Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Documents of 20th-century
Latin American and Latino Art
A DIGITAL ARCHIVE AND PUBLICATIONS PROJECT AT THE MUSEUM OF FINE ARTS, HOUSTON
Bibliographic Citation:
ARANTES, Otília Beatriz Fiori. Depois das vanguardas. Arte em Revista, São Paulo, ano 5, n.7,
p. 4-8;10-12;14-15;18;20, ago. 1983.
_ q, 'M .
rJ .
tA
g 4d
E w 4
°
.Jw,
j- .
í
tf r '
, e<
.
R
--"i` !i ` °
_
L
43,e,
. u.
r
440'''sfrA\ YR
'ae,.
.. ,
rt
h ''
W
°
.y
e
. , ti-
E
,
e liq 1 I
.; "
a e .
q .
(jet*,
ó + R
. P
\rim\ V
s. cg , -+.
N
m
o^ ri
v
. 3
r' °r
'
9
..
L
.
.. a; -
ó o
..... °
^
. i
n
V-1
F,
,
1 1 o
`: ti
J
7 na+ il
.. . u
h .1
-: i I.K'
,4`
r ' :'
L1
n
O
- .s1.V
7 a s
o .`";-.44.
.,..
.
u ro*
. °
o
e
,
tiro que era até bem pouco, entre nos, urna vez, o de romper corn os limites ar- modernismo brasileiro a seu naciona-
a tendência dominante) parece autorizá -lo tísticos instituiçäo autônoma ou ativi- lismo antropofágico, personificado, mais
a chamar toda esta nova produçäo, como o dade separada trazendo-a ao campo do que todos, por Oswald. Mas se as ques-
fizera Mario Schenberg, de "realista ", politico- ético - social, como forma de atua- tóes sao aparentemente as mesmas: nacio-
aliás, subtitulo do programa do Seminário çäo= produçäo coletiva3. Programa estético nal /internacional, velho /novo, etc., o mo-
"Propostas 65 ". Hélio Oiticica, entretanto, e programa de agio parecem coincidir. A mento é outro, o desenvolvimento econômi-
voltando à questäo em "Propostas 66 ", diz obra substitui -se o projeto, ou o gesto o co e tecnológico atingira uma fase bastante
preferir a expressäo "nova - objetividade" espaço da criaçäo artistica nao deveria mais mais avançada, do ponto de vista do capi-
que acabou sendo consagrada. Enfati- ser o museu, mas a rua, o espaço das trocas talismo e da internacionalizaçäo nos
zava assim o caráter vanguardista e pio- coletivas. Sem querer padronizar a arte do anos vinte ainda se tratava do "sonho bra-
neiro do que estava ocorrendo aqui se- período, esta parece ter sido, embora em sileiro", tinha-se urna visa() prospectiva,
gundo ele, nao se tratava mais de impor um graus diversos, a tendência dominante. otimista, utópica, predominante; já nos
anos 60, o que domina é o gosto amargo da
' acervo de idéias e estruturas acabadas ao Afastando -se das intençóes artísticas inter - desilusäo. Mas se naqueles idos havia tam-
,espectador, mas de descobrir e criar objetos nacionais no momento, especialmente da
na tentativa de instaurar um mundo expe- bém, ao lado da aposta na modernidade e
pop (apesar de nao ignorar as liçóes desta da necessidade de construir um Brasil
rimental onde os individuos pudessem am- corno veremos), aquela arte parecia re-
pliar seu campo imaginativo e, principal - novo, urna insatisfaçäo corn a realidade,
tomar o ideário vanguardista do inicio do o atraso, o provincianismo, procurava -se
mente, criar ele próprio parte deste mundo século. Vemos despontar aqui e ali o mes-
ou ser solicitado a isto. O que culminaria contudo preservar os valores nacionais, na-
mo tom nihilista das vanguardas mais irra- tivos, contra a desfigurado que a moder-
numa "anti- arte ", numa descentralizaçäo
cionalistas. Por exemplo, na definiçäo de nidade poderia trazer. Na década de 60,
da arte, no "deslocamento do que se de-
,
sua "posiçäo ética ", Hélio declara nao es- por seu lado, tendo passado pelas liçóes da
signa como arte, do campo intelectual, ra-
cional, para o da proposiçäo criativa, viven -
tar querendo constituir urna "nova moral ", i arte abstrata do construtivismo concreto
cial". "Dar ao homem, ao individuo de mas "derrubar todas as morais, pois que e neoconcreto a arte brasileira já se acha
hoje, a possibilidade de 'experimentar a estas tendem para um conformismo estag- bastante distante da temática nacional
criaçäo"' propunha ele. Era assim, nizante, a estereotipar opinióes e criar con - e /ou popular. Absorvidos já os recursos
como observava, menos pela mensagem ceitos nao criativos ". Na mesma época mais recentes da tecnologia e da arte inter -
início de 67 ao apresentar a exposiçäo nacionais, o questionamento da introje-
explícita, do que pela vivencia social, cole -
tiva, que propiciava, que a arte possuía im-
"Nova objetividade brasileira ", onde a tó- çäo/rejeiçäo das tradiçóes e valores nacio-
pacto politico. E concluía irreverente: nica é também o protesto, alerta: "DA nais por esta modernidade deve se proces-
ADVERSIDADE VIVEMOS". Parece ser sar num outro plano de deconstruçäo/
"Essa magia do objeto, essa vontade incon- a consagrado do caos. Näo era contudo o reconstruçäo da própria linguagem artis-
tida pela construtivo de novos objetos per- que pretendia: tica.
ceptivos (táeteis, visuais, proposicionais,
etc.), onde nada é excluido, desde a critica "O principio decisivo seria o seguinte: a Talvez pudéssemos dizer, embora isto seja
vitalidade, individual, e coletiva, será o muito esquemático, que a vanguarda brasi-
social até a patenteaçäo de situaçöes-li-
soerguimento de algo sólido e real, apesar leira passou por tres momentos que, de cer-
mite, sao características fundamentais de
do subdesenvolvimento e o caos desse
nossa vanguarda, que é vanguarda mesmo to modo, reproduzem o projeto das van -
caos vietnamesco poderemos erguer algo guardas históricas escandido: 17/32
e nao arremedo internacional de país sub - cu-
válido e palpável, a nossa realidade. "4
desenvolvido, como até agora o pensam a bo/futurista; 45/60 abstrato /concreta
maioria de nossas ilustres vacas de presépio A maneira das velhas vanguardas históri- (ainda no filio do construtivismo); 65/69
da crítica podre e fedorenta. "2 cas, combinam-se ai, nesta declaraçäo de (74?) dadaísta /pop (sem abandonar in-
n
o
i.
.
r-
11
'
representar uma realidadenossa, subdesen-
volvida, de criar "uma linguagem própria"
conforme depoimento de Oiticica. Mes -
mo que alguns dos artistas se atribuíssem
filiaçóes pop como foi o caso daqueles
yP4r, .irs$ r. l'
1.1
ligados à Galena Rex (Geraldo de Barros, .
cilmente detectáveis ,
Sérgio Ferro, etc.) em que as marcas de um
Rauschenberg ou de um Indiana eram fa-
ou ainda, que a
crítica os tachasse de "popistas ", é preciso
reconhecer que a atitude dos artistas brasi- ')
1.:
-{
fi
leiros era muito diversa da dos seus congé-
neres americanos. Entre uns e outros havia
um verdadeiro abismo. Enquanto estes,
como distinguia Mario Pedrosa (e esta era a
visào dominante no Brasil, na época), "ca-
pitulavam" abertamente diante da reali-
dade imediata do quotidiano, inteiramente ,4
regulado pelas leis do consumo, aqueles
pretendiam revelar a infra - realidade
seja através do choque provocado pela ex-
plicitaçào das contradiçoes no uso de ma-
teriais disparatados, combinando, por
exemplo, o ultrapassado e o precário corn o
ultra- moderno, como nos "ambientes" de
..
Hélio, nas "caixas de morar" de Gerch-
man, em seus jogos de palavras em acrílico
T
,
`
(a lembrar logotipos de Companhias Aé-
reas ou Bancos) "AR ", "LUTE ",
"SOS" ou nos objetos- máquinas de
Wesley; seja pela distorçào das informa-
çóes habituais, como no caso de Mauricio
Nogueira Lima, ao se utilizar de sinais de
tránsito para indicaçóes politicas, ou no
recurso aos sinais de informaçào, por Es-
costeguy, criando símbolos plásticos alta- L
os de Leirner ,
Lindonéias e Misses de subúrbio, subde-
senvolvidas, seus times de futebol como
suas multidóes (em está -
dios, ônibus ou filas de fábricas), figuras
anônimas, grotescas, caveiras, procurados
Nelson Leirner. "Porco", 1968
Engrudado e porco empalhado, 85 X 165 X 65 cm. (Foro!. FAAP)
denúncia, As vezes explicitada por palavras página de imprensa marrom, outras vezes
pela polícia é sempre o mesmo tom de indicadas ou texto, no estilo de primeira pela combinando do tom agressivo verme-
- da arte-
vez, glosando Duchamp, romper os limites
sua irreverência, em se tratando
de um Salto oficial e, dentro do contexto
Ft -'``.
,
dentemente a forre, no primeiro, provavel-
mente, a posse de objetos que tivessem
valor de troca mas a diferença talvez
fosse apenas de grau: em ambos os casos os
padröes estabelecidos de comportamento
Marcelo Nitrate. "Bolha ", 1969
Nylon e esaustor, 700 cm /alt. (Fotol. FIAP)
eram rompidos, atentava -se contra a pro
priedade, de urna maneira ou de outra sub -
vertia-se a ordern.
10
com os acontecimentos do mundo mo- cionalizados em nome das exigências da guês; enquanto a permanência no Caos,
derno, os artistas se viam encerrados num realidade produtiva. É contra isto que se um nihilismo apocalíptico que é apenas o
círculo difícil de romper. Nao se propu- rebelam os artistas brasileiros que se consi- avesso da ideologia totalitaria (haja visto o
nham modelos, ao contrário, acreditavam deram de vanguarda, enfrentando, talvez que ocorreu com o futurismo).
em possibilidades e caminhos próprios, mais do que nunca, as contradiçóes, num
mas era evidente a insatisfaçao com os re- esforço de aprofundá -las dialeticamente. Ao se "declararem os primitivos de um
cursos de que dispúnhamos e a aspiraçao a Nisto é que eles nos parecem reatar com o nova era", os artistas de vanguarda preten-
"acompanhar as possibilidades da revolu- espirito das vanguardas da primeira hora. diam fazer tábula rasa de todos os valores
çao industrial" o fascínio pela tecnologia Só numa realidade em que a administra estabelecidos, mas, ao mesmo tempo, era
mais recente, pouco ao nosso alcance, vi- çao, autoritaria ou liberal, nao seja abso- em nome da modernidade dada que pre-
nha acompanhado da crença de que pu- luta, onde nem tudo está rigorosamente tendiam destruir as convençöes, era mais
desse trazer, de imediato, em seu bojo, as estabelecido, onde o incongruente se choca contra o passado que contra o presente que
condiçöes "para a participaçao renovadora e convive, esse tipo de comportamento, ine- se voltavam, ou melhor, eram anti- passa-
e para a análise crítica da realidade" por rente As vanguardas, é possível. Ainda distas, mais do que futuristas. Muitas ve-
parte do público. Mas quem era este pú- aqui, mais urna vez sua ambigüidade: elan zes, para derrotar o anacronismo, era ao
sobrevivem graças as próprias contradiçöes trivial presente de que lançavam maos. A
blico atingido e até onde esta "revoluçao"
nas relaçöes arte/público poderia ter con - da realidade em que surgem. própria transcendência da arte era questio-
seqüências para além do evento, nao se nada nao apenas pela sua alienaçao, para
esgotando no instante mesmo? Quais os Em sua "crítica à ideologia arquitetônica", obrigá-la a urna interferência mais direta
desdobramentos possíveis disto? Em que Tafuri explica os antagonismos como rendo na realidade, mas o era também em nome
nivel se dariam? Através desta "posiçao re-
momentos contraditórios da "dialética da de urna operatividade própria as exigências
volucionária " , que valores eram persegui- vanguarda", de modo que Caos e Ordern, de urna sociedade dominada pelo consumo.
Dadaísmo e Construtivismo seriam corn- Nao esqueçamos a célebre declaraçao de
dos? Em nome de que progresso se lutava?
plementares. Enquanto este opöe ao Caos, Van Doesburg, ao aproximar -se do Da-
Que modernidade estava em jogo? Prova-
velmente nada disto estivesse muito claro.
ao quotidiano, o principio da Forma, mas daísmo "é preciso matar a arte por amor /
levando em conta o que concretamente con- ao progresso ". Sanguinetti teórico e de-
Negava -se a importância do mercado (item verte a realidade em informe, caótica e
7), ao mesmo tempo que se pretendia dina
fensor da arte de vanguarda nao deixa
empobrecida, o Dadaísmo, ao contrário, 1 de destacar a coexistência nela, sempre, de
mizá-lo (item 2); pretendia -se recorrer aos representa, confirma e aprofunda o Caos,
meios de comunicaçao (item 8), desrespei-
dual faces: urna, "heróico patética ", a ou-
mas, mesmo tempo,ironiza sobre ele, tra, "cínica ", mas que, de fato, nao che -
tando ao mesmo tempo as instituiçöes e os denunciando sua inadequaçao. Donde,
ora: como esca- gam a constituir momentos diferentes
interesses dominantes conclui, nao ser estranho que confluam, elas se ciao num mesmo instante, sao indis-
par à lógica consumistica, ou como utilizar depois de 22, a Ordem do Stiji e a Anarquia sociáveis, e isto desde que Baudelaire pre-
os media sem cair na separaçao social que dadaísta, tanto ao nivel teórico, quanto gara a "santa prostituiçao" do poeta. De
instituem por sua própriaforma ?14. operativo, criando urna nova sintaxe. O
* acordo com Sanguinetti, a vanguarda ques-
Estas sao algumas das contradiçöes e dú- caos era um dado, a ordern, um objetivo. tiona a neutralizaçao mercantil, forçando
vidas vividas, mas que apontamos nao no Para Tafuri, a Bauhaus, com sua "ideolo- ao máximo as contradiçöes presentes em
sentido de desmerecer os propósitos ou o gia do plano" e sua utopia funcional teria sua heteronomia, nao importa se heróica
programa da vanguarda brasileira, ou de sido a cámara de decantaçao das vanguar- ou cinicamente, o que importa é que ela
minimizar seu alcance (que ela fica nos li- das portanto, a dissoluçao das contra - exprime o momento dialético no interior da
mites da sociedade burguesa, como afir- diçöes, onde a produçao artística e a pro- neutralizaçao assinalada pela mercantili -
mava Sergio Ferro ao fim do artigo citado, duçao serial, industrial, teriam se tornado zaçao estética. Ao mesmo tempo, reco -
é urna obviedade). Podemos nos perguntar, homogêneas. As tensöes progressivamente nhece ele, "por força das coisas e por força
isto-sim, por que e como tais contradiçöes recalcadas teriam acabado por matar as mesmo do mercado, realiza a aventura de-
puderam coexistir e, inclusive, até onde vanguardas. Paradoxalmente, sua força sordenada da razao comercial" 16.
constituem, menos que sua limitaçao, sua estava em jogar com as contradiçöes as
força. É preciso, alias, nao esquecer que vanguardas dependem, para existir, destas Que estas contradiçöes se transformem no
isto sempre ocorreu em todas as vanguar- e das relaçöes ambivalentes quemantêm momento seguinte em aportas, nao há dú-
das esta combinaçao de atraso e avanço, com a realidade em que se inscrevem e vida, corno nao há que, na maior parte dos
de nacional e internacional, de caos e or- transcendem simultaneamente. Só sao casos, a vanguarda tenha acabado por des -
den, instituiçao e liberdade, radicalismo e prospectivas na medida em que vivem tais falecer diante da ideologia cultural domi-
complacência, nao é apanágio nosso, tais contradiçöes enquanto momentos de um nante, dissolvendó a própria alteridade em
tensöes atravessam todo o movimento mo- processo dialético. Assim, a Ordern nao é o nome do trabalho produtivo, abolindo as-
derno, que se exaure justamente quando que é buscado fora, mas no próprio Caos, é sim sua força dialética. É o que denuncia,
vêm dissimuladas numa aparente síntese o que dá valor a ele, o que, segundo Tafuri, por exemplo, Tafuri, ou Marc Le Bot, em
ou totalidade arte- total, síntese das ar- o transforma em liberdade15. O utopismo é texto reproduzido, sintomaticamente, na
tes, arte cidade -planetária, etc. Aí, os an- um irrealismo, ou esteticismo, que nao revistaMalasartes (quando alguns dos nos -
tagonismos acabam por se dissolver, fun- passa de complemento do utilitarismo bur- sos artistas, saídos do periodo mais duro da
11
repressao, buscavam novos caminhos, já ties essenciais ao fenômeno construtivo do tica de Adorno: na sua distância ela dei -
entao para além das perspectivas abertas Brasil como um todo, no mundo, em tudo xaria igualmente intacta a sociedade de que
agora fechadas das vanguardas). Faz que isso pode significar e envolver." Mis - tern horror.
ver Le Bot que os programas de van turam-se neste texto, exemplarmente, os
guarda, ao mesmo tempo de critica radical A dimensao construtiva ou prospectiva
sentimentos contraditórios a que nos refe -
e conluio com o sistema, premidas, corn o desta vanguarda estava diretamente vincu-
riamos: indignaçao, necessidade de mu-
desenvolvimento capitalista, a buscar urna lada à diferença de boa parte da tradiçao
dar, associados à consciência de que é pre-
nova inserçao da produçao artística, aca- construtivista ao fato de nao se pôr como
ciso levar em conta este Brasil a assumir/
bara por se identificar corn a arte/design, deglutir /construir falta de caráter, su- uam arte acabada, e necessariamente sepa-
sempre referida ao universo-modelo da perficialidade, provincianismo, cafonice, rada, mas como uma "obra aberta" à parti-
tecnologia arte muito razoável, muito cipaçao do público. Esta expressao, ado-
sao alguns dos aspectos para que chama a
conformista, quer dizer: "conforme aos in- tada por Hélio no "Esquema geral da Nova
atençao Hélio. "Quern quiser construir"
teresses da classe de seus comanditários ".17 diz ele "tern de mergulhar na merda ". A Objetividade", estava em voga na época,
ambigüidade é al posta como virtude e por influencia de Umberto Eco. Ferreira
Contudo, quase dez anos antes da Mala - paradoxalmente o Gullar, por exemplo, em seu livro Van -
sartes, para o Brasil da época, combinando "coerência critica"
contrário do conformismo. Cita Hélio, a ti- guarda e Subdesenvolvimento, diz preferir
vários malos de 68 ,
o movimento geral de rebeldia dos jovens
que vai culminar, no mundo inteiro, nos
com as candid :es
adversas que se estava vivendo, a estratégia
urna vez adotada pelas vanguardas parecia
,
tulo de exemplo, a critica da "tropicália
ao "born gosto" da Bossa Nova
valente e específica"
"ambi-
tomada por seus
diluidores em "cafonice estagnatbria ", ofi-
o conceito de "obra aberta" ao de van-
guarda "imprecisa e arbitrária" por-
que (e ele cita Eco), "a obra aberta é urna
mensagem fundamentalmente ambigua,
cial, passadista, reacionaríssima. Seu ma- urna pluralidade de significados que co-
de novo ser a mais conseqüente. De outro existem num s6 significante .19 E de novo a
lado, passados 50 anos, os impasses das nifesto-exortaçao (que talvez já tenha sur-
gido quando o ciclo havia chegado ao firn), ambigüidade da arte, como marca de ri-
vanguardas tinham se tornado expostos, queza, de "multivalência" que é posta em
retomá -las implicava também em denun- denunciando o estado de espirito resultante
do impasse maior vivido por toda aquela destaque. Entretanto, a expressao nao é
ciá -los, explicitando as artimanhas do mer- menos despida de equívocos que a desig-
cado e sua contrapartida inevitável, menos geraçao e que logo s6 terá como alternativa
a atividade under (era 69 e a repressao
naçao "vanguarda ". E Sanguinetti quem
como um recurso preventivo do que como adverte para isto, ao assinalar o parentesco
reconhecimento e denúncia dos limites e começava a se instalar de forma violenta em
entre a abertura da obra corn aquela bur-
compromissos dos instrumentos de que se todos os níveis, muitos artistas, entre eles o
guesa e reacionária de identificaçao, "le-
lançava mao. E este cinismo radio a tônica proprio Hélio, estavam deixando o Brasil),
conclui ainda dentro da ótica que dominara vando As últimas conseqüências a penetra -
de muitos dos textos da época, especial- çao do espectador na obra ". Ao passo que a
mente dos irreverentes tropicalistas veja- até entao sua produçao teórica e artistica:
distância psicológica pode redundar numa
se as declaraçöes de Caetano, José Celso ou íl idéia de vanguarda, viva e efetiva em abertura prática, de caráter ideológico
Oiticica. Este, num texto- manifesto de 69: alguns, torna -se mera 'compilaçäo' na "a única capaz de transpor os limites da
"Brasil diarréia /Chega de luto no Brasil", maioria da chamada crítica de arte. (...) pura contemplaçao ". No primeiro caso te-
mos -
prega abertamente contra todos os puris-
daqueles que se sentem culpados e
esperam o castigo ( "que se danem ") a
Nao existe 'arte experimental', mas O expe-
rimental, que nao s6 assume a idéia de
riamos urna relaçao catártica, portanto
paralisante, no segundo, a obra se fecharia
modernidade e vanguarda, mas também a a urna participaçao /identificaçao em nome
"ambivalência critica ". Segundo ele é pre- de uma reaçao /alteraçao.20 Até onde isto
transformaçäo radical no campo dos con -
ciso negar todos os valores absolutos, cas- ocorre efetivamente, podendo ter desdo-
trantes de quaisquer liberdades, "o que `ceitos- valores vigentes: é a algo que prop&
Oranformaç6'ea no comportamento-con- bramentos numa açao social conseqüente?
nao significa que nao se deva optar com ou se esgota no instante do aconecimento
texto que deglute e dissolve a convi-coni-
firmeza ", mas justamente, "a dificuldade açao /reaçao coletiva? Nao haveria al sem-
vência.
de urna opçao forte é sempre a de assumir pre, de algum modo, urna componente psi-
as ambivalências e destruir pedaço por pe- No Brasil, portanto, urna posiçao crítica cológica catártica? Possivelmente sim, ou a
daço cada problema ". Assumir as ambiva- universal permanente e o experimental sao arte perderia sua ambigüidade conse-
lências, portanto, nao significa aceitar con- elementos construtivos. qüência obrigatória, como víamos, de sua
formisticamente as coisas como estao da- Tudo o mais é diluiçäo na diarréia. "18 inserçào numa realidade também ambi-
das, mas, ao contrário, colocá-las em ques- gua. Aliás, a distância psicológica pode
tao. Nada entretanto deve ser excluido Como se vê, o reconhecimento ou a denún- também camuflar urna fuga da realidade.
desse "pôr em questao ": "a multivalência cia da ambivalência nao tinham urn sentido As duas designaçöes nao podem esconder
dos elementos 'culturais' imediatos, desde negativo, mas fazia parte de uma postura as contradiçöes da arte e sao igualmente
os mais superficiais aos mais profundos critico construtiva. Urna arte que ficasse passíveis de equívocos.
(ambos essenciais); reconhecer que para restrita à denúncia ou fosse apenas anti,
superar urna condiçao provinciana estag- permaneceria perigosamente fora da reali - Referindo -se à experiência de choque que
natória, esses termos devem ser colocados dade, reforçando apenas as contradiçöes alguns artistas mais especificamente os
universalmente, isto é, devem propor ques- utilizando-nos de urna observaçao da Esté- do grupo Oficina pretendiam provocar
12
traços mais marcantes desta produçäo cha- ta arte, em geral bem comportada, estäo
mada "pós-moderna" (especialmente na É um dado: que passou a onda novida-
muito à mostra para que se possa aceitá -la
sem mais, mas é total ingenuidade ou pu- deira. Nao se trata obviamente de consa-
arquitetura). f grar o velho ou de bendizer a crise como
rismo igualmente suspeito nao querer dar -
É evidente que pouco sobrou da irreve- lhe importância (como se esta dependesse forma de sabotar o mercado. Sabemos per-
rencia dos anos 60, e que toma corpo no de nós...), discuti -la, interpretó -la (para feitamente que ele dispóe de meios sufi-
mundo inteiro esta tendência, predomi- inclusive desmistificá -la nos seus "huma- cientes para absorvê -la e, mais urna vez,
nante nos EEUU, e que também já se faz nismos" e que tais...). Ficamos muitas seguramente, em detrimento da arte, redu-
sentir nas outras artes: de revalorizaçäo da vezes patinando na anti- critica, tao ultra - zida a valor de troca. Aliás nao há dúvidas
obra de arte, em oposiçäo a todos os van- passada quanto a anti -arte. que ele já retomou o pulso, ou até mesmo
guardistas anti- ou under-; revalorizaçäo que, dado o esgotamento do novo, tenha
da beleza, em oposiçäo ao feio, à arte de
-
tomado a iniciativa de pôr em circulaçäo o
15
.
__
[11/13]
velho. Mas nao é somente à luz do jogo do consumo, numa pretensa depurado da dor consagrada pela sociedade burguesa,
mercado e de suas leis que podemos dar arte dos países menos avançados o que isto é, pelo mercado capitalista visando,
conta do que está ocorrendo no plano das acaba por reforçar e reproduzir o status como afirmavam Resende e Ronaldo Brito,
artes, no Brasil e no mundo. quo. Como o internacionalismo, estes re- no artigo "Mamäe Belas Artes ", de 77,
gionalismos operam corn totalidades abs- além do "código perceptivo ", o próprio
Ainda aqui é preciso evitar os reducionis- tratas e enganosas. Novamente aqui, como "estatuto das Belas Artes ". f o programa
mos. Acreditando que o que se passava no observamos em relaçäo aos anos 60, nao se vanguardista que aparentemente é reto-
Brasil era apenas um decalque do que ocor- trata de identidade absoluta ou de dife- mado no entanto, os próprios autores
ria no mundo, esquerda e direita feagiram rença radical, sob pena de nos encerrarmos descartam esta identificaçäo ao denunciar,
recorrendo a um nacionalismo no mais das numa visäo paralisante da arte, e da his- no mesmo texto, a teleologia idealista que
vezes simplista: na ilusäo de recuperar a tória. está na base da formulado das vanguar-
identidade, apenas aprofundam as distân- das.3° O que pretendem, isto sim, é assu-
cias, introjetando a ótica do colonizador Além disso, nem tudo caminha num mes - mir integralmente a precariedade e a gra-
reforçam uma postura passadista, o subde- mo sentido, e outras tendências, bastante tuidade do fazer ou do gesto artístico.
senvolvimento, ou levam a urna folclori- diversas, continuam coexistindo aqui mes -
zaçäo da cultura. Politica cultural que aca- mo, no Brasil, algumas delas, em conti- Ronaldo Brito, ao apresentar as obras de
ba alimentando o mercado de arte dos paí- nuaçäo à problemática da arte marginal ou Resende, exportas na Bienal de Paris de
ses desenvolvidos com exotismos estereoti- contra- cultural do inicio da década pas 80, define -as como mera "interrogaçäo" 31
pados. O discurso de esquerda, novamente sada e, no limite, deitando raízes nos movi- em oposiçäo ao caráter afirmativo das van -
emergente, combina -se com "A politica na- mentos dos anos 60. E o caso de boa parte guardas e ao apelo que faziam ao público,
cional de cultura" dò governo (1974) do grupo que deu origem à revista Mala - esta arte pretenderia explicitar o vazio a
é a memória nacional filtrada pelos inte- sartes, em 75 e que continua até hoje numa que chegaram, nao no sentido de exorcizá-
resses do Poder, a "imagem- Brasil" folcló- produçäo similar p. ex., Tunga, Wal- lo, mas de levar o fenômeno do esgota-
rica, de que falava Hélio Oiticica. Ora, nao tércio, Resende, Zilio, etc. Para eles a ques- mento da arte até o limite da vertigem,
há como escamotear as influências exter- täo central ainda é a da contemporanei- em que todas as certezas se desvanecem.
nas, como o fazem justamente as posiçöes dade, embora nao estejam mais preocu- Detendo -se no texto, ou percorrendo a ex-
referidas ao proporem urna arte nacional, pados exclusivamente corn a "eficiência na posiçäo, algumas contradiçöes, no mínimo
mas, à diferença do que vai ocorrer em relaçäo arte /sociedade, mas em discutir a intrigantes, surgem. Esta arte parece -se
certas áreas (especialmente no cinema), é pertinência do discurso da arte frente a esta como um "monumento à dispersäo", isto é,
no setor das artes plásticas, talvez por seu relaçäo'. Na época da revista eles se pro nao querer provocar nem o olho nem a
caráter marginal /elitista (I...), que, mais punham "produzir formas nao ortodoxas atençäo: passa -se ao largo, "olhar de pas-
urna vez (apesar de parecer paradoxal), de veiculaçäo, permitindo contatos mais ou sagem, sem memória ", portanto, nem par
urna maior autonomia é preservada; ou menos estranhos da produçäo corn o pú- ticipaçäo nem contemplado. Tratar -se-ia
melhor, ai, os interesses do mercado (que blico" o que, conforme reconheciam, de urna arte cool, distanciada, a jogar ex-
tern que satisfazer um certo gosto cosmo- era possível somente até um certo ponto; clusivamente corn a distraçäo. Mas a inca -
polita e exigente), parecem possuir certa mas mais do que isto, propunham "investir pacidade de fruir a obra como objeto único
especificidade, nao coincidindo exata- sobre as formas de veiculaçäo existentes um que pareceria ser o resultado da des -
mente com os interesses de propaganda do questionamento estranho a elas".27 Na truiçäo definitiva de sua "aura" nao é
governo o atributo "qualidade" (eviden- ocasiäo, pretendiam que estávamos enfren- também a característica primordial do con-
temente também ideológico) parece sobre- tando um "momento de transiçäo ", urna sumo massificado? E nesta medida, le-
pujar este outro (aparentemente mais es- "relativa irrealidade do mercado de arte ", vada a urna substancial neutralizado e
púrio), o de propaganda. É o outro lado da etc. e que seria preciso "medir e intervir formalizado, nao estaria a arte que
"neutralidade" mercantil: a "competên- no real desta irrealidade".28 A soluçäo, perdeu sua unicidade, autenticidade e dis-
cia" que faz com que, mesmo na arte apa- contudo, nao estaria na criaçäo de um cir- tância (conforme expressöes de Benjamin)
rentemente a mais sintônica com os mo- cuito paralelo ou numa atuaçäo direta so- reduzida a meros signos intercambiá-
delos e os padröes internacionais, se descu- bre o mercado nao se trata exclusiva- veis, indiferentes, sujeitos As leis e aos rit-
bram fórmulas originais e que, quem sabe mente de urna alterado do lugar das trocas mos da lógica consumistica? Aliás, repos-
mesmo, extravasem em parte os interesses simbólicas, mas de urna alterado destas. tos em circulaçäo pela Bienal ou pela Ga-
económicos ou politicos. Aliás, a interna-i Partiam eles da problemática do mercado lería, dal para a casa do colecionador, estes
, cionalizaçäo do mercado, e da cultura atra para deslocá -la para o eixo linguagem -lei- objetos quaisquer nao retomariam a con -
vés dos media, torna cada vez mais obsoleta turas, no sentido de produzir nao apenas diçäo de obra de arte, objeto único, assi-
esta oposiçäo nacional X internacional e i novas linguagens mas também novas lei - nado, etc.? Ao mesmo tempo: até onde isto
ilusória, senäo conservadora, toda pro- turas. O espaço em que a arte vai se ins- que se pretende indiferenciado/indiferente
posta de urna "arte de resistencia". E pre- crever rua ou galeria foi se tornando " quase nada" nao reinstaura urna
ciso pensar as particularidades do interior para eles sempre mais indiferente,29 o im- nova categoria estética, täo discutível
das articulaçöes que as geram, nao esca- portante é que ela continuasse a questionar quanto a de Beleza, e que, ao contrário de
moteando pois as relaçöes de produçäo e permanentemente a relaçäo arte /especta- se confundir com tudo o mais como pre-
18
tende, esconde um perigoso aspecto iniciá- tância crítica, impedindo qualquer mani- .v. do "born gosto "? Talvez se possa dizer,
tico? E como se a obra necessitasse, spe- pulaçao catártica, ou novamente atitude , como Maldonado a propósito do "born de-
sar das intençóes do Ronaldo, de "resgate meramente contemplativa? De fato o es- senho": urna coisa é indubitável, estes ob-
verbal" ainda urna vez: a dar sentido pectador fica paralisado diante destes obje- jetos elegantes póem de manifesto os limi-
àquilo que parecia nao pretender mais ter tos porque algo neles impede a transgres- tes reais da discordância da gute Form 33 i
sentido. A reviravolta se opera no próprio säo sao de urna beleza construtiva a riva- o que é possivelmente muito pouco diante
texto: a desatençäo transforma -se em dis- lizar corn o melhor da tradiçäo concreta. do programa (anti- programa ?) "redigido".
persividade ativa da obra, a questionar a si Outra dificuldade: referidos à História da E que, também, seguramente nao é tudo
própria, a tudo que a cerca, e a criar urna Arte, estes objetos nem por isto sao despro- nestas obras, no mínimo estimulantes à
instabilidade que atinge o próprio especta- vidos de qualquer referencial; assim, é mui- reflexäo nao há dúvida de que nos fazem
dor; ela o convoca sem permitir que inter - to evidente o conteúdo simbólico, erótico cogitar, interrogar... por isto as utilizei,
fira por isso "vacilamos, ansiamos, ma- ao mesmo tempo, contudo, estando ex- a titulo de exemplo final (nao devido ao
quinamos". Ronaldo chega a dizer que cluida de suas intençóes a mobilizaçao das destaque na Bienal ou à proximidade da
"ela nos prende na rede de suas inquie- paixóes do público, é como se nos fosse ofe- exposiçao).34 Embora nao se trate aqui de
taçóes". A arte que "desatenta" e "descon- recida uma imagem deserotizada da sexua- fazer opçóes ou apontar caminhos, excluin-
sidera" o mundo passa a seduzir... Atraçao lidade. Estes objetos asceticamente cons- do outros que possam ter também sua vali-
. (a expressäo é de Ronaldo) e, ao mesmo truidos sexo anemizado, asseptizado, dade na tentativa de resolver os impasses
tempo, rejeiçäo: o espectador nao pode estilizado estariam ai postos, impossibi- criados corn o fim, mesmo aqui no Brasil,
aproximá -la, nao pode tocá -la sob pena de litando a "representaçao" dos nossos dese - daquilo que se convencionou chamar "mo-
desmontá -la em seu equilibrio instável; só jos. Portanto o oposto da sexualidade des - dernidade", ou talvez, corn mais rigor,
pode desmanchá-la virtualmente de- sublimada da sociedade de consumo? Ou "vanguardismo ".
creta o texto. Apesar da instabilidade dos simplesmente urna reduplicaçäo /explicita-
objetos eles estao rigorosamente arruma- . çäo da sublimaçao repressiva? "Elegância
dos, obedecem a uma ordern precisa, que .. perversa", como pretende Ronaldo, ou per-
nao pode, que nao deve ser burlada. Dis- versa() dentro dos limites bem comportados Sao Paulo, junho de 81 /fevereiro de 83
1) S. Ferro, "Vale tudo ", in Arte em Revista n? 2, sil", in Artes Plásticas, a crise da hora atual, Rio de da Folha, ao referir-se à linguagem neo - figurativa (que
1979, p. 26. Janeiro, Paz e Terra, 1975, p. 95. Este texto (esgotado) é chama de "neo- expressionista ') da atual pintura, bem
2) H. Oiticica, "Situaçào da vanguarda no Brasil ", in multo útil, oferecendo um panorama bastante completo como aos painéis de Dominique Gautier e de artistas
ibid., p. 31. da produçào do periodo, situando -a no quadro social e americanos. Tratar- se -ia, segundo ala, de urna "huma-
3) Cf. "Esquemageral da Nova Objetividade", in Catá- politico da época. nizaçAo" da arte: arte com dimensbes socials, ligada à
logo Urna Nova Objetividade Brasileira, MAM, RJ, 12) Cf. Baudrillard, A sociedade de consumo, trad. cidade, etc.
abril/1967. Reproduzido no catálogo Objeto na arte, Artur Morào, Lisboa, Planéte, ediçbes 70, 1975, pp. 26) Referido no mesmo artigo.
Brasil anos 60, FAAP, SP, 1978, especialmente p. 80. 184 a 197. 27) Carlos Zilio, José Resende, Ronaldo Brito, Wal-
4) Do texto: "PARANGOLE: da anti -arte is apropria- 13) S. Ferro, "Os limites da denúncia ', in Rex Time, tércio Caldas Jr., "O boom, o pós -boom e o des- boom",
çbes ambientais de Oiticica". GAM n? 6, RI, malo/ n? 4. Reproduzido em Arte em Revista, n? 1, p. 84/85. in Opinido, 3, Set., 1976, p. 28.
1967. Reproduzido no cat.Objeto... , p. 82. 14) Cf. "Declaraçào dos principios básicos da van- 28) José Resende e Ronaldo Brito, "Mamie Belas
5) Cf. as análises de Mário Pedrosa sobre a produçào guarda" janeiro de 1967. Reproduzido in Objeto..., Artes ", in O Beijo n? 2, Rio de Janeiro, 1977.
da época. Cf. também um texto posterior a esta confe- p. 73. 29) Embora ainda pareça urna questào importante em
rência "Da antropofagia à tropicália', de Carlos 15) Tafuri, "Por una critica de la ideologia arquitetô- textos como "Auséncia de escultura" e "Formaçào do
Zilio que propbe uma leitura sintônica corn a nossa; nica ', in Tafuri, Cacciari, Dal Co, De la a la artista no Brasil", de José Resende (publicados, respec-
como o texto detém -se na análise da produçào teórica e metropoli, trad. Barcelona, ETS, Gustavo Gili, 1972, tivamente, em Malasartes 3 e 1), 5 anos mais tarde, em
artistica de Hélio Oiticica, analisa também um material pp. 46/47. .
debate realizado conosco no CEAC, dirá que é absolu-
que muitas vetes é comum ao nosso. (Sao Paulo, Brasi- 16) Sanguinetti, Por una vanguardia revolucionaria, tamente supérflua, pois o importante nào é "onde ?"
liense, 1982.) trad. Buenos Aires, Editorial Tiempo Contemporaneo, mas "como ?" o que nos permite perguntar: até onde
6) Cf. sobre o periodo nosso texto, "Mario Pedrosa, um 1972, pp. 31/32. o primeiro nào impbe limites ao segundo?
capitulo brasileiro da teoria da ", in Discurso, 17) Marc Le Bot, "Arte /Design ", in Malasartes n? 3, 30) "Mamie Belas Artes ".
n? 13, SP, dez. /1982, pp. 95 a 114; Ronaldo Brito, p. 24. 31) Catálogo do espaço ABC.
"Neoconcretismo", in Malasartes, n? 3, 1976, RJ, pp. 9 18) "Brasil Diarréia", 1969. Reproduzido in Arte em 32) Repele -se aqui o que Baudrillard já denunciava,
a 13. Revista n? 5, 1981, SP, pp. 44/45. relativamente à categoria da "banalidade ", na pop'art.
7) "Esquema geral da Nova Objetividade", in Obje- 19) Rio, Civilizado Brasileira, 1969, pp. 37/38. Op. cit. , p. 191.
to..., p. 75. 20) Sanguinetti, op. cit. , p. 95. 33) Maldonado, El diseño industrial reconsiderado,
8) Mário Pedrosa, "Do pop americano ao sertanejo 21) Roberto Schwarz, O pai de Familia e outros esta- Barcelona, Gustavo Gili, 1977, (col. Punto e Linea),
Dias", in Dos murais de Portinari aos espaços de Bra- dos, Paz e Terra, 1978, pp. 87/88. p. 77.
silia, Sao Paulo, Perspectiva, 1981, pp. 217 a 221 22) Théorie Esthétique, trad. Marc Jimenez, Paris, 34) Referência à exposiçào realizada na Galeria Ba-
p. 221. Klinksieck, 1974, pp. 298/99. benco no 1? semestre de 81.
9) Depoimento a Cacilda Teixeira da Costa, in Wesley 23) Op. cit. , p. 74.
Duke Lee, Rio, MEC /FUNARTE, 1980 (col. ABC), 24) Cf. "As possibilidades do crelazer/Barracào/
p. 29. LDN ", 1969, publicados na Revista Votes n? 6, 1970.
10) Cit. p/ Flávio de Aquino, "A louca arte dos nossos Reproduzidos in Arte em Revista n? 5, pp. 47/48.
jovens artistas", in cat. Objeto, pp. 83/84. 25) A expressào é utilizada, por exemplo, por Radhá (Corn pequenas alteraçbes, este texto é reproduçào de
11) Frederico Morais, "A crise da vanguarda no Bra- Abramo, ao comentar a Bienal de Paris de 80, em artigo umaconferência ministrada na FAU em j unho de 1981.)
20