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ÉTICA CRISTÃ
BENEVIDES
2017
SEMINÁRIO ADVENTISTA LATINO AMERICANO DE TEOLOGIA
ÉTICA CRISTÃ
BENEVIDES
2017
Ética e Identidade sexual
INTRODUÇÃO
Assim a identidade sexual, por sua vez, também deve ser avaliado sob à luz da
ética, podendo ser para alguns um comportamento aético ou antiético, mas algo
totalmente normal e aceitável para outros.
Podemos ratificar essa questão com uma rápida observação a sociedade atual,
onde grupos tanto pró como contra militam em suas causas na tentativa de aceitação de
suas ideologias ou de opressão a pensamentos contrários. A grande verdade é que o
mundo hoje se comporta de maneira diferente do que alguns anos atrás, essa mudança
comportamental pode ser vista em todas as esferas sociais e no que diz respeito a
identidade sexual não é diferente, é cada dia mais comum e inquestionável a aceitação
de homossexuais, transgêneros e outros comportamentos alternativos por parte da
sociedade atual.
Definição
Posto que, normalmente a identidade sexual de cada pessoa é formada pela soma
dos fatores biológicos, ambientais e psicológicos, e a fase mais comum de confirmar
essa identidade é na adolescência. Logo, essa decisão vem acompanhada por
sentimentos de medo e de muito sofrimento, caso essa confirmação seja contrária ao
sexo de nascimento. E esses sentimentos confusos quanto à identidade e ao futuro
geralmente tendem a causar dor e mágoas ao circulo mais próximo do individuo.
Esta desvinculação entre identidade e desejo sexual tem por base a formação ou
a má formação do ser, lá na vida embrionária, que podem surgir anomalias que
influenciarão no desenvolvimento do indivíduo. Isso indica que por esta “deficiência
genética”, podem nascer biologicamente homem, mas sentir-se uma mulher ou o
contrário. Nisto choca-se a biologia e a psicologia sexual.
Diversidade Cultural
Por ser um assunto que atrai bastante jovens e adolescentes, novelas, filmes e
seriados tem massivamente dedicado energia para propagar questões de importância
como Identidade e Orientação sexual e identidade de gênero. Filmes como Brokeback
Mountain eleito como o melhor filme romântico de 2005 baseado em enredo
homossexual são cada vez mais comuns. E sites como o dicionariodegeneros.com.br
podem contribuir para um maior conhecimento do assunto de gêneros e orientações
sexuais.
TESE GENÉTICA
Alguns pesquisadores fizeram a proposta da teoria que fatores cromossomáticos
ou genéticos, a hereditariedade, seria a razão causativa da homossexualidade. Para tal
conclusão, compreenderam hipoteticamente que a síndrome de Klinefelters predisporia
indivíduos à homossexualidade. Assim, concluíram que são “fêmeas em corpos
masculinos” (LANG, 1940, p. 55-64).
Após análise minuciosa, essa pesquisa foi considerada pouco convincente. Com
base num levantamento do material, West (1967, p. 166) chegou a conclusão segura que
as anomalias endócrinas e o cromossomo sexual observados não desempenham
significativo papel causativo da homossexualidade.
Algumas investigações posteriores não confirmaram também estudos feitos com
gêmeos monozigóticos homossexuais (KALLMANN, 1952, p. 283-298; KALLMANN,
1952, p. 136-146). Nem todos os gêmeos idênticos eram homossexuais, como se
esperava, caso realmente fosse genético. Os estudos que defendem essa linha, da tese
genética, não têm lançado tanta luz como se propõe para responder ao fenômeno
homossexual (KLINTWORTH, 1962, p. 113-125; PERE, p. 70-80; MONEY, p. 42-54).
Geisler (2010, p. 351) pondera que a ciência não alcançou alguma prova sequer
para a existência para os desejos homossexuais de fonte biológica ou genética. Já que
não se reproduzem nem podem se reproduzir, não há possibilidade de transmissão
genética de desejos para outras gerações.
FATORES HORMONAIS
Outra proposta para a causa é a concentração hormonal. A presença e qualidade
de hormônios, contidos na circulação sanguínea, possui grande influência em relação ao
crescimento e função dos órgãos sexuais. Pessoas com normalidade cromossômica
necessitam de glândula endócrinas amadurecidas e tempo certo e ejetam no sangue
quantidade exata de substâncias químicas para que o desenvolvimento sexual ocorra
normalmente. Contudo, diversos experimentos revelaram que o aumento da testosterona
em homossexuais ao invés de apresentar efeito ‘curativo’, apenas aumenta o desejo pelo
objeto sexual costumeiro (BARAHAL, 1940, p. 319-329).
“Em nossa experiência, nenhum paciente, masculino ou feminino, jamais
apresentou qualquer reversão persistente de padrões endócrino que explique tendências
homossexuais. Nunca observamos nenhuma correlação entre a escolha do objeto sexual
e o nível de secreção hormonal” (PERLOFF, p. 53).
Algumas pessoas, principalmente homossexuais, se simpatizam especialmente
pela teoria biológica. Contudo, ainda sobressai o consenso geral de que a causa da
homossexualidade humana não é inteiramente biológica (SPRINGETT, 2007, p. 26).
Segundo o Relatório Wolfendem (The Woldenden Report, 1963, p. 32), os estudos
endócrinos e bioquímicos até o momento revelaram-se aparentemente negativos.
Kinsey (1965, p. 658-659) critica a interpretação que presume a identidade e
escolha do parceiro sexual feita por um indivíduo sob o afeto de alguma faculdade
biológica. “Não existe trabalho sobre hormônios e outras funções fisiológicas do animal
humano que justifique tal conclusão”.
Uma comissão presbiteriana concluiu da mesma maneira. Para eles “os fatores
essencialmente determinantes parecem ser mais psicossociais do que biológicos”
(SHAFER, 1978, p. D14). Diversos cientistas dedicados ao estudo sobre a
homossexualidade garantem que a orientação sexual resulta de fatores psicossociais que
estão relacionados com o desenvolvimento da identidade de gênero e seu papel, mais
influências intermediárias de fatores biológicos e endócrinos (SPRINGETT, 2007, p.
27). É importante ressaltar que a influência não é equivalente a determinação.
FATORES PSICOSSOCIAIS
Hampson (1961, p. 1428) entende que um indivíduo se diferencia entre
masculino e feminino, dentro da psicologia, no decorrer de muitas experiências pessoais
de crescimento. De fato é difícil estabelecer uma linha definitiva onde separa a
influência da escolha de um indivíduo. Algumas pessoas chegam a sugerir que algumas
pessoas são inconscientes quanto aos fatos psicossociais que acabaram por modelar sua
orientação sexual. Esse processo teria ocorrência em tão tenra idade que talvez não
poderia ser dito que a pessoa tem o poder sobre a sua orientação ou identidade sexual
(HARVEY, 1971, p. 125).
Weltge (p. 64) questiona a atitude adotada por vários homossexuais em alegar
que sua condição parte de um determinismo cego concretizada em prática compulsiva,
das quais são impotentes contra elas e inocentes. Ao mesmo tempo, eles afirmam ser
uma escolha moralmente boa, responsável, normal e biologicamente e psicologicamente
natural. “Que razão existe para crer que os homossexuais são necessariamente mais
honestos consigo mesmo, ou menos propensos à auto-justificação do que os outros
homens?”.
Kinsey propõe que por justiça todos os fatores psicossociais deveriam ser
aplicados em outros casos. Segundo sua ideia, eu posso apresentar uma justificativa
psicossocial para a minha marginalidade. Desta maneira, o mesmo argumento deveria
ser válido para todos os casos, inclusive no heterossexualismo. Contudo, na prática não
é isso o que acontece. Esse argumento passa a ser uma justificativa para uma
preferência pessoal.
“Sejam quais forem os fatores considerados, não se deve esquecer que
o fenômeno básico a ser explicado é a preferência de um indivíduo por
um parceiro do mesmo sexo, por um parceiro de outro sexo ou sua
aceitação de parceiros de ambos os sexos. Esse problema é, afinal,
parte do problema mais amplo das escolhas em geral: a escolha do
caminho que se toma, das roupas que se veste, do alimento eu se
come, do lugar onde se dorme e de uma infinitude de outras coisas que
estamos sempre escolhendo” (KINSEY, A. C.; POMEROY, W. B.;
MARTIN, C. E., 1965, p. 662).
A Primeira Família:
Na semana da criação, mais precisamente no sexto dia, Deus cria o ser humano.
Nas escrituras sagradas está registrado que “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem,
a imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). A firmação de que o
ser humano é feita a imagem de Deus e que havia uma distinção entre homem e mulher
é citado novamente em Gênesis 5:1,2: “Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em
que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou, e os
abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados”.
Ao olharmos a Bíblia podemos aqui perceber algumas coisas claras: 1. Um sexo
não é superior ao outro, pois ambos homem e mulher deveriam dominar (cuidar) da
terra. 2. É Deus quem cria e determina a sexualidade do indivíduo. 3. Deus estabeleceu
a primeira união, e foi entre um homem e uma mulher (heterossexual e monogâmico).
Uma dificuldade que está se tornando cada vez mais comum é relacionado aos
transgêneros. A Igreja Adventista se posiciona de maneira clara. A IASD rejeita
qualquer tipo de descriminação e recebe a todos aqueles que estão dispostos a se
arrependerem de seus pecados e aceitarem o convite de Cristo para andar em novidade
de vida, segundo Seus preceitos. Portanto, como a mutilação é irreversível, é
recomendável que o indivíduo permaneça fisicamente como está, porém em celibato.
Portanto, nos escritos de Ellen White não encontramos uma orientação sexual
diferente da que é apresentada na Bíblia como o sendo o ideal proposto pelo Criador,
assim o relacionamento afetivo entre duas pessoas deve ser heterossexual. Também é
notório o interesse por preservar tal conceito, evitando inclusive qualquer aparência
contrária do mesmo.
Uma vez que a orientação sexual é formada principalmente conforme a
influência familiar, como também pelo ambiente, considerar sua atmosfera e suas
respectivas práticas poderá fazer com que tal personalidade seja definida de acordo com
o ideal bíblico. Ellen White considera que o lar é a base para a sociedade e assim
afirma:
Isso revela a atuação de satanás para perverter a mente humana antes mesmo
de que este nasça, quanto a isso adverte White: “Foi-me mostrado que Satanás procura
degradar a mente dos que se unem em casamento, a fim de que ele possa imprimir a
própria imagem odiosa nos filhos deles.” [CITATION Ell01 \p 480 \l 1046 ]
Tal proposta, segundo White, faz parte da intensão divina que os núcleos
familiares representem a família celeste onde a lei de Deus é guardada e o amor ao
Criador é um fato. Assim “Cristo será glorificado; Sua paz, graça e amor impregnarão o
círculo da família como um precioso perfume.” [CITATION Ell03 \p 17 \l 1046 ].
Uma vida de utilidade se acha diante de você, caso sua vontade se alie
à de Deus. Então, com a experiência que Ele lhe concede, você será
um exemplo de boas obras. Ajudará assim a manter regras de
disciplina, em lugar de as derribar. Ajudará então a manter ordem, em
lugar de desprezá-la e incitar à irregularidade de vida por seu próprio
modo de proceder [CITATION Ell041 \p 515 \l 1046 ].
Ainda neste assunto a autora declara que sujeitar-se a Cristo não deve ser algo
que pode ser protelado mais que deve ser realizado prontamente examinando
disciplinadamente o coração, não permitido que o próprio eu seja exaltado. Abrir mão
de si mesmo, resistindo as tentações e inclinações, é possível graças ao trabalho
realizado por Cristo, Ele viveu a Lei de Deus, para que homem assim pudesse viver
[CITATION Ell04 \p "130, 131" \l 1046 ] .
Ao referir-se aos pecados de Sodoma, White afirma que os tais eram praticados
em seu tempo e que os mesmos provocavam a ira divina. O Comentário Bíblico
Adventista informa que entre os pecados praticados na citada cidade haviam práticas
homossexuais. Vejamos:
BIEBER, I., et al. Homosexuality: A Psychoanalytic Study. New York: Basic Books,
1962.
CORTELLA, Mario Sergio. Qual é sua obra? Inquietações positivas sobre gestão,
liderança e ética. Petropolis, RJ: vozes, 2009.
GINGRICH; DANKER. Léxico do novo testamento. São Paulo: Vida nova, 2007.
PERRY, T. D. The Lord is My Shepherd and He Knows I’m Gay. Los Angeles:
Nash Publishing, 1972.
SHAFER, A. E. ed., Blue Book 1. The Church and Homossexuality, 190th General
Assembly of the United Presbyterian Church in the United States of America. San
Diego, 16-24 de maio de 1978.
WHITE, Ellen G. A Ciência do Bom viver: Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
2014.
WHITE, E. Mente Caráter e Personalidade 1: Guia para saúde mental e espiritual. 6ª.
ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005.
WHITE, E. G. O Lar Adventista. 13ª. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003.