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Paula Ramos Ghiraldelli – RA: 771507

Fundamentos da Teoria Semiótica


Bacharelado em Linguística – UFSCar 2019\2

Atividade 1(respostas)

Questão 1:

O texto é o objeto da teoria semiótica, entendido como tudo que pode ser observado,
produz sentidos e os comunica. Não se trata necessariamente de uma produção humana
e pode ser formado por diversas linguagens. De acordo com essa teoria, um texto é
pensado como um todo de sentido e definido de duas formas complementares: como
objeto de significação e objeto de comunicação. Pela primeira forma, objeto de
comunicação, o texto pode ser analisado a partir dos mecanismos sintáxicos e
semânticos que produzem o seu sentido. Pela segunda, objeto de comunicação (entre
dois sujeitos), o texto se insere como objeto cultural analisado no seu contexto socio-
histórico, em relação dialógica com outros textos.

Questão 2:

A teoria semiótica tem por objetivo descrever e explicar o sentido do texto, ou


seja, como o sentido é construído nesse texto. Para tal, a teoria semiótica desenvolvida
por Greimas propõe a separação dos planos de conteúdo e expressão do texto em
questão, examinando, primeiramente, apenas o plano de conteúdo sob a forma de um
percurso gerativo do sentido. O percurso gerativo compreende uma sequência de três
etapas, ou níveis, descritas e explicadas por uma gramática autônoma, partindo de um
patamar mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto.

A primeira etapa é denominada nível fundamental e é nele que se determina a(s)


oposição(ões) semânticas em que se constroem o sentido do texto, primordiais para
desenvolvimento da narratividade em um determinado sentido, já que seu princípio
fundamental é a transformação. Essa oposição se expressa por um valor positivo
(eufórico) ou negativo (disfórico) que vai determinar a linha argumentativa do texto.

A segunda é chamada de nível narrativo, e nela a narrativa é organizada do


ponto de vista de um sujeito, ou seja, um sujeito assume a narração, simulando a
Paula Ramos Ghiraldelli – RA: 771507
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Bacharelado em Linguística – UFSCar 2019\2

história. Na terceira e última etapa, nível do discurso, deve-se examinar as


relações do momento da enunciação que fazem com que ela seja produzida e
comunicada no texto-enunciado. Desse modo, o sujeito da enunciação rege o discurso a
partir de um ponto de vista, o que permite estabelecer a relação entre enunciador e
enunciatário (por meio das marcas espalhadas pelo texto), além de recuperar as relações
entre o texto e contexto sócio-histórico que motivaram sua produção, bem como as
relações dialógicas em que esse texto se insere.

É através do percurso gerativo e (somente) pela relação entre suas etapas que se
pode apreender o sentido total do texto.

Questão 3:

Imagem A) A oposição semântica que se pode depreender da campanha é Vida x


Morte, estabelecida pela imagem de um rosto de um homem, parcialmente humano, no
qual se verifica a expulsão de fumaça pela boca formando, a partir dela, o restante deste
rosto, exprimindo a ideia de um esqueleto. Segue-se um percurso visual para a
compreensão dessa oposição semântica mínima: a visualização total da forma do rosto,
seguida da parte humana apenas, que leva à fumaça expelida pela boca até a
compreensão da metade restante do rosto formada por ela.

Imagem B) Individualidade x Coletividade. A oposição é assimilada a partir percepção


das duas imagens. Na superior, tem-se uma visão horizontal na qual as modelos estão
deitadas, impossibilitando a diferenciação entre elas, demonstrando a coletividade, para
qual o produto atende. Na imagem inferior, observa-se as modelos de cabeça erguida,
em posição vertical, de modo que se pode verificar que elas são diferentes, com
peculiaridades visualizadas pelos seus cabelos, para as quais o produto também atende,
ou seja, atende o coletivo mesmo dentro das particularidades que cada indivíduo tem.

Imagem C) Civilização x Selva. A oposição é demonstrada na medida que se tem


elementos civilizatórios tratados por termos que remetem à natureza, a selva, como o
carro sendo denominado “predador”; e, também, quando se classifica o carro como uma
Paula Ramos Ghiraldelli – RA: 771507
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“grande oportunidade para aventura”, dado que o termo aventura gera imagem
semiótica de aventura na natureza.

Imagem D) A oposição semântica é Liberdade x Opressão. Ela se estabelece pela


visualização das mãos algemadas, presas, impedidas, portanto, de abrir completamente
o jornal de modo a ter acesso ao seu conteúdo informativo. Tal oposição é confirmada a
partir do momento em que o texto não verbal é complementado pelo texto verbal,
escrito à direita – “Sem liberdade, a verdade não aparece.”, ou seja, se o indivíduo está
preso, oprimido, não pode ter acesso a informação real (a verdade).

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