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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE ALAGOAS – UNEAL

CAMPUS UNIVERSITÁRIO ZUMBI DOS PALMARES – CAMUZP


LICENCIATURA EM LETRAS

EDMILSON LUIS DE ANDRADE NETO

FICHAMENTO DAS APOSTILAS ESTUDADAS DURANTE O PERÍODO

União dos Palmares


2017.2
EDMILSON LUIS DE ANDRADE NETO

FICHAMENTO DAS APOSTILAS ESTUDADAS DURANTE O PERÍODO

Fichamento apresentado como atividade


Avaliativa à disciplina Sociologia da
Educação II do 4º período do Curso de
Letras – Língua Portuguesa da
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
ALAGOAS – UNEAL

Prof. Dr. Paulo Cândido

União dos Palmares – AL


2017.2
CULTURAS DE CLASSE

FORTES; Alexandre. BATALHA, Claudio Henrique de Moraes; SILVA, Fernando


Teixeira da (Org). Culturas de classe: identidade e diversidade na formação do
operariado. Campinas: Editora da Unicamp, 2004.

CLASSE, EINICIDADE E COR NA FORMAÇAO DO FUTEBOL BRASILEIRO


(p. 121 – 156). Quinto capítulo.

“[...] o futebol dos anos 1980 para cá apresenta algumas características que se
distinguem do período anterior pela intensificação mesma de fenômenos que já
existiam. Tais modificações estão relacionadas à transmissão televisiva direta de
torneios e partidas para qualquer lugar do mundo ao vivo, o que aumenta
enormemente o valor envolvido nessas competições e, portanto, o comercialismo
dentro do futebol.” (p.121)
“Há assim nos últimos anos a passagem de um profissionalismo nacional para um
profissionalismo multinacional.” (p.122)
“[...] o futebol brasileiro, com sua presença marcante na história do futebol mundial,
torna-se um produto estratégico a ser apresentado na publicidade associada à Copa.”
(p. 122)
“Assiste-se a essa estetização publicitária da pobreza que acompanha uma paradoxal
preocupação empresarial com essa mesma pobreza, por parte de forças de mercado,
lucro e de poder, que são as multinacionais, que tanto têm contribuído de forma cega
[...]” (p.122)
“Essa energia esportiva liberando grandes emoções não é estranha ao renome e ao
sucesso acumulado pelo futebol brasileiro, que também simbolizou a integração pelo
futebol de grupos sociais dominados, mesmo que a reprodução da dominação possa
ter sido ampliada em outros campos decisivos como o econômico e o político.”
(p.123)
“A popularização do futebol no Brasil está relacionada a apropriação desse esporte
pelas diferentes classes e grupos sociais, e isso não se dá independentemente da cor e
da “etnicidade”.” (p.124)
“Vários times de futebol eram compostos por estudantes universitários, o acesso às
faculdades de direito, medicina e engenharia, particularmente as duas primeiras,
sendo uma forma de reconversão pela via escolar da aristocracia rural declinante, ou
de reprodução ampliada das novas elites urbanas já escolarizadas.” (p.127)
“[...] a difusão do futebol pelos subúrbios da capital, com times e clubes sendo
formados por rapazes de classe média, mas também por empregados de fábricas e
moradores de bairros populares, tinha tomado proporções consideráveis.” (p.129)
“[...] tanto em São Paulo como no Rio a população mais pobre acabava tendo
oportunidades adicionais de ver os jogos nos subúrbios e bairros populares: cada vez
mais fábricas e empresas diversas promoviam o futebol como forma de lazer e
integração entre empregados e operários.” (p.130)
“Em 1904 foi fundado o The Bangu Athletic Club, para a prática do futebol pelos
chefes e empregados ingleses da fábrica de tecidos Companhia Progresso Industrial,
situada no subúrbio carioca de Bangu. Ali, ao contrário de outros clubes no Rio, onde
o núcleo inicial de ingleses podia chamar outros ingleses para compor o time, o
isolamento geográfico de Bangu fazia com que os ingleses tivessem que incorporar
não somente outros chefes e empregados de outra nacionalidade e brasileiros, mas
também operários.” (p.130)
“O número de jogadores brasileiros e operários foi aumentando com o tempo: os
operários permaneciam mais na empresa e o aprendizado do futebol podia ter com
eles uma continuidade, enquanto os chefes voltavam para seus países ou se mudavam
e nem sempre os novos que chegavam eram competentes no esporte. Com o número
de operários na equipe, foi aumentando também o número de jogadores negros e
mulatos.” (p.130)
“Iniciava-se com o Bangu a figura do operário-jogador; o operário que se destacava
menos por seu trabalho útil dentro da fábrica e mais pela sua atuação como jogador
de futebol no time da fábrica. [...] Se de início o futebol é introduzido por iniciativa
dos ingleses para o seu deleite e sociabilidade, logo a empresa percebe que aquele
esporte se encaixava bem nas atividades e no emprego do tempo de uma vila operária
e fábrica.” (p.131)
“Os jovens que se destacavam nessas equipes podiam ter a esperança de ser
contratados como operários-jogadores da fábrica e assegurarem-se, assim, de um
emprego estável, podendo alcançar um período maior que a idade em que o futebol
competitivo pode ser praticado.” (p.132)
“Aqui se trata não de uma forma iniciativa de fábrica para a manutenção de um clube
de futebol de seus funcionários, mas da participação de um grupo industrial numa
iniciativa de congregação de uma minoria étnica, dando-lhe um sentimento de
pertencimento ao novo país que, mesmo no país de origem, não existia da mesma
forma.” (p.133)
“A predominância dos clubes de elite, traduzida na vitória em todos os campeonatos
da cidade do Rio disputados até então, só foi rompida em 1923, quando o clube
Vasco da Gama, da numerosa colônia de imigrantes portugueses disputou pela
primeira vez o campeonato da primeira divisão e foi campeão.” (p.133)
“O clube português, ao contrário, aparentemente não dispunha de atletas provenientes
da extração social de seus associados. Uma hipótese para a explicação esse fato
consiste na pouca disponibilidade de tempo de uma juventude de origem portuguesa
diretamente ocupada no aprendizado ou na operação dos negócios da burguesia e
pequena burguesia da colônia [...]. Esse modo de vida embebido no trabalho e na
gestão dos negócios familiares é diferente daquele dos filhos da aristocracia brasileira
[...].” (p.134)
“De qualidades morais associadas à essência do esporte moderno, o qual por sua vez
é visto como parte importante de um modo de vida característico e distinto de grupos
sociais que se autoclassificam como seletos, os preceitos e práticas do amadorismo
voltam-se para a exclusão dos outsiders.” (p.135)
“Uma nova comissão de investigação foi formada pela nova liga para adquirir sobre
os meios de subsistência dos jogadores, para verificar a extensão do seu
amadorismo.” (p.136)
“Uma outra medida tomada pela nova liga foi ainda a exigência de os jogadores
saberem ler e escrever corretamente: ao entrarem em campo, tinham que saber não
somente assinar o nome na súmula, mas também preencher rapidamente uma
“papeleta de inscrição” com vários intens.” (p.137)
“O Vasco da Gama e o São Cristóvão, outro clube recrutando jogadores do subúrbio,
fizeram seus atletas frequentarem cursos intensivos de alfabetização e reforço de
escolarização primária, organizados especialmente para eles.” (p.137)
“[...] o caso de jogadores negros da seleção brasileira que foi a Montevidéu em 1923,
com vários jogadores pretos e mulatos, em que no jantar formal no navio um jogador
branco do Fluminense fingiu beber a lavanda colocada na mesa após a refeição para a
lavagem dos dedos: os jogadores de origem popular que nunca tinham visto aquilo
logo trataram de beber a lavanda, gozação acabou dando razão aos dirigentes que
eram favoráveis ao veto dos negros em delegações internacionais por razões de
etiqueta.” (p.138)
“Mas a crise do futebol amador, que já se apresenta como um “amadorismo marrom”,
faz crescer a facção de jogadores, jornalistas esportivos e mesmo de dirigentes de
clubes, preconizando a adoção do futebol profissional.” (p.139)
“A entrada de dois novos clubes de origem mais popular que os clubes de elite,
fundadores da liga da cidade, o Corinthians Paulista e o Palestra Itália, na primeira
divisão da cidade, está relacionada tanto com a decadência de parte dos clubes de
elite quanto com o reforço de suas características de um amadorismo exclusivista de
elite.” (p.140)
“O Corinthians tornou-se o clube dos espanhóis, dos sírios, dos negros e mesmo dos
italianos pobres.” (p.141)
“Somente no período da Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil entrou no conflito
com a Itália, o Palestra Itália mudou seu nome para Palmeiras e acabou contratando o
primeiro jogador negro, num movimento de nacionalização brasileira por força das
circunstâncias.” (p.142)
“Mas, se a crise interna do futebol amador brasileiro se agrava, ela finalmente se
torna insuportável por conta de pressões externas, provenientes do futebol praticado
numa escala internacional. [...] Diante dessa evasão de jogadores, as correntes
favoráveis à implantação do profissionalismo se fortalecem.” (p.142)
“O profissionalismo no Brasil acaba sendo um meio para levar à emancipação de
negros no esporte, condição necessária para a constituição do futebol como esporte
“nacional”.” (p.143-144)
“[...] a década de 1930 ficou marcada pelo avanço de um processo de democratização
no interior do futebol, no que se refere tanto à definição profissional dos jogadores,
técnicos e auxiliares quanto à incorporação de um público amplo, de massas.” (p.144)
“Essa aceitação tardia do profissionalismo por outros clubes de elite também ocorreu
e outros estados. Assim, o São Paulo Futebol Clube, criado nos anos 1930 no período
do profissionalismo por sócios de clubes que por maioria haviam desistido do futebol
devido ao fim do amadorismo, como o Paulistano, já no início dos anos 1940 se
engaja na concorrência desencadeada pelo regime profissional e contrata Leônidas da
Silva para sua equipe.” (p.147)
“Os grandes jogadores negros e mulatos do Brasil [...] foram “condenados”, por assim
dizer, a exercer seus talentos no próprio país, um ou outro jogador ficando períodos
curtos no exterior, geralmente na Argentina e no Uruguai. Eles puderam contribuir
fortemente assim, a partir de dos anos 1930, na criação de um estilo nacional no
próprio país.” (p.151)
“Esse estilo nacional que integrava as técnicas corporais de negros e mestiços se
vinha consolidando desde os anos 1930 a partir da prática generalizada por parte dos
jovens masculinos das classes populares que, além das “peladas”, tinham
oportunidade de encontrar campos disponíveis em fábricas e empresas, instituições
escolares e militares, assim como em terrenos baldios dos bairros e várzeas.” (p.152)
“As dificuldades de conciliação entre o hedonismo originário das classes populares,
interiorizado nas próprias técnicas corporais dos jogadores e característico do estilo
brasileiro, e a disciplina e o sacrifício implícitos na vida dos atletas já eram grandes
no período anterior aos anos 1970, quando o padrão de vida da maior parte dos bons
jogadores não se distanciava muito do padrão do “amadorismo marrom”.” (p.153)
“O futebol “mestiço” no Brasil continua, assim, com suas tradições de sucesso e com
seus conflitos mais ou menos silenciosos relativos ao acesso e à permanência de
jogadores das classes populares e, portanto, de mulatos e negros em uma área
valorizada pela identidade nacional mesmo que a hierarquia legitimada das profissões
privilegie as atividades da dominação econômica, política e intelectual.” (p.154-155)
RUSSEAU E A EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA

GRAMINHO, Carla. Rousseau e a Educação da Infância.

ROUSSEAU E A EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA. (p.3157-3168 )

“Rousseau considera que não havendo uma Educação conforme a natureza,


denominada por ele como educação negativa, a consequência será a formação de um
homem desfigurado, com vícios e preconceito.” (p.3158)
“Rousseau foi um grande teórico da educação, seu pensamento constitui um marco na
pedagogia contemporânea e suas obras antecipam o ideário da revolução francesa.”
(p.3159)
“Rousseau considerava a criança como um ser superior ao adulto porque aquela
possui uma inocência infantil e natural, e tem em si a condição original da existência
humana.” (p.3160)
“Rousseau propõe que o preceptor seja seu único companheiro, e este, quando
assumir esse dever não deve mais voltar atrás.” (p.3161)
“O autor francês acreditava que a educação do homem começava com seu
nascimento.” (p.3162)
“A maneira como o autor analisa a comunicação das crianças, valorizando aspectos
comuns e facilmente desprezados, demonstra sua aguda percepção do perfil
psicológico da criança.” (p.3163)
“O autor também se preocupa com a autonomia da criança, pois para ele, ela começa
sozinha a realizar suas primeiras ações e tornar-se consciente de si mesma; com isso
valoriza o período básico de formação do homem” (p.3165)
“Um dos conceitos fundantes da filosofia rousseauniana da educação e da pedagogia,
é o da “Educação Negativa”. Esta é concebida como sendo aquela originária da
própria natureza, em contato com os animais, as plantas e fenômenos físicos que o
homem urbano mantém distância, sem a interferência da sociedade, dos homens.”
(p.3166)
“[...] a educação negativa proposta por Rousseau consiste em seguir preceitos da
natureza, respeitando suas fases e não se adiantar a elas, tampouco no
desenvolvimento da razão. Se [...] o período do nascimento até os doze anos é
considerado mais perigoso, no sentido de que é nele que os erros e os vícios tendem a
surgir.” (p.3167)
“Buscar as ideias de Rousseau, sobre liberdade, espontaneidade, natureza,
preocupação com a criança na sua totalidade e aplicá-las novamente, nos dias atuais,
é primordial para se resgatar a infância perdida.” (p.3168)

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