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DOUTRINAS E PRINCÍPIOS ELEMENTARES

Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;


Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura
para os gregos.
Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a
Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.

1 Coríntios 1:22-24

Os primeiros cristãos não possuíam o Novo Testamento, tinham, porém, a revelação de


Deus, manifestada em Jesus Cristo e preservada como testemunho em sua vida. Para eles, a Nova
Aliança era uma promessa (Jer 31:31-34) sendo realizada na vinda do messias Jesus Cristo.
Naquele tempo o evangelho não se tratava de literatura, mas da mensagem de que Cristo, o
Messias prometido que estava presente, manifestando o esperado Reino de Deus no meio deles,
por meio de sinais, prodígios e maravilhas. Com Sua morte e ressurreição, Jesus assinalava o fim
da velha aliança da lei e o início da Nova aliança da Graça que seria manifestada no Fim dos
tempos. Essa mensagem, apesar de parecer simples, não é tão óbvia para mentalidade humana,
pois cada um tinha uma expectativa diferente da forma de revelação de Deus, como podemos
observar na passagem acima de 1 Coríntios 1:22-24.
As doutrinas básicas dos primeiros cristãos não eram dadas para ser objeto de crença, mas
para alimentar a experiência da fé. No entanto, com as conversões de pagãos e, especialmente
das elites intelectuais do mundo romano ao cristianismo, desde muito cedo foi necessário, como
por esforço missionário para alcançar este público, traduzir as doutrinas cristãs para as
mentalidades da época, que tinham a cultura grega e romana como base e pediam uma explicação
mais ordenada dos fatos da fé para aderi-la. Como podemos perceber na introdução do evangelho
de Lucas, já encontramos os traços desse esforço missionário, de traduzir as palavras e vida de
Jesus (um homem simples do campo que falava em provérbios, parábolas e ditos curtos). Observe
como nessa passagem Lucas enfatiza a palavra “ordem”:

“Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre
nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram
desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim
conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já
informado minuciosamente de tudo desde o princípio; Para que conheças a
certeza das coisas de que já estás informado. ”

Lucas 1:1-4

Com o tempo essa necessidade de organização das doutrinas Bíblicas, foram cada vez mais
necessárias devido ao crescimento de correntes cristãs e aos ataques intelectuais que o
fundamento da fé cristã sofreu nos primeiros séculos (período apologético). Com esse contexto,
surge a teologia, e no período medieval e ao longo da Renascença as verdades cristãs (dogmas),
com apoio da filosofia, ganham uma organização em forma de sistemas, que conhecemos nos dias
atuais como Teologia Sistemática.
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Introdução aos princípios da teologia sistemática


O encontro com Deus é um diálogo que podemos chamar de Santidade: Do lado de Deus,
ocorre a Revelação, do lado do homem, a resposta - chamamos Fé.
Fé não é crença – pois, a crença é um encontro com um discurso (sagrado ou profano) - de maneira
intuitiva, iluminada, mística ou racionalizada. As religiões chamam isso de espiritualidade. A fé é
um encontro com Deus, mediado pela graça e o conhecimento que vem pela revelação. A
comunicação dessa revelação, ocorre por inspiração e pelo poder do Espírito Santo. Ainda sobre
a revelação, podemos dizer que ela ocorre por dois modos.
Modos de revelação:
a) Revelação Natural ou geral – trata-se da revelação de Deus, manifesta em sua obra da
criação. (Conf. SI 19.1/ Jo 12.7-9 - Rm 1.19,20)
b) Revelação Especial - trata-se da revelação de Deus, manifesta por meio do encontro
pessoal de Deus com o humano, e propagada pelas formas de comunicação verbal e não-
verbal. (ex. Abraão, Moises, e os demais crentes no Antigo e Novo testamento). A
Revelação Especial não é conhecimento objetivo, e sim uma experiência de encontro
pessoal com Deus.
O universo fala da grandeza de Deus (SI 8.1; Is 40.12-17), mas somente a revelação especial
desvela a sua redenção (Jo 1.14). Os céus declaram a gloria de Deus (SI 19.1), mas somente Cristo
declarou a sua graça salvadora (Tt 2.11-13).
A Teologia trabalha num segundo plano da revelação, que consiste em buscar compreender,
registrar e comunicar, de forma inteligível e mais clara possível, o conteúdo da revelação, busca
testemunhar as razões desse encontro com as verdades da fé tanto para os de dentro, como para
os de fora da experiência Cristã.
Teologia Sistemática
Teologia vem do vocábulo grego: theos (θεóς) - Deus, divindade ou aquilo que é da esfera
do sagrado; e logos (λóγος) – razão, palavra, discurso, estudo, sabedoria. Sistemática vem do
termo sistema: Organização, divisão, ordem.
A grosso modo, Teologia Sistemática é a área da teologia que se ocupa em clarear de
maneira mais organizada e sistemática as doutrinas cristãs. Seu desenvolvimento ocorreu com a
influência da filosofia grega (metafisica e teodiceia), e do pensamento helenista no cristianismo. Na
teologia Sistemática, estudamos as doutrinas bíblicas organizadas por categorias como: Teologia
– estudo de Deus (Pai); Pneumatologia – estudo do Espirito (Espirito Santo); Cristologia- estudo de
Cristo (Filho de Deus) Bibliologia – estudo da Biblia (enquanto escritura); Soteriologia – estudo da
Salvação; Escatologia – estudo do último tempo; Angelologia – estudo dos anjos; Antropologia
Cristã – estudo da humanidade; Hamartiologia – estudo sobre o pecado. Em nossas aulas,
estudaremos de modo bem sucinto da Hamartiologia - doutrina do pecado, Soteriologia - doutrina
da salvação e a doutrina da Trindade.
Neste breve curso veremos de modo bem sucinto apenas alguns desses temas, a saber: a
hamartiologia, a soteriologia e a doutrina da trindade.
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HAMARTIOLOGIA
A hamartiologia é a parte da sistemática que estuda o tema do pecado.
hamartia = erro, pecado + logós = estudo), como sugere o próprio nome, é a ciência que estuda
o pecado, suas origens e consequências, ou o estudo sistematizado do tema pecado.
O Pecado Original
Os pecados da humanidade se originaram todos de uma só fonte a saber, do Pecado Original
que por sua vez teve como sua fonte uma criatura caída, Lúcifer (cf. Eze 28.11-19). A origem do
pecado antecede a criação do humano, quando Adão e Eva foram criados o Mal já existia. Com a
sedução, a antiga serpente influenciou Adão e Eva ao mesmo pecado que cometeu: o querer “ser
como Deus” ou num termo mais popular, a idolatria, que significa assumir outro Deus para si. A
essência do pecado foi em tomar o lugar de Deus. Os primeiros capítulos do livro de Gênesis, não
só relata essa origem, mas também as consequências da queda no pecado como homicídio,
rebelião, aumento da idolatria, etc. E desse modo, a humanidade conheceu a Ira de Deus (Juízo
de Deus) e a condenação à morte do corpo, alma e espirito (Gn 2:17 / Rm 6.23).
De acordo com a perspectiva cristã, o pecado original nos levou a morte eterna. A Morte
eterna é a condição da falta de relacionamento e a distância do humano com Deus. Como natureza
pecaminosa o humano já estava condenado a morte eterna. Mas em Cristo, somos resgatados à
vida eterna.

O Pecado no judaísmo e no cristianismo


No Judaísmo, o pecado consistia na violação de um mandamento divino. Com a Lei,(ou
Toráh), o pecado passou a ser avaliado como um ato e não um estado do ser ou um problema de
natureza moral. O Judaísmo usa o termo "pecado" para incluir violações contra a Lei Judaica, que
dependendo da violação, havia uma leve punição com sacrifícios ou até uma punição com pena de
morte. Desse modo, havia pecados que eram para a morte e pecados que não eram para morte.
O perdão dos pecados no período bíblico era realizado no templo pelo sacerdote.
Diariamente se oferecia sacrifício pela manhã e à tarde. Havia sacrifício voluntários (geralmente de
louvor e gratidão), e sacrifícios obrigatórios, em que necessitava do sangue. Uma vez por ano, no
dia 10 do sétimo mês no calendário israelita, no grande Dia do Juízo ou no Dia da Expiação (''Yom
Kippur"), o sacerdote entrava no Santo dos Santos para a expiação e oferecia um novilho em
sacrifício pelo pecado. Em seguida, ofereciam dois bodes, um deles era enviado para o deserto
como emissário, para levar o pecado do povo (expiação). O outro bode, era sacrificado e seu
sangue aspergido no propiciatório, para cobrir o pecado da nação (propiciação). (cf. Lv 16). Como
podemos observar na lógica sacrificial israelita, o pecado trazia pelo menos 3 consequências para
o povo:
1) A Ira de Deus;
2) A maldição de estar sob o domínio do maligno;
3) transtornos nos relacionamentos com o próximo (já que havia sacrifícios pela culpa em
que era necessária reparação).
Para o cristianismo, o pecado é um estado do humano antes da conversão, em Rm 5.12-19,
fala que todo ser humano tem, devido à queda, sua natureza pecaminosa, ou seja, a humanidade
está inclinada a cometer pecados. Porém, ao aceitar Cristo não mais estamos sobre o domínio do
pecado, pois estamos em transformação para uma nova criatura. Isto, não significa que o cristão
está isento de pecar, mas se pecar, além de demonstrar arrependimento e não ter mais prazer no
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pecado, tem agora, um advogado perante o Pai, Jesus Cristo. Por isso falamos de pecados que
não são para morte. No entanto, há pecados que o cristão ao cometer não tem perdão, esses
pecados são os que se dirigem diretamente ao menosprezo da obra transformadora de Deus na
vida do crente, como por exemplo o pecado contra o Espirito Santo.

SOTERIOLOGIA
A soteriologia é a parte da sistemática que estuda o tema da salvação.
soteros = salvação + logós = estudo), como sugere o próprio nome, é a ciência que estuda a
salvação ou o estudo sistematizado do tema salvação.
A salvação é a manifestação da graça de Deus, por meio de Jesus Cristo, na vida de uma
pessoa, resgatando-a da perdição eterna causada pelo pecado original. Ela ocorre quando a
pessoa se arrepende voluntariamente, e pela fé aceita Jesus como seu único, suficiente Salvador.
O mistério da salvação foi mediado por Cristo com sua Morte e Ressurreição: 'Cristo morreu
pelos nossos pecados' (1 Co 15:3). Paulo enfatiza a morte e ressurreição de Jesus como parte da
mensagem do evangelho. "Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei ... que Cristo
morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro
dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15:1-4). O Evangelho é as "boas novas" da salvação, o perdão
de pecados através da morte e, gerando nova vida por meio da ressurreição de Jesus Cristo.
Em Cristo temos redenção:
1. Da penalidade da lei - "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição
em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro" (GI 3:13).
2. Da lei propriamente dita - "Assim, meus irmãos, também vós morrestes, relativamente à lei,
por meio do corpo de Cristo" (Rm 7:4). Estamos agora sob a graça. "Porque o pecado não terá
domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei e, sim, da graça" (Rm 6:14.)
3. Da lei do pecado, do pecado como poder em nossa vida - "Sabendo isto, que foi crucificado
com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o
pecado como escravos" (Rm 6:6). "Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele
morremos?" (Rm 6:2).
De um modo mais amplo, a salvação do pecador é um ato da Trindade - O Pai, num ato de
amor, enviou seu Filho, Jesus Cristo, e o Filho encarnou, viveu entre nós ensinando a verdade e
proclamou o Reino de Deus. Em Sua ascensão ao Céu, Cristo nos enviou o Paracleto, o
Consolador, para operar a transformação do crente em nova criatura e com isso viver plenamente.
Assim como no Grande dia da expiação, Pela vontade do pai, o sangue de Jesus na cruz, atua
como um sacrifício de Propiciação, nos livrando da Ira de Deus; A tentação de Cristo no Deserto,
é como o bode da Expiação dos pecados, nos livrando e dando vitória sobre o domínio do maligno.
Com o envio do Espirito Santo, acontece a reparação dos pecados com o próximo.
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TRINDADE
O Termo Trindade foi empregado por Teófilo de Antioquia no séc II d.C. mas, o estabelecimento do
termo é atribuído ao apologista cristão Tertuliano de Cartago (155d.C – 220 d.C). A doutrina da
trindade, fortalece a ideia de que Deus manifestou-se no Novo Testamento na natureza de três
pessoas a saber: Na pessoa do Pai, do Filho e do Espirito Santo.
Em relação a trindade devemos distinguir 3 coisas:
a) Quanto à sua natureza, Deus é um;
b) Quanto à sua personalidade, há três manifestações (Pai, Filho e Espirito);
c) Não podemos dividir a essência de Deus, nem confundir as pessoas
Paulo afirma no Novo Testamento: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e
os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Paulo afirma que “Deus é um só” (Rm 3.30) e que
“há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos” (1Co 8.6).
As expressões trinitárias em versículos como Mateus 28.19 (“batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo”) mostra que a importância da trindade como também, que o Espírito
Santo está colocado no mesmo nível do Pai e do Filho.
Distinção das pessoas
A distinção entre as pessoas na trindade aponta que cada uma delas possui características
próprias (Jo 14.16-17) e, que exerce distintas atividades: O Pai que enviou o Filho (Jo 8.18), o Filho
foi quem morreu na cruz (Fp 2.8), e o Espírito Santo quem habita e nos dá comunhão (Rm 8.11).
As três pessoas são iguais na natureza divina (Tg 1.17, Hb 13.8, Hb 9.14), em poder e glória (Jo
6.27, Hb 1.8, At 5.3-4), e dignas em honras (2Co 1.3, Jo 5.23, Mt 12.31).
Não há trindade no Antigo Testamento, pois temos na Bíblia uma revelação progressiva de
Deus (Ef 3.3-5).
Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me
foi dada;
Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos
escrevi;
Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de
Cristo,
O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora
tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas;
Efésios 3:2-5

Inicialmente os primeiros israelitas eram henoteistas (crença num Deus acima de outros
deuses) e após o Exilio babilônico, com a reforma religiosa de Esdras e Neemias e o surgimento
do judaísmo e sinagogas, ocorreu o estabelecimento do monoteísmo (crença num único Deus). Já
a revelação da Trindade é um privilégio dos cristãos na Nova Aliança.
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HOMILÉTICA
Homilética (grego: homμιλητικός homilētikós , dos homilos , "multidão reunida, multidão" ),
na religião , é a aplicação dos princípios gerais da retórica à arte específica
da pregação pública . Alguém que pratica ou estuda homilética pode ser chamado de homilista, ou
mais coloquialmente um pregador ou pregadora.
Homilética significa a arte de pregar. Homilética compreende o estudo da composição e
entrega de um sermão ou outro discurso religioso.

FASES DA PREGAÇÃO
1- A ideia ou mensagem – surge a partir de uma oração, meditação, conversa, escuta de outro
sermão, um problema discutido na mídia, pesquisa, etc. inclui a cultura e experiência pessoal
do orador ou pregador.
2- O sermão – trata da escrita do discurso – consiste em pegar a ideia central ou a mensagem
central e decompô-la em partes para comunicar melhor a ideia. Estuda-se também a retórica
e lógica.
3- A pregação – é a parte performática. Envolve a voz, os gestos, aproveitamento de palco,
vestuário, recursos para exposição (microfone, mídias, etc.) interação com o ouvinte.
Estuda-se também a eloquência.

TIPOS DE SERMÕES:
1. Sermão temático – (quando se fundamenta num tema escolhido, ex. A volta de Cristo)
2. Sermão tópico ou textual – (baseia-se nos tópicos encontrado no próprio texto – ex. 1 Cor
13:13)
3. Sermão expositivo – (exegese de cada versículo ou parte de uma passagem)
4. Sermão narrativo – (conta a história e destaca pontos importante para aprender)
5. Sermão testemunhal – (conta o testemunho e destaca os pontos para mensagem)
6. Sermão misto – (combina os tipos acimas. Ex. sermão temático com testemunho, etc.)

Outros tipos de sermão conforme o evento ou ocasião:


- Sermão Evangelístico – com finalidade de expor o evangelho e fazer convite à conversão.
- Sermão Doutrinário – tem a finalidade instruir os crentes sobre as grandes verdades cristãs (
ex. a fé, a trindade, a salvação e o livre arbítrio, o amor a Deus e ao próximo, a necessidade de
orar).
- Sermão ético ou moral – (visa corrigir alguma conduta do crente na igreja, no lar e na
sociedade)
- Sermão fúnebre – visa consolar as pessoas num funeral.
- Sermão comemorativo ou de ação de graça – visa prestar uma homenagem à alguém ou
expor a gratidão e alegria por uma benção alcançada.
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COMO COMPOR UM SERMÃO


Para compor um sermão, precisamos:
I. Ter a mensagem, (com texto base e de referências) – aquilo que iremos dizer (a ideia
central ou tema)
II. Dividir essa ideia central em suas diversas partes, para fazer com que o ouvinte possa
compreende-la
III. Colocar uma introdução e uma conclusão.

A ideia central é como um tronco da arvore que deriva seus frutos em galhos.
Há diversos métodos de dividir uma ideia central:
1- Método cronológico - antes, durante e depois ou passado, futuro, presente. a) O
pecador antes de jesus; b) o pecador depois de Jesus.
2- Método lógico - Causa e consequência. a) A causa do pecado de Adão e Eva; b) A
consequência do pecado adâmico.
3- Método topográfico – em tal lugar é assim, em outro lugar é assim. a) O crente na igreja;
b) o crente fora da igreja. Ou a) A obreira na igreja; b) A obreira no lar.)
4- Método das definições; Conceptualização – isto segundo fulano, ciência ou
etimologicamente significa tal coisa. Ex. O amor no grego: a) Filos; b) Eros; c) Ágape.
5- Método da solução de problemas - o problema este.... E a solução é.... ex. a) o
problema das tentações; b) como vencer as tentações.)
6- Método das 7 perguntas: o quê? Quem? Quando? Onde? Para que? Como? Por quê? –
Bom para sermão narrativo. Ex.
7- Método dos ângulos (ou pontos de vista) De acordo com a geografia, teologia, biológico,
etc. ex. a) A felicidade para a mídia; b) A felicidade para Deus.

ESTILOS DE PREGAÇÃO
Com foco na razão – (pregação dedutiva) - valoriza o conteúdo, análise e exposição de
conceitos. Pesquisa nos idiomas e áreas de origem.
Com foco no sentimento – (pregação indutiva) - valoriza o conteúdo, por via da narração e
palavras com peso sentimental – (choro, alegria, sorriso, tristeza, etc.) – Valoriza a descrição
emocional da narrativa - dos personagens, suas crises, etc.
Foco na Sensação – (pregação abdutiva) - valoriza a descrição dos 5 sentidos (visual, auditiva,
olfativa, gustativa e tátil ou cenestésica). Tem muita repetição de sons e efeito especial – pede
para o público dar as mãos, repetir uma palavra, fazer gestos, etc.
Estilo misto – mistura os estilos acima.
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PRESENÇA DE ESPIRITO
A presença de espirito é a maneira da pregadora dirigir-se para o seu público via sua
atitude e emoções no discurso.
Como comover a plateia?
Podemos dentro de uma pregação expressar diversas emoções ou atitudes de acordo com o teor
da mensagem e tipo de evento.
Na introdução - pode ser alegre em festas ou triste num velório. Ter um ar de mistério, ou de
gravidade.
No desenvolvimento –
a) no início (passar dar ênfase em curiosidade, mistério, valor de interesse ou atenção;
b) no meio – passar curiosidade, valor de interesse, de gravidade, de encantamento, de espanto,
admiração;
c) conclusão – revolta, alegria, indagação, etc.
Na conclusão – motivação, desmotivação, questionamento, provocação, esperança, etc.

“A primeira impressão é a que fica”


Cuidados importante com relação ao público:
Fique em posição natural e elegante, tanto sentado como em pé. Evite demonstrar indisposição.
Ao falar procure dirigir os olhos para várias regiões da plateia; evite gestos exagerados e
impróprios, como também manter as mãos nos bolsos ou na cintura o tempo todo;
Evite demostrar nervosismo (respire fundo e se estiver nervoso inicie a pregação com uma história,
testemunho ou assunto que domine bem); procure evitar desculpas, queixas ou demostrar
excessiva humildade pois isso, passa a ideia de despreparo da pregadora.
Em relação ao convite para pregação:
Considere as normas doutrinárias, litúrgicas e teológicas da igreja; evite abordar questões
teológicas muito complexas; não peça que a congregação faça algo que fere os preceitos ou
costumes da igreja; procure estar dentro dos padrões da denominação; respeite o horário (mesmo
que seja pouco tempo); converse sempre com o Pastor antes do início do culto; caso não concorde
com alguns aspectos, não aceite o convite.
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A ESTRUTURA DO SERMÃO
Vamos estudar abaixo um esquema para escrita do sermão (um tópico e outro temático).
Título do Sermão: (Geralmente damos o título por último, após ter escrito todo o sermão. O título
serve para chamar atenção do público).
Data: (interessante para ver a evolução do sermão com o tempo).
Abertura: (Na abertura do sermão, antes de entrarmos no texto, fazemos um cumprimento,
agradecimento pela oportunidade, um elogio à plateia, e quando convém, fazemos rápidos
comentários que não faz parte do sermão (ex. conheço fulano há muito tempo, fico feliz por
retornar a este lugar..., etc.)
TEXTO BASE: (Trata-se do texto bíblico principal que fundamenta a mensagem principal do
sermão)
Texto de referência: (Consiste em outros textos bíblico ou extra bíblico que darão apoio na
explanação da mensagem principal e seus tópicos)
I. INTRODUÇÃO: (Na introdução preparamos os ouvidos do público para focar atenção
na mensagem. Falamos sobre a atualidade, importância ou emergência do tema para o
público. - podemos trazer para chamar atenção: notícias da TV ou jornal, comentário
de uma autoridade, um testemunho, uma história ou conto ligado ao tema)
Obs. Evite piadas. Caso queira usar humorismo, prefira um fato ou conto engraçado.

II. DESENVOLVIMENTO: (primeiro é importante ter bem claro a mensagem principal


que se quer comunicar ao público para em seguida desenvolve-la)
No desenvolvimento apresentamos a mensagem principal dividida em partes ou tópicos para
facilitar a compreensão do público. A organização segue:
a) do conhecido para a informação nova ou do simples para o complexo;
b) do menos emocionante para o mais emocionante;
c) do menos importante para o mais importante.

a) CONCLUSÃO: (A conclusão não deve ser menos importante que o desenvolvimento.


Podemos fazer a conclusão: com um resumo do que foi visto (recapitulação); com uma
frase de efeito que comova ou resume a mensagem do tema; levantando uma questão
para reflexão; ou motivando as pessoas à agirem ou tomarem uma atitude.).
Fechamento: (No fechamento agradecemos ao público ou ao dirigente pela oportunidade;
quando for o caso, fazer uma oração, fazer o apelo ou convite ao retorno)
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Exemplos de esboços estrutural de Sermão:

TIPO SERMÃO TÓPICO OU TEXTUAL


Título: UM MINISTÉRIO EXEMPLAR
Texto base: 1 Tessalonicenses 2: 1 – 12
Introdução: (sugestão fale sobre o exemplo de Cristo, ou sobre o do cenário atual sobre a falta
de exemplos nos ministérios)
Mensagem Principal: O servo de Deus tem um padrão exemplar para o seu ministério
Desenvolvimento: Divisão dos tópicos
Quais as características de um ministério exemplar?
1) Audácia Santa vv. 1-2
2) Fidelidade a Deus vv. 3-6
3) Consideração graciosa vv.7-9
4) Integridade de conduta vv.10-12
Conclusão: (sugestão: ressalte a importância de servir a Deus com o melhor, servir como
adoração e gratidão)
Fechamento: Oração pelo ministério, etc.
Lucas 19: 1-10: TEMA: Uma visita especial. a) foi uma visita inesperada; b) foi uma visita transformadora; c) foi uma
visita salvadora.

TIPO SERMÃO TEMATICO


Título: A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR
Texto base: 1 Tessalonicenses 2: 1 – 12
Introdução: (sugestão fale sobre como as pessoas utilizam a saudação “ a paz do Senhor” e que
muitas vezes não tem consciência da profundidade de estar vivendo a benção da paz de Jesus
ou como o mundo sem Jesus vive em desespero, sem paz)
Mensagem Principal: A benção da Paz de Jesus
Desenvolvimento: passagens com o tema:
1) A paz de Jesus, ilumina nosso caminho. Lucas 1:79.
2) A paz de Jesus liberta a nossa mente de pensamento perturbador. João 14:27
3) A paz de Jesus salva João. 3:16.
Conclusão: Podemos enfatizar o quanto é importante desejarmos a paz do Senhor como
também recebe-la em nossos corações.
Fechamento: sugestão: fazer uma oração pela paz de espirito e pelas nações em guerra
Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica da “Paz” proposta pelo tema, mas,
para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do sermão é a “Paz de Jesus” que é
abordada em diversos textos bíblicos
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Exercício 1 - Faça um esboço de Sermão Tópico ou textual da seguinte passagem:


I Cor. 13:13 cujo tema tirado do texto, fica a critério da pregadora. Ex. TEMA: As coisas mais importantes
para vida cristã, etc.
Sermão _______
Título do Sermão:--------------------------------------------------------------------------------------------------------
______________________________________________________________________________
Data:________________________________ Preletora:_________________________________

TEXTO BASE:__________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Textos de referências: ____________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Abertura:______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
I. INTRODUÇÃO:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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II. DESENVOLVIMENTO:
Mensagem Principal: _________________________________________________________________
Divisão em tópicos:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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III. CONCLUSÃO:
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____________________________________________________________________________________
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Fechamento: _________________________________________________________________________
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Exercício 2 - Faça um esboço de Sermão Temático das seguintes passagens:

(Efésios 6:18) - (1 João 1:9) - (Mateus 7:7,8) - (Mateus 5:44) - (Atos 16:25) – observe que todas as
passagens remete ao tema da oração.
Sermão _______
Título do Sermão:--------------------------------------------------------------------------------------------------------
______________________________________________________________________________
Data:________________________________ Preletora:_________________________________

TEXTO BASE:__________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Textos de referências: ____________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Abertura:______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
I. INTRODUÇÃO:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
II. DESENVOLVIMENTO:
Mensagem Principal: _________________________________________________________________
Divisão em tópicos:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
III. CONCLUSÃO:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Fechamento: _________________________________________________________________________
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Exercício 3 - Faça um esboço de Sermão textual ou temático de uma passagem ou tema da sua escolha.
Sermão _______
Título do Sermão:--------------------------------------------------------------------------------------------------------
______________________________________________________________________________
Data:________________________________ Preletora:_________________________________

TEXTO BASE:__________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Textos de referências: ____________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Abertura:______________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
I. INTRODUÇÃO:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
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II. DESENVOLVIMENTO:
Mensagem Principal: _________________________________________________________________
Divisão em tópicos:
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III. CONCLUSÃO:
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Fechamento: _________________________________________________________________________
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Bibliografia:
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Campinas: Luz para o Caminho Publicações, 1990.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática - Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, A Criação. Vol
1 - Rio de Janeiro: ed. CPAD, 2010.
GRENZ, Stanley; OLSON Roger. Quem Precisa de Teologia? São Paulo: Editora Vida, 2002.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. Trad. Walter Martins. São Paulo: Hagnos, 2001.
MARINHO, Robson Moura, A Arte de Pregar, São Paulo: Edições Vida Nova, 1999
MORAES, Jilton, Homilética: da pesquisa ao púlpito. São Paulo: Editora Vida, 2005.
REIFLER, Hans Ultich, Pregação ao Alcance de Todos, São Paulo: Edições Vida Nova, 1993
RYRIE, Charles Cadwell. Teologia Básica – Ao alcance de todos – São Paulo: Mundo Cristão,
2004.

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