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UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa

Campus São Borja

Bacharelado em Relações Públicas

Leitura e Produção Textual

Prof.ª. Paula Pavan

Discente Leonardo Mollmann

Matrícula: 2010100076

Data: 05/12/2020

Rio Grande do Sul

São Borja - 2020


Atividade proposta:
“Artigo de Opinião - Orientações Gerais
Tema: assuntos polêmicos no Brasil em 2020.
Situação de comunicação
• • Quem escreve? Discente do 1º semestre do Curso de Relações Públicas.
• • Para quem? Leitores do OpinaRP -
https://sites.unipampa.edu.br/linguagemrp/opina-rp/
• • Quando? Ano de 2020 – pandemia, isolamento social, aulas EaD etc.
• • Para quê/Por quê? Para defender seu ponto de vista sobre um assunto de
interesse coletivo e convencer o leitor a respeito do posicionamento assumido.

Formatação: Times 12 e espaçamento 1,0.


Extensão: em torno de 1 página A4.”
O risco à saúde mental ocasionado pela pandemia da COVID-19
Leonardo Mollmann
Discente do 1º Semestre do Curso de Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa
Com as recomendações das autoridades de saúde mundial para que os cuidados com a
saúde sejam redobrados e as práticas de isolamentos/distanciamentos sociais sejam cumpridas
pela população, com o intuito de reduzir a propagação do Coronavírus (COVID-19), ocorreu
uma alteração radical no modo como a sociedade se comportava. Com medo do contágio, as
pessoas estão desenvolvendo problemas de saúde mental, como por exemplo, ansiedade,
estresse e depressão. Essas questões são preocupantes, pois deveriam ser compartilhadas
informações referentes a essas enfermidades mentais resultantes da pandemia, bem como os
cuidados que a população deve tomar para não adoecer mentalmente.
Os danos provocados pela pandemia ocasionam impactos negativos em nossas mentes,
assim como originam desordem econômica e social. Em um Webinário1 realizado pela
Academia Brasileira de Ciências em maio deste ano, o médico Jair de Jesus Mari, doutor em
Epidemiologia Psiquiátrica da Universidade de Londres, lembrou que no começo da epidemia
os governos e os sistemas de saúde estavam totalmente despreparados para enfrentar essas
novas condições de tratamento da saúde da população. O médico apontou sobre essas
mudanças radicais na rotina de vida da sociedade, destacando pontos como a sensação da
perda de liberdade, as preocupações relacionadas com as perdas econômicas, bem como os
sentimentos que a pandemia ocasionou nas pessoas, como raiva, tédio, solidão e desamparo.
Impossibilitadas de saírem de suas casas, as famílias começaram a ser mais violentas e
agressivas dentro de seus convívios diários, afirma o médico. Segundo Mari, é grande o
choque emocional nas famílias que sofreram com a impossibilidade de realizarem os ritos
fúnebres de seus familiares. “Essa situação provoca medo, relativo ao perigo iminente de
contágio, e ansiedade, que é a antecipação dos riscos. A reação ao estresse difere de pessoa
para pessoa”.
Além disso, Mari afirmou que acredita que as pessoas que possuem um nível baixo de
ansiedade minimizam os riscos de contágio, pois estas mantêm um otimismo irreal. Diante
disso, o médico ainda observou que o Brasil está sujeito uma crise de liderança políticas, pois
as ações que têm de serem tomadas são prejudicadas por essas lideranças e a população ainda
tem as suas demonstrações de indignação restringidas por esses governantes.
Quando questionado sobre o que o indivíduo deveria fazer caso notasse os sintomas
de estresse, ansiedade e depressão, em uma Live2 sobre o impacto da pandemia da COVID-19
na saúde mental, realizada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em março
deste ano, o médico Jair de Jesus Mari respondeu que essas reações emocionais de estresse
são normais, mas que quando a pandemia deixar de existir, os organismos voltam ao seu
equilíbrio normal. Quanto à ansiedade, o médico afirmou que, como ela envolve outros
campos da vida pessoal, como a familiar, conjugal e profissional, deve se tomar um cuidado
especial quando ela excede aos limites relacionados à pandemia. Relacionado à depressão,
tendo o indivíduo perdido o interesse pelas atividades que costumava gostar, atingido por uma
tristeza intensa, um sentimento de irritabilidade incontrolável e percepções de fadiga,
1
O artigo sobre o Webinário ocorrido e o vídeo com os principais destaques do evento estão disponíveis em:
<http://www.abc.org.br/2020/06/15/o-impacto-da-pandemia-na-saude-mental/>. Acesso em: 28 de nov. de 2020.
2
O artigo sobre a Live que foi realizada, bem como o vídeo da gravação da transmissão, está disponibilizado em:
< https://www.unifesp.br/reitoria/dci/noticias-anteriores-dci/item/4395-quais-os-principais-efeitos-da-pandemia-
na-saude-mental>. Acesso em: 28 de nov. de 2020.
desgastes emocionais, dificuldades para dormir, pensamentos negativos e de que a sua vida
não mais vale a pena, Mari afirma que são sinais de que a funcionalidade começou a ser
afetada e que esse indivíduo necessita de ajuda profissional qualificada o mais breve possível.
Segundo levantamentos de dados realizados durante os casos de síndromes
respiratórias dos vírus SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave - China - 2002) e MERS
(Síndrome Respiratória do Oriente Médio - Oriente Médio - 2012), pesquisas 3 estas realizadas
durante os períodos de surtos, orientam que o estreitamento de laços por meio das redes
sociais, os hábitos de sono e de alimentação saudáveis, bem como o potencial da música para
ajustar os níveis de estresse, são hábitos que podem amenizar os prejuízos para a saúde mental
e reduzir o dano psicológico durante esses períodos de quarentena, e a busca por ajuda
profissional de qualidade é o recomendável em casos que os sintomas de adoecimento mental
já estejam perceptíveis. O Instituto Oswaldo Cruz desenvolveu uma cartilha digital “Saúde
Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19” com recomendações gerais sobre de
que maneira os indivíduos podem buscar reduzir seus danos psicológicos derivados da
pandemia, a cartilha pode ser acessada através do link 4 disponibilizado na nota de rodapé
deste artigo.
“A melhor forma é abrir o jogo, conversar sobre o que está acontecendo, não
deixar que a depressão se aprofunde. [...] É um período que vamos perder na
economia, mas podemos ganhar muito em humanidade. [...] É a primeira vez que
teremos de agir como nação, e renunciar às recompensas imediatas para
lucrarmos no futuro. O país não vai ser o mesmo depois desta crise.” (MARI,
2020).

3
Recomendações de hábitos que evitam o adoecimento mental durante os períodos de quarentena, embasadas
nos casos de síndromes respiratórias SARS e MERS disponíveis em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/artigo-
analisa-os-impactos-da-covid-19-na-saude-mental> Acesso em: 28 de nov. 2020.
4
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) disponibiliza a cartilha sobre as Recomendações gerais para evitar o
adoecimento mental durante o período da pandemia através do link disponível em:
<https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/04/Sa%c3%bade-Mental-e-Aten
%c3%a7%c3%a3o-Psicossocial-na-Pandemia-Covid-19-recomenda%c3%a7%c3%b5es-para-gestores.pdf >
Acesso em: 28 de nov. de 2020.
REFERÊNCIAS

Academia Brasileira de Ciências. O Impacto da Pandemia da COVID-19 na Saúde Metal.


15 de junho de 2020. Disponível em: <http://www.abc.org.br/2020/06/15/o-impacto-da-
pandemia-na-saude-mental/> Acesso em: 28 de nov. de 2020.
MENEZES, Maíra. Artigo analisa os impactos da Covid-19 na saúde mental. Fundação
Oswaldo Cruz. 25 de jun. de 2020. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/noticia/artigo-
analisa-os-impactos-da-covid-19-na-saude-mental> Acesso em: 28 de nov. 2020.
Universidade Federal de São Paulo. Quais os principais efeitos da pandemia na saúde
mental?. 07 de abr. de 2020. Disponível em: <https://www.unifesp.br/reitoria/dci/noticias-
anteriores-dci/item/4395-quais-os-principais-efeitos-da-pandemia-na-saude-mental> Acesso
em: 28 de nov. de 2020.

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