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ANDREIA FELIPE CARDOSO

QUANDO A CRIANÇA NÃO QUER COMER: UMA


REALIDADE CADA VEZ MAIS FREQUENTE NO
CONSULTORIO FONOAUDIOLOGICO.

SÃO PAULO

2020
Quando a criança não quer comer.

Na infância alimentação é uma importante função que garante a sobrevivência da


criança e permite as suas trocas com o mundo.

Do ponto de vista das funções orgânicas a alimentação é inicialmente uma função


do sistema digestório que inclui a preparação oral e a transição da comida, da boca
ao estômago.Para um bebê,por exemplo, a alimentação exige funções muito
refinadas que envolvem ritmo e coordenação das ações de sugar, deglutir e fazer
pausas, de modo a conseguir completar com sucesso o ato da alimentação.

No entanto, é importante realçar que os diversos aspectos orgânicos, psíquicos,


emocionais e interacionais, presentes na alimentação estão em estreita relação e
podem estar relacionados tanto a criança como ao seu responsável, ou ainda à
situação que envolve ambos no momento da alimentação.
Até os responsáveis bem-intencionados podem provocar trauma e ser inadequados
com seus filhos. Preocupam-se porque as crianças não comem o suficiente e
forçam a criança a comer, porque têm medo. Outros forçam porque acreditam que
cabe aos pais manter o controle e não compreendem as escolhas dos filhos.
Portanto, é importante avaliar a relação da família com a criança por intermédio da
alimentação.
O quadro pode ocorrer tanto em crianças saudáveis quanto naquelas com
desordens gastrointestinais, com alterações neurológicas ou mecânicas, por
exemplo.

No que diz respeito às causas orgânicas, as condições desfavoráveis para a


aceitação alimentar são: Refluxo gastroesofágico problemas respiratórios,
desordens da motilidade intestinal, intolerância, alergias, distúrbios do paladar,
deficiências nutricionais, lesões orais e o próprio apontar dos dentes, faz com que o
bebê ou a criança associe desprazer ao momento da alimentação, recusando-a
para se proteger.
Quanto à seletividade alimentar, podemos caracterizá-la pela recusa alimentar,
pouco apetite e desinteresse pelo alimento.
Alterações da motricidade orofacial incluem qualquer problema físico na região oral
que faça com que seja difícil conseguir organizar a comida à boca, mastigar,
respirar e deglutir. Problemas anatômicos como fenda lábio palatino, malformações
da traqueia e esôfago, frênulo de língua curto, problemas dentários e/ou má-oclusão
dos dentes, aumento da sensibilidade oral, ou seja, a maneira como as células
nervosas da região percebe sabor, textura, temperatura etc.

As crianças com desafios de integração sensorial que é a maneira como o cérebro


recebe e processa as informações por meio dos cinco sentidos, percebem e sentem
os sabores e texturas de modo muito intenso e acabam selecionando os alimentos
com os quais sentem mais conforto e dificilmente aceitam mudanças. Essa seleção
quase sempre está relacionada ao modo como as crianças recebem e interpretam o
estímulo sensorial dos alimentos. É comum que crianças com esse tipo de
dificuldade, por exemplo, prefiram comer somente alimentos suaves ou crocantes
com textura uniforme. Há ainda aquelas cujas preferências incluem apenas sabores
brandos e outras que apreciam comidas fortes e picantes. O odor e a temperatura
do alimento também podem determinar se elas irão ou não apreciar o que vão
comer

Um o ato ou desejo de comer resultou em uma sensação desconfortável, o apetite


de uma criança pode diminuir. Por exemplo, um episódio de engasgo pode
desencadear medo, onde criança deixar de comer. Uma criança que tenha sido
forçada a comer, por sua vez, também pode ficar com medo e “fugir” da mesa.
Outras experiências incluem aspiração (comida em vias aéreas ou pulmões) ou
vômitos recorrentes.

Conclusão.

A condição de saúde e o bem-estar de uma criança é um fator vital para todos os


aspectos da alimentação e das refeições.

Os comportamentos alimentares inadequados muitas vezes são adaptações que a


própria criança cria para protegê-la de algum sofrimento ou desconforto. É
fundamental descobrir o que está por trás das dificuldades alimentares dela, para
que possa entendê-la e auxiliá-la nesse processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Almeida, C.A.N., Mello, E.D., Maranhão, H.S., Vieira, M.C., Barros, R., Barreto, J.R.,
Fisberg, M. (2012). Dificuldades alimentares na infância: revisão da literatura com
foco nas repercussões à saúde. Pediatria Moderna, (XLVIII), 340

Junqueira, P. (2017a) Por que meu filho não quer comer?: uma visão além da boca
e do estômago. Bauru: Idea.

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