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Distúrbios alimentares

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 2

2. ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA 3

3. ANOREXIA 4

4. BULIMIA 6

5. OBESIDADE 8

6. CONCLUSÃO 9

7. BIBLIOGRAFIA 10

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Distúrbios alimentares

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Educação Física, tem por objetivo
aprofundar um pouco o tema distúrbios alimentares, nomeadamente a anorexia, bulimia e
obesidade assim como as suas causas, consequências e tratamentos.

Mas afinal o que se entende por distúrbios alimentares? Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), entende-se por distúrbio ou transtorno alimentar “qualquer alteração do
comportamento alimentar que pode provocar prejuízos à saúde de um indivíduo. Estas
alterações podem dever-se a fatores metabólicos ou psicológicos.”

Estes distúrbios alimentares estão cada vez mais na ordem do dia, sendo um conjunto de
doenças, em que uma pessoa está tão preocupada com a comida e o seu peso que muita das
vezes não consegue pensar noutra coisa.

Os distúrbios alimentares aparecem com frequência na adolescência, mas também podem


desenvolver-se durante a infância ou mais tarde na vida adulta.

Aproximadamente 90 % dos casos diagnosticados pertencem a mulheres jovens, contudo o


número de rapazes adolescentes que sofrem desta doença tem vindo a aumentar
drasticamente.

As mudanças corporais próprias da adolescência são importantes causadores de crises de


identidade, no entanto os padrões de beleza atuais ditados pela moda, apesar de pouco reais e
as revistas para adolescentes que associam frequentemente o sucesso amoroso e laboral à
magreza e insistem em dietas miraculosas e desajustadas são dos principais fatores que
contribuem para o desenvolvimento de distúrbios alimentares.

Um distúrbio alimentar pode passar despercebido por um longo período de tempo, e


geralmente quando é reconhecido quem sofre com a doença nega que tem problemas
alimentares.

Estes distúrbios geralmente coexistem com outras doenças como a depressão, o abuso de
substâncias ou a ansiedade.

Os distúrbios alimentares podem causar graves problemas físicos e podem até ser fatais.

O tratamento para os distúrbios alimentares geralmente envolve psicoterapia, educação


nutricional, aconselhamento familiar, medicamentos e hospitalização.

Apesar de serem doenças psiquiátricas devem ser abordadas e tratadas, não só por um
psiquiatra, mas também por um nutricionista cujo papel será importante na recuperação e
integração de uma alimentação saudável no quotidiano.

Nos pontos seguintes abordam-se as principais características de cada um dos distúrbios


alimentares, começando por falar um pouco sobre o que deverá ser uma alimentação
equilibrada.

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2. ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA

A alimentação é um dos fatores que mais interfere na nossa saúde, por isso uma boa
alimentação deve ser equilibrada, completa, variada e deve incluir o elemento mais vital, a
água, bem como os nutrientes adequados a cada organismo.

Fig. 1: Roda dos alimentos

Sem uma dieta equilibrada, tanto em quantidade como em variedade, o organismo não se
desenvolve corretamente e não dispõe de resistências (reservas nutricionais) para lutar
ativamente contra determinadas doenças, podendo levar ao envelhecimento precoce e à
perda de qualidade de vida.

A alimentação deve ser variada, de forma a fornecer equilibradamente todos os nutrientes


necessários à vida (vitaminas, sais minerais, proteínas, hidratos de carbono, lípidos e água).

Os nutrientes essenciais são fornecidos pelos alimentos que ingerimos. Estes dividem-se em
três grandes grupos, dependendo da função que desempenham no nosso corpo: 

Alimentos construtores: São responsáveis pela renovação e construção de tecidos que se


desgastam com o funcionamento diário. São ricos em proteínas e sais minerais (leite e
derivados, carne, peixe, ovos).

Alimentos energéticos: são fundamentais para fornecer a energia que necessitamos em todas


as nossas atividades, incluindo quando dormimos. São indispensáveis ao nosso organismo e
estão presentes em alimentos como o pão, os frutos secos, os legumes, a massa, o arroz, etc.

Alimentos reguladores: contribuem para que o organismo funcione corretamente e se


mantenha saudável. As vitaminas, sais minerais e água presentes nos alimentos como o leite,
verduras e fruta, encontram-se neste grupo.

A ingestão diária de alimentos destes três grupos, nas quantidades adequadas, é essencial para
a adoção de uma alimentação equilibrada e um passo dado para um estilo de vida mais
saudável.

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3. ANOREXIA

A anorexia é uma perturbação psicológica e com implicações físicas e emocionais graves. Afeta
predominantemente as adolescentes com maior risco de incidência entre os 14-18 anos,
embora possa iniciar-se mais cedo. Poderá também surgir no sexo masculino embora em
menor escala.

Caracteriza-se essencialmente por um medo intenso de engordar mesmo quando já se está


muito magra. A pessoa que sofre de anorexia por mais magra que seja, sempre que se olha ao
espelho vê-se como uma pessoa extremamente gorda, algo que não corresponde ao seu
aspeto físico real, bem pelo contrário. Trata-se de um transtorno da alimentação ao qual se dá
atualmente muito mais importância do que no passado.

Fig. 2: Anorexia

Sinais e sintomas

A pessoa anorética apresenta normalmente os seguintes sinais e sintomas:

- Recusa ingerir alimentos ricos em hidratos de carbono e gorduras;

- Medo intenso e inexplicável de engordar;

- Dificuldade em comer em locais públicos;

- Interesse especial pelo valor nutritivo da cada alimento;

- Passam grande parte do tempo a melhorar as condições nutricionais dos seus familiares;

- Submetem-se a exercícios físicos excessivos;

- Diminuem as horas de sono;

- Sofrem de isolamento social e dificuldade para namoros e vida sexual;

- Desenvolvimento de comportamentos ritualizados à refeição (ex. cortar a comida aos


bocadinhos);

- Não assumem a fome;

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- Atitude extremamente crítica em relação à imagem e forma corporal;

- Grandes oscilações de peso;

- Emagrecimento rápido sem causa aparente;

- Cabelos finos e quebradiços;

- Interrupção do ciclo menstrual nas raparigas – amenorreia;

- Vómito;

- Perda de ereção nos rapazes.

Complicações

- Perda de tecido adiposo;

- Perda da massa muscular;

- Fraqueza, fadiga;

- Perda de músculo cardíaco;

- Arritmias

- Dor abdominal;

- Obstipação

- Pele e cabelos secos;

- Queda de cabelo;

- Edema;

- Anemia;

- Depressão;

- Atrofias irreversíveis do cérebro

Tratamento da anorexia

O tratamento da anorexia envolve diferentes especialistas, nomeadamente psiquiatra,


psicólogo, médico e nutricionista, em função da complexa interação de problemas emocionais
e fisiológicos nos transtornos alimentares.

O médico deve avaliar o estado da doença e tentar impedir que esta avance. O objetivo
principal do tratamento é a recuperação do peso corporal através de uma reeducação
alimentar com apoio psicológico. O tratamento da anorexia nervosa costuma ser demorado e
difícil. O paciente deve permanecer em acompanhamento após melhora dos sintomas, para
prevenir recaídas.

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Como já foi referido o tratamento deverá começar pela restauração de peso normal/razoável,
bem como pelo desenvolvimento físico e sexual normal nas crianças e adolescentes. A
motivação do paciente para recuperar hábitos e comportamentos alimentares saudáveis e
participar no tratamento é fundamental.

Corrigir pensamentos, sentimentos e atitudes disfuncionais relacionadas com a desordem bem


como o tratamento de condições psiquiátricas associadas é outro dos pilares para o êxito do
tratamento. Não deverá ser descurado o suporte e aconselhamento familiar do doente.

4. BULIMIA

A Bulimia é caracterizada por episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de


compulsão alimentar pode ser descrito como um consumo de alimentos acima do normal
durante um período de tempo associado a um sentimento de perda de controlo durante este
período. É ainda caracterizado por repetidos comportamentos compensatórios para impedir o
aumento da massa corporal, como a autoindução do vómito, uso impróprio de laxantes,
diuréticos e outras medicações, jejuns prolongados e exercício físico excessivo. A compulsão
alimentar e os comportamentos compensatórios ocorrem em média duas vezes por semana
durante 3 meses e a autoavaliação é excessivamente influenciada pelo tamanho e massa
corporal.

Pode classificar-se como bulimia do tipo purgativo quando há períodos de compulsão


alimentar, há autoindução do vómito, uso impróprio de laxantes, diuréticos; ou do tipo não
purgativo quando os mecanismos compensatórios são jejuns prolongados ou exercício físico
em excesso.

Fig. 3: Bulimia

Sinais e sintomas

- Momentos de voracidade alimentar com frequência de pelo menos 2 vezes por semana em 3
meses consecutivos;

- Exageradas restrições alimentares;

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- Provocam o vómito;

- Exercício físico exagerado;

- Sinais de automutilação e flagelação;

- Grandes oscilações de peso;

- Perda de potássio e desidratação;

- Rosto inchado devido à indução sistemática do vómito;

- Fadiga e perda de energia;

- Dificuldade em dormir;

- Irregularidade menstrual;

- Emotividade e depressão;

- Alterações de humor;

- Obsessão por dietas e por comida;

- Autoestima determinada pelo peso;

- Medo de não conseguir parar de comer;

- Indisposição depois das refeições;

- Comer às escondidas;

- Jejuns prolongados e frequentes;

Complicações

- Menstruação irregular ou inexistente;

- Obstipação e/ou diarreia;

- Batimentos cardíacos irregulares

- Enfraquecimento da estrutura óssea;

- Fraqueza muscular;

- Inchaço e dores de estômago;

- Perda do esmalte dentário;

- Garganta irritada e glândulas aumentadas;

- Problemas de fígado e rins;

- Mãos e pés inchados;

- Desequilíbrio hidro-electrolítico;

- Irritações graves do esófago – acidez gástrica;

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- Dilatação e rutura gástrica;

- Úlceras;

- Anemia;

- Paragem cardíaca e morte.

Tratamento da Bulimia

Tal como referido para o caso da anorexia, o tratamento para a bulimia também deverá ter
como intervenientes uma equipa multidisciplinar.

O primeiro objetivo do tratamento é acabar com o ciclo de ingestão compulsiva de alimentos e


estabelecer um padrão alimentar regular e disciplinado.

O tratamento adequado da bulimia deverá incluir: tratamento psicológico, tratamento


farmacológico, aconselhamento nutricional e Internamento, nos casos muito graves.

É fundamental analisar e modificar os pensamentos, crenças e sentimentos que


desencadearam e perpetuaram o ciclo bulímico.

O uso de antidepressivos deriva da associação frequente desta doença com a doença


depressiva. Funciona como complemento dos métodos de reabilitação nutricional e de
psicoterapia, embora não seja tratamento principal nem o mais eficaz!

O aconselhamento nutricional é essencial para que o doente saiba exatamente aquilo que
deverá comer. É importante o reconhecimento, por parte do doente, do verdadeiro valor dos
nutrientes e da sua importância na alimentação. O doente deverá readquirir um
comportamento alimentar saudável, com correção dos erros alimentares e introdução ou
restabelecimento de padrões alimentares adequados. Deverá ser estabelecido um padrão de
refeições regular e disciplinado.

O internamento só ocorre quando existem complicações clínicas, risco de suicídio, ou quando


houver fracasso do tratamento no ambulatório.

5. OBESIDADE

A obesidade pode definir-se como um aumento da quantidade de energia armazenada como


gordura. Este aumento de energia depende de vários fatores como a idade, o sexo, o estado
de saúde, a herança genética e o ambiente.

A obesidade desenvolve-se quando a ingestão de alimentos de uma forma continuada é


superior em calorias à energia despendida em trabalho ou exercício.

Sintomas

- Aumento do índice de massa corporal;

- Aumento da percentagem de gordura subcutânea a partir da prega subcutânea;

- Não conseguir permanecer em pé muito tempo;

- Cansaço;

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- Aumento de peso;

- Maior gordura acumulada;

A obesidade está diretamente relacionada com os seguintes fatores de risco:

- Consumo excessivo de alimentos empacotados (gomas, bolos,…);

- Consumo de alimentos hipercalóricos (fast-food);

- Ingestão rápida de alimentos;

- Beber grande quantidade de refrigerantes;

- Ter alimentação desmedida e sem regras.

Fig. 4: Obesidade

Consequências

As principais consequências relacionadas com a obesidade incluem maior risco de desenvolver


doenças como a hipertensão, diabetes, cancro, AVC, aterosclerose, doenças pulmonares,
problemas ortopédicos, colesterol elevado, entre outras.

Tratamento

O tratamento da obesidade baseia-se num plano dietético e de exercício para reduzir o peso e
obter um crescimento correto. É também necessário um forte apoio afetivo. Geralmente entre
80% a 90% dos indivíduos voltam ao peso anterior.

6. CONCLUSÃO

Os distúrbios alimentares são doenças psiquiátricas estando na sua origem a interação de


fatores psicológicos, biológicos, familiares e socioculturais. Caracterizam-se,
fundamentalmente por alterações significativas do comportamento alimentar. Ocorrem
predominantemente nos países industrializados, tendo uma incidência menor nos países
pouco desenvolvidos e fora do mundo ocidental. Afetam sobretudo as mulheres jovens,
podendo ser tratados na maior parte dos casos.

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Distúrbios alimentares

Um estudo recente da OMS, datado de maio deste ano, mostra que Portugal está no top 5 dos
países com mais adolescentes obesos, revelando que um em cada dez rapazes de 11 anos tem
excesso de peso.

7. BIBLIOGRAFIA

https://advancecare.pt/artigos/saude-e-bem-estar/disturbios-alimentares-como-identificar/

https://www.portoeditora.pt/paisealunos/para-os-pais/noticia/ver/?id=28345&langid=1

https://pt.slideshare.net/RutteFreitas/distrbios-alimentares-1334678

http://www.tsf.pt/sociedade/interior/jovens-portugueses-sao-dos-mais-obesos-da-europa-
8481915.html

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