

motoqueiro, este bebê estará bem protegido. Oh, meu Deus, eles
vão chamar meu bebê de demônio? Não é assim que o diabo
chama seus filhos. Jesus, não. Não, eu não posso estar grávida.
Não vou deixar isso acontecer. Não até que eu pelo menos tenha
conversado com Beast e ele me garanta que ninguém vai chamar
meu filho de demônio.

Colocando o bastão entre minhas coxas, eu deixo meu xixi


cair em cima e puxo-o para fora, colocando-o na pia do banheiro.
“Merda”, sussurro, puxando papel higiênico para baixo enquanto
eu me limpo.

Ao engolir o pedaço de aço duro que se forma na minha


garganta, começo a entoar: “Por favor. Por favor, que eu não esteja
grávida, porra. Por favor!”

“Meadow?” Layla bate à porta.

“Jesus!” Respondo assustada, com o coração a palpitando


no peito. “O que há de errado?”

“Você acabou de dizer o que eu acho que você disse? Estas


paredes são finas, você sabe? Abra.”

“Porra!”

“E você acabou de falar palavrão?”

Abro a porta e a puxo pela camiseta, fechando a porta


atrás dela. “Cale a boca. Sim, eu praguejo, mas não com
frequência.”

Seus olhos descem para o teste que está no balcão do


banheiro e ela expira lentamente. “Ei, vai ficar tudo bem. Beast
será um ótimo pai e eu serei uma excelente tia, só dizendo.” Ela
para quando percebe o meu olhar. “Você não quer? Se você
estiver, quero dizer...”
The Devils Own #1 Amo Jones

Respiro fundo, pesando o quanto isso pode ser real e o


quanto estou perto de uma grande jogada na minha vida.

“Eu não sei. Talvez. Conversarei com Beast primeiro, é


claro.”

Ela coloca sua mão na minha. “Vamos checá-lo juntas.”

Acenando minha cabeça, eu engulo e pego o bastão


enquanto mantenho meus olhos fixos na Layla.

“Um...”

“Dois...” ela responde.

“Três...” nós duas sussurramos juntas antes de olharmos


para o meu destino.

Beast

“Você tem certeza sobre isso?” Hannibal fala ao meu lado.


Hella sai da loja de donuts com uma caixa que alimentaria um
pequeno exército e um pendurado na boca.

Sacudindo minha cabeça, eu olho para Hannibal. “Sim, ela


é minha Old Lady e precisa receber seu colete.”

Hella nos entrega a caixa com a boca cheia. “Prove essa


merda, irmão. É insano. Quase tão bons quanto os de Melissa.”

Balançando a cabeça, sorrio. “Irmão... o navio já partiu.”


The Devils Own #1 Amo Jones

Ele dá de ombros, comendo o resto de seu donut. “Oh, eu


sei.” Ele sorri, inclinando-se contra sua moto, enquanto empurra
outro na boca. “Só dizendo, sua buceta era uma bomba.”

“Sim, você teria que perguntar a um cara chamado Chase


que está saindo com ela desde que quebrou seu coração.”

Ele para de mascar, com as sobrancelhas erguidas.


“Repete?”

Estreitando meus olhos, eu falo. “Você ouviu, ela está


saindo com um segurança chamado Chase nos últimos dois
meses.”

Ele deixa cair seu donut dentro da caixa, colocando-o


dentro da sacola. “Ela o quê?”

Eu zombo. “Deixe-a em paz, Hella.”

“Você me viu saindo e encontrando uma substituta para


ela?”

“De que porra você está falando?” Hannibal acrescenta.


“Você fodeu com várias mulheres desde que ela deixou a gente.”

“E daí?” Hella exclama. “Eu me casei com elas? Fiquei todo


aconchegado e fodi com elas? Que se foda isso”, diz e um risinho
sai da minha boca. Eu sabia que esse dia estava chegando. “Oh,
mas ela vai descobrir hoje”, ele acrescenta, subindo sobre a moto
e tirando o boné antes de colocar o capacete.

Assobio para ele. “Ei! Onde diabos você acha que vai?”

Ele dá um chute na sua Harley vermelha brilhante que diz:


'Hellraiser' em toda lateral, mandando-me um sorriso. “Para
Westbeach.” Antes de sair do estacionamento e entrar na
rodovia.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Foda-se!” Eu resmungo, olhando para o Hannibal. “Vá


com ele e certifique-se de que ele não faça nenhuma bagunça.
Não preciso do Sinful Souls colando na minha bunda.”

Ele acena já na moto e sai correndo.

Entrando em nossa casa, eu fecho a porta atrás de mim e


acendo algumas luzes. “Meadow?” Eu a chamo.

“Aqui dentro”, ela responde da cozinha. Entrando, sorrio


para a vista que está diante de mim. Meadow andando pela
cozinha com um avental que diz 'Rainha' na frente. Alaina
comprou para ela quando disse que vinha morar comigo.
Aparentemente ela usa um idêntico, e trata-se de um rito de
passagem das Old Lady dos presidentes. Mas não tão tradicional
quanto o que eu tenho na mão.

“Olá, baby.” Ela me olha, com um sorriso espalhado pelo


rosto. Se eu não soubesse melhor, diria que ela estava brilhando.

Puxando-a para um abraço, eu corro meus lábios


suavemente sobre os dela, antes de deixá-la ir.

“O que há na sacola?” aponta para a sacola de papel


marrom que estou agarrando na minha mão.

“Oh, isto?” Eu sorrio. “Este é o seu patch.”

Seus olhos alargam-se em choque. “Perdão?”

Rindo, entrego-lhe a sacola e depois pego um pedaço de


frango da frigideira e coloco na minha boca, antes de sugar o
molho nos meus dedos lentamente, eu observo seus olhos se
perderem no gesto.

Sorrindo, eu repito. “É seu patch identificando sua


propriedade, baby. Você não precisa usá-lo toda vez que estiver
no clube - embora eu preferisse - mas principalmente quando
The Devils Own #1 Amo Jones

recebermos pessoas de clubes diferentes. É assim que eles


reconhecem que você é minha. E estará segura quando eles
souberem a quem você pertence, mas há uma possibilidade deles
ainda não saberem, até lá talvez seja tarde demais. Vestindo este
patch...” puxo o pequeno colete preto que provavelmente ficará
no umbigo dela e ficará apertado pra caralho, “...vai alerta-los.”

Sua boca permanece aberta enquanto ela olha para o


pequeno pedaço de couro na minha mão.

Eu aponto para frente. “A frente do patch tem nosso


logotipo que fica no topo do lado esquerdo, no coração.” Eu viro
para mostrar a parte de trás e seus olhos lacrimejam. “A parte
de trás”, sussurro. “Tem a quem você pertence.” Em arco diz
'Propriedade de' e as curvas de baixo para cima 'Beast', e no meio
uma rosa vermelha com o diabo revestindo a rosa de forma
protetora. “Baby?” Murmuro, seus olhos ainda não se moveram
da peça. “O diabo sou eu. Vou te proteger daqui em diante até
que você não precise mais de mim. E mesmo que você se farte de
mim? Não vou a lugar nenhum.”

Uma gota de lágrima se forma em seu olho e um soluço lhe


escapa dos lábios. Eu não a ouço nem a vejo chorar desde
aquelas noites há muitos atrás e meu coração se despedaça ao
ver isso. Deixando cair o colete, eu a puxo para mim de forma
grosseira. “Merda, foda-se. Sinto muito, querida. Eu pensei que
você estava pronta para isso. Foda-se. Desculpa, vou jogar fora,
você não precisa usar merda nenhuma, vou pegar uma foto sua
e colocar na parede do clube com as palavras 'minha mulher' por
cima. Sinto muito,” sussurro no cabelo dela e a seguro.
Abraçando-a com força como eu queria fazer naquelas noites em
que eu a ouvia chorar. Em cada uma daquelas noites, ela
ganhava uma nova cicatriz e eu não estava lá para protegê-la. Eu
a abraço por isso.
The Devils Own #1 Amo Jones

Ela se afasta de mim com um sorriso, enxugando as


lágrimas dos seus olhos. “Não, por favor. Eu não estou chorando
por causa disso, Beast. Estou chorando porque eu te amo, e eu
amo esse patch, e eu amo ser sua. Eu amo que você está me
protegendo, mas acima de tudo...” ela diz, enxugando as
lágrimas que caem de novo e minhas sobrancelhas se juntam,
torcendo meu coração. “Acima de tudo, eu amo que você possa
me amar.” Ela pega o patch, trazendo-o ao rosto e descansando
a bochecha sobre ele. “Eu pensei que estava grávida”, diz
casualmente, casualmente demais.

“O quê?” Meu rosto fica pálido e meu corpo desmorona,


batendo no balcão da cozinha.

Ela acena com a cabeça, enxugando as lágrimas e


colocando o colete na mesa. “Sim, eu pensei que estivesse
grávida. E estava com medo. Estava assustada que eu não
estivesse pronta, que você não estivesse pronto. Diabos, estava
com medo, pois nunca havíamos conversado sobre isso antes, se
você quer ter filhos ou não.” Ela ri pegando a colher de pau e
mexendo o frango com manteiga na panela. Pensamentos de
bebês e crianças correm pela minha cabeça, fazendo-me ver em
dobro.

“E?” Sussurro, mantendo os meus olhos fechados no chão.

“Eu não estou, Beast. Deu negativo. Mas me fez pensar


nessas questões com as quais ainda não nos deparamos.”

Aceno para ela e passo os dedos sobre o peito, tentando


coçar e arrancar meu coração palpitante. “Parece que não.”

“E você quer?” pergunta nervosa.


The Devils Own #1 Amo Jones

“O quê? Se eu quero crianças?” Pergunto, esfregando meu


rosto. “Eu não sei. Talvez. Eu não sei, se for com você...
provavelmente.”

“Você acabou de me dar um patch oficial como sua Old


Lady! É bom que não haja mais ninguém. E já que estamos nesse
assunto, eu assisti Sons of Anarchy e conheço o termo 'O que
acontece em uma corrida fica em uma corrida' e não, esse não será
o caso aqui.”

Sorrio, puxando-a para os meus braços e apertando-a. “Eu


sei baby, nunca. O pensamento de outra mulher se aproximando
de mim só me faz querer cortar a cabeça dela. Você está segura.”

Ela sorri docemente. “Ótimo. Está com fome?”

Sorrio, tirando um par de pratos do armário. “Sim,


sempre.”

Meadow

Depois de terminar nosso jantar, eu tiro uma garrafa de


vinho da geladeira e arranco a cortiça. Olhando para os olhos
suspeitos de Beast, dou de ombros. “O quê? Estou lhe dizendo,
eu não estou grávida.”

Ele sorri, com as sobrancelhas franzidas. “Ok.”

Pego meu prato e levanto minha cabeça para as portas


abertas que levam para a varanda exterior. “Vamos comer na
varanda.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Desde que nos mudamos, estamos mobiliando a casa,


fazendo-a parecer mais como um lar. O tipo de casa que eu
desejava ter quando era criança, não só a estrutura, mas a
energia de um lar. É cheia de amor, meu e de Beast unidos em
um, todos reunidos em uma só casa. Eu decorei o exterior com
luminárias suspensas em cima do carvalho. Agora é meu lugar
favorito de toda a casa.

Sento-me na grama e os copos tilintam em minhas mãos.


Eu amarro meu cabelo para cima, prendendo-o em um nó
bagunçado no topo da minha cabeça.

Dou a primeira mordida no frango amanteigado e espio


Beast, que está me encarando com carinho.

“Sabe,” eu começo, limpando a boca e pegando a garrafa


de vinho e servindo um copo. “Você não falou muito desde que
eu te falei do susto da gravidez.”

Seus olhos se estreitam nos meus enquanto ele mastiga.


“Talvez isso seja porque estou experimentando a ideia agora.” Ele
sorri, com as sobrancelhas erguidas.

Eu pauso meu garfo, inclinando minha cabeça. “Você pode


repetir isso?”

Ele ri, baixando o garfo e se movendo em minha direção.


“Digo, fazer o dito bebê pode ser divertido...” Ele sorri, colocando
outra colher na boca.

Sorrio, mastigando suavemente e pegando meu copo de


vinho. “É, talvez.”

Ele balança a cabeça com um sorriso, colocando mais


comida na boca e, neste exato momento, estou mais feliz do que
eu já estive. Acontece que meu cavaleiro sombrio é uma espécie
de cavaleiro em armadura brilhante. E essa armadura foi
The Devils Own #1 Amo Jones

severamente alvejada por balas, mas ainda assim, é um cavaleiro


de armadura brilhante.
The Devils Own #1 Amo Jones

CAPÍTULO TRINTA E SETE

No dia seguinte, nós estamos indo para o clube com


minhas mãos envoltas em Beast e penso em como aprendi a
amar o ar chicoteando meus longos cabelos. Quando descemos
a longa estrada de cascalho e entramos na sede, nós dois saímos,
com Beast me ajudando a descer e eu lhe entrego meu capacete
com um sorriso.

“Eu quero a minha.” Sorrio, passando as mãos em sua


moto.

Suas sobrancelhas levantam e um sorriso surge em seu


rosto.

“Você quer uma o quê? Uma moto?”

Concordo com um sorriso para ele enquanto alguns dos


caras saem assobiando para nós. Eu olho para o meu patch de
propriedade e sorrio. “Acho que agora é oficial.” Todos eles
levantam seus copos no ar de uma vez só, enquanto Rorschach
sorri ao levantar a caneca antes de tomar o líquido marrom.
Agradeço com um leve sorriso para ele antes que entre. Olhando
para Beast, ele ainda está olhando para mim chocado.

“O quê?” Eu pergunto, inclinando minha cabeça.

“Baby, você quer sua própria moto?” Ele pergunta


novamente com o choque ainda evidente em seu tom.

“Sim”, respondo. “Eu acho que quero.”

“Jesus”, ele sussurra, sacudindo a cabeça. “Você está


sendo incrivelmente foda, sabe disso?”
The Devils Own #1 Amo Jones

Sorrio, empurrando seu peito. “Tão fodona que você


pretende concordar em me dar uma moto?”

Ele ri, balançando a cabeça. “Definitivamente não agora,


mas sim. Quem sabe no futuro.”

Eu ando pelo clube e vou direto para o bar. Estou usando


meu patch de propriedade que me abraça firmemente com jeans
skinny e minhas botas por cima do meu jeans. É
surpreendentemente confortável.

Layla puxa um banquinho ao meu lado e sorri. “Você está


tão fofa!” Ela está olhando para mim de cima para baixo quando
Asha puxa o assento ao lado dela. Digamos apenas que ela foi a
pior refém de todos os tempos.

Dou um gole da minha bebida e zombo. “Dificilmente. O


que vocês duas estão fazendo? É o seu dia de folga?”

Layla balança a cabeça. “Sim, parece que sim. Embora, eu


não tenho certeza de onde Hella está.”

“Posso perguntar a Beast?”

Ela acena descartando meu comentário. “Não se preocupe,


alguém mais pode aguentar uma foda dele.”

Eu tusso a minha bebida, com algo irritando meu peito. “O


que isso significa?”

“Isso significa...” ela começa, tomando o resto de sua


bebida, “...que ele gosta duro. E quando eu digo duro, quero dizer
que ele vai te destruir tanto em meia hora que você terá
dificuldades para se sentar por uma semana.”

“Merda”, sussurro em estado de choque.


The Devils Own #1 Amo Jones

Ela ri. “Oh, por favor, ele não é nada que eu não possa
lidar.”

“Sim”, Asha concorda. “É por isso que ele sempre volta


para você.”

Afasto minha atenção da conversa de Hella e sua


capacidade de desativar as mulheres com seu pau, eu retomo a
atenção para Beast, que está sentado na mesa. Pegando minha
bebida, eu me despeço das meninas antes de caminhar para o
meu homem.

“Você está bem?” Ele pergunta no meu cabelo, me


puxando para ele.

“Sim”, sussurro. “Estou mais do que bem agora.”

Mais tarde naquela noite, nós montamos para casa e nos


despimos em tempo recorde. Apesar do fato de que nós dois
estávamos exaustos, eu ainda quero montá-lo como um cavalo
de rodeio. Chegando a ele, eu empurro seu peito para a cama e
rastejo até seu corpo monstruoso, mantendo meus olhos fixos
nos dele. Um sorriso tímido aparece em seu rosto quando ele
segue meu movimento. Pegando o controle remoto na mesa de
cabeceira e sua máscara caveira, na gaveta, eu jogo a máscara
para ele e sorrio. “Coloque-a, eu quero jogar.” Seu pequeno
sorriso aumenta, enquanto ele puxa o lábio inferior em sua boca
e coloca a máscara em torno de sua boca. Seus olhos escurecem
quando eu fico de pé sobre a cama.

Empurrando o controle remoto, coloco 'Sweet Dreams' de


Marylin Manson e ele ri, balançando a cabeça. Eu começo
The Devils Own #1 Amo Jones

remexendo os braços para cima e ele abre as pernas, estendendo


seu corpo musculoso para fora através da cama.

Lentamente abaixo o meu short, puxando a minha


calcinha para baixo com ele, seus olhos dilatam e sua mandíbula
cerra sob a máscara. Meus mamilos dão sinal de vida enquanto
meus quadris se movem com a guitarra. Suas mãos apertam
sobre eles, me puxando para baixo na cama e me deitando de
costas. Ele pressiona entre minhas pernas, e eu olho para ele de
cima, a máscara cobrindo todo o resto e os músculos dos seus
antebraços saltam sob a pressão que ele está colocando sobre
eles, segurando-se para cima. Ele se mói lentamente dentro de
mim em um movimento circular, com minha cabeça afundando
de novo na cama e meus olhos rolando para trás.

Tiro minha camiseta, ao mesmo tempo em que Breaking


Benjamin, 'Dance with the Devil' começa a tocar. Posso ou não
ter feito a nossa própria playlist. Baixando a máscara sobre a
boca para ficar ao redor de seu pescoço eu gemo no súbito e frio
ar que passa pelos meus mamilos. Ele traz a boca para eles,
puxando a língua para fora e correndo por meu mamilo,
mantendo seus olhos escuros trancados nos meus. Inclino-me
nos meus cotovelos e observo-o de perto. Depois que corre sua
língua cada vez mais devagar, ele chupa-o na boca e suas mãos
mergulham na minha frente. Esfregando círculos ao redor do
meu clitóris, ele desliza o dedo profundamente dentro de mim,
pressionando contra minhas paredes macias que imploram por
seu toque. Tirando o dedo de volta, ele corre sua língua sobre o
dedo.

Levanto os pés e decido que já tive o suficiente de


brincadeiras e agora eu preciso dele. Empurro sua cueca da
cintura até que desliza para baixo de suas pernas e seu pau
latejante fica contra mim. Gentilmente me esfrego sobre seu
The Devils Own #1 Amo Jones

comprimento e ele solta um grunhido predatório antes de puxar


para trás e penetrar em mim em um só impulso. Arqueando meu
peito para ele, eu levanto os meus mamilos para sua boca, ele
suga cada um dos meus mamilos. Olho para ele enquanto seu
pau faz movimentos dentro e fora de mim.

Trago minha boca para a sua e o fogo inflama no fundo da


minha barriga, eu gemo, “Sim”, enquanto o fogo começa a chegar
a um grau superior. Ele bate em mim mais uma vez, inflamando
a explosão enquanto nós dois nos perdemos um no outro.

Desço em seu peito, arfando eu tento descer o meu corpo


para baixo de mais um orgasmo. Eu viro para o seu lado e ele me
puxa mais perto, com o suor do nosso amor deslizando entre nós.

“Durma, baby. De agora em diante, tudo será como você


sempre quis.”

Eu sorrio, fechando meus olhos com suas palavras


flutuando no meu cérebro e seu corpo encostado às minhas
costas enquanto o sono se apodera.

“Isso não se encaixa como costumava!” Reclamo com Layla,


que está de pé ao meu lado no espelho.

Ela ri, puxando para baixo a parte inferior do patch. “Vai,


dê tempo ao tempo.”

“Tempo?” Eu zombo. “Layla, Israel faz três nesta quinta-


feira... TRÊS! Eu tive três anos para perder esses quadris.”

“Os quadris são quentes, você é uma mamãe quente. Sua


barriga é tão plana quanto a minha e você teve uma criança, pare
de choramingar e vista logo esse patch maldito.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Após o sucesso fechando meu patch de propriedade, eu


enfio minhas botas nos meus jeans skinny e dou mais uma olhada
no espelho. “Pareço como uma prostituta.”

Layla ri, envolvendo os braços em volta de mim. “Amo que


você xingue mais agora.”

Empurrando-a para longe, sorrio enquanto pego meu


telefone e enfio no bolso. Saindo do banheiro do clube, nós vamos
para o bar, onde todos os homens estão sentados ao redor com
Israel e Garret sentados ao lado de Beast desenhando.

“Oi,” eu digo, andando até a mesa. Beast sorri, trazendo


seus olhos para os meus e quando ele me vê, seus olhos fazem
uma pausa e checam meu corpo lentamente, me devorando com
um simples olhar. Eu continuo andando na direção deles, tomando
um assento do outro lado de Issy. “Oi baby, o que você desenhou?”
Pergunto, inclinando-me sobre a mesa.

Ela sorri, entregando-me a imagem e seus pequenos olhos


aquecem meu coração. Ela tem o cabelo escuro de Beast com meus
olhos azuis e minhas covinhas. Ela é a mais bela menina que eu
já vi. Garret é mais velho agora, com nove anos de idade, mas ele
cuida dela como se fosse sua irmãzinha.

Olhando para a imagem, ela é preenchida com um rabisco


colorido grande na parte superior da página. “Isso é um arco-íris?”
Pergunto, e ela balança a cabeça sorrindo.

Eu olho para baixo e vejo uma figura comprida parada na


frente com outra pequena figura em cima dos ombros da grande
figura comprida e meus olhos estão cheios de lágrimas. Olhando
para ela, eu corro meu dedo por sua pele suave, afastando minhas
lágrimas. “É você e o papai?” Sussurro para ela, trazendo meu
rosto para o dela.
The Devils Own #1 Amo Jones

Seu rosto vira-se quando seus olhos se enchem de amor e


admiração por seu pai, seu herói, seu primeiro amor. Balançando
a cabeça, ela se inclina para Beast, com seu minúsculo corpo
parecendo mais com o corpo de um bebê e não como o corpo de
uma criança de três anos de idade, por causa do tamanho de seu
pai.

Enxugando as lágrimas que caíram por meu rosto, aceno


com a cabeça, trazendo meus olhos até Beast. “Lembro-me de
fazer um desenho quando eu tinha quatro anos. Tinha que ser
sobre o nosso pai, algo que nos lembrávamos dele, como ele nos
fazia sentir”, murmura. Beast sussurra no ouvido de Israel, e
cutuca a cabeça para Garret e ele leva a mão na sua e anda para
o parque infantil que foi construído na parte de trás do complexo
onde temos as fogueiras.

“Lembro-me de desenhar a imagem, sem saber, apenas


seguindo as instruções da professora. Quando ela a viu, sua mão
voou para sua boca e deixou cair o papel no chão. Eu me
perguntava o que eu tinha feito de errado. Não sabia que o que
tinha feito era errado.” Olho para ele, com meu rosto agora coberto
de lágrimas, e os seu tenso do estresse e sua mandíbula
flexionando. “Lembro-me que desejava ter um pai que me levaria
para tomar sorvetes e me faria rir. Desejando que eu tivesse um
pai como você, Beast. Um que me carregasse em seus ombros e
me amasse incondicionalmente.”

Ele me abraça e me coloca no joelho. “Baby, eu vou sempre


ser esse homem para Issy, para todos os filhos que pudermos ou
não ter.”

“Não”, acrescento rapidamente. Meu trabalho de parto foi


terrivelmente longo. Eu não planejo ter outro.
The Devils Own #1 Amo Jones

“Mas eu sou esse homem para você, também. Vou ser tudo
isso e muito mais para você, querida. Para sempre, eu não vou a
lugar nenhum.” Ele puxa uma caixinha do bolso e ofego em choque
quando ele a vira aberta. “Sei que você sabe que este patch
significa mais para mim do que um casamento, mas quero você de
todas as maneiras que eu possa. Esposa, namorada, sócia, Old
Lady, eu quero tudo. Preciso de cada pedaço de você, Meadow.
Preciso de você inteira para sempre. Você quer se casar comigo?”

Eu aceno com a cabeça, correndo meu polegar sobre sua


bochecha. “Claro, sim, sim, eu vou me casar com você.”

Ter este patch significou muito para mim, mas ser sua
esposa também significa muito para mim. Não há um status neste
mundo que você poderia colocar em Beast e eu que justificaria o
nosso amor.

“Você já me consome, Beast. Você já possui cada pedaço de


mim e eu adoraria ser sua esposa.”

Ele me pega, envolvendo minhas pernas em sua cintura


enquanto mordisca na curva do meu pescoço. “Você é mais do que
o meu mundo, Meadow. Você é o meu tudo.” Ele coloca a mão na
minha, me conduzindo para fora do clube.

“O que você está fazendo?” Pergunto.

Ele sorri, olhando para mim. “Você vai ver.” Nós chegamos
à garagem e ele desbloqueia a entrada, puxando as portas e
exibindo uma Harley Davidson branca com brilhos na pintura.
Ofegando em choque, um grito escapa da minha boca enquanto
meus pés saltam para ela.

“É minha?” Pergunto animada, olhando para Beast. Ele ri,


balançando a cabeça e me entregando as chaves. “Sim, baby.
Você é meu anjo da noite, estas são as suas asas.”
The Devils Own #1 Amo Jones

Eu sorrio quando ele me puxa para ele novamente, trazendo


seus lábios até minha orelha. “Você imaginaria isso”, ele grunhe,
beliscando minha orelha. “A Bela domou o Beast.”

E então eu acordo, e um sorriso se espalha por todo o meu


rosto.
The Devils Own #1 Amo Jones

EPÍLOGO

Courtney

Dois meses atrás

Enquanto eu observava meu filho sendo arrastado para fora


da sala, meu coração sangrou por ele. O filho que nunca tive o
prazer de conhecer, e sei que foi tudo culpa minha. Foi minha culpa
que sua vida foi um grande banho de sangue. Nenhuma criança
deveria passar por tudo que ele passou. Mas eu não tive escolha.
Eles me mantiveram trancada em um quarto, me alimentando com
falsas esperanças de que meu filho estava feliz e seguro. Na noite
em que ele e Hella fugiram, foi quando eu descobri que ele tinha
sido um dos soldados recrutados ou agente 316 como eles o
chamavam aqui.

O Exército gostava de usar demonologia para atribuir um


número a cada soldado ou agente, então quando eles eram
enviados em uma missão, só eram chamados por seu número. Eu
nunca soube que o agente 316 era o meu filho, meu grande menino
precioso que eu empurrei para fora e segurei em meus braços até
que minhas luzes se apagaram e meu sangue gelou. Pensei que
tivesse morrido, e quando acordei depois que me ressuscitaram,
sabia que meu filho tinha sido tomado de mim, e desejei a morte.

Não demorou muito tempo para descobrir quem eu era, ou


no que estava me formando na faculdade. Eu era meio que um
gênio da ciência na escola durante toda a vida. A ciência sempre
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me fascinou. O fato de que as equações de ciência simplesmente


poderiam fazer muito, me intrigava quando era criança e ficou
comigo até que eu fosse um adolescente.

Disseram-me que ele tinha ido para uma boa casa, como me
foi prometido, mas que precisavam de algo de mim ou o trariam de
volta e iriam fazê-lo desejar nunca ter nascido. Claro, eu obedeci.
Por mais que a adoção possa ser uma palavra desagradável para
algumas pessoas, fiz o que precisava fazer no momento. O que eu
achava que era a coisa certa a se fazer, porque confiei nas pessoas
erradas.

Puxando-me dos meus pensamentos, olho para a mesa onde


Kurr tinha caído. Levantando-me do chão, eu me aproximo dele e
empurro a faca que estava segurando em seu peito, afundando-a o
mais fundo possível, até seu sangue jorrar por toda a minha mão.
Seu rugido e gritos soam, saltando fora das paredes da sala vazia e
sorrio para ele. “Você não vai sobreviver, Kurr.”

A risada gutural escapa de seus lábios com sangue quando


ele se apoia nos cotovelos e cospe um pedaço de saliva sangrenta.
“Por que você acha que eu o mantive vivo, Courtney? Por todos
esses anos? Eu sabia o que ele se tornaria, sabia que a raiva do seu
passado iria moldá-lo na máquina perfeita de matança que
precisávamos. O Schyronide que você criou só beneficiou a ele. O
efeito colateral da perda de memória era perfeito. Então, quando
você nos disse, que tínhamos que aumentar a dosagem de
Typermiene, a droga que impõe a perda de memória, você não tinha
ideia do impacto que estava tendo sobre ele. Claro, ele trabalhou a
nosso favor, eu estava certo”, responde, com seus olhos caindo para
um clarão. “Ele foi a máquina de matar perfeita. Geneticamente
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melhorada, mantendo sua humanidade na margem, não que ele


veio com muita de qualquer maneira, mas ele foi perfeito.”

“Já ouvi o suficiente,” exijo, limpando o sangue da lâmina


antes de enfiá-la profundamente em seu estômago. Estava
puxando-a para fora quando o chão começou a tremer sob os meus
pés e tudo ficou preto.

Pode ter sido momentos ou horas depois que meus olhos


pegajosos se abrem, e meus ouvidos são agredidos por um alto som
de toque agudo, fazendo-me levantar e apertar minhas mãos sobre
eles. Focando meus olhos, não posso ver nada na minha frente, não
há nada além da espessa fumaça e detritos que enche o ar como
um evento súbito de destruição em massa. Deslocando-me para
trás, eu me pressiono contra a parede e levo meus olhos para o
local onde Kurr estava, para ver que está coberto de escombros,
placas de concreto rígidos, com fios e varas de metal para fora.

Levaria meses de busca e salvamento para descobrir seu


corpo e, mesmo assim, duvido que fossem capazes de identificar
quem era. A fumaça começa a encher meus pulmões, e minhas
mãos voam para cima e cobre minha boca, enquanto eu lentamente
me levanto. Felicidade e esperança começam a encher-me quando
penso em como eu poderia agora compensar o tempo perdido com
Beast, talvez conhecê-lo melhor. O que ele gosta, o que ele não
gosta. Se ele dorme de lado como seu pai fazia toda a noite, sem
sequer pestanejar, ou se ele odiava quando as pessoas comiam
fazendo barulho como eu. Pequenas coisas que eu quero saber
sobre ele, tentar encontrar semelhanças entre nós. Com um sorriso
em meu rosto, eu me empurro para fora da parede com imagens
dele passando diante de meus olhos. Só para que tudo desabe
quando Kurr me empurra de volta para o chão.
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Minhas sobrancelhas se juntam enquanto todas as


esperanças que eu desejava desmoronam em um impasse.

“Pensou que iria sair viva, não é? Não se preocupe”, diz ele,
ajoelhando-se no meu rosto. “Eu pretendo recomeçar exatamente
de onde parei, e você sabe quem é a primeira pessoa que estará na
minha lista?” Ele pergunta, com seus lábios mal se movendo e seus
olhos escuros com o mal. “Seu filho. E por tudo que estiver ao meu
alcance, vou levantar tanto inferno em sua vida e na vida de seu
clube, que você será capaz de sentir a minha ira do inferno!” Ele
traz a mão que segura um facão e desce em linha reta até a minha
garganta... meu mundo e esperanças ficam escuras pela última vez
na minha existência.

FIM

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