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1) Relembrando conceitos da física ................................................................................................................. 7


1. Átomos .................................................................................................................................................... 7
2. Prótons, nêutrons e números atômicos .................................................................................................. 7
3. Isótopos e pesos atômicos ...................................................................................................................... 8
4. Elétrons .................................................................................................................................................... 9
5. Íons ........................................................................................................................................................ 10
6. Compostos ............................................................................................................................................. 12
7. Moléculas .............................................................................................................................................. 13
8. Condutores ............................................................................................................................................ 14
2) Fundamentos da eletricidade .................................................................................................................... 15
9. Unidades fundamentais......................................................................................................................... 15
10. Unidades derivadas ........................................................................................................................... 16
11. Unidades e símbolos elétricos ........................................................................................................... 20
12. Múltiplos e submúltiplos ................................................................................................................... 20
13. Notação exponencial ......................................................................................................................... 22
14. Multiplicação e divisão usando expoentes........................................................................................ 23
15. Condutores e isoladores .................................................................................................................... 25
16. Tensão e resistência .......................................................................................................................... 26
17. Lei de Ohm......................................................................................................................................... 27
18. Resistência e resistividade................................................................................................................. 30
19. Energia e potência ............................................................................................................................. 32
20. Eletrostática ....................................................................................................................................... 35
21. Força entre cargas ............................................................................................................................. 36
22. Campos elétricos ............................................................................................................................... 37
23. Força do campo elétrico .................................................................................................................... 37
24. Permissividade ................................................................................................................................... 39
25. Eletromagnetismo ............................................................................................................................. 40
26. Força entre dois condutores de correntes ........................................................................................ 41
27. Campos magnéticos .......................................................................................................................... 41
28. Força do campo magnético ............................................................................................................... 42
3

29. Circuitos magnéticos ......................................................................................................................... 44


30. Relutância e permeabilidade ............................................................................................................. 46
31. Diagramas de circuitos ...................................................................................................................... 48
3) Componentes passivos .............................................................................................................................. 52
32. Resistores .......................................................................................................................................... 53
33. Classificações de Potência ................................................................................................................. 56
34. Marcações de resistências................................................................................................................. 58
35. Combinações de resistores, séries e paralelo ................................................................................... 60
36. Resistência e temperatura................................................................................................................. 63
37. Termistores ........................................................................................................................................ 66
38. Resistores dependentes de luz .......................................................................................................... 67
39. Resistores dependentes de tensão ................................................................................................... 68
40. Resistores variáveis ........................................................................................................................... 69
41. Capacitores ........................................................................................................................................ 72
42. Capacitância....................................................................................................................................... 76
43. Carga, capacitância e tensão ............................................................................................................. 77
44. Armazenamento de energia .............................................................................................................. 78
45. Capacitância e dimensões físicas....................................................................................................... 78
46. Especificações do capacitor ............................................................................................................... 79
47. Marcações de capacitor .................................................................................................................... 80
48. Combinação série e paralela de capacitores ..................................................................................... 82
49. Capacitores variáveis ......................................................................................................................... 84
50. Indutores ........................................................................................................................................... 84
51. DC através de uma bobina ................................................................................................................ 88
4) Circuitos de Corrente Contínua (CC) ......................................................................................................... 95
52. Leis de Kirchhoff ................................................................................................................................ 95
53. O divisor de tensão .......................................................................................................................... 101
54. O divisor de corrente ....................................................................................................................... 103
55. A ponte Wheatstone ....................................................................................................................... 106
56. Teorema de Thévenin ...................................................................................................................... 109
57. Teorema de Norton ......................................................................................................................... 112
58. Circuitos RC...................................................................................................................................... 115
59. Descarga do Capacitor ..................................................................................................................... 122
60. Circuitos LR ...................................................................................................................................... 127
5) Tensão e corrente alternadas .................................................................................................................. 130
61. Corrente alternada versus corrente contínua ................................................................................. 130
4

62. Formas de onda e sinais .................................................................................................................. 131


63. Frequência ....................................................................................................................................... 132
64. Tempo periódico (período).............................................................................................................. 133
65. Valores Média, pico, pico-pico e R.M.S. .......................................................................................... 134
66. Reatância ......................................................................................................................................... 137
67. Reatância capacitiva ........................................................................................................................ 137
68. Reatância indutiva ........................................................................................................................... 140
69. Impedância ...................................................................................................................................... 141
70. Fator de Potência ............................................................................................................................ 143
71. Circuitos L C ..................................................................................................................................... 145
72. Circuitos RLC .................................................................................................................................... 146
73. Ressonância ..................................................................................................................................... 147
74. Fator de qualidade (fator-Q) ........................................................................................................... 148
75. Transformadores ............................................................................................................................. 150
76. Relação de tensão ........................................................................................................................... 152
6) Semicondutores ....................................................................................................................................... 161
77. Diodos semicondutores ................................................................................................................... 161
78. Diodos Zener.................................................................................................................................... 171
79. Diodos de capacitância variável ...................................................................................................... 174
80. Tiristores .......................................................................................................................................... 176
81. TRIACs .............................................................................................................................................. 179
82. Diodos emissores de luz .................................................................................................................. 181
83. Codificação de diodo ....................................................................................................................... 183
84. Transistores de junção bipolar ........................................................................................................ 184
85. Operação BJT ................................................................................................................................... 185
86. Características do transistor bipolar................................................................................................ 187
87. Ganho atual ..................................................................................................................................... 190
88. Transistores de efeito de campo ..................................................................................................... 199
89. Circuitos integrados ......................................................................................................................... 205
7) Fontes de Alimentação ............................................................................................................................ 206
90. Transformador de Potência ............................................................................................................. 207
91. Retificador ....................................................................................................................................... 208
92. Circuitos de Filtro............................................................................................................................. 213
93. Filtros de ondulação aprimorados................................................................................................... 214
94. Reguladores de tensão .................................................................................................................... 215
8) Amplificadores Operacionais ................................................................................................................... 218
5

95. Símbolos e conexões ....................................................................................................................... 218


96. Parâmetros do amplificador operacional ........................................................................................ 219
9) Osciladores .............................................................................................................................................. 229
97. Feedback positivo ............................................................................................................................ 229
98. Condições para oscilação ................................................................................................................ 231
99. Oscilador de rede escalar ................................................................................................................ 232
100. Oscilador de ponte de Wien ............................................................................................................ 233
101. Multivibradores ............................................................................................................................... 236
102. Osciladores controlados por cristal ................................................................................................. 238
10) Circuitos lógicos ................................................................................................................................... 240
103. Funções lógicas ................................................................................................................................ 240
104. Lógica do interruptor e da lâmpada ................................................................................................ 240
105. Lógica AND....................................................................................................................................... 242
106. Lógica OR ......................................................................................................................................... 243
107. Portas lógicas ................................................................................................................................... 244
108. Lógica combinatória ........................................................................................................................ 246
109. Biestáveis ......................................................................................................................................... 247
110. Biestáveis do tipo D (Flip-Flop tipo D) ............................................................................................. 248
111. J-K Biestáveis (Flip-Flop tipo J-K) ..................................................................................................... 249
112. Níveis lógicos ................................................................................................................................... 250
113. Margem de ruído ............................................................................................................................. 251
11) O Timer LM-555 ................................................................................................................................... 252
114. Recursos internos ............................................................................................................................ 252
115. A família 555 .................................................................................................................................... 253
116. Gerador de Pulso Monostável ......................................................................................................... 254
117. Gerador de pulso Astável ................................................................................................................ 257
12) Microprocessador e Microcontrolador ............................................................................................... 260
118. Arquitetura de Harvard ................................................................................................................... 261
119. Famílias PIC ...................................................................................................................................... 262
120. Escolhendo um dispositivo PIC ........................................................................................................ 264
121. Dados binários ................................................................................................................................. 265
122. Conversão de números.................................................................................................................... 268
123. Unidades de medidas: bit, nibble, byte e word............................................................................... 270
124. Entendendo o microcontrolador ..................................................................................................... 272
125. Linguagem Assembly ....................................................................................................................... 295
126. Configurando os fuses (Fusíveis) ..................................................................................................... 296
6

127. Configurando entradas digitais ....................................................................................................... 300


13) Autoavaliação ...................................................................................................................................... 306
14) Bibliografia ........................................................................................................................................... 318

Olá! Seja bem-vindo aos cursos industriais a distância da ECID.


Esse material foi elaborado para ser sua apostila de consulta, sempre que
se deparar com dúvidas nas aulas ou videoaulas da plataforma do estudante.
Ela trata com detalhes minuciosos todos os tópicos do seu curso e pode ser
a base para quem não possui nenhuma experiência com as disciplinas que vai
estudar; além disso é um ótimo material para auxiliar no cotidiano.
Esta apostila é ideal para solucionar possíveis dúvidas que você tenha em
relação às experiências práticas sugeridas ao longo do curso.
É igualmente adequada para uso daqueles alunos que necessitem de uma
atualização antes de estudar eletroeletrônica e assuntos correlatos.
Por isso todas as experiências foram idealizadas para serem executadas
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Essa apostila é material básico de consulta para os cursos das


áreas:

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Esta apostila, em conjunto com as aulas apostiladas, videoaulas e exemplos


para que o aluno utilize os softwares de circuito; irá possibilitar ao aluno o
conhecimento necessário para a execução das atividades inerentes ao curso.
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1) Relembrando conceitos da física


1. Átomos
Toda a matéria consiste em incontáveis minúsculas partículas em constante
movimento. Essas partículas têm densidade muito alta.
A matéria parece contínua para nós apenas por causa do tamanho
submicroscópico das partículas e sua incrível velocidade. Cada elemento químico
tem seu próprio tipo de partícula chamado átomo.
Átomos de diferentes elementos sempre diferem. A menor mudança em um
átomo pode fazer uma tremenda diferença em seu comportamento.
Por exemplo, você pode viver respirando oxigênio puro, mas não pode
sobreviver em uma atmosfera que contém nitrogênio puro. O oxigênio fará com
que o metal seja corroído, mas o nitrogênio não. A madeira vai queimar em uma
atmosfera de oxigênio puro, mas não vai inflamar em nitrogênio puro. No
entanto, oxigênio e nitrogênio são gases à temperatura e pressão ambientes.
Nenhum dos dois tem cor ou odor. Essas duas substâncias diferem porque o
oxigênio tem oito prótons, enquanto o nitrogênio tem apenas sete.
A natureza fornece inúmeras situações em que uma ligeira mudança na
estrutura atômica faz uma grande diferença na forma como a matéria se
comporta. Em alguns casos, é possível forçar essas mudanças em átomos
(hidrogênio em hélio, por exemplo, em uma reação de fusão nuclear); em outros
casos, uma pequena mudança apresenta dificuldades tão grandes, que nunca
foram realizadas (transformar chumbo em ouro, por exemplo).

2. Prótons, nêutrons e números atômicos

O núcleo, ou parte central, de um átomo dá a um elemento sua identidade.


Um núcleo atômico contém dois tipos de partículas, o próton e o nêutron, ambos
com uma densidade incrível. Uma colher de chá de prótons ou nêutrons,
embalados juntos, pesaria toneladas na superfície da Terra. Prótons e nêutrons
têm massa quase idêntica, mas o próton tem uma carga elétrica, enquanto o
nêutron não.
8

O elemento mais simples e abundante do universo, o hidrogênio, tem um


núcleo contendo um próton.
Às vezes, um núcleo de hidrogênio tem um nêutron ou dois juntos com o
próton, mas não com muita frequência.
O segundo elemento mais comum é o hélio. Normalmente, um átomo de
hélio tem um núcleo com dois prótons e dois nêutrons.
Dentro do sol, a fusão nuclear converte hidrogênio em hélio, gerando a
energia que faz o sol brilhar.
O processo também é responsável pela energia produzida por uma bomba
de hidrogênio.
Cada próton no universo é idêntico a todos os outros prótons. Os nêutrons
são todos iguais também.
O número de prótons no núcleo de um elemento, ou número atômico, dá a
esse elemento sua identidade única. Com três prótons em um núcleo, é obtido o
lítio, um sólido de metal leve à temperatura ambiente que reage facilmente com
gases, como oxigênio ou cloro.
Com quatro prótons no núcleo, é obtido o berílio, também um sólido de
metal leve à temperatura ambiente. Adicione mais três prótons, no entanto, e
terá nitrogênio, que é um gás à temperatura ambiente.
Em geral, à medida que o número de prótons no núcleo de um elemento
aumenta, o número de nêutrons também aumenta. Elementos com altos
números atômicos, como o chumbo, são, portanto, muito mais densos do que
elementos com números atômicos baixos, como o carbono.
Se você segurar uma quantidade de chumbo em uma mão e um pedaço de
carvão de tamanho similar na outra mão, você notará essa diferença.

3. Isótopos e pesos atômicos

Para um dado elemento, como oxigênio, o número de nêutrons pode variar.


Mas não importa qual seja o número de nêutrons, o elemento mantém sua
identidade, baseado no número atômico. Números diferentes de nêutrons
resultam em vários isótopos para um dado elemento.
9

Cada elemento tem um isótopo particular que ocorre mais frequentemente


na natureza, mas todos os elementos possuem múltiplos isótopos.
Alterar o número de nêutrons no núcleo de um elemento resulta em uma
diferença no peso e também em uma diferença na densidade do elemento.
Químicos e físicos chamam de hidrogênio, a estrutura cujos átomos contêm um
nêutron ou dois átomos no núcleo do hidrogênio pesado (junto com o próton
solitário).
O peso atômico de um elemento é aproximadamente igual à soma do
número de prótons e do número de nêutrons no núcleo. O carbono comum tem
um peso atômico de 12, por isso recebe comumente o nome de carbono 12
(simbolizado por C12). Mas um isótopo menos frequentemente encontrado tem
um peso atômico muito próximo de 14, por isso chamado de carbono 14
(simbolizado por C14).

4. Elétrons

Ao redor do núcleo de um átomo, geralmente é encontrado um "enxame"


de partículas chamadas de elétrons. Um elétron carrega uma carga elétrica
quantitativamente igual, mas qualitativamente oposta, à carga de um próton.
Os físicos chamam arbitrariamente a carga de elétrons de negativa e a
carga de prótons positiva.
A carga em um único elétron ou próton constitui a menor quantidade
possível de carga elétrica. Todas as quantidades de carga, não importa quão
grandes sejam, teoricamente, são números múltiplos desta chamada carga
elétrica unitária.
Uma das primeiras ideias sobre o átomo retratou os elétrons embutidos no
núcleo.
Mais tarde, os cientistas imaginaram os elétrons em órbita do núcleo,
fazendo com que o átomo se parecesse com um sistema solar em miniatura, com
os elétrons como “planetas”, como mostra a Figura 1.1.
10

Figura 1.1 - Um modelo inicial do átomo, desenvolvido por volta do ano de 1900. A atração
eletrostática mantém os elétrons em “órbitas” ao redor do núcleo

Os elétrons podem se mover facilmente de um átomo para outro em alguns


materiais. Em outras substâncias, é difícil fazer com que os elétrons se movam.
Mas, em qualquer caso, é possível mover os elétrons muito mais facilmente do
que mover os prótons. A eletricidade quase sempre resulta, de alguma forma, do
movimento de elétrons em um material. Os elétrons são muito mais leves que
prótons ou nêutrons. De fato, comparado ao núcleo de um átomo, os elétrons
não pesam praticamente nada.
Muitas vezes, o número de elétrons em um átomo é igual ao número de
prótons. As cargas negativas, portanto, anulam exatamente as positivas, e assim
é obtido um átomo eletricamente neutro, onde “neutro” significa “ter uma carga
líquida de zero”. Sob algumas condições, um excesso ou escassez de elétrons
pode ocorrer. Altos níveis de energia radiante, calor extremo ou a presença de
um campo elétrico (discutido mais adiante) podem “derrubar” ou “jogar” os
elétrons soltos dos átomos, alterando o equilíbrio.

5. Íons
11

Se um átomo tem mais ou menos elétrons do que prótons, então o átomo


carrega uma carga elétrica.
A falta de elétrons produz uma carga positiva; um excesso de elétrons
produz uma carga negativa.
A identidade do elemento permanece a mesma, não importa quão grande
seja o excesso ou falta de elétrons. No extremo, todos os elétrons podem deixar
a influência de um átomo, deixando apenas o núcleo; mesmo assim, ainda há o
mesmo elemento.
Quando um átomo é eletricamente carregado ele é chamado de íon.
Quando uma substância contém muitos íons, diz-se que a substância está
ionizada.
Os gases na atmosfera da Terra tornam-se ionizados em altas altitudes,
especialmente durante algumas horas do dia.
Os gases ionizados concentram-se em várias altitudes, às vezes retornando
sinais de radiotransmissores baseados na superfície para a terra, permitindo a
transmissão e a comunicação a longa distância.
Um material ionizado pode conduzir a eletricidade razoavelmente bem,
mesmo sob condições normais, porém em algumas condições pode conduzir mal
ou não conduzir. O ar ionizado permite um relâmpago (uma descarga elétrica
rápida que causa um flash visível) com centenas ou até milhares de metros de
comprimento, por exemplo. A ionização, causada por um poderoso campo
elétrico, ocorre ao longo de um caminho estreito e irregular chamado canal.
Durante o raio, os núcleos atômicos atraem rapidamente os elétrons perdidos e
o ar retorna ao seu estado eletricamente neutro.
Um elemento pode existir como um íon e também como um isótopo
diferente do isótopo mais comum. Por exemplo, um átomo de carbono pode ter
oito nêutrons em vez dos seis habituais (portanto, é C14 em vez de C12), e pode
ter sido retirado de um elétron, gerando uma carga elétrica unitária positiva
(portanto, é um íon positivo). Físicos e químicos chamam o cátion de positivo e
íon de negativo.
12

6. Compostos

Átomos de dois ou mais elementos diferentes podem se unir


compartilhando elétrons, formando um composto químico. Um dos compostos
mais comuns é a água, o resultado de dois átomos de hidrogênio se unindo a um
átomo de oxigênio. Como você pode imaginar, muitos compostos químicos
ocorrem na natureza, e é possível criar muito mais em laboratórios químicos.
Um composto difere de uma simples mistura de elementos. Se for
misturado gás hidrogênio com gás oxigênio, será obtido um gás incolor e inodoro.
Mas uma faísca ou chama fará com que os átomos se combinem em uma reação
química para oferecer o composto chamado de água, liberando luz e energia
térmica.
Sob condições ideais, uma explosão violenta ocorrerá quando os átomos se
fundirem quase instantaneamente, produzindo uma partícula “híbrida”, como
mostrado na Figura 1.2.

Figura 1.2- Dois átomos de hidrogênio compartilham elétrons com um único átomo de oxigênio
13

Os compostos frequentemente, (mas nem sempre) têm propriedades que


diferem drasticamente de (ou de qualquer um) dos elementos que os compõem.
À temperatura e pressão ambiente, tanto o hidrogênio quanto o oxigênio
são gases. Mas sob as mesmas condições, a água existe principalmente na forma
líquida. Se a temperatura cair o suficiente, a água ficará sólida à pressão normal.
Se ficar quente o suficiente, a água se torna um gás, inodoro e incolor, assim
como o hidrogênio ou o oxigênio.
Outro exemplo comum de um composto é a ferrugem, que se forma quando
o ferro se une ao oxigênio. Enquanto o ferro aparece para nós como um sólido
cinza opaco e o oxigênio aparece como um gás, a ferrugem aparece como um pó
marrom avermelhado, completamente diferente de ferro ou oxigênio. A reação
química que produz ferrugem requer muito mais tempo do que a reação que
produz água.

7. Moléculas

Quando átomos de elementos se juntam em grupos de dois ou mais, as


partículas resultantes são chamadas de moléculas.
A Figura 1.2 retrata uma molécula de água. Átomos de oxigênio na
atmosfera da Terra geralmente se emparelham para formar moléculas, então, às
vezes, você verá o oxigênio simbolizado como O2. O "O" representa oxigênio, e
o 2 subscrito indica dois átomos por molécula.
A água é simbolizada escrevendo H2O, para mostrar que cada molécula
contém dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio.
Às vezes átomos de oxigênio existem por si mesmos; então, a partícula
básica é conhecida como O, indicando um átomo solitário. Às vezes, três átomos
de oxigênio “se unem” para produzir uma molécula de ozônio, um gás que recebe
atenção em notícias ambientais. O ozônio pode ser simbolizado escrevendo O3.
Quando um elemento ocorre como átomos únicos, a substância é chamada
de monoatômica.
Quando um elemento ocorre como moléculas de dois átomos, a substância
é chamada de diatômica. Quando um elemento ocorre como moléculas de três
átomos, a substância é chamada de triatômica.
14

Independente se a substância é encontrada em forma sólida, líquida ou


gasosa, toda a matéria consiste em moléculas ou átomos que se movem
constantemente. À medida que a temperatura é aumentada, as partículas em
qualquer meio se movem mais rápido. Em um sólido, são encontradas moléculas
interligadas em uma matriz rígida para que elas não possam se mover muito
(Figura 1.3A), embora elas vibrem continuamente. Em um líquido, existe mais
espaço entre as moléculas (Figura 1.3B), permitindo que elas deslizem ao redor.
Em um gás, ainda mais espaço separa as moléculas, para que elas possam voar
livremente (Figura 1.3C), às vezes colidindo umas com as outras.

Figura 1.3 - Representações simplificadas de arranjos moleculares em um sólido (A), um líquido


(B) e um gás (C)

8. Condutores

Condutor elétrico pode ser definido como uma substância na qual os


elétrons podem se mover com facilidade. O condutor mais conhecido em
temperatura ambiente é a prata pura.
O cobre e o alumínio também conduzem bem a eletricidade à temperatura
ambiente. Vários outros metais constituem bons condutores. Na maioria dos
circuitos e sistemas elétricos, são encontrados fios de cobre ou alumínio.
Alguns líquidos conduzem eletricidade muito bem. Mercúrio é um bom
exemplo. A água salgada conduz razoavelmente bem, mas depende da
concentração do sal dissolvido. Gases ou misturas de gases, como o ar,
geralmente não conduzem a eletricidade porque as grandes distâncias entre os
átomos ou as moléculas impedem a livre troca de elétrons. Se um gás se torna
ionizado, no entanto, ele pode conduzir razoavelmente bem.
15

Em um condutor elétrico, os elétrons “pulam” de um átomo para o outro


(Figura 1.4), predominantemente de locais carregados negativamente em direção
a locais carregados positivamente. Em um circuito elétrico típico, muitos trilhões,
quadrilhões ou quintilhões de elétrons passam por um determinado ponto a cada
segundo. Este assunto será discutido mais adiante nesta aula.

Figura 1.4 –Caminho do Elétron

2) Fundamentos da eletricidade
9. Unidades fundamentais

As unidades usadas para descrever as grandezas físicas desse curso são


padronizadas dentro do Sistema de Internacional de Unidades. Este sistema SI
baseia as sete unidades fundamentais (veja a Tabela 2.1).

Tabela 2.1 - Sistema de Internacional de Unidades

Quantidade Unidade Abreviação


Corrente Ampere A
Comprimento metro m
Luminosidade Candela cd
Massa Quilograma Kg
Temperatura Kelvin K
Tempo Segundo s
Tensão Volts V
Resistencia Ohms Ω
16

(Note que 0 K é igual a -273 ° C e um intervalo de 1 K é o mesmo que um


intervalo de 1 ° C.)

10. Unidades derivadas

Todas as outras unidades são derivadas dessas sete unidades


fundamentais. Estas unidades derivadas geralmente têm seus próprios nomes e
aqueles comumente encontrados em circuitos elétricos são resumidos na Tabela
2.2, juntamente com as correspondentes quantidades físicas.
Se você considerar a notação exponencial mostrada na tabela abaixo um
pouco confusa, lembre-se que:
V-1 é simplesmente 1 / V, s-1 é 1 / s, m-2 é 1 / m-2 e assim por diante.

Tabela 2.2 – Tabela de grandezas eletroeletrônicas mais comuns

Exemplo 2.1
A unidade de densidade de fluxo (o Tesla) é definida como o fluxo
magnético por unidade de área. Expresse isso em termos das unidades
fundamentais.

Solução
A unidade de fluxo do SI é o Weber (Wb). Área é diretamente proporcional
ao comprimento ao quadrado e expressa em termos das unidades fundamentais
do SI, isso é metros quadrados (m2). Dividindo o fluxo (Wb) pela área (m2) você
17

irá obter Wb / m2 ou Wb m-2, então, em termos das unidades fundamentais do


SI, o Tesla é expresso em Wb m-2.

Exemplo 2.2
A unidade de potencial elétrico, o volt (V), é definida como a diferença de
potencial entre dois pontos em um condutor que, ao carregar uma corrente de
um amp (A), dissipa uma potência de um watt (W). Expresse o volt (V) em termos
de joules (J) e coulombs (C).

Solução
Em termos das unidades derivadas:

Volts= watts/ampères= (joule/segundos) /ampères


Joules/ (ampères x segundos) = joules/coulombs

Note que: watts = joules / segundos e também que ampères × segundos


= coulombs
Alternativamente, em termos dos símbolos usados para identificar as
unidades:

V= W/A= (J/s)/A= J/As= J/C= 〖JC〗^(-1)

Assim, um volt é equivalente a um joule para coulomb.

Você pode achar estranho se preocupar com ângulos em circuitos elétricos.


A razão para isso é simplesmente que, em circuitos CA, os sinais são
baseados em ondas repetitivas (muitas vezes sinusoidais). Você pode se referir
a uma onda de uma das duas formas básicas, seja em termos de tempo, desde
o início do ciclo, ou em termos de ângulo (um ciclo começa a 0° e termina como
360 ° (veja a Figura 2.1)).
18

Figura 2.1-Um ciclo de uma tensão de onda senoidal

Na prática, muitas vezes é mais conveniente usar ângulos em vez de


tempo; no entanto, os dois métodos de medição são intercambiáveis e é
importante poder trabalhar em qualquer uma dessas unidades.
Nos circuitos elétricos, os ângulos são medidos em graus ou radianos
(ambos são unidades estritamente adimensionais). Você já deve estar
familiarizado com a medida angular em graus onde uma revolução circular
completa é equivalente a uma mudança angular de 360°.
O método alternativo de medir ângulos, o radiano, é definido de forma
diferente. É o ângulo subtendido no centro de um círculo com comprimento que
é igual ao raio do círculo (veja a Figura 2.2).
Figura 2.2- Definição do radiano
19

Às vezes você pode achar que é preciso converter de radianos em graus e


vice-versa.
Uma revolução circular completa é equivalente a uma rotação de 360 ° ou
2π radianos (note que π é aproximadamente igual a 3,142).
Assim, um radiano é equivalente a 360 / 2π graus (ou aproximadamente
57,3 °).
Tente lembrar as seguintes regras que vão ajudá-lo a converter ângulos
expressos em graus para radianos e vice-versa.

De graus a radianos, divida por 57,3.


De radianos a graus, multiplique por 57,3.

Exemplo 2.3
Expresse uma revolução de um quarto de ciclo em termos de:
(a) graus;
(b) radianos.

Solução
(a) Existem 360 ° num ciclo completo (isto é, uma revolução completa).
Portanto, há (360/4) ° ou 90 ° em um quarto de um ciclo.
(b) Existem 2π radianos em um ciclo completo. Assim, há 2π / 4 ou π / 2
radianos em um quarto de um ciclo.

Exemplo 2.4
Expresse um ângulo de 215 ° em radianos.

Solução
Para converter de graus para radianos, dívida por 57.3. Sabe-se que 215 °
é equivalente a 215 / 57.3 = 3.75 radianos.

Exemplo 2.5
Expresse um ângulo de 2,5 radianos em graus.
20

Solução
Para converter de radianos em graus, multiplique por 57.3. Portanto, 2,5
radianos é equivalente a 2,5 × 57,3 = 143,25 °.

11. Unidades e símbolos elétricos

A Tabela 2.3 mostra as unidades e símbolos que são comumente


encontrados em circuitos elétricos. É importante obter essas unidades e ser
capaz de reconhecer suas abreviaturas e símbolos.

Tabela 2.3-Unidades Elétricas

12. Múltiplos e submúltiplos

Infelizmente, muitas das unidades derivadas são ou muito grandes ou


muito pequenas para um conveniente uso diário, mas é possível tornar a vida um
pouco mais fácil usando um intervalo padrão de múltiplos e submúltiplos (veja a
Tabela 2.4).
21

Tabela 2.4-Múltiplos e submúltiplos

Exemplo 2.6
Uma lâmpada indicadora requer uma corrente de 0,075 A.
Expresse isso em mA.

Solução
Você pode expressar a corrente em mA (em vez de em A) simplesmente
movendo o ponto decimal três casas para a direita. Portanto, 0,075 A é o mesmo
que 75 mA.

Exemplo 2.7
Um transmissor de rádio de ondas médias opera em frequência de 1.495
kHz. Expresse sua frequência em MHz.

Solução
Para expressar a frequência em MHz em vez de kHz é preciso mover o
ponto decimal três casas para a esquerda. Portanto 1,495 kHz é equivalente a
1,495 MHz.

Exemplo 2.8
Expresse o valor de um 27.000 pF em μF.
22

Solução
Para expressar o valor em μF ao invés de pF é preciso mover o ponto
decimal seis casas para a esquerda. Portanto, 27.000 pF é equivalente a 0,027
μF (note que foi necessário introduzir um zero extra antes do 2 e depois do ponto
decimal).

13. Notação exponencial

A notação de expoente (ou notação científica) é útil quando se lida com


uma quantidade de valor muito pequena ou muito grande. Vale a pena se
familiarizar com isso, já que a notação exponencial permite que você simplifique
as quantidades antes de usá-las em fórmulas.
Os expoentes são baseados em potências de dez. Para expressar um
número em notação exponencial, ele deve ser dividido em duas partes.
A primeira parte é geralmente um número no intervalo de 0,1 a 100,
enquanto a segunda parte é um multiplicador expresso como uma potência de
dez.
Por exemplo, 251.7 pode ser expresso como 2.517 × 100, ou seja 2.517 ×
102. Também pode ser expresso como 0,2517 × 1.000, ou seja, 0,2517 × 103.
Em ambos casos, o expoente é o mesmo que o número de zeros no
multiplicador (2 no primeiro caso e 3 no segundo caso).
Para resumir:
251,7 = 2,517 × 102 = 0,2517 × 103
Como outro exemplo, 0.01825 pode ser expresso como 1,825 / 100, ou
seja 1,825 × 10-2.
Também pode ser expresso como 18,25 / 1.000, ou seja, 18,25 × 10-3.
Novamente, o expoente é o mesmo que o número de zeros, mas o sinal de
menos é usado para denotar um multiplicador fracionário. Para resumir: 0,01825
= 1,825 × 10-2 = 18,25 × 10-3.
23

Exemplo 2.9
Uma corrente de 7,25 mA flui em um circuito. Expresse essa corrente em
ampères usando notação exponencial.

Solução
1 mA = 1 × 10-3 A, portanto, 7,25 mA = 7,25 × 10-3 A.

Exemplo 2.10
Uma tensão de 3.75 × 10-6 V aparece na entrada de um amplificador.
Expresse esta voltagem em (a) V e (b) mV, usando a notação expoente.

Solução
(a) 1 × 10-6 V = 1 μV s ou 3,75 × 10-6 V = 3,75 μV.
(b) Existem 1.000 μV em 1 mV ou você pode dividir o resultado anterior
por 1.000 para expressar a voltagem em mV.
Sabe-se que 3,75 μV = 0,00375 mV.

14. Multiplicação e divisão usando expoentes

A notação exponencial realmente se torna independente quando os valores


precisam ser multiplicados ou divididos.
Ao multiplicar dois valores expressos usando expoentes, basta adicionar o
expoente.
Segue um exemplo:
(2 × 102) × (3 × 106) = (2 × 3) × 10 (2 + 6) = 6 × 108
Da mesma forma, ao dividir dois valores que são expressos usando
expoentes, você só precisa subtrair os expoentes.
Como exemplo:
(4 × 106) ÷ (2 × 104) = 4/2 × 10 (6-4) = 2 × 102
24

Em ambos os casos, é importante lembrar de especificar as unidades,


múltiplos e submúltiplos em que você está trabalhando (por exemplo, A, kΩ, mV,
μF, etc.).

Exemplo 2.11
Uma corrente de 3 mA flui em uma resistência de 33 kΩ.
Determine a tensão sobre o resistor.

Solução
A tensão é igual à corrente multiplicada pela resistência assim:
V = I × R = 3 mA × 33 kΩ
Expressar isso usando a notação exponencial fornece:
V = (3 × 10-3) × (33 × 103) V
Separar os expoentes dá:
V = 3 × 33 × 10−3 × 103 V
Assim V = 99 × 10(−3+3) = 99 × 100 = 99 × 1 = 99 V.

Exemplo 2.12
Uma corrente de 45 μA flui em um circuito. Quanta carga é transferida em
um intervalo de tempo de 20 ms?

Solução
A carga é igual à corrente multiplicada pelo tempo assim:
Q = I t = 45 µA × 20 ms
Expressar isso na notação exponencial fornece:
Q = (45 × 10-6) × (20 × 10-3) coulomb
Separar os expoentes oferece:
Q = 45 × 20 × 10-6 × 10-3 coulombs
Assim Q = 900 × 10 (-6-3) = 900 × 10-9 = 900 nC
25

Exemplo 2.13
Uma potência de 300 mW é dissipada em um circuito quando uma voltagem
de 1.500 V é aplicada.
Determine a corrente fornecida ao circuito.

Solução
A corrente é igual à potência dividida pela tensão assim:
I = P / V = 300 mW / 1,500 V ampères
Expressar isso na notação exponencial fornece:
I = (300 × 10−3)/(1.5 × 103) A
Separando os expoentes:
I = (300/1.5) × (10−3/103 ) A
I = 300/1.5 × 10−3 × 10−3 A
Assim, I = 200 × 10(−3−3) = 200 × 10−6 = 200 μA

15. Condutores e isoladores

Corrente elétrica é o nome dado ao fluxo de elétrons (ou portadores de


carga negativa).
Elétrons orbitam em torno do núcleo dos átomos, assim como a Terra orbita
em torno do Sol (veja a Figura 2.3). Eles são mantidos em uma ou mais órbitas,
restritos a seus caminhos orbitais em virtude de uma força de atração em direção
ao núcleo que contém um igual número de prótons (portadores de carga
positiva).
26

Figura 2.3- Um único átomo de hélio (He) mostrando seus dois elétrons em órbita ao redor de
seu núcleo

Como cargas iguais repelem, ao contrário de cargas diferentes que se


atraem; elétrons carregados negativamente são atraídos para o núcleo
positivamente carregado.
Um princípio similar pode ser demonstrado observando a atração entre dois
ímãs permanentes; os dois polos norte dos ímãs se repelem, enquanto polo norte
e sul se atraem.
Do mesmo jeito, as cargas diferentemente do elétron negativo e o próton
positivo experimentam uma força de mútua atração.
Os elétrons da camada externa de um condutor podem ser facilmente
intercambiados entre átomos adjacentes dentro da rede de átomos dos quais a
substância é composta. Isso torna possível para o material conduzir eletricidade.
Exemplos típicos de condutores são metais como cobre, prata, ferro e alumínio.
Por contraste, os elétrons da camada externa de um isolador são
firmemente ligados a seus átomos e o intercâmbio de elétrons é possível.
Exemplos de isoladores típicos são plásticos, borracha e materiais cerâmicos.

16. Tensão e resistência

A capacidade de uma fonte de energia (por exemplo, uma bateria) de


produzir uma corrente dentro de um condutor pode ser expressa em termos de
27

força eletromotriz (F.E.M.) Sempre que uma F.E.M. é aplicada a um circuito existe
uma diferença de potencial (D.D.P.).
Ambos F.E.M. e D.D.P são medidos em volts (V). Em muitos circuitos
práticos existe apenas uma F.E.M. presente (a bateria ou suprimento) enquanto
uma D.D.P será desenvolvida em cada componente presente no circuito.
O fluxo convencional de corrente em um circuito é a partir do ponto de
maior potencial positivo para o ponto de maior potencial negativo (note que os
elétrons se movem na direção oposta).
Uma característica essencial desse circuito é que a F.E.M. aplicada não
muda sua polaridade (mesmo que seu valor possa estar sujeito a alguma
flutuação).
Para qualquer condutor, a corrente fluindo é diretamente proporcional ao
F.E.M. aplicado.
A corrente fluindo também dependerá das dimensões físicas (comprimento
e área transversal) do material do qual o condutor é composto.
A quantidade de corrente que fluirá em um condutor quando uma dada
F.E.M. é aplicada é inversamente proporcional à sua resistência.
A resistência, portanto, pode ser pensada como uma oposição ao fluxo de
corrente, quanto maior a resistência menor será a corrente que fluirá (assumindo
que a F.E.M. aplicado permanece constante).

17. Lei de Ohm

Desde que a temperatura não varie, a D.D.P através das extremidades de


um condutor em relação a corrente que flui no condutor é constante.
Esse relacionamento é conhecido como Lei de Ohm e leva ao
relacionamento:

V / I = uma constante = R

Onde V é a diferença de potencial (ou tensão) em volts (V), I é a corrente


em ampères (A), e R é a resistência em Ohms (Ω), veja a Figura 2.4.
28

Figura 2.4 - Circuito simples para ilustrar a relação entre tensão (V), corrente (I) e resistência
(R). Note que a direção de fluxo de corrente convencional é de positivo para negativo

A fórmula pode ser organizada para fazer V, I ou R, como segue:

V = I × R, I = V / R e R = V / I

O triângulo mostrado na Figura 2.5 deve ajudar você a lembrar desses três
relacionamentos importantes.
No entanto, é importante notar que, ao realizar cálculos de correntes,
tensões e resistências em circuitos práticos raramente é necessário trabalhar com
uma precisão melhor que ± 1%, simplesmente porque as tolerâncias dos
componentes são geralmente maiores que isso.
Além disso, nos cálculos envolvendo a Lei de Ohm, às vezes pode ser
conveniente trabalhar em unidades de kΩ e mA (ou MΩ e μA), caso em que as
diferenças potenciais serão expressas diretamente em V.
29

Figura 2.5-Triângulo mostrando o relacionamento entre V, I e R

Exemplo 2.14
Um resistor de 12Ω está conectado a uma bateria de 6 V.
Qual corrente fluirá no resistor?

Solução
Aqui você deve usar I = V / R (onde V = 6 V e R = 12 Ω):

I = V / R = 6 V / 12 Ω = 0,5 A (ou 500 mA)

Assim, uma corrente de 500 mA fluirá no resistor.

Exemplo 2.15
Uma corrente de 100 mA flui em um resistor de 56Ω.
Que queda de tensão (diferença de potencial) será desenvolvida através do
resistor?

Solução
Aqui você deve usar:
30

V = I × R e garantir que sejam trabalhadas as unidades de volts (V),


ampères (A) e ohms (Ω).
V = I × R = 0,1 A × 56 Ω = 5,6 V
(Note que 100 mA é o mesmo que 0,1 A.)
Este cálculo mostra que um D.D.P. de 5,6 V será desenvolvido através do
resistor.

Exemplo 2.16
Uma queda de tensão de 15 V aparece em um resistor com uma corrente
de 1 mA.
Qual é o valor da resistência?

Solução
R = V / I = 15 V / 0,001 A = 15.000 Ω = 15 kΩ
Note que muitas vezes é mais conveniente trabalhar em unidades de mA e
V, o que produzirá uma resposta diretamente em kΩ, ou seja R = V / I = 15 V /
1 mA = 15 kΩ.

18. Resistência e resistividade

A resistência de um condutor metálico é diretamente proporcional ao seu


comprimento e inversamente proporcional à sua área.
A resistência é também diretamente proporcional à sua resistividade (ou
resistência específica).
A resistividade é definida como a resistência medida entre as faces opostas
de um cubo com lados de 1 cm.
A resistência, R, de um condutor é assim dada pela fórmula:

R=ρ×l/A

Onde R é a resistência (ft), ρ é a resistividade (Ωm), l é o comprimento (m)


e A é a área (m2).
A Tabela 2.5 mostra as propriedades elétricas de alguns metais comuns.
31

Tabela 2.5- Propriedades de alguns materiais comuns

Exemplo 2.17
Uma bobina consiste em um comprimento de 8m de fio de cobre com uma
área transversal de 1 mm2. Determine a resistência da bobina.

Solução
Será usada a fórmula R = ρ l / A.
O valor de ρ para cobre recozido dado na tabela 2.5 é 1,724 × 10−8 Ωm.
O comprimento do fio é 4 m enquanto a área é de 1 mm2 ou 1 × 10-6 m2

Nota:
É importante ser consistente no uso de unidades de metros por
comprimento e metros quadrados por área.

Daí a resistência da bobina será dada por:

1.724 𝑥 10 𝑥8
𝑅= = 13.724 𝑥 10( )
1𝑥10
32

Assim R = 13.792 x 10-2 ou 0.13792Ω

Exemplo 2.18
Um fio com resistividade de 1.724 × 10−8 Ωm, 20 m de comprimento e área
transversal 1 mm2 com uma corrente de 5 A.
Determine a queda de tensão entre as extremidades do fio.

Solução
Primeiro você deve encontrar a resistência do fio (como no Exemplo 2.17):

𝜌𝑙 1.6 𝑥 10 𝑥 20
𝑅= = = 32 𝑥 10 = 0,32Ω
𝐴 1𝑥10

A queda de tensão pode agora ser calculada usando Lei de Ohm:


V = I × R = 5A × 0,32 Ω = 1,6 V
Este cálculo mostra que há um potencial de 1,6 V (queda de tensão) entre
as extremidades do fio.

19. Energia e potência

No começo você pode estar um pouco confuso sobre a diferença entre


energia e potência.
Simplificando, energia (ε) está associada à capacidade de um corpo em
produzir trabalho, ou seja, ação, movimento. Existem várias formas de energia:
elétrica, química, nuclear, cinética, potencial, mecânica, calorífica. Potência (P) é
a quantidade de energia por variação de tempo (t).
A energia elétrica é convertida em várias outras formas de energia por
componentes como resistores (produção de calor), alto-falantes (produzindo som
energia) e diodos emissores de luz (produzindo luz).
A unidade de energia é o Joule (J).
A potência é a taxa de uso de energia, medida em watts (W).
Uma potência de 1 W resulta da energia sendo usada a uma taxa de 1 J
por segundo.
33

Portanto:
P=W/t

Onde P é a potência em watts (W), W é a energia em joules (J) e t é o


tempo em segundos (s).
A potência em um circuito é equivalente ao produto de tensão e corrente.
Consequentemente:

P=I×V

Onde P é a potência em watts (W), I é a corrente em ampères (A) e V é a


voltagem em volts (V).
A fórmula pode ser organizada para fazer P, I ou V, como segue:

P = I × P, I = P / V e V = P / I

O triângulo mostrado na Figura 2.6 deve ajudar você a se lembrar desses


relacionamentos.
A relação, P = I × V, pode ser combinada com o que resulta da Lei de Ohm
(V = I × R) para produzir mais dois relacionamentos.
Primeiro, substituindo V:

P = I × (I × R) = I 2 R

Em segundo lugar, reorganizando a fórmula para:

P = (V / R) × V = V 2 / R
34

Figura 2.6 Triângulo mostrando o relacionamento entre P, I e V

Exemplo 2.19
Uma corrente de 1,5 A é extraída de uma bateria de 3 V.
Qual potência é fornecida?

Solução
Aqui você deve usar P = I × V (onde = 1,5 A e V = 3 V).

P = I × V = 1,5 A × 3 V = 4,5 W

Por isso, é fornecida uma potência de 4,5 W.

Exemplo 2.20
Uma queda de tensão de 4V aparece em um resistor de 100Ω. Qual
potência é dissipada no resistor?

Solução
Aqui é usado P = V 2 / R (onde V = 4 V e R = 100 Ω).

P = V 2 / R = (4 V × 4 V) / 100 Ω = 0,16 W
35

Portanto, o resistor dissipa uma potência de 0,16 W (ou 160 mW).

Figura 2.7 - Conjunto completo de fórmulas que compõe a lei de Ohm (durante todo curso você
vai utilizar essas equações)

Exemplo 2.21
Uma corrente de 20 mA flui em um resistor de 1 kΩ. Qual a potência
dissipada no resistor?

Solução
Aqui você deve usar P = I 2 × R, para tornar a resolução um pouco mais
fácil, trabalhe com mA e kΩ (nesse caso a resposta será em mW).

P = I2 × R = (20 mA × 20 mA) × 1 kΩ = 400 mW

Assim, uma potência de 400 mW é dissipada no resistor de 1 kΩ.

20. Eletrostática

Se um condutor tem um déficit de elétrons, ele exibe uma carga positiva.


Se, por outro lado, ele tem um excedente de elétrons, ele irá exibir uma carga
negativa. Um desequilíbrio na carga pode ser produzido por fricção (remoção ou
depósito de elétrons usando materiais como seda e peles, etc.) ou indução
36

(atraindo ou repelindo elétrons usando um segundo corpo que é,


respectivamente, positivamente ou negativamente carregado).

21. Força entre cargas

A Lei de Coulomb afirma que, se os corpos carregados existem em dois


pontos, a força de atração (se as cargas são de polaridade oposta) ou repulsão
(se as cargas tiverem a mesma polaridade) serão proporcionais ao produto da
magnitude das cargas dividido pelo quadrado de sua distância.

Lei de Coulomb:

 A força de interação entre duas partículas é proporcional ao produto de


suas cargas, e inversamente proporcional ao quadrado da distância.

Portanto:

𝐾𝑄 𝑥 𝑄
𝐹=
𝑟

Onde Q1 e Q2 são as cargas presentes em dois pontos (em coulombs), r é


a distância separando os dois pontos (em metros), F é a força (em newtons) e k
é uma constante dependendo do meio em que as cargas existem.

No vácuo ou "espaço livre",

1
𝑘=
4

Onde ε0 é a permissividade do vácuo (8.854 × 10−12 C/Nm2).


Combinando as duas equações anteriores, você tem:

𝐾𝑄 𝑥 𝑄
𝐹= 𝑛𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠
4𝜋 𝑥 8.854 𝑥 10 𝑟
37

22. Campos elétricos

A força exercida sobre uma partícula carregada é uma manifestação da


existência de um campo elétrico
O campo elétrico define a direção e magnitude de uma força em um objeto
carregado.
O campo em si é invisível ao olho humano, mas pode ser desenhado
construindo linhas que indiquem o movimento de uma carga positiva livre dentro
do campo, o número de linhas do campo em uma determinada região é usado
para indicar a força relativa do campo no ponto em questão.
As figuras 2.8 e 2.9 mostram os campos elétricos entre cargas da mesma
polaridade e cargas opostas enquanto a Figura 2.10 mostra o campo que existe
entre duas placas paralelas carregadas.
Você verá mais a respeito deste assunto em particular, quando for
introduzido ao tema capacitores.

23. Força do campo elétrico

A força de um campo elétrico (E) é proporcional à diferença de potencial


aplicada e inversamente proporcional à distância entre os dois condutores. A
intensidade do campo elétrico é dada por:

E=V/d

Onde E é a intensidade do campo elétrico (V / m),


V é a diferença de potencial aplicada (V) e d é a distância (m).
38

Figura 2.8- Campo elétrico entre duas cargas Figura 2.9- Campo elétrico entre duas cargas
de polaridades opostas elétricas iguais (neste caso, ambas positivas)

Exemplo 2.22
Dois condutores paralelos são separados por uma distância de 25 mm.
Determine a força do campo elétrico se forem alimentados a partir de 600 VCC.

Solução
A intensidade do campo elétrico será dada por:

E = V / d = 600/25 × 10−3 = 24 kV / m

Figura 2.10- Campo elétrico entre dois eletrodos paralelos


39

24. Permissividade

A quantidade de carga produzida nas duas placas mostradas na Figura 2.10


para uma determinada tensão aplicada depende não apenas das dimensões
físicas, mas também do material dielétrico isolante que aparece entre as placas.
Tais materiais precisam ter um valor muito alto de resistividade,
juntamente com a capacidade de suportar altas voltagens sem romper.
Um arranjo mais prático é mostrado em Figura 2.11. Neste arranjo a
relação de carga, Q, a diferença de potencial, V, é dada pela relação:

𝑄 𝜀𝐴
=
𝑉 𝑑

Onde A é a área de superfície das placas (em m2), d é a separação (em m)


e ε é uma constante para o material dielétrico conhecido como permissividade
absoluta do material (às vezes também referida como constante dielétrica). A
permissividade absoluta de um material dielétrico é o produto da permissividade
do espaço livre (ε0) e a permissividade relativa (εr) do material. Portanto:

𝑄 𝜀 𝜀 𝐴
𝜀 = 𝜀 𝑥 𝜀 𝑜𝑢 =
𝑉 𝑑

A rigidez dielétrica de um dielétrico isolante é a força máxima do campo


elétrico que pode ser aplicado com segurança antes da quebra (condução)
ocorrer. A Tabela 2.6 mostra valores de permissividade relativa e força dielétrica
para alguns materiais dielétricos comuns.
40

Figura 2.11-Placas paralelas com isolamento de material dielétrico

Tabela 2.6-Propriedades de alguns isolantes comuns materiais dielétricos

25. Eletromagnetismo

Quando uma corrente flui através de um condutor um campo magnético é


produzido nas proximidades do condutor. O campo magnético é invisível, mas
sua presença pode ser detectada usando a agulha de uma bússola (que irá
desviar do seu norte normal).
Se dois condutores de corrente são colocados nas proximidades de um
outro, os campos vão interagir uns com os outros e os condutores vão
experimentar uma força de atração ou repulsão (dependendo da direção relativa
das duas correntes).
41

26. Força entre dois condutores de correntes

A força mútua que existe entre dois condutores de corrente paralela será
proporcional ao produto das correntes nos dois condutores e o comprimento dos
condutores, mas inversamente proporcional à sua separação, portanto:

𝑘𝐼 𝐼 𝐼
𝐹=
𝑑

Onde I1 e I2 são as correntes nos dois condutores (em ampères), l é o


comprimento paralelo dos condutores (em metros), d é a distância separando os
dois condutores (em metros), F é a força (em newtons) e k é uma constante
dependendo do meio em que as cargas existem, no vácuo ou "espaço livre",

𝜋
𝑘=
2𝜋

Onde μ0 é uma constante conhecida como a permeabilidade de espaço


livre:

4π × 10−7 ou 12,57 × 10−7 H / m

Combinando as duas equações anteriores:

𝜋 𝐼𝐼𝐼
𝐹=
2𝜋𝑑
Ou

4𝜋 𝑥 10 𝐼 𝐼 𝐼
𝐹=
2𝜋𝑑

Ou
2 𝑥 10 𝐼 𝐼 𝐼
𝐹= 𝑛𝑒𝑤𝑡𝑜𝑛𝑠
𝑑

27. Campos magnéticos

O campo ao redor de uma corrente transportada em um condutor é


mostrado na Figura 2.12.
42

O campo magnético define a direção do polo norte. No caso da Figura 2.12,


as linhas de fluxo são concêntricas e a direção do campo (determinado pela
direção da corrente fluxo) é dada pela regra da mão direita.

28. Força do campo magnético

A força de um campo magnético é a medida de densidade do fluxo em


qualquer ponto particular. No caso da Figura 2.12, a força do campo será
proporcional à corrente aplicada e inversamente proporcional à distância
perpendicular do condutor.

Figura 2.12-Campo magnético ao redor de um condutor

Portanto:

𝑘𝐼
𝐵=
𝐷

Onde B é a densidade do fluxo magnético (em tesla), e I é a corrente (em


ampères), d é a distância entre o condutor (em metros) e k é uma constante.
Assumindo que o meio é vácuo ou 'livre espaço ', a densidade do fluxo
magnético será dada por:
𝜋 𝐼
𝐵=
2𝜋𝑑

Onde B é a densidade de fluxo (em tesla), μ0 é a permeabilidade do "espaço


livre".
43

4π × 10−7 ou 12,57 × 10−7

I a corrente (em ampères) e d é a corrente distância do centro do condutor


(em metros).
A densidade de fluxo também é igual ao fluxo total dividido pela área do
campo. Portanto:

Φ
𝐵=
𝐴

Onde Φ é o fluxo (em webers) e A é a área do campo (em metros


quadrados).
Para aumentar a força do campo, um condutor pode ser enrolado formando
uma bobina (Figura 2.13) ou enrolado para formar um solenoide (Figura 2.14).
Note, neste último caso, como o padrão de campo é exatamente o mesmo que
envolve uma barra magnética.

Figura 2.13-Formando um condutor em uma bobina aumenta a força do campo magnético no


centro da bobina

Figura 2.14-O campo magnético ao redor uma bobina solenoide se assemelha a de uma
permanente magnético
44

Exemplo 2.23
Determine a densidade de fluxo produzida à distância de 50 mm de um fio
reto que transporta uma corrente de 20 A.

Solução
Aplicando a fórmula B = μ0I / 2π.d você tem:

12.54 𝑥 10 𝑥 20 251.4 𝑥 10
𝐵= =
2 𝑥 3.142 𝑥 50 𝑥 10 314.2 𝑥 10
Do qual:

B = 0,8 × 10−4 tesla

Assim, B = 80 × 10−6 T ou B = 80 μT.

Exemplo 2.24
Uma densidade de fluxo de 2,5 mT é desenvolvida sobre uma área de 20
cm2. Determine o fluxo total.

Solução
Reorganizando a fórmula B = Φ / A para fazer Φ assunto resulta em Φ = B
× A, assim:

Φ = (2,5 × 10−3) × (20 × 10−4) = 50 × 10−7 webers do qual B = 5 μWb

29. Circuitos magnéticos

Materiais como ferro e aço possuem propriedades magnéticas


consideravelmente maiores.
Por isso, eles são empregados em aplicações onde é necessário aumentar
a densidade de fluxo produzida por uma corrente elétrica.
O efeito magnético dos materiais permite canalizar o fluxo elétrico em um
"circuito magnético", como mostrado na Figura 2.15.
No circuito da Figura 2.15 (b) a relutância do núcleo magnético é análoga
à resistência presente no circuito elétrico mostrado na Figura 2.15 (a).
45

Figura 2.15-Comparação entre elétrica e magnética em circuitos

Você pode fazer as seguintes comparações entre os dois tipos de circuito,


veja a Tabela 2.7.
Na prática, nem todo o fluxo magnético produzido em um circuito
magnético será concentrado dentro do núcleo e alguns "fluxo de vazamento"
apareceram no espaço livre circundante (como mostrado na Figura 2.16).
Da mesma forma, se uma lacuna aparecer no circuito dentro do campo
magnético, o fluxo tenderá a se espalhar como mostrado na Figura 2.17. Esse
efeito é conhecido como "franjas"(fringing).

Figura 2.16-Fluxo de vazamento em um circuito magnético


46

30. Relutância e permeabilidade

A relutância de um campo magnético é diretamente proporcional ao seu


comprimento e inversamente proporcional à sua área. A relutância é também
inversamente proporcional a permeabilidade absoluta do material magnético.

𝐼
𝑆=
𝜇𝐴

Onde S é a relutância do campo magnético, l é o comprimento do campo


(em metros), A é área da seção transversal do campo (em metros quadrados) e
μ é a permeabilidade absoluta do material magnético.
A permeabilidade absoluta de um material magnético é o produto da
permeabilidade do espaço livre (μ0) e a permeabilidade relativa do meio
magnético (μ0). Portanto:

μ = μ0 × μ r e 𝑆=

Figura 2.17 - Efeito é conhecido como "franjas”(fringing)

Tabela 2.7 - Comparação de circuitos elétricos e magnéticos


47

Circuito elétrico Figura 2.15 (a) Circuito magnético Figura 2.15 (b)

Força eletromotriz, F.E.M = V Força magnetomotriz, M.M.F. = N × I

Resistência = R Relutância = S

Corrente = I Fluxo = 𝜙

F.E.M = Corrente x Resistência M.M.F = Fluxo x Relutância

V=IxR NI = S x 𝜙

A permeabilidade de um meio magnético é uma medida de sua capacidade


de suportar o fluxo magnético, ela é igual à razão da densidade de fluxo (B) para
força de magnetização (H). Portanto:

𝐵
𝜇=
𝐻

Onde B é a densidade de fluxo (em tesla) e H é a força de magnetização


(em ampères / metro).
A força de magnetização (H) é proporcional ao produto do número de
voltas, mas inversamente proporcional ao comprimento do campo magnético.

𝑁𝐼
𝐻=
𝑙

Onde H é a força magnetizante (em ampères / metro), N é o número de


voltas, I é a corrente (em ampères) e 𝑙 é o comprimento do campo magnético
(em metros).

Curvas B – H
A Figura 2.18 mostra três curvas para alguns materiais magnéticos
comuns. Se você olhar com cuidado nessas curvas vai notar que eles achatam
devido à saturação magnética e que a inclinação da curva (indicando o valor de ì
correspondente para um valor particular de H) cai quando a força de
magnetização aumenta. Isto é importante porque dita o intervalo de trabalho
aceitável para um determinado material magnético quando usado em um circuito
magnético.
48

Figura 2.18 - Curvas B – H para três linhas ferromagnéticas materiais

31. Diagramas de circuitos

Finalmente, para encerrar esta etapa da apostila, será realizada uma breve
análise sobre diagramas de circuitos.
Trata-se de um tópico importante, por causa da necessidade de poder ler
e entender o circuito eletrônico em simples diagramas, antes de conhecer mais a
respeito de alguns dos componentes e circuitos apresentados posteriormente
nesta apostila.
Diagramas de circuitos usam símbolos padronizados e convenções para
representar os componentes e fiações usadas em um circuito eletrônico.
Visualmente, eles têm pouca relação com o layout físico de um circuito,
mas fornecem uma visão "teórica" do circuito.
Nesta análise será mostrado a você como entender simples diagramas de
circuito. Lembrando que para isso é necessário que você se familiarize com os
símbolos usados para representar os componentes e dispositivos.
Na Figura 2.19 é possível visualizar os símbolos mais comumente usados.
É importante estar ciente que existem diferenças nos símbolos usados em
diagramas de circuitos americanos e diagramas de origem europeia.
49

Como regra geral, a entrada para um circuito deve ser mostrada à esquerda
de um diagrama de circuito e a saída mostrada à direita.
A alimentação (normalmente a tensão mais positiva) é normalmente
mostrada no topo do diagrama e o comum, 0 V ou conexão à terra, é
normalmente mostrado no fundo. Esta regra nem sempre é obedecida,
particularmente para diagramas complexos, onde muitos sinais e tensões de
alimentação podem estar presentes.
Note também que, para simplificar um diagrama de circuito (e evitar muitas
linhas conectadas ao mesmo ponto), múltiplas conexões para comum, 0 V ou
terra, podem ser mostradas usando o símbolo apropriado (veja a Figura 2.19). O
mesmo se aplica para conexões que podem ser repetidas em vários pontos do
diagrama.

Figura 2.19 – Símbolos comuns usados em diagramas de circuito


50

Um diagrama de circuito muito simples (uma resistência simples testador) é


mostrado na Figura 2.20.
Mesmo que você não conheça circuitos deste tipo é possível obter uma
grande quantidade de informações do diagrama, mesmo que você não saiba o
que os componentes individuais desempenham.
O circuito usa duas baterias, B1 (uma célula múltipla de 9 V) e B2 (uma
bateria monobloco de 1,5 V).
As duas baterias são selecionadas por meio de um comutador duplo
(DPDT). Isso permite que o circuito pare de operar a partir da bateria de 9 V (B1)
como mostrado na Figura 2.20 (a) ou da bateria de 1,5 V (B2) como mostrado
na Figura 2.20 (b), dependendo do ajuste de S1.
Um resistor variável, VR1, é usado para ajustar a corrente fornecida por
qualquer uma das duas baterias que estão atualmente selecionadas. Esta
corrente flui primeiro através do VR1, depois pelo miliamperímetro, e finalmente
através do resistor RX.
Observe como os terminais do medidor são rotulados mostrando sua
polaridade (a corrente flui para o terminal positivo e para fora do terminal
negativo).
O circuito mostrado na Figura 2.20 (c) usa um tipo diferente de interruptor,
mas com exatamente a mesma função. Neste circuito, um interruptor unipolar
(SPDT) é usado e a conexões negativas para as duas baterias são "comuns" (isto
é conectadas juntas).
Finalmente, a Figura 2.20 (d) mostra como o circuito pode ser redesenhado
usando uma conexão comum ao "chassi" para fornecer a conexão negativa entre
RX e as duas baterias. Eletricamente este circuito é idêntico ao mostrado na
Figura 2.20 (c).
51

Figura 2.20-Um diagrama de circuito simples

Investigação prática
Para investigar a relação entre a resistência em um circuito e a corrente
fluindo por este circuito será utilizado o software Proteus. Você pode fazer o
download deste programa através da plataforma do aluno, ou pelo link
disponibilizado abaixo.
Softwares: Proteus – Simulador de Circuitos Eletrônicos
Link: https://www.labcenter.com/education/
Monte o circuito abaixo no Proteus, calcule o valor de corrente em cada
resistor e verifique o valor no mA do circuito.
52

Figura 2.21 – Circuito para ser montado no software Proteus e fórmulas para cálculo

3) Componentes passivos
Agora que você já viu a respeito dos princípios básicos da eletricidade, é
possível se concentrar no estudo dos componentes passivos.
Serão estudados os tipos mais comuns de componentes, incluindo
resistores, capacitores e indutores. Eles são frequentemente referidos como
componentes passivos, pois não podem, por si só gerar tensão ou corrente.
53

A compreensão das características e aplicação de componentes passivos é


um pré-requisito essencial para a compreensão da operação dos circuitos
utilizados em amplificadores, osciladores, filtros e fontes de alimentação.

32. Resistores

A noção de resistência como oposição a corrente foi discutida anteriormente


nessa apostila.
Formas convencionais de resistor obedecem a lei de Ohm (veja a Figura
3.1) isso permite usar resistores como um meio de converter corrente em uma
queda de tensão correspondente e vice-versa (note que duplicar a corrente
aplicada vai dobrar a queda de tensão e assim por diante).

Figura 3.1 -Tensão traçada relação da corrente para três valores diferentes de resistor

Assim sendo resistores fornecem um meio de controle para as correntes e


tensões presentes nos circuitos eletrônicos. Eles também podem agir como
cargas para simular a presença de um circuito durante um teste por exemplo, o
resistor nominal adequado pode ser usado, por exemplo, para substituir um alto-
falante quando um amplificador de áudio está sendo testado.
As especificações para um resistor geralmente incluem:
54

O valor da resistência expressa em ohms (Ω), kilohms (kΩ) ou megohms


(MΩ),
A precisão ou tolerância (máximo desvio percentual admissível do valor
marcado no resistor),
A potência nominal (que deve ser igual a, ou maior que, a potência máxima
esperada de dissipação).

Outras considerações práticas ao selecionar resistores para uso em uma


aplicação particular incluem coeficiente de temperatura, desempenho de ruído,
estabilidade e faixa de temperatura ambiente.
A Figura 3.2 mostra os resistores divididos por tamanho e potência, a Figura
3.3 mostra uma seleção típica de resistores fixos com valores de 15 Ω para 4,7
kΩ.

Figura 3.2 - Seleção de resistores divididos por potência

Figura 3.3- Uma seleção de resistores incluindo alta potência revestido de metal, “wirewound”
cerâmico, carbono e tipos de filme de metal com valores que variam de 15 Ω a 4,7 kΩ
55

Valores preferidos
O valor marcado no corpo de um resistor não é a sua resistência exata.
Alguma variação no valor da resistência é inevitável devido à tolerância na
fabricação. Por exemplo, um resistor marcado como 100 Ω produzido dentro de
uma tolerância de ± 10% tem um valor que fica dentro do intervalo de 90 Ω para
110 Ω.
Um componente similar com tolerância de ± 1% teria um valor que se
enquadra na faixa de 99 Ω a 101 Ω. Assim, onde a precisão é importante é
essencial usar componentes de tolerância menores.
Os resistores estão disponíveis em várias séries de década, o número de
valores fornecidos com cada série sendo organizada pela tolerância envolvida.
A fim de cobrir toda a gama de valores de resistência usando resistores
com ± 20% tolerância, será necessário fornecer seis valores (conhecido como
série E6).
Mais valores serão necessários na série que oferece uma tolerância de ±
10% e consequentemente a série E12 fornece 12 valores básicos.
A série E24 para resistências de ± 5% de tolerância de 24 valores básicos
e como séries como E6 e E12 a Figura 3.4 mostra a relação entre o E6, Séries
E12 e E24.
56

Figura 3.4 - As séries E6, E12 e E24

33. Classificações de Potência

As classificações de potência dos resistores estão relacionadas às


temperaturas e resistências.
Onde a confiabilidade é importante, resistores devem ser operados bem
abaixo de suas dissipações de potência máxima nominal.

Exemplo 3.1
Um resistor tem um valor marcado de 220 Ω.
Determine a tolerância do resistor se ele tiver um valor medido de 207 Ω.

Solução
A diferença entre o marcado e valores medidos de resistência (o erro) é (220 Ω -
207 Ω) = 13 Ω.
A tolerância é dada por:

𝑒𝑟𝑟𝑜
𝑇𝑜𝑙𝑒𝑟â𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑥 100%
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜

A tolerância é assim (13 / 220) × 100 = 5.9%.

Exemplo 3.2
Uma fonte de alimentação de 9 V deve ser testada com um resistor de
carga.
Se o resistor apresentar uma tolerância de 10% você deve encontrar:
a) Corrente nominal obtida com a alimentação 9V;
57

b) Os valores máximos e mínimos de corrente em qualquer extremidade do


intervalo de tolerância do resistor.

Solução
(a) Se um resistor de exatamente 39 Ω for usado, a corrente será:

I = V / R = 9 V / 39 Ω = 231 mA

(b) O menor valor de resistência seria (39 Ω - 3,9 Ω) = 35,1 Ω. Nesse caso,
a corrente seria:

I = V / R = 9 V / 35,1 Ω = 256,4 mA

No outro extremo, o maior valor seria (39 + 3,9) = 42,9. Neste caso, a
corrente seria:

I = V / R = 9 V / 42,9 Ω = 209,8 mA

Os valores máximo e mínimo de fornecimento de corrente serão então de


256,4 mA e 209,8 mA, respectivamente.

Exemplo 3.3
Uma corrente de 100 mA (± 20%) deve ser fornecida por uma fonte 28
VCC. Qual valor e tipo de resistor deve ser utilizado nesta aplicação?

Solução
Primeiro será calculado o valor da resistência usando a Lei de Ohm:

R = V / I = 28 V / 100mA = 280 Ω

O valor mais próximo da série E12 é 270 Ω (o que irá realmente produzir
uma corrente de 103,7mA (isto é, dentro de ± 4% do valor desejado) e se um
resistor de ± 10% de tolerância é usado, a corrente vai estar dentro da faixa de
94mA a 115mA a precisão de ± 20% especificada).
A potência dissipada no resistor (calculada usando P = I × V) será de 2,9
W e, portanto, um componente classificado em 3 W (ou mais) será necessário
na aplicação.
58

Normalmente, teria que ser utilizado um resistor de revestimento de


esmalte vítreo, resistor de fio enrolado (consulte a Figura 3.3).

Figura 3.5 - Resistor de potência da aplicação do exemplo 3.3

No software Proteus, usado para a realização das experiências desta aula,


é possível selecionar as resistências por categoria, subcategoria e editar as
propriedades dos componentes.

Figura 3.6 – Software Proteus: categorias, subcategorias e edição de componentes

34. Marcações de resistências

Os resistores de carbono e óxido de metal são normalmente marcados com


códigos de cores que indicam seu valor e tolerância.
59

Dois métodos de cor de codificação são de uso comum; um envolve quatro


faixas coloridas (veja a Figura 3.7) enquanto outras indicam cinco faixas coloridas
(veja a Figura 3.8).

Figura 3.7- Resistores com 3 cores e 4 cores

Figura 3.8 - Código de cores de resistores

Exemplo 3.4
Um resistor é marcado com as seguintes faixas de cores: marrom, preto,
vermelho, prata. Qual é o seu valor e tolerância?

Solução
60

www.novaeletronica.com.br/ferramentas_online/cores-de-resistor-online.php

35. Combinações de resistores, séries e paralelo

Para obter um valor particular de resistência, resistências fixas podem ser


dispostas em série ou paralelo como mostrado nas Figuras 3.9 e 3.10.
A resistência efetiva de cada uma das séries de circuitos mostrados na
Figura 3.9 é simplesmente igual a soma das resistências individuais. Então para
o circuito mostrado na Figura 3.9 (a):

Figura 3.9 - Resistores em série

R = R 1 + R2

Enquanto para a Figura 3.9 (b)

R = R1 + R2 + R3

Voltando às resistências paralelas mostradas na Figura 3.10, a resistência


equivalente de cada circuito é definida como, o inverso da resistência equivalente
é igual à soma dos inversos das resistências.
Portanto:
61

Figura 3.10 - Resistores em paralelo

Exemplo 3.5
Resistores de 22 Ω, 47 Ω e 33 Ω estão conectados (a) em série e (b) em
paralelo. Determinar a resistência efetiva em cada caso.

Solução

1 1 1 1
= + +
No circuito em série R = R1 + R2 𝑅 𝑅 𝑅 𝑅
+ R3, assim
1 1 1 1
= + +
R = 22 Ω + 47 Ω + 33 Ω = 102 Ω 𝑅 22Ω 47Ω 33Ω

1
= 0,045 + 0.021 + 0.03
𝑅

1
= 0.096 = 10.42Ω
𝑅

Série Paralelo

Exemplo 3.6
Determine a resistência efetiva do circuito mostrado na figura abaixo.
62

Solução
O circuito pode ser progressivamente simplificado como mostrado na
figura. As etapas nesta simplificação são:
(a) R3 e R4 estão em série e podem ser substituídos por uma única
resistência (RA) de (12 Ω + 27 Ω) = 39 Ω.
(b) RA aparece em paralelo com R2. Estes dois resistores podem ser
substituídos por uma única resistência (RB) de (39 Ω × 47 Ω) / (39 Ω + 47 Ω) =
21,3 Ω.
(c) RB aparece em série com R1. Estes dois resistores podem ser
substituídos por uma única resistência (R) de (21,3 + 4,7) = 26.

Exemplo 3.7
Uma resistência de 50 Ω com potência de 2W é necessária.
Que combinação de resistores em paralelo vai ser necessária para satisfazer
estes requisitos?
Que classificação de potência deve ter cada resistor?
63

Solução
Dois resistores de 100Ω podem ser conectados em paralelo para fornecer
uma resistência de 50Ω como mostrado abaixo:

𝑅 𝑥𝑅 100 𝑥 100 10.000


𝑅= = = = 50Ω
𝑅 + 𝑅 100 + 100 200

Note que, quando dois resistores do mesmo valor estão ligados em paralelo
a resistência resultante será metade de um único resistor.
Tendo mostrado que dois resistores de 100 Ω conectados em paralelo irão
fornecer uma resistência de 50 Ω. Agora é preciso considerar a potência nominal.
Desde que as resistências são idênticas, a potência aplicada será
compartilhada igualmente entre elas.
Por isso, cada resistor deve ter uma potência nominal de 1 W.

36. Resistência e temperatura

A Figura 3.11 mostra como a resistência de um metal condutor (por


exemplo, cobre) varia com a temperatura.
Como a resistência do material aumenta com a temperatura, essa
característica exibe um coeficiente de temperatura positivo (PTC). Nem todos os
materiais têm uma característica PTC.

Figura 3.11 -Variação de resistência com Figura 3.12- Aproximação em linha reta da
temperatura para um condutor de metal Figura 3.11
64

A resistência de um condutor de carbono cai com a temperatura, portanto


trata-se de um coeficiente de temperatura negativo (NTC).
A resistência de um condutor a uma temperatura, t, é dada pela equação:

Rt = R0 (1 + α t + β t2 + γ t3 ...)

Onde α, β, γ, etc. são constantes e R0 é a resistência a 0 ° C.


Os coeficientes, β, γ, etc. são muito pequenos e já que normalmente você
irá lidar apenas com faixa de temperaturas relativamente restritas (por ex. 0 °C
a 100 °C) poderá aproximar a característica mostrada na Figura 3.11 para a linha
reta mostrada na Figura 3.12.
Neste caso, a equação é simplificada para:

Rt = R0 (1 + αt)

Onde α é conhecido como a temperatura coeficiente de resistência. A Tabela


3.1 mostra alguns valores típicos para α (note que α é expresso em Ω / Ω /°C ou
apenas /°C).

Tabela 3.1 - Coeficiente de temperatura da resistência

Material Coeficiente de Temperatura α (/°C)


Platina +0.0034
Prata +0.0038
Cobre +0.0043
Ferro +0.0065
Carbono -0.0005

Exemplo 3.8
Um resistor tem um coeficiente de temperatura 0,001 / °C.
Se o resistor tiver uma resistência de 1,5 kΩ a 0 °C, determine a sua
resistência a 80 ° C.

Solução
Agora:
Rt = R0 (1 + αt)
Portanto:
65

Rt = 1,5 kΩ × (1 + (0,001 × 80)


Consequentemente:
Rt = 1,5 × 1,08 = 1,62 k Ω

Exemplo 3.9
Um resistor tem um coeficiente de temperatura 0,0005 / °C.
Se o resistor tiver uma resistência de 680 Ω a 20 ° C, qual será a sua
resistência a 80 ° C?

Solução
Primeiro você deve encontrar a resistência a 0 °C.
Reorganizando a fórmula para Rt:

𝑅 680 680
𝑅 = = =
1 + 𝛼𝑡 1 + (0.005 𝑥 20) 1 + 0.01

680
𝑅 = = 673.3Ω
1 + 0.01

Rt = R0(1 + αt )

Portanto:
R90 = 673,3 × (1 + (0,0005 × 90))

Consequentemente:
R90 = 673,3 × 1,045 = 704 Ω

Exemplo 3.10
Um resistor tem uma resistência de 40 Ω a 0 °C e 44 Ω a 100 °C.
Determine o coeficiente de temperatura do resistor.

Solução
Primeiro é preciso encontrar α da fórmula:

Rt = R0 (1 + αt)
66

1 𝑅 1 44
𝛼= −1 = −1
𝑡 𝑅 100 40

1 1
𝛼= (1.1 − 1) = 𝑥 0.1 = 0.001/°𝐶
100 100

37. Termistores

Os resistores convencionais, possuem uma resistência e permanecem com


o mesmo valor resistivo em um amplo intervalo de temperaturas (isto é, α deve
ser zero).
Figura 3.13 - Termistores

Por outro lado, existem aplicações nas quais poderia ser usado o efeito da
resistência variável para detectar uma mudança de temperatura.
Componentes que permitem fazer isso são conhecidos como termistores.
A resistência de um termistor muda consideravelmente com a temperatura
e esses componentes são amplamente usados em sensoriamento de
temperatura.
Dois tipos básicos de termistores estão disponíveis, NTC e PTC (veja a
Figura 2.16).
Termistores NTC típicos têm resistências que variam de algumas centenas
(ou mil) ohms a 25 ° C a algumas dezenas (ou centenas) de ohms a 100 ° C.
Termistores PTC, por outro lado, geralmente têm uma resistência-
temperatura característica que permanece substancialmente igual (tipicamente
em torno de 100 Ω) acima do intervalo 0 °C para cerca de 75 °C. Acima disso,
em um momento crítico a temperatura (geralmente na faixa de 80 °C a 120 °C)
67

da resistência aumenta muito rapidamente para valores de além de 10 k (veja a


Figura 3.14).

Figura 3.14- Características de termistores PTC e NTC

Uma aplicação típica de termistores PTC é a proteção contra sobrecorrente.


A corrente passando pelo termistor permanece abaixo da corrente de limiar,
os efeitos do auto-aquecimento permanecerão insignificantes e a resistência do
termistor permanecerá baixa, isto é, aproximadamente mesmo que a resistência
indicada a 25 ° C.
Sob condições de falha, a corrente excede o valor limite por uma margem
considerável e o termistor começa a se auto-aquecer. A resistência então
aumenta rapidamente e, como consequência, a corrente cai de valor.
Valores típicos de limiar das correntes são 200mA e 8mA, respectivamente,
para um dispositivo que exibe uma resistência nominal de 25Ω a 25 °C.

38. Resistores dependentes de luz

Resistores dependentes de luz (LDRs) usam um material semicondutor (isto


é, um material que não é nem condutor, nem isolante) cujas características
elétricas variam de acordo com a quantidade de luz incidente.
68

Figura 3.15- Característica de um resistor dependente de luz (LDR)

Os dois materiais semicondutores utilizados para a fabricação de LDRs são


sulfeto de cádmio (CdS) e seleneto de cádmio (CdSe). Estes materiais são mais
sensíveis à luz no espectro visível, com um pico de cerca de 0,6 μm para CdS e
0,75 μm para CdSe. Um típico LDR CdS exibe uma resistência de cerca de 1 MΩ
em escuridão e menos de 1kΩ quando colocado sob uma fonte de luz (veja a
Figura 3.15).

39. Resistores dependentes de tensão

A resistência de um resistor dependente de voltagem (VDR) cai muito


rapidamente quando a voltagem excede um valor nominal em qualquer direção
(veja a Figura 3.16).
Em operação normal, a corrente que flui em um VDR é insignificante; no
entanto, quando a resistência cai, a corrente vai aumentar e uma quantidade
significativa de energia será absorvida.
VDRs são usados como um meio de "fixar" a tensão num circuito a um nível
de valor predeterminado. Quando conectado a um circuito (CA ou CC) são
capazes de oferecer uma medida de proteção contra surtos de tensão.
69

Figura 3.16 - Característica de um resistor dependente de voltagem (VDR)

Abaixo, na Figura 3.17, segue a simbologia dos resistores não lineares.

Figura 3.17 – Simbologia dos resistores não lineares

40. Resistores variáveis

Resistores variáveis estão disponíveis em várias formas incluindo aqueles


que usam faixas de carbono e aqueles que usam como elemento uma resistência
de fio.
Em ambos os casos, um controle com cursor deslizante tem contato com o
elemento de resistência, que é a trilha de carvão, como mostrado na figura 3.18.
70

Figura 3.18-Funcionamento de resistores variáveis de carbono

A maioria dos resistores variáveis têm três (em vez de dois) terminais e,
como tal, são mais conhecidos como potenciômetros.
Potenciômetros de carbono são disponíveis com faixas de lei lineares ou
semi-logarítmicas, nos formatos rotativo ou deslizante.

Figura 3.19-Uma seleção de tipos comuns de resistores variáveis de carbono

Controles agrupados, nos quais vários potenciômetros estão ligados por um


eixo de controle comum, também estão disponíveis.

Figura 3.20 - Seleção de resistores variáveis (você também encontrará várias formas de
predefinição de resistores que são usados para fazer ajustes ocasionais, por exemplo, para
calibração)
71

Figura 3.21 - Seleção de tipos comuns de resistores predefinidos padrão miniatura

Verifique agora o seu aprendizado montando o circuito abaixo e


respondendo algumas questões.

1º Monte o circuito da figura abaixo:

2º Após montar o circuito responda as questões abaixo:

A.Qual o código de cores do resistor R1?


B.Qual o código de cores do resistor R2?
C.Qual o valor de corrente no mA quando o LED D1 está ligado?
72

D.Qual a tensão encontrada no voltímetro quando o LED está ligado?


E.Calcule o valor de R2 com os seguintes dados:

VCC 5V
VLED 2,2V
ILED 0,10mA

3° Qual a diferença dos circuitos abaixo?

Circuito A Circuito B

41. Capacitores
73

Figura 3.22 - Capacitores

Um capacitor é um dispositivo usado para armazenar carga elétrica.


Dessa forma, pode se dizer que ele é um reservatório no qual a carga
elétrica pode ser depositada e depois extraída.
As aplicações típicas de um condutor incluem acoplamento,
desacoplamento, auxílio na retificação de corrente alternada, uso em fontes de
alimentação, acoplamento AC de sinais entre os estágios de amplificadores e
separação de sinais de baixa frequência.
Um capacitor é constituído por duas placas de metal paralelas, como
mostrado na Figura 3.23.

Figura 3.23 - Placas paralelas com isolamento de material dielétrico


74

Para entender o que acontece quando um capacitor está sendo carregado


e descarregado analise a Figura 3.24.
Se o interruptor for deixado aberto (posição A), nenhuma carga aparecerá
nas placas e nesta condição não haverá campo elétrico no espaço entre as placas
ou qualquer carga armazenada no capacitor.

Figura 3.24-Carregamento e descarga do capacitor

(A) Início de carga no capacitor (B) Capacitor carregando

(C) Capacitor permanece carregado (D) Capacitor descarregando

Quando o interruptor é movido para a posição B, elétrons serão atraídos do


positivo da bateria para o terminal positivo da placa. Ao mesmo tempo, um
número similar de elétrons vai se mover a partir do terminal da placa negativa
para o terminal negativo da bateria.
Esse movimento repentino de elétrons irá se manifestar em um
momentâneo surto de corrente (a corrente no sentido convencional fluirá do
terminal positivo da bateria no sentido do terminal positivo do capacitor).
Eventualmente, elétrons suficientes terão se mudado para criar uma F.E.M.
entre as placas da bateria.
75

Neste estado, o capacitor está totalmente carregado e um campo elétrico


vai estar presente no espaço entre as duas placas.
Se, em algum momento posterior, o interruptor for movido de volta para
posição A, a placa positiva ficará com uma deficiência de elétrons, enquanto a
placa negativa será deixada com um excedente de elétrons.
Além disso, uma vez que não há caminho para a corrente fluir entre as duas
placas do capacitor que permanecem carregadas, uma diferença de potencial será
mantida entre as placas.
Agora suponha que o interruptor seja movido para a posição C. O excesso
de elétrons na placa negativa vai fluir através do resistor para a placa positiva
até um estado neutro (até que não exista carga excessiva em cada placa).
Neste estado o capacitor está totalmente descarregado e o campo elétrico
entre as placas irá rapidamente entrar em colapso. O movimento dos elétrons
durante a descarga do capacitor novamente resultará em um fluxo momentâneo
de corrente (a corrente fluirá do terminal positivo do capacitor para o resistor).
A Figura 3.25 mostra a direção do fluxo da corrente.

Figura 3.25 -Fluxo de corrente durante o carregamento e descarregamento do capacitor

Deve-se notar que a corrente flui momentaneamente em ambos os


circuitos, embora você possa pensar que o circuito é aberto pela lacuna entre as
placas de capacitor.
76

Figura 3.26 - Vista da construção de um capacitor axial eletrolítico

42. Capacitância

A unidade de capacitância é o farad (F). Um capacitor é dito ter uma


capacitância de 1 F se uma corrente de 1 A flui quando uma mudança de voltagem
na taxa de 1 V/s é aplicada a ele.
A corrente fluindo em um capacitor será assim proporcional ao produto da
capacitância, C, e a taxa de mudança de tensão aplicada.
Consequentemente:

i = C × (taxa de variação de tensão)

Observe que foi usada uma letra minúscula para representar a corrente que
flui no capacitor. Isso foi feito porque a corrente está mudando e não permanece
constante.
A taxa de mudança de voltagem é frequentemente representada pela
expressão dν/dt onde dν representa uma pequena mudança na tensão e dt
representa uma pequena alteração correspondente no tempo. Expressando isso
matematicamente:

𝑑𝑣
𝑖=𝐶
𝑑𝑡

Exemplo 3.11
Uma voltagem está mudando a uma taxa uniforme 10 V a 50 V em um
período de 0,1 s.
77

Se esta voltagem é aplicada a um capacitor de 22 μF, determine a corrente


que fluirá.

Solução
Agora o fluxo de corrente será dado por:

i = C × (taxa de variação de tensão)

Portanto,

𝑴𝒖𝒅𝒂𝒏ç𝒂 𝒅𝒆 𝑽𝒐𝒍𝒕𝒂𝒈𝒆𝒎 𝟔
𝟓𝟎 − 𝟏𝟎
𝑖=𝑪 = 𝟐𝟐 𝒙 𝟏𝟎 𝒙
𝒎𝒖𝒅𝒂𝒏ç𝒂 𝒅𝒆 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝟎. 𝟏

𝟔
𝟒𝟎 𝟔
𝒊 = 𝟐𝟐 𝒙 𝟏𝟎 𝒙 = 𝟐𝟐 𝒙 𝟏𝟎 𝒙 𝟒𝟎𝟎
𝟎. 𝟏
𝟑
𝒊 = 𝟖. 𝟖 𝒙 𝟏𝟎 = 𝟖. 𝟖𝒎𝑨

43. Carga, capacitância e tensão

A carga ou quantidade de eletricidade que pode ser armazenada no campo


elétrico entre o capacitor e as placas é proporcional à tensão aplicada e a
capacitância do capacitor. Portanto:

Q = CV

Onde Q é a carga (em coulombs), C é a capacitância (em farads) e V é a


diferença potencial (em volts).

Exemplo 3.12
Um capacitor de 10 uF é carregado para um potencial de 250 V. Determine
a carga armazenada.

Solução
A carga armazenada será dada por:
78

Q = CV = 10 × 10−6 × 250 = 2,5 mC

44. Armazenamento de energia

A energia armazenada em um capacitor é proporcional ao produto da


capacitância e o quadrado da diferença de potencial.
Portanto:
W=½CV2

Onde W é a energia (em joules), C é a capacitância (em farads) e V é a


diferença potencial (em volts).

Exemplo 3.13
Um capacitor de 47 μF é necessário para armazenar 4J de energia.
Determine a diferença de potencial que deve ser aplicada ao capacitor.

Solução
A fórmula anterior pode ser reorganizada para encontrar V da seguinte
forma:

𝑬 𝟐𝑬 𝟐𝒙𝟒
𝑽= = = 𝟔
𝟎. 𝟓𝑪 𝑪 𝟒𝟕 𝒙 𝟏𝟎

𝟖
𝑽= 𝟔
= 𝟎. 𝟏𝟕𝟎 𝒙 𝟏𝟎𝟔 = 𝟎, 𝟒𝟏𝟐 𝒙 𝟏𝟎𝟑 = 𝟒𝟏𝟐𝑽
𝟒𝟕 𝒙 𝟏𝟎

45. Capacitância e dimensões físicas

A capacitância de um capacitor depende das dimensões físicas do capacitor


(ou seja, o tamanho das placas e a separação entre elas) e o material dielétrico
entre as placas.
A capacitância de uma placa paralela convencional de um capacitor é dada
por:
𝜀 𝜀 𝐴
𝐶=
𝑑
79

Onde C é a capacitância (em farads), εo é a permissividade do espaço livre,


εr é relativo a permissividade do meio dielétrico entre as placas e d é a separação
entre as placas (em metros).

46. Especificações do capacitor

As especificações para um capacitor normalmente incluem o valor da


capacitância (expressa em microfarads, nanofarads ou picofarads), a
classificação de tensão (ou seja, a tensão máxima que pode ser aplicada
continuamente ao capacitor sob um determinado conjunto de condições) e a
precisão ou tolerância (citado como desvio máximo admissível percentual do
valor marcado).
Outras considerações práticas ao selecionar capacitores para uso em uma
aplicação específica incluem o coeficiente de temperatura, corrente de fuga, faixa
de estabilidade e faixa de temperatura ambiente.
Observe que capacitores eletrolíticos exigem a aplicação de uma tensão de
polarização, a fim de causar a ação química da qual dependem para sua operação.
As tensões de polarização usadas para capacitores eletrolíticos podem
variar de 1 V a várias centenas de volts dependendo da tensão nominal de
trabalho para o componente em questão.
A Figura 3.27 mostra algumas características de capacitores não
eletrolíticos (incluindo poliéster, poliestireno, cerâmica e mica), enquanto a
Figura 3.28 mostra uma seleção de capacitores eletrolíticos (polarizados).
Um capacitor variável com espaçamento de ar é mostrado mais adiante na
Figura 3.34.
80

Figura 3.27 – Seleção típica de capacitores não eletrolíticos (incluindo poliéster, poliestireno,
cerâmica e mica) com valores que vão desde 10pF a 470nF e tensões de trabalho de 50V para
250V

Figura 3.28-Seleção típica de capacitores polarizados com valores que variam 1μF a 470μF e
tensões de trabalho de 10 V para 100 V

47. Marcações de capacitor

A grande maioria dos capacitores emprega marcações que indicam seus


valores, tensões de trabalho e tolerância. O método mais usual de marcação de
capacitor de tipo de poliéster com resina (e outros) envolve o valor μF, nF ou pF,
a tolerância (geralmente 10% ou 20%), e a tensão de trabalho.
Vários fabricantes usam duas linhas separadas para suas marcações em
capacitores e estes têm os seguintes significados, que podem ser visualizados na
Figura 3.29.
Primeira linha: capacitância (pF ou μF) e tolerância (K = 10%, M = 20%)
Segunda linha: tensão em CC e código para o material dielétrico
Um código de três dígitos é comumente usado para marcar capacitores
cerâmicos monolíticos.
81

Os dois primeiros dígitos deste código correspondem aos dois primeiros


dígitos, enquanto o terceiro dígito é um multiplicador que dá o número de zeros
a serem adicionados para dar o valor em picofarads.
Outros capacitores podem usar um código de cor semelhante ao usado para
marcar valores em resistores (veja a Figura 3.30).

Figura 3.29-Exemplos de marcações de capacitores

Figura 3.30 - Código de cores do capacitor


82

Figura 3.31 - Código de capacitores

48. Combinação série e paralela de capacitores

Para obter um valor de capacitância, capacitores fixos podem ser dispostos


em qualquer combinação série ou paralela (Figuras 3.32 e 3.33).
A capacitância efetiva de cada capacitor em uma ligação de capacitores
ligados em séries é mostrada na Figura 3.32, ela é igual à soma das capacitâncias
individuais.
Portanto, para a Figura 3.32 (a):

1 1 1
= +
𝐶 𝐶 𝐶

Enquanto para a Figura 3.32 (b):


83

1 1 1 1
= + +
𝐶 𝐶 𝐶 𝐶

No primeiro caso, a fórmula pode ser mais convenientemente reorganizada


da seguinte forma:

𝐶 𝑥𝐶
𝐶=
𝐶 + 𝐶

Você pode se lembrar disso como o produto dos valores do capacitor, C1


multiplicado por C2, dividido pela soma dos dois valores C1 mais C2, assim como
foi feito no caso dos dois resistores em paralelo.
Para um arranjo paralelo de capacitores, a capacitância efetiva do circuito
é simplesmente igual à soma das capacitâncias individuais. Consequentemente,
para a Figura 3.33 (a): C = C1 + C2 enquanto para a Figura 3.33 (b) C = C1 +
C2 + C3.

Figura 3.32 - Capacitores ligados em série

Figura 3.33 - Capacitores ligados em paralelo

Figura 3.34 - Capacitor variável com espaçamento de ar


84

O componente 3.34 (usado para sintonizar um rádio AM) possui dois


capacitores variáveis separados (cada um no máximo de 500 pF) operando a
partir de um eixo de controle, uma variável miniatura e um capacitor variável
miniatura tipo Trimmer.

49. Capacitores variáveis

O capacitor variável é formado por um conjunto de placas fixas e um


conjunto de placas móveis, quando você gira um eixo as placas móveis se
movimentam em relação as placas que estão fixas.
O dielétrico material usado em um capacitor variável pode ser o ar (veja a
Figura 3.34) ou plástico (este último tende a ser mais compacto). Valores típicos
para capacitores variáveis tendem a variar de cerca de 25pF para 500pF. Esses
componentes são comumente usados para sintonizar receptores de rádio.

50. Indutores

Indutores fornecem um meio de armazenar energia elétrica na forma de


um campo magnético.
Aplicações típicas incluem bobinas e filtros, em conjunto com um ou mais
capacitores é possível observar os circuitos seletivos de frequência. As aplicações
vão do uso de indutores em fontes de alimentação, como forma de remoção de
ruídos residuais, além de bobinas de ferrite ou toroidais para filtragem de
radiofrequência, até pequenos indutores utilizados em transmissores e receptores
de rádio e TV. Indutores também são empregados para armazenamento de
energia em algumas fontes de alimentação chaveadas.
85

Figura 3.35 – Indutor básico e símbolo do indutor ideal

Os indutores são determinados por um número de fatores, incluindo o


material do núcleo (se houver), o número de voltas e a dimensão da bobina.

Figura 3.36 – Indutor ou Bobina

A Figura 3.37 mostra a construção de um indutor toroidal em um núcleo de


ferrite (alta permeabilidade).

Figura 3.37- Uma bobina na prática contém indutância e resistência

Figura 3.38 - Uma bobina na prática contém indutância e uma pequena quantidade de perda
como uma resistência ligada em série
86

Na prática, cada bobina compreende tanto a indutância (L) e uma pequena


resistência (R) como visto na figura 3.38.
O circuito da Figura 3.38 mostra estes como dois componentes discretos,
mas é conveniente tratar a indutância e resistência como componentes separados
na análise do circuito.
Para entender o que acontece quando uma mudança corrente flui através
de um indutor, dê uma olhada no circuito mostrado na Figura 3.39(a).
Se o interruptor é deixado aberto (a), nenhuma corrente fluirá e nenhum
fluxo magnético será produzido pelo indutor.
Se o interruptor está fechado, como mostra a Figura 3.39 (b), a corrente
começa a fluir a partir de VS a fim de estabelecer o campo magnético.
Se, após esta condição de estado estacionário ter sido alcançada, o
comutador for aberto, conforme Figura 3.39 (d).

Figura 3.39-Corrente e F.E.M. gerada quando uma corrente é aplicada a um indutor


87

Contudo, a mudança no fluxo magnético resultante da aparência da


corrente cria uma voltagem induzido F.E.M. através da bobina que se opõe à
aplicado F.E.M. da bateria.
O F.E.M. resulta da mudança fluxo e efetivamente impede uma instantânea
subir na corrente no circuito. Em vez disso, a corrente aumenta lentamente até
um máximo a uma taxa que depende da proporção de indutância (L) para
resistência (R) presente no circuito.
Depois de um tempo, uma condição de estado estacionário será atingida
em que a tensão em todo o indutor terá decaído para zero e a corrente terá
atingido um valor máximo determinado pela razão entre V e R (ou seja, a lei de
Ohm). Isso é mostrado na Figura 3.39 (c).

.40 - Energização de um indutor – Circuito RL


88

Figura 3.41-Quando a corrente DC flui através de uma bobina, ela cria campos magnéticos que
irão exercer uma força cuja direção depende da direção da corrente e se a bobina é enrolada no
sentido horário ou anti-horário. A força é mostrada pela seta verde em cada caso

51. DC através de uma bobina

Se o fio é formado em uma hélice (uma série de aproximações círculos)


como mostrado na Figura 3.41, e se a corrente DC passa através do fio, o
agregado dos campos magnéticos pode criar uma força na direção da seta verde
em cada exemplo, dependendo se o fio está enrolado no sentido horário ou anti-
horário, e da direção da corrente.
Esta conclusão do campo pode ser demonstrada pelo experimento
tradicional de ensino médio. Ao posicionar uma bússola ou dispersar limalhas
de ferro sobre uma folha de papel, abaixo da folha coloque um imã. Assim, você
irá verificar como são formadas as linhas do campo magnético.
89

Figura 3.42 -Linhas de campo magnético vistas em limalhas de ferro

Figura 3.43 –Equações de um indutor

Figura 3.44 – Tipo de indutores


90

Um esquema para demonstrar o F.E.M. e a Contra-F.E.M. é mostrado na


Figura 3.45. A bobina pode ser de 100H.
Quando o botão é pressionado, a corrente é impedida pela FEM criada pela
bobina e é desviada através de D1, fazendo-o piscar brevemente. Então a
reatância da bobina diminui, permitindo que a corrente flua através da bobina e
contorne o LED. Quando o botão é liberado, a bobina entra em colapso de campo
magnético e consequente F.E.M. circula através de D2, fazendo com que pisque
brevemente.
Note que a polaridade da Contra-F.E.M. e da F.E.M. são opostas, e é por
isso que os LEDs no circuito são orientados com polaridades opostas.
O resistor de 220Ω deve ser de 1/4 watt mínimo, e o botão não deve ser
segurado por muito tempo, já que a resistência elétrica da bobina é relativamente
baixa. Os LEDs devem ser idealmente classificados para uma corrente direta
mínima de não mais de 5mA.
Você pode montar no Proteus o circuito abaixo e realizar um teste de
funcionamento.

Figura 3.45-Um circuito de teste para demonstrar o FEM e Contra-FEM criado quando a corrente
CC inicia e passa por uma bobina
91

Tabela 3.2- A indutância é tipicamente medida em nanohenrys (nH), microhenrys (μH) e


millihenrys (mH)

Figura 3.46 - Calculando a indutância total de indutores em série (esquerda) em paralelo (a


direita)

Os indutores podem ser a base de vários componentes importantes, como


bobinas solenoides e relés.

Figura 3.47- Tipo de solenoides e relés


92

Bobinas solenoides Relés para circuitos eletrônicos

Na Figura 3.47, é possível observar um relé apropriadamente conhecido


como um relé de armadura eletromagnética para distingui-lo de um relé de
estado sólido.
Um relé habilita um sinal ou pulso de elétrico para ligar (ou desligar) um
circuito elétrico separado do circuito que comanda a bobina do relé, isso significa
que a bobina do relé pode estar submetida a uma tensão de 6VCC, porém os
contatos podem estar comutando uma carga de 240VAC.
Muitas vezes, um relé usa baixa tensão ou baixa corrente para controlar
uma voltagem ou corrente mais alta.
O sinal de baixa tensão e baixa corrente pode ser iniciado por um
interruptor, ou por um circuito transistorizado ou microprocessado.
Em um carro, por exemplo, ao girar a ignição do interruptor é enviado um
sinal para um relé que aciona o motor de arranque.

Figura 3.48- Símbolos esquemáticos comumente usados para um relé SPST. Os símbolos são
funcionalmente idênticos
93

Figura 3.49-Símbolos esquemáticos comumente usados para um relé SPDT. Os símbolos são
funcionalmente idênticos

Figura 3.50-Símbolos esquemáticos para um relé de travamento de duas bobinas. Os símbolos


são funcionalmente idênticos.

A característica mais interessante de um relé em um projeto de um circuito


eletrônico, onde é necessário um driver de potência, é que o relé pode ser
acionado com pequenas correntes. Sendo assim, é possível disparar um relé com
transistores de baixa potência ou combinar transistores na configuração
Darlington para que com um sinal muito pequeno possa ser usado um driver com
carga extremamente maior.
Isso significa que com correntes na ordem de microampères na base de um
transistor é possível controlar circuitos de altas correntes como motores,
lâmpadas e máquinas industriais, diretamente.
A corrente de trabalho de um transistor de uso comum está na ordem de
0,1A, que é uma corrente insuficiente para controlar um motor ou uma lâmpada,
porém é corrente mais que suficiente para acionar a bobina de um relé.
94

Figura 3.51- Circuitos de disparo para relés

Figura 3.52- Circuitos de disparo para relés

Figura 3.53-Microcontroladores usando drives com relés


95

4) Circuitos de Corrente Contínua (CC)

52. Leis de Kirchhoff

As Leis de Kirchhoff dizem respeito à soma algébrica de correntes em uma


junção (ou nó) ou tensões em uma rede (ou malha). O termo "algébrico"
simplesmente indica que a polaridade de cada corrente ou queda de tensão deve
ser levado em conta dando-lhe um sinal apropriado, seja positivo (+) ou negativo
(-).
A Lei de corrente de Kirchhoff afirma que a soma algébrica das correntes
presentes em uma junção (nó) em um circuito é zero (veja a Figura 4.1).

Figura 4.1-Lei de correntes de Kirchhoff


96

Exemplo 4.1
Na figura abaixo use a Lei Atual de Kirchhoff para determinar:
(a) o valor da corrente que flui entre A e B
(b) o valor de I3.

Solução
(a) I1 e I2 fluem para o nó A, aplicando-se a convenção de polaridade, eles
devem ser ambos positivos.
Agora, supondo que a corrente I5 flua entre A e B e que esta corrente flui
longe da junção (óbvio porque I1 e I2 ambos fluem para a junção) é possível
chegar à seguinte Lei de correntes de Kirchhoff.

Equação:

+ I1 + I2 −I5 = 0

Do qual:
I5 = I1 + I2 = 1,5 + 2,7 = 4,2 A
97

(b) Movendo para o Nó B, vamos supor que o I3 flui para fora, é possível
dizer que:

+ I4 + I5 −I3 = 0

Do qual:

I3 = I4 + I5 = 3,3 + 4,2 = 7,5 A

A Lei de Voltagem de Kirchhoff afirma que o algébrico da soma das quedas


de potencial em uma rede fechada (ou "Malha") é zero, conforme a imagem
abaixo.

Exemplo 4.2
Na figura abaixo, use a Lei de Voltagem de Kirchhoff para determinar:
(a) o valor de V2
(b) o valor de E3
98

Solução
(a) no ciclo A e usando as convenções mostradas na imagem do Exemplo
4.1, é possível anotar os dados de Kirchhoff.
Equações da Lei de Voltagem:

E1 - V2 - E2 = 0

Do qual:

V2 = E1 - E2 = 6 - 3 = 3 V

(b) Da mesma forma, no Loop B, você pode dizer que:

E2 - V1 + E3 = 0

Do qual:

E3 = V1 - E2 = 4,5 - 3 = 1,5 V
Exemplo 4.3
Determine as correntes e tensões no circuito da figura abaixo.
99

Solução
Para resolver o circuito mostrado na figura acima, é primeiro necessário
marcar as correntes e tensões no circuito, como mostrado nas figuras no fim
desta solução
Aplicando a Lei de Correntes de Kirchhoff no Nó A identificado na imagem:

+ I1 + I2 - I3 = 0
Assim sendo:
I1 = I3 - I2 (i)

Aplicando a Lei de Voltagem de Kirchhoff no Loop A foi obtido:

12 - V1 - V3 = 0
Do qual:
V1 = 12 - V3
Aplicando a Lei de Voltagem de Kirchhoff no Loop B foi obtido:

9 - V2 - V3 = 0
Do qual:
V2 = 9 –V3
100

Em seguida, é possível gerar mais três relacionamentos aplicando a lei de


Ohm.

V1 = I1 R1 a partir do qual𝐼 =

V2 = I2 R2 a partir do qual𝐼 =

E,
V3 = I3 R3 a partir do qual𝐼 =

Combinando estas três relações com a equação da lei de corrente (i) será:

𝑽𝟏 𝑽𝟑 𝑽𝟐
= −
𝑹𝟏 𝑹𝟑 𝑹𝟐
Do qual:
𝑽𝟏 𝑽𝟑 𝑽𝟐
= −
𝟏𝟏𝟎 𝟐𝟐 𝟑𝟑

Combinando as equações:

12 − 𝑉 𝑉 9−𝑉
= −
110 22 33

Multiplicando os lados da expressão:

𝟑𝟑𝟎(𝟏𝟐 − 𝑽𝟑 ) 𝟑𝟑𝟎𝑽𝟑 𝟑𝟑𝟎(𝟗 − 𝑽𝟑 )


= −
𝟏𝟏𝟎 𝟐𝟐 𝟑𝟑

3 (12 - V3) = 15V3 - 10 (9 - V3)


Do qual:
36 - 3V3 = 15V3 - 90 + V3
36 + 90 = 15V3 + 10V3 + 3V3
E:
126 = 28V3, então V3 = 126/28 = 4,5 V
De:
101

V1 = 12 - V3 então V1 = 12 - 4,5 = 7,5 V


De:
V2 = 9 - V3 então V2 = 9 - 4,5 = 4,5 V
Usando as equações da Lei de Ohm, já conhecidas:

𝑉 7.5
𝐼 = = = 0.068𝐴 = 68𝑚𝐴
𝑅 110

𝑉 4.5
𝐼 = = = 0.136𝐴 = 136𝑚𝐴
𝑅 33

𝑉 4.5
𝐼 = = = 0.204𝐴 = 204𝑚𝐴
𝑅 22

Finalmente, vale a pena verificar estes resultados com a equação da lei de


correntes:

+ I1 + I2 - I3 = 0

Inserindo os valores para I1, I2 e I3 é fornecido: +0,068 + 0,136 - 204 =


0
Desde que o lado esquerdo e direito da equação sejam iguais, é possível
estar razoavelmente confiante de que o resultado encontrado está correto.

53. O divisor de tensão

O circuito divisor de tensão (veja a Figura 4.2) é comumente utilizado para


reduzir tensões em um circuito.
A tensão de saída produzida pelo circuito pode ser vista abaixo.
102

Figura 4.2 - Circuito divisor de tensão

𝑅
𝑉 = 𝑉
𝑅 + 𝑅

Ou
𝑅
𝑉 = 𝑉
𝑅 + 𝑅

No entanto, é importante notar que a saída tensão (Vout) cairá quando a


corrente for como na Figura 4.3, que mostra o efeito da tensão no circuito divisor.
Confira abaixo a tensão de saída do divisor de tensão carregado.

Figura 4.3-Circuito divisor de tensão com carga

𝑅
𝑉 = 𝑉
𝑅 + 𝑅
Onde:

𝑅 𝑥𝑅
𝑅 =
𝑅 + 𝑅

Exemplo 4.4
O divisor de tensão mostrado a seguir é usado como um simples
calibrador de voltagem. Determine a tensão de saída produzida pelo circuito:
(a) quando os terminais de saída são deixados em circuito aberto (quando
nenhuma carga está conectada)
(b) quando a saída é carregada por uma resistência de 10 kΩ.
103

Solução
(a) No primeiro caso, é
possível simplesmente aplicar a
fórmula:
𝑅
𝑉 = 𝑉
𝑅 + 𝑅
Onde Vin = 5 V, R1 = 4 k2 e R2
= 1 kΩ.
Consequentemente:
1
𝑉 = 5𝑥 = 1𝑉
4+ 1
(b) No segundo caso, é
preciso levar em conta o efeito do
resistor de 10 kΩ conectado aos
terminais de saída do divisor de
tensão.
Primeiro é necessário
encontrar a resistência equivalente
a combinação paralela de R2 e RL:
𝑅 𝑥 𝑅 1 𝑥 10 10
𝑅 = = = 0.909𝐾Ω
𝑅 + 𝑅 1 + 10 11

Então determine a tensão de


saída de:

𝑅 0.909
𝑉 = 𝑉 = 5𝑥
𝑅 + 𝑅 4 + 0.909
= 0.925𝑉

54. O divisor de corrente


104

O atual circuito divisor (veja a Figura 4.4) é usado para desviar uma
proporção conhecida da corrente em um circuito. A corrente de saída produzida
pelo circuito é dada pela equação a seguir:

𝑅
𝐼 = 𝐼
𝑅 + 𝑅

Figura 4.4 - Circuito Divisor de Corrente

No entanto, é importante notar que a saída corrente (Iout) cairá quando a


carga conectada nos terminais de saída apresentarem uma resistência.

Exemplo 4.5
Um medidor de bobina móvel requer uma corrente de 1 mA para fornecer
deflexão do total da escala.
Se o medidor tem uma resistência de bobina de 100 Ω e deve ser usado
como miliamperímetro lendo 5 mA na escala total, determine o valor do resistor
de shunt requerido.

Solução
Esse problema pode é um pouco complicado, por isso vale a pena dar uma
olhada no circuito equivalente do medidor abaixo e compará-lo com o divisor de
corrente mostrado na Figura 4.4.
É possível aplicar a fórmula do divisor de corrente, substituindo Iout por Im
(o medidor em escala total).
105

A corrente de deflexão em R2 com Rm (Rm= medidor resistência).


R1 é o valor requerido do resistor de derivação, Rs.
Consequentemente:
𝑅
𝐼 = 𝐼
𝑅 + 𝑅
106

Reorganizando a fórmula:

Im × (Rs + Rm) = Iin × Rs


Portanto:
Im Rs + Im Rm = Iin Rs
Ou:
Iin Rs - Im Rs = Im Rm
Do qual:
Rs (Iin - Im) = Im Rm
Assim:

𝐼 𝑅
𝑅 =
𝐼 − 𝐼

Agora Iin = 1 mA, Rm = 100 Ω e Iin = 5 mA, assim:

1 𝑥 100 100
𝑅 = = = 25Ω
5− 1 4

55. A ponte Wheatstone

A ponte de Wheatstone constitui a base de um número de circuitos


eletrônicos úteis, incluindo vários que são usados em instrumentação e medição.
A forma básica da ponte de Wheatstone é mostrada na Figura 4.5.
A tensão desenvolvida entre A e B será zero quando a tensão entre A e Y é
o mesmo que entre B e Y.
Na verdade, R1 e R2 constituem um divisor de potencial, assim como R3 e
R4.

Figura 4.5-Circuito da ponte básica de Wheatstone


107

A ponte será balanceada (e VAB = 0) quando a razão de R1: R2 é a mesma


que a razão R3: R4.
Assim ocorre o equilíbrio:
𝑅 𝑅
=
𝑅 𝑅

Uma forma prática da ponte de Wheatstone que pode ser usado para medir
resistências desconhecidas é mostrado na Figura 4.6.
Neste exemplo, R1 e R2 são chamados de braços de relação, enquanto um
braço (aquele ocupado por R3 na Figura 4.5) é substituído por um resistor
variável calibrado.
O resistor desconhecido Rx, está conectado no quarto braço.

Figura 4.6 - Exemplo 4.6


108

𝑅 𝑅 𝑅
=
𝑅 𝑅 Portanto 𝑅
= 𝑥𝑅
𝑅

Exemplo 4.6
Uma ponte de Wheatstone baseada no circuito mostrado na Figura 4.6.
Se R1 e R2 puderem ser comutados para que tenham valores de 100Ω ou
1 kΩ
E RV é variável entre 10 Ω e 10 kΩ, determine o intervalo de valores de
resistência que podem ser medidos.

Solução
O valor máximo de resistência que pode ser medido corresponderá à maior
proporção de R2: R1
Ou seja, quando R2 é 1 kΩ e R1 é 100 Ω e o maior valor de RV (isto é, 10
k).
Nesse caso:

1.000
𝑅 = 𝑥 10.000 = 100.000 = 100𝑘Ω
100

O valor mínimo de resistência que pode ser medido corresponderá à menor


proporção de R2: R1 (isto é, quando R1 é 100 Ω e R1 é 1 kΩ) e o menor valor
de RV (ou seja, 10 Ω).
Nesse caso:

100
𝑅 = 𝑥 10 = 0.1 𝑥 10 = 1Ω
1.000

Assim, o intervalo de valores que podem ser medidos estende-se de 1Ω a


100kΩ.
109

56. Teorema de Thévenin

O Teorema de Thévenin permite a substituição de uma complicada rede de


resistências e fontes de tensão com um circuito equivalente simples
compreendendo uma única fonte de tensão conectada em série com uma única
resistência (veja a Figura 4.7).
A única fonte de tensão no circuito equivalente Thévenin, Voc é
simplesmente a tensão que aparece entre os terminais quando nada é conectado
a ele. Em outras palavras, é o “open circuit”, tensão que apareceria entre A e B.
A única resistência que aparece no circuito equivalente Thévenin, R , é a
resistência que seria vista olhando para a rede entre A e B quando todas as fontes
de tensão (assumidas como perfeitas) são substituídas por conexões de curto-
circuito.
Note que se as fontes de tensão não forem perfeitas (isto é, se tiverem
alguma resistência interna) o circuito equivalente deve ser construído na base de
que cada fonte de tensão é substituída por uma resistência interna.
Uma vez que você tenha os valores para Voc e R, é possível determinar
como a rede se comportará quando estiver conectada a uma carga (ou seja,
quando um resistor é conectado através dos terminais A e B).

Figura 4.7- Circuito


Figura 4.8 - Veja o Exemplo 4.7 Figura 4.9-Veja o Exemplo 4.7
equivalente de Thévenin

Exemplo 4.7
A Figura 4.8 mostra uma ponte de Wheatstone.
Determine a corrente que fluirá em uma carga de 100 Ω conectado entre
os terminais A e B.
110

Solução
Primeiro você precisa encontrar o equivalente Thévenin do circuito.
Para encontrar Voc você pode tratar o arranjo da ponte como dois divisores
potenciais.
A tensão em R2 será dada por:

𝑹𝟐 𝟔𝟎𝟎
𝑽 = 𝟏𝟎 𝒙 = 𝟏𝟎 𝒙 = 𝟓. 𝟒𝟓𝟒𝑽
𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 𝟓𝟎𝟎 + 𝟔𝟎𝟎

Assim, a tensão em A em relação a Y, VAY, será 5,454V.


A voltagem através de R4 será dada por:

𝑹𝟒 𝟒𝟎𝟎
𝑽 = 𝟏𝟎 𝒙 = 𝟏𝟎 𝒙 = 𝟒. 𝟒𝟒𝟒𝑽
𝑹𝟑 + 𝑹𝟒 𝟓𝟎𝟎 + 𝟒𝟎𝟎

Assim, a tensão em B em relação a Y, VBY, será 4,444 V.


A tensão VAB será a diferença entre VAY e VBY. Isso, a tensão de saída de
circuito aberto, VAB será dada por:

VAB = VAY −VBY = 5,454 - 4,444 = 1,01 V

Em seguida, é necessário encontrar o equivalente da resistência de


Thévenin olhando em A e B.
Para fazer isso, você pode redesenhar o circuito, substituindo a bateria
(conectada entre X e Y) com um curto-circuito, como mostrado na Figura 4.9.
A resistência equivalente de Thévenin é dada pela relação:

𝑹𝟏 𝒙 𝑹𝟐 𝑹𝟑 𝒙 𝑹𝟒 𝟓𝟎𝟎 𝒙 𝟔𝟎𝟎 𝟓𝟎𝟎 𝒙 𝟒𝟎𝟎


𝑹= + = +
𝑹𝟏 + 𝑹𝟐 𝑹𝟑 + 𝑹𝟒 𝟓𝟎𝟎 + 𝟔𝟎𝟎 𝟓𝟎𝟎 + 𝟒𝟎𝟎

Do qual:
𝟑𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝟐𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝑹= + = 𝟐𝟕𝟐. 𝟕 + 𝟐𝟐𝟐. 𝟐 = 𝟒𝟗𝟒. 𝟗Ω
𝟏. 𝟏𝟎𝟎 𝟗𝟎𝟎
111

O circuito equivalente de Thévenin é mostrado na Figura abaixo.

Para determinar a corrente em 100Ω da carga conectada entre A e B,


podemos simplesmente adicionar uma carga de 100Ω ao equivalente do Circuito
Thévenin, como mostrado na figura a seguir.

Ao aplicar a Lei Ohm nesta figura, você obtém:

𝑽𝑶𝑪 𝟏. 𝟎𝟏 𝟏. 𝟎𝟏
𝑰= = = = 𝟏. 𝟔𝟗𝟖𝒎𝑨
𝑹 + 𝟏𝟎𝟎 𝟒𝟗𝟒. 𝟗 + 𝟏𝟎𝟎 𝟓𝟗𝟒. 𝟗
112

57. Teorema de Norton

O Teorema de Norton fornece um método alternativo de reduzir uma rede


complexa a um circuito equivalente simples.
Ao contrário do Teorema Thévenin, o Teorema de Norton faz uso de uma
fonte de corrente em vez de uma fonte de voltagem.
O circuito equivalente Norton permite substituir uma complicada rede de
resistências e fontes de tensão por um circuito simples equivalente
compreendendo uma única fonte de corrente constante conectada em paralelo
com uma única resistência.
A fonte de corrente constante no circuito Norton equivalente, Isc, é
simplesmente o curto-circuito da corrente que fluiria se A e B fossem ligados
diretamente juntos.
A resistência que aparece no circuito equivalente Norton, R, é a resistência
que seria vista olhando para a rede entre A e B quando toda a tensão das fontes
é substituída por conexões de curto-circuito.
Mais uma vez, vale a pena notar que se a fonte tensão têm alguma
resistência interna apreciável, o circuito equivalente deve ser construído na base
de que cada fonte de tensão é substituída por uma resistência interna.
Tal como acontece com o equivalente de Thévenin, é possível determinar
como uma rede se comportará considerando valores para Isc e R.

Exemplo 4.8
Três sensores de temperatura com as características mostradas na tabela
abaixo são conectados em paralelo, como mostrado na figura.

Sensor A B C
Tensão de saída
20mV 30mV 10mV
(Circuito Aberto)
Resistencia Interna 5KΩ 3KΩ 2KΩ
113

Determine a tensão produzida quando o arranjo está ligado a um medidor


de bobina móvel tendo uma resistência de 1 kΩ.

Solução
Primeiro é preciso encontrar o equivalente Norton do circuito.
Para encontrar o Isc, você pode determinar a corrente de curto circuito de
cada sensor e adicioná-los juntos.
Para o sensor A:
𝑽 𝟐𝟎𝒎𝑽
𝑰= = = 𝟒𝝁𝑨
𝑹 𝟓𝒌𝛀
Para o sensor B:

𝑽 𝟑𝟎𝒎𝑽
𝑰= = = 𝟏𝟎𝝁𝑨
𝑹 𝟑𝒌𝛀
Para o sensor C:
𝑽 𝟏𝟎𝒎𝑽
𝑰= = = 𝟓𝝁𝑨
𝑹 𝟐𝒌𝛀

A corrente total, Isc, será dada por:


Isc = 4 μA + 10 μA + 5 μA = 19 μA

Em seguida, encontre a resistência equivalente Norton.


Para fazer isso, redesenhe o circuito mostrando cada sensor substituído por
sua resistência, como mostrado na figura a seguir.
114

A resistência equivalente deste arranjo (pense nisso como a resistência


vista olhando para o circuito na direção da seta mostrada na figura acima) é dada
por:

𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
= + + = + +
𝑹 𝑹𝟏 𝑹𝟐 𝑹𝟑 𝟓. 𝟎𝟎𝟎 𝟑. 𝟎𝟎𝟎 𝟐. 𝟎𝟎𝟎

Onde R1 = 5 kΩ, R2 = 3 kΩ, R3 = 2 kΩ. Consequentemente:

𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 𝟏
= + + = + +
𝑹 𝑹𝟏 𝑹𝟐 𝑹𝟑 𝟓. 𝟎𝟎𝟎 𝟑. 𝟎𝟎𝟎 𝟐. 𝟎𝟎𝟎

Ou
𝟏
= 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟐 + 𝟎. 𝟎𝟎𝟑𝟑 + 𝟎. 𝟎𝟎𝟎𝟓 = 𝟎. 𝟎𝟎𝟏𝟎𝟑
𝑹

Do qual: R = 968 Ω

O circuito equivalente Norton é mostrado a seguir.


115

Para determinar a tensão em um 1kΩ do medidor de bobina móvel


conectado entre A e B, você pode usar o circuito equivalente Norton
simplesmente adicionando um resistor de 1 kΩ ao circuito e aplicando a Lei de
Ohm, como mostrado na imagem abaixo.

A voltagem aparecendo no galvanômetro da bobina móvel, na figura


abaixo, será dada por:

𝑹 𝒙 𝑹𝒎
𝑽 = 𝑰𝑺𝑪 𝒙
𝑹 = 𝑹𝒎
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 𝒙 𝟗𝟔𝟖
= 𝟏𝟗𝝁𝑨 𝒙
𝟏. 𝟎𝟎𝟎 + 𝟗𝟔𝟖

Consequentemente:
V = 19 µA × 492 Ω = 9,35 mV

A queda de tensão do medidor é de 9,35 mV.

58. Circuitos RC
116

Figura 4.10- Um circuito RC no qual C é carregado através de R

Redes de capacitores e resistores (conhecidos como Circuitos RC) formam


a base de muitas temporizações e circuitos de modelagem de pulso e são,
portanto, circuitos eletrônicos práticos.
Um circuito RC simples é mostrado na Figura 4.10.
Nesse circuito C é carregado através de R de uma fonte de tensão
constante. Com a voltagem Vs, através de C (inicialmente descarregado) a tensão
do capacitor aumentará exponencialmente, como mostrado na Figura 4.11.

Figura 4.11-Crescimento exponencial da tensão do capacitor, C, na Figura 4.10

No mesmo tempo, a corrente no circuito, vai cair, como mostrado na Figura


4.12.
117

Figura 4.12- Decaimento exponencial de corrente I, na Figura 4.10

A taxa de crescimento de tensão com o tempo (e decaimento da corrente


com o tempo) dependerá do produto da capacitância e resistência.
Este valor é conhecido como a constante de tempo do circuito.
Consequentemente:
Constante de tempo, t = C × R.
Onde C é o valor da capacitância (F), R é o valor da resistência (Ω), e t é a
constante de tempo (s).
A tensão desenvolvida através do carregamento capacitor, C, varia com o
tempo, t, de acordo com a relação:

𝑉 =𝑉 1−𝑒

Onde VC é a tensão do capacitor, Vs a tensão de alimentação, t é o tempo


e RC é a constante do circuito (igual ao produto de capacitância, C e resistência,
R).
A tensão do capacitor aumentará para aproximadamente 63% da tensão
de alimentação, Vs, em um intervalo de tempo igual à constante de tempo.
118

No final do próximo intervalo de tempo igual a constante de tempo (ou


seja, após um tempo decorrido igual a 2RC) a tensão terá aumentado em 63%
do restante, e assim por diante. Em teoria, o capacitor nunca fica totalmente
carregado. No entanto, depois de um período de tempo igual a 5RC, a tensão do
capacitor para todos os propósitos vai ser igual a tensão de alimentação. Neste
ponto a tensão do capacitor terá subido para 99,3% do seu valor final e você
pode considerá-lo totalmente carregado.

Figura 4.13 – Constante de tempo em um capacitor

Figura 4.14- Gráfico de carga e descarga do capacitor


119

Figura 4.15-Circuitos práticos para o efeito RC

Durante o carregamento, a corrente no capacitor, i, varia com o tempo, t,


de acordo com a relação:
𝑽𝑺 𝒕
𝒊= 𝒆𝑹𝑪
𝑹

Onde Vs é a tensão de alimentação CC, t é o tempo, R é a resistência em


série e C é o valor de capacitância.
A corrente cairá para aproximadamente 37% da corrente inicial em um
tempo igual à constante de tempo.
No final do próximo intervalo de tempo, igual a constante de tempo (ou
seja, após um tempo total decorrido de 2RC) a corrente terá caído por mais 37%
do restante, e assim por diante.

Exemplo 4.9
Um capacitor de 1 μF inicialmente não carregado com a tensão de
alimentação de uma bateria de 9 VCC.
Através de um resistor de 3,3 MΩ.
Determine a tensão do capacitor 1s depois de conectado a fonte.

Solução
A fórmula para o crescimento exponencial de tensão no capacitor é:

𝑉 =𝑉 1−𝑒
120

Agora você precisa encontrar a tensão do capacitor, Vc, quando:

Vs = 9 V,

t = 1 s,
C = 1 μF
R = 3,3 MΩ.
A constante de tempo, RC, será dada por: RC = 1 × 10−6 × 3,3 × 106 =
3,3 s. Portanto:

𝑉 = 9 1−𝑒 .

E,
𝑉 = 9(1 − 0,738) = 9𝑥0.262 = 2.358𝑉

Exemplo 4.10
Um capacitor de 100 µF é carregado a partir de 350 VCC através de uma
resistência em série de 1 kΩ.
Determine a corrente de carga inicial e a corrente que fluirá 50ms e 100ms
após conectar a tensão.
Depois de quanto tempo o capacitor é considerado totalmente carregado?

Solução
Em t = 0 o capacitor está descarregado (Vc = 0) e toda a tensão de
alimentação aparecerá na resistência em série.
Assim, em t = 0:
𝑽𝑺 𝟑𝟓𝟎
𝒊= = = 𝟎. 𝟑𝟓𝑨
𝑹 𝟏. 𝟎𝟎𝟎

Quando t = 50 ms, a corrente será dada por:

𝑽𝑺 𝒕
𝒊= 𝒆𝑹𝑪
𝑹
121

Onde Vs = 350 V, t = 50ms, C = 100μF e R = 1kΩ. Consequentemente:

350 .
.
𝑖= 𝑒 . = 0.35 𝑒 = 0.35𝑥0.607 = 0.21𝐴
1.000

Quando t = 100ms (usando a mesma equação, mas com t = 0,1s) a


corrente é dada por:

350 .
𝑖= 𝑒 . = 0.35 𝑒 = 0.35𝑥0.368 = 0.129𝐴
1.000

O capacitor pode ser considerado totalmente carregado quando:

t = 5CR = 5 × 100 × 10−6 × 1 × 103 = 0,5s

Note que, neste ponto, o capacitor tensão terá atingido 99% do seu valor
final.

Figura 4.16 - Osciloscópio

Circuitos RC são amplamente utilizados em equipamentos eletrônicos. Na


Figura 4.16 você pode observar um osciloscópio. Nele, por exemplo, um
comutador rotativo é usado para selecionar diferentes combinações, a fim de
fornecer os vários intervalos de base de tempo (ajustável de 500 ms/cm1 μs/cm).
122

Cada constante de tempo RC corresponde a um intervalo de base de tempo


diferente.

59. Descarga do Capacitor

Tendo considerado a situação quando um capacitor está sendo carregado,


agora considere o que acontece quando um capacitor já carregado é
descarregado.
Quando o capacitor está totalmente carregado (veja a segunda figura do
Exemplo 4.7) está conectado como mostrado na Figura 4.17, o capacitor irá
descarregar através do resistor, e a tensão do capacitor, VC, cairá
exponencialmente com o tempo, como mostrado na Figura 4.18.
A corrente no circuito, i, também cairá, conforme mostrado na Figura 4.19.
A taxa de descarga (isto é, a taxa de decaimento da voltagem com o tempo)
voltará a ser controlada pela constante de tempo do circuito,
C × R.
A tensão desenvolvida através da descarga capacitor, VC, varia com o
tempo, t, de acordo com a relação:
𝒕
𝑽𝑪 = 𝑽𝑺 𝒆𝑹𝑪

Onde Vs é a tensão de alimentação, t é o tempo, C é a capacitância e R é


a resistência.
A tensão do capacitor cairá para aproximadamente 37% da tensão inicial
em um tempo igual ao da constante de tempo.
No final do próximo intervalo de tempo igual à constante de tempo (ou
seja, após um tempo decorrido igual a 2RC), a tensão terá caído em 37% do
restante, e assim por diante.
Em teoria, o capacitor nunca ficará totalmente descarregado. No entanto,
após um período de tempo igual a 5RC, a tensão do capacitor será para todos os
efeitos e fins considerada como zero.
Neste ponto, a tensão do capacitor terá caído abaixo de 1% do seu valor
inicial.
123

Neste ponto o capacitor pode ser considerado totalmente descarregado.


Tal como acontece com o carregamento, a corrente no capacitor, i, varia
com o tempo, t, de acordo com a relação:

𝑽𝑺 𝒕
𝒊= 𝒆 𝑹𝑪
𝑹

Onde Vs é a tensão de alimentação, t é o tempo, C é a capacitância e R é


a resistência.
A corrente cairá para aproximadamente 37% do valor inicial da corrente,
Vs / R, em um tempo igual a constante de tempo.
No final do próximo intervalo de tempo igual a constante de tempo (ou
seja, após um tempo total de 2RC decorrido) a tensão terá caído por mais 37%
do restante, e assim por diante.

Figura 4.17-Circuito RC no qual C é inicialmente carregado e, em seguida, descarrega através


de R
124

Figura 4.18- Decaimento exponencial do capacitor tensão, νc, na Figura 4.15

Figura 4.19- Decaimento exponencial de corrente, i, em Figura 4.15


125

Uma das aplicações mais comuns de redes RC está em circuitos de ondas.


Os circuitos mostrados nas Figuras 4.21 e 4.22 funcionam como simples
conversores de ondas quadradas para ondas triangulares e ondas quadradas para
pulso, por exemplo, em circuitos integrados, integrando e diferenciando suas
entradas.
A eficácia do circuito integrador simples mostrado na Figura 4.21 depende
da razão da constante de tempo RC, para tempo periódico, t.
Quanto maior esta relação, quanto mais eficaz o circuito será como
integrador.
A eficácia do circuito da Figura 4.21 é ilustrado pela entrada e saída das
formas de onda mostradas na Figura 4.22, a relação de constante de tempo RC,
para tempo periódico, t. Quanto menor essa proporção, mais eficaz o circuito
será como um diferenciador.
A eficácia do circuito da Figura 4.22 é ilustrado pelas formas de onda de
entrada e saída mostrada na Figura 4.23.

Figura 4.20-Formas de onda típicas de entrada e saída para o circuito de integração mostrado
na Figura 4.18
126

Figura 4.21- Um circuito integrador RC

Figura 4.22- Circuito de diferenciação RC

Figura 4.23-Formas de onda típicas de entrada e saída para o circuito de integração mostrado
na Figura 4.22
127

60. Circuitos LR

Redes de indutores e resistores (conhecidos como Circuitos LR) também


podem ser usados para temporização e modelagem de pulso.
Em comparação com capacitores, no entanto, os indutores são um pouco
mais difíceis fabricar e são consequentemente mais caros.
Os indutores são, geralmente inadequado para aplicações simples de
quebra de onda.
A Figura 4.24 mostra uma rede LR simples na qual um indutor está
conectado a uma tensão constante.
Quando a tensão é conectada pela primeira vez, a corrente, i, vai subir
exponencialmente com o tempo, como mostrado na Figura 4.25. Ao mesmo
tempo, a tensão no indutor, VL, cairá, como mostrado na Figura 4.26.
A taxa de mudança de corrente com o tempo vai depender sobre a relação
de indutância para resistência e é conhecida como a constante de tempo.
Consequentemente:
Constante de tempo, t = L / R
Onde L é o valor da indutância (H), R é a resistência (Ω), e t é a constante
de tempo (s).
A corrente que flui no indutor, i, varia com tempo, t, de acordo com a
relação:
𝑉
𝑖= 1−𝑒
𝑅

Onde Vs é a tensão de alimentação CC, R é a resistência do indutor e L é a


indutância.
A corrente, i, será inicialmente zero e aumentará para aproximadamente
63% do seu valor máximo (ou seja, Vs / R) em um intervalo de tempo igual à
constante de tempo.
No final do próximo intervalo de tempo igual a constante de tempo (ou
seja, após um tempo total de 2L / R) a corrente terá aumentado 63% do restante,
e assim por diante.
128

Em teoria, a corrente no indutor nunca irá se tornar igual a Vs / R. No


entanto, após um período de tempo igual a 5L / R, a corrente são iguais a Vs /
R. Neste ponto, a corrente no indutor terá subido para 99,3% do seu valor final.

Figura 4.24-Circuito L R no qual C é inicialmente carregado e, em seguida, descarrega através


de R

Figura 4.25- Crescimento exponencial de corrente, i, em Figura 4.24


129

Figura 4.26 - Decaimento exponencial de tensão, VL, em Figura 4.24

A tensão desenvolvida através do indutor, VL, varia com o tempo, t, de


acordo com a relação:
𝒕𝑹
𝑽𝑳 = 𝑽𝑺 𝒆 𝑳

Onde Vs é a tensão de alimentação CC, R é a resistência do indutor e L é a


indutância.
A tensão do indutor cairá para aproximadamente 37% da tensão inicial em
um tempo igual a constante de tempo.
No final do próximo intervalo de tempo igual à constante de tempo (ou
seja, após decorrido um tempo total de 2L / R) a tensão terá diminuído em 37%
do restante, e assim por diante.
130

Figura 4.27- Símbolos de circuitos

5) Tensão e corrente alternadas

Agora será estudada a teoria básica da corrente alternada. Você irá


compreender a terminologia usada para descrever formas de onda alternadas e
o comportamento de resistores, capacitores e indutores quando uma corrente
alternada é aplicada eles. Além disso, você irá aprender a respeito dos
transformadores, outro componente útil nas atividades desempenhadas nesta
aula.

61. Corrente alternada versus corrente contínua

Correntes contínuas podem variar sua magnitude essencialmente apenas


em uma direção. Em outras palavras, correntes contínuas são unidirecionais.
Correntes alternadas, por outro lado, são bidirecionais e continuamente
invertem a direção do fluxo.
A polaridade da F.E.M. que produz uma corrente alternada deve
consequentemente também estar mudando de positivo para negativo e vice-
versa.
Correntes alternadas produzem potencial alternado (DDP) nos circuitos.
Além disso, em alguns circuitos de tensões alternadas as tensões podem ser
sobrepostas nos níveis de tensão contínua (veja a Figura 5.1).
A tensão resultante pode ser unipolar (ou seja, sempre positivo ou sempre
negativo) ou bipolar (isto é, parcialmente positivo e parcialmente negativo).
131

Figura 5.1- (a) Onda senoidal bipolar; b) seno unipolar onda (sobreposta em um nível C.C.)

62. Formas de onda e sinais

Um gráfico mostrando a variação de voltagem ou corrente presente em um


circuito é conhecido como forma de onda. Existem muitos tipos comuns de forma
de onda encontradas em circuitos elétricos, incluindo senoide (ou sinusoidal),
quadrado, triângulo, rampa ou dente de serra (o que pode ser positivo ou
negativo) e pulso.
Formas de onda complexas, como fala e música, geralmente compreendem
muitos componentes em diferentes frequências. Formas de onda de pulso são
muitas vezes categorizadas como repetitivas ou não repetitivas (o primeiro
compreende um padrão de pulsos que repete regularmente enquanto o último
compreende pulsos que constituem um evento único).
As formas de onda comuns são mostradas na Figura 5.2. Os sinais podem
ser transmitidos usando uma ou mais propriedades de uma forma de onda e
132

enviados usando fios, cabos, links ópticos e de rádio. Sinais também podem ser
processados de várias maneiras usando amplificadores, moduladores, filtros, etc.
São classificados como analógico (continuamente variável) ou digital (baseado
em estados discretos).

Figura 5.2-Formas de onda comuns

63. Frequência

A frequência de uma forma de onda repetitiva é o número de ciclos da


forma de onda que ocorrem em tempo unitário. A frequência é expressa em hertz,
Hz, e uma frequência de 1 Hz é equivalente a um ciclo por segundo. Portanto, se
uma voltagem tiver uma frequência de 400Hz, 400 ciclos do mesmo ocorrerão
em cada segundo. A equação para a tensão é mostrada na Figura 5.1 (a) de cada
vez, t, é:

V = Vmax sin (2πft)


133

Enquanto que na Figura 5.1 (b) é:


V = VCC. + Vmax sin (2πft)

Onde V é a tensão instantânea, Vmax é a tensão máxima (ou pico) da onda


senoidal, VC.C. é o offset (presente) e f é a frequência da onda senoidal.

Exemplo 5.1
Uma tensão de onda senoidal tem um valor máximo de 20 V e uma
frequência de 50 Hz. Determine a
tensão instantânea presente (a) 2,5 ms e (b) 15 ms desde o início do ciclo.

Solução
É possível encontrar a voltagem a qualquer instante usando:

V = Vmax sin (2πft)

Onde Vmax = 20 V e f = 50 Hz.


Em (a), t = 2,5 ms, portanto:
V = 20 sin (2π × 50 × 0,0025) = 20 sin (0,785)
= 20 × 0,707 = 14,14 V
Em (b), t = 15 ms, portanto:
V = 20 sin (2π × 50 × 0,0015) = 20 sin (4,71)
= 20 × −1 = −20 V

64. Tempo periódico (período)

O período periódico (ou período) de uma forma de onda é o tempo gasto


para um ciclo completo da onda
(veja a Figura 5.3). A relação entre periódica o tempo e a frequência são
assim:
t = 1 / f ou f = 1 / t
Onde t é o tempo periódico (em s) e f é o tempo frequência (em Hz).
134

Figura 5.3- Um ciclo de uma tensão de onda senoidal mostrando seu tempo periódico

Exemplo 5.2
Uma forma de onda tem uma frequência de 400 Hz. Qual o tempo
periódico da forma de onda?

Solução
t = 1 / f = 1/400 = 0,0025 s (ou 2,5 ms)

Exemplo 5.3
Uma forma de onda tem um tempo periódico (período) de 40 ms. Qual é
sua frequência?

Solução
𝟏 𝟏 𝟏
𝒇= = 𝟑
= = 𝟐𝟓𝑯𝒛
𝒕 𝟒𝟎𝒙𝟏𝟎 𝟎. 𝟎𝟒

65. Valores Média, pico, pico-pico e R.M.S.

O valor médio de uma corrente alternada que oscila simetricamente acima


e abaixo de zero será zero quando medido durante um longo período de tempo.
Portanto, os valores médios de correntes e voltagens são invariavelmente
tomados em um semiciclo completo (positivo ou negativo) e não em um ciclo
completo (o que resultaria em um valor médio de zero).
135

A amplitude (ou valor de pico) de uma forma de onda é uma medida da


extensão da sua tensão ou corrente a partir do valor de repouso (geralmente
zero).
O valor pico-a-pico de uma onda que é simétrica em relação ao seu valor
de repouso é duas vezes o seu valor de pico (veja a Figura 5.4).
O valor R.M.S (ou valor efetivo) é o valor de uma tensão ou corrente
alternada que produziria a mesma energia térmica em um resistor com a tensão
continua ou corrente da mesma magnitude.
O valor R.M.S de uma forma de onda é muito dependente de sua forma, os
valores só são significativos quando se trata de uma forma de onda de formato
conhecido. Onde a forma de onda não é especificada, valores R.M.S são
normalmente assumidos para se referir a condições sinusoidais.
Para uma dada forma de onda, um conjunto de relacionamentos fixos
existem entre valores de média, pico, pico-pico e R.M.S.
Os fatores multiplicadores necessários são resumidos para tensões
sinusoidais e correntes na Tabela 5.1.

Figura 5.4-Um ciclo de uma tensão de onda senoidal mostrando seus valores de pico e pico-pico
136

Tabela 5.1- Fatores multiplicadores para valores de média, pico, pico-pico e R.M.S.

Exemplo 5.4
Uma tensão sinusoidal tem um valor R.M.S. de 240 V.
Qual é o valor máximo da tensão?

Solução
O fator multiplicador correspondente (encontrado na tabela 5.1) é de
1,414. Consequentemente:
Vp = 1,414 × VR.M.S = 1,414 × 240 = 339,4 V

Exemplo 5.5
Uma corrente alternada tem um valor pico-pico de 50 mA. Qual é o seu
valor R.M.S.?

Solução
O fator multiplicador correspondente (encontrado em na tabela 5.1) é de
0,353. Consequentemente:
IR.M.S. = 0.353 × Vpp = 0.353 × 0.05 = 0.0177 A
(ou 17.7 mA).
137

66. Reatância

Quando voltagens alternadas são aplicadas a capacitores ou indutores a


magnitude da corrente que flui no circuito dependerá do valor de capacitância ou
indutância e da frequência da tensão. Com efeito, capacitores e indutores opõe-
se ao fluxo de corrente como um resistor. A diferença importante é que a
resistência efetiva (ou reatância) do componente varia conforme a frequência (ao
contrário do caso de um resistor onde a magnitude da corrente não muda com a
frequência).

67. Reatância capacitiva


A reatância de um capacitor é definida como a razão da tensão aplicada à
corrente, ela é medida em Ohms e é inversamente proporcional ao valor de
capacitância e da frequência aplicada. A reatância capacitiva pode ser encontrada
aplicando a seguinte fórmula:

1
𝑋 =
2𝜋𝑓𝐶

Onde Xc é a reatância (em ohms), f é a frequência (em hertz), e C é a


capacitância (em farads).
A reatância capacitiva cai conforme a frequência aumenta como mostrado
na Figura 5.5.
A tensão aplicada, Vc, e corrente, Ic, fluindo em um circuito capacitivo puro
diferirá a reatância em fase por um ângulo de 90° ou π/2 radianos.
Esta relação é ilustrada nas formas de onda da tensão mostrada na Figura
5.6 e como diagrama fasorial mostrado na Figura 5.7.
138

Figura 5.5-Variação de reatância com frequência para um capacitor

Figura 5.6-Formas de onda de tensão e corrente Figura 5.7-Diagrama fasorial de um


para um capacitor puro, corrente e tensão em 90° capacitor puro
139

Figura 5.8-Formas de onda de tensão e corrente para um capacitor puro, corrente e tensão em
90°

Exemplo 5.6
Determine a reatância de um capacitor de 1 μF em (a) 100 Hz e (b) 10
kHz.

Solução
Este problema é resolvido usando a expressão:
1
𝑋 =
2𝜋𝑓𝐶

(a) Para 100 Hz

1 0.159
𝑋 = = = 1.59 𝑥 10 𝑜𝑢 𝑋 = 1.59𝑘Ω
2𝜋 𝑥 100 𝑥 1 𝑥10 10

(b) Para 10kHz

1 0.159
𝑋 = = = 0.159 𝑥 10 𝑜𝑢 𝑋 = 15.9Ω
2𝜋 𝑥 1 𝑥 10 𝑥 1 𝑥10 10
140

Exemplo 5.7
Um capacitor de 100 nF faz parte de um filtro conectado a uma fonte de
alimentação de 240V e 50 Hz.
Qual corrente fluirá no capacitor?

Solução
Primeiro você deve encontrar a reatância do capacitor:
1
𝑋 = = 31.8 𝑥 10 𝑜𝑢 𝑋 = 31.8𝑘Ω
2𝜋 𝑥 50 𝑥 100 𝑥10

Corrente R.M.S fluindo no capacitor:


𝑉 240
𝐼 = = = 7.5 𝑥 10 = 7.5𝑚𝐴
𝑋 31.8 𝑥 10
68. Reatância indutiva

A reatância de um indutor é definida como a relação da tensão aplicada à


corrente e, como resistência, é medida em Ohms. A reatância de um indutor é
diretamente proporcional ao valor da indutância e da frequência da tensão
aplicada. A reatância indutiva pode ser encontrada aplicando a fórmula:

XL = 2π f L

Onde XL é a reatância em Ω, f é a frequência em Hz e L é a indutância em


H.
A reatância indutiva aumenta linearmente com a frequência como mostrado
na Figura 5.9.
A tensão aplicada, VL, e corrente, IL, desenvolvidas através de uma
reatância indutiva pura irá diferir em fase por um ângulo de 90° ou π/2 radianos.
Esta relação é ilustrada nas formas de onda de corrente e tensão mostrada
na Figura 5.9 e como diagrama fasorial mostrado na Figura 5.9.
141

Figura 5.9-Variação da reatância com frequência para um indutor, formas de onda de tensão e
corrente para um indutor puro

Exemplo 5.8
Determine a reatância de um indutor de 10 mH em (a) 100 Hz e (b) a 10
kHz.

Solução
(a) Para 100 Hz
XL = 2π × 100 × 10 × 10−3 = 6.28 Ω

(b) Para 10 kHz


XL = 2π × 10 × 103 × 10 × 10−3 = 628 Ω

69. Impedância

A Figura 5.10 mostra dois circuitos que contêm resistência e reatância.


Esses circuitos vão exibir uma impedância (uma combinação de resistência e
reatância), que por sua vez, é medida em Ohms.
A impedância dos circuitos mostrados na Figura 5.10 é simplesmente a
relação entre a tensão de alimentação, VS, a corrente de alimentação, IS.
142

A impedância dos circuitos simples RC e RL mostrados na Figura 5.10 pode


ser encontrada usando o triângulo de impedância mostrado na Figura 5.11.

Figura 5.10- (a) C e R nas séries (b) L e R em


série (note que ambos os circuitos exibem Figura 5.11- O triângulo de impedância
impedância)

Em ambos os casos, a impedância do circuito é dada por:

Figura 5.12 - Impedância

Exemplo 5.9
Um capacitor de 2 μF é conectado em série com um Resistor de 100Ω com
uma tensão de 115V a 400Hz
Determine a impedância e a corrente do circuito.

Solução
Primeiro é preciso encontrar a reatância do capacitor, XC:
143

1 1 10
𝑋 = = = = 199Ω
2𝜋𝑓𝐶 6.28𝑥400𝑥2𝑥10 5.024

Agora você deve encontrar a impedância da série RC do circuito:

𝑍= 𝑅 +𝑋 = 199 + 100 = √49.601 = 223Ω

A corrente do circuito agora pode ser encontrada:

𝑉 115
𝐼 = = 0.52𝐴
𝑍 223
70. Fator de Potência

O fator de potência em um circuito de corrente alternada contendo


resistência e reatância é simplesmente a relação da potência e potência
aparente.
Consequentemente:
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒

A potência real em um circuito CA é a potência que é realmente dissipada


no componente resistivo. Portanto:
Potência real = IS2 × R (watts)
A potência aparente em um circuito CA é a potência que aparentemente é
consumida pelo circuito, é o produto da corrente fornecida e a tensão de
alimentação (note que isto não é o mesmo que a potência que é realmente
dissipada com o calor).
Consequentemente:
Potência aparente = IS × VS (volt-ampères)
Consequentemente:
𝐼 𝑥𝑅 𝐼 𝑥𝑅 𝑅
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = = =
𝐼 𝑥𝑉 𝐼 𝑥 (𝐼 𝑥 𝑍 ) 𝑍
144

𝑅
= 𝐶𝑜𝑠𝜙
𝑍

Daí o fator de potência de uma série em um circuito de corrente alternada


poder ser encontrado a partir do cosseno do ângulo de fase.

Exemplo 5.10
Um indutor tipo “choke”, conforme a figura acima, com uma indutância de
150 mH e resistência de 250 Ω está conectado a uma fonte 115 V 400 Hz.
Determine o fator de potência do “choque” e a corrente tomada da fonte.

Solução
Primeiro é preciso encontrar a reatância do indutor:
XL = 2π × 400 × 0,15 = 376,8 Ω
Agora é necessário determinar o fator de potência:

𝑅 250
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = = = 0.663
𝑍 376.8
A impedância do choke, Z, será dada por:

Z √𝑅 + 𝑋 √376.8 + 250 = 452Ω


145

Finalmente, a corrente retirada da oferta será:

𝑉 115
𝐼 = = = 0.254𝐴
𝑍 452

71. Circuitos L C

Duas formas de circuito L-C são ilustradas na Figura 5.13.


A Figura 5.13 (a) é um circuito ressonante em série enquanto a Figura 5.13
(b) constitui um circuito de ressonância paralela.
A impedância de ambos os circuitos varia de uma maneira complexa com
frequência.
A impedância do circuito em série na Figura 5.13 (a) é dada por:

𝑍= 𝑋 − 𝑋

Onde Z é a impedância do circuito (em Ohms), e XL e XC são as reatâncias


do indutor e do capacitor, respectivamente (ambas expressas em Ohms).

Figura 5.13-Ressonância em série e ressonância paralela circuitos LC e RLC


146

O ângulo de fase (entre a tensão de alimentação e corrente) será + π/2 rad


(ou seja, + 90°) quando XL > XC (acima de ressonância) ou −π/2 rad (ou -90 °)
quando XC > XL (ressonância abaixo).
Em uma frequência particular (conhecida como a série ressonante) a
reatância do capacitor, XC, será igual em magnitude (mas de sinal oposto) ao do
indutor, XL.
Devido a este cancelamento efetivo da reatância, a impedância do circuito
ressonante série será zero na ressonância. A corrente fornecida terá um valor
máximo na ressonância (infinito no caso de um circuito ressonante série perfeito,
fornecido a partir de uma fonte de tensão ideal).
A impedância do circuito paralelo na Figura 5.13 é dada por:

𝑿𝑳 𝒙 𝑿𝑪
𝒁=
𝑿𝟐𝑳 − 𝑿𝟐𝑪
Onde Z é a impedância do circuito (em Ω) e XL e XC são as reatâncias do
indutor e capacitor, respectivamente (ambos expressos em Ω).
O ângulo de fase (entre a tensão de alimentação e corrente) será + π/2 rad
(ou seja, + 90°) quando XL> XC
(acima de ressonância) ou −π/2 rad (ou -90 °) quando XC > XL (ressonância
abaixo).
Em uma frequência particular (conhecida como paralela ressonante) a
reatância do capacitor, XC, será igual em magnitude (mas de sinal oposto) ao do
indutor, XL.
Na ressonância, o denominador na fórmula da impedância torna-se zero e,
portanto, o circuito tem uma impedância infinita na ressonância. O fornecimento
de corrente terá um valor mínimo na ressonância (zero no caso de uma
ressonância paralela perfeita no circuito).

72. Circuitos RLC

Duas formas de rede RLC são ilustradas na Figura 5.13. A Figura 5.13 (c)
é ressonante em série enquanto a Figura 5.13 (d) é ressonante paralela. Como
147

no caso de suas contrapartes LC mais simples, a impedância de cada circuito


varia de maneira complexa com frequência.
A impedância do circuito em série da Figura 5.13 (c) é dada por:

𝑍= 𝑅 + (𝑋 − 𝑋 )

Onde Z é a impedância do circuito em série (em Ohms), R é a resistência


(em Ω), XL é a reatância indutiva (em Ω) e XC é o capacitivo reatância (também
em Ω). Na ressonância o circuito tem uma impedância mínima (igual a R).
O ângulo de fase (entre a tensão de alimentação e corrente) será dado por:
𝑋 −𝑋
𝜙 = 𝑡𝑎𝑛
𝑅
A impedância do circuito paralelo da Figura 5.13 (d) é dada por:

𝑅𝑥𝑋 𝑥𝑋
𝑍=
(𝑋 − 𝑋 ) + 𝑅 (𝑋 − 𝑋 )

Onde Z é a impedância do circuito em série (em ohms), R é a resistência


(em Ω), XL é a reatância indutiva (em Ω) e XC é o capacitivo reatância (também
em Ω).
Na ressonância o circuito tem uma impedância mínima (igual a R).
O ângulo de fase (entre a tensão de alimentação e corrente) será dado por:

𝑅(𝑋 − 𝑋 )
𝜙 = 𝑡𝑎𝑛
𝑋 𝑥𝑋

73. Ressonância

A frequência na qual a impedância é mínima para um circuito ressonante


em série ou máxima no caso de um circuito ressonante paralelo é conhecida como
a frequência de ressonância. A frequência ressonante é dada por:
148

1
𝑓=
2𝜋√𝐿𝐶

Onde f0 é a frequência de ressonância (em hertz), L é a indutância (em


Henries) e C é a capacitância (em Farads).
Características típicas de impedância-frequência para série e circuitos
sintonizados paralelos são mostrados na Figuras 5.14 e 5.15.
O circuito sintonizado série RLC tem um mínimo de impedância à
ressonância (igual a R) e assim, a corrente máxima fluirá.
O circuito é, consequentemente, conhecido como circuito receptor.
O circuito sintonizado RLC paralelo possui uma impedância à ressonância
(igual a R) e assim, a corrente mínima fluirá. O circuito é conhecido como circuito
de rejeição.

Figura 5.14-Impedância versus frequência para Figura 5.15-Impedância versus frequência


um Circuito do aceitador da série RLC para um circuito paralelo de rejetor LRC

74. Fator de qualidade (fator-Q)

A qualidade de um circuito ressonante (ou sintonizado) é medido pelo seu


fator-Q.
Quanto maior o fator-Q, mais nítida a resposta (largura de banda mais
estreita), inversamente, quanto menor o fator Q, mais respostas (maior largura
de banda), veja a Figura 5.16.
149

No caso do circuito sintonizado em série, dentro do fator-Q aumentará à


medida que a resistência, R, diminui.

Figura 5.16 - Efeito do fator Q na resposta de um circuito ressonante paralelo (a resposta é


semelhante, mas invertida, para um circuito ressonante em série)

Em um circuito sintonizado paralelo, o fator-Q aumenta à medida que a


resistência, R, aumenta. A resposta de um circuito sintonizado pode ser
modificada se for incorporada uma resistência de valor apropriado para "atenuar"
as respostas.
O relacionamento entre largura de banda e fator-Q é:
“O fato de qualidade Q de um circuito ressonante em série é definido como
a razão entre a potência reativa no indutor ou do capacitor e a potência média
no resistor na frequência de ressonância”

Bandwidth = Largura de banda


150

Onde f2 e f1 são respectivamente frequências de corte superior e baixas ou


meia potência em hertz, f0 é a frequência de ressonância (em hertz), e Q é o
fator-Q.

Figura 5.17 – Circuito ressonante (ou sintonizado). Combinação de elementos R, L e C que


possui uma resposta em frequência semelhante à da figura

Figura 5.18-Largura de banda de um circuito sintonizado

75. Transformadores
151

Transformadores são responsáveis por fornecer um meio de acoplamento


CA para potência ou sinais de um circuito para outro.
A tensão pode ser aumentada (tensão secundária maior que a tensão
primária) ou diminuída (tensão secundária menor que a voltagem primária).
Como nenhum aumento de potência é possível (transformadores são
componentes passivos como resistores, capacitores e indutores) um aumento na
tensão secundária só pode ser alcançado com uma redução correspondente em
corrente do secundário e vice-versa (na verdade, a potência do secundário será
ligeiramente menor do que a potência primária devido a perdas dentro do
transformador).
Aplicações típicas para transformadores podem incluir rede de
intensificação ou redução de tensões em fontes de alimentação, sinais de
acoplamento em AF amplificadores para obter correspondência de impedância e
para isolar CC potenciais associados a componentes ativos.
As características elétricas de um transformador são determinadas por um
número de fatores, incluindo o material do núcleo e as dimensões físicas.
A especificações para um transformador geralmente incluem as tensões
primárias e secundárias classificação das correntes, a potência requerida (isto é,
a potência máxima, geralmente expressa em volt-ampères, VA) que pode ser
continuamente entregue pelo transformador sob um determinado conjunto de
condições, a faixa de frequência para o componente (geralmente indicado como
limites superior e inferior de frequência de trabalho) e a regulagem do
transformador (normalmente expresso como uma porcentagem da carga total).
Esta última especificação é uma medida da capacidade de um transformador de
manter sua tensão de saída sob carga.
A Figura 5.19 mostra a construção de um transformador de potência típico
com núcleo de ferro.
152

Figura 5.19-Construção de um típico núcleo de ferro transformador

76. Relação de tensão

O princípio do transformador é ilustrado na Figura 5.20. Os enrolamentos


primários e secundários são enrolados em um núcleo de ferro de baixa relutância.
O fluxo alternado gerado pelo enrolamento primário é, portanto, acoplado
ao enrolamento secundário (muito pouco fluxo escapa por vazamento).
Uma corrente senoidal fluindo no enrolamento primário produz um fluxo
sinusoidal.
O fluxo no transformador é dado pela equação:

φ = φmax sin (2πft)

Onde φmax é o valor máximo do fluxo (em webers), f é a frequência da


corrente aplicada (em hertz), e t é o tempo (em segundos).
O valor R.M.S da tensão primária, VP, é dado por:

Vp = 4.44fNp φ Pmax
153

Da mesma forma, a R.M.S valor do secundário tensão, VS, são dadas por:
Vs = 4,44fNS φmax

Figura 5.20- O princípio do transformador

É possível categorizar os transformadores de potência de duas formas


gerais: step-down ou step-up. Como você se lembra, a tensão de saída ou
secundária de um transformador redutor é menor que a tensão de entrada ou
primária. O inverso é válido para um transformador elevatório, em que a tensão
de saída excede a tensão de entrada.
A maioria dos dispositivos eletrônicos precisa de apenas alguns volts para
funcionar.
As fontes de alimentação para esses equipamentos usam transformadores
de energia reduzidos, com os enrolamentos primários conectados às tomadas da
rede elétrica. O tamanho físico e a massa do transformador dependem da
quantidade de corrente que você espera que ele forneça. Alguns dispositivos
precisam apenas de uma pequena corrente em baixa tensão. O transformador
em um receptor de rádio, por exemplo, pode ser fisicamente pequeno. Um grande
transmissor de rádio amador ou amplificador de alta fidelidade precisa de mais
corrente. Os enrolamentos secundários de um transformador destinados a essas
aplicações devem consistir de fios de bitola pesada, e os núcleos devem ter
154

volume suficiente para conter as grandes quantidades de fluxo magnético que as


bobinas geram.
Alguns circuitos precisam de alta voltagem. O tubo de raios catódicos (CRT)
em um televisor doméstico antiquado (TV) precisa de várias centenas de volts,
por exemplo. Alguns amplificadores de potência de rádio amadores usam tubos
de vácuo que trabalham em mais de 1 kV CC. Os transformadores nesses
dispositivos são do tipo step-up. Eles devem apresentar considerável volume por
causa do número de voltas no secundário, e também porque altas tensões podem
causar faíscas, ou arco, entre as voltas dos fios se os enrolamentos não estão
distantes o suficiente.
Se um transformador elevador precisar fornecer apenas uma pequena
quantidade de corrente, pode ser bastante pequeno e leve.

Classificação dos transformadores

Os engenheiros classificam os transformadores de potência de acordo com


a tensão máxima de saída e a corrente que eles fornecem. Para uma determinada
unidade, a capacidade é medida em volt-ampère (VA), que é igual ao produto da
tensão de saída nominal e da corrente máxima de entrega.

Um transformador com saída de 12V, capaz de fornecer até 10A de


corrente, possui uma capacidade VA de 12 V × 10 A ou 120 VA. A natureza da
filtragem da fonte de alimentação, sobre a qual você irá aprender mais adiante
nesta apostila, torna necessário que a classificação VA do transformador de
energia exceda significativamente a potência real em watts que a carga consome.

Um transformador de potência robusto e de alta qualidade, capaz de


fornecer as correntes ou tensões necessárias, constitui uma parte essencial e
crítica de uma fonte de alimentação bem projetada. Normalmente, o
transformador é o componente de fornecimento de energia mais caro a ser
substituído, por isso você deve sempre escolher um transformador com as
especificações apropriadas ao projetar e construir uma fonte de alimentação.
155

Figura 5.21-O transformador com carga

Quando são colocados dois fios próximos e paralelos um ao outro e depois


dirigida uma corrente flutuante através de um deles, uma corrente flutuante
aparece no outro, mesmo que não exista nenhuma conexão física direta entre
eles. Isso recebe o nome de indução eletromagnética. Todos os transformadores
de CA funcionam de acordo com este princípio.

Corrente induzida e acoplamento

Se um fio transporta uma onda senoidal AC de uma determinada


frequência, então a corrente induzida aparece como onda senoidal AC da mesma
frequência no outro fio. À medida que é reduzido o espaçamento entre os dois
fios, mantendo-os retos e paralelos o tempo todo, a corrente induzida aumenta
para uma determinada corrente no primeiro fio. Se forem enrolados os fios em
bobinas (certificando-se de que os fios estejam isolados ou esmaltados, de modo
que não possam “curto circuitar” entre as espiras ou qualquer outra coisa
próxima) e as bobinas posicionadas ao longo de um eixo comum, como mostrado
na Figura 5.24, é observada mais corrente induzida.
Pode-se dizer que o acoplamento melhora quando os fios são enrolados e
colocados ao longo de um eixo comum. Isso melhora mais ainda o acoplamento
156

(eficiência da transferência de corrente induzida) caso uma bobina seja enrolada


diretamente sobre a outra.

Figura 5.22-O transformador com suas bobinas primárias e secundárias

Figura 5.23-O transformador toroidal para fonte 0-40V 0-4A

Figura 5.24-Linhas de fluxo magnético


157

É definida a razão de voltas (espiras) na bobina do primário para o número


de voltas para o secundário em um transformador, como a razão do número de
voltas (espiras) no Tpri, primário, para o número de voltas no segundo Tseg,
secundário.
Em um transformador com ótimo acoplamento primário-secundário sempre
é achado:

𝐸 𝑇
=
𝐸 𝑇

Exemplo 5.11

Suponha que um transformador tenha uma relação de voltas no primário


para o secundário de exatamente 9:1. É aplicado 117 V RMS AC nos terminais
primários. É obtido um transformador elevatório ou um transformador redutor?
Quanta tensão você pode esperar ver através do secundário?

Solução

Este dispositivo é um transformador redutor.


Para isso deve ser usada a equação e resolvida por E seg.
Para começar:
𝐸 𝑇
=
𝐸 𝑇

Você pode ligar os valores Epri = 117 e Tpri / Tsec = 9,00 para obter 117/seg.
= 9,00.
Usando um pouco de álgebra, essa equação pode ser resolvida para obter:
Eseg = 117 / 9,00 = 13,0 VRMS

Exemplo 5.12

Considere um transformador com uma taxa de voltas (espiras) de primário


para secundário de exatamente 1:9. A tensão no primário é igual a 121,4 VRMS.
É um transformador elevatório ou um transformador redutor? Qual é a tensão no
secundário?
158

Solução
Neste caso, trata-se de um transformador de elevação. Como antes, o
problema pode ser resolvido por seg.
Você pode começar por:
𝐸 𝑇
=
𝐸 𝑇

Introduzindo Epri = 121.4 e Tpri / Tseg = 1 / 9.000, é obtido 121,4 / seg. =


1 / 9.000
Assim, Eseg = 9.000 × 121.4 = 1093 VRMS

Autotransformador
Em algumas situações, talvez você não precise (ou mesmo queira) de
isolamento DC entre os enrolamentos primário e secundário de um
transformador. Em um caso desse tipo, você pode usar um autotransformador
que consiste em um único enrolamento com derivação. A Figura 5.25 mostra três
configurações de autotransformador.

5.25-Símbolos esquemáticos para autotransformadores. Em A, núcleo de ar, step-down. Em B,


núcleo de ferro laminado, step-up. Em C, núcleo de ferro em pó.

• A unidade em A tem um núcleo de ar e opera como um transformador


redutor.
• A unidade em B possui um núcleo de ferro laminado e opera como um
transformador elevatório.
159

• A unidade em C tem um núcleo de ferro em pó e opera como um


transformador elevador.
Às vezes, você encontrará autotransformadores em receptores de rádio e
transmissores mais antigos.
Os autotransformadores funcionam bem em aplicativos de correspondência
de impedância.
Eles também funcionam como antenas de loop solenoidal. Os
autotransformadores são ocasionalmente, mas não frequentemente, usados em
aplicativos de AF e em fiação de rede elétrica de 60 Hz. Nos circuitos utilitários,
os autotransformadores podem diminuir a tensão por um grande fator, mas eles
não podem aumentar eficientemente as tensões em mais do que 10%.

5.26-Esquema de fechamento do primário de um transformador 4 fios e 3 fios

Qualquer transformador usado na linha de utilitários de 60 Hz, destinado a


fornecer uma certa tensão CA RMS para a operação de circuitos elétricos,
constitui um transformador de potência. Os transformadores de potência existem
em uma ampla gama de tamanhos físicos; desde menores, do tamanho de uma
moeda, até maiores, com dimensões semelhantes a de uma sala de estar.
Em usinas geradoras é possível encontrar os maiores transformadores, nos
locais onde a eletricidade é gerada. Não é de surpreender que as usinas de alta
160

energia tenham transformadores maiores, que desenvolvem voltagens mais


altas, do que as de baixa energia. Esses transformadores lidam com tensões e
correntes extremas simultaneamente.
Quando você deseja transmitir energia elétrica a longas distâncias, é
preciso usar altas tensões. Isso porque, para uma determinada quantidade de
energia, em última instância, dissipada pelas cargas, a corrente diminui à medida
que a tensão aumenta. A corrente mais baixa se traduz em perda ôhmica
reduzida na linha de transmissão. Lembre-se da fórmula para potência em
circuitos não-reativos em termos de corrente e tensão:

P = EI

Onde P representa a potência (em watts), E representa a tensão (em volts)


e I representa a corrente (em ampères). Se você conseguir tornar a tensão 1/10
vezes maior, para um determinado nível de potência, a corrente desce apenas
para o mesmo valor. As perdas ôhmicas nos fios variam em proporção ao
quadrado da corrente. Para entender, lembre-se que:

P = I2 R

Onde P representa a potência (em watts), e I representa a corrente (em


ampères), e R representa a resistência (em ohms). Engenheiros não podem fazer
muito sobre a resistência do fio ou a energia consumida pelas cargas em uma
grande rede elétrica, mas podem ajustar a tensão e, assim, controlar a corrente.
161

5.27-Transformador industrial de subestações

6) Semicondutores

Este capítulo apresenta dispositivos feitos de materiais que não são nem
condutores nem isoladores.
Estes materiais, chamados de semicondutores, são responsáveis pela base
de diodos, tiristores, TRIACs, transistores.
Para dar início a este assunto, será feita uma breve introdução aos
princípios de semicondutores antes de examinar as características de cada um
dos os tipos mais comuns de semicondutores.

77. Diodos semicondutores

No início desta apostila foi descrita a estrutura simplificada de um átomo e


mostrado que ele possui tanto portadores de carga negativa (elétrons) quanto
portadores de carga positiva (prótons).
162

Cada elétron carrega uma única unidade de carga elétrica negativa


enquanto cada próton exibe uma única unidade de carga positiva.
Vários elementos, compostos e misturas podem funcionar como
semicondutores. Dois materiais semicondutores comuns são o elemento silício e
um composto de gálio e arsênico, conhecido como arsenieto de gálio (abreviado
GaAs).
Nos primeiros anos da tecnologia de semicondutores, o germânio formou a
base para muitos semicondutores, mas hoje raramente ele é utilizado. Outras
substâncias que funcionam como semicondutores incluem o selênio, compostos
de cádmio, compostos de índio e os óxidos de certos metais.
O silício é um elemento com número atômico 14 e peso atômico 28. Em
seu estado puro, o silício aparece como um metal leve semelhante ao alumínio.
O silício puro conduz correntes elétricas melhor do que um material dielétrico,
mas não tão bem quanto a maioria dos condutores metálicos, como prata, cobre
ou alumínio.
A crosta terrestre contém silício em grande abundância, sendo que é
comum ele ser extraído de algumas pedras e areias. Em seu estado natural, ele
quase sempre existe “amarrado” como composto com outros elementos.
Fornecedores industriais extraem o elemento puro. Os fabricantes de
componentes eletrônicos misturam outras substâncias, conhecidas como
impurezas, com o silício, para fornecer propriedades específicas ao material
semicondutor. Os sólidos resultantes são cortados em fatias finas conhecidas
como chips ou wafers.
Outro semicondutor comum é o arsenieto de gálio composto. Engenheiros
e técnicos escrevem seu símbolo químico, GaAs, e o pronunciam como "gás". Se
você ouvir falar sobre "gasfets" e "ICs de gás", você está ouvindo falar sobre a
tecnologia de arsenieto de gálio.
Os dispositivos de GaAs têm um bom desempenho em frequências mais
altas do que os dispositivos baseados em silício, porque as correntes elétricas
podem viajar mais rapidamente através de GaAs do que através de compostos
de silício. Os dispositivos de GaAs são relativamente imunes aos efeitos diretos
da radiação ionizante, como raios X e raios gama.
163

O selênio é um elemento químico cuja condutividade elétrica varia


dependendo da intensidade da radiação visível, ultravioleta (UV) ou
infravermelha (IR) que o atinge. Todos os materiais semicondutores têm essa
propriedade, conhecida como fotocondutividade, em algum grau, mas no selênio,
o efeito é pronunciado. Por este motivo, ele constitui uma excelente escolha para
fabricação de fotocélulas, além de funcionar bem em certos tipos de retificadores
que convertem CA em CC pulsante.
O selênio tem uma resistência elétrica excepcional, o que significa que ele
pode suportar sobrecargas elétricas, como excesso de corrente ou tensão. Os
componentes baseados em selênio podem sobreviver a breves transientes, ou
“picos” de tensão anormalmente altos, melhor do que os componentes feitos com
a maioria dos outros materiais semicondutores.
O germânio elementar puro constitui um mau condutor elétrico. Ele se torna
um semicondutor quando recebe a adição de impurezas. Nos primeiros anos da
tecnologia de semicondutores, os engenheiros usavam componentes baseados
em germânio com muito mais frequência do que atualmente. Na verdade, hoje
raramente são encontrados dispositivos de germânio em sistemas eletrônicos.
Isso ocorre porque altas temperaturas, como as geradas por ferramentas
de soldagem, podem destruir um diodo ou transistor baseado em germânio.

Óxidos metálicos
Certos óxidos metálicos possuem propriedades que os tornam úteis na
fabricação de dispositivos semicondutores. Quando você ouve sobre a tecnologia
MOS ou CMOS, você está ouvindo sobre semicondutores de óxido de metal e
dispositivos semicondutores de óxido de metal complementares,
respectivamente.
Certos tipos de transistores e muitos tipos de circuitos integrados fazem
uso da tecnologia MOS. Em circuitos integrados, a construção MOS e CMOS
permite um grande número de componentes discretos, como resistores,
indutores, diodos e transistores, em um único chip. Engenheiros afirmam que o
MOS / CMOS possui alta densidade de componentes.
164

Componentes de óxido de metal quase não precisam de corrente para


funcionar. Quando é usada uma bateria para alimentar um pequeno dispositivo
baseado em MOS, essa bateria dura quase o mesmo tempo do que se fosse
deixada em uma prateleira e não utilizada para nada. A maioria dos dispositivos
baseados em MOS pode trabalhar em velocidades extremas, permitindo a
operação em altas frequências em equipamentos de radiofrequência (RF) e
facilitando a troca rápida de sinais que é importante nos computadores de hoje.
Todos os componentes MOS e CMOS sofrem uma limitação excepcional,
uma descarga de eletricidade estática pode destruí-los em um instante.
Por isso é preciso ter cuidado ao manusear componentes desse tipo.
Qualquer técnico que trabalhe com componentes MOS e CMOS deve usar uma
pulseira de metal que conecte um pulso a um bom aterramento, de modo que
não ocorra um acúmulo de eletricidade estática.

Portadores de doping e carga


As impurezas dão ao material semicondutor as propriedades necessárias
para funcionar como um componente eletrônico, são elas que permitem que o
material conduza corrente de determinadas maneiras. Quando os fabricantes
adicionam uma impureza a um elemento semicondutor, eles chamam o processo
de doping. O material da impureza em si é chamado de dopante.

Impurezas doadoras
Quando um dopante contém um excesso inerente de elétrons, isso é
chamado de impureza doadora.
A adição dessa substância causa a condução principalmente por meio do
fluxo de elétrons, como em um metal comum como o cobre. O excesso de
elétrons se move de um átomo para outro quando existe uma diferença de
potencial entre dois pontos diferentes no material. Elementos que servem como
impurezas doadoras incluem antimônio, arsênico, bismuto e fósforo. Um material
com uma impureza doadora é chamado de semicondutor tipo N, porque um
elétron transporta uma unidade de carga elétrica negativa (N).
165

Impurezas aceitadoras (lacunas)


Se uma impureza tem uma deficiência inerente de elétrons, ela é chamada
de impureza aceitadora. Quando é adicionado um elemento, como alumínio, boro,
gálio ou índio, a um elemento semicondutor, o material resultante é conduzido
principalmente por meio de vazão. Uma lacuna compreende um "ponto atribuído"
em um átomo onde um elétron existiria sob condições normais, mas que na
verdade não aparece neste local. Um semicondutor com uma impureza aceitadora
(lacuna) é chamado de semicondutor tipo P porque uma lacuna tem, com efeito,
uma unidade de carga elétrica positiva (P).

Majoritários e minoritários
Portadores de carga em materiais semicondutores sempre constituem
elétrons ou lacunas. Nunca são vistos portadores de carga “excêntricos”, como
prótons ou núcleos de hélio, em dispositivos eletrônicos (embora sejam
encontrados em física de alta energia). Em qualquer substância semicondutora,
parte da corrente assume a forma de elétrons passados de átomo para átomo
em uma direção negativa para positiva, e parte da corrente ocorre como lacunas
que se movem de um átomo para outro em uma direção positiva para negativa.
Quando uma junção é formada entre o tipo-N e materiais semicondutores
do tipo P, o dispositivo é chamado de diodo. Este componente oferece uma
resistência extremamente baixa ao fluxo de corrente em uma direção e uma
resistência extremamente alta para o fluxo de corrente na outra direção.
Essa característica permite que o diodo seja usado em aplicações que
precisam de um circuito para se comportar de maneira diferente de acordo com
a direção da corrente fluindo nela.
Em um diodo ideal passaria uma corrente infinita em uma direção e
nenhuma corrente na outra direção.
Além disso, o diodo começaria a conduzir corrente quando a menor das
tensões se encontrasse presente.
Na prática, uma pequena voltagem deve ser aplicada antes que a condução
ocorra.
166

Além disso, uma pequena corrente de fuga irá fluir na direção inversa. Esta
corrente de fuga é geralmente uma fração muito pequena da corrente que flui na
polarização direta.
Se o material semicondutor do tipo P for fabricado positivo em relação ao
material do tipo N, por uma quantidade maior do que seu limite para polarização
direta, (cerca de 0,6 V se o material for silício e 0,2 V se o material for germânio),
o diodo passará corrente livremente. Se, por outro lado, o material do tipo P é
feito relativamente negativo para o material do tipo N, praticamente nenhuma
corrente flui a menos que a tensão aplicada exceda a tensão máxima (avaria ou
tensão de ruptura) que o dispositivo pode suportar.
Note que um diodo normalmente será destruído se a sua tensão de ruptura
reversa é excedida.
Um diodo de junção semicondutor é mostrado na Figura 6.1.
A conexão com o material do tipo P é referida como o ânodo, enquanto que
para o tipo-N o material é chamado de cátodo.
Sem potencial aplicado externamente, elétrons do material tipo N irão
cruzar para a região do tipo P e preencher alguns dos buracos (lacunas) vazias.
Esta ação resultará na produção de uma região em ambos os lados da junção em
que não há transportadores de carga livre. Esta zona é conhecida como a região
de esgotamento.
Figura 6.1- Um diodo de junção P – N
167

A Figura 6.2 (a) mostra um diodo de junção no qual o ânodo é polarizado


positivo em relação ao cátodo.
Nesta condição de polarização direta, a corrente passa livremente pelo
diodo.
A Figura 6.2 (b) mostra um diodo com o cátodo no lado positivo em relação
ao cátodo. Nesta condição de polarização inversa, o diodo passa uma quantidade
insignificante de corrente. Na condução livre de polarização de estado direto, o
diodo age como um interruptor fechado.
No estado de polarização reversa, o diodo age como um interruptor aberto.
Se uma tensão positiva é aplicada ao material tipo P, os portadores de
carga positiva livre são repelidos e se afastam do potencial positivo para a junção.
Da mesma forma o potencial negativo aplicado ao tipo-N do material fará
com que a carga negativa se afaste do potencial negativo em direção a junção.

Figura 6.2- P-N com polarização direta e reversa


168

A tensão limite de avanço deve ser alta o suficiente para remover


completamente a camada de esgotamento e forçar transportadores de carga para
atravessar a junção.
Com diodos de silício, a tensão limite é de aproximadamente 0,6 V a 0,7 V.
Com diodos de germânio, o limiar para a frente tensão é de
aproximadamente 0,2 V a 0,3 V.
A Figura 6.3 mostra as características típicas para diodos de germânio e
silício.

Figura 6.3-Características típicas do diodo

Vale a pena notar que os diodos são limitados pela quantidade de tensão e
corrente reversa que eles podem suportar.
Esse limite é baseado no tamanho físico e construção do diodo.
No caso de um diodo com polarização inversa, o material do tipo P tem
tendência negativa em relação ao material tipo-N. Neste caso, o potencial
negativo aplicado ao material do tipo P atrai os portadores de carga positiva,
mantendo-o longe da junção. Da mesma forma, o potencial positivo aplicado ao
169

material do tipo N atrai os portadores de carga negativa para longe da junção.


Isso deixa a área de junção virtualmente esgotada, não existem transportadores
de carga. Portanto, a área de junção torna-se um isolante, o que inibe o fluxo de
corrente.
O potencial de polarização reversa pode ser aumentado para a tensão de
ruptura reversa para qual o diodo específico é avaliado.
Como no caso do índice máximo de corrente contínua, a tensão de ruptura
reversa é especificada pelo fabricante. Geralmente ela é muito maior do que a
tensão de limiar direta.
Um diodo típico de uso geral pode ser especificado como tendo um limite
tensão de 0,6 V e uma tensão de ruptura inversa de 200 V. Se este último for
excedido, o díodo pode sofrer danos irreversíveis.
É importante observar que, onde os diodos são projetados para uso como
retificadores, os fabricantes geralmente citam o pico tensão inversa (PIV) ou
reversão máxima de tensão repetitiva (VRRM) em vez de máxima tensão de
ruptura reversa.
A Figura 6.4 mostra um circuito de teste para obter características do diodo
(observe que o diodo deve ser conectado reversamente a fim de obter a
característica reversa).

Figura 6.4-Circuito de teste para diodos

Exemplo 6.1
A característica mostrada na Figura 6.5 refere-se a um diodo de germânio.
Determine a resistência do diodo quando (a) a corrente direta é de 2,5 mA e (b)
quando a tensão direta é de 0,65 V.
170

Solução
(a) Quando IF = 2,5mA, o valor correspondente de VF pode ser lido no
gráfico. Isto mostra que VF = 0,43V.
A resistência característica do diodo neste ponto será dada por:

𝑉 0.43
𝑅= = = 172Ω
𝐼 2.5𝑚𝐴

(b) Quando VF = 0,65 V, o valor correspondente de IF pode ser lido no


gráfico. Isto mostra que IF = 7,4mA.
A resistência característica do diodo neste ponto será dada por:

𝑉 0.65
𝑅= = = 88Ω
𝐼 7.4𝑚𝐴

Este exemplo mostra como a resistência de um diodo não permanece


constante, mas em vez disso muda de característica de acordo com o ponto em
que está operando.
171

Figura 6.6-Uma seleção de diodos incluindo diodo de sinal, Zener e LED

Os diodos são frequentemente divididos em tipos de sinal ou retificador de


acordo com seu campo principal de aplicação. Os diodos de sinal exigem
consistência nas características de avanço com baixa tensão. Os diodos
retificadores precisam ser capazes de lidar com altos valores de tensão reversa
e grande valores de corrente direta. Uma seleção de diodos é mostrada na Figura
6.6.

78. Diodos Zener

Os diodos Zener são diodos de silício fortemente dopados que, ao contrário


dos diodos normais, exibem uma ruptura reversa em tensões relativamente
baixas (tipicamente menor que 6 V). Um efeito semelhante ocorre em diodos
menos fortemente dopados. Estas avalanches de diodos também exibem uma
rápida ruptura, com corrente insignificante fluindo abaixo da tensão de avalanche
e uma corrente crescente cada vez maior quando a tensão de avalanche é
atingida.
Para diodos comuns, está tensão de avalanche de ruptura geralmente
ocorre em tensões acima de 6 V. Na prática, no entanto, ambos os tipos de diodo
funcionam como diodos Zener.
Uma característica típica para um diodo Zener de 12V é mostrada na Figura
6.7.
Considerando que a corrente reversa é um efeito altamente indesejável em
circuitos que utilizam diodos, ela pode ser extremamente útil no caso de diodos
Zener onde a tensão de ruptura é precisamente conhecida.
172

Figura 6.7-Característica típica de diodo Zener de 12V

Figura 6.8-Característica típica de diodo Zener

Esta propriedade de estabilizar a tensão em um ponto especifico faz do


Zener o diodo ideal para uso como regulador de tensão. Diodos Zener estão
disponíveis em várias famílias (de acordo com suas características gerais,
encapsulamento e potência) com tensões de ruptura reversa (Zener) na série
E12 e E24 (variando de 2,4 V a 91 V). A Figura 6.9 mostra um circuito de teste
para obter características do diodo Zener.
O circuito é mostrado com o diodo conectado para polarização direta e deve
ser conectado reversamente para obter a característica inversa. Finalmente, é
importante notar que, quando usado como regulador de voltagem, a conexão do
cátodo é o terminal positivo.
173

Figura 6.9-Circuito de teste de diodo Zener

A Figura 6.10 mostra um circuito regulador de tensão de diodo Zener


simples. Observe a polaridade do diodo, é ligado o cátodo ao polo positivo e o
ânodo ao polo negativo, isso é oposto ao modo como é usado um diodo em um
circuito retificador. O resistor conectado em série limita a corrente que pode fluir
através do diodo Zener. Sem esse resistor, o diodo conduziria corrente excessiva
e queimaria.

Figura 6.10 - Exemplo de polarização de diodo Zener


174

Figura 6.11- Manter a tensão sobre a carga RL constante e de valor Vz


Cálculo do Resistor de carga
RS:
Garante a corrente mínima
para a carga:

𝑉 −𝑉
𝑅 <
𝐼 + 𝐼

Garante que sob o Zener não


circule uma corrente maior
que Izmax

𝑉 −𝑉
𝑅 >
𝐼 + 𝐼

79. Diodos de capacitância variável

A capacitância de uma junção de diodo com polarização reversa vai


depender da largura da camada de depleção que, por sua vez, varia com a
voltagem reversa aplicada ao diodo. Isso permite que um diodo seja usado como
um capacitor controlado por tensão.
Diodos que são especialmente fabricados para fazer uso deste efeito (e que
produzem comparativamente grandes mudanças na capacitância para uma
pequena mudança em voltagem reversa) são conhecidos como diodos variáveis
de capacitância (ou varicaps).
Esses diodos são usados (muitas vezes em pares) para fornecer ajuste no
rádio e receptores de TV.
Uma característica típica de um diodo de capacitância variável é mostrada
na Figura 6.12.
Quando você observa um diodo, irá ver uma região na junção P-N com
propriedades dielétricas (isolantes). Como citado anteriormente, esta zona é
chamada de região de depleção porque tem uma escassez (oferta esgotada) de
portadores de carga majoritária. A largura da região de depleção depende de
vários parâmetros, incluindo a tensão de polarização reversa.
175

Enquanto o desvio reverso permanecer menor que a tensão de avalanche,


essa variação afeta a largura da região de depleção. A largura flutuante varia,
por sua vez, a capacitância da junção. Essa capacitância, que é sempre da ordem
de apenas alguns picofarads, varia inversamente com a raiz quadrada da tensão
de polarização reversa - novamente, contanto que a polarização reversa
permaneça menor que a tensão de avalanche.
Por exemplo, se você quadruplicar a tensão de polarização reversa, a
capacitância da junção cai para metade; se diminuir a tensão de polarização
reversa por um fator de 9, então a capacitância da junção aumenta por um fator
de 3.
A Figura 6.13 mostra um exemplo de um circuito LC sintonizado em paralelo
em um VCO, usando uma bobina, um capacitor fixo e um diodo varicap. O
capacitor fixo, cujo valor deve exceder em muito a capacitância do varicap,
impede que a bobina cause curto-circuito na tensão de controle através do
varicap. O símbolo esquemático para um diodo varicap tem duas linhas no lado
do cátodo, ao contrário de uma linha como no símbolo de um diodo convencional.

Figura 6.12-Característica típica de um diodo de capacitância variável seu aspecto e simbologia


176

Figura 6.13 - Circuito de sintonia com Varicap

80. Tiristores

Tiristores (ou retificadores controlados por silício) são dispositivos de três


terminais que podem ser usados para comutação em controle de potência CA.
Tiristores podem mudar muito rapidamente de um estado de condução para um
estado de não condução. No estado desligado, o tiristor apresenta corrente de
fuga insignificante, enquanto no estado ligado o dispositivo apresenta resistência
muito baixa. Isso resulta em pouca perda de potência dentro do tiristor, mesmo
quando níveis de potência consideráveis estão sendo controlados.
Depois de mudar para o estado de condução, o tiristor permanecerá
conduzindo (isto é, travado no estado ligado) até que a corrente seja removida
do dispositivo.
Aplicações em CC irão requerer a interrupção (ou desconexão) do
fornecimento de energia antes que o dispositivo possa ser reinicializado para seu
estado não-condutor.
Onde o dispositivo está sendo usado com uma fonte alternada, o dispositivo
automaticamente irá redefinir seu estado ligado/desligado sempre que a
177

alimentação inverte o sentido. O dispositivo pode então ser acionado no próximo


meio ciclo com polaridade correta para permitir a condução.
Os tiristores têm ânodos e conexões catódicas, o controle é aplicado por
meios de um terminal de Gate (veja Figura 6.14). O dispositivo é acionado na
condução (no estado) por meio da aplicação de um pulso de corrente a este
terminal. O disparo efetivo de um tiristor requer um pulso de disparo do gate.
O funcionamento do componente pode se tornar errático quando a corrente
do gate for insuficiente.

Figura 6.14-Método de disparo de um tiristor (SCR)

Figura 6.15 – Aspecto físico de SCR e TRIAC


178

Figura 6.16- Símbolos usados para vários tipos de diodo


179

81. TRIACs

Os TRIACs são um refinamento do tiristor, quando o TRIAC é acionado, ele


conduz os dois semiciclos, positivo e negativo, da tensão aplicada em CA.
Os TRIACs possuem três terminais conhecidos como terminal-principal um
(MT1), terminal-principal dois (MT2) e gate (G), como mostrado na Figura 6.16.
Eles podem ser acionados por ambas as tensões positivas e negativas aplicadas
entre G e MT1 com voltagens, positiva e negativa, presentes em MT2,
respectivamente. TRIACs, possibilitam o controle de onda completa e oferecem
superior desempenho em aplicações de controle de potência em CA.
Quando comparados com tiristores tipo SCR eles fornecem somente o
controle de meia onda.
A fim de simplificar o design dos circuitos de disparo, TRIACs são
frequentemente usados em conjunto com DIACs (equivalente a um diodo Zener
bidirecional).
O DIAC, (Diode for Alternating Current), é um gatilho bidirecional, ou diodo,
que conduz corrente apenas após a tensão de disparo ser atingida e para de
conduzir quando a corrente elétrica cai abaixo de um valor característico,
chamada de corrente de corte. Um DIAC típico passa a conduzir quando é
aplicado a ele uma tensão que excede aproximadamente 30 V em direção ao
gate. Uma vez no estado de condução, a resistência do DIAC cai para um valor
muito baixo e assim um valor relativamente grande de corrente fluirá. A
característica de um DIAC típico é mostrada na Figura 6.17.
180

Figura 6.17- Característica típica de DIAC

Componente DIAC Simbologia DIAC Optoisolador com DIAC

Figura 6.18-Circuitos de disparo de Tiristores com DIAC


181

82. Diodos emissores de luz

Diodos emissores de luz (LEDs) podem ser usados como indicadores de


finalidade geral e em comparação com lâmpadas de incandescência
convencionais, operam tensões e correntes significativamente menores. LEDs
também são muito mais confiáveis do que filamentos lâmpadas.
A maioria dos LEDs fornece um nível razoável de luz quando uma corrente
direta entre 5 mA e 20 mA é aplicada as suas conexões.
LEDs estão disponíveis em vários formatos, porém os tipos redondos são
mais populares, estes modelos são comumente encontrados disponíveis em
embalagens plásticas de diâmetro de 3 mm e 5 mm.
LEDs também são encontrados em formato retangular de 5 mm × 2 mm.

Figura 6.19-Cores mais comuns de LEDs


182

Figura 6.20-Tipos de LEDS

Figura 6.21- Cálculo de limite de corrente para LED´s


Para limitar a corrente direta de um LED
para um valor apropriado, geralmente é
necessário incluir um resistor fixo em série
com o LED, como o mostrado na Figura 6.21.
O valor do resistor pode ser calculado a partir
de:

𝑉 − 𝑉
𝑅=
𝐼

Onde VLed é a queda de tensão produzida


pelo LED e Vf a tensão aplicada (tensão de
alimentação). E ILed corrente de consumo do
LED.
Note que é geralmente seguro assumir
que a VLed será de 2 V e ILed 20mA, escolha o
valor mais próximo encontrado para R.

Exemplo 6.2
Um LED deve ser usado para indicar a presença de um 21 V CC de tensão.
Se o LED tiver um valor nominal de tensão direta de 2,2V e corrente de 15mA
(0.015A), determine o valor do resistor em série necessário para proteger o LED.
183

Solução
Para resolver este problema pode ser usada a seguinte equação:

𝑉 − 𝑉 21 − 2.2
𝑅= = 𝑅= = 1.253Ω 𝑜𝑢 1.25𝑘Ω
𝐼 0.015

O valor preferido mais próximo é de 1,2 kΩ. A potência dissipada no resistor


será dada por:

P = I × V = 15 mA × 18,8 V = 280 mW

Portanto, o resistor deve ser classificado em 0,33 W, ou maior.

83. Codificação de diodo

O sistema europeu de classificação de diodos semicondutores envolve um


código alfanumérico que emprega duas letras e três dígitos (diodos de uso geral)
ou três letras e dois dígitos (diodos especiais).
A Tabela 6.1 mostra como os diodos são codificados. Note que a conexão
catódica da maioria dos diodos é marcada com uma faixa.

Tabela 6.1 - O sistema europeu de codificação de diodo

Primeira letra - material semicondutor:


A Germânio
B Silício
C Arseneto de gálio
D Fotodiodo
Segunda Letra - aplicação:
A Diodo de uso geral
B Diodo de capacitância variável
E Diodo do túnel
P Fotodiodo
Q Diodo emissor de luz
T Retificador Controlado
X Varicap
Y Retificador de potência Y
Z Diodo Zener
Terceira Letra - no caso de diodos para aplicações, a terceira letra geralmente não tem significado
particular
184

Diodos Zener - os diodos Zener têm uma letra adicional (que aparece depois dos números) que indica a
tolerância da tensão e Zener. As seguintes letras são utilizadas:
A ± 1%
B ± 2%
C ± 5%
D ± 10%
Os diodos Zener também possuem caracteres adicionais que indicam a tensão Zener (por exemplo, 9V1
que indica 9,1 V).

Exemplo 6.3
Identifique cada um dos seguintes diodos:
(a) AA113
(b) BB105
(c) BZY88C4V7.

Solução
Diodo (a) é um diodo de germânio de uso geral.
Diodo (b) é um diodo de capacitância variável de silício.
O diodo (c) é um diodo Zener de silício com tolerância ± 5% e tensão Zener
de 4,7 V.

84. Transistores de junção bipolar

Figura 6.22 – Transistores de junção bipolar

O transistor é a abreviatura de resistor de transferência, um termo que


fornece uma espécie de pista de como o dispositivo opera; a corrente fluindo na
saída circuito é determinada pela corrente que flui no circuito de entrada. Como
185

os transistores possuem três terminais, um dos terminais deve permanecer


comum tanto na entrada quanto na saída.
Os transistores se dividem em duas categorias principais:

Transistores de junção bipolar (BJTs)


Transistores de efeito de campo (FETs)

Eles também são classificados de acordo com o material semicondutor


empregado (silício ou germânio) e ao seu campo de aplicação (por exemplo, uso
geral, chaveamento, alta frequência, etc.). Várias classes de transistores estão
disponíveis de acordo com as suas aplicações (veja a Tabela 6.2).

Tabela 6.2 – Classes de transistores


Classificação Aplicação Típica
Transistores projetados especificamente para aplicações lineares de áudio e baixa
Baixa Frequência
frequência (abaixo de 100 kHz).

Transistores projetados especificamente para aplicações lineares de rádio e banda


Alta Frequência
larga (100 kHz e acima).

Transistores que operam em níveis de potência significativos (esses dispositivos são


Potência
geralmente subdivididos em tipos de áudio e rádio frequência).

Transistores projetados para aplicações de comutação (incluindo comutação de


Chaveamento
energia).

Transistores que possuem características de baixo ruído e que são destinados


Baixo Ruído
principalmente para a amplificação de sinais de baixa amplitude.

Alta Tensão Transistores projetados especificamente para lidar com altas voltagens.

Transistores que operam em níveis médios de energia e tensão e que são


Driver frequentemente usados para precederem um estágio final (potência) que opera em
um nível de média potência.

85. Operação BJT

Transistores de junção bipolar geralmente compreendem junções NPN ou


PNP de silício (Si) ou material germânio (Ge).
186

As junções são, de fato, produzidas em uma única fatia de silício, difundindo


as impurezas através de uma máscara fotograficamente reduzida.
Transistores de silício são superiores quando comparados com transistores
de germânio na grande maioria das aplicações (particularmente para altas
temperaturas) e, portanto, os dispositivos de germânio são pouco encontrados.
As Figuras 6.23(a) e 6.23 (b), respectivamente, mostram uma
representação simplificada de transistores NPN e PNP junto com seus símbolos
de circuito.
Os eletrodos são rotulados como coletores, base e emissor. Note que cada
junção dentro do transistor, seja ele coletor-base ou base-emissor, constitui uma
junção P – N. As Figuras 6.24 (a) e 6.24 (b), respectivamente, mostram a
voltagem normal aplicada aos transistores NPN e PNP.
Observe que a junção base-emissor é diretamente polarizada e a junção
coletor-base é reversamente polarizada.
A região de base é, no entanto, muito estreita de modo que as cargas são
transportadas através do emissor ao coletor e apenas um fluxo de corrente
relativamente pequeno flui para base.
Para colocar isso em contexto, a corrente que flui no circuito emissor é
tipicamente 100 vezes maior do que o que flui na base. A direção do fluxo de
corrente convencional é do emissor ao coletor no caso de um PNP.

Figura 6.23-Símbolos e modelos simplificados para (a) NPN e (b) transistores de junção bipolar
PNP
187

Figura 6.24-Tensões de polarização e corrente para (a) NPN e (b) transistores de junção bipolar
PNP

Nas Figuras 6.23 e 6.24 você pode observar um transistor e um coletor


para emissor no caso de um dispositivo NPN. A equação que relaciona a corrente
fluxo nas correntes de coletor, base e emissor é: IE = IB + IC.
Onde o IE é o emissor atual, IB é a base corrente e IC é a corrente de
coletor (todos expressos nas mesmas unidades).

86. Características do transistor bipolar

As características de um transistor são frequentemente apresentadas sob


a forma de um conjunto de gráficos relacionando tensão e corrente presentes nos
terminais do transistor.
Uma característica típica de entrada (IB plotada contra VBE) para um
pequeno sinal.
Transistor NPN operando em emissor modo comum é mostrado na Figura
6.25 (imagem retirada do datasheet do transistor).
188

Figura 6.25-Característica típica de entrada transistor NPN operando em modo emissor-comum

Essa característica mostra que pouca corrente flui na base até a tensão
base-emissor (VBE) exceder 0,6 V. Posteriormente, a corrente de base aumenta
rapidamente (esta característica tem estreita semelhança com a polarização
direta de um diodo de silício).
A Figura 6.26 (imagem retirada do datasheet do transistor) mostra uma
típica saída (IC traçado contra VCE) para uso geral.
189

Figura 6.26- Saída (coletor) característica para um pequeno sinal NPN BJT operando no modo
emissor comum

É muito importante você se familiarizar com essas curvas. Em particular, é


importante notar o "joelho" que ocorre com valores de VCE de aproximadamente
2 V.
Além disso, observe como as curvas se tornam achatadas acima desse
valor, com a corrente de coletor (IC) mudando para uma mudança de tensão
coletor-emissor (VCE).
Finalmente, uma típica característica de transferência (IC plotada contra
IB) para um propósito geral de pequeno sinal com transistor NPN operando em
modo emissor comum é mostrada na Figura 6.27 (imagem retirada do datasheet
do transistor).
Esta característica mostra uma relação quase linear entre corrente de
coletor e corrente de base (ou seja, dobrando o valor da corrente base é duplicado
o valor da corrente do coletor e assim por diante).
190

Esta característica é razoavelmente independente do valor da tensão do


coletor-emissor (VCE) e assim apenas uma única curva é usada.

Figura 6.27-Característica de transferência típica para um pequeno sinal NPN BJT operando no
comum emissor modo

87. Ganho atual

O ganho atual oferecido por um transistor é uma medida de sua eficácia


como dispositivo amplificador.
O parâmetro mais comumente citado é aquele que se relaciona com o modo
emissor comum.
Nesse modo a corrente de entrada é aplicada à base e a corrente de saída
aparece no coletor (o emissor é efetivamente comum a ambos os circuitos de
entrada e saída).
O ganho de corrente do emissor comum é dado por:

𝑰𝑪
𝒉𝑭𝑬 =
𝑰𝑩
191

Onde hFE é o parâmetro híbrido que representa corrente direta de sinal


ganho (CC), IC é a corrente de coletor e IB é a corrente de base. Quando se trata
de um pequeno sinal, os valores de IC e IB são incrementais.
O ganho atual é então dado por:

∆𝑰𝑪
𝒉𝒇𝒆 =
∆𝑰𝑩

Onde hfe é o parâmetro híbrido que representa um pequeno sinal (CA) de


corrente ganha, ∆IC é a mudança na corrente de coletor que resulta de uma
mudança correspondente na corrente de base, ∆IB.
Valores de hFE e hfe podem ser obtidos a partir da característica de
transferência (IC plotada contra IB) como mostrado nas Figuras 6.27 (imagem
retirada do datasheet do transistor) e 6.28. Note que hFE é encontrado a partir
de valores estáticos correspondentes, enquanto hfe é encontrado medindo a
inclinação do gráfico.
Observe também que, se a característica de transferência for linear, há
pouca diferença entre hFE e hfe.

Figura 6.28-Determinando valores estáticos e de pequeno ganho de corrente (hFE e hfe


respectivamente) Dentro este exemplo particular hFE = 280/2.5 = 112 enquanto hfe = 350/3,65
= 96
192

Vale a pena notar que o ganho atual (hfe) varia com a corrente de coletor.
Para a maioria dos transistores de pequenos sinais, hfe é máximo em uma
corrente de coletor na faixa de 1 mA e 10 mA. Além disso, o ganho de corrente
cai para valores muito baixos para transistores de potência quando operando em
valores muito altos de corrente de coletor.
Outro ponto que deve ser lembrado é que a maioria dos parâmetros do
transistor (particularmente o ganho de corrente do emissor comum, hfe) são
suscetíveis de ampla variação de um transistor para outro, portanto, é importante
projetar circuitos com base no valor mínimo para garantir uma operação bem-
sucedida com uma variedade de transistores diferentes.
Finalmente, a Figura 6.29 mostra um circuito de teste para obter
características do transistor NPN (o arranjo para um transistor PNP é semelhante,
mas todos as medições e alimentações são invertidas).

Figura 6.29-Circuito de teste do transistor NPN (o arranjo para um transistor PNP é semelhante,
mas todos medidores e alimentações devem ser invertidos)

Exemplo 6.4
Um transistor opera com IC = 30 mA e IB = 600 μA. Determine o valor de
IE e hFE.

Solução
O valor de IE pode ser calculado a partir de IC + IB, assim:
193

IE = 30 + 0,6 = 30,6 mA
O valor de hFE pode ser encontrado em hFE = IC / IB, portanto:
hFE = IC / IB = 30 / 0,6 = 50

Exemplo 6.5
Um transistor opera com uma corrente de coletor de 97mA e uma corrente
de emissão de 98mA.
Determine o valor da corrente base e ganho de corrente de emissor comum.

Solução
Como IE = IC + IB, a corrente de base será dada por:
IB = IE - IC = 98 - 97 = 1mA
O ganho de corrente do emissor comum (hFE) será dado por:
hFE = IC / IB = 97/1 = 97

Exemplo 6.6
Um transistor NPN deve ser usado em um circuito regulador em que uma
corrente de coletor de 1,5A deve ser controlada por uma corrente de base de
50mA.
Que valor de hFE será necessário?
Se o dispositivo deve ser operado com VCE = 6 V, qual transistor deve ser
selecionado, com base na tabela abaixo, para esta aplicação e por quê?
194

Solução
O ganho de corrente necessário pode ser encontrado em:
hFE = IC / IB = 1,5 A / 50mA = 1,5 / 0,05 = 30
O dispositivo mais adequado seria o BD131.
O único outro dispositivo capaz de operar em uma corrente de coletor de
1,5 A seria um 2N3055.
A dissipação de energia do coletor será dada por:
PC = IC × VCE = 1,5A × 6V = 9 W

No entanto, o 2N3055 é dimensionado para 115W de dissipação máxima


de potência total e isso é mais de dez vezes a potência necessária.

BD131 2N3055

Amplificação
195

Com uma pequena alteração em IB é causada uma grande variação em IC,


quando definidas as tensões de polarização CC adequadamente um transistor
pode operar como um amplificador de corrente.
Os engenheiros usam várias expressões para descrever as características
de amplificação de corrente dos transistores bipolares.

Corrente de coletor versus corrente base


Como observado, nos gráficos mostrados anteriormente, a maneira como
a corrente de coletor IC muda em um transistor bipolar típico à medida que a
corrente de base IB muda, é possível visualizar alguns pontos ao longo desta
curva IC versus IB na qual um transistor não fornecerá nenhuma amplificação de
corrente.
Por exemplo, se o transistor for operado em saturação (mostrado na parte
superior direita da curva da Figura 6.30), a curva IC versus IB é executada
horizontalmente. Nesta zona, uma pequena alteração na IB causa pouca ou
nenhuma alteração na IC. Mas se o transistor for polarizado perto do meio da
curva da Figura 6.30, o transistor irá funcionar como um amplificador de corrente.

Figura 6.30-Três pontos diferentes de polarização de transistor. Observe que a amplificação da


corrente é maior quando o dispositivo é polarizado próximo ao meio da parte reta do gráfico.
196

Sempre que você desejar que um transistor bipolar amplifique um sinal, é


preciso polarizar o dispositivo para que uma pequena alteração na corrente entre
o emissor e a base resulte em uma grande mudança na corrente entre o emissor
e o coletor. As tensões ideais para EB (polarização da base) e EC (a tensão da
fonte de alimentação) dependem da construção interna do transistor e também
da composição química dos materiais semicondutores que compõem as seções
tipo N e tipo P.
É possível descrever as características de transporte de corrente de um
transistor bipolar em termos simplistas como a taxa de transferência de corrente
estática. Este parâmetro aparece de duas “formas”, uma que descreve a corrente
do coletor versus a corrente do emissor quando usada a base comum
(simbolizado por HFB) e o outra que descreve a corrente do coletor em relação à
corrente base quando colocado o emissor comum (simbolizado por HFE).
A quantidade HFB é igual à razão entre a corrente do coletor e a corrente
do emissor em um determinado instante de tempo com a base aterrada:

HFB = IC / IE

Por exemplo, se uma corrente de emissor IE de 100mA resultar em uma


corrente de coletor IC de 90mA, então é possível calcular:
HFB = 90/100 = 0,90

Se IE = 100 mA e IC = 95 mA, então

HFB = 95/100 = 0,95

A quantidade HFE é igual à razão entre a corrente do coletor e a corrente


base em um determinado instante no tempo com o emissor aterrado:
HFE = IC / IB

Por exemplo, se uma corrente base IB de 10mA resultar em uma corrente


de coletor IC de 90mA, então é possível calcular:
HFE = 90/10 = 9,0
197

Se IB = 5,0 mA e IC = 95mA, então

HFE = 95 / 5,0 = 19

Alfa
É possível descrever as variações de corrente em um transistor bipolar
dividindo a diferença em IC pela diferença no IE que ocorre quando é aplicado um
pequeno sinal ao emissor de um transistor com a base conectada ao terra (ou
colocado na mesma diferença de potencial). Isso recebe o nome de proporção de
alfa, simbolizada como a letra grega em minúscula alfa (α).
Que pode ser definida matematicamente da seguinte maneira:
α = dIC / dIE

O resultado recebe o nome de quantidade de ganho de corrente dinâmica


do transistor para a situação da base comum.
O alfa para qualquer transistor é sempre menor que 1, porque sempre que
é aplicado um sinal à entrada, a base “tem uma fuga” de pelo menos uma
pequena corrente do emissor antes de aparecer no coletor.

Beta
É obtida uma excelente definição de amplificação de corrente para sinais,
quando é dividida a diferença em IC pela diferença em IB e aplicado um pequeno
sinal à base de um transistor com o emissor comum. Assim é alcançado o ganho
de corrente dinâmica para o caso do emissor aterrado. Essa proporção é chamada
de beta, simbolizada como letra grega minúscula beta (β). Conforme a equação
a seguir:
β = dIC / dIB
A versão beta de qualquer transistor pode exceder 1 e geralmente aumenta
muito, então a expressão para “ganho de corrente” faz jus ao seu nome. No
entanto, sob algumas condições, é possível observar uma versão beta menor que
1. Essa condição pode ocorrer se um transistor for polarizado incorretamente, se
198

for escolhido o tipo errado de transistor para uma aplicação específica ou se


ocorrer uma tentativa de operar o transistor em uma frequência de sinal muito
maior do que a frequência máxima para a qual foi projetada.

Como o alfa e o beta se relacionam?


Sempre que a corrente de base flui em um transistor bipolar, é possível
calcular o beta em termos do alfa com a fórmula:
β = α / (1 - α)
É possível calcular o alfa em termos do beta usando a fórmula:
α = β / (1 + β)
Com um pouco de álgebra, você pode derivar essas fórmulas por causa do
fato que, a qualquer instante, a corrente de coletor é igual à corrente de emissor
menos a corrente de base, isso é:
IC = IE - IB

Figura 6.31-Polarização de transistores

Figura 6.32 –Configurações básicas de transistores


199

88. Transistores de efeito de campo

Existem dois tipos principais de transistor de efeito de campo (FET):

1.A junção FET (JFET)


2.E o metal-óxido-semicondutor FET (MOSFET)

Princípio do JFET
Em um JFET, um campo elétrico dentro do dispositivo afeta a quantidade
de corrente que pode fluir através dele. Portadores de carga (elétrons ou lacunas)
movem-se do eletrodo de fonte (S) para o eletrodo de dreno (D) para produzir
uma corrente de dreno ID que normalmente é igual à corrente da fonte, IS.
A taxa de fluxo das portadoras de carga, isto é a corrente, depende da
tensão de um eletrodo de controle chamado de gate (G). Flutuações na voltagem
de porta EG causam mudanças na corrente através do canal, o caminho que os
portadores de carga seguem entre a fonte e o dreno.
A corrente através do canal normalmente é igual a ID. Sob as condições
certas, pequenas flutuações no EG podem causar grandes variações no ID.
Essa corrente de dreno pode, por sua vez, produzir flutuações significativas
na tensão através de uma resistência de saída.

Figura 6.33 - Simbologia de transistores


200

Canal N versus Canal P


Na Figura 6.34 é possível visualizar um desenho simplificado de um JFET
de canal N (em A) e seu símbolo esquemático (em B). O material do tipo N forma
o canal. Os portadores majoritários do canal são os elétrons, enquanto os
portadores minoritários são lacunas. Normalmente, o dreno é colocado em uma
tensão CC positiva em relação à fonte, usando uma fonte de alimentação externa
ou bateria.

Figura 6.34- Em A, um desenho estrutural simplificado de um JFET de canal N. Em B, o símbolo


esquemático

Em um dispositivo de canal N, o gate consiste em material do tipo P. Outra


seção do material do tipo P, chamada de substrato, forma um limite no lado do
canal oposto ao gate.
201

A tensão no gate produz um campo elétrico que interfere no fluxo de


portadores de carga através do canal. Como EG se torna mais negativo, o campo
elétrico freia uma quantidade crescente da corrente através do canal, então ID
diminui.
Um JFET de canal P (Figura 6.35(b)) possui um canal de material
semicondutor tipo P. Os portadores de carga majoritária no canal são lacunas,
enquanto os portadores minoritários são elétrons. Usando uma fonte de
alimentação externa ou bateria, é colocado o dreno em uma tensão CC negativa
em relação à fonte. Quanto mais positivo o EG fica, mais o campo elétrico sufoca
a corrente através do canal, e menor o ID se torna.

Figura 6.35- Em A, um desenho estrutural simplificado de um JFET de canal P. Em B, o símbolo


esquemático

Você pode reconhecer o JFET do canal N em diagramas esquemáticos pela


presença de uma pequena seta apontando para dentro do gate. Você pode
reconhecer o JFET do canal P pela seta apontando para fora do gate. Assim como
pode reconhecer o dispositivo de canal N do dispositivo de canal P (caso os
símbolos não tenham setas) observando a polaridade da fonte de alimentação.
Um dreno positivo indica um JFET de canal N e um dreno negativo indica um JFET
de canal P.
202

Em circuitos eletrônicos, os dispositivos N-channel e P-channel podem ter


a mesma aplicação. A principal diferença está na polaridade da fonte de
alimentação ou da bateria.
Quase sempre é possível substituir um JFET de canal N por um JFET de
canal P, invertendo a polaridade e esperando que o circuito funcione da mesma
forma, supondo que o novo dispositivo tenha as especificações corretas.
Da mesma maneira que você encontrará diferentes tipos de transistores
bipolares, também encontrará vários tipos de JFETs, cada um adequado a um
aplicativo específico. Alguns JFETs funcionam bem como amplificadores e
osciladores de sinal, outros encontram seu nicho na amplificação de potência,
alguns funcionam idealmente como interruptores de alta velocidade.
Os transistores de efeito de campo têm certas vantagens sobre os
transistores bipolares. Talvez o item mais importante resulte do fato de que os
JFETs, em geral, criam menos ruído interno do que os transistores bipolares. Esta
propriedade torna os JFETs excelentes para uso como amplificadores de sinal em
frequências de rádio muito altas ou HF; em geral, eles são melhores que os
transistores bipolares para essas aplicações. Os transistores de efeito de campo
exibem altos valores de impedância de entrada em alguns casos, tão altos que
praticamente não atraem corrente, enquanto fornecem uma saída de sinal
significativa.

O MOSFET
O acrônimo MOSFET significa transistor de efeito de campo de metal-óxido-
semicondutor. Assim como com os JFETs, existem dois tipos principais de
MOSFET: o dispositivo N-channel e o dispositivo P-channel.
A Figura 6.36 mostra um desenho transversal simplificado de um MOSFET
de canal N juntamente com o símbolo esquemático. O dispositivo do canal P e
seu símbolo aparecem na Figura 6.37.
203

Figura 6.36- Em A, a estrutura funcional de um MOSFET de canal-N. Em B, o símbolo


esquemático. Os eletrodos são S = fonte, G = porta e D = dreno

Figura 6.37-Em A, a estrutura funcional de um MOSFET de canal-P. Em B, o símbolo


esquemático. Os eletrodos são S = fonte, G = porta e D = dreno

Impedância de entrada extremamente alta


Quando os engenheiros originalmente desenvolveram o MOSFET, eles
chamaram de um transistor de efeito de campo de gate isolado ou IGFET. O
eletrodo de gate é eletricamente isolado do canal por uma fina camada de
material dielétrico. Como resultado, a impedância de entrada normalmente
excede a de um JFET. De fato, a resistência “gate-to-source” (G-S) de um
MOSFET típico compara-se favoravelmente à resistência de um capacitor de
dimensões físicas semelhantes a "quase infinito".
204

Devido à sua extrema resistência G-S, um MOSFET não atrai praticamente


nenhuma corrente e, portanto, praticamente nenhuma energia, da fonte do sinal
de entrada. Esta propriedade torna o MOSFET ideal para uso em circuitos
amplificadores de sinais extremamente fracos e de baixo nível. Como o
"capacitor" G-S é fisicamente minúsculo, sua capacitância também é pequena,
então o dispositivo pode funcionar muito bem até em frequências de rádio ultra-
altas (acima de 300 MHz).
Apesar de suas vantagens óbvias quanto a impedância e resposta em
frequência, os dispositivos MOS sofrem com uma grande falha: eles são
eletricamente frágeis. Ao construir ou reparar circuitos com dispositivos MOS, os
técnicos devem usar equipamentos especiais para garantir que suas mãos não
tenham “eletricidade estática”. Se uma descarga “estática” ocorrer através do
dielétrico de um dispositivo MOS, o dielétrico será permanentemente
comprometido e o MOSFET deve ser descartado. Mesmo um pequeno acúmulo
eletrostático pode produzir uma descarga forte o suficiente para destruir um
MOSFET. Os climas quentes e úmidos oferecem pouca ou nenhuma proteção
contra esse perigo.

Figura 6.38-Circuito Dimmer com MOSFET


205

Figura 6.39-Circuito optoisolado com MOSFET

89. Circuitos integrados

Circuitos integrados (ICs) são circuitos complexos fabricados em uma


pequena fatia de silício. Circuitos integrados podem conter apenas 10 ou mais de
100.000 dispositivos ativos (transistores e diodos). Com exceção de algumas
aplicações especiais (como amplificação em alta potência) os circuitos integrados
deixaram obsoletos uma grande quantidade de circuitos discretos convencionais.
Circuitos integrados podem ser divididos em dois grupos gerais, linear
(analógica) e digital.
Exemplos típicos de circuitos integrados lineares são amplificadores
operacionais, enquanto exemplos típicos de circuito integrado digital são as
portas lógicas.
Um número de dispositivos faz a ponte entre o mundo analógico e digital.
Tais dispositivos incluem conversores analógico-digitais (ADCs), conversores
digital-analógicos (DACs) e temporizadores.
Um exemplo é o temporizador 555, que contém dois estágios de
amplificadores operacionais (configurados como comparadores de tensão)
juntamente com um amplificador de buffer e um coletor de transistor aberto.

Encapsulamento de CI
Tal como acontece com transistores, uma variedade de encapsulamentos
diferentes é usada para circuitos integrados. A mais popular forma de
206

encapsulamento usado para circuitos integrados é o pacote dual-in-line (DIL) que


pode ser fabricado a partir de material plástico ou cerâmico (com este último
usando um selante hermético de vidro). Pacotes DIL comuns têm 8, 14, 16, 28 e
40 pinos em uma matriz de 0,1 polegada.

Figura 6.40-Encapsulamento de circuitos integrados

Também tem se tornando cada vez mais popular o encapsulamento TO5,


os encapsulamentos TO72, TO3 e TO220 (o último sendo comumente usados por
três reguladores de tensão). A Figura 6.40 mostra uma variedade de pacotes
comuns de circuitos integrados.

7) Fontes de Alimentação
Figura 7.1-Diagrama em blocos de uma fonte de alimentação
207

(a)Transformador
(b)Retificação
(c)Filtragem
(d)Regulagem
(e)Proteção

90. Transformador de Potência

É possível categorizar os transformadores de potência de duas formas


gerais: step-down ou step-up. Como você se lembra, a tensão de saída ou
secundária de um transformador redutor é menor que a tensão de entrada ou
primária.
O inverso é válido para um transformador elevatório, em que a tensão de
saída excede a tensão de entrada.
A maioria dos dispositivos eletrônicos precisa de apenas alguns volts para
funcionar.
As fontes de alimentação para esses equipamentos usam transformadores
de redução de tensão, com os enrolamentos primários conectados às tomadas da
rede elétrica. O tamanho físico e a massa do transformador dependem da
quantidade de corrente que se espera que ele forneça. Alguns dispositivos
precisam apenas de uma pequena corrente em baixa tensão.
O transformador de um receptor de rádio, por exemplo, pode ser
fisicamente pequeno.
Um grande transmissor de rádio amador ou amplificador de alta fidelidade
precisa de mais corrente.
Os enrolamentos secundários de um transformador destinado a essas
aplicações são constituídos de fios de bitola pesada, os núcleos devem ter volume
suficiente para conter as grandes quantidades de fluxo magnético que as bobinas
geram.
208

91. Retificador

Como visto anteriormente os diodos retificadores estão disponíveis em


vários tamanhos. Ao trabalhar com este tipo de objeto é necessário prestar muita
atenção a duas especificações: a taxa de corrente direta (Io) e a taxa de pico de
tensão inversa (PIV).

Média corrente direta


A corrente elétrica sempre produz calor, porque todo meio material oferece
um pouco de resistência a passagem de corrente. Se for conduzida muita corrente
através de um diodo, o calor resultante destruirá a junção P-N. Ao projetar uma
fonte de alimentação, é necessário usar diodos com uma classificação de pelo
menos 1,5 vezes a corrente média direta esperada em CC. Se esta corrente for
4.0 A, por exemplo, os diodos retificadores devem ser classificados em Io = 6,0A
ou mais.
Em uma fonte de alimentação que usa um ou mais diodos retificadores, o
Io flui através de cada diodo individual.
A corrente consumida pela carga pode e geralmente é diferente de Io. Além
disso, note que Io representa um valor médio.
A corrente instantânea é outra coisa que você deve dar atenção, ela pode
variar de 15 a 20 vezes dependendo da natureza do circuito de filtragem.
Alguns diodos têm dissipadores de calor para ajudar a dissipar o calor da
junção P-N. Você consegue reconhecer um retificador de selênio pela aparência
de seu dissipador de calor, que parece uma versão em miniatura de um radiador.

Figura 7.2-Diodo de Potência


209

É possível conectar dois ou mais diodos retificadores idênticos em paralelo


para aumentar a classificação de corrente em relação a corrente de um diodo
individual. Quando você faz isso, deve conectar um resistor de pequeno valor em
série com cada diodo para equalizar a corrente. Cada um desses resistores deve
ter um valor tal que a queda de tensão entre eles seja igual a aproximadamente
1 V sob condições normais de operação.

Tensão inversa máxima


A classificação PIV de um diodo indica a tensão de polarização reversa
instantânea máxima que pode suportar sem avaria por avalanche.
Uma fonte de alimentação bem projetada possui diodos cujos valores de
PIV excedem significativamente a tensão de entrada CA máxima. Se a
classificação PIV não for grande o suficiente, o diodo ou os diodos em uma
alimentação conduzem a corrente por parte do ciclo reverso. Essa condução
degrada a eficiência da fonte de alimentação, porque a corrente reversa “libera”
a corrente direta.
Você pode conectar dois ou mais diodos retificadores idênticos em série
para obter uma classificação PIV mais alta do que um único diodo pode fornecer.
Às vezes, alguns projetistas utilizam essa técnica ao projetar fontes de
alimentação de alta voltagem, como as necessárias para amplificadores de
potência tipo tubo.
Resistores de alto valor, de cerca de 500 ohms para cada volt de pico
inverso, são colocados em paralelo com cada diodo para distribuir a polarização
reversa igualmente entre os diodos. Além disso, cada diodo é desviado por um
capacitor de aproximadamente 0,01 μF.

Circuito de meia onda


O circuito retificador mais simples, chamado de retificador de meia onda
Figura 7.3 A, possui um único diodo que "corta" metade do ciclo de CA. A tensão
de saída efetiva de uma fonte de alimentação que usa um retificador de meia
onda é muito menor do que a tensão de pico da saída do transformador, conforme
mostrado na Figura 7.3B.
210

O pico de voltagem através do diodo na direção reversa pode variar até 2,8
vezes a voltagem AC RMS aplicada.

Figura 7.3 A- Em A, um circuito retificador de meia onda. Em B, um circuito retificador de onda


completa. Em C, um circuito retificador de ponte de onda completa

Figura 7.3 B- Em A, a saída de um retificador de meia onda. Em B, a saída de um retificador de


onda completa. Observe a diferença em como as tensões efetivas se comparam com as tensões
de pico
211

A maioria dos projetistas gosta de usar diodos cujos valores de PIV


equivalem a pelo menos 1,5 vezes a tensão reversa máxima esperada. Portanto,
em um circuito retificador de meia onda, os diodos devem ter uma classificação
de pelo menos 2,8 × 1,5 ou 4,2 vezes a tensão AC RMS que aparece no
enrolamento secundário do transformador de potência.
A retificação de meia onda apresenta falhas. Primeiro, a saída é difícil de
filtrar. Em segundo lugar, a tensão de saída pode cair consideravelmente quando
o transformador deve fornecer alta corrente. Terceiro, a retificação de meia onda
sobrecarrega o transformador e os diodos porque oscila, o que significa que o
circuito trabalha os diodos duramente durante a metade do ciclo de CA e permite
que eles “folguem” durante a outra metade.
A retificação de meia onda geralmente é suficiente quando você deseja
projetar uma fonte de alimentação que nunca terá que fornecer muita corrente,
ou quando a tensão pode variar sem afetar o comportamento do equipamento
conectado a ela.

Circuito de tomada central de onda completa


Você pode aproveitar as duas metades do ciclo de AC por meio de
retificação de onda completa.
Um retificador com tomada central de onda completa tem um
transformador com uma conexão chamada “tap center”, ou seja, uma tomada no
centro do enrolamento secundário (Figura 7.3ª, item B).
A derivação conecta-se diretamente ao aterramento elétrico, também
chamado de aterramento do chassi. Esse arranjo produz voltagens e correntes
nas extremidades do enrolamento secundário que se opõem em fase umas às
outras. Essas duas ondas AC são individualmente retificadas em meia onda,
cortando uma metade do ciclo e depois a outra repetidamente.
A tensão de saída efetiva de uma fonte de alimentação com um retificador
central de onda completa (Figura 7.3 B) é maior, em relação à tensão de pico,
do que a tensão de saída efetiva com o retificador de meia onda. O PIV através
dos diodos pode, no entanto, atingir 2,8 vezes a tensão ACRMS aplicada.
Portanto, os diodos devem ter uma classificação PIV de pelo menos 4,2 vezes a
212

tensão AC RMS aplicada para garantir que eles não passem por falhas de
avalanche durante qualquer parte do ciclo de meia onda.
A saída de um retificador de tomada central de onda completa é mais fácil
de filtrar do que a de um retificador de meia onda, porque a frequência das
pulsações na CC (conhecida como a frequência de ondulação) de um retificador
de onda completa é igual ao dobro da ondulação frequência da CC pulsante de
um retificador de meia onda, assumindo a mesma frequência de entrada CA em
qualquer situação.
Se você comparar a Figura 7.3A com a Figura 7.3B, verá que a saída do
retificador de onda completa está “mais próxima da CC pura” do que a saída do
retificador de meia onda. Outra vantagem de um retificador de tomada central
de onda completa é o fato de ele trata o transformador e os diodos mais
“suavemente” do que um retificador de meia onda.
Quando é conectada uma carga à saída de uma fonte de alimentação que
usa um circuito retificador de tomada central de onda completa, a tensão cai
menos do que com a mesma carga conectada a uma fonte de meia onda. No
entanto, como o transformador é mais sofisticado, o circuito de derivação central
de onda completa custa mais do que um circuito de meia onda que fornece a
mesma tensão de saída na mesma corrente máxima nominal.

Circuito de ponte de onda completa


É possível obter a retificação de onda completa usando um circuito
conhecido como retificador de ponte de onda completa, geralmente chamado
simplesmente de ponte. A Figura 7.3A, opção C, mostra um diagrama
esquemático de um circuito típico de ponte de onda completa. A forma de onda
de saída tem a mesma aparência da forma de onda obtida da saída de um circuito
de derivação de tomada central de onda completa.
213

Figura 7.4 - Ponte de diodos

A tensão de saída efetiva de uma fonte de alimentação que usa um


retificador de ponte de onda completa é um pouco menor que a tensão de pico
de saída do transformador, conforme mostrado na Figura 7.3B.
O pico de tensão nos diodos na direção reversa é igual a 1,4 vezes a tensão
CA RMS aplicada. Portanto, cada diodo precisa ter uma classificação PIV de pelo
menos 1,4 × 1,5 ou 2,1 vezes a tensão CA RMS que aparece no secundário do
transformador para evitar que ocorra uma avalanche de avaria durante qualquer
parte do ciclo.
O circuito da ponte não requer um transformador com derivação central.
Ele usa todo o enrolamento secundário em ambas as metades do ciclo de onda,
por isso faz uso mais eficiente do transformador do que o circuito de tomada
central de onda completa. O circuito da ponte também exerce menos esforço
sobre os diodos individuais do que um circuito com derivação central de meia
onda ou onda completa.

92. Circuitos de Filtro

A maioria dos dispositivos alimentados por CC precisa de algo mais “puro”


do que a CC bruta pulsante que sai diretamente de um circuito retificador. Você
pode eliminar, ou pelo menos minimizar, as pulsações (ondulações) na saída do
retificador usando um filtro de suprimento de energia.
O filtro de fonte de alimentação mais simples consiste em um ou mais
capacitores de grande valor, conectados em paralelo com a saída do retificador,
como mostrado na Figura 7.5.
214

Figura 7.5- Você pode usar um capacitor de grande valor como um filtro de suprimento de
energia

Um bom componente para este propósito é um capacitor eletrolítico. Este


tipo de capacitor é polarizado, o que significa que ele deve ser conectado na
direção correta. Qualquer capacitor eletrolítico também possui uma determinada
tensão de trabalho nominal máxima. Preste atenção a esses detalhes para
dimensionar o capacitor de filtro.
Figura 7.6. Retificado em ponte com filtro capacitivo

93. Filtros de ondulação aprimorados

As ilustrações na Figura 7.6 revelam o motivo pelo qual um retificador de


onda completa pode produzir CC mais pura, do que um retificador de meia onda.
A saída de onda completa dá ao capacitor uma melhor condição de
funcionamento.
Você pode obter uma melhor supressão de ondulações quando um indutor
de grande valor é ligado em série com a saída do retificador juntamente com um
capacitor de grande valor em paralelo. Quando um indutor é aplicado nessa
função, recebe o nome de filtro.
Em um filtro que usa um capacitor e um indutor, você consegue colocar o
capacitor no lado do retificador para construir um filtro de entrada de capacitor.
Se localizar o capacitor de filtro após o indutor, você irá obter um filtro de entrada
215

de estrangulada. A filtragem de entrada de capacitor funciona bem quando uma


fonte de alimentação não precisa fornecer muita corrente.
A tensão de saída, quando a carga é “leve” (não necessita muita corrente),
é maior com um filtro de entrada de capacitor do que com um filtro de entrada
de estrangulada com entrada idêntica. No entanto, se o fornecimento precisa de
grandes ou variáveis quantidades de corrente, um filtro de entrada de
estrangulamento produz um melhor desempenho, pois produz uma tensão de
saída mais estável para uma ampla variedade de cargas.

Figura 7.7 – Filtro com indutores

94. Reguladores de tensão

Se você conectar um diodo Zener em paralelo com a saída de uma fonte


de alimentação, de modo que o componente receba uma polarização reversa, o
diodo limitará a tensão de saída. Lembrando que o diodo deve ter uma
classificação de energia adequada para evitar que se queime. Além disso, deve
ser conectada uma resistência em série com o Zener para limitar a corrente. A
tensão limite depende do diodo Zener usado.
Os diodos Zener estão disponíveis para qualquer tensão de alimentação.
A Figura 7.8 é um diagrama de uma fonte de alimentação CC de ponte de
onda completa, incluindo um diodo Zener para a regulação de tensão.
Observe a direção na qual é conectado o diodo Zener, a seta aponta de
menos para mais. Essa polaridade é contrária à orientação de um diodo
retificador. Por isso você deve se ter o cuidado de conectar um diodo Zener com
a polaridade correta ou ele queimará assim que for aplicada a tensão ao circuito.
216

Figura 7.8-Uma fonte de alimentação com um regulador de tensão Zener-diode na saída

Um simples regulador de tensão com diodo Zener, como o mostrado na


Figura 7.8, não funciona efetivamente quando é usada uma fonte de alimentação
com equipamentos que consomem alta corrente.
O problema surge porque o resistor em série, essencial para evitar a
destruição do diodo, cria uma queda de tensão significativa quando transporta
mais do que uma pequena quantidade de corrente.
Quando você deseja que uma fonte de alimentação tenha que fornecer
muita corrente pode empregar um transistor de potência junto com o diodo Zener
para obter a regulação de tensão. A Figura 7.9 mostra um exemplo. Neste
circuito, o resistor garante a operação adequada do transistor sem causar uma
queda na tensão de saída sob condições de alta corrente.

Figura 7.9-Um circuito regulador de tensão usando um diodo Zener e um transistor


217

Os reguladores de tensão estão disponíveis na forma de circuito integrado


(CI).
O regulador em circuito integrado, também chamado de chip regulador,
entra no circuito da fonte de alimentação na saída do filtro.

Figura 7.10 –Fonte de tensão com estabilizador de tensão

Figura 7.11-CI´s Estabilizadores de tensão

Regulador LM7805 Regulador LM150

Figura 7.12 - Circuito completo de uma fonte de alimentação


218

8) Amplificadores Operacionais

95. Símbolos e conexões

O símbolo para um amplificador operacional é mostrado na Figura 8.1.

Figura 8.1-Símbolo para um amplificador operacional

Simbologia Aparência Pinagem

Esse dispositivo possui duas entradas e uma saída. Além disso, muitas
vezes não são mostradas as conexões de alimentação, muitas vezes é mais claro
não mostrar as conexões de alimentação no diagrama esquemático do circuito.
Na Figura 8.1, uma das entradas está marcada com símbolo de negativo "-" e a
outra está marcada com o símbolo de positivo "+". Essas marcas de polaridade
não estão relacionadas com as conexões de alimentação, elas indicam a mudança
de fase geral entre cada entrada e saída. O sinal "+" indica zero mudança de
fase, enquanto o sinal "-" indica a mudança de fase de 180° ou seja:

Pino + Entrada não Inversora


Pino – Entrada Inversora

Uma vez que o deslocamento de fase de 180 ° produz uma forma de onda,
a entrada "-" é muitas vezes referida como entrada inversora. Da mesma forma,
a entrada "+" é conhecida como a entrada não inversora.
A maioria dos amplificadores operacionais (mas não todos) precisa ser
alimentada de forma simétrica (normalmente de ± 6 V a ± 15 V) o que permite
que a tensão de saída positiva acima de 0 V, e negativa abaixo de 0 V.
219

A Figura 8.2 mostra como são as conexões de alimentação. Observe que


geralmente existem duas formas de alimentação, a alimentação convencional e
a alimentação simétrica.

Figura 8.2-Tipos de alimentações para amplificador operacional

Alimentação convencional Alimentação simétrica

96. Parâmetros do amplificador operacional

Amplificadores operacionais, ou também como são conhecidos amp-ops,


podem ser configurados para trabalhar em configurações de malha aberta ou de
malha fechada.

Malha aberta: uma configuração sem realimentação do retorno da saída do


amplificador operacional à sua entrada. O ganho do amp-op de malha aberta
geralmente excede 10.000.
Malha fechada: uma configuração que tem um caminho de realimentação
negativo do retorno de saída do amp-op à sua entrada.
Realimentação negativa: reduz o ganho e melhora muitas características
do amp-op.
O ganho da malha fechada é sempre inferior ao ganho da malha aberta.

Antes de estudar algumas das características operacionais "ideais" e


"reais" dos amplificadores operacionais é importante definir alguns dos termos e
parâmetros que são aplicados a estes dispositivos.
220

Ganho de tensão de malha aberta


O ganho de tensão de malha aberta de um amplificador é definido como a
relação de tensão de saída para entrada de tensão medida sem aplicação de
feedback.
Na prática, esse valor é excepcionalmente alto (tipicamente maior que
100.000), mas é passível de variação considerável de um dispositivo para outro.
O ganho de voltagem em malha aberta pode, portanto, ser considerado o
ganho de tensão "interno" do dispositivo, assim:
𝑉
𝐴 ( ) =
𝑉
Onde AV(OL) é o ganho de tensão de malha aberta, VOUT e VIN são as tensões
de saída e entrada, respectivamente, sob condições de malha aberta.
Em aplicações de amplificação de tensão linear, uma grande quantidade de
feedback negativo será normalmente aplicada e o ganho de tensão de malha
aberta pode ser entendido como o ganho de tensão interna fornecido pelo
dispositivo.
O ganho de tensão de malha aberta é frequentemente expresso em decibéis
(dB) e não como uma razão. Nesse caso:

𝑉
𝐴 ( ) = 20𝑙𝑜𝑔
𝑉

A maioria dos amplificadores operacionais tem circuito aberto com ganhos


de tensão de 90 dB ou mais.

Ganho de voltagem em malha fechada


O ganho de tensão em malha fechada de um amplificador é definido como
a relação de saída da tensão de entrada medida com uma pequena proporção da
saída realimentada para a entrada (isto é, com feedback aplicado).
O efeito de fornecer feedback negativo é reduzir o ganho do loop de tensão
para um valor previsível e gerenciável.
221

Ganhos de tensão de circuito fechado na prática variam muito, mas note


que valores altos de ganho de voltagem criam restrições inaceitáveis à largura
de banda.
O ganho de tensão em malha fechada é mais uma vez a razão entre tensão
de saída para tensão de entrada, mas com feedback negativo aplicado, portanto:

𝑉
𝐴 ( ) =
𝑉

Onde AV(CL) é o ganho de tensão de malha aberta, VOUT e VIN são as tensões
de saída e entrada, respectivamente, sob condições de circuito fechado. O ganho
de tensão de circuito fechado é normalmente muito menor do que o ganho de
tensão em malha aberta.

Exemplo 8.1
Um amplificador operacional operando com feedback negativo produz uma
tensão de saída de 2 V quando fornecido com uma entrada de 400μV.
Determine o valor do ganho de tensão de malha fechada.

Solução
𝑉
𝐴 ( ) =
𝑉

2 2 𝑥 10
𝐴 ( ) = = = 5.00
400 𝑥 10 400

Expresso em decibéis (e não como uma razão), isso é:

𝐴 ( ) = 20𝑙𝑜𝑔 (5.000) = 20 𝑥 3.7 = 74𝑑𝐵

Resistência de entrada
A resistência de entrada de um amplificador operacional é definida como a
relação de tensão de entrada para corrente de entrada e que será expressa em
222

ohms. Muitas vezes a entrada de um sistema amplificador operacional é


puramente resistiva, embora este não seja o caso em altas frequências onde
shunt capacitivo e a reatância podem se tornar significativos.
A entrada resistência de amplificadores operacionais é muito dependente
da tecnologia de semicondutores empregada.
Na prática, os valores variam de cerca de 2MΩ para tipos bipolares comuns
acima de 1012Ω para dispositivos FET e CMOS.
A resistência de entrada é a relação entre a tensão de entrada e corrente
de entrada:

𝑉
𝑅 =
𝐼
Onde RIN é a resistência de entrada (em ohms), VIN é a tensão de entrada
(em volts) e IIN é a corrente de entrada (em ampères).

Exemplo 8.2
Um amplificador operacional tem uma resistência de entrada 2MΩ.
Determine a corrente de entrada quando está presente uma entrada de tensão
de 5mV.

Solução
𝑉
𝑅 =
𝐼
Portanto:

𝑉 5 𝑥 10
𝐼 = = = 2.5 𝑥 10 𝐴 = 2.5𝑛𝐴
𝑅 2 𝑥 10
223

Resistência de saída
A resistência de saída de um amplificador operacional é definida como Ro
Resistência DC que é vista em série com a saída do amplificador expressa em
ohms.
Valores típicos da faixa de resistência de saída de menos de 10 Ω a cerca
de 100 Ω, dependendo da configuração e quantidade de feedback empregado.
Resistência de saída é a razão de circuito aberto da tensão de saída para
corrente de saída de curto-circuito, consequentemente:
𝑉 ( )
𝑅 =
𝐼 ( )

Onde ROUT é a resistência de saída (em ohms), VOUT(OC) é a tensão de saída


de circuito aberto (em volts) e IOUT(SC) é a corrente de saída de curto-circuito (em
amplificadores).

Tensão de offset de entrada


Um amplificador operacional ideal forneceria zero tensão de saída quando
a diferença de 0 V é aplicada nas suas entradas. Na prática, devido a imperfeições
de equilíbrio internos, pode haver alguma pequena tensão presente na saída.
A tensão que deve ser aplicada diferencialmente à entrada do amplificador
operacional para fazer a tensão de saída ficar exatamente zero é conhecida como
a tensão de entrada de offset.
A tensão de offset pode ser minimizada aplicando quantidades
relativamente grandes de feedback negativo ou usando o recurso “null offset”
fornecido por alguns tipos de dispositivos amplificadores operacionais.
Valores de tensão típica de entrada variam de 1 mV para 15 mV.
A tensão de offset normalmente não é problema e pode ser ignorada.

Largura de banda de potência total


A largura de banda total para uma operação no amplificador é equivalente
à frequência em que a máxima tensão de saída de pico sem distorção cai para
0,707 do seu valor de baixa frequência.
224

A largura típica de dispositivos para largura de banda de potência total de


10 kHz a mais de 1 MHz para alguns aparelhos de alta velocidade

Taxa de variação ou taxa de inflexão (slew rate)


Taxa de variação é a taxa de tensão de saída com o tempo, quando uma
tensão de entrada retangular é aplicada (como mostrado na Figura 8.3).
A taxa de variação um amplificador operacional é a taxa de mudança de
tensão de saída com o tempo em resposta a uma perfeita entrada da função de
passo.
Consequentemente:

∆𝑉
𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 =

Onde DVOUT é a mudança na tensão de saída (em volts) e Dt é o intervalo


de tempo correspondente (em segundos).
A taxa de variação é medida em V/s (ou V/μs) os valores típicos variam de
0,2 V/μs a mais de 20V/μs.
A taxa de variação impõe uma limitação em circuitos nos quais grandes
pulsos de amplitude de sinais sinusoidais são prováveis de serem encontrados.

Figura 8.3-Efeito slew-rate limitando as formas de ondas sinusoidais de saída


225

Tabela 8.1-Parâmetros de amplificadores operacionais

Parâmetro Abrev. Unid. Definição


Faixa passante para 0,1 MHz Faixa de frequências dentro da qual o ganho é +/- 0,1 dB
dB plana dentro do valor nominal.
Capacitância de Cic pF É a capacitância que a fonte em modo comum vê em
entrada no modo relação à entrada.
comum
Impedância de entrada Zic Ω Soma da impedância com sinais pequenos para cada
em modo comum terminal de entrada.
Tensão em modo Vic V Tensão média nos pinos de entrada
comum
Rejeição em Modo CMMR dB É a relação entre a amplificação da tensão diferencial no
Comum ou kCMR modo comum (ver texto).
Dissipação Total mW É um máximo absoluto e define a quantidade de potência
Contínua que o dispositivo pode dissipar dentro de determinadas
condições, incluindo a carga ligada à saída.
Crosstalk (modulação XT dBc Trata-se da relação entre a mudança da tensão de saída
cruzada) para um canal devido a mudanças de tensão que ocorram
no outro canal que não seja alimentado.
Ganho de Erro AD % Trata-se da mudança do ganho AC com a mudança no
Diferencial nível DC. Normalmente é testado em frequências de 3,58
MHz para o sistema NTSC e 4,43 para o PAL.
Capacitância diferencial C ic pF É o mesmo que a capacitância em modo comum.
de entrada
Resistência diferencial rid Ω A resistência de entrada entre dois terminais de entrada
de entrada não aterrados para pequenos sinais.
Tensão diferencial de VID V É a tensão entre as entradas inversora e não inversora.
entrada
Erro diferencial de fase ?D Graus É a mudança na fase AC com a mudança de nível DC,
especificado para sinais da forma que o erro de ganho
diferencial.
Amplificação AVD dB É o ganho do amplificador sem realimentação.
diferencial de tensão
Tempo de descida ft Ns É o tempo que a tensão de saída precisa para cair de 90%
para 10% do valor final.
Duração do Curto- - - Tempo em que a saída do amplificador pode ser curto-
Circuito de saída circuitada. Dada como máximo absoluto.
Faixa de Tensões de VICR V Faixa de tensões que podem ser aplicadas às entradas.
Entrada em Modo Fora desta faixa o dispositivo deixa de funcionar
Comum apropriadamente.
Corrente de Entrada Ii mA É a intensidade da corrente que pode ser drenada ou
fornecida por uma entrada – é um máximo absoluto.
Corrente de Ruído de In pa/sqr(Hz) É a corrente de ruído interno refletida para uma fonte de
Entrada corrente ideal em paralelo com os pinos de entrada.
Tensão de Ruído de Vn nV/sqr(z) É a tensão de ruído interno refletida para uma fonte de
Entrada tensão ideal em paralelo com os pinos de entrada.
226

Produto Ganho Faixa GBW MHz É o produto do ganho sem realimentação e a frequência
Passante em que ele é medido.
Margem de Ganho Am dB É o recíproco do ganho de tensão e a frequência na qual é
feita a medida.
Tensão de Saída em VOH V É a tensão máxima positiva que a saída pode atingir.
Nível Alto
Corrente de Iib uA É a corrente média das correntes nos dois terminais de
Polarização de entrada entrada para a saída num determinado nível.
Capacitância de CI pF É a capacitância entre os terminais de entrada usando
entrada ambos estiverem aterrados.
Corrente de Offset de IID uA É a diferença entre as correntes nos dois terminais de
Entrada entrada.
Tensão de Offset de VID ou mV É a tensão DC que deve ser aplicada aos terminais de
Entrada VDS entrada para cancelar o offset DC do amplificador.
Resistência de entrada rI MΩ É a resistência entre os terminais de entrada quando um
deles estiver aterrado.
Faixa de Tensões de VI V É a faixa de tensões que pode ser aplicada à entrada.
entrada
Ganho de Tensão com AV dB É o mesmo que ganho sem realimentação.
Sinais Intensos
Corrente de Saida no IOL mA É a corrente que flui na saída nas condições que a levam
Nível Baixo ao nível baixo.
Tensão de Saída no VOL V É a menor tensão positiva que aparece na saída na
Nível Baixo condição de nível baixo.
Figura de Ruído NF dB É a relação entre o ruído total na saída relacionado com o
nível de ruído na entrada.
Transimpedância sem Zt MΩ É a variação da tensão de saída que depende da
Realimentação frequência em relação a mudança dependente da
corrente na entrada inversora.
Transresistência sem Rt MΩ É a relação da mudança na tensão DC de saída e a
Realimentação variação da corrente DC na entrada inversora.
Ganho de Tensão sem AOL dB É a relação entre a variação da tensão de saída e a
Realimentação variação da tensão de entrada que a provoca. Pode ser
especificada para valores DC ou para a faixa de
frequências de operação.
Temperatura de TA oC Faixa de temperaturas na qual o amplificador mantém
Operação suas características básicas.
Corrente de Saída IO mA É a máxima corrente que pode ser drenada da saída do
amplificador operacional – normalmente um máximo
absoluto.
Impedância de Saída Zo Ω É a impedância colocada em série com a saída e depende
da frequência.
Resistência de Saída Ro Ω Resistência DC que é vista em série com a saída do
amplificador.
Fator de “Overshoot” - - Variação máxima que ocorre numa transição em relação
ao valor final estável dessa transição.
227

Margem de Fase ?m - Valor absoluto do deslocamento de fase sem


realimentação na frequência em que o ganho é unitário.
Rejeição em Modo PSRR dB Valor absoluto entre a relação na tensão da fonte para a
Comum da Fonte variação da tensão de offset de entrada.
Tempo de SUbida tr Ns Tempo para que o sinal de saída suba entre 10% e 90% do
valor na transição do mínimo para o máximo.
(Setting Time) ts Ns Tempo em que a saída demora para se estabilizar no
valor desejado numa transição.
Corrente de Saída de IOS mA É a corrente máxima de saída que circula quando a saída
Curto-Circuito é curto-circuitada para a terra.
(Slew Rate) SR V /us Velocidade com que o sinal varia numa transição entre
dois níveis específicos.
Corrente de ICC/IDD mA Corrente nos terminais da alimentação quando o
Alimentação amplificador está em funcionamento.
C orrente de ICC/IDD mA É a corrente que circula pelos terminais de alimentação
Desligamento SHDN quando o amplificador é desligado.
(Shutdown)
Tensão de Alimentação VCC/VDD V Tensão que deve ser usada para alimentar o amplificador.
Distorção Harmônica THD dB A relação entre as tensões RMS das primeiras nove
Total harmônicas e a tensão RMS total de saída.
Distorção Harmônica THD+N dB A relação entre a tensão de ruído e harmônicas RMS e a
Total + Ruído tensão RMS de saída para o sinal fundamental.
Dissipação Total PD mW Potência máxima que pode ser entregue ao dispositivo
para que ele consiga dissipá-la dentro das características
indicadas como máximos.
Banda Passante para BI MHz Faixa de frequências dentro da qual o ganho do
Ganho Unitário amplificador é maior do que 1.

Figura 8.4 - Tipos de aplicações de amplificadores operacionais

Amplificador Inversor Amplificador não Inversor


228

Amplificador Diferencial

Abaixo você pode observar um circuito de um amplificador operacional que


tem em sua entrada um LDR.
Neste circuito estão sendo utilizados todos os componentes estudados até
este momento nesta apostila.

Figura 8.5 – Amplificador operacional com LDR


229

9) Osciladores

97. Feedback positivo

Quando se fala a respeito de amplificadores operacionais, é mostrado como


o feedback negativo pode ser aplicado a um amplificador para formar a base de
um estágio que tem um ganho controlado com precisão.
A forma alternativa de feedback, onde a saída é alimentada de forma a
reforçar a entrada (em vez de subtrair o sinal da entrada), é conhecida como
feedback positivo.
A Figura 9.1 mostra o diagrama de blocos de um amplificador com estágio
aplicando feedback positivo. Observe que o amplificador fornece um
deslocamento de fase de 180° e a rede de feedback fornece mais 180°.
Assim, o deslocamento de fase total é de 0°. O ganho de tensão, G, é dado
por:

𝑉
𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙, 𝐺 =
𝑉
Aplicando a lei de voltagem de Kirchhoff:
Vin'= Vin + βVout
Portanto:
Vin = Vin' + βVout
E,
Vout = AV × Vin
Onde AV é o ganho interno do amplificador.

Consequentemente:
𝐴 𝑥 Vin′ 𝐴 𝑥𝑉 ′
𝐺𝑎𝑛ℎ𝑜 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙, 𝐺 = =
Vin − βVout 𝑉 − 𝛽(𝐴 𝑥 𝑉 ′
Portanto,
𝐴
𝐺=
1 − 𝛽𝐴
230

Figura 9.1- Amplificador com feedback positivo aplicado

Agora considere o que acontecerá quando o ganho do loop, βAv, aproxima-


se de 1 (ou seja, quando o ganho do loop é apenas inferior a 1).
O denominador (1 - βAv) ficará próximo de zero. Isso terá o efeito de
aumentar o ganho global, ou seja, o ganho com feedback positivo aplicado será
maior do que o ganho sem feedback.
Suponha que você tenha um amplificador com um ganho de 9 e um décimo
da saída é realimentada para a entrada (ou seja, β = 0,1). Nesse caso o ganho
de loop (β × Av) é 0,9. Com feedback negativo aplicado o ganho total de tensão
será:
𝐴 9 9 9
𝐺= = = = = 4.7
1 + 𝛽𝐴 1 + (0.1 𝑥 9) 1 + 0.9 1.9

Com feedback positivo aplicado à tensão geral o ganho será:


𝐴 10 10 10
𝐺= = = = = 90
1 − 𝛽𝐴 1 − (0.1 𝑥 9) 1 − 0.9 0.1

Agora suponha que você tenha um amplificador com um ganho de 10 e,


mais uma vez, um décimo da saída é realimentada para a entrada (ou seja, β =
0,1).
Nesse exemplo, o ganho de loop (β x Av) é exatamente 1.
231

Com feedback negativo aplicado ao ganho total de tensão será:

𝐴 10 10 10
𝐺= = = = =5
1 + 𝛽𝐴 1 + (0.1 𝑥 10) 1 + 1 2

Com feedback positivo aplicado a tensão geral o ganho será:

𝐴 10 10 10
𝐺= = = = =∞
1 − 𝛽𝐴 1 − (0.1 𝑥 10) 1 − 1 0

Este exemplo simples mostra que um ganho de loop de 1 (ou maior)


resultará em ganho infinito de um amplificador instável. Na verdade, o
amplificador irá oscilar uma vez que qualquer perturbação será amplificada e vai
resultar em uma saída.
Claramente, no que diz respeito a um amplificador, o feedback positivo
pode ter um indesejável efeito, em vez de reduzir o ganho global o efeito é o de
reforçar qualquer sinal presente e a saída pode se transformar em oscilação
contínua se o ganho do loop for 1 ou maior.
Para colocar isso de outra maneira, os circuitos osciladores podem ser
simplesmente amplificadores que geram um sinal de saída sem a necessidade de
um sinal na entrada.

98. Condições para oscilação

Do exposto acima, é possível deduzir que as condições de oscilação são:

(a) o feedback deve ser positivo (isto é, o sinal alimentado de volta deve
chegar de volta em fase com o sinal na entrada);

(b) o ganho geral de voltagem da malha deve ser maior que 1 (ou seja, o
ganho do amplificador deve ser suficiente para superar as perdas associadas com
qualquer feedback seletivo de frequência de rede).
232

Assim, para criar um oscilador, é necessário um amplificador com ganho


suficiente para superar as perdas da rede que fornecem os sinais positivos.
Supondo que o amplificador forneça deslocamento de fase de 180°, a
frequência de oscilação será aquela em que há deslocamento de fase de 180° na
rede de feedback.
Vários circuitos podem ser usados para fornecer 180° de mudança de fase,
sendo um dos mais simples um estágio Rede R-C.
Alternativamente, se o amplificador produzir 0° de deslocamento de fase,
o circuito irá oscilar na frequência em que a rede de feedback produz 0° de
deslocamento de fase.
Em ambos os casos, o ponto essencial é que o feedback deve ser positivo
para que o sinal de saída chegue de volta na entrada, de forma a reforçar o sinal
original.

99. Oscilador de rede escalar

Um simples oscilador de mudança de fase baseado em um estágio triplo de


rede escalar R-C é mostrado na Figura 9.2. TR1 opera como um emissor comum,
estágio convencional para amplificador com R1 e R2 fornecendo a base potencial
de polarização de emissor de R3 e C1 para estabilização.
O deslocamento total de fase fornecido pela rede escalar R-C (conectado
entre coletor e base) é de 180° na frequência de oscilação.
O transistor fornece a outra mudança de fase de 180°.
Para realizar um deslocamento de fase total de 360 ° ou 0 ° (note que estes
são os mesmos valores).
A frequência de oscilação do circuito mostrado na Figura 9.2 é dada por:

1
𝑓=
2𝜋 𝑥 √6𝐶𝑅
233

A perda associada à rede escalar é de 29. Assim, o amplificador deve


fornecer um ganho de pelo menos 29 para que o circuito oscile. Na prática isso é
facilmente alcançado com um único transistor.

Figura 9.2-Oscilador de onda senoidal baseado em um estágio rede escalar R-C

Exemplo 9.1
Determine a frequência de oscilação de um estágio oscilador de rede
escalar em que C = 10 nF e R = 10 k.

Solução
1
𝑓=
2𝜋 𝑥 √6𝐶𝑅

1
𝑓=
6.28 𝑥 2.45 𝑥 10 𝑥10 𝑥 10 𝑥 10

1 10
𝑓= = = 647𝐻𝑧
6.28 𝑥 2.45 𝑥 10 15.386

100.Oscilador de ponte de Wien

Uma abordagem alternativa para fornecer a mudança de fase necessária é


o uso de uma ponte de rede de Wien (Figura 9.3), esta rede fornece uma
mudança de fase que varia com a frequência.
O sinal de entrada é aplicado nos pontos A e B enquanto a saída é tirada
de C e D.
234

Na maioria dos casos, C1 = C2 e R1 = R2, assim o ganho mínimo do


amplificador será 3.

Figura 9.3-Ponte de Wien

Em uma frequência específica, a mudança de fase produzida na rede será


exatamente zero (ou seja, os sinais de entrada e sinais de saída serão em fase).
Se for ligada a ponte para um amplificador produzindo 0° de fase, que tem ganho
suficiente para superar as perdas da ponte de Wien, haverá oscilação.
O ganho mínimo do amplificador requerido para sustentar oscilação é dado
por:
A frequência na qual o deslocamento de fase será zero é dada por:

1
𝑓=
2𝜋 𝑥 √𝐶1𝑥𝐶2𝑥𝑅1𝑥𝑅2

Quando R1 = R2 e C1 = C2 a frequência em qual o deslocamento de fase


será zero, será dada por:

1 1
𝑓= =
2𝜋 𝑥 √𝐶 𝑥 𝑅 2𝜋𝐶𝑅
Onde R = R1 = R2 e C = C1 = C2.
235

Exemplo 9.2
A Figura 9.3 mostra o circuito de uma ponte de Wien com oscilador baseado
em um amplificador operacional.
Se C1 = C 2 = 100 nF, determine as saídas de frequências produzidas por
este arranjo:
(a) quando R1 = R2 = 1 kΩ
(b) quando R1 = R2 = 6 kΩ

Solução
(a) Quando R1 = R2 = 1 kΩ

1
𝑓=
2𝜋𝐶𝑅
Onde R = R1 = R1 e C = C1 = C2.
Portanto:

1
𝑓=
6.28 𝑥 100 𝑥 10 𝑥 1 𝑥 10

10
𝑓= = 1.59𝑘𝐻𝑧
6.28

(b) Quando R1 = R2 = 6kΩ


1
𝑓=
2𝜋𝐶𝑅

1
𝑓=
6.28 𝑥 100 𝑥 10 𝑥 6 𝑥 10

10
𝑓= = 265𝐻𝑧
37.68
236

101.Multivibradores

Há muitas ocasiões em que é necessária uma saída de onda quadrada de


um oscilador, ao em vez de uma saída de onda senoidal.
Multivibradores são uma família de circuitos osciladores que produzem
formas de onda de saída consistindo em um ou mais pulsos retangulares.
O termo "multivibrador" origina-se simplesmente do fato que esse tipo de
forma de onda é rico em harmônicos (vibrações múltiplas).
Os multivibradores usam sinal regenerativo (ou seja, positivo), os
transistores presentes dentro do circuito oscilador têm a função de interruptores,
sendo alternadamente levados ao cortar ou a saturação.
Os principais tipos de multivibrador são:
(a)Multivibradores astáveis: fornecem um trem contínuo de pulsos
(estes são às vezes também conhecidos como multivibradores “free-
running”);
(b)Multivibradores monoestáveis: produzem um pulso de saída único
(eles têm um estado estável e são conhecidos também como “one shot”);
(c)Multivibradores biestáveis: possuem dois estados e requerem um
pulso de gatilho ou sinal de controle para mudar de um estado para outro
único (também conhecidos como Flip-Flop).

Figura 9.4-Tipos de multivibradores

Multivibradores monoestáveis Multivibradores biestáveis


Multivibradores astáveis (free-running)
(one shot) (Flip-Flop)
237

A corrente de base suficiente estará disponível para saturar completamente


o respectivo transistor.
Os valores dos resistores de carga do coletor, R1 e R2, são muito menores
que R3 e R4. Quando a tensão é aplicada pela primeira vez ao circuito, suponha
que TR2 satura antes de TR1 (na prática, um transistor sempre satura antes do
outro devido às variações nas tolerâncias dos componentes e parâmetros do
transistor). Como o TR2 satura, a voltagem do coletor cairá rapidamente de +
VCC para 0 V. Esta queda na tensão é transferida para a base do TR1 via C1.
Esta voltagem negativa irá garantir que TR1 seja inicialmente colocado no
estado de corte (não-condutor). Enquanto TR1 permanecer cortado, o TR2
continuará saturado (conduzindo). Durante esse período, C1 vai carregar via R4
e a tensão de base de TR1 aumentará exponencialmente de −VCC para + VCC.
No entanto, na base do TR1 a tensão não aumentará muito acima de 0 V
porque, assim que atingir +0,7V (suficiente para corrente de base fluir), TR1
começará a conduzir.
Quando o TR1 começa a saturar, a voltagem do coletor cai rapidamente de
+VCC para 0 V.
Esta queda na voltagem é transferida para a base do TR2 via C1, como
consequência, TR2 será desligado.
C1 então se carrega, a tensão de base de TR2 vai subir exponencialmente
de −VCC para + VCC.
Como antes, a tensão de base do TR2 não aumentará muito acima de 0 V
porque, assim que atinge +0,7 V suficiente para fazer com que a corrente base
sature, TR2 começará a conduzir.
O ciclo é então repetido indefinidamente.
O tempo durante o qual a tensão do coletor de TR2 está em nível baixo e
TR1 está em nível alto (T1) será determinado pela constante de tempo, R4 × C1.
Da mesma forma, o tempo para o qual a tensão de coletor de TR1 é baixa
e TR2 é alto (T2) será determinado pela constante de tempo, R3 × C1.
Os seguintes relacionamentos aproximados se aplicam:

T1 = 0,7 C2 R4 e T2 = 0,7 C1 R3
238

Como um ciclo completo da saída ocorre em um tempo, T = T1 + T2, o


tempo periódico da saída é dada por:

T = 0,7 (C2 R4 + C1 R3)

Finalmente, muitas vezes é preciso uma saída de onda quadrada onde T 1


= T 2. Para obter esse tipo de saída, você deve fazer:
R3 = R4 e C1 = C2, neste caso o tempo periódico da saída será dado por:

T = 1,4 C R
Onde:
C = C1 = C2 e R = R3 = R4
Formas de onda para o oscilador astável são mostradas na Figura 9.5.

Figura 9.5- Formas de onda para o multivibrador BJT e o circuito oscilador astável

102.Osciladores controlados por cristal

Uma exigência para alguns osciladores é que eles mantenham com precisão
uma frequência exata de oscilação.
Em tais casos, um cristal de quartzo pode ser usado como o elemento
determinante da frequência.
239

O cristal de quartzo (uma fina fatia de quartzo em um invólucro


hermeticamente selado, veja a Figura 9.6) vibra sempre que uma diferença de
potencial é aplicada através de seus terminais (esse fenômeno é conhecido como
o efeito piezoelétrico).
A frequência de oscilação é determinada pelo 'corte' do cristal e seu
tamanho físico.
A maioria dos cristais de quartzo pode estabilizar a frequência de oscilação
de um circuito para faixas de MGHz. Cristais podem ser fabricados para operações
em uma larga faixa de frequência de 100 kHz a cerca de 20 MHz e configurados
para operações de 20 MHz até bem acima de 100 MHz.
A Figura 9.7 mostra um circuito oscilador de cristal simples em que o cristal
fornece feedback do pino de dreno para o pino de source de um transistor de
junção tipo FET.

Figura 9.6 Um cristal de quartzo(este cristal é cortado para ser ressonante a 4 MHz)

Figura 9.7-Oscilador simples com JFET


240

10)Circuitos lógicos

103.Funções lógicas

Agora será iniciado os estudos sobre os circuitos eletrônicos associados com


circuitos digitais, ao em vez de analógicos. Esses circuitos lógicos são usados
extensivamente em sistemas digitais e formam a base de relógios, contadores e
temporizadores.
A primeira coisa que você deve saber é a respeito das funções lógicas
básicas (AND, OR, NAND, NOR, etc.) juntamente com os símbolos e tabelas de
verdade que descrevem o funcionamento das portas lógicas mais comuns.
Circuitos lógicos eletrônicos podem ser usados para decisões simples como:
Se está escuro, ligar a luz; ou se a temperatura for inferior a 20 °C, ligar o
aquecedor.
Eles também podem ser usados para tomar decisões mais complexas como:
Se a "hora" for maior que 11, e se "relógio for para 24 horas" e não estiver
selecionado, exiba a mensagem "pm".
Todas essas declarações lógicas são semelhantes em forma.
Os dois primeiros são essencialmente: Se {condição} então {ação}.
Enquanto o terceiro é uma declaração composta do Formato: Se {condição
1} e não {condição 2},{ação}.
Ambas as declarações podem ser prontamente implementadas usando
circuitos eletrônicos simples.
Porque este circuito é baseado em circuitos discretos e uma vez que o
comportamento dos circuitos pode ser descrito por um conjunto de declarações
lógicas, ele é chamado de lógica digital.

104.Lógica do interruptor e da lâmpada

No circuito simples mostrado na Figura 9.8 uma bateria está ligada a uma
lâmpada através de um interruptor.
241

Figura 10.1- Comutador simples e circuito da lâmpada

Existem dois estados possíveis para o interruptor, aberto e fechado, mas a


lâmpada só funcionará quando o interruptor estiver fechado.
É possível resumir isso através da Tabela 10.1.

Tabela 10.1- Condição lógica do Interruptor

Condição Interruptor Estado da Lâmpada


1 Aberto Apagada
2 Fechado Acesa

Como o interruptor só pode estar em um dos dois estados (ou seja, aberto
ou fechado) a qualquer momento, as condições abertas e fechadas são
mutuamente exclusivas.
Além disso, uma vez que o interruptor não existe em qualquer outro estado
do que completamente aberto ou completamente fechado (isto é, não existe
intermediário ou estado semiaberto) o circuito usa binário ou lógica “twostate”.
O estado lógico do interruptor pode ser representado pelos dígitos binários,
0 e 1.
Por exemplo, se valor 0 lógico é sinônimo de aberto (ou off) e valor lógico
1 é equivalente a fechado (ou on), então:

Interruptor aberto (desligado) = 0


Interruptor fechado (ligado) = 1

Agora é possível reescrever a tabela de verdade em termos de estados


binários, como mostrado na Tabela 10.2.
242

Tabela 10.2-Tabela verdade para o interruptor e a lâmpada

Sem luz (desligado) = 0


Com Luz (on) = 1

105.Lógica AND

Agora considere o circuito com dois interruptores mostrado na Figura 9.9.


Aqui, a lâmpada vai operar somente quando o interruptor A está fechado e o
interruptor B é fechado.
No entanto, o funcionamento do circuito será analisado de maneira mais
detalhadamente.
Como existem dois comutadores (A e B) há dois estados possíveis para
cada interruptor (switch) aberto ou fechado, há um total de quatro condições
possíveis para o circuito. Essas condições foram resumidas na Tabela 10.3.

Figura 10.2-Dois interruptores em série no circuito da lâmpada

Como cada comutador só pode estar em um dos dois estados (ou seja,
aberto ou fechado) a qualquer momento, as condições abertas e fechadas são
mutuamente exclusivas.
Além disso, como os comutadores não existem em qualquer outro estado
do que completamente aberto ou completamente fechado (ou seja, não há
estados intermediários) o circuito usa lógica binária. Assim, os estados lógicos
dos dois switches podem ser representados pelos dígitos binários, 0 e 1.
Mais uma vez, se for adotada a convenção de que um interruptor aberto
pode ser representado por 0 e um interruptor fechado por 1, a tabela verdade
pode ser reescrita conforme a Figura 10.3
243

Figura 10.3-Porta Lógica E (And) simbologia e tabela verdade

106.Lógica OR

A Figura 10.4 mostra outro circuito com dois interruptores. Este circuito
difere do mostrado na Figura 9.9 em virtude do fato de que os dois interruptores
são conectados em paralelo em vez de em série.
Neste caso, a lâmpada irá operar quando qualquer um dos dois
interruptores está fechado. Como antes, há um total de quatro condições
possíveis para o circuito.

Figura 10.4-Circuito equivalente a porta Ou (OR) com interruptores em paralelo

Mais uma vez, adotando a convenção de que um interruptor aberto pode


ser representado por 0 e um fechado por 1, é possível reescrever a tabela de
verdade em termos dos estados binários, como mostrado na Figura 10.5.
244

Figura 10.5-Porta Lógica OU (Or), simbologia e tabela verdade

107.Portas lógicas

Portas lógicas são circuitos projetados para produzir funções lógicas


básicas, AND, OR, etc. Estes circuitos são projetados para serem interconectados
em arranjos de circuitos lógicos mais complexos.
Estes circuitos formam os blocos básicos de construção de todos sistemas
digitais, veja a ação de cada uma das portas lógicas na sequência.
Para cada porta lógica foi incluído o seu símbolo, sua tabela verdade e
expressão booleana. Note que, enquanto inversores e buffers tem apenas uma
entrada, portas exclusivas-OR têm duas entradas e outras portas básicas (AND,
OR, NAND e NOR), são geralmente disponíveis com até oito entradas.

Figura 10.6-Porta Lógica Não (Not), simbologia e tabela verdade


245

Figura 10.7 -Porta Lógica Não E (Nand), simbologia e tabela verdade

Figura 10.8-Porta Lógica Não Ou (Nou), simbologia e tabela verdade

Figura 10.9-Porta Lógica Ou exclusivo, simbologia e tabela verdade


246

Figura 10.10- Porta Lógica Nou exclusivo, simbologia e tabela verdade

108. Lógica combinatória

Usando um intervalo padrão de níveis lógicos (ou seja, níveis de tensão


usados para representar a lógica 1 e lógica 0 estados) circuitos lógicos podem
ser combinados para resolver funções lógicas complexas.

Exemplo 10.1
Um circuito lógico deve ser construído para produzir uma saída lógica 1
sempre que duas ou mais das suas três entradas estão na lógica 1.

Solução
Este circuito poderia ser mais apropriadamente chamado de circuito de voto
majoritário.
Sua tabela de verdade é mostrada logo abaixo, assim como o circuito lógico
necessário para atender a questão.
247

109.Biestáveis
A saída de um biestável possui dois estados estáveis (lógica 0 ou lógica 1)
e, uma vez definida em um ou outro destes estados, o dispositivo permanecerá
em nível lógico particular por um período indefinido até se restabelecer. Um
biestável, portanto, constitui uma forma simples de uma “célula de memória”
porque permanecerá em seu estado bloqueado (definido ou reinicializado) até um
sinal ser aplicado a ele para alterar seu estado ou até a alimentação do circuito
ser desconectada.
A forma mais simples de biestável é o R-S biestável.
Este dispositivo tem duas entradas, SET e RESET, e saídas
complementares, Q e 𝑄 .
Uma lógica 1 aplicada à entrada SET causará a saída Q para se tornar (ou
permanecer em) lógica 1, enquanto uma lógica 1 aplicada à entrada RESET fará
com que a saída Q para se tornar (ou permanecer em) lógica 0.
Em qualquer caso, o biestável permanecerá no seu estado de SET ou RESET
até que uma entrada seja aplicada no sentido de mudar o seu estado.
Duas formas simples de R-S biestáveis baseadas em acoplamento cruzado
portas lógicas são mostradas na Figura 10.11.
A Figura 10.11 (a) é baseada em portas NAND enquanto a Figura 10.11 (b)
é baseada em portas NOR.

Figura 10.11- R-S Biestáveis usando acoplamento cruzado portões NAND e NOR

A porta lógica biestável simples e cruzada tem um número de deficiências


graves (considere o que aconteceria se uma lógica 1 fosse simultaneamente
presente nas entradas SET e RESET) por este motivo formas práticas de
248

biestáveis fazem uso de circuitos lógicos melhorados, concebidos como os


biestáveis Tipo D e J-K.

110.Biestáveis do tipo D (Flip-Flop tipo D)

O biestável tipo D tem duas entradas, a entrada de dados (lógica 0 ou lógica


1) é cronometrada no biestável de forma que o estado de saída muda quando o
sinal de clock muda de estado.
Este tipo de operação é chamado de circuito síncrono.
Existem os sinais adicionais que podem ser usados diretamente para definir
ou redefinir o biestável. Estes são geralmente chamados de PRESET (PR) e CLEAR
(CLR).
Os biestáveis tipo D são usados tanto como travas (uma forma simples de
memória) e como divisores binários.
O circuito simples na Figura 10.12, juntamente com o diagrama de
temporização mostrado na Figura 10.13 ilustra a operação de biestáveis tipo-D.

Figura 10.12-Diagrama de temporização para o tipo D biestável


249

Figura 10.13 –Biestável tipo D (Flip-Flop tipo D)

111. J-K Biestáveis (Flip-Flop tipo J-K)

O biestável tipo J-K tem duas entradas com clock (J e K), duas entradas
diretas (PRESET e CLEAR), uma entrada de Clock (CK) e saídas (Q e 𝑄 ). Como o
biestável R-S, as duas saídas são complementares (ou seja, quando uma é 0, a
outra é 1 e vice-versa).
Da mesma forma, as entradas PRESET e CLEAR são invariavelmente ambos
ativos com níveis baixos (isto é, um 0 no PRESET entrada irá definir a saída Q
para 1, enquanto um 0 na entrada CLEAR ajustará a saída 𝑄 para 0).

Figura 10.14 –Biestável tipo J-k (Flip-Flop tipo J-K)


250

Figura 10.15 –Biestável tipo J-k (Flip-Flop tipo J-K)

Figura 10.16 –Pinagem CI 4027B

Figura 10.17 –Circuito Biestável J-K com saída em porta lógica And

112.Níveis lógicos

Os níveis lógicos são simplesmente os intervalos de voltagens usados para


representar os estados lógicos 0 e 1. Os níveis lógicos para CMOS diferem
marcadamente daqueles associados aos circuitos lógicos da Família TTL.
251

Em particular na lógica CMOS os níveis são relativos à tensão de


alimentação utilizada.
Já os níveis lógicos associados aos dispositivos TTL tendem ser absolutos.

Figura 10.18 – Os níveis lógicos para TTL e CMOS

113.Margem de ruído

A margem de ruído de um dispositivo lógico é uma medida de sua


capacidade de rejeitar ruídos e sinais espúrios; quanto maior a margem de ruído,
melhor é a sua capacidade para executar em um ambiente em que o ruído é
presente.
A margem de ruído é definida como a diferença entre os valores mínimos
do estado de saída quando em estado alto e tensão alta de entrada. E o máximo
valor de saída de estado baixo.
Consequentemente:
Margem de ruído = VOH(MIN) - VIH(MIN)
Ou,
Margem de ruído = VOL(MAX) - VOH(MAX)
252

11)O Timer LM-555

114. Recursos internos

Para começar a entender como os circuitos do temporizador funcionam,


vale a pena estudar os circuitos internos do temporizador 555 (veja a Figura
11.2).
Essencialmente, este dispositivo compreende dois amplificadores (usados
como comparadores) juntamente com um elemento biestável R-S. Além disso,
um buffer de inversão é incorporado para que uma corrente possa ser entregue
a uma carga.
Veja a seguir o significado dos termos sourcing e sinking:
(a) Funcionamento em “sourcing”: quando a corrente de saída do 555 (pino
3) está no estado alto e a corrente então flui para fora do pino de saída para a
carga até 0 V, como mostrado na Figura 11.1 (a).
(b) Funcionamento “sinking”: quando a corrente, da saída do 555 (pino 3)
está no estado baixo, caso em que o fluxo de corrente da fonte positiva (+ Vcc)
até a carga e na saída (pino 3), como mostrado na Fig. 11.1 (b).

Figura 11.1-Cargas conectadas à saída de um temporizador 555: (a) corrente originada pelo
temporizador a saída é alta, (b) corrente entra pelo temporizador quando a saída está baixa

(a) Funcionamento “sinking” (b) Funcionamento em “sourcing”


253

115.A família 555

Figura- 11.2 Circuito interno do LM-555

Figura 11.3-Pinagem do LM-555


254

Figura 11.4-Configuração de temporização no LM 555

Circuitos Monoastável no LM 555 Circuito Astável com LM 555

116.Gerador de Pulso Monostável

A Figura 11.4 mostra um temporizador padrão 555 operando como um


gerador de pulsos monoestável.
O período de tempo monoestável (ou seja, o tempo durante o qual a saída
é alta) é iniciado por uma borda descendente do pulso de disparo aplicado à
entrada trigger (disparo) do LM 555 pino 2 (veja a Figura 11.3).
Agora analise o seu funcionamento tendo como base a Figura 11.4.
Quando um pulso de disparo de borda descendente é recebido e cai abaixo
de um terço da tensão de alimentação, a saída do LM555 (pino 3) fica alta e o
biestável será invertido em relação ao estado atual, a saída Q invertida do
biestável diminui, TR1 é colocado no estado desligado (não-condutor) e a tensão
de saída (pino 3) fica alta.
O capacitor, C, carrega pelo resistor, R, que está em série, até o limiar de
tensão na entrada atingir dois terços da tensão de alimentação (Vcc).
Neste ponto, a saída do comparador superior muda de estado e o biestável
é reiniciado.
A saída Q é invertida, em seguida, TR1 é conduzido ao nível alto e a saída
final fica baixa.
O dispositivo permanece em estado inativo até outro pulso de disparo ser
recebido.
As formas de onda de disparo e saída produzidas pelo circuito da Fig. 11.5.
255

Tempo para o qual a saída é alta: ton = 1,1 CR

Figura 11.5-Diagrama interno do LM 555

A largura recomendada do pulso de disparo pode ser dada por:

𝑡
𝑡 <
4
Onde ton e ttr estão em segundos, C está em farads e R está em ohms.
O período da produção de pulsos do 555 na configuração monoestável pode
ser modificado facilmente simplesmente alterando os valores do resistor de
temporização, R, ou do capacitor de temporização, C. Basta dobrar o valor de R
e o período de tempo será dobrado. Da mesma forma, dobrando o valor de C é
dobrado o período de tempo.
Valores para C e R podem ser selecionados em uma ampla gama, mas vale
a pena notar que o desempenho do timer pode se tornar imprevisível se os
valores desses componentes estão fora do intervalo recomendado:

 C = 470 pF a 470 μF
 R = 1 kΩ a 3,3 MΩ

Para qualquer período de tempo do circuito monoestável, os valores


requeridos para C e R podem ser determinados pela fórmula mostrada
anteriormente. O período de produção pode ser facilmente ajustado, fazendo R
um resistor variável com um valor de cerca de duas vezes o valor calculado.
256

Exemplo 11.1
Projete um circuito temporizador que produza um pulso de 10ms quando
um pulso de gatilho negativo é aplicado.

Solução
Usando o circuito mostrado na imagem abaixo, o valor de período de tempo
monoestável pode ser calculado a partir da fórmula:

ton = 1,1 CR
É preciso escolher um valor apropriado para C, que está no intervalo de
470 pF a 470 μF indicado anteriormente. Se for preciso de um período de tempo
bastante pequeno, escolha um valor de “midrange” para C. Isso ajuda a garantir
que o valor de R não é nem muito pequeno nem muito grande.
Um valor de 100 nF deve ser apropriado. Fazendo R o “X” da fórmula e
substituindo C = 100 nF:

𝑡 10𝑚𝑠 10 𝑥 10
𝑅= = =
1.1𝐶 1.1 𝑥 100𝑛𝐹 110 𝑥 10
Do qual:
10
𝑅= 𝑥 10 = 0.091 𝑥 10 Ω = 91𝑘Ω
110
257

117. Gerador de pulso Astável

Figura 11.6 – Configuração Astável

Como o circuito da Figura 11.6 é um oscilador, você deve considerar uma


saída em cada instante e analisar o circuito a partir desse ponto.

Nessa análise, será levado em conta as seguintes informações: saída alta


(Q = 1); capacitor carregando-se (𝑄 = 0); transistor interno cortado com tensão
tendendo a +VCC (Figura 11.7 A).

Quando há tensão em C, existe tensão em VC = V2 = V6. Nesse momento,


se a tensão em C é maior que,

Com isso, a saída (pino 3) vai a zero e o transistor TR satura, fazendo com
que o capacitor se descarregue por meio de RB e do transistor interno (Figura
11.7 B).

𝑉
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑎 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑚 𝐶 𝑓𝑖𝑐𝑎 𝑎𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑒 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜
3

𝑅 = 0 = 1, 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑖𝑚𝑝õ𝑒 𝑄 = 1 𝑒 𝑄 = 0

Desse modo, o transistor interno é levado à condição de corte, o capacitor


volta a se carregar (a partir de VCC/3), e o ciclo se repete.
258

Figura 11.7- Configuração Astável, capacitor: a) carregando b) descarregando

Figura 11.8- a) Circuito com tempo alto muito menor que o baixo e b) formas de onda
259

Circuitos Práticos para montar no Proteus:

Figura 11.9- Temporizador

Figura 11.107-Contador

A fórmula para determinar a frequência de oscilação (número de ciclos por


segundo) é:

1.44
𝐹=
𝐶 (𝑅𝐴 + 2𝑅𝐵)

Onde:

F = frequência em hertz (Hz)


C= valor do capacitor em microfarads (µF)
R= valor dos resistores em megaohms (MΩ)
260

RA=10kΩ
RB=75kΩ
C=10µF
1.44 0.72 0.72
𝐹= = = = 0.96𝐻𝑧 (𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑎 1 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜)
𝐶 (𝑅𝐴 + 2𝑅𝐵) 0.075 𝑥 10 0.75

12)Microprocessador e Microcontrolador

Figura 12 .1 - Microcontroladores PIC

Alguns chips PIC possuem apenas 33 instruções, diferente dos


microprocessadores de finalidade geral (como o Z80) que pode ter várias
centenas.

Isso ocorre porque o microcontrolador comporta um número pequeno de


comandos. Lembrando que é bastante fácil conseguir programar um PIC usando
o seu próprio idioma Assembly (saiba que você pode levar várias instruções para
obter um PIC, mas isso pode ser feito com apenas uma instrução usando um
microprocessador).

Se você não gosta da ideia de aprender um código de programação para


realizar uma montagem, pode fazer uso das linguagens C, BASIC ou Flowcode
(uma linguagem baseada quase inteiramente em fluxogramas).

Outra característica dos dispositivos PIC é que eles usam


microcomputadores de chip único.
261

Figura 12.2-Diagrama em blocos do microcontroladore PIC16F877

118.Arquitetura de Harvard

PICs com arquitetura de Harvard, tem como característica, o acesso à


memória de dados de modo separado. A memória do programa pode ser ROM,
EPROM ou Flash, enquanto a memória de dados deve ser de leitura/gravação,
essa memória é comumente conhecida como RAM.

Microprocessadores tradicionais como o Z80 são categorizados em termos


do número de bits de dados que eles podem manipular (isto é, a "largura" do
barramento de dados), podem ser dispositivos de 8 bits, 16 bits, 32 bits, 64 bits
e 128 bits.

Ao contrário dos microprocessadores, os microcontroladores são todos


baseados em barramento de dados de 8 bits e, por causa disso, eles podem
262

operar em 8 bits de dados de cada vez (apesar disso, você às vezes encontrará
instruções que podem referenciar mais bits de dados, ou seja, 12 bits, 14 bits e
16 bits).

Além disso, embora a memória de dados tenha 8 bits de largura para todos
os microcontroladores PIC, a memória de programa varia de 12 bits a 16 bits.

119.Famílias PIC

No início dos anos 90, os microcontroladores PIC foram agrupados em


três famílias, muitas vezes referidos como ‘Linha de base’, ‘Mid-Range’ e ‘High-
End’.
Muitos destes dispositivos são incompatíveis com as últimas plataformas
de desenvolvimento e ferramentas de software.
Apesar disso, geralmente é possível localizar um dispositivo moderno
que é compatível com um desses primeiros dispositivos.
A família de linha de base compreendia apenas quatro dispositivos, todos
com instruções de 12 bits.
O PIC16C54 e o PIC16C56 eram ambos de 18 pinos, dispositivos com
12 linhas de E/S digitais.
O PIC16C54 possuía 512 × palavras de 12 bits do programa de memória
EPROM, enquanto o PIC16C56 tinha 1K × 12-bit palavras. Ambos os
dispositivos tinham apenas 32 bytes de dados de memória RAM.
O maior PIC16C55 e os dispositivos PIC16C57 de 28 pinos tinham 20
linhas de E/S digitais.
O PIC16C55 apresentava 512 × palavras de 12 bits de memória de
programa EPROM e 32 bytes de dados de memória RAM, enquanto o PIC16C57
tinha 2K × 12-bit palavras de memória de programa EPROM e 80 bytes de
memória de dados RAM. Todos esses dispositivos também apresentavam um
relógio/contador em tempo real de 8 bits e um temporizador de vigia.
A família “Mid-Range” de dispositivos PIC continha um número de
dispositivos que expandiram as capacidades dos dispositivos de linha de base.
263

Em particular o PIC16C71, acrescentou entradas A/D capaz de ler sinais


analógicos, e o popular PIC16C84, contou com EEPROM para memória de
dados.
Por causa do fato que o PIC16C84 poderia ser apagado eletronicamente
(sem a necessidade de utilizar ultravioleta, como o programa da EPROM), ele
tornou-se rapidamente favorito entre os projetistas e por isso foi o PIC mais
popular por muitos anos.
O dispositivo de ponta foi o PIC17C42. Este dispositivo veio em um
pacote de 40 pinos e instruções de 16 bits, ele permitia que a memória externa
fosse interfaceada e suportava até 64K × memória de programa endereçável
de 6 bits.
O dispositivo fornece 33 pinos de E/S digitais, memória de dados
EEPROM, uma porta serial (USART), três temporizadores / contadores de 16
bits e duas saídas de alta velocidade de modulação por largura de pulso
(PWM).
Atualmente existem mais de de 200 diferentes PICs disponíveis; os
termos "Linha de Base", "Mid-Range" e a classificação "High-End" foram
substituídos por várias gamas diferentes de famílias de PIC como o PIC-10,
PIC-12, PIC-16 e PIC-18.
De um modo geral, quanto maior o número da família, mais poderoso é
o dispositivo em termos de capacidade de processamento, tamanhos de
memória e característica de E/S.
Outra característica de muitos dispositivos é a memória do programa
Flash. Esses dispositivos podem ser apagados e reprogramados eletricamente,
como o popular PIC16C84.
Estes dispositivos de memória Flash são representados por uma letra "F"
no seu número de código (por exemplo, PIC16F877A), é fácil trabalhar com
eles, pois apagar e reprogramar seus dados é bastante simples.
264

120.Escolhendo um dispositivo PIC

Ao escolher um dispositivo PIC para um determinado projeto é


importante selecionar um dispositivo que seja completamente aproveitável,
tanto em termos de hardware, quanto em termos do ambiente de
programação que você pretende usar para desenvolvimento de software.
Também é importante garantir que o dispositivo incorpore todas as
facilidades periféricas de E/S que você irá precisar. Tais facilidades podem
incluir:

 Bus e interfaces de comunicação (como RS232 / RS485, I2C, CAN,


LIN, USB, TCP / IP);
 Exibir interfaces periféricas (como LED ou Drivers de LCD);
 Capturar / comparar instalações;
 Moduladores de largura;
 Pulse (PWMs);
 Counters / timers;
 Watchdog;
 Conversores analógico-digitais (A / D);
 Componentes analógicos e amplificadores operacionais;
 Detectores de saída;
 Leitores de baixa voltagem;
 Sensores de temperatura;
 Osciladores;
 Referências de voltagem;
 Conversores digital-analógico (D / A).

O enfoque deste capítulo é ensinar a programação, visando os objetivos


práticos da aplicação industrial, por isso será abordada a programação em C para
microcontroladores.
Para que você possa aproveitar ao máximo, tenha em mãos a apostila da
aula de Eletroeletrônica - “001-Apostila Basica Eletroeletrônica ECID”.
265

121.Dados binários

A lógica binária ou lógica digital é a base para todos os sistemas


computacionais construídos.
Binário significa dois e muitos conceitos podem ser representados por dois
valores, veja alguns exemplos a seguir:

 Verdadeiro / falso;
 Quente / frio;
 Ligado / desligado;
 1/0.

Um único dado binário cujos valores são "1" e "0" é referido como um bit.
Grupos de bits são usados para representar conceitos que possuem mais de dois
valores.
Por exemplo, para representar os conceitos como: quente, morno, fresco
e frio; dois ou mais bits podem ser usados como mostrado na Tabela 12.1.

Tabela 12.1 Exemplos de codificação digital

Para codificar n objetos, o número mínimo de bits requeridos é k = [log2


n],onde [] é a função de teto que leva o inteiro mais próximo ≥ log2 n.
Para os quatro exemplos na Tabela 12.1, o número mínimo de bits
requeridos é [log2 (4)] = 2. Ambas, codificação A e codificação B, usam o mesmo
número mínimo de bits, mas diferem na forma como os códigos são atribuídos
aos valores.
266

A codificação B usa um esquema de codificação especial conhecido como o


código Gray, no qual as entradas da tabela adjacente diferem apenas no máximo
uma posição de bit.
A codificação C usa mais do que o número mínimo de bits; este esquema
de codificação é conhecido como uma codificação Host, onde cada código tem
apenas um único bit que é um valor "1".
A codificação A usa a ordem de contagem binária, o que significa que o
código progride na ordem de contagem numérica, se o código for interpretado
como um número binário (base 2).
Em um número binário, cada bit é ponderado por uma potência de dois. O
bit mais à direita, ou bit menos significativo (LSb), tem um peso de 20, com cada
bit de peso sucessivo aumentando por potência de 2, se movendo da direita para
a esquerda.
O bit mais à esquerda, é o bit mais significativo (MSb), tem um peso de
2n-1, para n bits no número binário.
A letra minúscula “b” é intencionalmente usada nas siglas LSb e MSb; o uso
de maiúsculas “B” nas siglas de LSB e MSB vai ser discutido mais adiante.
O termo formal para a base de um número é sua raiz. Se r é a raiz, então
um binário número tem r = 2, um número decimal tem r = 10 e um número
hexadecimal tem r = 16.
Em geral, cada dígito de um número de raiz r pode assumir os valores de
0 a r-1.
O dígito menos significativo (LSD) tem um peso de r0, com cada dígito
sucessivo aumentando por potência de r quando se move da direita para a
esquerda.
O dígito mais à esquerda, o dígito mais significativo (MSD), tem peso de
rn-1, onde n é o número de dígitos no número.
Para números hexadecimais (hex), as letras de A a F representam os dígitos
10 a 15, respectivamente.
Números decimais, binários e hexadecimais serão usados exclusivamente
ao longo desta apostila.
267

Se a base do número não puder ser determinada pelo contexto, um “0x” é


usado como o identificador de raiz para números hexadecimais (ou seja, 0x3A) e
“0b” para números binários (isto é, 0b01101000).
Nenhum identificador raiz é usado para números decimais.
A Tabela 1.2 lista os valores binários e hexadecimais para os valores
decimais de 0 a 15.
Note que 4 bits são necessários para codificar esses 16 valores desde 24 =
16.
Os valores binário e hexadecimal, na Tabela 12.2, são fornecidos sem
identificadores raiz.

Tabela 12.2-Codificação binária para números decimais 0-15


268

122. Conversão de números

Para converter um número de qualquer raiz em decimal, basta multiplicar


cada dígito pelo seu peso correspondente e somar o resultado.
O exemplo que segue mostra binário para decimal, e a conversão de
hexadecimal para decimal:

(Binário para decimal) 0b0101 0010 = 0*27 + 1*26 + 0*25+ 1*24+ 0*23+
0*22+1*21+0*20
= 0 + 64 + 0 + 16 + 0 + 0 + 2 + 0 = 82

(Hexadecimal para decimal) 0x52 = 5*161 + 2*160 = 80 + 2 = 82

Representação do número (1101)2 no sistema numérico binário. Esse


número equivale ao 13 no sistema decimal.

O sistema binário é utilizado principalmente na eletrônica digital, na


computação, nas telecomunicações, na robótica, na automação e em outras áreas
da tecnologia, ou seja, nas áreas que usam circuitos digitais, que, por sua vez,
têm como entradas e saídas somente valores “0” e “1”.

Exemplo 12.1
Nos números binários a seguir, qual o valor do peso (em decimal) dos
algarismos assinalados?
a) 00110111
269

b) 11111101

Solução
Para converter um número decimal em uma base diferente, execute uma
divisão sucessiva do número decimal pela raiz, o resto é um dígito não convertido,
o número e o quociente é o valor inicial para a próxima etapa.
A divisão sucessiva termina quando o quociente se torna menor que a
raiz. Os dígitos do número convertido são determinados da direita para a
esquerda; com o último quociente sendo o dígito mais à esquerda do número
convertido.

Exemplo 12.2
Converta o decimal 56 em binário.

Solução
Observe como foram agrupados os bits da coluna, correspondente aos
restos das divisões, para formar o binário equivalente. Depois de determinar os
restos das divisões, eles são ajustados para representar dois grupos de quatro
bits.
270

Conversão de decimal em hexadecimal


O processo é semelhante ao da conversão de decimal em binário.

Exemplo 12.3
Converta (2 470) em hexadecimal.

Solução

123. Unidades de medidas: bit, nibble, byte e word

Cada dígito de um número binário é conhecido como um bit; este número


binário 10110110 pode ser desmenbrado para 10110110 (182 decimal), ele
possui 8 bits.
Um grupo de 4 bits é conhecido como nibble (metade de um byte); um
grupo de 8 bits é um byte; e um grupo de um ou mais bytes é uma palavra.
271

A Figura 12.3 apresenta um número binário composto por 16 bits,


identificando como bit menos significativo (LSB) o bit de valor mais baixo na
palavra e o bit mais significativo (MSB) o maior bit avaliado na palavra (Word).

Figura 12.3 – Componentes de um número binário composto por 16 bits

Tabela 12.3 - Grandezas do byte com múltiplos e submúltiplos

Binário, decimal e hexadecimal


RESUMO
Existem diferentes sistemas de numeração: binário, decimal e hexadecimal.
Um número binário é um número de base 2 (ou seja, existem apenas dois tipos
de dígitos (0 e 1) em oposição o numero decimal tem base 10 - com 10 dígitos diferentes
(0 a 9). Da mesma forma, hexadecimal representa a base 16, então ele tem 16 dígitos
diferentes (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E e F)
272

124. Entendendo o microcontrolador

Apesar que o objetivo deste capítulo é aprender uma linguagem de


programação, nesse caso aprender a programar em C, é extremamente
importante entender o hardware que vai ser aplicado nesse tipo de programa.
Nesse caso serão aplicados os códigos em C, no hardware de
microcontroladores PIC.
O termo PIC significa “Peripherical Interface Controller”, embora o acrônimo
original para o PIC1650 era “Programmable Intelligent Computer”.
Serão usados os seguintes microcontroladores para os exemplos:

1. PIC16F877A
2. PIC16F84
3. PIC12F675

Por esse motivo é fundamental que você baixe os datasheets desses três
microcontroladores, é nesse documento que serão encontradas as informações
do fabricante, suas dúvidas poderão ser solucionadas e você terá acesso a
informações a respeito da estrutura do microcontrolador.
O microcontrolador, também conhecido por MCU, é um chip que contém,
além da unidade de processamento central, memórias RAM e ROM, oscilador
interno de clock, I/O e outros recursos, que o tornam um verdadeiro computador
em um único componete.
O poder de processamento dos microprocessadores é maior que o dos
microcontroladores.
Por isso, os microprocessadores são usados em sistemas que necessitam
de CPU mais sofisticada e com funções mais complexas.
273

Figura 12.4 – Diagrama de um PIC

Na Figura 12.5, está incluso o link para que você baixe o datasheet do
PIC16F877A.

Figura 12.5 – Pinagem do microcontrolador PIC16F877A

PIC16F877A

O PIC16F877A é um microcontrolador muito utilizado, devido a sua


flexibilidade operacional, na Figura 12.6 é mostrado um controlador digital de
274

temperatura, um equipamento industrial que utiliza o o microcontrolador


PIC16F877A.

Figura 12.6– Controlador digital de temperatura com PIC16F877A

O PIC16F877A é um microcontrolador de 40 pinos, confira suas principais


características:

 Ele possui cinco portas a partir da porta A para a porta E.


 Ele apresenta três temporizadores, dois dos quais são
temporizadores de 8 bits, enquanto 1 é de 16 bits.
 Suporta muitos protocolos de comunicação como:
 Protocolo Serial.
 Protocolo Paralelo.
 Protocolo I2C.
 Suporta interrupções de pinos de hardware e interrupções de
temporizador.

Na Figura 12.5 é possível identificar os pinos do PIC16F877A, na imagem


você encontra os nomes de todos os pinos. As portas estão em cores diferentes.
Como você deve ter percebido, também na Figura 12.5, os pinos do
microcontrolador tem mais de um nome, isso acontece porque cada pino do PIC
pode realizar diversas tarefas.
Por exemplo, na Figura 12.7 é possível visualizar um detalhe do Port C ,veja
que o Pino # 25, pode ser usado como um pino de porta C digital 6 (RC6) e
também como um transmissor (TX) para comunicação serial.
Cabe a você decidir a finalidade do pino de acordo com o projeto a ser
realizado.
275

Figura 12.7– Detalhe Port C do PIC16F877A

Cada microcontrolador PIC possui um circuito básico, se ele não for


projetado, não irá funcionar.
O microcontrolador PIC funciona com tensão de alimentação no nível de +
5V.
Caso você deseje, por exemplo, ligar um ventilador para refrigerar o PIC,
é necessário projetar uma fonte com várias alimentações.
Lembrando que para trabalhar com o PIC, não basta apenas adquirir
alimentação compatível, também é preciso fornecer a frequência com que ele
funcionará.
A fim de fornecer frequência ao microcontrolador PIC é usado um oscilador
de cristal para o PIC 16F877A. Você pode usar o oscilador de cristal na faixa de
freqüência de 4MHz a 40MHz. Na Figura 6, há um circuito básico a ser projetado
do PIC16F877A.

Figura 12.8– Circuito básico PIC16F877A


276

O circuito da Figura 12.8, pode parecer complexo, mas na verdade é bem


simples, ele será explicado pino por pino:
 Pino 1: este Pino é chamado 𝑀𝐶𝐿𝑅 (Master Clear), é preciso
fornecer para ele 5V através de uma resistência de 10kΩ. Perceba que no
termo 𝑀𝐶𝐿𝑅 tem uma barra em cima do nome, essa barra indica que o pino
é ativo em nível lógico baixo. Então com 0V aplicado neste pino você irá
resetar ou reiniciar o microcontrolador.
 Pino # 11 e Pino # 32: esses pinos são identificados como
Vdd(VCC), também é preciso fornecer + 5V, você pode ver essas linhas na
cor vermelha na Figura 12.8.
 Pino # 12 e Pino # 31: esses pinos são Vss, então são conectados
ao GND do circuito (Terra), suas linhas estão na cor preta.
 Pinos # 13 e 14: esses pinos são identificados como OSC1
(Oscilador 1) e OSC2 (Oscilador 2). O oscilador de cristal(16MHz) deve ser
conectado a eles, eles estão identificados na cor laranja. Ligados ao
oscilador de cristal, estão os capacitores de discos cerâmicos de 33pF, que
possuem um dos seus terminais aterrados(GND).

Agora que já foi projetado o circuito básico e o microcontrolador está pronto


para funcionar, você também pode observar na Figura 6, a presença de um LED
acoplado ao Pino 21, que pode ser usado para monitorar se o PIC está
funcionando ou não.
Após tudo isso, a próxima coisa que você precisa fazer é projetar um código
e utilizar as portas do PIC.
O primeiro passo é entender as portas do PIC16F877A, lembrando que para
isso é indispensável que você tenha o datasheet. Este PIC possui ao todo 5 portas,
são elas:

 Porta A: possui 6 pinos no total, a partir do Pino n°2 até Pino n°7. Os Pinos
da Porta A são rotulados de RA0 a RA5, onde RA0 é o rótulo do primeiro
Pino da Porta A.
277

 Porta B: possui 8 pinos no total, a partir do Pino nº 33 até o Pino nº 40.


Pinos da Porta B são rotulados de RB0 a RB7, onde RB0 é o rótulo do
primeiro Pino da Porta B.

 Porta C: tem 8 pinos no total. Os pinos não estão alinhados juntos. Os


primeiros quatro pinos da porta C estão localizados do Pino nº 15 ao Pino
nº 18, enquanto os quatro últimos estão localizados do Pino nº 23 ao Pino
nº 26.

 Porta D: tem 8 pinos no total. Os pinos também não estão alinhados juntos.
Os primeiros quatro pinos da porta D estão localizados do Pino nº 19 ao
Pino nº 22, enquanto os quatro últimos estão localizados do Pino nº 27 ao
Pino nº 30.

 Porta E: possui 3 pinos no total, do Pino nº 8 ao Pino nº 10. Os Pinos da


Porta E são rotulados de RE0 a RE2, onde RE0 é o rótulo do primeiro Pino
da Porta E.

Você pode localizar todas essas as portas do PIC16F877A na Figura 12.9.


A seguir você irá aprender como deve usá-las.

Figura 12.9– Port do PIC16F877A

É primordial que você decida quais dos pinos você deseja que sejam pinos
de porta de entrada.
278

Suponha que você tenha algum sensor e deseja obter o seu valor e, em
seguida, você conecte ele a um microcontrolador. Neste caso o pino do PIC estará
atuando como Pino de Entrada, já que ele insere o valor do sensor. O sensor está
enviando o valor e o PIC está recebendo.
Agora, caso você deseje ligar um motor CC usando um microcontrolador,
é preciso enviar o comando do microcontrolador para o motor CC, para que o
pino do PIC atue como Pino de Saída.

Nota importante:

Cada porta do microcontrolador PIC está associada a dois registros, por


exemplo, os registros da Porta D são:
 PortD
 TRISD
Ambos os registros são de 8 bits, pois a porta D contém 8 pinos.
TRISD decide se a porta é saída ou entrada, também é possível atribuir
valores a cada pino separadamente.
Se na programação do PIC tiver sido atribuído 0, então será OUTPUT
(saída)e, se tiver sido atribuído 1, será INPUT (entrada).
Por exemplo, se for atribuído TRISD = 0x01, os primeiros 7 pinos da porta
D serão Output, mas o último pino será inserido porque 0x01 é, na verdade,
00000001 em binário.
O registro PortD contém o valor real e esse valor é na verdade, a
combinação de todos os 8 pinos.

O Compilador Oficial do Microcontrolador PIC é o MPLAB C18 Compiler, que


está disponível online no site oficial da Microchip.
Existem também outros compiladores disponíveis, o que será usado nesta
apostila é o MikroC Pro For Pic:
https://download.mikroe.com/setups/compilers/mikropascal/pic32/mikrop
ascal-pic32-setup-v400.zip
Os códigos são escritos em compiladores PIC e depois carregados no
microcontrolador.
279

Isso é simples, após a compilação, é gerado um arquivo hexadecimal que


é carregado no microcontrolador PIC, isso será visto detalhadamente mais
adiante.
O PIC16F877A possui uma porta serial que é usada para comunicação de
dados.
Na Figura 12.9, você pode observar os pinos de série do PIC16F877A.

Figura 12.10– Porta serial do PIC16F877A

Agora veja uma descrição dos elementos observados na Figura 12.10:


O Pino 25 também está atuando como TX, por isso, se você quiser fazer
uma comunicação serial, ele será usado para enviar os dados seriais.
O Pino 26 também está atuando como RX, portanto, se você quiser fazer
uma comunicação serial, ele será usado para receber os dados seriais.
Quando não é usada a porta serial, os comandos são enviados de forma
individual, cada um transportado por um fio. Quando ela é usada, os comandos
são enfileirados e enviados sequencialmente por um único cabo de condutores,
como pode ser visto na Figura 12.11.

Figura 12.11– Porta serial em PIC


280

O PIC16F877A também possui uma porta I2C que pode fazer facilmente a
comunicação (I2C é a sigla de Inter-Integrated Circuit, e basicamente é um
protocolo de comunicação entre dispositivos que utilizam o I2C). O modo de
funcionamento do protocolo I2C é baseado na interação entre elementos
seguindo a hierarquia mestre/escravo, ou seja, quando há vários dispositivos se
comunicando segundo este protocolo, pelo menos um destes dispositivos deve
atuar como mestre e os demais serão escravos. A função do mestre consiste em
realizar a coordenação de toda a comunicação, pois, ele tem a capacidade de
enviar e requisitar informações aos escravos existentes na estrutura de
comunicação, os quais, devem responder às requisições solicitadas.
Os Pinos de Comunicação do I2C PIC16F877A são mostrados na Figura
12.12.

Figura 12.12– Pinos de comunicação I2C

O PIC16F877A possui um total de 8 fontes de interrupção. Uma fonte de


interrupção é algum evento que gera interrupção no programa do hardware, esta
fonte poderia ser, por exempo, um temporizador com interrupções geradas a
cada 1 segundo, ou também poderia ser um evento de mudança de estado do
pino, assim a interrupção seria gerada caso o pino tivesse seu estado modificado.
No PIC16F877A interrupções podem ser geradas de 8 maneiras diferentes:

1. Interrupções externas.
2. Temporizador (Temporizador0 / Temporizador1).
3. Alteração de estado da porta B.
4. Leitura / Gravação da Porta Secundária Paralela.
5. Conversor A / D.
6. Recebimento / Transmissão Serial.
281

7. PWM (CCP1 / CCP2).


8. Operação de gravação EEPROM.

No PIC16F877A, as interrupções estão associadas com pelo menos um


destes 5 registros:

 INTCON
 PIE1
 PIR1
 PIE2
 PIR2

Com essa importante introdução quanto ao hardwre do PIC16F877A, é


possível criar um programa utilizando os softwares Proteus e MikroC Pro For PIC.
O objetivo do programa a ser criado é fazer com que um LED pisque na
frequência de 1 segundo. Para desenhar o esquema do circuito da Figura 12.13
será usado o software Proteus.
Figura 12.13– Montagem no Proteus do PIC16F877A para o primeiro programa
282

O programa que você irá escrever pode ser observado na Figura 12.14.

Figura 12.14– O primeiro programa para PIC16F877A

Agora você irá escrever o programa da Figura 12.13 no MikroC Pro For PIC.
Para isso abra o programa clicando com o botão esquerdo do mouse sobre
o ícone abaixo:

O MikroC Pro For PIC vai abrir conforme mostrado na Figura 12.15.

Figura 12.15– Tela de entrada do MikroC Pro For PIC


283

A primeira ação a ser feita é garantir que nenhum arquivo de projetos


esteja aberto no MikroC Pro For PIC, para isso dê um duplo clique com o mouse
na opção Project da barra de ferramentas.
Figura 12.16 – Opção “Project”

Na ferramenta Project as opções devem estar desabilitadas para que


você tenha certeza que nenhum projeto está aberto no MikroC Pro For PIC,
como mostrado na Figura 12.17.

Figura 12.17– Elementos da ferramenta Project desabilitados

Para fechar possíveis projetos abertos clique em Close Project.


Com todas as ferramentas desabilitadas, você pode abrir um novo projeto
com um duplo clique em New Project (ou Shift+Ctrl+N).
Será aberta uma caixa de diálogo conforme a Figura 12.18.
284

Figura 12.18– Caixa de diálogo Novo Projeto

Clique em Next. Na próxima caixa de diálogo é preciso configurar o local


onde irá salvar seu projeto e definir o microcontrolador que vai utilizar e a
velocidade de Clock.

Figura 12.19– Caixa de diálogo Project Settings

Após preencher os campos da Figura 12.19 clique em Next. Antes de


finalizar, na última tela, você pode selecionar a adição de todas as bibliotecas, ou
nenhuma.
285

Figura 12.20– Caixa de diálogo Add File To Project

Na Figura 12.21 marque a opção Include All, para incluir todas as


bibliotecas.

Figura 12.21– Caixa de diálogo Select Library


286

Figura 12.22– Caixa de diálogo finalizar projeto

O MikroC Pro For PIC vai então abrir um novo projeto com a instrução Void
main posicionada na linha 1, como mostrado na Figura 12.23.
Você pode perceber que a família do PIC e o clock, aparecem na lateral da
janela do projeto.

Figura 12.23– Projeto pronto para ser iniciado

Agora você irá escrever o programa abaixo e entender cada linha de


programação.
287

Figura 12.24– Programa escrito na linguagem C

Na linha 1 foi utilizado o comando // para iniciar um comentário. Em geral


no início do programa, costuma-se incluir o nome do programador, a data e o
seu título.
Em seguida aparece o comando Void main () {
void main(){} é a principal função desse primeiro programa, toda
aplicação em C deve ocorrer dentro de uma função main. Seu tipo é void e sua
lista de parâmetro também é void, tudo que está dentro do campo entre chaves
é o corpo da função, e pode conter qualquer tipo de instrução inclusive outras
funções, como no caso acima, onde ocorre a função chamada de while, passando
como parâmetro uma string.
Na linguagem de programação C é fundamental entender as funções, em
geral elas são compostas por três partes básicas.

1. O tipo que pode ser void, também chamado de função sem retorno
ou de qualquer outro tipo suportado pela linguagem.
288

2. O nome da função que pode ser uma palavra reservada das


bibliotecas do C, ou um nome dado pelo programador caso esta tenha sido
estruturado durante a criação do programa.

3. E por fim a declaração dos parâmetros ou argumentos que são


passados para a função, podem ser do tipo void (não receber nenhum
argumento), ou receber qualquer outros tipos dentre os suportados pela
linguagem.

Conheça agora os registradores:

CMCON = 0x07; // Desabilita os comparadores


TRISB5_bit = 0x00; // Define o Pino RB5 como saída
PORTB = 0x00; // Inicia todo o PORTB em 0

O objetivo deste primeiro programa é fazer com que o LED pisque em


determinada frequência, para isso é necessário efetuar algumas configurações
em alguns registradores do PIC. Para fazer isso é necessário consultar o
datasheet do PIC16F877A.
Para começar a primeira coisa a se fazer é desabilitar os comparadores,
para isso basta escrever a linha abaixo.

CMCON = 0x07; // Desabilita os comparadores

Observe na Figura 12.25 a folha 138 do datasheet, que informa que para
desabilitar este registrador é preciso ter o valor 111 gravado no registrador
correspondente. Este valor está em notação binária, mas você pode escrevê-lo
de outras formas, como em hexadecimal que, por exemplo, seria 07.
289

Figura 12.25– Imagem da folha 138 DataSheet

Após isso configure outros dois registradores:

1. TRIS: esse registrador irá configurar a função dos pinos como


saída ou entrada. Como citado anteriormente se a ele for atribuído o valor
0, ele estará sendo definindo como Output (saída). Se for atríbuido o valor
1, será definido como Input (entrada).Veja que na linha abaixo o TRISB5
foi configurado para saida.

TRISB5_bit = 0x00; // Define o Pino RB5 como saída

2. PORT: esse registrador será responsável por definir o valor dos


pinos configurados no registrador anterior. Atribuindo 0, será enviado nível
lógico baixo, e 1 será enviado nível lógico alto.

Tabela 12.4 –Definições de estados lógicos

Nível lógico Nível lógico


1 0
Verdadeiro Falso
5V 0V
Alto Baixo
290

Feito isso, na próxima linha você irá iniciar todo PortB (Porta B) em nível
baixo, ou seja o LED conectado no pino 38 estará apagado.

PORTB = 0x00; // Inicia todo o PORTB em 0

Defina um resistor limitador e um LED conectados no pino 38 do


IC16F877A. Pelo datasheet esse terminal refere-se ao RB5(veja a Figura 12.26).

Figura 12.26– Imagem da folha 5 datasheet

Agora você irá fazer com que o LED fique aceso por um tempo, apague por
um tempo determinado e acenda novamente por outro intervalo de tempo, dessa
forma continuamente.
Para isso utilize comando while, ele cria um loop de execução de tudo que
está entre os colchetes ({ }).
O tempo que o LED vai ficar aceso ou apagado é dado pela instrução delay
e contabilizado em milissegundos (ms).

while(1){
RB5_bit = 0x00; // LED desligado
291

delay_ms(1000); // Delay aprox. 1 segundo


RB5_bit = 0x01; // LED ligado
delay_ms(1000); // Delay aprox. 1 segundo
}
}

Veja que todas as linhas são terminadas com ponto e virgula (;) essa é a
forma que a linguagem C entende que a linha de comando terminou.
E também sempre que é aberto um colchete ({) e fechado (}) está sendo
representado o fim de uma instrução.
Com o programa pronto é necessário que você realize a sua compilação, ou
seja, tranformar em um arquivo executável para que o PIC possa compreender.
Para isso utilize no MikroC Pro For PIC, a ferramenta Build ou Ctrl+F9.

Figura 12.27– Ferramenta de compilação

Figura 12.28– Mensagem de compilação com sucesso

Se tudo der certo, se o programa estiver correto, vai aparecer a mensagem


da Figura 12.28 na parte inferior do MikroC Pro For PIC.
Após compilar o código acima, você terá o código em hexadecimal gerado
na pasta definida no começo do projeto.
292

Agora será montado o circuito no Proteus, conforme a Figura 12.29.

Figura 12.29– Circuito do PIC16F877A montado no Proteus para simulação

Com o circuito montado, você pode carregar o código que foi compilado,
clicando com o botão direito do mouse em cima do componente microcontrolador
PIC16F877A e escolhendo a opção Edit Properties, conforme a Figura 12.30.

Figura 12.30– Ferramenta de edição das opções do PIC16F877A

A opção Edit Properties, vai abrir a caixa de diálogo mostrada na Figura


12.31, então basta clicar na pasta amarela da opção Program File, procurar pelo
arquivo hex na pasta que foi salva do seu arquivo compilado e indicar o caminho
em que o mesmo se encontra (veja a Figura 12.32).
293

Figura 12.31– Configurando Program File

Figura 12.32– Configurando Program File

Agora que o seu programa está carregado na memória do PIC você pode
ligar a simulação do Proteus e verificar que o LED pisca na frequência de 1
segundo ligado e 1 segundo desligado.
Este circuito pode parecer bem simples, porém com algumas alterações no
hardware, conforme demonstrado na Figura 12.33, você pode ter o mesmo
294

programa controlando agora um relé, que por sua vez pode controlar motores de
bombas centrífugas, solenoides, resistências e etc.
Trabalhando neste programa você pode alterar o tempo em que a carga vai
ficar ligada e o tempo que ficará desligada.

Figura 12.33– Alteração no Proteus para controle de uma maior potência de carga

Neste momento é necessário dar uma pausa, para entender o programa


que faz com que o LED pisque em uma frequência determinada, como mostrado
na Figura 12.34.
Foi escrito no código hexadecimal, porém também pdoeria ser escolhido o
código binário, ambas as formas funcionam.
295

Figura 12.34– Duas formas de escrever o mesmo programa

Em Hexadecimal Em Binário

125.Linguagem Assembly

Como você deve ter percebido quando compilou o programa, na verdade o


que aconteceu foi passar da linguagem C para a linguagem usada na comunicação
do microcontrolador, a linguagem Assembly.
O Assembly é composto de um conjunto de instruções específicas para cada
processador. Ocorre, porém, que o sistema digital somente entende uma
linguagem composta por “0” e “1”, sendo necessário, portanto, que o código
Assembly seja traduzido para o código binário.
Esta linguagem corresponde a um conjunto de regras e instruções
necessárias para escrever um programa que será utilizado em determinada CPU,
microprocessador ou microcontrolador.
Assembly é um programa que, executado em um sistema digital
microprocessado ou microcontrolado, traduz o código escrito em linguagem
Assembly para um código equivalente de “0” e “1”, ou seja, em linguagem de
máquina.
O programa fonte é uma sequência de instruções escritas conforme as
regras do Assembly do processador ou qualquer outra linguagem de programação
de microcontroladores (por exemplo: linguagem C para PICmicros), que
normalmente é gravado em disco para ser carregado na RAM. Considere, por
296

exemplo, a instrução return que um microcontrolador utiliza para retornar de


uma sub-rotina.
Quando o programa Assembly faz a tradução, é obtida uma série de “0” e
“1” correspondente a 14 bits que o microcontrolador PIC pode reconhecer, nesse
caso:
00 0000 0000 1000
Quando o programa Assembly realiza a compilação do código fonte,
também é gerado um arquivo com extensão “HEX”. Esse nome provém de uma
representação hexadecimal do programa em linguagem de máquina. Uma vez
concluído o processo de montagem e compilação, o arquivo em código de
máquina gerado é inserido no microcontrolador por um programador.
Um programa em linguagem Assembly pode ser escrito originalmente em
qualquer editor de textos e depois copiado na tela do editor do ambiente de
programação ou, então, editado diretamente no próprio ambiente de
programação.

126.Configurando os fuses (Fusíveis)

Com o circuito testado no Proteus, e confirmado que o programa está


funcionando, é possível então gravar o PIC utilizando um kit de gravação.
Um dos mais populares kits de gravação de microcontroladores é o
PICKIT3, que pode ser visto na Figura 12.35.
O PICKIT3 permite a gravação do microcontrolador através da porta USB
do computador.
297

Figura 12.35 – Hardware de gravação PICKIT3

Confira na Tabela 12.5 os pinos do gravador e as suas funções.

Tabela 12.5 – Pinagem do gravador Pickit 3

Pino Descrição Função


Pino de Programação,gera 13V para programar a memoria do
1 Vpp/ 𝑀𝐶𝐿𝑅
PIC
2 VDD Target Fornece a tensão de 5V para alimentação do microcontrolador
3 VSS Ground Pino de Terra do Circuito
4 ICSPDAT / PGD Pino de dados
5 ICSPCLK / PGC Pino de Clock
6 LVP Que não é utilizada para esta função de gravação.
298

Figura 12.36 – Pinos de interligação do PIC com o hardware de gravação PICKIT3

É sempre importante lembrar que para cada PIC os pinos vão estar em
posições diferentes, por isso é tão importante trabalhar sempre com o datasheet
do componente.
Para a gravação do PIC você pode continuar a utilizar MikroC Pro For PIC,
porém usando as configurações dos fuses (fusíveis). Para isso será usada a
feramenta Editar Projeto na Barra de Ferramenta, veja onde você deve clicar na
Figura 12.37.

Figura 12.37 – Ícone editar projeto

Feito isso, abra a caixa de diálogo Edit Project para entender para que
serve cada opção.
299

Figura 12.38 – Configuração

Confira as opções da caixa de diálogo Edit Project:

Oscillator selection:
Nesta opção você irá selecionar o oscilador, deixe ela como opção de
oscilador interno, o PIC16F877A já conta com este recurso. Selecione a
opção INTOSC.

Watchdog timer:
O Watchdog funciona como um temporizador, no caso de ocorrer um
estouro de contagem, será reiniciado sistema. Ele deve ficar desabilitado.

Power-up timer:
Esta opção faz com que o microcontrolador fique em reset por
aproximadamente 72ms quando for alimentado. Ele deve ficar desabilitado.

RA5/MCLR/VPP pin function:


Habilitando esta função você estará atribuindo o masterclear para o pino
RA5. Ele deve ficar desabilitado.
300

Brown-out detect:
Essa opção irá efetuar o reset caso seja detectado uma queda na tensão de
alimentação, algo em torno de 4 V. Ele deve ficar desabilitado.

Low-voltage programming:
Diz respeito à gravação de memória de programa em baixa tensão. Ele
deve ficar desabilitado.

Data EE memory code protection:


Ativando essa opção, não será possível ler a memória de dados EEPROM.
Ele deve ficar desabilitado.

Flash program memory code protection:


Essa opção impede que seja efetuado a leitura do programa gravado dentro
do microcontrolador. Se você quer proteger seu programa desenvolvido para um
determinado sistema, ela irá funcionar como uma proteção de uma possível
cópia. Deve ficar desabilitado também.
Após seguir esses passos, se você possui o hardware de gravação PICKIT3,
pode gravar o PIC com sucesso.

127.Configurando entradas digitais

Recapitulando, foi criada uma aplicação do início ao fim, passando por todas
as atividades de gravação de um programa em um PIC.
Porém, nesse primeiro programa, você tinha apenas uma saída, para
continuar com o aprendizado é preciso criar uma aplicação com uma entrada.
Criando aplicações simples, você aprenderá mais sobre a programação em
linguagem C.
Neste outro projeto, será usado outro modelo de microcontrolador, o
PIC12F675, para que você se acostume com os vários tipos de
microcontroladores.
301

Da mesma forma que foi trabalhado com o PIC anterior, também é preciso
baixar o datasheet do PIC12F675.

Figura 12.39 - Desenho da pinagem para PIC12F675

PIC12F675

Agora você irá montar no Proteus o esquema da Figura 12.40. O LED vai
acender apenas quando o botão estiver pressionado. Perceba que com o botão
aberto, o pino 3 é mantido em nível baixo através do resistor R2.

Figura 12.40 – Desenho esquemático para PIC12F675

Circuito como o botão não pressionado Circuito com o botão pressionado


O uso de entradas digitais, é um conceito muito importante para a
configuração de entradas em um microcontrolador.
302

São elas que permitem implemetar aplicações com sensores, o que é de


grande valia em projetos industriais e robótica.
Figura 12.41 – Entradas e saídas em um PIC

Figura 12.42 – Programa para PIC12F675


303

Agora você deve entender o programa que será elaborado em linguagem


C, para que quando for pressionado o botão LED ele fique em nível alto. Na Figura
12.42, observe o programa digitado no MikroC Pro For PIC e entenda cada uma
das suas linhas.

void main() Para iniciar, você deve utilizar o que foi aprendido
{ anteriormente, o uso da instrução
ANSEL = 0x00; //desliga as entradas AD void main(). Após isso, desligue as entradas
CMCON = 7; //desliga os comparadores analógicas e digitais, assim como os comparadores
internos do PIC.

TRISIO4_bit = 1; Nessa linha foi caracterizado o TRISIO4 I/O para 1 , fazendo isso ele fica setado
para entrada.

TRISIO5_bit = 0; O TRISIO5 foi caracterizado como 0, fazendo isso ele fica setado para saída.

GPIO = 0; O GPIO também foi setado para saida.

while(1) Com este comando é configurado o loop infinito.


{

if(GPIO.F4) If , é um laço de condição , quando GPIO.F5 = 1 , o LED é ligado.


{
GPIO.F5 = 1;
delay_ms(2000); O delay conta um tempo de 2 segundos.
}
else Else, quer dizer “se não” GPIO.F5 = 0, o LED estará ligado.
{
GPIO.F5 = 0;

Agora, configure os fuses internos, conforme a Figura 12.43.


304

Figura 12.43 – Telas de configurações dos Fuses

Compile o circuito, para isso basta refazer os passos da Figura 25. Com
tudo pronto realize o teste do circuito.

Figura 12.44 – Circuito da figura 12.42 montado em uma placa de Protoboard


305

Figura 12.45 – Circuito da Figura 12.42, com o botão acionado

Evidentemente, à medida que você trabalha com a programação para PIC,


irá aumentar o grau de complexidade do hardware e do software, porém você
pode usar sempre a sequência demonstrada nesses dois programas usados como
exemplo.
306

13)Autoavaliação
Consulte está apostila. Uma boa pontuação é de pelo menos 45 respostas
corretas dessas 50 perguntas. As respostas estão listadas no final dessa apostila.

1 O número de prótons no núcleo de um átomo sempre:


(a) é igual ao seu número atômico.
(b) é igual ao seu peso atômico.
(c) é igual ao número de elétrons.
(d) é igual ao número de nêutrons mais o número de elétrons.

2 O número de nêutrons no núcleo de um átomo às vezes:


(a) é igual ao seu número atômico.
(b) é igual ao seu peso atômico.
(c) é igual ao número de prótons.
(d) mais de um dos itens acima.

3 O peso atômico de um átomo sempre:


(a) é igual ao número de elétrons.
(b) é igual ao número de prótons.
(c) é igual ao número de nêutrons.
(d) é aproximadamente igual ao número de nêutrons mais o número de prótons.

4 Quando um átomo tem uma carga elétrica negativa, pode ser chamado de:
(a) ânion.
(b) cátion.
(c) diatômico.
(d) positrônico.

5 Um átomo pode ter:


(a) mais de um isótopo.
(b) apenas um isótopo.
307

(c) não mais prótons do que nêutrons.


(d) não mais nêutrons do que prótons.

6 Um elemento cujos átomos podem ter mais de um peso atômico:


(a) não pode existir.
(b) sempre tem uma carga elétrica.
(c) compartilha prótons com átomos adjacentes.
(d) é uma ocorrência comum na natureza.

7 Um composto de três átomos:


(a) não pode existir.
(b) sempre tem uma carga elétrica.
(c) compartilha prótons com átomos adjacentes.
(d) é uma ocorrência comum na natureza.

8 Ionização por si só nunca provoca:


(a) a condutividade de uma substância para melhorar.
(b) um átomo para ganhar ou perder prótons.
(c) um átomo eletricamente neutro para se tornar carregado.
(d) um átomo para ganhar ou perder elétrons.

9 Qual das seguintes substâncias é o pior condutor elétrico?


a) Mercúrio.
b) Alumínio.
c) Vidro.
d) Prata.

10 Qual das seguintes substâncias permite que os elétrons se movam entre seus
átomos com maior facilidade?
(a) Cobre.
b) Água pura.
c) Ar seco.
308

d) Porcelana.

11 Se for colocado 12 V em um componente cuja resistência é igual a 6 ohms,


quanto da corrente fluirá pelo componente?
(a) 0,5A
b) 2A
(c) 72A
(d) É preciso de mais informações para responder esse questionamento.

12 Se for dobrada a resistência na situação da Questão 11, mas não for mudada
a tensão, a corrente irá:
(a) não mudar.
(b) ser cortada ao meio.
(c) duplicada.
(d) quadruplicada.

13 O termo eletricidade estática refere-se a:


(a) tensão sem corrente.
(b) corrente sem tensão.
(c) corrente através de uma resistência infinita.
(d) tensão que nunca muda.

14 Qual das seguintes afirmações gerais se aplica a materiais dielétricos?


(a) Eles têm resistência extremamente baixa (praticamente zero).
(b) Eles possuem resistência extremamente alta (praticamente infinita).
(c) Eles têm resistência que depende da corrente através deles.
(d) Eles produzem duas voltagens diferentes ao mesmo tempo.

15 É possível expressar a quantidade de elétrons passando por um ponto fixo por


unidade de tempo:
(a) coulombs.
309

(b) volts.
(c) ohms.
(d) ampères.

16 Em um relâmpago, o termo canal significa:


(a) um caminho de transporte de corrente de ar ionizado.
(b) frequência de corrente alternada.
(c) uma corrente de prótons e nêutrons em movimento.
(d) uma corrente de fluxo de gás frio.

17 O termo força eletromotriz (F.E.M.) é uma expressão alternativa para:


(a) atual.
(b) cobrar.
(c) voltagem.
(d) resistência.

18 Ao andar em um piso acarpetado em uma tarde seca de inverno, você pode


adquirir uma diferença de potencial, em relação ao solo, de:
(a) 1 ohm ou 2.
(b) até cerca de 200 ohms.
(c) milhões de ohms.
(d) Nenhuma das anteriores.

19 Qual dos seguintes dispositivos converte diretamente a energia química em


eletricidade?
(a) Um gerador.
(b) Uma célula seca.
(c) Um motor.
(d) Uma célula fotovoltaica.
310

20 Qual dos seguintes dispositivos converte diretamente a luz visível em


eletricidade?
(a) Um gerador.
(b) Uma célula seca.
(c) Um motor.
(d) Uma célula fotovoltaica.

21 Em um dipolo elétrico de polaridade constante, o centro de carga positiva:


(a) tem mais elétrons do que o centro de carga negativa.
(b) tem o mesmo número de elétrons que o centro de carga negativa.
(c) tem menos elétrons do que o centro de carga negativa.
(d) às vezes tem mais elétrons do que o centro de carga negativa, às vezes tem
o mesmo número e às vezes menos.

22 Se você tocar em dois pontos com voltagem CC entre eles, um ponto com a
mão esquerda e outro com a mão direita, qual das seguintes tensões apresentaria
o maior risco de eletrocussão?
(a) 1,5V
(b) 15V
(c) 150V
(d) Todas as três tensões apresentariam riscos de eletrocussão iguais, porque é
a corrente que mata, não a tensão.

23 Se você aumentar a tensão CC através de um resistor em um fator de 100,


mas também aumentar a resistência para manter a corrente constante, então
(assumindo que o resistor não queime) o resistor irá se dissipar:
(a) 100 vezes mais energia do que antes.
(b) 10 vezes mais energia do que antes.
(c) a mesma quantidade de energia que antes.
(d) 1/10 de energia tanto quanto antes.
311

24 Se um comprimento de fio exibe 500 mS de condutância, então ele tem uma


resistência de:
(a) 0,02 ohm.
(b) 0,2 ohm.
(c) 2 ohms.
(d) Uma quantidade que depende da quantidade de corrente que o fio transporta.

25 Um resistor de 330 ohms tem uma condutância de:


(a) 0,303 mS.
(b) 3,03 mS.
(c) 30,3 mS.
(d) 303 mS.

26 Um disjuntor está classificado para 15,0 A em um sistema automotivo de 13,8


VCC (com o alternador funcionando). Este disjuntor deve cortar a corrente se
você conectar um conjunto de dispositivos que exigem um total de mais de:
(a) 207 W.
(b) 20.7 W.
(c) 1.09 W.
(d) 920 mW.

27 Um aquecedor aquece um espaço de 1.000.000 J durante um período de


tempo. Esta quantidade de energia representa:
(a) 1055 Btu.
(b) 948 Btu.
(c) 10,55 Btu.
(d) Nenhuma das opções acima. A unidade térmica britânica quantifica o poder,
não a energia.

28 Suponha que uma bateria de 6,00V forneça 4,00 W de energia a uma lâmpada.
Quanta corrente flui através da lâmpada?
a) 24,0 A
312

(b) 1,50 A
(c) 667 mA
(d) É preciso saber a resistência da lâmpada para calcular a corrente.

29 Imagine que uma extensão de fio de 200 m de comprimento tenha uma


condutância de 900 mS. Um comprimento de 600 m deste fio teria uma condução
de:
(a) 8,10 S.
(b) 2,70 S.
(c) 300 mS.
(d) 100 mS.

30 Qual das seguintes unidades quantifica energia?


(a) Erg.
(b) Quilowatt-hora.
(c) Joule.
(d)Todos os itens acima.

31 Suponha que um ciclo AC se repita a uma taxa constante de um ciclo completo


a cada 0,02 segundo. Esta onda tem uma frequência de:
(a) 500 Hz.
(b) 200 Hz.
(c) 50 Hz.
(d) 20 Hz.

32 Em muitos países fora dos Estados Unidos, a eletricidade da concessionária


AC tem uma frequência de:
(a) 33 Hz.
(b) 50 Hz.
(c) 75 Hz.
(d) 100 Hz.
313

33 Se fosse possível visualizar os contornos do fluxo magnético próximos a um


fio de corrente contínua, eles pareceriam:
(a) círculos concêntricos com o fio em seus centros.
(b) linhas retas paralelas ao fio.
(c) linhas retas que passam através do fio em ângulos retos.
(d) espirais que se originam no fio e ficam em planos perpendiculares ao fio.

34 Uma alta tensão DC através de uma carga (um componente com resistência
DC):
(a) dá origem a má condutância.
(b) pode existir mesmo se a carga tiver baixa resistência.
(c) invariavelmente leva muita corrente através da carga.
(d) todos os itens acima.

35 Suponha que uma corrente DC flua através de uma bobina de fio. A força
magnetomotriz produzida por esta bobina depende:
(a) do número de voltas na bobina.
(b) do diâmetro da bobina.
(c) da resistência da bobina.
(d) do material em torno do qual a bobina é enrolada.

36 Suponha que 3A da corrente flua através de uma volta circular de 100 voltas
enroladas em torno de uma haste de ferro em pó. Então é removida a haste,
deixando a bobina com um núcleo de ar. A força magnetomotriz:
(a) diminui.
(b) aumenta.
(c) permanece a mesma.
(d) cai para zero.

37 Quais das seguintes unidades, podem expressar força magnetomotriz?


(a) O ampère por metro quadrado.
(b) O weber por metro quadrado.
314

c) O maxwell por metro quadrado.


(d) Nenhuma das anteriores.

38 Dada uma entrada de onda senoidal CA, a saída de um retificador de onda


completa:
(a) tem uma voltagem média igual à voltagem de pico.
(b) compreende DC constante como uma bateria produz.
(c) está pulsando DC.
(d) também é uma onda senoidal.

39 Dada uma entrada de onda senoidal CA, a saída de um retificador de meia


onda:
(a) tem uma voltagem média igual à voltagem de pico.
(b) compreende DC constante como uma bateria produz.
(c) está pulsando DC.
(d) também é uma onda senoidal.

40 Qual das seguintes unidades pode expressar a quantidade total de campo


magnético?
(a) O weber.
b) O coulomb.
(c) O volt.
d) O watt.

41 Em um circuito de transistor de base comum, as ondas de saída e entrada


diferem em fase:
(a) ¼ de um ciclo.
(b) ⅓ de um ciclo.
(c) ½ de um ciclo.
(d) nenhuma das anteriores.
315

42 Qual das seguintes configurações de circuito os engenheiros às vezes usam


no lugar dos transformadores de fio de aço convencionais, para combinar uma
alta impedância de entrada a uma baixa impedância de saída?
(a) Emissor comum.
(b) Base comum.
(c) Coletor comum.
(d) Qualquer um dos itens acima.

43 A corrente nunca fluirá na junção B-C de um transistor bipolar do emissor


aterrado quando:
(a) for feita uma polarização reversa na junção E-B e não for aplicado nenhum
sinal de entrada.
(b) polarizar a junção E-B além da passagem para frente e não aplicar nenhum
sinal de entrada.
(c) zerar a junção E-B e aplicar um sinal de entrada forte.
(d) polarizar a junção E-B além da transição para frente e aplicar um sinal de
entrada fraco.

44 Em um JFET, a corrente através do canal varia devido aos efeitos de:


(a) um campo magnético.
(b) um campo elétrico.
(c) corrente de fuga.
(d) corrente de avalanche.

45 É encontrado gravado tanto nos MOSFETs do canal N quanto do canal P:


(a) um chip NMOS.
(b) um chip PMOS.
(c) um chip CMOS.
(d) Todos os itens acima.

46 Qual dos seguintes tipos de diodo pode ser usado para produzir sinais de
frequência ultra-alta (UHF) ou microondas?
316

(a) Gunn.
(b) Túnel.
(c) IMPATT.
(d) Todos os itens acima.

47 Nós vamos encontrar um LED em:


(a) um oscilador de microondas.
(b) um optoisolador.
(c) um retificador.
(d) um regulador de voltagem.

48 Qual dos seguintes tipos de diodo pode ser usado em um conjunto de cristal?
(a) Um diodo retificador.
(b) Um fotodiodo.
(c) Um diodo Zener.
(d) Um diodo RF.

49 Em qual dos seguintes dispositivos um fotodiodo tem uma função essencial?


(a) Um retificador.
(b) Um optoisolador.
(c) Um multiplicador de frequências.
(d) Um VCO.

50 A regulação de tensão pode ser realizada por meio de um diodo Zener em


toda a saída do filtro da fonte de alimentação, polarizada reversamente, junto
com uma saída conectada em série com um:
(a) capacitor de limitação de tensão.
(b) diodo de limitação de energia.
(c) resistor limitador de corrente.
(d) todos os itens acima.

Respostas da Autoavaliação
317

1. a 11 . b 21 . c 31 . c 41 . a
2. d 12 . b 22 . c 32 . b 42 . b
3. d 13 . a 23 . a 33 . a 43 . d
4. a 14 . b 24 . c 34 . b 44 . b
5. a 15 . d 25 . b 35 . a 45 . c
6. d 16 . a 26 . a 36 . c 46 . d
7. d 17 . c 27 . b 37 . d 47 . b
8. b 18 . d 28 . c 38 . c 48 . b
9. c 19 . b 29 . c 39 . c 49 . b
10 . a 20 . d 30 . d 40 . a 50 . c
318

14)Bibliografia

ALBUQUERQUE, Rômulo Oliveira. Circuitos em corrente contínua. São Paulo:


Editora Érica, 1995.

BOGART JR., Theodore F. Dispositivos e Circuitos Eletrônicos – volume 1.


São Paulo: Makron Books, 2001.

BOGART JR., Theodore F. Dispositivos e Circuitos Eletrônicos – volume 2.


São Paulo: Makron Books, 2001.

EDMINISTER, Joseph A. Circuitos elétricos. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil.

GUSSOW, Milton. Eletricidade básica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil.

MARKUS, Otávio. Circuitos elétricos- Corrente contínua e corrente alternada.


São Paulo: Editora Érica, 2011.

MILLMAN, Jacob; GRABEL, Arvin. Microeletrônica, volume 1. Lisboa: 1991.

MILLMAN, Jacob; GRABEL, Arvin. Microeletrônica, volume2.Lisboa: 1991.

SEDRA, Adel S., SMITH, Kenneth C. Microeletrônica. São Paulo: Makron


Books, 2000.

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