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Chucrute
Allan D. O. Machado
Maio
2007
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................02
1.1 Consumo ......................................................................................................................02
1.2 Armazenamento ...........................................................................................................02
2 MATÉRIAS-PRIMAS ........................................................................................................03
2.1 Repolho ........................................................................................................................03
2.2 Sal .................................................................................................................................03
2.3 Vinagre .........................................................................................................................04
3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO .......................................................................................04
3.1 Recepção......................................................................................................................06
3.2 Processamento ............................................................................................................06
3.3 Seleção/classificação ..................................................................................................06
3.4 Lavagem .......................................................................................................................06
3.5 Enxagüe........................................................................................................................07
3.6 Fatiamento ...................................................................................................................07
3.7 Salga .............................................................................................................................08
3.8 Fermentação ................................................................................................................10
4 ACONDICIONAMENTO ...................................................................................................11
4.1 Acondicionamento em embalagens plásticas ...........................................................11
4.2 Acondicionamento em vidro ou latas.........................................................................12
4.2.1 Exaustão do ar............................................................................................................13
4.2.2 Fechamento................................................................................................................14
4.2.3 Esterilização ...............................................................................................................14
4.2.4 Resfriamento ..............................................................................................................15
4.2.5 Armazenamento .........................................................................................................15
5 CONTROLE DE QUALIDADE ..........................................................................................16
5.1 Temperatura .................................................................................................................16
5.2 Teor de sal....................................................................................................................16
5.3 Aspecto visual..............................................................................................................16
6 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS .................................................................................16
7 LEGISLAÇÃO PERTINENTE AO PROCESSO DE FABRICAÇÃO..................................17
Conclusões e recomendações .........................................................................................18
Referências ........................................................................................................................18
Anexo – Fabricantes de máquinas e equipamentos .......................................................19
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DOSSIÊ TÉCNICO
Título
Chucrute
Assunto
Resumo
Este dossiê tem por objetivo descrever o processo de fabricação de chucrute, desde a
recepção do repolho até o armazenamento do chucrute.
Palavras-chave
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
A conservação de alimentos por fermentação láctica foi um dos mais importantes métodos
de conservação de alimentos vegetais.
O processo usado para sua produção é muito simples e pode ser adotado tanto em escala
industrial quanto doméstica, permitindo aproveitar o excesso de produção de repolhos nos
períodos de superprodução.
1.1 Consumo
O repolho pode ser consumido cru em saladas, cozido em água ou leite ou fermentado
(chucrute). Quando consumidas cruas, as folhas devem ser lavadas uma por uma em água
corrente e deixadas de molho em solução de água sanitária por 30 minutos, na proporção
de 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água filtrada. Em seguida, devem ser
enxaguadas com água filtrada. Este procedimento é importante para eliminar grande parte
dos microorganismos que possam estar nas folhas e causar doenças.
A água sanitária ou o vinagre não remove resíduos de agrotóxicos. O repolho deve ser
cozido somente pelo tempo suficiente para tornar as folhas macias. Com tempo de
cozimento prolongado, ocorrem alterações da cor, do sabor e das propriedades nutritivas.
Deve-se cozinhar preferencialmente no vapor.
1.2 Armazenamento
Para congelar o repolho, retire as folhas externas caso estas estejam murchas ou
danificadas. Corte o repolho em 4 partes ou em tiras finas. Embale-o em saco plástico,
retire o ar de dentro da embalagem com uma bombinha de vácuo e leve ao congelador.
Para descongelar, coloque-o em água fervente ou diretamente ao fogo durante o preparo
do prato.
2 MATÉRIAS-PRIMAS
2.1 Repolho
Existem cinco tipos de repolho: liso, crespo, roxo, chinês e o repolho-de-bruxelas, esse
último é menor do que os outros.
2.2 Sal
Existem dois tipos de sal, um deles é o sal marinho que é extraído através da evaporação
da água do mar e o outro é o sal de rocha também conhecido como sal-gema que é retirado
das minas subterrâneas que são resultantes de mares e lagos antigos que secaram.
Durante um longo tempo o sal foi considerado muito precioso para a preservação dos
alimentos e foi chamado de ouro branco. Os gregos e romanos, utilizavam o sal como
moeda para suas compras e vendas e com este condimento os romanos eram pagos, por
isso surgiu a palavra salário que deriva de sal. Foi também considerado um artigo de luxo e
só os mais ricos tinham acesso a ele.
O sal de cozinha, de mesa ou refinado: é o mais comum e também mais usado para
preparar os alimentos; neste sal, pelas leis brasileiras, deve ser adicionado iodo para se
evitar o bócio.
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2.3 Vinagre
De acordo com o Food and Drug Administration (FDA), a definição e padronização dos tipos
de vinagres são: vinagre, vinagre de cidra e vinagre de maçã.
3 PROCESSO DE FABRICAÇÃO
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Figura 1 - Fluxograma de produção do chucrute
Fonte: HOFFMANN, 1991.
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3.1 Recepção
Por ocasião do recebimento, os frutos devem ser selecionados, para tornar o lote mais
uniforme quanto ao grau de maturação. Retirar as folhas mais externas do repolho.
3.2 Processamento
Os utensílios (facas, baldes, escorredores, etc.) devem ser previamente higienizados com
solução de cloro a 200 mgL-1 (100 mL de água sanitária em 10 L de água). Os operadores
devem estar protegidos com luvas, aventais, gorros e máscaras, procurando proteger ao
máximo o produto de prováveis contaminações.
3.3 Seleção/classificação
Dos vegetais rejeitados deve-se fazer aproveitamento das partes do repolho que não
estejam lesionados ou deformados.
Figura 2 - Seleção
Fonte: HOFFMANN, 1991.
3.4 Lavagem
Usando jatos de água fria potável removem-se as impurezas como sujidades de insetos,
terra e outros materiais indesejáveis (FIG. 3).
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Figura 3 - Lavagem do repolho
Fonte: HOFFMANN, 1991.
3.5 Enxágüe
Após a lavagem, os frutos serão imersos, por 5 minutos, em água fria (5° C) contendo 200
mg de cloro L-1, para desinfecção e retirada de parte do calor de campo.
3.6 Fatiamento
A retirada dos talos centrais pode ser mecânica, utilizando-se faca cônica giratória em alta
velocidade, que os corta, deixando os no lugar. Para retirada manual, corta-se a cabeça do
repolho ao meio no sentido do talo central e cada metade novamente ao meio, totalizando
quatro partes iguais.
As partes expostas do talo são removidas com faca, deixando-se apenas o resto deste para
que as folhas fiquem levemente aderidas.
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Figura 4 - Processo de fatiamento
Fonte: HOFFMANN, 1991.
3.7 Salga
Figura 6 - Prensagem
Fonte: HOFFMANN, 1991.
3.8 Fermentação
A pressão em conjunto com o sal, que é agente umectante, extrai a água do repolho,
formando a salmoura, que deve cobrir completamente o repolho.
Para interromper a fermentação, substitui-se o suco do chucrute por uma mistura de água
tratada fervida e resfriada, com 5% de vinagre (50 ml de vinagre para cada litro de água),
para sua melhor conservação.
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Figura 9 - Verificação do pH
Fonte: HOFFMANN, 1991.
4 ACONDICIONAMENTO
Para sacos de 500 g, adiciona-se a cada saco 300 g de chucrute escorrido e 200 g de água
com 5% de vinagre.
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Figura 12 - Acondicionamento em lata ou vidro
Fonte: HOFFMANN, 1991.
4.2.1 Exaustão do ar
As latas ou vidros sem tampa são colocados em banho-maria a 80° C por 5 a 10 minutos,
evitando-se que a água de aquecimento penetre nos recipientes. O centro da embalagem
deverá atingir temperatura não inferior a 70° C, co ntrolada por termômetro (FIG. 13).
Figura 13 - Eliminação de ar
Fonte: HOFFMANN, 1991.
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4.2.2 Fechamento
4.2.3 Esterilização
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4.2.4 Resfriamento
As latas devem ser resfriadas o mais rapidamente possível, até temperatura ambiente,
adicionando-se aos poucos água fria corrente ao banho-maria onde se realizou a
esterilização, até que toda água quente seja removida. Continua-se a adição de água até
que os recipientes atinjam a temperatura ambiente (FIG. 16).
4.2.5 Armazenamento
5.1 Temperatura
O intervalo ideal de temperatura para que ocorra somente a fermentação é de 18° C a 21°
C, deve-se fazer monitoramento minucioso com auxilio de termômetro.
Há duas formas de alterações indesejáveis na cor e que são mais comuns no chucrute.
Uma é o aparecimento da cor rosa e a outra, de uma cor marrom. A cor rosa é causada
pelo desenvolvimento de um fermento róseo, que impede o correto controle do teor de sal e
da temperatura.
A alteração da cor para marrom, geralmente, ocorre no chucrute depois da sua retirada dos
recipientes de fermentação e, aparentemente, é um fenômeno de oxidação, devendo-se
evitar o contato prolongado do chucrute com o ar.
6 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
As Boas Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um conjunto de medidas que devem ser
adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a
conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. A legislação
sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de
indústria de alimentos e específico, voltadas às indústrias que processam determinadas
categorias de alimentos.
Conclusões e recomendações
Sugere-se a leitura da “Cartilha sobre Boas Práticas para serviços de Alimentação”, que
auxiliará os manipuladores a prepararem, armazenarem e a venderem os alimentos de
forma adequada, higiênica e segura, com o objetivo de oferecer alimentos saudáveis aos
consumidores. A cartilha está disponível no site da Anvisa:
Referências
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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Legislação. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/legis/index.htm>. Acesso em: 10 maio 2007.
FORNARI, Abelaine K. Fermentação láctica de repolho (brassica oleraceae var. capitata l.)
a diferentes temperaturas. In: SEMANA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 5., 2005,
Florianópolis. Anais... Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2005.
Disponível em: <http://www.sepex.ufsc.br/anais_5/trabalhos/983.html>. Acesso em: 09 maio
2007.
LANA, Milza Moreira et alii. Repolho. Distrito Federal: Embrapa - Centro Nacional de
Pesquisas de Hortaliças. Disponível em:
<http://www.cnph.embrapa.br/paginas/dicas_ao_consumidor/repolho.htm>. Acesso em: 10
maio 2007.
Anexo
Allan D. O. Machado
Data de finalização
21 maio 2007
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