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Workshop de SMS do Segmento da

Pavimentação Asfáltica

“Economia de Energia na Pavimentação Asfáltica”

ASFALTO BORRACHA:
VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Prof. Dr. Rita Moura Fortes
Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - UFAM
Diretora de Pesquisas da ERI - "Engineering and Research Institute" Pesquisas Ltda

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS


Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais
ENSAIOS 2
MATERIAL DESTRUTIVOS
OU NÃO
DE
LABORATÓRIO
MISTURA AMOSTRAGEM OU DE CAMPO

RESULTADOS
EXECUÇÃO

• verificação dos resultados dos ensaios


e referência normativa, ANÁLISE
• a análise quanto ao atendimento ou
não das especificações do
empreendimento, CONTROLE plano de
• adequação das instalações, TECNOLÓGICO garantia e
• calibração dos instrumentos ou controle
equipamento e método utilizados para da
medição de qualquer propriedade, qualidade
CONTROLE DE
• registro e competência técnica dos QUALIDADE
envolvidos
3

contratação e
execução dos
trabalhos
• tipo pertinentes
PLANO DE
• frequência
dos ensaios, GARANTIA E fornecimento de
CONTROLE subsídios para
• número interpretar os
DA
mínimo de resultados dos
QUALIDADE
ensaios ensaios
realizados e os
respectivos
relatórios
4
• O controle tecnológico » especificações (material/mistura ou aplicação)

• O controle de qualidade é mais abrangente


• referência normativa
• verificação dos resultados dos ensaios realizados para controle,
• análise quanto ao atendimento ou não das especificações do
empreendimento,
• o acompanhamento da adequação das instalações
• da devida calibração dos instrumentos ou equipamento utilizados para
medição de qualquer propriedade,
• dos métodos e documentação utilizados,
• da competência técnica e da experiência profissional dos envolvidos,
enfim,

TODOS AS CONDICIONANTES PARA GARANTIR CONFIABILIDADE E


ADEQUAÇÃO AOS RESULTADOS OBTIDOS. TEM COMO OBJETIVO
REGISTRAR E GARANTIR A CONFORMIDADE DOS
SERVIÇOS/PRODUTOS APLICADOS NA OBRA, DE ACORDO COM O
PROJETO E DOCUMENTOS TÉCNICOS.
5

Etapas do Controle da
Qualidade
 Controle dos Materiais;
 Controle da Produção;
 Controle de Execução
 Controle Pós-execução
6

PLANO DE QUALIDADE DA
OBRA

CONTROLE TECNOLÓGICO E DE
QUALIDADE

CÓDIGO DO CONSUMIDOR
7

LEI DE EVOLUÇÃO DE CUSTOS


W. R. SITTER (colaborador do CEB)
8
RBLE – REDE BRASILEIRA DE LABORATÓRIOS DE ENSAIO

BRASIL QUALIDADE
TOTAL

CERTIFICAÇÃO GERENCIAMENTO
NBR ISO/IEC DA QUALIDADE
17025 TOTAL
9

GT4-
GT-2 – PROGRAMAS
INTERLABORATORIAIS NORMALIZAÇÃO

CTLE 01– COMISSÃO GT-5 – INCERTEZA DE


TÉCNICA DE MEDIÇÃO
LABORATÓRIOS DE
ENSAIOS EM
CONTRUÇÃO CIVIL
10

10
11

1
2
23
1 2

2
2
RBLE – REDE BRASILEIRA DE LABORATÓRIOS DE ENSAIO
12
A NBR ISO/IEC 17025 requer com maior rigorosidade que a ISO
9001:
· competência técnica específica da parte de todo pessoal Sênior
do laboratório;
· competência técnica apropriada demonstrada de todo staff do
laboratório;
· fidelidade rigorosa, por demonstração, a metodologia de ensaio
especificada; e
· participação em programas de proficiência de ensaio, sempre
que possível.
Requisitos são divididos em 2 seções:
Seção 4: Requisitos gerenciais
Seção 5: Requisitos técnicos
Esta norma considera vários requisitos de competência técnica que
não estão incluídos na NBR ISO 9001, ou seja, a certificação pela
NBR ISO 9001 sozinha não demonstra a competência do laboratório
para produzir dados e resultados confiáveis.
MATERIAIS 13
ENSAIADOS
Aço/Tela de Aço
Agregados
Argamassa de
Assentamento
Argamassa Colante
Misturas asfálticas
Bloco Cerâmico
Blocos de Concreto
Cimento (ensaios físicos,
mecânicos e químicos)
Concreto
Peças para
Pavimentação
PROGRAMA Placas cerâmicas
Solos e MCT
INTER LABORATORIAL Telhas cerâmicas
Tijolo maciço cerâmico
QUALIFICAÇÃO E 14

CERTIFICAÇÃO DE PESSOAL PELO ORGANISMO


DE CERTIFICAÇÃO DE PESSOAL - OCP
PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO
Etapas para a certificação:

Preenchimento e entrega de documentação pessoal – Ficha de Inscrição (RQ


004) e documentos relacionados no item 4 do Manual do Candidato.

Acuidade Visual - natural ou corrigida, avaliada pelos métodos de SNELLEN


para visão de longo alcance e padrão JAEGER, para visão próxima, a 50 cm de
distância, ou pelo emprego de método equivalente.

Comprovação de Experiência Profissional – Experiência profissional é


baseada em meses de trabalho de acordo com a legislação.

Tipo de exames de qualificação:


-Teórico Geral;
- Teórico Específico;
- Prático.
De 2002 a abril de 2011, o
descarte inadequado
correspondeu a 2,1 milhões
de toneladas do produto.

http://s03.video.glbimg.com/x240/3626830.jpg

Alto custo da coleta e do


transporte de pneus descartados
é a principal dificuldade para a
destinação correta desse material.
Falta de conhecimento dos
consumidores sobre o destino que
deve ser dado aos pneus usados.
http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2012/01/15.jpg
DESTINAÇÃO DE PNEUS INSERVÍVEIS NO BRASIL

http://www.reciclanip.org.br/v3/formas-de-destinacao-principais-destinacoes

Segundo organizações internacionais, a


produção de pneus novos está estimada
em cerca de 2 milhões por dia em todo
o mundo. Já o descarte de pneus velhos
chega a atingir, anualmente, a marca de
quase 800 milhões de unidades. Só no
Brasil são produzidos cerca de 40
milhões de pneus por ano e quase
metade dessa produção é descartada
nesse período.
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/residuos/reciclagem/reciclagem_de_pneus.html
DESTINAÇÃO DE PNEUS INSERVÍVEIS NO BRASIL
Somente os pneus que não mais se prestam
à recauchutagem são descartados para a
moagem para pavimentação!

http://www.reciclanip.org.br/v3/formas-de-destinacao-principais-destinacoes
MODIFICAÇÃO DO CAP COM BORRACHA TRITURADA

A modificação do CAP com borracha triturada de pneus


pode ser feita por dois processos:
 Processo por via úmida (wet process) - a borracha
finamente triturada é adicionada ao CAP aquecido
resultando no Asfalto-Borracha (Asphalt Rubber);
 Processo por via seca (dry process) - a borracha
triturada entra como parte do agregado pétreo da
mistura, no produto denominado por “agregado-
borracha”, e ao ser adicionada ao ligante asfáltico na
usina resulta num concreto asfáltico modificado com
adição de borracha (RUMAC – rubber modified
asphalt concrete).
MODIFICAÇÃO DO CAP COM INCORPORAÇÃO DE
BORRACHA TRITURADA DE PNEUS POR VIA ÚMIDA
• Mistura Estocável ou “Terminal Blend” – produzida em
unidade industrial que processa a modificação do CAP,
estoca, e comercializa o ligante modificado, em que se
trabalha com borracha moída de pneus de textura
finíssima (partículas passando na peneira No 40 de 0,42
mm), produzindo um ligante estável e relativamente
homogêneo, posteriormente transportado para cada obra;
• Mistura Não Estocável, “Field Blend” ou “Continuous
Blending” – produzida com equipamento misturador na
própria obra, cujo ligante obtido deve ser aplicado
imediatamente devido à sua instabilidade (processo
“Just-in-time”), que apresenta algumas características
diferentes do asfalto-borracha estocável.
VANTAGENS DO ASFALTO BORRACHA
• Aumento da vida útil ou da durabilidade do pavimento
(diminuição do envelhecimento e oxidação do ligante asfáltico);

• Elevada elasticidade;

• Alta coesividade;

• Redução do risco de ocorrência de danos por deformação plástica


nas trilhas de roda, devido à maior viscosidade e maior
temperatura do ponto de amolecimento dos asfaltos modificados;

• Redução do risco de ocorrência de trincas precoces por fadiga,


devido à maior resistência à tração, propiciada pela maior
recuperação elástica dos asfaltos modificados;

• Contribuição ao meio ambiente, reduzindo a quantidade de pneus


inservíveis descartados de forma inadequada na natureza.
VANTAGENS DO ASFALTO BORRACHA
• Permitem a execução de camadas asfálticas diferenciadas:

de graduação descontínua: SMA – Stone Mastic Asphalt e


Gap Graded) e

de graduação aberta (CPA – Camada Porosa de Atrito ou Open


Graded), que não podem ser executadas com CAP
convencional, propiciando benefícios de:

• Redução do filme de água na superfície do pavimento


durante as chuvas (spray de água), reduzindo o risco de
hidroplanagem ou aquaplanagem, propiciando boa
aderência entre pneus e pavimento, com redução de
acidentes de trânsito;

• Redução do ruído com a passagem dos veículos, o que é


um benefício importante nas travessias urbanas.
DESVANTAGENS DO ASFALTO BORRACHA
PROCESSO “TERMINAL BLEND”
• Heterogeneidade, tanto fisicamente como
quimicamente, devido diferentes composições
de cada tipo de pneu, além de uma
granulometria bastante deficiente.
• Menor trabalhabilidade da mistura asfáltica
maior temperatura da mistura e compactação
que a mistura convencional emissão maior
de gases poluentes e nocivos à saúde
humana (elementos suspeitos de serem
mutagênicos e/ou cancerígenos),
• Odor, emitindo mais gases poluentes e
nocivos à saúde humana,
A exposição aos efeitos dos gases e partículas provenientes
das misturas asfálticas que utilizam borrachas de pneus são
mais danosas à saúde ocupacional do que as misturas que
utilizam asfaltos convencionais (Crumb- Rubber Modified Asphalt Paving: Occupational
).
Exposure and Acute Health Effects – HETA #2001-0536-2864
DESVANTAGENS DO ASFALTO BORRACHA
PROCESSO “TERMINAL BLEND”
• Maior custo (benefícios?): 15 a 30% de combustível ou
eletricidade (http://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/as-vantagens-do-asfalto-
,
ecologico/)

• Maior dificuldade operacional e executiva: necessidade


de equipamentos especiais, trabalho com
temperaturas mais elevadas,
• Necessidade de pessoal técnico especializado,
• Controle minucioso da usina e
• Controle tecnológico e de qualidade eficiente,
principalmente no fornecimento do asfalto borracha.
As desvantagens se referem a aspectos operacionais ou
executivos, e quanto à qualidade do asfalto-borracha em si.
DESVANTAGENS DO ASFALTO BORRACHA
PROCESSO “TERMINAL BLEND”
Quanto aos aspectos operacionais tem-se dificuldades
ligadas à necessidade de equipamentos adequados ao
processamento da mistura com asfalto-borracha,
exigindo:

• Tubulações na usina com maior capacidade que a


das usinas de asfalto convencionais;
• Bombas mais potentes que as usuais;
• Caldeira com maior capacidade de aquecimento, pois
no asfalto borracha se requer temperatura de 175oC
e as caldeiras das usinas convencionais chegam
apenas a 160oC.
DESVANTAGENS DO ASFALTO BORRACHA
PROCESSO “TERMINAL BLEND”
Há dificuldade operacional também quanto:
• Estocagem, que exige recirculação constante do asfalto-
borracha;
• Atraso no início do serviço quando da chegada da carreta,
pois hoje a Polícia Rodoviária não permite paradas das
carretas para aquecer o produto no transporte, e ao chegar à
obra é preciso fazer aquecimento por quase um dia para ser
possível descarregar o asfalto;
• Usinagem, com temperatura elevada;
• Redução do tempo para transporte do CBUQ, espalhamento
e compressão, que precisam ser feitos em maior
temperatura do que no CAP convencional, devido à maior
viscosidade.
CUIDADOS COM O ASFALTO BORRACHA
PROCESSO “TERMINAL BLEND”
• Deve-se controlar a porcentagem de borracha moída, pois
existem casos de venda como tendo 20% de borracha
moída, mas que na verdade têm percentual menor e
também a qualidade do CAP usado na produção.

• Deve-se verificar problemas de perda de qualidade


durante o período de estocagem, que levam a separação
das frações de asfalto e borracha por deficiência do
produto.
Assim é essencial um rígido controle do asfalto-borracha em
laboratório na própria obra, no momento do recebimento de
cada carreta de asfalto, principalmente quanto à viscosidade
e perda por estocagem.
DESVANTAGENS DO ASFALTO-BORRACHA
DO PROCESSO “FIELD BLEND”
• A modificação pelo processo “Field Blend” exige
equipamentos específicos importados.
• O equipamento exige caldeira especial para aquecimento
até 190oC ou mais, tambor com agitadores, bombas e
tubulações especiais.
• A manutenção de temperatura elevada (190oC) durante
todo o processo da modificação é um complicador.
• Além disso, o processo gera forte odor na usina e na
pista, e muita fumaça.
• Uma falha muito comentada é a formação de pelotas de
borracha na superfície do pavimento, devido a borracha
não digerida no processo de modificação.
DESVANTAGENS DO ASFALTO-BORRACHA
DO PROCESSO “FIELD BLEND”
• Homogeneidade da modificação, pois o CAP
apresenta variações constantes de propriedades
reológicas, e a borracha moída também tem
variações, o que afeta o produto final, e isto é mais
difícil de ser evitado na modificação feita na obra.
• Odor: processo de modificação do CAP com borracha,
na fábrica ou na obra e a aplicação do produto na
pista, acarretam poluição com forte odor desagradável,
devido à digestão da borracha, e fumaça, devido à
temperatura muito elevada, maior do que a de um
CBUQ com CAP convencional, emitindo mais gases
poluentes e nocivos à saúde humana.
A terminologia de asfalto ecológico é
empregado erroneamente para asfalto
borracha, pois quando usado em misturas
asfálticas, devido à necessidade de altas
temperaturas de manuseio, polui o
ambiente com a liberação de gases
tóxicos, além dessa mistura não ser mais
reciclável, diferentemente das misturas
asfálticas convencionais ou modificadas por
polímero. Acrescente-se a isso que nas
intervenções dessa mistura – fresagem
ou remoções – irão gerar novos passivos
ambientais – asfalto borracha + pedra.
O asfalto ecológico, como é chamado
erroneamente, acarreta um aumento de consumo
de derivados de petróleo, asfalto e combustível,
pelo aumento da consistência e aumento da
temperatura de manuseio e consequentemente
aumento de emissão de gases nocivos à saúde,
além de não ser reciclável.
Os pneus que estão em córregos, fundo de
quintal, etc. não são os utilizados na grande
maioria das indústrias de obtenção do pó de
borracha. Geralmente ocorre a importação de
resíduos sólidos de outros países que não
permitem essa utilização, e não provém de pneus
inservíveis.
Asphalt Fumes
Over a half-million workers are exposed to fumes from asphalt,
a petroleum product used extensively in road paving, roofing,
siding, and concrete work. Health effects from exposure to
asphalt fumes include headache, skin rash, sensitization,
fatigue, reduced appetite, throat and eye irritation, cough,
and skin cancer.
Twenty-five states, Puerto Rico and the Virgin Islands
have OSHA-approved State Plans and have adopted their own
standards and enforcement policies.
12th Report on Carcinogens (RoC)
U.S. Department of Health and Human Services Secretary
Kathleen Sebelius released the 12th Report on Carcinogens on
June 10, 2011. (Press Release) (Federal Register Notice)

http://www.osha.gov/SLTC/asphaltfumes/index.html
Asphalt Fumes

Ata de reunião do 08/11/2011,


Frankfurt/Alemanha: Verificação de motivos de
queixas na aplicação de asfalto borracha. ...
aparentemente há problemas na aplicação de
asfalto borracha cujas causas não são
conhecidas. De acordo com as normas/leis de
produtos perigosos ... há certas caraterísticas
de substâncias desconhecidas que exigem
necessariamente medidas de proteção para os
trabalhadores. Enfim isso significa que na
aplicação de asfalto borracha sempre deve ser
usado proteção respiratória.
http://www.osha.gov/SLTC/asphaltfumes/index.html
Workshop de SMS do Segmento da
Pavimentação Asfáltica

OBRIGADA!
“Economia de Energia na Pavimentação Asfáltica”

ASFALTO BORRACHA:
VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Prof. Dr. Rita Moura Fortes
Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - UFAM
Diretora de Pesquisas da ERI - "Engineering and Research Institute" Pesquisas Ltda

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Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais

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