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Fanzines e histórias em quadrinhos na educação científica
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Danielle Barros Silva Fortuna (PQ)* danbiologa@gmail.com
1 Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus X, Teixeira de Freitas-BA.
Palavras-Chave: Histórias em quadrinhos, fanzines, educação científica.
Introdução
Fanzines (ou zines) são publicações independentes,
amadoras e artesanais, impressas por técnicas
diversas de tiragem reduzida em que o
editor/autor/fanzineiro é responsável por todo
processo editorial e de produção, que envolve desde
a concepção, geração de conteúdo, diagramação,
ilustração, montagem, paginação, divulgação,
distribuição, vendas e trocas. Uma das principais
características do zine é a liberdade de expressão,
uma vez que, estando desvinculado dos ditames
editoriais do mercado, os zines constituem-se como
laboratórios de exploração e experimentação de
diferentes linguagens e da criatividade
(MAGALHÃES, 2013). As histórias em quadrinhos
(HQs) são conhecidas como “nona arte”,
consideradas uma forma de expressão artística,
através dos quadrinhos autorais, marcados por uma
proposta mais voltada à expressão artística do
ideário estético e reflexivo de seus autores do que
submetidas a atender demandas de mercado
(FRANCO, 2013). Os fanzines e as HQs têm sido
apropriados em práticas educativas em ciências e
saúde em diversos lugares do país. Este trabalho
apresenta um recorte de pesquisa de doutorado no
Programa de Pós-Graduação em Ensino em
Biociências e Saúde do Instituto Oswaldo Cruz (RJ),
cujo um dos objetivos foi abordar temas sobre
ciências e saúde em instituições públicas de ensino
através do processo criativo de HQs e zines pelos
participantes em oficinas criativas dialógicas com
abordagem Triangular proposta por Ana Mae
Barbosa (1998).
Resultados e Discussão
As três oficinas foram realizadas nos locais: Instituto
Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Universidade do
Estado da Bahia (UNEB), e no Instituto Federal do
Espírito Santo (IFES), envolveram 38 participantes,
com criação de 18 zines e HQs. Sobre o barbeiro e
a doença de Chagas foram quatro HQs “Olho vivo
no barbeiro” (8 p./IFRJ); “No cantinho da mata” (6
p./UNEB); “O barbeiro Zeca” (6 p./UNEB) e “Todos
[contra] Chagas” (8 p./IFES). Sobre prevenção de
parasitas intestinais, zine “Parasitas Intestinais” (8
p./IFRJ). Sobre a atuação do cientista “Quem são os
cientistas?” (6 p./IFRJ). Sobre o Caramujo africano
foram dois materiais: “Ujo Ujo Ujo: Cadê o
Caramujo?”, zine com colagens em quadrinhos (12
p./IFRJ) e uma tira em quadrinhos “O exótico”
(1p./UNEB). Com os temas meio ambiente,
alimentação e reflexões poéticas tivemos 6 zines e
HQs: A HQ “Eu sou um ser vivo” aborda sobre o
meio ambiente e questões existenciais (8 p./IFRJ); o
zine “Mundo Melhor” (8 p./IFES) traz reflexões
sobre um mundo melhor; “Beto a batata em: Horta
III ENCONTRO NACIONAL DE JOGOS E ATIVIDADES LÚDICAS NO ENSINO DE QUÍMICA, FÍSICA E BIOLOGIA – LEVEL III
Foz do Iguaçu, PR – 29/11 a 01/12 de 2018
orgânica” (6 p./UNEB) aborda sobre o meio
ambiente, alimentação consciente e uso de
agrotóxico, a HQ “Hora de acordar!” (8 p./IFES)
aborda sobre Agricultura familiar; “Meio ambiente: O
que está acontecendo?” (2 p./IFES) traz alerta sobre
a crise ambiental; “Qualquer Um” (20 p./UNEB) zine
poético que fala da importância de ser você mesmo,
ter empatia, protegendo o meio ambiente. A HQ
“HPV” (4 p./IFES) aborda sobre prevenção do HPV
voltada ao público feminino. Sobre mosquito e as
doenças transmitidas, tivemos dois: “Um dia D
trabalho” (5 p./UNEB) sobre os cuidados para
eliminar criadouros de mosquitos Aedes aegypti; e
uma foto-novela quadrinizada com colagens
“Proteja-se do mosquito palha” (7 p./UNEB). O zine
“As aventuras de Pedrinho e Marcelus Conhecendo
BSFco” (8 p./IFES) foi sobre indicação Geográfica.
Na avaliação dos participantes palavras como
“desafio”, “superação”, “entusiasmante”,
“estimulante”, “prazeroso”, “criatividade”, “incrível”
foram termos recorrentes que se destacaram na
análise das respostas, denotando que o processo
criativo se constituiu um desafio que todos se
propuseram a experimentar e transcender, de forma
conjunta. Tais respostas corroboram aos resultados
das oficinas dialógicas desenvolvidas por Campos
(2009); Lopes et al (2013); e Caruso e Silveira
(2009) em que os participantes destacaram como
pontos positivos o despertar da criatividade, pela
proposta inovadora, estimulante, pelo trabalho em
grupo e por aprender temas em ciências através da
diversão de criar.
Figura 1. HQs e fanzines criados nas oficinas
Conclusões
Se utilizado de forma criativa, de modo a
proporcionar protagonismo e autoralidade aos
participantes, o uso de HQs e fanzines na educação
científica tem um grande potencial para o ensino de
ciências e saúde.
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