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-»O DNA (dupla hélice) e o RNA (cadeia simples), também designados ácidos nucleicos por manifestarem
propriedades ácidas, estão contidos nas células. A unidade básica constituinte dos ácidos nucleicos é o
nucleótido, que é composto por três constituintes fundamentais:
● o ácido fosfórico ou grupo fosfato, que confere as propriedades ácidas aos ácidos nucleicos;
● a pentose, que é um açúcar e pode ser ribose ou desoxirribose, conforme se trate de RNA ou DNA,
respectivamente;
● as bases azotadas, que podem ser:
– pirimídicas como a timina, a citosina e o uracilo, que apresentam uma estrutura molecular de anel
simples;
– púricas, como a adenina e a guanina, que apresentam uma estrutura molecular de anel duplo.
● contém os genes que determinam as características de todos os seres vivos e são os responsáveis pela
sua transmissão;
● intervém na síntese de numerosas proteínas distintas que:
1. controlam os processos químicos das células;
2. são constituintes estruturais das células;
3. são indispensáveis à manifestação das características genéticas dos seres vivos.
● contém as “instruções” para a síntese de mRNA;
● tem a capacidade e a função de se autoduplicar, através da replicação, assegurando a manutenção das
características genéticas;
● garante a unidade da estrutura celular e a diversidade do seu funcionamento;
● apesar da estrutura do DNA ser comum a todas as espécies e de ser universal no mundo vivo, existem
algumas diferenças entre o material genético dos eucariontes e dos procariontes.
-»O núcleo é um organelo celular característico das células eucarióticas que contém cerca de 99% do material
genético:
● é formado por uma membrana dupla – o invólucro nuclear com poros que permitem comunicar com
o citoplasma;
● contém o nucleoplasma ou suco nuclear, onde se encontra a cromatina:
a. que é material constituído por filamentos de DNA associado a proteínas;
b. cuja unidade morfológica e fisiológica é o cromossoma.
● nele podem existir um ou mais nucléolos, que são estruturas com ácidos nucleicos e proteínas na sua
constituição.
-»O modelo e a estrutura do DNA foram construídos através do contributo de vários dados; seguem-se os que
mais contribuíram para a sua compreensão:
1. o DNA é constituído por duas longas cadeias polinucleotídicas enroladas em hélice – dupla hélice –
em torno de um eixo central;
2. as bandas laterais da hélice são formadas por moléculas de fosfato (grupo fosfato de cada nucleótido)
que alternam com moléculas de desoxirribose;
3. a ligação entre as cadeias faz-se por pontes de hidrogénio que se estabelecem entre os pares de
bases;
4. verifica-se especificidade nas ligações e, devido à complementaridade das bases, a adenina liga-se à
timina por duas ligações de hidrogénio(A=T), enquanto a guanina se liga à citosina por três ligações de
hidrogénio(G≡C);
5. as cadeias da dupla hélice são antiparalelas, ou seja, dispõem-se em sentido oposto uma em relação
à outra e cada uma das cadeias inicia-se numa extremidade 5´e termina numa ponta 3´ livre;
6. a formação das cadeias ocorre sempre de 5´ para 3´ e, à extremidade 5´ de uma cadeia corresponde
sempre a extremidade 3´ da cadeia complementar.
Em suma:
-»As células sofrem divisões para darem origem a novas células. As células-filhas possuem o mesmo património
genético das células que lhes deram origem. Para assegurar a preservação desse património genético, o DNA
tem a capacidade de se autoduplicar. Este fenómeno ocorre através da replicação, que garante a transmissão
da informação genética às células-filhas.
1. – hipótese semiconservativa;
2. – hipótese conservativa;
3. – hipótese dispersiva.
Meselson e Stahal realizaram experiências importantes com bactérias, cujos resultados apoiaram o modelo de
replicação semiconservativa que ocorre segundo a regra de complementaridade de bases.
Este modelo permite explicar a transmissão do património genético e a relativa constância da composição do
DNA durante as divisões celulares. Passou então a utilizar-se este modelo para explicar a replicação do DNA.
● as duas cadeias da molécula de DNA, na presença da DNA polimerase, afastam-se por ruptura das
pontes de hidrogénio que unem as bases azotadas;
● nucleótidos de DNA que se encontram livres na célula encaixam nos filamentos que se vão afastando,
através de ligações que obedecem à regra da complementaridade das bases – a citosina liga-se à
guanina e a timina à adenina;
● quando os filamentos de DNA que serviram de molde estão inteiramente preenchidos pelos novos
nucleótidos, formam-se duas novas moléculas de DNA;
● as novas moléculas de DNA, idênticas entre si, são complementares das cadeias originais e cada uma
delas é antiparalela relativamente à cadeia que lhe serviu de molde;
● cada molécula de DNA formada é idêntica à molécula original e é portadora de uma cadeia antiga
(metade da molécula-mãe) e de uma cadeia recém-formada, daí a designação de semiconservativa.
● o RNA ou ácido ribonucleico é um polímero de nucleótidos, geralmente formado por uma cadeia
simples, podendo apresentar formas estruturais diferentes de acordo com a função que desempenha;
● os nucleótidos do RNA são formados por:
1. um grupo fosfato;
2. a ribose (C5H10O5), que é uma pentose;
3. as bases azotadas, que neste caso são a adenina e a guanina, bem como a citosina e o
uracilo.
● existem três tipos de RNA:
1. RNA mensageiro ou mRNA – que transporta a mensagem contida no DNA do núcleo para o
citoplasma;
2. RNA de transferência ou tRNA – que transporta os aminoácidos dispersos no citoplasma
para os locais de síntese de proteínas, os ribossomas;
3. RNA ribossómico ou rRNA – que juntamente com algumas proteínas forma o ribossoma.
● o RNA encontra-se no nucléolo, no citoplasma, nas mitocôndrias e nos cloroplastos.
1.1.5.Expressão da informação genética - Biossíntese de proteínas:
-»Na molécula de DNA é possível delimitar vários segmentos, os genes, cuja informação conduz à síntese de
proteínas que são indispensáveis à manifestação das características genéticas dos seres vivos.
O DNA e as proteínas são macromoléculas sequenciadas de monómeros que são as suas unidades básicas
constituintes. Os monómeros:
-»Basicamente, no núcleo das células ocorre a síntese de uma molécula de RNA que é
complementar de uma porção do DNA que contém a informação. Este RNA transporta a
mensagem em código para os ribossomas. Aí, a mensagem vai ser traduzida e os
aminoácidos que vão formar as proteínas vão ser selecionados, ordenados e ligados de
acordo com a ordem que estava determinada no DNA.
1.6.Código genético:
Determinou-se que o sistema de codificação mais simples utilizado pelas células seria uma sequência de três
nucleótidos para codificarem um aminoácido.
● O código genético pode traduzir-se num quadro de correspondências entre 64 codões possíveis de
nucleótidos e os 22 aminoácidos existentes.
● Um codão é um tripleto de mRNA, complementar de
um codogene, que codifica um determinado
aminoácido ou o início ou o fim da síntese de
proteínas.
● Existem:
1. codões sinónimos (codificam o mesmo
aminoácido),
2. codões STOP (indicam o fim da síntese de
proteínas) e
3. codões de iniciação (determinam o início da
síntese de proteínas).
● Os codões são consecutivos e não sobrepostos, isto é, sucedem-se sem qualquer separação ou
sobreposição de nucleótidos.
● O codogene é um tripleto (três nucleótidos consecutivos de DNA) que representa a mais pequena
unidade de mensagem genética necessária à codificação de um aminoácido.
● As diferentes sequências de tripletos vão permitir codificar a ordenação de séries de aminoácidos que
caracterizam diversas proteínas.
● As características do código genético são as seguintes:
1. – é universal – a linguagem do código genético é aproximadamente a mesma em todos os
organismos, ou seja, o mesmo codão codifica o mesmo aminoácido;
2. – não é ambíguo – a um tripleto de nucleótidos corresponde um e só um aminoácido;
3. – é redundante – vários codões são sinónimos, ou seja, podem codificar o mesmo
aminoácido. A maioria dos sinónimos difere apenas no último nucleótido. Este fenómeno é
também designado por degenerescência do código genético, pelo que se pode caracterizar
como sendo degenerado;
4. – o terceiro nucleótido de cada codão não é tão específico como os dois primeiros – por
exemplo, os codões CGU, CGC, CGA e CGG são sinónimos na codificação da arginina;
5. – o tripleto AUG tem dupla função – este tripleto codifica a metionina e é um codão de
iniciação da síntese de proteínas;
6. – os tripletos UAA, UAG e UGA são codões STOP ou de finalização – estes codões, que não
codificam nenhum aminoácido, representam sinais de fim de síntese de proteínas.
-»A síntese de proteínas é um processo muito complexo que ocorre com a participação de enzimas, ATP,
mRNA, tRNA, DNA e ribossomas, que leva à formação de cadeias de aminoácidos – as proteínas, cuja
sequência foi determinada pelos tripletos do DNA.
● um fluxo de informação genética entre o DNA e o RNA e entre a sequência de nucleótidos de mRNA e
a sequência de aminoácidos das proteínas;
● um fluxo de materiais entre o núcleo e o citoplasma (mRNA e ribossomas) e entre o citoplasma e o
meio extracelular (aminoácidos);
● um fluxo enzimático e energético.
-»Esta fase, que nas células eucarióticas ocorre no núcleo, caracteriza-se pela síntese de mRNA a partir de uma
cadeia de DNA que contém a informação que lhe serve de molde. Processa-se da seguinte forma:
A síntese de mRNA inicia-se na presença da RNA-polimerase, que é um complexo enzimático catalisador das
reações.
Este complexo tem as seguintes funções:
● a transcrição de um segmento de DNA forma um RNA pré-mensageiro que vai sofrer processamento
ou maturação:
1. a molécula de DNA é constituída por sequências de nucleótidos que não codificam
informação – os intrões, intercalados com sequências que codificam – os exões;
2. o processamento consiste na eliminação de certas porções de RNA – enzimas específicas
removem os intrões do RNA pré-mensageiro e, posteriormente, há união dos exões,
formando-se o mRNA funcional ou ativo;
3. o mRNA funcional migra para o citoplasma, fixando-se nos ribossomas.
1.2.3. Tradução da mensagem genética:
-»Nesta fase, a mensagem em código contida no mRNA vai ser descodificada nos
ribossomas, sendo transformada na sequência de aminoácidos que constituem a cadeia
polipeptídica das proteínas.
Depois de sintetizadas, as proteínas podem não possuir atividades biológica, podendo sofrer diversas
alterações. Elas determinam a forma e a estrutura das células e condicionam todo o metabolismo celular.
As proteínas podem:
-»O material genético de um indivíduo não permanece estático, por exemplo, durante os fenómenos de
replicação ou de transcrição, pode sofrer alterações que originam anomalias mais ou menos graves.
-»Se as alterações ocorrerem na sequência de bases da molécula de DNA, podem verificar-se mudanças nas
proteínas produzidas e, quando estas desempenham funções importantes no organismo, as anomalias podem
estar na origem de determinada doença. Alguns exemplos de mutações devidas a alterações do material
genético são:
As alterações ambientais que têm vindo a ocorrer levaram a um aumento dos fatores que conduzem a
alterações do DNA, bem como ao aumento da frequência de mutações. Os agentes mutagénicos podem ser
físicos ou químicos:
De forma simplificada, pode dizer-se que as células crescem, aumentam o seu conteúdo celular e dividem-se,
originando duas células-filhas geneticamente semelhantes e com o mesmo conjunto de cromossomas da
célula-mãe. As células filhas crescem, podendo tornar-se células-mãe. Durante a divisão celular, os organelos
são distribuídos pelas células filhas, assim como o DNA que se auto duplicou. As células-filhas asseguram, deste
modo, a continuidade genética da vida.
Através da divisão celular, uma célula – célula-mãe – origina, normalmente, duas células-filhas geneticamente
semelhantes à célula que as originou, que vão crescer até atingirem a maturidade celular.
-»Nas células eucarióticas, a divisão celular assegura a transmissão quase exacta da informação genética às
células filhas.
-»Nos seres unicelulares, cada divisão celular corresponde à reprodução, pois, a partir de uma célula,
formam-se duas ou mais células independentes, perpetuando-se assim a espécie.
-»Nos seres multicelulares as divisões celulares sucessivas são necessárias para que a célula-ovo se transforme
no indivíduo, ou seja, possibilitam a passagem do estado unicelular ao estado pluricelular.
A divisão celular é constante e contínua, de forma a assegurar a manutenção da integridade física dos
indivíduos e, em suma, a sua sobrevivência.
-»Os cromossomas, nas células eucarióticas, são estruturas filamentosas complexas formadas por DNA
associado a proteínas (histonas). Nessas estruturas:
-»Os cromossomas:
ou
O conjunto de cromossomas que existe numa célula determina a constituição cromossomática ou o cariótipo,
que:
1. Interfase
● corresponde ao período compreendido entre o fim de uma divisão celular e o início da divisão
seguinte;
● é, normalmente, o período mais longo do ciclo celular – a maioria das células passa cerca de 90% do
ciclo celular em interfase;
● nesta fase, os cromossomas não são visíveis ao microscópio ótico;
● compreende três períodos ou subfases designadas por período G1 ou pós-mitótico, período S ou de
síntese de DNA e período G2 ou pré-mitótico, cuja duração é variável dependendo da espécie, do
tecido ou do estádio de desenvolvimento:
● caracteriza-se por ser um período de intensa actividade biossintética, em que ocorre crescimento e
duplicação do conteúdo celular, nomeadamente:
1. duplicação da componente cromossómica numa das suas fases, ou seja, duplicação do DNA;
2. nas células animais, ocorre duplicação dos centríolos:
3. centríolos são estruturas cilíndricas constituídas por microtúbulos, altamente organizados,
possuindo cada centríolo nove conjuntos de três microtúbulos.
– apesar deste processo ser contínuo, podem distinguir-se quatro subfases – a profase, a metafase, a anafase e
a telofase:
(2)
áster – estrutura radial originada pelos microfilamentos proteicos
que se forma à volta dos centríolos.
Citocinese
Assim, na interfase:
Durante a mitose:
● na prófase e na metafase a quantidade de DNA continua a ser dupla e o número de cromossomas não
alterou;
● na anafase, depois de ocorrer a clivagem dos centrómeros, cada um dos cromossomas-irmãos migra
para os pólos da célula, pelo que se verifica a distribuição equitativa dos cromossomas e a
consequente redução para metade do teor de DNA; o número de cromossomas mantém-se;
● nesta altura, cada nova célula possui a mesma quantidade de DNA que a célula-mãe possuía em G1;
● a telofase não altera o teor de DNA nem o número de cromossomas.
A alternância entre a replicação do DNA, com a separação dos dois cromatídios de cada cromossoma, garante a
identidade genética ao longo das gerações.
Excepcionalmente podem ocorrer erros – mutações – que podem alterar quer o conteúdo genético dos
cromossomas, quer o número de cromossomas e, desta forma, a estabilidade genética das populações.
Mas embora possuam a mesma informação genética, as células dos organismos pluricelulares são de
diferentes tipos e apresentam diferentes funções, organizando-se em tecidos que formam órgãos e sistemas.
Esta diversidade de formas e funções resulta de complexos mecanismos de regulação genética, que activam
selectivamente diferentes porções de DNA – genes – em diferentes células.
Então, os genes que estão activos num determinado tecido podem não ser os mesmos que estão activos num
outro, determinando as diferenças que se verificam entre eles.
Para que a partir de uma célula inicial se obtenha uma grande variedade de células especializadas em diversas
funções, é necessário que ocorra um processo de diferenciação celular.
As células que, como o ovo ou zigoto, possuem a capacidade de originar todas as outras células, designam-se,
totipotentes. As primeiras divisões do ovo origina células indiferenciadas que se vão continuar a dividir até
que, à medida que prossegue o ciclo celular, iniciam um processo de diferenciação, tornando-se células
especializadas.
A maioria dos tecidos de um organismo no estado adulto possui algumas células estaminais, que são células
que apresentam um grau de diferenciação menor do que as restantes células. Nas plantas, nos tecidos adultos
existem células indiferenciadas, agrupadas em tecidos chamados meristemas.
A capacidade que uma célula tem de originar outras células especializadas é, geralmente, tanto maior quanto
menor for a sua diferenciação.
As radiações, certas substâncias tóxicas e até determinados vírus podem ser responsáveis pelas alterações do
património genético das células.
A perda dos mecanismos de regulação celular pode ser uma das consequências da alteração do património
genético das células, levando ao aparecimento de cancro. As células cancerosas dividem-se de forma
descontrolada e podem adquirir características de malignidade,
produzindo tumores. Podem invadir tecidos e órgãos e podem
espalhar-se por várias partes do organismo – metastização.
Reprodução nos seres vivos:
-»A Reprodução é uma função característica dos seres vivos que permite o aparecimento de novos indivíduos,
através da divisão celular. Esta função permite aos seres vivos darem origem a seres semelhantes,
perpetuando, assim, as espécies ao longo do tempo.
Apesar de haver diversos processos reprodutivos, para que ocorra reprodução tem que se verificar uma
sequência de fenómenos a nível celular, tais como a replicação de DNA, que é comum à generalidade dos seres
vivos e que permite que a informação genética passe de geração em geração.
A grande variedade de processos reprodutivos que existe pode sistematizar-se em dois tipos fundamentais: a
reprodução assexuada e a reprodução sexuada.
Na reprodução assexuada formam-se novos indivíduos a partir de um só progenitor, não havendo formação de
gâmetas. Este processo está associado à divisão celular mitótica.
Na reprodução sexuada os novos indivíduos são originados através da união de duas células especializadas –
os gametas, formados através de um tipo de divisão celular denominado meiose.
1. Reprodução assexuada:
-»A reprodução assexuada é um processo que se verifica nos procariontes e na maioria dos unicelulares
eucariontes; também ocorre em seres multicelulares, mas com baixo nível de diferenciação tecidular.
Apesar destes aspetos comuns, existe uma grande diversidade de processos reprodutivos assexuados, sendo os
fundamentais a bipartição, a gemulação, a divisão múltipla, a esporulação, a fragmentação, a multiplicação
vegetativa e a partenogénese.
1.1.1.Multiplicação vegetativa natural:
Nos últimos anos, o termo clonagem tem vindo a ser aplicado a situações
mais específicas:
2. Reprodução Sexuada:
-»A reprodução sexuada é o tipo de reprodução mais comum no mundo
vivo; é o processo reprodutivo quase exclusivo dos animais superiores e é
usual nas plantas superiores. A maioria dos seres com reprodução
assexuada, em certas condições, também se reproduz sexuadamente.
-»O ovo resulta da união dos gâmetas que ocorre durante a fecundação. Assim, os cromossomas presentes no
núcleo do ovo são pares de cromossomas do mesmo tipo que provieram metade de cada gâmeta. Designam-se
cromossomas homólogos e possuem forma e estrutura idênticas, sendo portadores de genes
correspondentes.
Quanto ao número de cromossomas que possuem, as células podem classificar-se em haploides e diploides:
● Haploides – são células que possuem um só cromossoma para cada par de homólogos,
representam-se simbolicamente por n. Exemplos destas células são os gâmetas que se formaram por
meiose;
● Diploides – são células que possuem dois pares de cromossomas homólogos e representam-se
simbolicamente por 2n. Exemplos destas células são o ovo que resultou
da fecundação e todas as células somáticas.
Assim, pela existência alternada destes dois fenómenos indispensáveis para que
ocorra reprodução sexual, está garantida a constância do número de
cromossomas de geração em geração.
-»A meiose é um processo de divisão celular que leva à formação de quatro células haploides semelhantes
entre si e com metade do número de cromossomas da célula que lhes deu origem. Como este fenómeno
implica a passagem de um estado Diplóide para um estado haploide, pode ser designado por redução
cromossómica.
● Divisão I:
1. é precedida pela interfase onde, no período S ocorre a replicação do DNA, constituinte dos
cromossomas;
2. no início da meiose cada cromossoma é constituído por dois cromatídios;
3. a separação dos cromossomas homólogos de cada par reduz para metade o número de cromossomas
da célula diploide;
4. são originados dois núcleos haploides, ou seja, com metade do
número de cromossomas do núcleo da célula que lhes deu origem;
5. porque reduz o número de cromossomas, é uma divisão
reducional.
● Divisão II:
1. os dois núcleos haploides dividem-se e formam-se quatro núcleos, também haploides;
2. porque os cromossomas são igualmente distribuídos pelos novos núcleos, é uma divisão equacional;
3. no final, formam-se quatro células haploides, contendo, cada uma, um cromossoma de cada par de
homólogos;
4. é uma divisão idêntica à mitose.
-»As divisões I e II da meiose, embora tenham fenómenos exclusivos, incluem sequências de estádios com
características idênticas às que ocorrem na mitose. Por este facto, os estádios têm o mesmo nome – prófase,
metáfase, anáfase e telófase:
2.3. Mitose e meiose – aspetos comparativos:
2.4. Mutações: Durante a meiose podem ocorrer anomalias que alteram o número e a estrutura dos
cromossomas. Estas anomalias designam-se mutações.
As mutações podem ser provocadas por vários fatores físicos e químicos, mas também podem ser
propositadamente causadas pelo homem, como, por exemplo, a duplicação do número de cromossomas –
poliploidia – para a obtenção de alguns alimentos.
2.5. Reprodução sexuada e variabilidade genética:
-»Na reprodução sexuada, a meiose e a fecundação, que são dois mecanismos compensatórios, asseguram a
manutenção do número de cromossomas característico de cada espécie, de geração em geração. Estes dois
fenómenos são igualmente responsáveis pela variabilidade genética que se verifica entre indivíduos da mesma
espécie.
-»Tal como na reprodução assexuada, em que se verificam estratégias reprodutivas variadas, na reprodução
sexuada as soluções reprodutivas são também diversas.
As estratégias mais representativas estão relacionadas com a reprodução sexuada nas plantas e nos animais.
Em ambos os casos, os gâmetas – células reprodutoras cuja união leva à formação de um novo indivíduo – são
formados em estruturas especializadas.
● Hermafroditismo:
1. ocorre principalmente em espécies que têm dificuldades de dispersão geográfica, ou vivem
mesmo isolados;
2. é comum nos seres invertebrados;
3. um indivíduo possui simultaneamente o sexo masculino e o sexo feminino;
4. podem verificar-se dois tipos de comportamento distinto – o hermafroditismo suficiente e o
hermafroditismo insuficiente.
1. Hermafroditismo suficiente – ocorre por autofecundação, um só indivíduo pode originar descendentes.
Verifica-se, por exemplo, na ténia.
2. Hermafroditismo insuficiente – não se verifica a autofecundação, como nos unissexuais tem que haver
fecundação cruzada. Ocorre na minhoca e no caracol, por exemplo.
● Unissexualismo:
1. ocorre na maioria das espécies;
2. há um indivíduo do sexo masculino – macho – e um do sexo feminino – fêmea;
3. a reprodução, neste caso, exige a contribuição de dois indivíduos, um de cada sexo, sendo
estas espécies dioicas;
4. a união dos gâmetas efetua-se de diversos modos que dependem da mobilidade dos animais
e do habitat.
De acordo com o local onde ocorre, a fecundação pode ser externa ou interna:
-»Nas plantas, as estratégias reprodutivas são bastante diversas. Também os gametângios são muito variados e
característicos dos diferentes tipos de plantas e, como tal, também os processos de fecundação são diferentes:
● nos musgos e nos fetos a fecundação é dependente da água, só assim é que os anterozoides podem
alcançar as oosferas que se encontram dentro dos arquegónios;
● nas Gimnospérmicas, como os pinheiros, os gametângios são estruturas especializadas – os cones
masculinos, onde se produzem os grãos de pólen, e os cones femininos (as pinhas), onde se produzem
os óvulos. A fecundação não depende da água, revelando melhor adaptação ao ambiente terrestre;
● as Angiospérmicas caracterizam-se por possuírem flor, que é o órgão reprodutor nestas plantas e,
portanto, onde se formam os gâmetas. A fecundação é independente da água.
● posição na planta;
● forma;
● coloração do perianto.
● podem ser:
1. – hermafroditas – os estames e os carpelos estão na mesma flor;
2. – unissexuais – há flores só com estames – flores unissexuais masculinas; e
há flores só com carpelos – flores unissexuais femininas.
● para que haja fecundação tem que ocorrer a polinização:
1. – é o transporte de grãos de pólen para os órgãos femininos da flor;
2. – pode ser direta ou cruzada:
direta – quando há polinização na mesma flor. Nesta situação a variabilidade genética é reduzida;
cruzada – quando a polinização se efetua entre flores de plantas distintas, mas da mesma espécie. Esta
estratégia propicia grande variabilidade genética;
– faz-se por agentes polinizadores como o vento, os insetos e as aves. As características das flores estão
intimamente relacionadas com o agente específico que as poliniza.
Quando a reprodução é assexuada existe estabilidade genética e, como tal, não há alteração do número de
cromossomas de cada espécie.
Da alternância entre estes dois fenómenos resulta sempre uma alternância de fases nucleares características:
● a haplofase ou fase haploide – está compreendida entre a meiose e a fecundação, inicia-se na célula
que resultou da meiose e que possui n cromossomas;
● a diplofase ou fase diploide – está compreendida entre a fecundação e a meiose, inicia-se no ovo,
célula que resultou da fecundação e que possui 2n cromossomas.
-»A ocorrência da fecundação e da meiose, embora comum a todos os seres vivos com reprodução sexuada,
pode dar-se em momentos diferentes do ciclo de vida do organismo. Tendo em conta esse momento,
estabeleceram-se, então, diferentes tipos de meiose – a meiose pós-zigótica, a meiose pré-gamética e a
meiose pré-espórica:
Atendendo ao desenvolvimento relativo das duas fases nucleares, determinadas pelo momento em que ocorre
a meiose, gera-se alguma diversidade nos ciclos de vida dos seres vivos que se podem classificar em:
● A espirogira:
● é uma alga pluricelular verde brilhante;
● vive em água doce, principalmente em charcos e regatos;
● forma agregados filamentosos constituídos por células cilíndricas dispostas topo a topo;
● apresenta reprodução assexuada por fragmentação – quando as condições são favoráveis, podem
destacar-se dos filamentos fragmentos que crescem e originam novos indivíduos;
● tem reprodução sexuada quando as condições do meio são desfavoráveis, garantindo a possibilidade
de se formarem indivíduos com características que podem ser vantajosas nesses ambientes.
3.2.Ciclo de vida de um mamífero:
Os mamíferos:
O polipódio:
Evolução Biológica:
1. Unicelularidade e multicelularidade:
-»Atualmente, os seres vivos ocupam todo o tipo de habitats, desde as zonas mais profundas dos fundos
oceânicos às cordilheiras mais altas do nosso planeta. A diversidade das formas de vida existentes é evidente,
desde os organismos simples e unicelulares, até aos organismos multicelulares mais complexos que coabitam
nos ecossistemas, mantendo-os em equilíbrio. Mas nem sempre foi assim!
-»A vida na Terra foi evoluindo, de forma lenta e gradual, sofrendo diversas modificações que deram origem à
grande diversidade de seres vivos que podemos observar hoje em dia no nosso planeta. Mas, para
compreendermos a evolução da vida temos de compreender, em primeiro lugar, a história evolutiva da célula.
Os seres vivos podem agrupar-se em dois grandes grupos, os seres procariontes e os seres eucariontes:
● esta classificação é apoiada pelo registo fóssil que testemunha a existência destes dois tipos de seres
no passado;
● são classificados com base na organização celular, ou seja, no tipo de células que os constituem.
Pensa-se que foram os procariontes que estiveram na origem da diversidade de formas de vida existentes
atualmente, devido:
● à sua simplicidade estrutural (a evolução processar-se-ia de seres mais simples para mais complexos);
● ao registo fóssil existente: os dados fósseis sugerem que os seres eucariontes surgiram 2000 milhões
de anos depois dos organismos procariontes.
À medida que as dimensões da célula aumentam, a razão entre a área da célula e o seu volume diminui porque
o crescimento celular não pode ser indefinido. Então, como o metabolismo se torna mais ativo mas a superfície
membranar que contacta com o exterior não tem um aumento proporcional, as trocas com o meio tornam-se
menos eficientes e não são capazes de dar resposta às necessidades das células.
Assim, para indivíduos com dimensões superiores a 1mm sobreviverem só têm duas possibilidades: ou são
unicelulares mas com um metabolismo muito baixo ou, para darem resposta às necessidades metabólicas, têm
de ser multicelulares.
Embora ainda não esteja bem esclarecida, pois o registo fóssil não é suficiente, pensa-se que a
multicelularidade tenha resultado de associações vantajosas entre eucariontes unicelulares que foram
evoluindo:
Atualmente, verifica-se a existência de agregados de seres eucariontes unicelulares da mesma espécie que
estabelecem ligações estruturais entre si, formando colónias ou agregados coloniais.
Pensa-se que:
● permite que os organismos tenham maiores dimensões, mantendo a relação área/volume ideal para a
realização de trocas com o meio;
● possibilita maior diversidade, proporcionando uma melhor adaptação a diferentes ambientes;
● diminuição da taxa metabólica, como resultado da especialização celular que permitiu uma utilização
de energia de forma mais eficaz;
● maior independência relativamente ao meio ambiente, devido a uma eficaz homeostasia (equilíbrio
dinâmico do meio interno) que resulta da interdependência entre os vários sistemas de órgãos.
Em suma, pode dizer-se de forma muito simples que a evolução das formas de vida se processou dos
procariontes para os eucariontes unicelulares e dos seres coloniais para os pluricelulares.
A especialização crescente gerou a grande diversidade de seres vivos existentes ao longo da História da Terra.
Atualmente, estima-se que existam entre 30 e 50 milhões de espécies diferentes.
2. Mecanismos de evolução:
Desde tempos remotos que o Homem tenta explicar a origem e a diversidade das espécies. Várias teorias
surgiram, enquadradas em dois grandes grupos: teorias fixistas e teorias evolucionistas.
● Fixismo:
1. foi a primeira tentativa de explicação da grande
diversidade de seres vivos existentes na Terra;
2. foi aceite durante muitos séculos, principalmente porque
era apoiada pela observação de gerações sucessivas de
seres vivos que eram sempre semelhantes;
3. admite que as espécies surgiram tal como se conhecem
actualmente e, que se mantiveram fixas e imutáveis ao
longo do tempo;
4. as espécies foram criadas independentemente umas das
outras;
5. as principais teorias fixistas são o criacionismo, o
espontaneísmo e o catastrofismo:
● Evolucionismo:
1. admite que as espécies se alteram de forma lenta e progressiva ao longo do tempo, dando origem a
novas espécies;
2. as espécies são originadas a partir de ancestrais comuns;
3. o ambiente intelectual em que o evolucionismo se estabeleceu foi influenciado pelas ideias de
mudança que surgiram, ao mesmo tempo, em todas as áreas do conhecimento;
4. construiu-se com o contributo e a colaboração de várias ciências e, em particular, da Geologia.
-» admite, ainda, uma progressão lenta e gradual dos organismos mais simples para os mais complexos.
– atribui à evolução uma intenção ou objetivo, ao afirmar que as alterações ocorrem devido à necessidade de
as espécies procurarem a perfeição, o que não se conseguiu provar cientificamente;
Esta teoria não vingou e o evolucionismo foi, temporariamente, posto de parte. Na altura em que surgiu era
impossível testar, cientificamente, alguns dos seus pontos e, por outro lado, as ideias fixistas ainda estavam
bem enraizadas.
● Darwinismo:
-»Charles Darwin, naturalista inglês, apresentou a teoria evolucionista como explicação para a biodiversidade;
–» Darwin baseou-se num conjunto de dados e informações recolhidos ao longo de mais de 20 anos,
destacando-se os recolhidos na viagem à volta do Mundo no Beagle;
1. – todas as espécies apresentam indivíduos com pequenas variações nas suas características;
2. – as populações tendem a crescer em progressão geométrica, originando mais descendentes do que
aqueles que podem sobreviver;
3. – o número de indivíduos de uma espécie não se altera significativamente de geração em geração;
4. – em cada geração, uma parte dos indivíduos é naturalmente eliminada na luta pela sobrevivência;
5. – sobrevivem os indivíduos que estiverem mais bem adaptados a um determinado meio, por
possuírem características mais vantajosas relativamente aos restantes;
6. – a selecção natural, feita pela Natureza, privilegia os indivíduos mais bem dotados e elimina os
menos aptos relativamente a determinadas condições do ambiente – sobrevivência do mais apto;
7. – os mais aptos, portadores das variações favoráveis, vivem durante mais tempo e reproduzem-se
mais e, como tal, transmitem as suas características aos descendentes por reprodução diferencial;
8. – a acumulação de pequenas variações ao longo das gerações determina, a longo prazo, a
transformação e o aparecimento de novas espécies.
9. – a principal crítica a esta teoria é o facto de não conseguir explicar as causas das variações existentes
nas populações.
-»O Lamarkismo e o Darwinismo explicam a diversidade de espécies existente através de processos evolutivos.
Contudo, embora ambos valorizem o papel do meio e da adaptação, os mecanismos de explicação que
apresentam são diferentes:
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2.2. Argumentos a favor do evolucionismo:
-»Apesar de haver lacunas nas explicações lamarckistas e darwinistas, a perspectiva evolucionista foi tendo
cada vez maior aceitação. Para apoiar o evolucionismo foram utilizados diversos argumentos, sendo os mais
importantes os argumentos de anatomia comparada, os argumentos da paleontologia e os argumentos da
citologia:
– a anatomia comparada baseia-se no estudo comparativo das formas e das estruturas dos organismos, ou
seja, no estabelecimento de semelhanças e diferenças entre os caracteres morfológicos;
– tem como objectivo estabelecer possíveis relações de parentesco entre seres vivos de diferentes grupos
taxonómicos;
– a existência de relações filogenéticas entre diferentes espécies é apoiada pela presença de estruturas
homólogas, análogas e vestigiais.
1. – estruturas homólogas:
● – são órgãos com um plano estrutural semelhante e com
origem embrionária semelhante;
● – por evolução divergente podem desempenhar diferentes
funções;
● são o resultado da actuação da selecção natural sobre os
mesmos indivíduos em diferentes meios; os indivíduos que
possuem estruturas que lhes conferem vantagem num
determinado habitat são seleccionados em detrimento
de outros;
Um órgão que era mais complexo vai evoluindo no sentido de se tornar mais simples, regredindo.
3. – estruturas vestigiais:
● – são estruturas atrofiadas que não possuem significado fisiológico em determinados grupos de seres
vivos mas que, noutros grupos são desenvolvidas e funcionais;
● – uma vez que eram órgãos desenvolvidos e funcionais em espécies ancestrais, constituem
importantes evidências anatómicas a favor do evolucionismo;
● – a selecção natural pode exercer pressões selectivas que favoreçam indivíduos com determinado
órgão desenvolvido mas, noutro meio, esse órgão pode ser desnecessário;
● – são evidentes em séries filogenéticas regressivas;
– existem vários exemplos: é o caso do apêndice intestinal, da membrana nictitante, dos músculos das orelhas,
das vértebras do cóccix e os dentes do siso no Homem.
4. – argumentos paleontológicos:
● – o estudo do registo fóssil fornece dados que apoiam o evolucionismo;
● – os fósseis de animais já extintos puseram em causa a ideia de imutabilidade defendida nas teorias
fixistas, permitindo concluir que na Terra já existiram seres vivos muito diferentes daqueles que
conhecemos actualmente;
● – quando o registo fóssil é mais completo, permite definir percursos evolutivos de determinados
grupos, partindo de um ancestral até às formas actuais – as séries ortogenéticas – através do
levantamento das modificações que se foram registando ao longo do tempo.
– existem fósseis que permitem documentar relações de parentesco (filogenéticas) entre espécies actualmente
muito afastadas e que não foram independentes quanto à sua origem – estes fósseis designam-se de formas
sintéticas ou fósseis de transição:
● – todos os seres vivos, apesar da grande diversidade que apresentam, são constituídos por células;
● – a célula é a unidade básica estrutural e funcional comum a todos os seres vivos;
● – se há uniformidade na constituição dos seres vivos, então, a sua origem deve ter sido comum;
● – os processos e mecanismos celulares são também semelhantes, constituindo um forte argumento a
favor da origem comum. Por exemplo, a mitose e a meiose são idênticas nas células animais e
vegetais.
2.3. Neodarwinismo – Teoria Sintética da Evolução:
-»Tal como foi enunciada por Darwin, a teoria da evolução apresentava alguns pontos que não foram
totalmente esclarecidos, como:
● mutações – são uma evidência que permite explicar as variações dos seres vivos;
● a Teoria da Hereditariedade de Mendel – que explica a transmissão das características de geração em
geração.
Com estes novos dados, a Teoria de Darwin é revista e surge uma nova teoria – o Neodarwinismo ou Teoria
Sintética da Evolução. Para explicar os mecanismos evolutivos, esta teoria apresenta duas ideias fundamentais,
a variabilidade genética e a selecção natural:
● a selecção natural actua sobre a diversidade, que é gerada pela variabilidade genética;
● a variabilidade genética resulta de mutações e da recombinação genética:
– Mutações:
– Recombinação genética:
● as populações são as unidades evolutivas, pois apresentam a variabilidade sobre a qual a selecção
natural vai
● cada conjunto génico confere potencialidades adaptativas aos indivíduos, num determinado meio e
num determinado
● as populações são conjuntos de indivíduos da mesma espécie que, num dado momento, ocupam uma
determinada
● quanto maior for a diversidade maior é a probabilidade de uma população se adaptar às mudanças
que ocorram no
Actualmente define-se evolução como uma mudança no fundo genético das populações, como resultado da
selecção natural.
O fundo genético de uma população:
● é o conjunto de todos os genes presentes nos indivíduos da população, num dado momento;
● pode ter genes mais frequentes do que outros;
● num ambiente em mudança, pode alterar-se porque o conjunto de genes mais favorável pode deixar
de o ser:
– alguns genes tornam-se mais frequentes, outros vão sendo progressivamente eliminados;
– os indivíduos com o conjunto génico que os torna mais aptos reproduzem-se mais e estes genes tornam-se
mais frequentes na população;
Os cientistas sentiram, ao longo do tempo, a necessidade de agrupar e classificar os seres vivos. Assim, ordenar
ou classificar os organismos vivos, atribuindo-lhes um nome (nomenclatura), tornou-se uma tarefa necessária
para referenciar os grupos de seres vivos de forma a melhor se compreender e conhecer a diversidade das
espécies existentes na Terra.
A classificação agrupa os seres vivos de acordo com critérios pré-estabelecidos. Assim, os grupos de seres vivos
formados dependem dos critérios selecionados.
A Taxonomia é o ramo da Biologia que se ocupa da classificação e da nomenclatura dos diferentes grupos de
seres vivos formados. Tem como finalidade adotar sistemas de classificação uniformes que expressem, da
melhor forma, o grau de semelhança entre os organismos.
Também relacionada com a classificação, a Sistemática recorre à Taxonomia e à Biologia Evolutiva e utiliza
todos os conhecimentos disponíveis sobre os seres vivos para compreender as suas relações de parentesco e a
sua história evolutiva, desenvolvendo sistemas de classificação que refletem essas relações.
1. Sistemas de classificação:
-»Com os avanços da Ciência e da Tecnologia, os conhecimentos sobre os seres vivos foram também evoluindo.
Assim, os critérios utilizados nas classificações e os próprios sistemas de classificação também se foram
alterando e evoluindo ao longo do tempo.
Os sistemas de classificação correspondem a formas de organização de dados respeitantes aos seres vivos que
se pretende classificar. À medida que vão surgindo novos dados sobre os seres e que os critérios de
classificação vão sendo revistos, as classificações podem ser alteradas. Por exemplo, a classificação dos seres
vivos em reinos sofreu diversas modificações:
1.2. Sistema de classificação de Whittaker:
● organização estrutural
● tipos de nutrição
– tem como base o processo de obtenção de alimento, os seres podem ser autotróficos fotossintéticos ou
quimiossintéticos ou podem ser heterotróficos, obtendo o alimento por ingestão ou por absorção.
– são as interacções alimentares que os organismos estabelecem no ecossistema, estão relacionadas com o
modo de nutrição. Assim, consideram-se:
– os microconsumidores, são heterotróficos decompositores ou saprófitos que obtêm o alimento por absorção
da matéria decomposta.
– este sistema tem sido muito criticado porque se baseia apenas em dados moleculares como critério de
classificação.
Conclui-se que a Taxonomia é uma ciência em constante evolução. Mas, apesar das novas propostas
apresentadas, o sistema de classificação de Whittaker em cinco reinos continua a ser um dos mais consensuais.
2. Taxonomia e nomenclatura:
2.1. Categorias taxonómicas:
-»À medida que o conhecimento biológico se foi desenvolvendo, aumentou também a variedade de
características utilizadas em Taxonomia.
● foi proposto por Lineu que, pelo seu contributo nesta área, foi considerado o “pai da Taxonomia”;
● corresponde a um modo de ordenação dos seres vivos, numa série ascendente;
● a espécie é a unidade básica de classificação;
● as espécies semelhantes agrupam-se em géneros, os géneros agrupam-se em famílias, as famílias em
ordens e as ordens em classes.
Cada categoria taxonómica é um táxon e os taxa principais são sete: Espécie, Género, Família, Ordem, Classe,
Filo/divisão, Reino.
Podem existir categorias intermédias que são indicadas com os prefixos: super, sub e infra.Da espécie para o
reino vai aumentando o número de organismos incluídos em cada nível, mas vai diminuindo o grau de
parentesco entre eles.
De acordo com o conceito biológico, a espécie é um grupo natural constituído por indivíduos com o mesmo
fundo genético, morfologicamente semelhantes e que se podem cruzar entre si originando descendentes
férteis. Os organismos da mesma espécie estão isolados reprodutivamente dos indivíduos de outras espécies,
pelo que é a única categoria taxonómica natural. Todas as outras são agrupamentos feitos pelo Homem.
Com a aceitação das ideias evolutivas, os agrupamentos taxonómicos formados passaram a representar
linhagens evolutivas. Assim, considera-se que dois seres vivos são tanto mais próximos quanto maior for o
número de taxa comuns a que pertencem.
A nomenclatura:
– esta língua já era usada desde a Idade Média havendo já muitos nomes atribuídos, pelo que não seria
necessário alterá-los;
– o Latim é uma língua morta, como não evolui, o significado das palavras não se altera.
– são duas palavras em latim: a primeira diz respeito ao género a que a espécie pertence e é um substantivo
escrito com inicial maiúscula; a segunda corresponde ao restritivo ou epíteto específico, é normalmente um
adjetivo escrito com inicial minúscula e identifica uma espécie dentro do género a que pertence.
● os grupos superiores à espécie são uninominais, formados por uma só palavra, que é um substantivo
escrito com inicial maiúscula;
● a nomenclatura das famílias constrói-se acrescentando uma terminação à raiz do nome de um dos
géneros: nos animais acrescenta-se idae; nas plantas a terminação é aceae. Existem excepções;
● quando as espécies têm subespécies, a nomenclatura é trinominal, consiste no nome da espécie
seguido do restritivo ou epíteto subespecífico;
● os nomes genéricos, específicos e subespecíficos devem ser escritos em tipo de letra diferente da do
texto corrente. Normalmente, utiliza-se o itálico, nos textos manuscritos sublinham-se estas
designações;
● depois da espécie deve escrever-se o nome ou a abreviatura do taxonomista que, pela primeira vez a
partir de 1758, atribuiu o nome científico;
● a data da publicação do nome da espécie também pode ser citada, neste caso coloca-se depois do
nome do autor, separada por uma vírgula.
Pela utilização das regras de nomenclatura, uniformizaram-se os nomes das categorias taxonómicas facilitando
a comunicação científica, pois estes nomes são os mesmos no mundo inteiro.