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Introdução ao Design

Prof. Márcio Duarte


profmarcioduarte@gmail.com
Detectar o problema é essencial ao
design. Essa é a missão.

RONALD SHAKESPEAR
Para se fazer um bom design é necessário
conhecer muito bem o produto que se está
trabalhando, dominar técnicas e ter bom senso
para aplicar o seu conhecimento na hora de
expressar as suas idéias. Um bom designer deve
saber escutar, observar e destacar coisas que
pessoas comuns não percebem, deve procurar
expressar suas idéias através de formas e cores,
a fim de mostrar o óbvio sem ser óbvio.
• latim
designo = designar, indicar, representar, marcar, ordenar, dispor,
Nomenclatura e Etimologia regular

• inglês
design = projeto, configuração
drawing = desenho, representação por meio de linhas e sombras

• espanhol
diseño = projeto, configuração
dibujo = desenho, representação por meio de linhas e sombras

• português
desenho = representação por meio de linhas e sombras; projeto;
configuração
desenho industrial (1950)

projética (Houaiss e Aloísio Magalhães, 1970)


design (ENDI, 1988)
Desenho (Vidal, década de 80)
Niemeyer, 2002
Design
[d«Èzajn] [Ingl.]
Nomenclatura e Etimologia Substantivo masculino.
1.Concepção de um projeto ou modelo; planejamento.
2.O produto desse planejamento.
3.Restr. Desenho industrial.
4.Restr. Desenho-de-produto.
5.Restr. Programação visual.

Desenho industrial
1.Atividade especializada de caráter técnico e artístico, que
se ocupa da concepção da forma de objetos tridimensionais
(desenho-de-produto) e bidimensionais (programação
visual) a partir de critérios de funcionalidade e estéticos,
com vistas à produção industrial ou em série.
2.O produto dessa atividade. [Sin. ger.: design.]

Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa, 3a edição,


2004.design
Historicamente…
Projetar a forma significa coordenar, integrar e
articular todos aqueles fatores que, de uma
maneira ou de outra, participam no processo
constitutivo da forma do produto (...) Isto se refere
tanto a fatores relativos ao uso, fruição e consumo
individual ou social do produto (fatores funcionais,
simbólicos ou culturais) quanto aos que se referem
à sua produção (fatores técnico-econômicos,
técnico-construtivos, técnico-sistemáticos, técnico-
produtivos e técnico-distributivos)
ICSID, 1958
Design é uma atividade projetual que
Conceitos de Design consiste em determinar as propriedades
formais dos objetos a serem produzidos
industrialmente. Por propriedades
formais entende-se não só as
características exteriores, mas,
sobretudo, as relações estruturais e
funcionais que dão coerência a um
objeto tanto do ponto de vista do
produtor quanto do usuário.

Tomás Maldonado, 1961


O que se exige para poder considerar que um
objeto pertence ao desenho industrial é:
1. a sua fabricação em série;
Conceitos de Design
2. a sua produção mecânica, e
3. a presença nele de um quociente estético,
devido ao fato de ter sido inicialmente
projetado e não a uma sucessiva intervenção
manual.
Eis por que razão não é lícito pensar em desenho
industrial em relação aos objetos pertencentes a
épocas anteriores à revolução industrial, (...) em
cuja base existe sempre um momento de
projeto, de criação pelo desenho, e um
momento repetitivo de produção mecanizada e
em série.

Gillo Dorfles, 1963


Design é o processo de adaptação do
Conceitos de Design entorno objetual às necessidades físicas
e psíquicas dos indivíduos da sociedade.
(...) Design de produto é o processo de
adaptação de produtos de uso de
fabricação industrial às necessidades
físicas e psíquicas dos usuários e grupos
de usuários.

Bernd Löbach, 1976


O desenhista industrial assume um papel simples: deve procurar que os
objetos de uso comum sejam os mais econômicos e eficientes possíveis; que
sejam práticos e cômodos para o usuário e para quem os manipula; que
produzam um certo estímulo estético, e ainda que modestos, que transmitam
Conceitos de Design
sua elegência formal; que sua qualidade corresponda às exigências reais dos
homens. Por conseqüência, o desenhista industrial teria que preocupar-se
dos aspectos econômicos, práticos, estéticos e daqueles que se referem às
necessidades efetivas.

O Desenho Industrial é uma atividade projetual que consiste em determinar


as propriedades formais dos objetos produzidos industrialmente. Por
propriedades formais não deve-se entender somente às características
exteriores, mas sim, sobretudo, as relações funcionais e estruturais que
fazem que um objeto tenha uma unidade coerente desde o ponto de vista
tanto do produtor quanto do usuário. Ainda que a preocupação exclusiva do
exterior de um objeto determinado possa levar ao desejo de fazê-lo parecer
mais atraente ou também dissimular as falhas constitutivas, as propriedades
formais do objeto - pelo menos como são entendidas aqui - são sempre o
resultado da integração de fatores diversos, tanto do tipo funcional, cultural,
tecnológico ou econômico.

Bonsiepe, 1978
O desenho industrial é uma atividade
projetual, responsável pela determinação
das características funcionais, estruturais e
Conceitos de Design
estético-formais de um produto, ou
sistemas de produtos, para fabricação em
série. É parte integrante de uma atividade
mais ampla denominada desenvolvimento
de produtos. Sua maior contribuição está na
melhoria da qualidade de uso e da
qualidade estética de um produto,
compatibilizando exigências técnico-
funcionais com restrições de ordem técnico-
econômicas.

Gui Bonsiepe, 1982


Design é a tentativa de conjugar a
Conceitos de Design satisfação do cliente com o lucro da
empresa, combinando de maneira
inovadora os cinco principais
componentes do design: performance,
qualidade, durabilidade, aparência e
custo. O domínio do design não se limita
aos produtos, mas inclui também
sistemas que determinam a identidade
pública da empresa (design gráfico,
embalagens, publicidade, arquitetura,
decoração de interiores das fábricas e
dos pontos de vendas).
Philip Kotler, 1989
O design é o domínio no qual se
Conceitos de Design estrutura a interação entre usuário e
produto, para facilitar ações efetivas.
Design industrial é essencialmente design
de interfaces.

Gui Bonsiepe, 1992


O design é uma atividade especializada
Conceitos de Design de caráter técnico-científico, criativo e
artístico, com vistas à concepção e
desenvolvimento de projetos de objetos
e mensagens visuais que equacionem
sistematicamente dados ergonômicos,
tecnológicos, econômicos, sociais,
culturais e estéticos, que atendam
concretamente às necessidades
humanas.

Projeto de Lei nº 1.965, de 1996, que visa


regulamentar a profissão no Brasil
Design é uma atividade criativa cujo
Conceitos de Design propósito é estabelecer as qualidades
multi-facetadas de objetos, processos,
serviços e seus sistemas de ciclos de vida.
Assim, design é o fator central da
humanização inovadora das tecnologias e
o fator crucial das trocas econômicas e
culturais. (...) Design trata de produtos,
serviços e sistemas concebidos através
de ferramentas, organizações e da lógica
introduzidas pela industrialização – não
somente quando são produzidos em
série.
ICSID, 2000
DESENHO INDUSTRIAL (DESIGN)
•Desenho Industrial, Desenho de Produto, Comunicação Visual,
Programação Visual.
Conceitos de Design
CONCEITOS EXPLICATIVOS
•É O EQUACIONAMENTO Proposta, Problema, Método, Solução
•SIMULTÂNEO Coordenação, Atuação Multi e Interdisciplinar, Síntese,
Visão global
•DE VALORES Informações processadas até uma conclusão.

CONCEITOS ESTRUTURAIS
•ERGONÔMICOS Homem, Usuário, Necessidades, Sociedade (satisfação
de necessidades materiais primárias, equilíbrio social)
•PERCEPTIVOS Forma, Percepção Visual, Estética, Informação (cultura
material e iconográfica, identidade cultural)
•ANTROPOLÓGICOS Utilidade, Funcionalidade, Uso, Comunicação
(seleção das funções úteis, equilíbrio, produção, necessidade)
•TECNOLÓGICOS Indústria, Ser ação, Máquina, Tecnologia (acesso a toda
população, uso de mão de obra, criação de tecnologia)
•ECONÔMICOS Custo, Racionalização, Produtividade econômica (redução
do custo do produto, atendimento à demanda interna)
•ECOLÓGICOS Ambiente, Sistema, Harmonia, Recursos Naturais (redução
dos custos do produto, atendimento à demanda interna)
CONCEITOS COMPLEMENTARES
•NO PROJETO Objetivo, Programa, Idéia, Desenho, Modelo,
Conceitos de Design Protótipo, Informação para a produção
•DOS ELEMENTOS E ESTRUTURAS Unidade, Sistema, Produto,
Serviço
•FÍSICAS Objeto, Existência formal concreta, Leis físicas, Terra,
Mar e Ar
•NECESSÁRIAS Corresponde às necessidades, não é dispensável
•À VIDA Sobrevivência, Alimentação, Saúde, Proteção, Satisfação
das necessidades básicas
•AO BEM-ESTAR Conforto, Lazer, Satisfação das necessidades
•E/OU Os objetivos de vida, Bem-estar e Cultura podem ser
considerados em conjunto ou isoladamente
•À CULTURA Educação, Informação, Experiência, História
(desenho industrial como decorrente de um processo histórico)
•DO HOMEM Universal, Local
Fatores no desenho industrial
•ANTROPOLOGIA Observe o “comportamento” e as “idéias”
Conceitos de Design do cliente/consumidor/usuário
•ECOLOGIA Atente para o ciclo de vida do produto
desenhado; “conserve” e “proteja”
•ECONOMIA Perceba que “custo” é um parâmetro; mas o
que interessa é o “valor”
•ERGONOMIA Respeite a natureza humana – “adequação”–
e torne a vida + “confortável”
•FILOSOFIA Pense que a sua “estética” é a industrial e que
sua “ética” é profissional
•GEOMETRIA Habilite-se para simplificar – “síntese” – e
dominar – “coerência” – as linhas
•MERCADOLOGIA Compare a qualidade de um produto com
o seu “preço” e “promoção”
•PSICOLOGIA Desenvolva necessariamente a sua
“percepção” e “criatividade”
•TECNOLOGIA Conheça as matérias-primas; a obtenção de
“materiais” e a “fabricação”
Vidal, 2006
DESIGN (desenho industrial)
Subdivisões e Especificidades •DESIGN DE PRODUTO (projeto de
produto)
– funcionalmente tridimensional (3D)
– necessidade primária de operação
– necessidade secundária de informação

•DESIGN GRÁFICO (programação visual)


– funcionalmente bidimensional (2D)
– necessidade secundária de operação
– necessidade primária de informação
Redig, 1983
Subdivisões e Especificidades

Holsbach, 2008
Design / Desenho Industrial
Projeta
Conceitos de Design objetos
(ou sistemas de objetos)
físicos
ou virtuais
que serão produzidos em série
a partir de uma matriz
lidando com aspectos estéticos, funcionais
e simbólicos
levando em conta fatores como
a sustentabilidade
a economia
a tecnolgia
a cultura
visando suprir uma necessidade
do ser humano.
Holsbach, 2008
Missão
Design é uma atividade criativa cuja finalidade é estabelecer as
qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus
sistemas, compreendendo todo seu ciclo de vida. Portanto, design é o
Conceito de Design
fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial
para o intercâmbio econômico e cultural.

Conceito
O design diz respeito a produtos, serviços e sistemas concebidos a partir
de ferramentas, organizações e lógica introduzidos pela industrialização -
não apenas quando produzidos por meio de processos seriados. O
adjetivo "industrial" associado ao design deve relacionar-se ao termo
indústria, ou no seu sentido de setor produtivo, ou em seu sentido mais
antigo de "atividade engenhosa, habilidosa". Assim, o design é uma
atividade que envolve um amplo espectro de profissões nas quais
produtos, serviços, gráfica, interiores e arquitetura, todos participam.
Juntas, essas atividades deveriam ampliar ainda mais - de forma
integrada com outras profissões relacionadas - o valor da vida.
Dessa forma o termo designer se refere a um indivíduo que pratica uma
profissão intelectual, e não simplesmente oferece um negócio ou presta
um serviço para as empresas.
ICSID, 2003
O design procura identificar e avaliar relações
estruturais, organizacionais, funcionais,
expressivas e econômicas, visando:

•ampliar a sustentabilidade global e a proteção


ambiental (ética global);
•oferecer benefícios e liberdade para a
Tarefa

comunidade humana como um todo, usuários


finais individuais e coletivos, protagonistas da
indústria e comércio (ética social);
•apoiar a diversidade cultural, apesar da
globalização do mundo (ética cultural);
•dar aos produtos, serviços e sistemas, formas
que expressem (semiologia) e sejam coerentes
com (estética) sua própria complexidade.

ICSID , 2003
(Design-Ciência)
DESIGN É ARTE, CIÊNCIA OU TECNOLOGIA?
Design não é e nem será uma ciência. Houve muita inserção
de teorias e de um desenvolvimento metodológico
acentuado especialmente durante a década de 60. A
tendência dessas contribuições (Teoria dos conjuntos,
Teoria dos Sistemas, Teoria da Informação, Teoria da
Tomada de Decisões, métodos da ergonomia psicanálise e
da psicologia) era a de separar o Design da esfera das artes
de aproximá-lo da ciência, aperfeiçoar as atividades e de
conferir-lhe maior rigor técnico e metodológico.

(Design-Arte)
Design não é e nem será arte. Não há justificativa para uma
interpretação do design como uma atividade artística,
supostamente intuitiva. A arte, através de seus arquétipos
há muito hegemônicos (pintura, escultura, desenho etc.),
não é a única possibilidade da experiência estética. O
mundo do design está ligado ao da estética, mas não
necessariamente ao da arte.

Gui Bonsiepe
Não somo ignorantes por que não sabemos.
Somos ignorantes porque não sabemos que não
sabemos.
Gui Bonsiepe

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