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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

VANESSA MEDEIROS ANSELMO LEANDRO

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA:
O POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS DIANTE DA VIOLÊNCIA
DE GÊNERO CONTRA A GESTANTE

Florianópolis
2020
VANESSA MEDEIROS ANSELMO LEANDRO

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA:
O POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS DIANTE DA VIOLÊNCIA
DE GÊNERO CONTRA A GESTANTE

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de


graduação em Direito, da Universidade do Sul
de Santa Catarina, como requisito parcial para
aprovação na disciplina Projeto de Pesquisa
em Direito.

Professora da Disciplina: Prof. Danielle M. Espezim dos Santos, Dra.

Florianópolis
2020
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE

VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA:
O POSICIONAMENTO DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS DIANTE DA VIOLÊNCIA
DE GÊNERO CONTRA A GESTANTE

Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Sul de
Santa Catarina, a Coordenação do Curso de Direito e a professora da disciplina de todo e
qualquer reflexo acerca deste Projeto de Pesquisa.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso
de plágio comprovado do Projeto de Pesquisa.

Florianópolis, 15 de outubro de 2020.


SUMÁRIO

1 OBJETO DE ESTUDO .................................................................................................. 9


2 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................... 10
3 OBJETIVOS ................................................................................................................. 11
3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................... 11
3.2 OBJETIVOS................................................................................................................ 11
4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 12
5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 13
6 ESTRUTURA BÁSICA DO TRABALHO DE CURSO ............................................. 14
7 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................ 15
8 CRONOGRAMA ......................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 23
9

1 OBJETO DE ESTUDO

A presente pesquisa possui como objeto de estudo a compreensão da violência


obstétrica no âmbito jurídico, bem como a demonstração de como os tribunais brasileiros têm
se posicionado diante dessa realidade, considerando as decisões acerca do tema e a legislação
a respeito. A pesquisa desenvolvida terá como tema: “Violência obstétrica: o posicionamento
dos Tribunais brasileiros diante da violência de gênero contra a gestante”.
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2 PROBLEMATIZAÇÃO

A presente pesquisa será norteada pela seguinte pergunta-problema: “como os


Tribunais brasileiros têm se posicionado diante da violência obstétrica, considerando as
dificuldades enfrentadas pelas mulheres brasileiras nesse cenário? ”
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3 OBJETIVOS

Os seguintes objetivos nortearão a pesquisa:

3.1 OBJETIVO GERAL

A presente pesquisa possui como objetivo demonstrar qual tem sido o posicionamento
dos Tribunais brasileiros diante dos casos de violência obstétrica registrados no país, a fim de
identificar se existe o reconhecimento do tema pelos tribunais e sua aplicabilidade em casos
concretos.

3.2 OBJETIVOS

Para que o objetivo geral seja alcançado, faz-se necessário analisar os seguintes
objetivos específicos:

a) Contextualizar o papel da mulher na sociedade sob a ótica da cultura patriarcal que


naturalizou a violência obstétrica, especificando suas formas e momentos de
ocorrência;
b) Descrever os direitos fundamentais das mulheres na Constituição Federal de 1988,
bem como discorrer acerca dos tratados internacionais que protegem os direitos das
mulheres, dos quais o Brasil é signatário e a legislação brasileira sobre a violência
obstétrica;
c) Demonstrar como o Poder Judiciário Brasileiro tem enfrentado a violência
obstétrica, através do levantamento de decisões acerca do tema em nosso ordenamento
jurídico.
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4 JUSTIFICATIVA

A violência obstétrica é uma realidade. A Fundação Perseu Abramo (2010, p. 173)


realizou a pesquisa pública “Mulheres brasileiras e gênero nos espaços públicos e privado”
que revelou que 25% das mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência durante o
parto. Esses dados trouxeram à tona a discussão acerca de uma prática que ocorre há décadas,
mas cuja existência não era reconhecida: a violência obstétrica.
A violência obstétrica é consubstanciada na realização de práticas que agridam a
gestante, as quais podem ser de ordem física, sexual, psicológica ou institucional. É nesse
contexto que nasce a presente pesquisa, com o objetivo de demonstrar a forma como os
Tribunais brasileiros têm reconhecido e julgado tais práticas, para então discutir acerca das
medidas que podem ser tomadas para que esse cenário seja alterado.
A escolha do assunto está diretamente relacionada aos crescentes movimentos sociais
e feministas que tem colocado em pauta a violência obstétrica, bem como a necessidade de
que os direitos das mulheres sejam respeitados, demonstrando a necessidade de que o tema
seja reconhecido pelo nosso sistema jurídico como violência de gênero, capaz de trazer
consequências irreversíveis para quem sofre violência obstétrica.
A motivação para a presente pesquisa são as milhares de mulheres que já tiveram seu
protagonismo negado durante o trabalho de parto. Que tiveram suas vozes silenciadas, seus
corpos violados, seus filhos feridos e sua dignidade reduzida a pó durante aquele que deveria
ser um dos momentos mais memoráveis de suas vidas. O sofrimento dessas mulheres é a mola
propulsora que motiva a presente pesquisa, que não se esgotará em si mesma, mas se unirá a
tantos outros instrumentos e vozes que ecoarão na sociedade até que todas as mulheres sejam
respeitadas em suas decisões.
A pertinência do tema repousa no fato de que já não há mais espaço para
negacionismo quando se trata de violência obstétrica. O debate acerca do tema é necessário e
somente após a sociedade reconhecer a existência do tema poderão ser implementadas
medidas eficazes de combate, bem como responsabilizar de forma adequada todos os agentes
que contribuem para que a violência obstétrica ocorra.
Após a verificação do posicionamento do Poder Judiciário diante dos casos de
violência obstétrica que lhe tem chegado, será possível identificar se tais decisões têm sido
efetivas para as vítimas ou tem lhes negado a prestação jurisdicional que buscam.
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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Acerca dos procedimentos metodológicos, a presente pesquisa se classifica como


exploratória, por envolver levantamento bibliográfico e estudos de caso relacionados ao tema.
O método de abordagem utilizado será o dedutivo, que possui como premissa partir de
uma ideia geral para uma questão particular.
As técnicas de pesquisa utilizadas são pesquisa documental, bibliográfica e estudo de
caso.
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6 ESTRUTURA BÁSICA DO TRABALHO DE CURSO

1 INTRODUÇÃO
2 MULHER, REPRODUÇÃO E SOCIEDADE
2.1 O CORPO FEMININO E O CONTROLE SOCIAL
2.2 VIOLÊNCIA DE GÊNERO
2.3 REALIDADE OBSTÉTRICA NO BRASIL
2.4 CARACTERIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
2.4.1 Procedimentos psicológicos
2.4.2 Procedimentos sexuais
2.4.3 Procedimentos físicos
3 DIREITOS DA GESTANTE NO BRASIL
3.1 DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS MULHERES NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
3.2 TRATADOS INTERNACIONAIS RATIFICADOS PELO BRASIL QUE PROTEGEM E
GESTANTE
3.2.3 Caso Alyne da Silva Pimentel X Brasil
3.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ACERCA DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
3.3.1 Projetos de lei
3.3.2 Lei 11.634/2007
3.3.3 Lei 11.108/2005
3.3.4 Lei estadual 17.097/2017
3.3.5 Resolução CFM nº 2.144/2016
4 A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA E O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO
4.1 DECISÕES DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS ENVOLVENDO VÍTIMAS DE
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
4.2 O RECONHECIMENTO DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA PELOS TRIBUNAIS
BRASILEIROS
4.3 A RESPONSABILIZAÇÃO DOS AGENTES PELA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
4.3.1 Violência obstétrica x erro médico
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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7 REFERENCIAL TEÓRICO

O presente trabalho discorre acerca de uma espécie de violência contra as mulheres


que, embora não possua significativa visibilidade jurídica e social, está fortemente presente na
sociedade: a violência obstétrica.
Durante muitos anos as mulheres foram excluídas de quaisquer decisões políticas e
sociais, de forma que a imagem feminina era vinculada unicamente ao conceito de lar e
família e suas consequentes obrigações. Nesse contexto, os movimentos feministas da década
de 1960 começaram a questionar o controle social sobre os corpos das mulheres, bem como o
direito feminino ao controle de natalidade e sobre a decisão de querer ou não ser mãe.
(CAETANO, 2017, p. 6)
Se por um lado os movimentos sociais alteravam a visão sobre o papel da mulher na
sociedade, o processo de parir também sofria modificações ao longo do tempo.

Esses determinantes histórico-sociais vêm se refletindo, ao longo dos tempos, na


atuação médico nas questões relacionadas à saúde da mulher: a exaltação da
maternidade – discurso dominante a partir do século XIX – trouxe no seu bojo não a
proteção da mulher das vulnerabilidades a que está exposta no processo de
manutenção da espécie, mas a perpetuação das relações de poder entre os sexos.
(BRASIL, 2001, p. 12)

Por um longo período na história, o acesso a médicos e hospitais era escasso e restrito
a classes sociais elevadas. Nesse contexto o parto ocorria em casa com auxílio de parteiras e
mulheres mais experientes da família, sendo considerado um evento fisiológico para o qual a
mulher estava preparada por sua natureza. (BARCELOS, 2016, p. 22)
Pelo fato de as parteiras não possuírem conhecimentos médicos acerca da fisiologia do
parto e suas possíveis intercorrências, os índices de mortalidade materna e infantil eram muito
elevados.
A Segunda Guerra Mundial trouxe consideráveis mudanças nesse cenário, em que o
parto hospitalar se tornou predominante. As mudanças inseriram rotinas cirúrgicas no parto,
como a utilização de episiotomia e fórceps profilático. Se antes o ato de dar à luz era uma
experiência profundamente subjetiva para a mulher e sua família, transformou-se, no hospital,
em momento privilegiado para o treinamento de acadêmicos e residentes de medicina.
(OSAVA, 1997, p. 37)
No Brasil os programas de assistência gestacional começaram a surgir ainda no século
XIX, com vistas a diminuir a mortalidade infantil, sem, no entanto, demonstrar preocupação
com a saúde da mulher. Nesse sentido, Brasil leciona que:
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O primeiro Congresso Brasileiro de Proteção a Infância (1922) indiretamente culpa


as "mulheres desnutridas, sifilíticas e alcoólatras" pelas elevadas taxas de
mortalidade infantil vigentes na época, e recomenda a intervenção do Estado através
da abertura de maternidades e creches e da "severa vigilância ao aleitamento
materno". Abria-se mais um caminho para responsabilizar as mulheres pelas
mazelas da sociedade e se justificava um acirramento do controle social sobre seus
corpos e suas vidas. Cumpre recordar que, nessa época, às mulheres era negado ou
dificultado o acesso à educação formal. (BRASIL, 2001, p. 13)

Se por um lado o processo de institucionalização do parto significou o


aperfeiçoamento médico e a redução de mortalidade materna e neonatal, por outro lado esse
processo ocasionou a ruptura com a ideia de parto doméstico que havia até então. A mulher
deixou de ser sujeito e passou a ser o objeto do ato de parir, evidenciando o tema da
medicalização do parto.
Nesse contexto o parto deixa de ser considerado como um evento natural e passa a ser
visto como algo patológico. Já não se cogita mais a possibilidade de realizá-lo em casa apenas
com o acompanhamento de parteiras e doulas, pois essa nova concepção de parto exige a
presença de médicos e uma série de intervenções hospitalares.
Aos poucos as maternidades brasileiras foram adotando o conhecido modelo
tecnocrático de parto, o qual pressupõe que a gestação e o parto não podem se desenvolver
sem a intervenção médica, retirando totalmente o protagonismo materno. (SOUSA, 2017, p.
36)
Essa nova concepção de nascimento aliada à evolução tecnológica resultou na inserção
de práticas violentas durante o trabalho de parto, as quais não possuem respaldo científico e
transformam o parto em um momento traumatizante para a mulher. Nesse contexto há que se
ressaltar também a banalização do parto cesáreo, o qual passou a ser realizado
deliberadamente pelos obstetras, independentemente de indicação médica. (MAIA, 2010. p.
38)
Tais práticas passaram a ser reconhecidas como violência obstétrica, que de acordo
com o Ministério Público de Santa Catarina pode ser definida como “atos que ofendem, de
forma verbal ou física, as mulheres gestantes e parturientes, antes, durante ou após o parto”
(SANTA CATARINA, 2017). A prática foi ainda reconhecida pela Organização Mundial de
Saúde como uma “ameaça ao direito à vida, à saúde, à integridade física e à não-
discriminação” (ORGANIZAÇÃO..., 2014).
De acordo com o dossiê “Parirás com Dor” (REDE PARTO DO PRINCÍPIO, 2012), a
violência obstétrica pode possuir caráter físico, psicológico, sexual, institucional, material ou
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midiático, sendo que em um mesmo fato é possível ocorrer mais de um elemento


caracterizador.
Partindo da conceituação supra, a presente pesquisa possui como objetivo identificar
como a violência obstétrica está sendo abordada pelos tribunais brasileiros, bem como
identificar a legislação acerca do tema.
O primeiro tratado internacional a dar visibilidade aos direitos humanos das mulheres
foi a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher,
em vigor desde 1981. A adoção da Convenção da Mulher foi o resultado de décadas de
esforços internacionais, objetivando resguardar os direitos das mulheres de todo o mundo.
Resultou de iniciativas tomadas dentro da Comissão de Status da Mulher da ONU, órgão
criado com o objetivo de analisar e criar recomendações de formulações de políticas
objetivando o aprimoramento do status da mulher. (ONU, 2013, p. 2)
O Decreto n. 4.377/02 tornou o Brasil signatário da Convenção, o qual prevê
expressamente que o Estado-parte deve assegurar o devido atendimento à mulher gestante e
lactante. Assim prevê o Decreto:
Artigo 12
1. Os Estados-parte adotarão todas as medidas apropriadas para eliminar a
discriminação contra a mulher na esfera dos cuidados médicos a fim de assegurar,
em condições de igualdade entre homens e mulheres, o acesso a serviços médicos,
inclusive os referentes ao planejamento familiar.
2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1º, os Estados-parte garantirão à mulher
assistência apropriada em relação à gravidez, ao parto e ao período posterior ao
parto, proporcionando assistência gratuita quando assim for necessário, e lhe
assegurarão uma nutrição adequada durante a gravidez e a lactância. (BRASIL,
2002)

Em 2011 o Brasil sofreu a primeira responsabilização internacional pela Convenção


para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (Cedaw) ao
julgar o caso Alyne Pimentel, que morreu em decorrência de negligência médica durante o
sexto mês de gestação, enquanto aguardava um leito no corredor de um hospital público no
Rio de Janeiro. (CATOIA et al, 2020, p. 2)
A decisão do comitê relaciona diretamente a morte de Alyne à violação dos direitos
maternos, quando afirma que aos Estados incumbe a prestação de serviços de emergência
obstétrica:
[...] o Comitê nota que a sequência de eventos descrita pelo autor, e não contestados
pelo Estado, bem como a opinião de especialistas fornecidas pelo autor, indicam que
sua morte foi realmente ligada a complicações obstétricas relacionada com a
gravidez. Suas queixas de náuseas e dor abdominal durante seu sexto mês de
gravidez foram ignoradas pelo centro de saúde, que não conseguiu executar um
exame de sangue e urina urgente para determinar se o feto tinha morrido. Os testes
foram realizados dois dias depois, o que levou à deterioração da condição de saúde
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da Srª Alyne da Silva Pimentel Teixeira. O Comitê recorda a sua recomendação


geral nº 24, em que afirma que é dever dos Estados Partes garantir o direito das
mulheres à uma maternidade segura e serviços de emergência obstétrica, e atribuir a
estes serviços o máximo de recursos. A recomendação também afirma que as
medidas para eliminar discriminação contra as mulheres são consideradas
inadequadas em um sistema de cuidados de saúde que carece de serviços para
prevenir, detectar e tratar doenças específicas de mulheres. À luz destas
observações, o Comitê também rejeita a argumento do Estado Parte de que a
comunicação não continha um nexo de causalidade entre o gênero da Sr.ª da Silva
Pimentel Teixeira e os possíveis erros médicos cometido, mas que as reivindicações
são relacionadas à falta de acesso a cuidados médicos relacionados com a gravidez.
Assim, o Comitê é da opinião de que a morte da Sr.ª da Silva Pimentel Teixeira deve
ser considerada como materna. (CONVENÇÃO..., 2011, p. 19, tradução nossa)

Atualmente alguns países da América Latina já possuem leis que reconhecem a


violência sofrida pela parturiente. A Venezuela foi precursora na criação de uma lei que trate
o assunto, a qual foi promulgada em 2007. (RODRIGUES, ALVES, VIEIRA et al., 2018, p.
240). De acordo com a Ley orgánica sobre el derecho de las mujeres a una vida libre de
violência:
Se entende por violência obstétrica a apropriação do corpo e processos reprodutivos
das mulheres pelos profissionais da saúde, que se expressa através de um tratamento
desumanizado, abuso de medicalização e patologização dos processos naturais,
causando a perda da autonomia e capacidade de decidir livremente sobre seus corpos
e sexualidade, impactando negativamente na qualidade de vida das mulheres.
(VENEZUELA, 2007). (tradução nossa)

Atualmente ainda não há no Brasil uma lei federal tipificando a violência obstétrica,
tão pouco prevendo punições aos agentes que concorrem para sua ocorrência, porém existem
leis estaduais e municipais que abordam a violência obstétrica, bem como projetos de lei
federal em tramitação.
Nesse diapasão, merece destaque a Lei Federal 11.108/2005, que garante à parturiente
a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato no
Sistema Único de Saúde. Importante salientar que, a despeito da existência da referida lei, a
proibição de acompanhante durante o parto é prática comum nos hospitais brasileiros, em um
flagrante caso de violência obstétrica.
Em âmbito federal há em tramitação os Projetos de Lei no 7.633/2014, 7867/2017 e
8219/2017. Há também leis municipais e estaduais sobre o tema, como por exemplo a Lei
Estadual 17.097/2017 de Santa Catarina, que foi regulada pelo Decreto 1.269/2017,
estabelecendo a implantação de medidas de informação e proteção à gestante e parturiente
contra a violência obstétrica. Ocorre que tais leis possuem caráter informativo e caracterizador
sobre a violência obstétrica, deixando uma lacuna no que tange a punição desse ato. Há que se
ressaltar também a existência de Portarias do Ministério da Saúde que visam humanizar o
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atendimento a gestante. Nesse sentido, a Portaria 569/2000 instituiu o Programa de


Humanização do Pré-natal e Nascimento e a Portaria 1.067/2005 criou a Política Nacional de
Atenção Obstétrica e Neonatal.
A Constituição Federal de 1988 consagrou o princípio da dignidade da pessoa
humana, basilar do Direito Brasileiro e para o qual não há previsão de exceção. Alexandre de
Moraes leciona acerca do tema:

[...] concede unidade aos direitos e garantias fundamentais, sendo inerente às


personalidades humanas. Esse fundamento afasta a ideia de predomínio das
concepções transpessoalistas de Estado e Nação, em detrimento da liberdade
individual. A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se
manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria
vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas,
constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar,
de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício
dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que
merecem todas as pessoas enquanto seres humanos e a busca ao Direito à Felicidade.
(MORAES, 2017, p. 35)

A proteção à gestante abarca diversos direitos fundamentais, tais como direito à saúde,
à vida, à autonomia e integridade física, moral e psicológica. Todos esses direitos configuram
garantias individuais asseguradas pela Constituição Federal de 1988 e asseguram à gestante o
direito de serem tratadas de maneira respeitosa e de acordo com suas particularidades.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: [...] (BRASIL, 1988, Art. 5)

Apesar dos altos índices de ocorrência de violência obstétrica, nem todas as vítimas
optam por acionar a justiça em busca de reparação e/ou punição dos envolvidos. A falta de
informação e o desconhecimento dos elementos caracterizadores da violência obstétrica são
fatores aos quais podem ser atribuídos a baixa judicialização de demandas sobre o tema.
A esse propósito, recentemente o Ministério da Saúde se posicionou contra a
utilização do termo “violência obstétrica”, fato que ganhou forte repercussão social e trouxe
mais visibilidade ao assunto. Assim foi a manifestação do Ministério da Saúde:

4. O posicionamento oficial do Ministério da Saúde é que o termo “violência


obstétrica” tem conotação inadequada, não agrega valor e prejudica a busca do
cuidado humanizado no continuum gestação-parto-puerpério. [...]

7. Percebe-se, desta forma, a impropriedade da expressão “violência obstétrica” no


atendimento à mulher, pois acredita-se que, tanto o profissional de saúde quanto os
de outras áreas, não tem a intencionalidade de prejudicar ou causar dano. [...]
20

9. Pelos motivos explicitados, ressalta-se que a expressão “violência obstétrica” não


agrega valor e, portanto, estratégias têm sido fortalecidas para a abolição do seu uso
com foco na ética e na produção de cuidados em saúde qualificada. Ratifica-se,
assim, o compromisso de as normativas deste Ministério pautarem-se nessa
orientação. (BRASIL, 2019)

Diante de tal manifestação, o Ministério Público Federal recomendou ao Ministério da


Saúde que reconsiderasse o posicionamento, reconhecendo a utilização do termo. Em junho
de 2019, aproximadamente um mês após a publicação do despacho considerando o termo
inadequado, o Ministério da Saúde alterou seu parecer e reconheceu o direito das mulheres de
utilizarem o termo “violência obstétrica” em referência aos abusos sofridos durante o período
gestacional. Assim trouxe o Ministério em sua nova manifestação:

12. Nesse sentido, o MS reconhece o direito legítimo das mulheres em usar o termo
que melhor represente suas experiências vivenciadas em situações de atenção ao
parto e nascimento que configurem maus tratos, desrespeito, abusos e uso de
práticas não baseadas em evidências científicas, assim como demonstrado nos
estudos científicos e produções acadêmicas que versam sobre o tema. (BRASIL,
2019, p. 3)

Tal qual ocorreu o Ministério da Saúde, os Tribunais brasileiros também não possuem
entendimento claro acerca da violência obstétrica. Da jurisprudência pátria colhem-se poucas
decisões que utilizam o termo, mesmo em situações em que há o pleno cabimento deste. Ao
mesmo tempo, há várias decisões que versam sobre práticas consideradas como violência
obstétrica, porém não utilizam a expressão para caracterizar o ato, de maneira que a violência
obstétrica é comumente associada ao erro médico associado ao parto.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina possui apenas cinco processos relacionados às
palavras “violência obstétrica”, enquanto a busca relacionando os termos “erro médico” e
“parto” totaliza 123 decisões.
O caso Adelir Góes é um exemplo de como se dá o posicionamento do judiciário
frente quando precisam decidir acerca da ocorrência de violência obstétrica. Adelir Carmen de
Lemos Góes estava grávida de seu terceiro filho e desejava ter parto normal. Realizou todo o
pré-natal e contratou uma doula que a preparou para o momento. Quando estava com 40
semanas de gestação procurou atendimento hospitalar por apresentar dores lombares,
momento em que a médica indicou a realização de uma cesariana. Diante da recusa de Adelir
em realizar a cirurgia, a médica procurou o Ministério Público, que acionou a justiça para que
Adelir fosse submetida a cesariana, mesmo contra sua vontade e sem evidências médicas
suficientes a embasar o ato. A juíza atendeu o pedido e durante a madrugada a gestante foi
21

conduzida coercitivamente para a maternidade, onde realizou a cesariana. (MOREIRAS,


2014)
Atualmente Adelir move uma ação judicial em trâmite contra o hospital e as obstetras
que a atenderam, que está classificada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul como
“erro médico”.
Esse caso evidencia os reflexos da falta de legislação federal que classifique os atos de
violência obstétrica, pois uma vez que o julgador não possui embasamento para enquadrar a
conduta analisada não poderá identificá-la e consequentemente puni-la.
Em que pese muitos considerem que o sofrimento é algo inerente ao trabalho de parto
e por consequência deve ser suportado pela mulher, a fim de que cumpra sua obrigação
natural de procriar, tal premissa deve ser urgentemente revista pela sociedade.
Isso porque o ato de dar à luz não precisa estar vinculado a um cenário de sofrimento e
solidão. Se por um lado a dor faz parte do trabalho de parto, precisamos ter consciência de
que dor nem sempre significa sofrimento. É possível ressignificar o processo para que ao final
a mulher se sinta segura, protegida e respeitada em todas as suas decisões.
Proporcionar à mulher um trabalho de parto com dignidade demonstra respeito não
apenas à parturiente, mas também ao nascituro e a toda a sociedade.
22

8 CRONOGRAMA

ATIVIDADES JUL. AGO. SET. OUT. NOV.

Encontros com o orientador

Pesquisa bibliográfica

Confecção - Pré-textual e Pós-textual

Redação do Capítulo I

Revisão

Redação do Capítulo II

Revisão

Redação do Capítulo III

Revisão

Redação da Conclusão e Introdução

Revisão de formatação e ortográfica

Impressão e digitalização

Entrega do TCC X
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REFERÊNCIAS

BARCELOS, Joyce Gonçalves. A assistência obstétrica ao parto e nascimento na


percepção das mulheres: uma revisão integrativa. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Enfermagem). Universidade Federal Fluminense. Disponível em:
https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/2553/1/Joyce%20Gon%c3%a7alves%20Barcellos.pdf.
Acesso em: 14 out. 2020.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


DF: Presidência da República, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 15 ago. 2020.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 7867/2017. Dispõe sobre medidas de
proteção contra a violência obstétrica e de divulgação de boas práticas para a atenção à
gravidez, parto, nascimento, abortamento e puerpério. Brasília, DF, 13 jun. 2017. Disponível
em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1568996.
Acesso em: 18 jun. 2020.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 7633/2014. Dispõe sobre a humanização
da assistência à mulher e ao neonato durante o ciclo gravídico-puerperal e dá outras
providências. Brasília, DF, 29 maio 2014. Disponível em:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1257785. Acesso
em: 18 jun. 2020.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Debatedoras cobram uso do termo violência obstétrica
pelo Ministério da Saúde. Brasília, DF, 2019. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/noticias/561395-debatedoras-cobram-uso-do-termo-violencia-
obstetrica-pelo-ministerio-da-saude/. Acesso em: 11 out. 2020.

BRASIL. Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005. Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de


1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de
parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS. Brasília, DF:
Presidência da República, 2005. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11108.htm. Acesso em: 28 de
jun. 2020.

BRASIL. Lei nº 11.634, de 27 de dezembro de 2007. Dispõe sobre o direito da gestante ao


conhecimento e a vinculação à maternidade onde receberá assistência no âmbito do Sistema
Único de Saúde. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11634.htm. Acesso em: 28
jun. 2020

BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Nota Pública: Caso
Alyne Pimentel. Brasília, DF, 04 abr. 2014. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-
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BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: Assistência humanizada à


mulher. Brasília, DF, 2001. Disponível em:
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Violência Obstétrica: O posicionamento dos tribunais brasileiros diante da violência de


gênero contra a gestante

Parecer do/a orientador/a:

A orientanda Vanessa foi exemplar durante o semestre, sempre buscou manter contato
para elucidar suas dúvidas. O presente projeto encontra-se adequado e bem escrito, no
que se refere ao conteúdo, como parte que me cabe desta análise, concluo pela sua
aprovação, neste aspecto.
Florianópolis/SC, 15 de outubro de 2020
Eliane Luiz Espíndola de Souza, MSc

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