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Abíkú Adòrí

Compreendendo o Contexto de Abikú


Quando vivenciamos mortandade de Jovens, Adolescentes
e Adultos de forma precoce, ali há ação dos Àbíkús,
espíritos pertencentes à Egbé-Àbíkú, a qual denominamos
também Egbé Orun.
Tanto morrer ainda criança ou adulto e até antes dos pais
poderá classificar abikunidade, o ‘ser’ abikú é abrangente
além do que possamos imaginar...
Existem dois tipos de Abikús:
Àbíkú-omódé: Os que se desprendem da terra ainda muito
criança, aproximadamente até os 9 anos de idade..
Àbíkú-àgbà, Os que morrem da adolescência para a fase
adulta.
Alguns seres convencionam junto ao Egbé Orun voltar
ainda muito cedo, e isso de forma pactuante.
Ao vivenciarmos uma Mãe tentar engravidar várias vezes
e perder a gestação seguidas vezes, caraquetariza-se alí a
mesma criança tentando vir ao mundo sucessivas vezes
sem sucesso.
O espírito que nasce de várias tentativas, pela mesma mãe,
poderá devido a enfeitiçamentos ou acaso absorver pra si e
sua barriga espíritos abikús, uma mulher deverá ter muito
cuidado por onde passa, anda e aloja-se, pois alí deverá
haver ou não espíritos abikús, um exemplo vemos na
sociedade Cigana, uma mulher que não consegue
engravidar ela é mal vista, e as futuras mães quando
engravidam não tocam na que tem dificuldade para a
gestação.
Quando uma mulher perde filhos assim, suspeita-se que se
trate da ação de àbíkú-omodé; e os episódios de perda de
filhos serão interrompidos somente se tomadas as
necessárias providências para romper o vínculo desses
seres espirituais com a comunidade à qual pertencem no
orun.
Quanto aos àbíkú-àgbà, o pacto por eles estabelecido com
a sociedade determina que o retorno ao orun ocorra em
algum momento muito significativo e importante da vida,
que pode ser crítico ou de sucesso, como em uma data
próxima à formatura, ao casamento, ao nascimento de um
filho desejado ou a uma conquista social notável.
Egbé Aráagbó é a comunidade espiritual à qual pertencem
os abikus: é constituída pela Egbé Aiyé (Sociedade de
amigos do mundo visível, Amigos do mundo visível) e
pela Egbé Òrun (Sociedade de amigos do mundo invisível
ou Amigos Espirituais) Estando esses dois mundos
entrelaçados e intimamente relacionados um ao outro,
ambos exercem mútua influência entre si: pode-se
presumir que, para que uma pessoa possa viver feliz no
aiye, é preciso que esteja em harmonia com seus amigos
espirituais no orun.
A solução básica do problema de quem é abiku implica em
libertá-lo da sociedade à qual pertence. De fato, implica
em tornar cada abiku indesejável ao seu grupo de pertença
original no mundo espiritual, de modo que não queiram
mais conservá-lo naquela sociedade. Sendo os abikus
poderosos, é preciso muito conhecimento por parte dos
sacerdotes que se propõem a lidar com eles. Alguns
recursos para evitar a morte de um filho abiku e para
retirar seu espírito da sociedade à qual pertence podem ser
utilizados. Através de rituais é estabelecido um jogo de
forças entre Egbé Aragbô e Egbé Abiku: forças de
retenção do ser no aiye e forças de resgate deste mesmo
ser no orun. Cultos e oferendas são realizados tanto para
uns quanto para outros: para esta desistir de retomar seus
membros e para aquela protegê-los de serem reconduzidos
à companhia de seus pares no orun. Egbé Aragbô atua
com Exu pela necessidade de manter o equilíbrio entre o
aiye e o orun; age com o auxilio também de Oxum, pela
influência dela sobre a fertilidade.
Egbé significa Sociedade: designa a Sociedade dos
Espíritos Amigos e se refere, simultaneamente, a um orixá
e a uma irmandade ou corporação de seres espirituais:
trata-se de Èré igbó ou Aráagbó, que significa Habitante
da floresta ou Habitante do além. Este orixá protege contra
a morte prematura, acalma o sofrimento material e
espiritual e orienta o ori do abiku e de seus devotos a
seguir o caminho certo. Atrai progresso econômico e
desenvolvimento espiritual, harmonizando esses dois
aspectos da existência. Proporciona também os
sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade e confiança,
trazendo a fertilidade em todos os aspectos da vida. Atrai
condições para conquistas, domina recursos para
promover cura e bem-estar, interfere no destino humano e
remove obstáculos da vida: transforma lágrimas em
sorrisos. Egbé Aráagbó é venerado para que se possa
receber sua proteção contra seres visíveis e invisíveis. As
pessoas costumam referir-se a ele dizendo Egbé mi, minha
Sociedade, meus Companheiros. Há uma relação
importante entre Ibeji e Egbé, pois Ibeji liga-se à natureza,
de modo geral, e à floresta, morada de Egbé, de modo
particular. Para cultuar um é preciso cultuar o outro.

Egbé é uma sociedade de espíritos que pertencemos.


Para que essa sociedade de espíritos sejam nossos
amigos, nossos aliados é preciso rezar pedindo para que
Egbé nos dê misericórdia, e o merecimento da
misericórdia para que afaste Eméré e a negatividade dos
nossos caminhos, pedindo que Egbé afaste todos os
perigos e crianças ruins de nossos caminhos, pedindo
que Egbé não permita que Eméré nos acompanhe e que
afaste morte prematura de crianças e adultos pedindo
para afastar inimigo moço(a) velho(a) do nosso caminho
pedindo que nos dê a misericórdia e o merecimento da
misericórdia repetindo ele sempre para Egbé, para que
sejam nossos amigos e nossos aliados trazendo proteção,
prosperidade, saúde, vida longa e muito axé. Como você
percebe a energia de Egbé na sua vida? A partir de
muitas depressões, dores no peito, tristeza, sonhos com
muita pessoas (muitas crianças sempre) e acordar entre
as 3 e as 5 da manhã todos os dias, dores de cabeça
forte, ás vezes nos adolescentes a energia de Egbé
negativo leva os jovens a uso de drogas, a rebeldia e a
roubos ( quando Egbé negativo) e sentir muito
desânimo. Esses sintomas servem para Egbé mostrar
alguma coisa que está do nosso lado esperando nosso
reconhecimento, na verdade Egbé não faz mal ela é a
nossa família do outro lado, ou seja, quando somos
espíritos do outro lado temos uma família do outro lado
e quando nascemos fazemos outra família aqui, com isso
há uma cobrança, por isso que de vez em quando
sonhamos com pessoas que não conhecemos crianças,
rapazes, adolescentes e velhos que nada mais é a nossa
família do outro lado pedindo reconhecimento da
existência deles na nossa vida, pra que nos ajude; a
partir do momento que aceitamos essa família e fazemos
oferendas para eles começamos a equilibrar essa vida
começamos a ter calma, a dormir bem, as doenças vão
embora e a prosperidade começa a vir. Temos várias
maneiras de tratar Egbé com trabalhos espirituais e
oferendas e pra saber mais de Egbé entre em contato.
Observação: Cada pessoa faz parte de um grupo, e cada
grupo tem uma situação.

O percurso dos Àbíkú em sua vinda de sair do Òrún (céu),


passar pelo guardião entre os dois mundos Oníbódé órun
(Èsù), seus companheiros seguem viagem
Quando prometem aos seus companheiros que não querem
se separar, mesmo com todos os esforços dos pais, o
Àbíkú retornara para o encontro de seus companheiros.
É inserto precisar o período de permanência de um Àbíkú,
mas se é correto afirmar que se juntos até o local de
nascimento, que neste caso é a casa de seus futuros pais de
onde se despedem, especificando o tempo de permanência
e qual seu destino a cumprir. Sempre em grupos e
inseparáveis.

não for realizado o ritual adequado ele retornará ao Òrún


antes mesmo de atingir sua idade adulta. A um relato de
uma mulher Yorùbá de que seu filho cujo nome seria Ilere
( a casa é boa), ao se realizar o ritual para a permanência
da criança, Ifá revelar que ele avisa os pais que recusará
todo alimento e todas as coisas que seus pais lhe vierem a
oferecer  neste mundo, e tudo que eles forem oferecer para
ele, só aceitará no céu.

Os abikús ofereceram um pacto de permanência, alguns se


declararam voltar ao céu logo após de ver sua mãe, outros
que voltariam assim que se decidisse se casar, outro assim
que sua mãe engravidasse novamente, outro lodo depois
que começasse a andar.

Para melhor compreensão destes rituais uma outra história


encontrada em um odù – ifá é de uma caçador que ao
chegar em uma aldeia teria uma mulher dando a luz a três
crianças gêmeas, o pai das crianças então como se é de
costume pediu ao caçador que abençoa-se seus filhos, ao
chegar o caçador consulta ifa através do jogo sagrado do
obí e aconselha aos pais a procurarem ajuda de um
bàbálawo e que  para primeira criança a nascer que
nãodeixasse se queimar totalmente a lenha sob o pote que
cozinhar os legumes para alimentar o bebe, não deixando
que o fogareiro se apague por falta de combustível, para a
segunda criança não deixe que rasgue o pano que carregar
seu filho nas costas e para o terceiro, para nunca não dizer
ao seu filho o dia de ir morar com sua futura esposa.

Os pais então vão a Egbé Ifá consultar para que lhe sejam
revelados o futuro de seus filhos, onde lhes foram
prescritos o ritual para seus filhos ÀBÍKÚ ultilizando:

1 tronco de bananeira; 1 Cabra e 1 Galo

Para que assim evitasse a morte de seus filhos, rompendo


com o pacto realizado por eles. Porque, colocando o
tronco de bananeira no fogareiro, ele nunca irá queimar
por completo, fazendo com que o ÀBÍKÚ diga aos seus
companheiros que o tempos de sua partida ainda não
chegou. A pele da cabra oferecida para segunda criança
reforça o pano que sua mãe utilizará para carregar seu
filho, sendo assim a criança nunca verá esse pano se rasgar
e assim não cumprirá sua promessa, a terceira o galo canta
de hora em hora trazendo assim a incerteza de qual hora
seria o momento de ir encontrar sua futura esposa,
trazendo-a então a ela para morar na casa dos pais do
terceiro ÀBÍKÚ.
Entre as oferendas que os fazem ficar na terra, existem
também a indispensável uso das ervas litúrgicas, entre elas
podemos citar:
Amendoim do mato ou Xekèrè (Abíríkolo), Folha de
Veludo ou Erva de Soldado (Agídímagbayin)
Amendoeira (Idí)
(Ijáàgborin),
Mamona Vermelha (Lara pupa)
Pinhão de Butija ou Pinhão da Bahia(olobutoje)
Dobradinha do Campo (opa eméré)
A junção de algumas destas folhas são torradas e são
inseridas nas escarificações litúrgicas feitas no corpo da
criança.
Para a utilização destas ervas acima ou favas temos as
entoações sagradas do Ofós que despertariam o verdadeiro
sentido de emprego das mesmas na ritualistica de combate
a espíritos abíkús:
“Ewé abíríkolo, insinkú òrun e pèhinda”

Tradução ‘Folhas d'abiríkolo, coveiro do céu, voltai.’

“Ewé agidímagbayin, Olorun máa ti 'kun, a o kú mó”

Tradução ‘Folha de agidímagbayin Olorum fecha a porta


(do céu) para que não morramos mais.’
“Ewé id í I'ori ki onà òrun tèmi o dí”
Tradução ‘Folhas de idí: dizei que o caminho do céu está
fechado para mim.’
“Ewé ijá agbonrín”
Tradução ‘Não ande pelo longo caminho que conduz ao
céu.’

“Ewé lara pupa ni osún awón àbíkú.”


Tradução ‘A folha de lara vermelha é o cânhamo dos
abíkú.”
“Olobotuje má jé ki mi bí àbíkú omo olobotujé”
Tradução ‘ Não me permita parir filhos àbíkús’
“Opá eméré ki pé tífi kú, yio máa eu ni, nwon ni, nwon bá
ríòpá eméré”
Tradução ‘Vara de eméré não os deixe morrer, isto Ihes
agrada, ver a vara de eméré.’
Ajèún Abikú

OKÁ – PASTA DE INHAME

COZINHA-SE O INHAME EM AGUA, AMASSA-SE AINDA QUENTE E


SERVE-SE MISTURADO COM DENDÊ EM VASILHAS DE BARRO.

OBÈLÁ – QUIABOS CORTADOS EM CRUZ, COZIDO COM DENDE,


CAMARÃO SECO, PEITO DE FRANGUINHOS OFERECIDOS A IBEJI
DESFIADOS, AMENDOIM

APAIBI

(MATA A NEGATIVIDADE)

FLOCOS DE MILHO COM PEDAÇOS DE PEIXE BAGRE DEFUMADO

07 OVOS DE PATA COZIDO


SAL

AZEITE DE DENDÊ

01 CASCO DE TARTARUGA

PREPARO: DENTRO DO CASCO DE TARTARUGA BOTA-SE A FAROFA,


ARRUMA-SE OS OVOS EM CIMA E UNTA ELES COM DENDE.

COMIDA OFERECIDA NA BEIRA DE UM RIO OU BEIRA DE UM POÇO


COM INTUITO DE AFASTAR MAUS ESPÍRITOS E AFUGENTAR A
NEGATIVIDADE, QUANDO UM SER É ATORMENTADO POR ESPÍRITOS
ABÍKÚS OFERECEMOS APAIBÍ PARA AFASTA-LOS.

APABURU OU APAKU

(O QUE MATA O MAL)

BAGRE DEFUMADO

OVOS DE PATA

BANANA D’ÁGUA

PREPARO: RALE O BAGRE FAZENDO UMA FARINHA, MISTURE COM


OS OVOS DE PATA ESMIGALHADOS E AS RODELAS DE BANANA
FAZENDO UMA FAROFA. DIVIDA EM DOIS VASILHAMES
COLOCANDO EM UMA GAMELA E EM UMA CABAÇA.

OBS: ESTA COMIDA TEM A FINALIDADE DE AFASTAR A MORTE DE


UMA CRIANÇA E ATRAIR A PROSPERIDADE, SOMENTE OFERTADA A
IBEJI DIANTE DO ASSENTAMENTO DE ESU E OBAOLUWAIYE E
TAMBÉM A ONILÉ ENTERRANDO-A.

WOLE – FEIJÃO MOÍDO E COZIDO EM FOLHA


MASSA DE ACARAJÉ

09 OVOS COZIDOS E ESMIGALHADOS

SAL

PREPARO: ENROLE A MASSA NA FOLHA DE BANANEIRA E BOTE


PARA COZINHAR ATE QUE ENDUREÇA. TIRE DA FOLHA E
ESMIGALHE MISTURANDO COM OS OVOS E O SAL. OFEREÇA AOS
AIYE DA SEGUINTE MANEIRA: VÁ ATE O FUNDO DO QUINTAL E VÁ
ESPALHANDO ESTA COMIDA NO CHÃO ATE CHEGAR AO PORTÃO
PEDINDO AOS AIYES TUDO QUE NECESSITE REFERENTE
PROSPERIDADE E PROTEÇÃO CONTRA O MAL.

ÈRAN DINDI OU EJÁ DINDI – CARNE DA MAÇÃ DO BOI FRITA, OU


PEIXE BAGRE FRITO OFERECIDO POR CIMA DAS FOLHAS DE
CARURU DE IBEJI (EWE OYÓ)

Protegendo as crianças geradas abikús

Após lavar o corpo da criança com banho de Ewé Lará


Pupá e 9 Pedaços de fava de aridã (menino) e 7 pedaços se
for menina, prosseguiremos então com as incisões nos
cotovelos, punhos, joelhos e tornozelos da criança daí
prosseguimos esfregando e friccionando o Iyé (As ervas e
favas torradas), utiliza-se preparar Òndè (patuás) em
saquinhos de couro de cabra ou tecido de algodão
vermelho feito com as mesmas folhas, que poderá ser
pendurado na chupeta, ou fio de contas da criança.

Utilizamos fios de contas ou umbigueiras confeccionadas


com xaorôs e palha da costa lavadas de 3 em três meses
com estas ervas acima citadas.
Estes xaorôs pendurados e trançados com palha da costa
poderá ser utilizado nos tornozelos, pulsos e barriga das
crianças abikús e mães grávidas de abíkú ou histórico de
perdas.

Uma vez fazendo uso destes Òndès, essas pessoas deverão


evitar sempre banhar-se em pântanos, lagoas e regatos.

NOMES SAGRADOS DESTINADOS A ALTERAR


A HORA DA PARTIDA DE UM ESPIRITO ÀBÍKÚ

Aiyédun - A vida é doce

Aiyédun, a vida é doce, venha conhecer nossa


sociedade

Aiyélagbe - Nós ficamos no mundo

A iyélagbe, não parta, não se vá

A já - Cão

Cão, não quebre a corda, perdão, não se va

Ajéigbe - A riqueza não está perdida


Ajéigbe vai chegar, a riqueza não se perderá

Akísatán - Não se usarão mais farrapos

Akísatán eu não verei mais amarrar as roupas,


akísàtán não parta mais

Akújí- O que está morto, desperta

Akúji, faca sortes de prestidigitacão

Apara O que frequenta minha casa

Apara, não fique indo e voltando

Aybrunbò - Vá ao céu e volte

Ayorunbo crianca que cobre o corpo de terra

Bánjókó - senta-se comigo

Bánjókó, senta-se, repousa

Dúróddlú - Espera o Senhor

Dúródólú, teu senhor está a caminho

Dúrójaiyé Fica para gozar a vida

Fica para gozar tua vida, fica ainda, Durojaiyé

Dúrdoríike - Fica, tu serás mimada (nome para uma


menina àbíkú)

Fica, tu serás muito mimada neste mundo, Obróoríké


Dúrósíhmí - Fica, para me enterrar

Fica, para me enterrar, não durmas em vão,


Dúrósihmi

Dúrósomo - Fica, para fazer filhos

Fica para fazer filhos no mundo, não faça filhos no


céu Dúrósomo

Dúrótoye - Fica para receber um título honorífico

Fica, para receber um título, não vá ao céu de tarde

Dúrówòjú - Fica para olhar nos meus olhos

Fica, para olhar nos olhos de teu pai e tua mãe,


Dúrówòjú

Ebelokú - Suplica para que fique Suplica para que


fique, suplicante está a criança

Èbelokú Enílolobò - Alguém que partiu, volta


Alguém que partiu, volta, alguém semelhante chega
Enúnkúnoníipe - O que consola está cansado de oferecer
condolências, isso o cansa

Enúnkúnonjipe lgbékoyií - O mato recusou este aqui,


igbékoyií, o mato cuspiu novamentemesmo este aqui

Ikúforoin - A morte perdoou-me lkúforoin, tua


cabeça não vai mais morrer
Ilètán - A terra acabou (não há mais terra para
enterrá-lo) A terra acabou, não vemos mais possibilidade
de enterrá-lo

Jéaríobé - Deixa-nos pedir-te deixa-nos pedir-te, se


te pedimos que nos escute

Jéaríobé Kíké – Indulgente a crianca é indulgente

Ki ké Kòjékú - Não consinta em morrer Não consinta


em morrer, nós o prendemos na terra

Kòkúmó - Não morra mais Kòkúmó, oh filho do


segredo!, não morra mais, fique sobre a terra

Kòníbírè - Não há mais lugar para ir (fora deste


mundo) Kòníbíre não vê lugar para ir

Kèsílè - Não há terra (onde enterrar) Não há terra,


não vemos mais possibilidade de lhe enterrar

Kosjle Kòsókó - Não há enxada (para cavar o


túmulo) Não morra, não há enxada para cavar a terra

Kòsókó Kúmápayl’i - A morte não leva este daqui


Kumápáyl'í que bebe água na cabeça dos mortos, se ele a
usa, a batalha será hoje mesmo

Kúti - Ele não está totalmente morto A morte


empurra para o mundo, não vá para o céu, morte, empurre
para o mundo

Mákú - Não morra Não morra, mulher do babalaô,


Mákú não morra
Malomó - Não te vás mais não te vás mais, retorna

Málomò Mátanmi - Não me decepciones Eu terei


notícias tuas, não me decepciones, eu terei tuas notícias,
não partas

Obísèsan - Nascido para a vingança

Obísèsan vem fazer a vinganca do bem para o mundo

Okúsèhíndé - O cadáver volta

Orúkotán - O nome acabou Orúkotán, seu último


nascido Orukotán

Omotúndé - A crianca voltou a crianca voltou, ela


não será mais Àbíkú

Orunkún - O céu está cheio O céu está cheio, não te


vás mais, Orunkún não te vás mais, ele ficou

Rótimi - suporta-me Rótimi boa vinda

1. Ebós de iniciação ou obrigação de Abíkús

Dentro de mato fechado abrir um kutú para que o


abíyan ou obrigacionado Abíkú possa tomar o seu
primeiro ebó a beira do kutú e logo após ser
coberto por quem abriu o mesmo.
Passar da cabeça aos pés do abikú:

9 se for menino ou 7 se for menina

Akará ejá, Elubó Ibejí, Ekós, Eiyn pepéiyé, moedas


antigas e pano vermelho

Passar em primeira mão o pano vermelho no corpo


todo do filho e forrar o kutú, em seguida todos os axés
acima e por ultimo as moedas, ao término temperar tudo
que ali está com melado, e despejar por cima omitorò,
dobra-se então por cima de tudo as bordas do pano
vermelho que ficaram para fora, cobre-se tudo com folhas
de jokonijé e jogue terra por cima de tudo.

Durante este ebó não se canta nada, o espirito entende


que que ao apresentar todos estes elemento ele precisa
afastar-se e deixar em paz aquele ser vivo.

Ao chegar no Terreiro banha o filho com banho


cozido de Ewe lará pupá e aridam cortada em 9 ou 7
pedaços a depender o do sexo.

2. Ebós iniciação ou obrigação de Abikús

No mato ou no terreiro, abrir uma esteira nagô e pinta-la


toda com efum, osun e wají riscos compridos, alocar o
filho sobre a esteira, e ali sacudir ele com as folhas:
Amendoim, Jokonijé, Lingua de vaca, saco saco

Em seguida sobre as folhas esmiuçadas passar no filho


farofa de mandioca com waji, outra com osun e outra com
efum

Na sequencia passe no mesmo FESELU


Sacuda o filho com um frango de leite estrangule
sobre o ebó
Tempere tudo com melado e mande enterrar numa
floresta.
Banhe o filho com erva mate temperada com wají.

3. Ebó iniciação e obrigação de abíkús


Em uma floresta sacudir o filho com um galo e solta-
lo vivo, 1 punhado de milho torrado passar no filho e
atirar a esquerda
1 punhado de fradinho torrado atirar a direita
1 punhado de feijão preto atirar para trás
1 punhado de canjica branca cozida atirar a frente do
filho
Ali onde ele está parado passar a folha de jokonijé da
cabeça aos pés e por embaixo dos 2 pés, e segue
sacudindo com 9 ou 7 ekurus, acarajés, okás, abarás
Ali mesmo sobre a folha rasgue a roupa do filho e
deixe sobre o jokonijé.
Banhar o filho ao chegar no terreiro com folhas de
amendoim temperada com efum.

4. Ebó iniciação ou obrigação abíkús


1 couro de cabra que já pariu (estado novo) acomodar o
filho sobre este couro e sacudi lo com ewè abirinkuló, ewè
olubotoje, 9 ou 7 okás pupá, oguedé wurá, gomos de cana,
punhado de canjica, punhado de milho galinha torrado,
moedas antigas.
Ao término, pular pra fora do couro, amarra-se as pontas
do couro e enterre numa floresta fechada e difícil acesso,
ao sair da floresta utiliza-se de um pedaço de pau para
desfazer o rastro de que ficou para atrás e vai soprando pó
de ewè ikú para trás.
5. Ebó iniciação e obrigação de abíkús
Passar no corpo do obrigacionado 4 metros de murim
inteiro, estica lo a frente do filho, por a frente do mesmo
sobre o inicio do pano um tronco de bananeira medindo
30cm, passar no filho, 1 ekuru, 1 bakú, 1 aberém e
acomoda los sobre o tronco, passar 3 vintés e fincar em
cada elemento destes já passados, 3 cutelos pequeninos
passar no corpo do filho e fincar os 3 na lateral esquerda
do tronco, sacudi-lo com um ajapá, e sacrifica-lo sobre o
ebó que está acima do tronco, temperar tudo com mel e
dendê, enrolar tudo nos 4mt de murim vermelho e mandar
enterrar em uma floresta de difícil acesso.
Tomar banho de agua de mel, omitoro, aluwá e afotin.
6. Ebó obrigacionados e iniciação de abíkús
O abíkú dormirá com 9 ou 7 bruxos de pano de cor
vermelha atado ao corpo por um murim também de cor
vermelha, na madrugada por volta das 5h seguirão para o
Igbò, lá chegando nos pés de uma arvore antiga passarão
uma cabaça cuia aberta da cabeça aos pés do abikú e
depositará aos pés da arvore, retirará os bruxos de pano e
depositará dentro da cabaça, passará na pessoa farofa de
rapadura com farinha de mesa e água, um Bakú e deposita
na cabaça, um pinto será puxado sobre tudo após ter
sacudido a pessoa, tempere tudo com aluwá, cubra com
muitas frutas doces, e ao final o murim vermelho que
amarrou os bruxos na noite anterior ao corpo da pessoa
envolverá a cabaça, que permanecerá ali.
Sacode a pessoa com galhos de abirinkuló, e joga sobre a
trouxa vermelha dizendo: “Ewé abíríkolo, insinkú òrun e
pèhinda”
7. Ebó Abíkú para fixarem-se na terra
Confeccionar 4 roupas em tecido grosso vermelho ‘tipo
estôpa’, tipo abadás, medindo aprox. 40cm altura, 30cm
largura, com as pontas desfiadas, 4 chapéus (eketé ou
filá) cravejados de búzios gema (búzio que vale dinheiro,
os mais caros, e 4 lenços azuis (cor do wají) formato
triangulo.
As vestes serão penduradas nos galos de uma árvore, os
lenços e os chapéus serão entregues numa gamela
acompanhados de ekó de leite, canica doce, mugunzá, e
doces infantis da época vivida por cada abikús.
No ato acima teremos passado tudo que foi dito acima no
corpo da criança abíkú e levaremos a ser entregue numa
floresta virgem e sombria onde mora o perigo e os
espíritos abíkús, na seguinte cantiga:
“Ìwá àbíku o! Ìwá àbíku o! Àbíkú ò ìwá! Àbíkú olóyè!”
Ao término da entrega, bate ipawó sequenciado e cisca os
pés para atrás, e vai saindo vagarosamente e
respeitosamente, sem movimentos bruscos, nestes
momento eles estarão ali reverenciando os presentes
reconhecendo e assustados que se conheçam os nomes
das vestes e utensílios usados por eles para
permanecerem no aiyè...

O filho abìkú ficou em casa e deverá ser banhado com


banho cozido de olubotòje (Pinhão de butija cozido).
No ato do banho o filho encosta as costas na oarede e tira
o pé direito do chão encostando na parede dobrado.
Neste momento alguém ensaboa a criança com uma
bucha empregnada de sabão da costa, banha de ori e aridã
ralada, e entoa-se o seguinte ofosé:
“Olobotuje má jé ki mi bí àbíkú omo”
Consagrando a Adòrí dos Abìkús
Adquirir cabaças africanas que se assemelham ao ori do
ser humano, medias para adultos e pequenas para
crianças...

As cabaças de abìkús ou são brancas ou cruas.


A parte superior da cabaça é utilizada para acomodar
sobre a cabeça do Abìkú, nas laterais na direção da
orelha fazemos um pequeno furo onde será inserida a
palha da costa para amarrar embaixo com laço e a
cabaça não cair do orí.
A parte de baixo será utilizada para agradar a Egbé
embaixo de uma arvore frondosa, e será sempre mantida
com agua fresca, porém antes ela passa por rituais.
(Vide apostila de Egbé).
Os seres abíkús passam por ebós iguais aos de todos os
seres mais os de abìkús, isso fortalece e faz com que
mais fortemente cortemos o pacto desses seres seja
rompido e fixando os mesmos na terra.
Após este processo de ebós, damos sequencia ao Olondó
ou Barué ou Apoló como queiram chamar...
O filho abíkú seguirá para as aguas com a cabaça na
cabeça, peregun na mão e quartinha sobre a cabaça , tal
como os demais filhos, o que muda é que ele usará
cabaça ‘Adòrí’ no ori a qual denominamos Adò
(Cabaça) Orí (Cabeça).

O Barué é igual aos do demais, só difere que, na base da


quartinha amarra-se um fio de palha da costa e na outra
ponta um pintinho preso, na hora de esfregar a bucha no
filho com sabão da costa não será bucha, mas sim o
pintinho do dia lambuzado com sabão da costa e
enrolado com a folha Opáemèrè (Dobradinha do
campo), ao final do ensaboamento enterra-se o pintinho
a beira do rio ou cachoeira junto com a erva e a palha
voltará com o obrigacionado pos amarrará o ekodidé do
mesmo sobre a cabaça.
Durante o barué entoe as cantigas de barué, porém na hora
de ensaboar com o pintinho e a erva de Opaemere diga o
seguite Ofó; “Opá eméré ki pé tífi kú, iyo máa ewè ni,
núwon ni, núwon bárí òpá eméré”
Tradução ‘Vara de eméré não os deixe morrer, isto Ihes
agrada, ver a vara de eméré.’
Ao encerrar o barué retorna para o ilé da mesma forma
como os demais filhos de orixá, o procedimento das
roupas que rasgam é da mesma forma, retorna para ser
costurada e utilizada no erupí, porém, há uma diferença, a
roupa do abikú rasgada nas aguas e costuradas novamente,
será utilizada no dia do sundidè (banho de ejé), e ao sair
pra sala será envolta de ‘adevó’ (lençol branco).
Essa roupa será utilizada esta única vez, pois nos demais
dias de perfuré será utilizado somente o adevó.
Esta roupa suja de ejé deverá ser posta pra secar com ejé,
sem ser lavada.
E será utilizada de novo só no erupí e aí sim, será rasgada
na hora do erupí ser entregue na porta do barracão.
Bem, conforme elucidado acima sobre o primeiro orò de
iniciação do abikú, as diferenças de comportamento
litúrgico no que tange a cabaça e a bucha mais a roupa do
erúpí, ficamos aqui esclarecido o processo iniciático do ser
abikú, nos demais dias segue o fluxo normalmente no
perfuré do iniciado.
As cantigas para o perfuré são as mesmas do não abikú, o
que difere tão somente é a cabaça sempre com o Adosú
sobre a cabaça.
Ao retornarem das aguas estará sendo preparado então o
Borí dos filhos que se assemelha aos das pessoas tida
como não abìkús, porém o abìkú fará uso da cabaça neste
momento também, e adiciona-se a folha de capeba sobre
tudo que será colocado sobre a cabaça no orí do abíkú
após o borí.
Na mesa de Borí do Abíkú além das comidas de Orí
haverá alguns Ianlé’s que visa fixar o espirito na terra, tais
como: Akòsò, Apáìbí Funfun.

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